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APOSTILA 1
EDUCAÇÃO CORPORATIVA
2022
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Faculdade de Tecnologia de Franca “Dr. Thomaz Novelino”
Todas as empresas querem garantir sua fatia e pretendem aumentar suas vendas, mas só as que
sabem reconhecer e articular o principal elemento de vantagem competitiva é que sairão na frente. Isso
quer dizer que apenas as organizações que tiverem um órgão de Gestão de Pessoas moderno, pró ativo e
conhecedor das novas tendências, será capaz de conduzir seu capital humano de forma adequada para que
promova o sucesso organizacional.
No mundo moderno, as pessoas são o principal ativo das empresas. Máquinas e softwares poderão
substituir as pessoas em algumas tarefas como as que necessitam de muita força física e as que envolvem
cálculos, memória e precisão. Porém, atividades que requerem criatividade, empatia, contato físico e
emoções, serão desenvolvidas unicamente pelas pessoas.
Ter colaboradores devidamente qualificados para entregarem o seu melhor é e será uma vantagem
determinante para se ter sucesso. No entanto, somente o ensino acadêmico ainda não está direcionado
para preparar as pessoas para esses novos desafios do mercado de trabalho, que se atualiza rapidamente.
Por isso, é tão importante conhecer as diferentes formas de treinar e desenvolver as pessoas.
Quer descobrir tudo sobre esse assunto?
Continue a leitura e bons estudos!
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SUMÁRIO
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................ 44
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Desde a pré-história os seres humanos já treinavam suas habilidades. A caça e a pesca eram
aprendidas e repassadas aos mais novos e se desenvolviam como forma de manter a sobrevivência
O processo de desenvolvimento de habilidades passou por diversas transformações, à medida que
o homem foi descobrindo novas técnicas para a sobrevivência e novos processos de transformações e
manufatura.
É importante entender que a evolução do treinamento e do desenvolvimento está intimamente
atrelada ao modelo de trabalho predominante de cada época, ou seja, foi acontecendo na medida em que
o processo de trabalho foi sendo modificado.
Quando o trabalho era essencialmente baseado na manufatura e na produção em baixa escala, o
treinamento configurava-se em um processo quase que individualizado, em que o artesão ensinava
paulatinamente seu aprendiz (normalmente um familiar: filho, sobrinho, etc) a desempenhar cada etapa do
processo produtivo. Sem preocupar-se com a metodologia desse aprendizado, o artesão ia ensinando
conforme tinha aprendido e permitia que o aprendiz executasse partes do trabalho na medida em que
desenvolvia suas habilidades e capacidades físicas (coordenação motora, força, precisão, etc.).
Depois disso, quando os artesãos começaram a se reunir em balcões para produzirem, o processo
de manufatura foi dividido e seu aprendizado também, de modo que as pessoas aprendiam a fazer apenas
aquela parte do processo.
A partir de 1880, com a Revolução Industrial, os produtos deixaram de ser artesanais, passando a
serem produzidos em larga escala. Nesse cenário, em que houve um crescimento do trabalho especializado,
a necessidade de ter um setor de treinamento era urgente para habilitar os operários a utilizarem as
máquinas, favorecendo a sistematização do processo de aprendizagem, que na época ficou restrito à
programas de desenvolvimento de habilidades que diminuíssem os erros operacionais e agilizassem a
produção.
No século XIX e XX o treinamento tornou-se parte integrante da estratégia organizacional, dada a
necessidade de se preparar as pessoas para as atividades específicas da empresa. O intuito era ganhar
produtividade. Nessa época entendia-se que as pessoas trabalhavam essencialmente por dinheiro, sem
identificar-se com a organização, por isso o treinamento era focado apenas nos aspectos mecânicos do
trabalho. (GIL, 2013)
O relacionamento entre organizações e pessoas até 1930 era permeado de conflitos, injustiças e
desumanidades, pois acreditava-se que lucro, produtividade e maximização da utilização dos recursos eram
incompatíveis com melhores salários, benefícios, desenvolvimento e qualidade de vida no trabalho. Somente
após a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943 e das pressões sindicais é que tal
situação começou a se configurar de forma diferente, pois os colaboradores ganharam direitos e as
organizações, deveres. Com o passar do tempo a relação que antes era do tipo perde-ganha começou a se
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tornar ganha-ganha. As empresas perceberam na prática o que os autores já diziam na teoria, que
funcionário satisfeito produz mais e melhor.
