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INSTRUMENTAÇÃO VIRTUAL E ANALÍTICA

INTRODUÇÃO

A tecnologia avançada nos últimos anos catalizou uma revolução na instrumentação


para teste, medição e automação. Um grande desenvolvimento resultante da onipresença do
computador é o conceito de instrumentação virtual e analítica, o qual oferece vários benefícios
para engenheiros e pesquisadores que buscam aumento de produtividade, da precisão e do
desempenho.

Este trabalho tem por finalidade apresentar os conceitos, aplicações e benefícios da


utilização da instrumentação virtual e analítica.

INSTRUMENTAÇÃO VIRTUAL

A instrumentação virtual trata-se de uma camada de software /ou hardware,


acrescentada a um computador de uso geral, de tal modo que usuários possam interagir com o
computador da mesma forma como interagiam com os instrumentos eletrônicos tradicionais,
como osciloscópios, multímetros e geradores de sinal, agregando a estas outras funções
definidas por programação. A instrumentação virtual recebe um novo ambiente de integração,
ainda pouco explorado, com o grande crescimento que tem ocorrido na área de dispositivos
móveis, como o PDAs (Personal Digital Assistants), netbooks, e mais recentemente os tablets,
como pode ser vista na Figura 1 apresentada a seguir.

Figura 1 – Instrumentação virtual

Um instrumento virtual consiste em um computador industrial ou estação de trabalho


(Workstation) equipado com um poderoso software aplicativo, hardware com custo otimizado,
como placas plug-in e drivers, que juntos desempenham as funções dos instrumentos
tradicionais. Instrumentos virtuais representam uma revolução nos sistemas de
instrumentação tradicionais focados em hardware para sistemas centrados em software que
exploram o poder computacional, a produtividade, a visualização gráfica e as funcionalidades
de conectividade dos populares computadores de mesa (PC desktops) e estações de trabalho.
Embora o PC e a tecnologia de circuito integrado tenham proporcionado avanços significantes
nas últimas duas décadas, é o software que realmente proporcionou que esta poderosa
plataforma de hardware fosse utilizada para criar instrumentos virtuais, oferecendo condições
favoráveis para criar soluções inovadoras e reduzir significativamente os custos quando
comparado com a abordagem tradicional. Com instrumentos virtuais, engenheiros e
pesquisadores constroem sistemas de medição que se adequam exatamente as suas
necessidades (sistemas definidos pelo usuário) ao invés de estar limitado pelas funções fixas
dos instrumentos tradicionais (definido pelo fabricante).

Ao empregar soluções de instrumentação virtual, você pode reduzir o investimento,


custos de desenvolvimento do sistema e custos de manutenção do sistema, enquanto reduz o
tempo de desenvolvimento e a aumenta a qualidade de seus produtos.

O software é o componente mais importante de um instrumento virtual. Com a


ferramenta de software correta, engenheiros e pesquisadores podem, com extrema eficiência,
criar suas próprias aplicações, projetando e integrando rotinas que um processo em particular
requer. Eles podem, também, criar uma interface de usuário apropriada que melhor se adeque
ao propósito da aplicação e com aqueles que irão interagir com ela. Eles podem definir como e
quando a aplicação adquire dados do dispositivo, como ela processa, manipula e armazena os
dados e como os resultados são apresentados ao usuário.

Uma importante vantagem que o software fornece é modularidade. Quando se


deparam com um projeto grande, engenheiros e pesquisadores geralmente abordam a tarefa
quebrando-a em unidades funcionais solucionáveis. Essas subtarefas são mais gerenciáveis e
fáceis de testar, reduzindo as dependências que podem causar um comportamento
inesperado. Você pode projetar um instrumento virtual para solucionar cada subtarefa e,
então, integrá-las como um sistema completo para solucionar a aplicação maior. A facilidade
com a qual você pode realizar essa divisão de tarefas depende muito da arquitetura do
software subjacente.

INSTRUMENTAÇÃO ANALÍTICA

A instrumentação analítica está presente em diversos setores industriais, desde a


fabricação de produtos derivados de petróleo, a geração de energia, a siderurgia, a mineração,
papel e celulose, até a indústria farmacêutica e a alimentícia.

Em todas estas aplicações é fundamental o controle do processo, para gerar produtos


mais competitivos, pela otimização e pela redução da variabilidade de sua fabricação. A
importância deste controle também se estende nas áreas de utilidades, meio ambiente e
segurança, para otimizar a eficiência dos equipamentos, monitorar as condições ambientais,
otimizar a manipulação e o tratamento de efluentes ambientais e manter a segurança de
homens e equipamentos.

A instrumentação fornece estes dados para que o controle seja possível, através da
intervenção humana ou mesmo automaticamente. Quase todas as propriedades físico-química
de um elemento ou uma substância podem ser utilizados como base para determinar um
método analítico instrumental.

Por conta da complexidade e necessidade de automatização do processo, a


instrumentação dividida em duas partes, a instrumentação convencional e a instrumentação
analítica.

A instrumentação convencional é composta por medidores como de temperatura,


pressão e vazão, no qual na sua maioria já contendo transmissores e indicações cegas, já que
não há necessidade de calibrações frequentes.
Já na instrumentação analítica têm-se como exemplos os medidores de pH,
condutividade e espectrofotômetros, que são equipamentos que contêm transmissores
acoplados e indicação local, pois há uma necessidade de calibração frequente. A figura 2
apresenta uma planta contendo instrumentos analíticos.

Figura 2 – Instrumentação analítica

A medição analítica pode ser qualitativa ou quantitativa. A qualitativa é o tipo de


medição que determina a composição em uma amostra e a quantitativa é o tipo de medição
que determina a quantidade de cada componente da amostra. Quase a totalidade das espécies
físico-químicas podem ser qualificadas ou quantificadas com as três famílias da
instrumentação analítica, que são a amperométrica, a potenciométrica e a
espectrofotométrica.

A instrumentação analítica deve ser utilizada em processo para controle online, junto
com o laboratório para definir e verificar os valores de processos e no campo para verificar as
medições.

A instalação de um instrumento analítico pode ser de três tipos, que são Ín situ, On
sito ou Extrativa. O Ín situ é o tipo de instrumento quando o sensor opera imerso diretamente
no processo; o On sito é quando o sensor opera próximo no processo; e a Extrativa é quando a
amostra é retirada do processo.

Para otimizar a eficiência no controle dos parâmetros é utilizada a malha fechada,


composta por um elemento primário, que é o sensor, que vai qualificar o parâmetro; o
analisador, que vai quantificá-lo; o transmissor que é responsável por enviar as informações
para o controlador, e este por sua vez vai atuar no elemento final de controle. O controlador é
o responsável por manter os parâmetros dos produtos conforme especificado.

Outro fator importante de se destacar é que cada aplicação tem a sua particularidade.
Portanto, o mesmo instrumento analítico pode ter desempenhos diferentes em aplicações
distintas. Por conta disso, muitas vezes há a necessidade de um desenvolvimento de um
projeto customizado, porque estas características são determinantes para a construção de um
sistema analítico.
CONCLUSÃO

A Instrumentação virtual e analítica são alimentadas com todo avanço tecnológico dos
computadores e processos de automação e oferece a possibilidade de criação e definição do
seu próprio sistema baseado em framework aberto. Este conceito não só garante que seu
trabalho será útil no futuro como também fornece a flexibilidade para adaptá-lo e expandi-lo
quando necessário.

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