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Instituto Superior Dom Bosco

Módulo: Instalações de Instrumentação Industrial


4º Ano. I Semestre (2023)
TEMA: SISTEMAS SUPERVISÓRIOS 
Eletricidade – Pos laboral

Discentes:

 Alberto Jo
 Alcidio Nhatinombe
 Cabral Magaia
 Denisse Mucavele

Prof. Doutor Acácio José Zimbico

Maputo,08 de Abril de 2023


Indice
Introdução............................................................................................................................................2
Objectivo geral....................................................................................................................................3
Objectivos específicos.........................................................................................................................3
Sistemas Supervisórios........................................................................................................................4
Como funcionam os Sistemas Supervisórios.......................................................................................4
Sensores e atuadores............................................................................................................................4
Estações remotas.................................................................................................................................4
Rede de comunicação..........................................................................................................................5
Estações de monitoramento central......................................................................................................5
Geração de Alarmes Industriais...........................................................................................................5
Os benefícios dos Sistemas Supervisórios na indústria........................................................................6
Diminuição de paradas e ganho produtivo...........................................................................................6
Maior qualidade dos produtos..............................................................................................................6
Melhor aproveitamento do dados gerados...........................................................................................6
Diminuição de custos...........................................................................................................................7
HMI.....................................................................................................................................................7
Vantagens das IHM.............................................................................................................................8
HMI e SCADA....................................................................................................................................8
Aquisição de dados..............................................................................................................................9
Comunicação de Dados.......................................................................................................................9
Variáveis dos sistemas supervisorios.................................................................................................10
Operadores dos SCADA....................................................................................................................10
ELABORAÇÃO DO SUPERVISÓRIO............................................................................................11
Conclusão..........................................................................................................................................12
Bibliografia........................................................................................................................................13

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Introdução

Sabemos que as indústrias atuais, independente do seu ramo de atuação, precisam lidar com grandes
volumes de dados gerados a cada instante. E uma parte destes ainda necessitam de acompanhamento
contínuo para o pleno andamento de um processo.

Vejamos um exemplo: dentro da produção de etanol são utilizadas colunas de destilação. Essas são
projetadas para funcionar dentro de limites inferiores e superiores de pressão.

Ultrapassar os limites de pressão estabelecidos compromete diretamente o processo. Neste caso,


podem ocorrer problemas como o produto sair fora das especificações, comprometendo sua
qualidade, e a coluna não suportar a ultrapassagem do limite superior de pressão, causando acidentes.

Através desse exemplo fica claro a importância do monitoramento de dados dentro de um processo
produtivo.

Agora imagine o custo para se manter um colaborador para supervisionar cada processo dentro de
uma planta. E o quão suscetíveis a erros estes seriam se comparados a um sistema autônomo?

Pensando nisso, foram criados os Sistemas Supervisórios.

Neste trabalho, vamos compreender o que são os Sistemas Supervisórios, seus componentes e
funcionamento, bem como seus benefícios para um processo produtivo.

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Objectivo geral

 Compreender dum modo geral a composicao e funcionamento dos sistemas supervisórios.

Objectivos específicos

 Definir os sistemas supervisórios e interfaces home maquina;


 Descrever o funcionamento dos sistemas supervisórios e IHMs;
 Listar e definir as partes que compoem os sistemas supervisórios;
 Explicar a relacao entre SCADA e IHM.

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Sistemas Supervisórios

Os sistemas supervisórios são softwares que têm por finalidade monitorar dados importantes em um
processo produtivo dentro de uma instalação fabril. E tudo isso de forma autônoma.

Os supervisórios obtêm e organizam as variáveis relevantes adquiridas do processo produtivo. As


informações são então apresentadas de forma clara em uma tela para o usuário responsável pelo
monitoramento.

Isso facilita a interação do colaborador com o chão de fábrica, visto que ele consegue dar a devida
atenção aos fatores obtidos no processo, sem perder informações importantes e tudo em tempo real.

Como funcionam os Sistemas Supervisórios

Podemos explicar o funcionamento de um sistema supervisório através da divisão de seus principais


componentes. São eles: sensores e atuadores, estações remotas (aquisição/controle), rede de
comunicação e de monitoração central.

Sensores e atuadores
São dispositivos ligados aos equipamentos supervisionados pelo sistema. Os sensores são
responsáveis por converter parâmetros físicos em analógicos e digitais, que são enviados para as
estações remotas. Estes parâmetros podem ser temperaturas, pressões, níveis e status de uma
determinada máquina.

Os atuadores, por sua vez, exercem ações sobre o processo. São capazes de ligar, desligar,
movimentar e modificar o status de determinado equipamento.