ATENÇÃO
Na medida em que o contexto mudou, ficando mais competitivo, a visão sobre a importância das
pessoas na organização também mudou, e consequentemente a relevância do setor de Gestão de Pessoas
e seu papel sofreram alterações em seus paradigmas.
Na figura 1 podemos acompanhar como o treinamento foi ganhando status dentro das organizações,
que foram reconhecendo gradualmente sua importância e papel decisivo no sucesso organizacional.
Conforme ilustra a figura 1, o treinamento foi ganhando diferentes sentidos ao longo das décadas.
Entre os anos 50 e 60 o treinamento foi considerado como uma necessidade para moldar e adaptar as
pessoas em seus cargos, ou seja, tornou-se um subsistema de RH, visando suprir as deficiências dos
indivíduos e dos grupos em relação aos conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao sucesso
organizacional.
Na década de 70, foi considerado não só como uma forma de adaptar as pessoas ao trabalho, mas
também como um meio de desenvolver e ampliar os conhecimentos, visto que, na época, ter mais
conhecimento significava ter mais poder e capacidade de decidir. Já na década de 80, o treinamento tornou-
se um diferencial, porém glamuroso e caro, e de certo modo restrito às empresas que possuíam recursos
financeiros para investir nos programas.
Assim, no período entre a década de 60 até o final da década de 80, o treinamento ganhou etapas
claras e definidas, envolvendo a realização de um diagnóstico, um plano de ação, a execução e a avaliação
final, criando o subsistema de treinamento e desenvolvimento (T&D) dentro do setor de Gestão de Pessoas
(GIL, 2013).
Na década de 90, após a globalização, treinar as pessoas passou a se algo indispensável, já que as
empresas que antes concorriam no mercado regional, passaram a concorrer com empresas internacionais.
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Assim, por volta de 1990 as pessoas ganharam destaque e passaram a ser vistas como seres
dotados de conhecimentos, habilidades e atitudes capazes de promover o sucesso da empresa, sendo
portanto elevadas ao papel de vantagem competitiva. Nessa época, surgiu o conceito de competência e o
colaborador passou a ser reconhecido pela sua capacidade de agregar valor à organização.
Isso significa dizer que, se antes a tradição dizia que aqueles que têm dinheiro são os detentores
dos meios de produção, agora as próprias pessoas é que são detentoras e proprietárias de seus bens
produtivos.
Por fim, a partir do ano 2000 a internet foi definitivamente incorporada na rotina pessoal e profissional
das pessoas, o que resultou numa maior acessibilidade às informações e aos processos educativos digitas
e à distância. Junto com isso, a noção de que era responsabilidade da empresa oferecer treinamento e
desenvolvimento aos colaboradores mudou e as pessoas tornaram-se corresponsáveis pelo seu processo
de desenvolvimento e por suas carreiras. Assim, o processo de aprendizagem passou a ser visto como algo
que deve ser contínuo e essencial à sobrevivência da organização.
Reflita: A organização, embora seja a detentora do capital financeiro, não pode ser proprietária do cérebro
dos colaboradores, muito menos impedir que eles levem e apliquem suas qualidades e talentos em outro
lugar, buscando satisfação e realização. À organização caberá apenas proporcionar meios de fazer com
que o indivíduo queira empregar nela seus conhecimentos.
É importante entender que atualmente que o capital humano possui um valor que deve ser agregado
ao valor total do negócio, o qual deve ser calculado respectivamente pelo valor dos clientes, valor da
organização e valor de competências, e não somente pelos ativos tangíveis do capital financeiro.
Isso implica dizer que: i) hoje o mercado valoriza aspectos diferentes dos produtos e serviços; ii) que
as pessoas mudaram suas necessidades, anseios e expectativas e iii) que as organizações devem mudar a
forma como estimam seu valor e a importância que dão aos ativos intangíveis, principalmente no que diz
respeito às pessoas (CHIAVENATO, 2008).
Tome nota: Ativos tangíveis são todos os recursos de valor ou bens de propriedade da empresa que são
concretos, é todo capital físico e financeiro, como por exemplo, máquinas, estoque de peças, imóveis, etc.
Já os ativos intangíveis são as propriedades imateriais, que não se pode tocar, mas que são perceptíveis,
como a marca, a criatividade, os conhecimentos, os valores e princípios, entre outros.
