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Apêndices ................................................................................................................................................................ 25
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
O ambiente turbulento que assola as organizações, principalmente, nos últimos tempos, advindos da
globalização, da concorrência, das inovações tecnológicas, põe em desaire as estruturas
organizacionais, as quais necessitam de modificações frente a este cenário (Teixeira Filho, 2000). A
concorrência não está apenas entre mercados, mas também pela mão-de-obra qualificada, que está
cada vez mais escassa, impulsiona as empresas a buscarem estratégias visando envolver os
colaboradores, ou seja, cativar continuamente os profissionais qualificados, objectivando a sua
permanência na organização.
Sendo assim, as organizações devem oferecer condições para que seus colaboradores talentosos
criem e inovem, segundo suas habilidades e sua função para a melhoria da produtividade e da
produção. Para que isto seja possível, é necessário que o colaborador ao ser seleccionado deve em
seguida passar por um processo objectivo de integração e socialização para que possa se sentir parte
da organização e dentro dela usar o seu talento para alcançar os objectivos do seu posto e
consequentemente da organização.
É neste âmbito que se propõe o presente projecto que pretende trazer uma análise sobre o impacto
dos processos de integração e socialização para a motivação dos novos colaboradores com o trabalho
na empresa KJ & ML Consultoria & Serviços no ano de 2015-2016.
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bem como a proposta orçamental do processo todo desde a concepção até a submissão do relatório
final.
Ainda nesta sequência, é interessante vermos como Silva e Pinto, (2008) acreditam no papel e poder
da socialização dos indivíduos nas organizações, ao referirem que “um indivíduo socializado contribui
com o seu potencial, social e de trabalho para o alcance das metas da organização”. Assumindo o
papel preponderante dos processos de integração e socialização dos novos colaboradores na
melhoria do seu processo de intervenção para o alcance da missão da sua organização, e ao mesmo
tempo apostando numa nova dinâmica tendente à valorização desses dois processos, surgiu-nos a
seguinte questão:
Até que ponto os processos de integração e socialização dos novos colaboradores na empresa KJ & ML
Consultoria & Serviços, contribuem para a sua motivação com o trabalho?
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1.3. Justificativa
O interesse pelo estudo deste tema foi motivado por razões de ordem teórica e prática. Pois através
de leituras feitas, bem como em conversas com alguns profissionais de diferentes áreas e organizações,
uma das questões frequentemente colocadas quase por todos no que tange aos novos colaboradores
no seu contacto com a nova organização, são as dificuldades apontadas ao nível dos processos de
integração e socialização. Muitos consideram que estes processos não têm merecido o devido valor
real, o que de certa forma influencia em muitas variáveis na organização, como são os exemplos da
motivação, comprometimento, satisfação com o seu trabalho, entre vários, até aos níveis mais
elevados como são os casos da própria produtividade da organização. Levantadas estas dúvidas
julgamos que com este trabalho buscaremos trazer uma melhor análise baseada num fundamento
científico destes fenómenos no seio da organização, sobre tudo quando se trata do comportamento
organizacional.
Para tal, pretende-se que o estudo seja desenvolvido na empresa KJ & ML CONSULTORIA &
SERVIÇOS, junto dos colaboradores recrutados, seleccionados e integrados nos anos de 2015 e 2016.
Em termos do que se almeja como contributo ou impacto da temática nos âmbitos académico e
profissional, julgamos nós que quando terminado com êxito, o trabalho pode constituir-se como mais
um elemento de referência ou consulta para os académicos e um instrumento de apoio e melhoria
dos processos de socialização e integração para os profissionais da área de gestão de recursos
humanos bem como para os psicólogos organizacionais que actuam nas diferentes organizacionais.
Ademais, quando bem-sucedido, os resultados do trabalho podem ser de extrema importância para
a tomada de consciência e consequente intervenção dos colaboradores e gestores na EMPRESA KJ &
ML CONSULTORIA & SERVIÇOS para o aperfeiçoamento destes processos na promoção da
motivação dos novos colaboradores, rumo aos objectivos e missão da organização.