Estações remotas
É onde o processo de aquisição dos dados se inicia. Para isso são utilizados os PLC’s –
Programmable Logic Controllers (ou CLP’s – Controlador Lógico Programável) ou as RTU’s –
Remote Terminal Units (ou Unidade Terminal Remota).

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Os PLC’s e as RTU’s são dispositivos eletrônicos que permitem a comunicação entre a estação
central de monitoração e os equipamentos monitorados. Através destes dispositivos é possível a
obtenção dos dados informados pelos sensores, execução de seus cálculos e apresentação de saídas.

Neles também são armazenados, em uma base no controle central, todos os dados adquiridos no
processo.

Rede de comunicação

Uma rede de comunicação é a plataforma responsável pelo fluxo de informações entre as estações
remotas as estações de monitoramento central.

Para isso, devem ser implementadas, de acordo com os requisitos e distâncias através de cabos de
fibra óptica, serviços discados e dispositivos sem fio, por exemplo.

Estações de monitoramento central


As estações de monitoramento central são responsáveis pelo monitoramento e supervisão do sistema.
Para isso, as mesmas recebem as informações encaminhadas pelas estações remotas e agem
conforme os eventos apresentados.

Essas estações podem ser apresentadas em um único computador como também distribuídas entre
vários através de uma rede que permita o compartilhamento de dados.

Geração de Alarmes Industriais


Os sistemas supervisórios são a base para a geração de alarmes industriais.

Com o monitoramento da planta, os sistemas supervisórios identificam as situações inesperadas e


fora dos padrões estabelecidos. A partir de então, sinaliza o problema em tempo real, indicando a
necessidade de uma ação corretiva.

Além de indicar o erro, o sistema ainda armazena este alarme em seu banco de dados possibilitando
sua posterior consulta.

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Os alarmes industriais gerados contribuem, por exemplo, para a redução de paradas não-programadas
na planta, diminuição do risco de acidentes e garantia de qualidade para os produtos fabricados. 

Os benefícios dos Sistemas Supervisórios na indústria

Os sistemas supervisórios são capazes de gerar vários benefícios dentro de uma organização.

Estes não se restringem apenas à linha de produção, com o monitoramento de um equipamento. A


sua importância vai além, estendendo-se ao nível estratégico, utilizando os dados gerados para uma
melhor tomada de decisão.

Diminuição de paradas e ganho produtivo


Como todo processo está sendo monitorado, as paradas de equipamentos podem ser estudadas e
diminuídas. Além disso, os problemas são encontrados com maior rapidez, possibilitando o
solucionamento ágil.

Esses pontos contribuem para um tempo maior de OEE (tempo de máquina disponível), resultando
em uma atividade mais produtiva e menos interruptiva.

Maior qualidade dos produtos


Os sistemas supervisórios também devem ser utilizados para o controle de indicadores essenciais do
produção, monitorando os padrões de qualidade definidos.

Em caso de variância, o sistema supervisório é capaz de informar rapidamente, permitindo uma


rápida correção e a garantia de produtos dentro das referências de qualidade.

Além disso, o sistema ainda registra todos os dados coletados. Uma posterior consulta dos mesmos é
capaz de gerar o diagnóstico dos problemas e a viabilização de soluções mais efetivas.

Melhor aproveitamento do dados gerados

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Através do sistema supervisórios, todos os dados relacionados ao monitoramento da planta são
armazenados. Esses podem alimentar outros sistemas, como os referentes ao Planejamento e
Controle da Produção e manutenção.

Além disso, através da análise de dados ainda pode ser observado se os indicadores estão dentro dos
limites estipulados, bem como encontradas tendências que facilitem o planejamento estratégico.

Todos esses fatores possibilitam a otimização da produção e, consequentemente, ganhos financeiros


gerados pelo melhor aproveitamento da capacidade produtiva.

Diminuição de custos
Os sistemas supervisórios reduzem a necessidade de operadores no monitoramento da produção,
informando de maneira automática todos os status relacionados ao processo.

Outra redução de custo no capital humano é no processo de obtenção de dados. Os sistemas


supervisórios são capazes de fazer a aquisição de maneira mais rápida e confiável. Isso reduz tempo
de elaboração bem como de correção, já que não está propenso a erros como um operador humano.

A otimização da produção citada em tópicos anteriores também está relacionada à redução de custos.
Isso porque o número de paradas é reduzido, acidentes de trabalho são prevenidos e o controle da
produção torna-se maior e mais eficiente.

HMI

HMI significa interface homem-máquina e consiste em um painel que permite a um usuário se


comunicar com uma máquina, um programa de computador ou um sistema. Tecnicamente, você
poderia aplicar o acrônimo HMI a qualquer tela que alguém usasse para interagir com um
dispositivo, mas em geral ele é usado para descrever as telas utilizadas em ambientes industriais.
As HMIs exibem dados em tempo real e permitem que um usuário controle o equipamento
usando uma interface gráfica do usuário.

