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CAPÍTULO 1 - QUAIS OS
FUNDAMENTOS BASILARES DA
PESQUISA EM EDUCAÇÃO?
Ana Claudia de Oliveira G. Merli
INICIAR
Introdução
Nas últimas décadas, todas as áreas do conhecimento têm alcançado avanços
significativos, em partes, graças ao desenvolvimento tecnológico, que propiciou a
troca de informações; e, por outro lado, pela valorização das pesquisas científicas.
Dessa forma, muito conhecimento tem sido produzido, buscando refletir e
desenvolver novas formas de pensar a realidade. A educação, inclusive,
acompanha essa tendência, uma vez que muitas pesquisas estão sendo
desenvolvidas para que se possa compreender os processos de ensino e
aprendizagem, desenvolver novas metodologias de ensino e avaliação, entre
tantos outros temas que necessitam de estudos rigorosos.
Nesse sentido, cabe questionarmos: o que envolve uma pesquisa em educação?
Como iniciar esse tipo de pesquisa? Há tantas informações disponíveis em
bibliotecas físicas e virtuais, mas quais, de fato, são fidedignas?
Essas e outras questões permeiam o caminho de quem está dando os primeiros
passos na fase de pesquisa. Por isso, neste primeiro capítulo, serão apresentados
os diferentes tipos de pesquisa, os procedimentos metodológicos, os métodos de
coleta de dados, a importância da pesquisa em educação e a ética envolvida nesse
processo. Além disso, o primeiro passo para se tornar um pesquisador é
compreender o campo a ser investigado e seus procedimentos. Assim,
estudaremos conceitos e procedimentos que podem ser aplicados a qualquer
pesquisa científica, bem como os aspectos que diferenciam e especificam as
pesquisas em educação.
Vamos em frente!
Figura 1 - O senso comum versus conhecimento científico tem suscitado discussões dentro e fora do
ambiente acadêmico. Fonte: Sangoiri, Shutterstock, 2018.
O conhecimento científico busca as causas ou explicações dos fenômenos, e,
nesse sentido, é crítico, pois está sempre revisitando as produções científicas de
forma a questioná-las em busca de uma verdade, que é provisória. Isso porque os
novos conhecimentos estão na base do questionamento dos antigos (CARVALHO,
2000). Contudo, o processo de produção desse tipo de conhecimento requer uma
padronização metodológica para ser considerado científico. Dessa forma, não
basta apenas apresentar novos conhecimentos baseados em pesquisas, sendo
necessário, portanto, apresentar como se chegou até eles, ou seja, o
planejamento, a organização, os procedimentos e a análise, especificando o
método.
O método vai além de explicações do caminho percorrido pelo pesquisador:
[...] busca-se explicitar quais são os motivos pelos quais o pesquisador escolheu
determinados caminhos e não outros. São estes motivos que determinam a escolha
de certa forma de fazer ciência. Neste sentido, a questão do método é teórica (do
grego theoria), uma vez que se refere aos pressupostos que fundamentam o modo de
pesquisar. (CARVALHO, 2000, p. 3, grifos nossos).
1.1.2 A pesquisa
Nem todas as pesquisas científicas são iguais e não utilizam, necessariamente, os
mesmos procedimentos metodológicos, visto que cada área de pesquisa possui
sua especificidade. Para entender isso, basta imaginarmos os problemas
pesquisados pelas diferentes áreas do conhecimento. Temos, por exemplo, que
para compreendermos o desempenho de uma atleta de alto nível e, de maneira
mais eficiente, organizar um treino, são necessários testes, equipamentos e
medições que possibilitem observar, organizar e analisar os dados referentes ao
objeto de pesquisa. No entanto, para observar os resultados e planejar o
desempenho de estudantes em um processo de aquisição de determinados
conhecimentos, são necessários procedimentos diferentes, tempo de coleta e
análise de dados diferentes do exemplo anterior. Isso ocorre porque, ainda que
tenham algumas semelhanças, são áreas distintas.
Dessa forma, podemos dizer que o planejamento é crucial para o desenvolvimento
e os resultados de uma pesquisa. É nesse momento que são selecionados
métodos e técnicas para abordar o fenômeno ou objeto. Além disso, nessa etapa,
elabora-se o projeto de pesquisa, em que o pesquisador terá um caminho
planejado para orientar seus objetivos.
Figura 2 - A busca por coerência epistemológica e metodológica é desafiadora, pois são quesitos que
norteiam o conhecimento científico. Fonte: docstockmedia, Shutterstock, 2018.
Por fim, quanto a abordagem, as pesquisas podem ser quantitativas, visto que
consideram dados quantificáveis e orientam a análise no mesmo sentido; ou
qualitativas, em que o pesquisador se preocupa mais com o processo do que com
o resultado, buscando compreender o fenômeno em relação ao contexto.