Trata-se de uma temática actual porque, ultimamente, o principal foco das organizações é a
capitalização do potencial humano e de talentos para os êxitos organizacionais sobre tudo porque
estamos num mundo de extrema dinâmica socioeconómica o que pressupõe que conhecer e gerir da
melhor forma os talentos nas organizações pode ajudar as organizações a alcançar os seus resultados
com eficiência e eficácia.
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1.4. Objectivos do trabalho
Os objectivos referem-se de um modo geral e específico aos que se pretende alcançar com a
investigação lavada acabo nesta temática. Assim temos como:
✓ Quais são os principais objectivos e etapas de integração dos colaboradores levados a cabo
na empresa KJ & ML Consultoria & Serviços?
✓ Quais são as principais fases e estratégias de socialização dos colaboradores na KJ & ML
Consultoria & Serviços?
✓ Quais são as teorias de motivação organizacionais que caracterizam os trabalhadores na KJ &
ML Consultoria & Serviços?
✓ Qual é o impacto das práticas de integração e socialização sobre a motivação para o trabalho
dos novos colaboradores na KJ & ML Consultoria & Serviços?
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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
b) Socialização
Na concepção de Van Maanen (2007), a socialização é como uma espécie de processamento de
pessoas, onde o novo indivíduo, ingressante na organização assume novos cargos, status ou papéis,
essa experiência nova é estruturada por outras pessoas dentro da organização. Nesta sequência
Gomes et al, (n.d.) definem socialização como sendo “o processo através do qual o individuo aprende
os valores, as competências, os comportamentos esperados e o conhecimento social essencial para
assumir um papel organizacional e participar como membro pleno da organização”. E por fim, para
Levy (1973), a socialização é um processo contínuo no qual o indivíduo, ao longo da vida aprende,
identifica hábitos e valores característicos que o ajudam no desenvolvimento de sua personalidade e
na integração de seu grupo, tornando-o sociável.
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c) Motivação no trabalho
Motivação no trabalho na perspectiva de Pender (1998), é o conjunto de forças energéticas que tem
origem quer no individuo, quer fora dele, e que moldam o comportamento de trabalho determinando
a sua força, direcção, intensidade e duração. Enquanto para Chiavenato (2004, p22), é "a pressão
interna surgida de uma necessidade também interna, que excitando (via electroquímica), as estruturas
nervosas origina um estado energinizador que impulsiona o organismo a actividade iniciando, guiando
e mantendo a conduta até que alguma meta, objectivo e incentivo seja conseguida ou resposta seja
bloqueada. Para o nosso estudo a definição de Pender é adequada porque fala de forças energéticas
que surgem no individuo, e que moldam o seu comportamento.
O programa de integração é constituído por várias etapas que iniciam antes do indivíduo se tornar
empregado. O candidato passa por algumas etapas inerentes ao processo selectivo, sendo a primeira
o recrutamento, de seguida a selecção e por fim a etapa de integração/ programa de integração.
É possível que as organizações que ainda não agregaram em sua prática quotidiana o treinamento de
integração fiquem mais vulneráveis às influências de pensamentos e convicções dos empregados
veteranos. Confirmando essa visão, Moscovici (2004) afirma que a maneira de lidar com as diferenças
individuais cria certo clima entre as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo,
principalmente nos processos de comunicação, relacionamento interpessoal, comportamento
organizacional e na produtividade
Na perspectiva de Araújo (2006, p.314), o programa de integração tem quatro objectivos principais,
nomeadamente:
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b) Diminuir o turnover (rotatividade) das pessoas da organização, uma vez que sem um programa de
ambientação, elas podem não se sentir parte integrante da organização;
c) Optimizar o tempo, ou seja, aproveitar o tempo no sentido de utilizá-lo de forma que a pessoa se
sinta ambientada o mais rápido possível;
d) Desenvolver expectativas realísticas, no sentido de não permitir devaneios por parte do recém-
chegado e despropósitos por parte da empresa.