A HMI está presente em diversos setores. Ela é comum em vários tipos de fabricações de
produtos, desde automóveis até bebidas e produtos farmacêuticos. Setores como energia, água,

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esgoto, construção civil e transportes também usam HMIs. Profissionais como integradores de
sistema, operadores e engenheiros, principalmente engenheiros de sistema de controle de
processo, usam HMIs com frequência. Esses profissionais podem usar HMIs para controlar
máquinas, veículos, fábricas ou edifícios.

Vantagens das IHM

As HMIs proporcionam vários benefícios às organizações industriais atuais, entre eles:


 Melhor visibilidade
 Maior eficiência
 Menor tempo de inatividade
 Capacidade de uso aprimorada
 Sistema unificado

HMI e SCADA

Às vezes, os usuários confundem HMI e SCADA devido às semelhanças entre eles e ao fato de
ambos trabalharem juntos. Na verdade, uma HMI costuma ser parte de um sistema SCADA.
 
Um sistema SCADA é usado para controlar sistemas grandes, como uma fábrica ou uma
instalação inteira. Ele é uma combinação de muitos outros sistemas, inclusive PLCs, sensores e
unidades de terminais remotos (RTU, Remote Terminal Units). É o sistema SCADA que coleta e
registra dados. Ele também pode controlar operações do equipamento, às vezes de forma
automática.
Embora o SCADA colete e armazene os dados, é a HMI que permite aos usuários interagirem
com o equipamento e gerenciá-lo fornecendo um painel de fácil utilização para o usuário.

Por outro lado, a HMI é a interface que o usuário utiliza para interagir com o sistema SCADA e
com outros sistemas e equipamentos. Tanto a HMI e quanto o SCADA são elementos essenciais
do sistema de controle industrial maior. Embora o sistema SCADA colete e armazene os dados, a
HMI permite que usuários interajam com o equipamento e gerencie-o fornecendo um painel de
fácil utilização. Os dois são necessários: sem o SCADA, a HMI não teria informações para exibir

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nem conseguiria controlar o equipamento. Sem um sistema HMI, os usuários não conseguiriam
ver os dados coletados pelo sistema SCADA nem saberiam como controlar o equipamento.
 
O SCADA e a HMI são parte do mesmo sistema maior. O SCADA funciona nos bastidores,
enquanto a HMI geralmente é o único elemento com que os usuários conseguem interagir. É por
isso que os usuários geralmente fazem referência a eles juntos.

Aquisição de dados

Primeiramente, os sistemas atuais que precisam ser monitorados são muito mais complexos do
que o nosso exemplo da máquina, que fornece o sinal de produto pronto. Então, um sistema real
precisa monitorar centenas ou milhares de sensores e também medir variáveis como fluxo,
temperatura e pressão.

Alguns sensores medem entradas do sistema (como por exemplo o fluxo de água que entra em
um reservatório), enquanto que outros sensores medem saídas (como por exemplo, a pressão
acusada na válvula, quando a água é liberada ou sai do reservatório).

Alguns destes sensores medem eventos simples que podem ser detectados por chaves
liga/desliga, chamados de entradas discretas (ou digitais). Por exemplo, no nosso modelo
simples, poderia ser um sensor indutivo para detecção da ferramenta que quando acionado emite
sinal discreto “1” e quando não acionado emite sinal discreto “0”.

Alguns sensores mais complexos são capazes de medir situações onde a precisão é importante. É
o caso de sensores analógicos que são capazes de detectar mudanças contínuas no processo
sendo que quando estas mudanças ocorrem, a saída destes sensores variam em nível de tensão ou
corrente, podendo então ser interpretada por um CLP ou controlador que se comunica com o
SCADA.

Alguns exemplos que podemos citar é a utilização do micrômetro laser para a medição de
diâmetro ou o sensor ultrassônico para a medição do nível exato de um tanque, ou ainda um
sensor de visão para detecção de imperfeições em produtos.

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Comunicação de Dados

No nosso exemplo da máquina de ferramenta, a comunicação era o cabo ligando a chave à


lâmpada instalada no painel. No mundo real entretanto, é necessário o monitoramento de
múltiplos sistemas e a informação deve ser centralizada. Assim, são necessários protocolos de
comunicação capazes de transportar em longas distâncias todos os dados coletados dos sensores
e enviar a uma central.