Vale destacar que, para sobreviver e ter sucesso a organização deve não só investir no
desenvolvimento das pessoas, mas também e principalmente permitir que elas usem seus talentos. Afinal,
não basta contratar pessoas talentosas, para que se tornem um capital humano, isto é, para que sejam
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colaboradores que agreguem valor à organização. É necessário que haja um contexto propício que incentive
os talentos a se desenvolverem.
Assim, possuir talentos em um contexto não propício, é o mesmo que possuir sementes dotadas de
grande potencialidade, e jogá-las em solo inóspito. Jamais se tornarão árvores e nem tampouco darão frutos.
A existência de capital humano na organização facilita a criação de um outro ativo intangível também
muito almejado: o capital intelectual. Este por sua vez, é composto pelo capital interno, externo e pelo capital
humano, conforme a Figura 2 a seguir.
CAPITAL HUMANO
É importante ressaltar que os ativos intangíveis, apresentados na Figura 2, não são os únicos. Kaplan
e Norton (2004) apud Lacombe (2005) identificaram como ativos intangíveis mais importantes: o capital
humano, o capital da informação (dados registrados) e o capital da organização (cultura, liderança,
compartilhamento). Dentre eles, o capital humano continua sendo o ativo de maior destaque, pois é com
ele, e por meio dele, que os outros ativos surgem e diferenciam a empresa no mercado.
Em outras palavras, para as empresas que ainda mantêm traços de políticas de gestão tradicionais,
a tendência (e a urgência) é que elas deixem de considerar e tratar as pessoas como objetos, para que o
homem, por sua vez, deixe de olhar a organização como carrasca e exploradora dessa relação.
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LEITURA COMPLEMENTAR
Leia o artigo Relacionando capital intelectual, gestão do conhecimento e sustentabilidade: um modelo
conceitual | Nascimento | Navus - Revista de Gestão e Tecnologia (senac.br), para aprofundar mais sobre
o assunto.
Por fim, note que ao longo da história, as atividades de T&D partiram de uma abordagem mecanicista
com atuação técnica-operacional para uma abordagem holística e sistêmica com atuação fundamentalmente
tática e transformadora na concepção, estruturação, desenvolvimento, sobrevivência e sucesso do negócio
(ROCHA-PINTO, et al, 2007)
Assim, antes tínhamos a Teoria do Capital Humano em que quanto mais escolaridade o indivíduo
possuía, maior a possibilidade de aumentar sua renda. O capital humano era considerado um estoque de
atitudes, valores e saúde do trabalhador, aliado às metas, objetivos, missão e cultura da empresa.
Na atual Teoria do Capital Intelectual, as habilidades pessoais e subjetivas são mais importantes, de
modo que torna-se mais desafiador objetivar, formalizar e transferir esse conhecimento. Isso permite que
profissionais com pouca escolaridade por exemplo, mas com amplas habilidades e expertise em uma área,
venham a se destacar e conseguir grande retorno financeiro na carreira. Ou seja, a regra agora é o quanto
cada um pode contribuir para o negócio e não apenas a formação escolar em si.
Atualmente em pleno ano 2022, pós-pandemia, uma aceleração já pode ser constatada em todos os
aspectos da vida humana (pessoal, espiritual, familiar, profissional, social). As mudanças que antes vinham
acontecendo gradualmente, passaram a acontecer exponencialmente e isso está refletindo e irá refletir cada
vez mais na forma de desenvolver pessoas e no impacto do aprimoramento pessoal e profissional.
Já sabemos que sem as pessoas as organizações não se sustentam, pois são elas que trazem o
diferencial competitivo. Nesse sentido, desenvolver as pessoas para que expressem a sua melhor versão
no trabalho e na vida, é a chave para o sucesso das empresas.
A importância para as empresas é evidente. Como as mudanças forçam os negócios a aprender— e
elas estão mais frequentes na Era da informação, você verá cada vez mais a educação como parte da
cultura organizacional, em vez de ser uma reação diante de problemas e necessidades de curto prazo.
Assim, pode-se dizer que os processos de treinamento e desenvolvimento são de suma importância
e condição básica para a existência das organizações nesse mundo de incertezas e inconstâncias.