A partir dessas escolhas, pode-se falar em classificações ou tipos de pesquisas,
que dependem das escolhas da técnica, do método e dos fundamentos
epistemológicos adotados pelo pesquisador. Nesse aspecto, não cabe julgar qual é
o melhor ou o mais correto tipo de pesquisa a ser realizado ao se abordar temas
relacionados à educação. Assim, podemos dizer que o mais indicado é conhecer
os tipos de pesquisas mais utilizados e refletir sobre qual é o mais adequado ao
tema e aos objetivos propostos.
VOCÊ SABIA?
Uma das entidades que concentra pesquisas em educação é a Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), que, em 2018, comemora 40 anos de existência.
Bianualmente, acontecem eventos nacionais e regionais com o objetivo de divulgar e discutir as
pesquisas em educação que acontecem no país. Acesse o site da associação para conhecer mais
sobre o assunto: <http://www.anped.org.br/ (http://www.anped.org.br/)>.
Um ponto importante a ser considerado é que os resultados dessas pesquisas
servem de parâmetro para políticas públicas educacionais e fomentam discussões
na sociedade. Desse modo, é importante nos atentarmos, também, para a
complexidade, tanto dos objetos quanto da interpretação dos resultados. Em
muitos momentos, em vez de suscitarem medidas e discussões para melhoria da
educação, a divulgação dos resultados, dependendo da forma com que são
expostos, podem gerar desvalorização e desconfiança em relação ao trabalho
educativo.
Figura 3 - A partir de resultados de pesquisas, são feitas escolhas. Fonte: Digital Genetics, Shutterstock,
2018.
Outra questão importante trata de como a pesquisa auxilia na compreensão da
relação entre sociedade e educação, estando visível nas decisões referentes as
políticas educacionais. Isso porque muitas políticas são elaboradas com base em
dados resultantes de pesquisa, como é o caso do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (Inep), que fornece dados para a distribuição de recursos e
estimativas quanto ao desempenho e qualidade da educação nacional.
VOCÊ SABIA?
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) é uma autarquia
federal vinculada ao Ministério da Educação. Ele foi criado em 1973 e tem como objetivo subsidiar
as políticas públicas educacionais, desde a Educação Básica até a Superior, por meio de dados
produzidos a partir de avaliações, exames e indicadores.
A partir das críticas e observações, por volta dos anos de 1980, diferentes teorias e
métodos foram sendo adotados nas pesquisas educacionais:
Quadro 2 - Tipos de pesquisas mais utilizados na educação. Fonte: Elaborado pela autora, baseado em
SEVERINO, 2016.
Ressalta-se, ainda, que todas as pesquisas contam com uma parte de pesquisa
bibliográfica, em que o pesquisador apresenta o que já foi produzido a respeito do
tema e traz a fundamentação teórica necessária para embasar o restante da
pesquisa.
Após o cuidado e a exploração do objeto de pesquisa, o pesquisador avança mais
alguns passos e parte para a seleção da abordagem, que pode ser quantitativa ou
qualitativa. Na sequência, serão apresentadas suas respectivas características e as
possibilidades referentes a pesquisa em educação.
Figura 4 - A abordagem quantitativa trabalha com dados e resultados quantitativos. Fonte: Sergey Nivens,
Shutterstock, 2018.
Os pressupostos que embasam a pesquisa quantitativa são oriundos do
Positivismo. Essa tendência filosófica e epistemológica, para compreender a
realidade, recorre à racionalidade, objetividade e neutralidade em relação ao
objeto da pesquisa. Os dados devem ser mensuráveis, com origem em
experimentos ou procedimentos que permitam traduzir em números a realidade
observada. Parte daí a ideia de neutralidade científica, ou seja, de acordo com os
pressupostos positivistas, o pesquisador precisa se afastar do objeto de pesquisa
para se manter neutro. Aliás, esse é um dos quesitos que suscita críticas em
relação a abordagem quantitativa (CARVALHO, 2000). Especialmente no que se
refere à educação, é necessário, ainda, considerar o entorno e o contexto em que a
pesquisa acontece, tendo a ver com a complexidade própria dessa área de
conhecimento.
Entretanto, é necessário considerar que os dados estatísticos, mesmo que não
reflitam a realidade exatamente como ela é, colaboram para a caracterização do
fenômeno e auxiliam na análise da realidade educacional. Um exemplo são os
dados fornecidos pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que são
formulados a partir de avaliações de larga escala, somados ao censo escolar, com
o objetivo de indicar dados referentes a educação básica, como qualidade,
aprendizagem e número de alunos matriculados. Há alguns anos, inclusive, não
havia um tipo de indicativo nacional a respeito do desempenho dos estudantes e
da qualidade da educação brasileira; hoje, graças a implantação de sistemas de
verificação de aprendizagem e o censo escolar, os pesquisadores contam com
informações e estatísticas que podem auxiliar as pesquisas educacionais.
Para além da pesquisa quantitativa, podemos mencionar a pesquisa qualitativa,
que possui uma abordagem diferenciada. Veremos melhor sobre ela a seguir.