Segundo os autores Gomes (n.d) e Rocha (1997) o programa de integração obedece as seguintes
etapas:
a) Boas vindas oficiais ao colaborador;
b) Visita às instalações da empresa;
c) Encontro com a chefia e os colegas da unidade organizacional;
d) Introdução nos deveres e incumbência da função;
e) Transmissão de informações acerca das políticas, dos procedimentos, das regras e de
aspectos disciplinares;
f) Seguimento do processo.
Gomes et al, (n.d, p.322) afirmam que “após terem sido seleccionados e aquando do seu ingresso na
organização, os novos colaboradores trazem consigo expectativas e imagens acerca da organização
que foram formando mediante o contacto com diversa informação/conhecimento, designadamente, a
colhida durante o processo de recrutamento e selecção”.
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a) A aquisição, pelo indivíduo, de comportamentos apropriados, no sentido de que venha a
exercer convenientemente o seu papel;
b) O desenvolvimento de competências e capacidades relacionadas com o trabalho;
c) O ajustamento de valores e normas do grupo/organização.
a) Socialização antecipatória
Na esteira de Gomes et al., (n.d), esta etapa engloba o processo de selecção mas também inclui
diversos momentos e ocorrências anteriores. Ilustrando, os indivíduos transportam consigo noções
e perspectivas acerca do que é a vida empresarial. As imagens e expectativas podem ser edificadas
sobre as referências transmitidas por amigos e conhecidos, as notícias divulgadas na comunicação
social e os documentos que a própria organização dissemina.
b) Treinamento
Após a fase da socialização antecipatoria, segue-se a fase de treinamento também conhecida como
encontro ou ainda ingresso. Esta fase caracteriza-se por ser uma etapa através da qual funcionário
tenta equilibrar suas forcas internas, ou melhor, exigências e expectativas pessoais com as da empresa.
O funcionário aprende novas tarefas, as especificadas da nova organização, e passa a conhecer os
colegas de trabalho. As expectativas do funcionário quanto ao estilo de trabalho e de grupo
comparadas a realidade cotidiana são um resultado inevitável nesse momento (Bowditch e Buono,
2002)
Neste estágio Feldman (1976,) destaca quatro actividades que as considera de maior importância para
os empregados, nomeadamente:
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1. Estabelecimento de novos relacionamentos com colegas de trabalho e supervisores;
c) Ajustamento
Van Maanen e Schein (1979,p.230) definem as tácticas de socialização como “ os modos através dos
quais as experiências dos indivíduos, transição de um papel para o outro, são estruturadas para os
novatos, pelos antigos membros da organização”. Nota-se que estas estratégias não são mutuamente
exclusivas e, na prática, estão combinadas de diversas formas. Contudo os autores Chiavenato (1999),
Van Maanen (1996), e Cunha, Rego, Campos & Cardoso (2007), falam da existência de sete pares de
estratégias de socialização que são empregues pelas empresas para o alcance dos objectivos
organizacionais e são:
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a) Estratégias formais e informais de socialização
b) Estratégias colectivas e individuais de socialização
c) Estratégias sequenciais e não sequenciais/randómicas de socialização
d) Estratégias fixas e variáveis de socialização
e) Estratégias de socialização por competição ou por concurso
f) Estratégias de socialização em série e isoladas
g) Estratégias de socialização por meio de investidura e despojamento
As pessoas podem ser motivadas nas organizações onde trabalham de duas formas: motivação
intrínseca e a extrínseca.
Motivação intrínseca reporta-se a comportamentos de trabalho que são efectuados com entusiasmo.
O próprio trabalho provoca satisfação na pessoa que desempenha, fazendo com que o individuo
execute com prazer, sentindo-se motivado intrinsecamente.
De acordo com Deci (1975), "as actividades motivadas intrinsecamente são aquelas para as quais não
há recompensas aparentes, para além da actividade em si mesma as actividades são mais fins em si
mesmas do que meios para alcançar um fim"
Motivação extrínseca refere-se a comportamentos que estão motivados pelo facto de terem uma
finalidade. Essa finalidade pode ser a obtenção de uma recompensa material ou então para evitar uma
punição. Esta pode ser associada a diversos factores, tais como estatuto social, ego, comparação com
outros, prémios, reconhecimentos e ou elogios
O estudo da motivação no trabalho é o foco central do nosso debate sobre a motivação humana e
as organizações. As teorias da motivação tratam das forças propulsoras do individuo para o trabalho
e estão normalmente associadas a produtividade e ao desempenho despertando o interesse de
dirigentes. "As teorias tem procurado oferecer aos gerentes os corantes e aromatizantes para tornar
tolerável uma actividade que já não faz sentido" (Sievers 1998 p.22).