Os SCADA ‘s antigos se comunicavam através de rádio frequências, modem ou linhas


dedicadas. Com a necessidade de mais e mais dados serem transmitidos, novos meios físicos
tiveram que ser modernizados surgindo então as fibras óticas com a utilização de um protocolo
padronizado (SONET) capaz de transferir dados digitais sobre fibras óticas em grandes
velocidades. Por razões de segurança, os dados começaram a ser mantidos em redes privadas
LAN ou WAN sem a exposição da internet aberta.

Atualmente, os SCADA ‘s atuais não se comunicam apenas por sinais elétricos e em quase todas
as aplicações os dados são encapsulados em protocolos de comunicação para então serem
enviados. Os sistemas antigos dependiam muito de protocolos proprietários (Devicenet e
Profibus são alguns deles). Atualmente porém, apesar destes protocolos serem bastante utilizados
no mercado, a tendência é a utilização cada vez maior de protocolos abertos (Ethernet IP,
Modbus TCP/IP, etc).

Algo importante a dizer é que a maioria dos sensores e dispositivos elétricos simples não
conseguem se comunicar por protocolos, sendo necessário então a utilização de controladores
lógico programáveis (CLP) ou unidade remota de telemetria (RTU) que possuem a
funcionalidade de adquirir os sinais simples dos sensores, processar a informação e transmitir por
protocolo todos os dados para o SCADA. Algumas comunicações existentes atualmente no
mercado são Ethernet, Modbus, Profibus, Devicenet, CC-Link, Ethercat.

Variáveis dos sistemas supervisorios

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Variáveis do processo devem ser convertidas de forma que sejam compreendidas pelos
operadores do sistema supervisório; Podem ser do tipo: digital, analógica ou literal; Campos
obrigatórios: valor mínimo e máximo, unidade, escala e tipo de dado.

Operadores dos SCADA

Profissionais como integradores de sistema, operadores e engenheiros, principalmente


engenheiros de sistema de controle de processo, usam HMIs com frequência. Esses profissionais
podem usar HMIs para controlar máquinas, veículos, fábricas ou edifícios.

ELABORAÇÃO DO SUPERVISÓRIO

Segundo Pedruzi (2014), elaboração do sistema supervisório segue as seguintes etapas :

 Entendimento do processo;
 Tomada de dados (variáveis);
 Planejamento do banco de dados;
 Planejamento de alarmes;
 Planejamento de hierarquia de telas de navegação;
 Desenho das telas;
 Gráficos de tendência;
 Planejamento de um sistema de segurança;
 Padrão industrial.

Alguns sistemas supervisórios em destaque no mercado:

 Elipse da Elipse Software.


 FactoryTalk View SE da Rockwell Automation.
 iFIX da General Electric.
 InduSoft Web Studio da InduSoft.
 ProcessView da SMAR.
 ScadaBR (open source) da MCA Sistemas.

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 SIMATIC Wincc da Siemens.
 Vijeo Citect da Schneider Electric.
 Wondeware inTouch da Invensys.

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Conclusão

O presente trabalho foi bastante util para o aprofundamento dos nossos conhecimentos sobre
automação e intrumentação industrial, podemos concluir que os nossos objetivos foram
alcancados.

Entre outros, o ponto mais interessante da nossa pesquisa foi a diferenciacao dos SCADA e das
IHM onde pudemos concluir que Embora o SCADA colete e armazene os dados, é a HMI que
permite aos usuários interagirem com o equipamento e gerenciá-lo fornecendo um painel de fácil
utilização para o usuário.

Nas nossas pesquisas pudemos compreender dum modo geral a composicao e funcionamento dos
sistemas supervisórios e dispertamos a nossa curiosidade em conhecer e aprender ainda mais
sobre os SCADA e IHM.

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Bibliografia

AZEVEDO, P. K. C. Desenvolvimento de um sistema supervisório e lógicas de CLP no


ambiente de Geração de Energia. 92f, 2013. Monografia (Bacharel em Engenharia de Controle e
Automação) – Departamento de Automação e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina
– Florianópolis, SC, 2013.

CONSTAIN, N. B. P. Integração de sistemas SCADA com a implementação de controle


supervisório em CLP para sistemas de manufatura. 2011, 143p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Automação e Sistemas) - Curso de Pós-graduação em Engenharia de Automação
e Sistemas, Universidade Federal de Santa Catarina – Florianópolis, SC, 2011.

FONTES, I. R. & CAGNON, J. A. Sistema de supervisão e controle para aplicação em viveiros


de mudas. In: ENCONTRO DE ENERGIA NO MEIO RURAL, 4., 2002, Campinas. Encontrado
em: 10 .

MARTINS, G. M. Princípios de automação industrial. Notas de aula. Universidade Federal de


Santa Maria, 2007.

SILVA, A. P. G. da; SALVADOR, M. O que são sistemas supervisórios?. Elipse, 2005.

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