Figura 5 - A abordagem quantitativa surte alguns questionamentos, pois o pesquisador, ainda que tente
não influenciar os dados da pesquisa, faz parte dela. Fonte: vetkit, Shutterstock, 2018.
1. visa a descoberta;
2. enfatiza a interpretação dentro de um contexto;
3. busca retratar a realidade de forma completa e profunda;
4. usa uma variedade de fontes de informação;
5. revela experiências que podem ser generalizadas para situações semelhantes;
6. procura representar os diferentes pontos de vista em uma situação social;
7. os relatos utilizam linguagem e forma acessíveis.
Figura 6 - O estudo de caso se refere ao estudo de uma ocorrência específica, mas que possibilita que os
resultados sejam generalizados. Fonte: bluebay, Shutterstock, 2018.
SO
m estudante de mestrado que pretende concorrer a uma bolsa ofertada pelo programa de pós-graduação
atriculado. Para participar da seleção, ele precisa apresentar um resumo de seu projeto de pesquisa já
lo orientador.
m, Vicente fez o resumo e, antes de submetê-lo, pediu a opinião de alguns colegas quanto aos
ntos metodológicos.
avo leu o documento e mencionou que seria interessante utilizar a abordagem qualitativa, bem como
ltou que o questionário não estava adequado, pois continha apenas perguntas objetivas;
leu e disse que o objetivo do trabalho não estava claro, pois dizia “analisar o sistema de avaliação
ado pela escola”;
iana leu o resumo e explicou que apenas a linguagem estava difícil de entender, sendo pouco objetiva. Ela
ou, então, um trecho como exemplo: “poucas pesquisas indicam se a avaliação é adequada ou não a
as de educação infantil”.
considerações dos colegas, Vicente resolveu consultar o professor para saber se ele concorda ou não com
mentos, e, caso concorde, se poderia indicar a melhor maneira de corrigi-los. O professor, então,
com as colocações de Leila e Veridiana, indicando alguns textos para auxiliar Vicente nas correções. Já a
foi considerada adequada, visto que o trabalho científico é bastante exaustivo e diferentes olhares
tribuir com o pesquisador. Contudo, é importante destacar que a opinião do orientador é o norte mais
m vista da experiência e do conhecimento sobre o assunto.
Com isso, podemos dizer que o projeto é o ponto de partida para a organização de
pesquisa, mas, para elaborá-lo, são necessários alguns conhecimentos quanto a
metodologia da pesquisa em educação e o objeto que se pretende investigar.
VOCÊ SABIA?
Existem bancos de dados que reúnem teses e dissertações desenvolvidas no país com acesso
eletrônico e gratuito. Em geral, as universidades que dispõem de programas de pós-graduação
possuem esses acervos virtuais. Um muito rico e de fácil acesso é o da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Para conhecer, acesse o link:
<http://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/
(http://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/)>.
<https://professores.faccat.br/moodle/pluginfile.php/13410/mod_resource/content/1/como_elaborar_
projeto_de_pesquisa_-_antonio_carlos_gil.pdf
(https://professores.faccat.br/moodle/pluginfile.php/13410/mod_resource/content/1/como_elaborar_
projeto_de_pesquisa_-_antonio_carlos_gil.pdf)>.
A seleção de como ocorrerá a coleta de dados precisa ser coerente com as outras
partes da pesquisa. Nesse sentido, Severino (2016, p. 135) também nos adverte
que “A ciência, como modalidade de conhecimento, só se processa como
resultado de articulação do lógico com o real, do teórico com o empírico”. Por
exemplo, para uma abordagem qualitativa, é possível adotar a técnica de
questionário fechado, mas não a de entrevista não diretiva. Já para a abordagem
qualitativa, a observação e a história de vida são mais interessantes do que o
questionário.
Após a coleta de dados, é necessário organizá-los, classificá-los e selecionar o tipo
de análise que será realizada. Essas escolhas podem ser feitas conforme o
pesquisador entra em contato com o universo pesquisado ou antes mesmo de
estar em contato com o ambiente e os sujeitos da pesquisa. Em ambos, é
necessário planejamento. No item a seguir, discutiremos os aspectos de
organização, classificação e análise de dados.
Síntese
Concluímos o primeiro capítulo da disciplina de Pesquisa em Educação. A partir de
agora, você já sabe o que é uma pesquisa científica e algumas especificidades da
pesquisa em educação. A pesquisa científica tem a ver com o conhecimento
científico, e, para sua validade, são necessários alguns procedimentos
metodológicos, não apenas a publicação de resultados, mas a descrição do
caminho percorrido para chegar até eles.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
compreender a diferença entre senso comum e conhecimento científico;
entender as especificidades da pesquisa em educação;
identificar a importância da pesquisa em educação;
conhecer os procedimentos metodológicos e tipos de pesquisas;
aprender os procedimentos éticos da pesquisa com seres humanos.
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