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A nós nos interessa estudar as teorias antigas sobre a motivação que são: Teoria das necessidades ou
hierarquia das necessidades de Abraham Maslow, teoria dos dois factores ou teoria de Frederick
Herzberg e a teoria X e Y ou teoria de motivação de McGregor.
Abraham Maslow o autor da teoria sobre motivação mais conhecida. A teoria das necessidades tem
como base a ideia de que cada ser humano tem dentro de si uma hierarquia das cinco necessidades
humanas, que são: necessidades fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e de auto-realização.
Ainda nesta sequência o autor Chiavenato (2004) divide os níveis das necessidades em dois grupos:
necessidades de baixo nível (necessidades fisiológicas e de segurança) e, necessidades de alto nível
(necessidades sociais, de estima e de auto-realização). Esta classificação é feita com base na ideia de
que as necessidades de nível alto são satisfeitas internamente (dentro da pessoa) e as necessidades
de nível mais baixo são satisfeitas externamente (exemplo: emprego, remuneração, férias,
relacionamentos etc).
Auto-
Realizacao
Auto-Estima
Afecto-Social
Segurança
Fisiológicas
i. Necessidades fisiológicas
As necessidades fisiológicas são as necessidades básicas de sobrevivência do indivíduo, ou seja, são as
necessidades de comer, beber, respirar, excretar, dormir. Incluem-se como necessidades fisiológicas
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também os tópicos relacionados à moradia, ao lazer, período de descanso etc. Este é o nível mais
baixo das necessidades, porém é preciso satisfazê-lo para que a pessoa passe para o nível da segurança.
Megginson, Mosley e Pietri Jr (1986) comentam que nada tem tanta importância na vida do ser humano
se este não tiver do que se alimentar. Mas, logo que saciar a sua fome, a pessoa, então, passa a sentir
outras necessidades.
Depois de ter as necessidades sociais satisfeitas, atinge-se o nível das necessidades de estima, também
chamadas de necessidades de ego, que, de acordo com Megginson, Mosley e Pietri Jr (1986) podem
ser divididas em dois tipos: as que estão relacionadas à auto-estima da pessoa, como necessidades de
autoconfiança, autonomia, competência e conhecimento; e, as necessidades relacionadas à reputação
da pessoa, como status, reconhecimento, atenção e prestígio. Ao contrário dos outros níveis de
necessidades, as necessidades de estima dificilmente serão satisfeitas por completo, visto que estes
tipos de necessidades são constantemente procurados pelas pessoas que veem o seu trabalho como
algo muito importante, segundo Megginson, Mosley e Pietri Jr (1986).
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v. Necessidades de Auto - Realização
No topo da pirâmide de Maslow estão as necessidades de auto-realização, que é a necessidade de
nível mais elevado para o ser humano. Entende-se por necessidades de auto-realização a maximização
das aptidões do indivíduo, crescimento pessoal e da sua potencialidade.
Frederick Herzberg foi o estudioso que mais enfatizou a importância da motivação no trabalho, de
acordo com Marras (2000). Herzberg entende que o maior factor motivacional para o homem está
dentro do seu próprio trabalho, ou seja, acredita que a relação de uma pessoa com o seu trabalho é
básica e que as atitudes tomadas podem refletir no seu sucesso ou no seu fracasso na empresa.
Factores Descrição
Motivacionais
Responsabilidade Sentimento de responsabilidade pelo trabalho que executa, independentemente de
qualquer coerção exterior.