Ensinar pessoas a realizarem determinadas atividades, acontece desde o mundo existe, pois é
condição imprescindível para a sobrevivência e perpetuação da espécie humana. A palavra “treinar” tem
origem no latim, que significa trazer ou levar alguém a realizar algo, criando condições para que a pessoa
consiga fazer determinada tarefa sem o auxílio. Esse princípio condiciona uma série de questionamentos,
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intrínsecos ao treinamento: o que se quer que a pessoa aprenda (objetivo), quem necessita aprender algo
(público), as condições de aprendizado (recursos) e os resultados esperados (avaliação) (BOOG, 1999).
De forma ampla pode-se definir o treinamento como um processo educacional que ajuda o
empregado a adquirir eficiência no trabalho atual ou futuro, por meio de adequados hábitos de pensamento
e ação, habilidades, conhecimentos e atitudes.
O treinamento não envolve apenas o aspecto mecânico de tornar a pessoa mais produtiva, mas
atualmente é também uma forma de desenvolver competências, abrangendo aspectos psicossociais dos
indivíduos. Seu objetivo é preparar os colaboradores para que sejam mais produtivos, criativos e capazes
de contribuir com o negócio (CHIAVENATO, 2014).
EXEMPLO: Antes, o treinamento da secretária era em digitação, para que pudesse aprimorar seus
movimentos e digitar o mais rápido possível. Hoje, ela é treinada para atender com excelência e buscar
soluções antes de encaminhar aos gestores.
EDUCAÇÃO: processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano, visando
sua melhor integração individual e social. Podendo ser: educação física, moral, social, cívica, sexual,
religiosidade, artística, profissional etc.
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: direcionada para o mundo do trabalho e portanto, uma das amis importantes.
Por envolver um vasto campo de atuação, podem incluir: processos de formação, treinamentos de
desenvolvimentos profissionais.
FORMAÇÃO: processo que visa qualificar para o desempenho decerta atividade profissional. Pode ser em
profissões de nível médio (técnico) e superior, sendo uma atribuição das escolas e atualmente também das
empresas.
Por muito tempo o processo de Educação Corporativa (EC) foi gerida pelo setor de Gestão de
Pessoas, mas atualmente entende-se que todos são responsáveis pela divulgação do conhecimento, seja
de forma presencial ou à distância. Dessa forma, o maior desafio da EC é criar uma nova cultura, em que a
educação seja um processo inerente a todo tipo de trabalho e em qualquer nível da organização.
Estudos mostram que para a implementação de um sistema de EC é comum as organizações
seguirem algumas etapas como:
1. Aprovação e decisão dos dirigentes quanto ao programa de EC
2. Elaboração do projeto piloto de implementação
3. Diagnóstico das competências críticas da empresa (existentes e desejáveis)
4. Avaliação dos colaboradores sobre os programas de T&D anteriores
5. Elaboração e implantação do novo projeto de EC.
Por fim, pode-se dizer que o sistema de EC busca aumentar a competitividade e o valor das empresas
por meio do amento da qualificação do seu capital intelectual. Afinal, nesse ambiente imprevisível e
turbulento, as pessoas são o maior ativo das organizações e fonte de vantagem competitiva.
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3.2. Universidade corporativa
A Universidade Corporativa (UC) surge no final do século XX buscando desenvolver nos mais
diversos públicos e categorias profissionais, componentes ideológicos (modo de ser e pensar) e
componentes tecnológicos (modo de fazer, aspectos técnicos e operacionais) (EBOLI in BOOG, 2006).
Assim, a Universidade Corporativa pode ser considerada como um estratégico “guarda-chuva” para
todo tipo de educação, direcionada aos empregados, consumidores, fornecedores e à comunidade. Ou seja,
é um local físico que centraliza soluções de aprendizagem.
Pode-se dizer que a UC é uma prática de educação corporativa, servindo como um espaço de
aprendizagem, físico ou virtual, que vai além da técnica e prepara as pessoas para serem críticas,
criativas e solucionarem situações a partir da visão do negócio, sendo, portanto, uma forma de
desenvolver a cultura organizacional (MUNHOZ, 2015).
A Universidade Corporativa surge quando as práticas de Educação Corporativa ganham autonomia
e importância suficiente para serem uma área particular na organização.