Reconhecimento Reconhecimento da capacidade de trabalho e do desempenho no cargo pelos
superiores
Trabalho em si São as tarefas realizadas no seu trabalho, que podem ou não gerar sentimentos
satisfatórios
Realização Percepção de que o trabalho está adequado às expectativas
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Crescimento Sensação de estar alcançando ou ter ultrapassado os objectivos relacionados as
tarefas
Desenvolvimento Possibilidade de mudar de status, posição social.
pessoal
Fonte: Adaptado de Gil (2001, p. 208)
Factores Descrição
Higiénicos
Salários Incluem bónus e prémios, carro da empresa, planos de saúde e itens assemelhados
que incrementam o salário
Condições de Envolvem as características do ambiente, as instalações, as maquinas, os
trabalho equipamentos e a quantidade de horas de trabalho
Política Refere-se não apenas as normas formais (escritas), mas também as regras informais
administrativa (não escritas) que definem as relações empregador-empregado
Status E identificado por itens como: natureza do cargo, autoridade, relacionamento com
os outros e prestígio interno e externo
Segurança Refere-se não apenas as condições físicas de segurança, mas também a confiança que
o empregado tem em relação a sua permanência na empresa
Supervisão Grau de controlo que o empregado tem sobre o trabalho que executa
Relações Interacção promovida pelo contacto do trabalhador com os seus colegas de
interpessoais trabalho, supervisores, gerentes, clientes.
Fonte: Adaptado de Gil (2001, p. 208)
McGregor baseou-se nos dois lados extremos do comportamento humano para criar a sua teoria. A
Teoria X é a ponta negativa, onde estão as pessoas preguiçosas e desmotivadas. Já a Teoria Y é a
ponta positiva, e que abrange o grupo das pessoas motivadas. Em outras palavras, Robbins (2002, p.
153) expõe que a Teoria X trata da “premissa de que os funcionários não gostam de trabalhar, são
preguiçosos, evitam a responsabilidade e precisam ser coagidos para mostrar desempenho”. Enquanto
a Teoria Y trata da “premissa de que os funcionários gostam de trabalhar, são criativos, buscam
responsabilidades e podem demonstrar auto-orientação”. Robbins (2002) apresenta as quatro
premissas que caracterizam a Teoria X, na visão dos executivos nas empresas, são elas:
✓ O funcionário, por natureza, não gosta de trabalhar e, sempre que possível evita o
trabalho;
✓ Já que o funcionário não gosta de trabalhar, é preciso forçá-lo, coagi-lo e controlá-lo
para cumprir o seu serviço;
✓ O funcionário prefere receber ordens de outras pessoas para não ter
responsabilidades;
✓ Muitos funcionários desejam apenas ter segurança em relação ao seu trabalho e
demonstram ter pouca ambição.
✓ O funcionário tem o trabalho como algo tão natural quanto descansar ou dormir;
✓ Os funcionários possuem autocontrole e auto-orientação na execução de seus
trabalhos;
✓ Em geral, os funcionários aceitam ou até buscam responsabilidades;
✓ Criatividade e capacidade de tomar decisões são encontradas em qualquer pessoa,
independente da posição hierárquica que ocupa na empresa.
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2.5. O impacto das práticas de integração e socialização sobre a motivação para o
trabalho
De acordo com Krepk e Gonzaga (2008), o gestor de pessoas deve preocupar-se com a natureza das
relações humanas no ambiente organizacional, buscando criar situações que estimulem as pessoas a
se comprometerem com os objetivos organizacionais. O clima organizacional, criado pelos processos
de integração e socialização, deve propiciar a iniciativa e a criatividade, motivando os colaboradores
a aproveitar as oportunidades oferecidas pela empresa.
Ainda nesta sequência, Gerbet e colaboradores (1995) reiteram que a prática do processo de
socialização tem por objectivo ajudar a criar motivacao com o trabalho e uma atitude positiva em
relação à organização. Adicionalmente, Bastos (1992), refere o tipo de liderança e a variabilidade de
tarefas como elementos que ditam a motivação e a satisfação dos colaboradores.
Quando as organizações não têm um processo de socialização definido para o novo colaborador,
acarreta vários problemas, por conseguinte, o novo colaborador não tem um aculturamento, não
conhece as normas e os objectivos, nem mesmo o que a empresa espera dele, deixando-o inseguro
quanto ás suas funções, e até mesmo desapontado com o novo emprego, causando na maioria das
vezes o desligamento precoce, o que acarreta custos para a empresa em rescisão e nova contratação.
Portanto, quando não existe um processo de socialização, o novo colaborador pode experimentar
uma gama de sentimentos, como salientou Saviani (1997, p.14):
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acomodação e de descomprometimento com o futuro profissional de cada elemento […] gerando
assim trabalhos de baixa qualidade, pois sem comprometimento o ingressante acaba se desmotivando
e sendo um problema para a organização, acarretando normalmente em um grande turnover no
período de experiência.
Tendo em conta esses aspectos pode-se concluir que para que os colaboradores estejam motivados
é necessário que se invista nos processos e etapas de integração e socialização.
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CAPÍTULO III: METODOLOGIA DO TRABALHO
Nesta secção são descritos os principais procedimentos metodológicos que pretendemos que
orientem a pesquisa:
Por outro lado, o autor define a pesquisa quantitativa como sendo aquela que é usada em estudos
que implicam a precisão dos resultados, evitando distorções na etapa de análise e interpretação de
dados, garantindo assim uma margem de segurança quanto as interferências obtidas (Ibidem). Para o
alcance destas características de pesquisa iremos aplicar um questionário aos colaboradores no geral,
a fim de obter dados numéricos que serão quantificados de modo a ter resultados do fenómeno a
investigar.
b) Quanto aos objectivos
Do ponto de vista dos objectivos trata-se de uma pesquisa descritiva. Segundo Gil (1989) as pesquisas
deste tipo têm por objectivo primordial a descrição das características de determinada população ou
fenómeno e ou ainda estabelecimento de relações entre variáveis, e obviamente pretendemos neste
trabalho descrever como os processos de socialização e integração influenciam na motivação dos
colaboradores da empresa KJ & ML CONSULTORIA & SERVIÇOS.
c) Quanto aos procedimentos técnicos
Sob esta índole, a pesquisa será um estudo bibliográfico e de caso. Que na perspectiva de Gil (1989,
p.71), a pesquisa bibliográfica “é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos. O mesmo autor ressalta que embora em quase todos
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os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas” (Ibid).
Ainda nesta sequência o estudo de caso é aquele que envolve o estudo profundo e exaustivo de um
ou poucos objectos de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento. Este por sua vez
é caracterizado por possuir um objecto de pesquisa, uma unidade que se analisa profundamente e
que visa o exame detalhado de um ambiente, um simples sujeito ou de uma situação em particular
(Campomar,1991). É portanto neste âmbito que surge a Empresa KJ & ML CONSULTORIA &
SERVIÇOS, como nossa unidade de análise. Para a efectivação deste procedimento, iremos fazer
análise das evidências, com base nelas, tirar possíveis conclusões que possam outrossim trazer
soluções para eventuais lacunas constatadas na empresa KJ & ML CONSULTORIA & SERVIÇOS
através de sugestões.
São duas as técnicas seleccionadas para a consecução deste estudo, nomeadamente o questionário
com perguntas mistas e a entrevista do tipo semi-estruturada. O questionário é defenido por Marconi
e Lakatos, (2003) como sendo um instrumento de colecta de dados, constituído por uma série
ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do investigador. Os
mesmos autores afirmam que junto com o questionário deve-se enviar uma nota ou carta explicando
a natureza da pesquisa, sua importância e a necessidade de obter respostas, tentando despertar o
interesse do inquirido, no sentido de que ele preencha e devolva o questionário dentro de um prazo
razoável.
O questionário será aplicado aos funcionários como forma de obter informações sobre a percepção
que os mesmos têm sobre o seu contexto de trabalho. A entrevista segundo Marconi e Lakatos
(2003) é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de
determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. A entrevista será aplicada
ao Chefe do departamento, como forma de recolher os indicadores da socialização dos
colaboradores.
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b) Instrumento de recolha de dados
Referem-se aos meios a partir dos quais iremos junto dos sujeitos da pesquisa efectuar o processo
de recolha de informações, consoante as técnicas que anteriormente referimo-nos. Assim, os
instrumentos que usaremos para a recolha de dados serão o questionário e o guião de entrevista,
para as dimensões quantitativa e qualitativa dos dados a recolher, respectivamente. (Dados ainda por
pesquisar)
De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p. 223) “população é o conjunto de seres animados ou
inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”. A população da nossa
pesquisa será constituída pelos trabalhadores da KJ & ML CONSULTORIA & SERVIÇOS na Baixa da
Cidade de Maputo, que são em número de 23.
Quanto a amostra, referida por Marconi e Lakatos (2003, p. 223) “ como sendo é uma porção ou
parcela, convenientemente seleccionada do universo, isto é, um subconjunto do universo, será
seleccionada tendo em conta de o número de elementos, por conveniência. O que significa que todos
os colaboradores desta agência, serão tomados como amostra, havendo por conseguinte, a
conscidencia entre a população e a amostra, que foi seleccionada por conveniência. (Dados ainda por
pesquisar)
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Araújo, .L G. (2006) Gestão de pessoas: estratégias de integração organizacional. São Paulo: Atlas.
Pioneira Thomson.
Chiavenato, I. (1987). Administração: teoria, processo e prática . 2. ed. São Paulo: McGraw-Hill.
Chiavenato, I. (2003). Administração de recursos humanos: fundamentos básicos. 5. ed. São Paulo:
Atlas.
Chiavenato, I. (2004). Recursos humanos: o capital humano das organizações. São Paulo. Editora Atlas.
Chiavenato, I. (2004). Administração nos novos tempos. 2.ed. rev. atual. Rio de Janeiro: Campus.
Chiavenato, I. (1999). Gestão de pessoas - o novo papel dos recursos humanos na organizacoes.19ª tiragem.
Gil, A. C. (1989). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social (2 ed.). São Paulo: Atlas S.A.
Gomes, J. F. S. et.al. (s.d) Manual de gestão de pessoas e capital humano. Edições silabo.
Levy, Jr. M. (1973). Socialização. In: Cardoso, F.H.; Ianni, O.(organização). Homem Sociedade. São Paulo.
Editora Nacional.
Marras, J. P. (2000). Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 3.ed. São Paulo:
Futura.
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Marconi, M. A.., & Lakatos, E. M.. (2003). Fundamentos de Metodologia Cientifica (5 ed.). São Paulo:
Atlas.
Megginson, L. C.; Mosley, D. C.; e Pietri, P. H.. (1986). Administração: conceitos e aplicações. São
Paulo: Harbra,
acompanhamento da disciplina e elaboração de trabalhos monográficos. Editora Atlas S.A. São Paulo.
Brasil,
Janeiro. Jan/Fev.
Robbins, S. P. (2002). Comportamento organizacional. 9. ed. São Paulo: Person Education: Prentice
Hall.
Silva, A. S. e Pinto, J. M. (2008). Metodologia das ciências sociais.6ª ed. Lisboa. Edições Afrontamento.
behavior, 1, 209-264.
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Apêndices
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Apêndice 1 : QUESTIONÁRIO
O questionário é anónimo, portanto, não escreva o seu nome em parte nenhuma, limite-se a
marcar um X na resposta que você escolher
Dados Socio-Demográficos
1. Data:___/___/____
2. Categoria profissional:_________________________________
4. Anos de serviço____
Questões
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Porquê?…………………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………………………..........................
.............................................................................................................................................................
21- Que sugestões você daria para tornar a empresa um local melhor para se trabalhar?
…………………………………………………………………………………………………………
…………………………………………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………………………………….
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Apêndice 2: GUIÃO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA
Esta entrevista tem como objectivo primordial a compreensão do ponto de vista do Gerente em
relação à influência dos processos de integração e socialização na motivação dos seus
colaboradores com o trabalho, no ano de 2019.
Estes dados serão usados apenas para este estudo, assim como o anonimato da sua identidade
será assegurada.
Principais Questões
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B. Sobre as teórias de motivação
Agradeço uma vez mais a sua participação para a realização deste estudo
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