Ela tem os mesmos princípios de uma cultura de Educação Corporativa: capacitar o colaborador para
o futuro, alinhar missão, visão e valores da empresa, promover habilidades específicas, estimular o espírito
de liderança e muito mais
Por ser um processo moderno que se propõe a estender para além das fronteiras organizacionais,
envolvendo clientes, comunidade, fornecedores e parceiros no geral, muitas UCs têm adotado métodos
virtuais para disponibilizar conteúdos, promover variadas experiências de aprendizagem e incorporar a
comunidade, distante geograficamente, no micromundo da empresa, visando alguma fidelização.
O modelo de UC não é algo estático, possuindo diferentes formas de estruturação onde quer que
esteja. Porém, alguns pressupostos básicos são comuns, como por exemplo:
• missão: formas e desenvolver talentos humanos na gestão dos negócios, promovendo a gestão do
conhecimento (geração, assimilação, difusão e aplicação) por meio da aprendizagem ativa e
contínua;
• objetivo principal: desenvolver e implementar competências profissionais, técnicas e gerenciais
essenciais ao alcance das estratégias organizacionais;
• objetivo geral: difundir a ideia de que o capital intelectual é fator de diferenciação; despertar nas
pessoas a vocação para o aprendizado; incentivar e estruturar atividades de autodesenvolvimento;
reter os melhores talentos, contribuindo para um clima saudável e para a melhoria da qualidade de
vida; responsabilizar cada um por seu processo de autodesenvolvimento;
• foco do aprendizado: privilegiar o aprendizado organizacional, fortalecendo a cultura corporativa, e
não apenas o crescimento individual;
• público-alvo: públicos interno e externo (funcionários, terceiros, prestadores de serviços, clientes,
consumidores, fornecedores e comunidade);
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• ênfase dos programas: concentra-se nas necessidades dos negócios, tornando o escopo
estratégico, e não exclusivamente nas necessidades individuais (ROCHA-PINTO, 2007).
Além disso, para estruturar uma UC é preciso entender quais são os pontos fortes e fracos da
organização para que o programa atue exatamente nessas lacunas.
Nesse sentido, podemos definir 5 passos para implantar uma UC, que são:
1. Conhecer o cenário atual da empresa: é preciso saber com o que está lidando. Por isso, o ponto
inicial do projeto é estabelecer o propósito da UC, isto é, o seu objetivo principal. Dependendo do
número de colaboradores na empresa e do valor que ela estiver disposta a investir, as proporções e
objetivos da UC irão variar. Empresas com muitas filiais podem querer desenvolver um projeto como
esse para padronizar o treinamento dos colaboradores em todas as unidades ou franquias, enquanto
outras organizações podem querer formar as equipes em habilidades específicas relacionadas ao
negócio. De qualquer forma, como o investimento na Universidade Corporativa será limitado a um
orçamento, é recomendável tê-lo em mente para decidir qual será a dimensão da UC, ao invés de
planejar todo o projeto para então validar o orçamento. Nessa etapa você também precisará analisar
se há pessoas suficientes na empresa para assumir a equipe de organização da Universidade
Corporativa e, se não houver, providenciar estes recursos humanos o quanto antes.
2. Planejar a estrutura e a organização da UC: É preciso planejar os cursos que serão ofertados na
Universidade, se eles serão terceirizados ou produzidos internamente e, se este for o caso, quem
serão os instrutores e os responsáveis pela produção (edição, design, captação de áudio e imagem
etc.). Na maioria das UCs, os próprios colaboradores contribuem com a construção do conhecimento,
mas nada impede a organização de convidar palestrantes ou instrutores externos em algumas
ocasiões. Outro ponto a se pensar é a organização dos cursos dentro da UC. Muito provavelmente
você terá diferentes trilhas de aprendizagem de acordo com cada perfil de colaborador, como trilhas
para a liderança, para os vendedores, para os times de produto, para o pessoal administrativo etc.
Tudo isso precisa ser esquematizado de uma maneira clara para todos os envolvidos — sugerimos
que você separe essas trilhas e chame-as de “academias” ou “escolas” (por exemplo, a parte
destinada aos líderes pode chamar-se “Academia da Liderança”). Além disso, como a maioria dos
cursos da Universidade Corporativa ficará online, é preciso definir se a plataforma utilizada será
construída internamente por um time de desenvolvimento ou contratada no modelo SaaS. Se optar
por esta última opção, confira algumas dicas para fazer a melhor escolha no próximo passo.
3. Escolher uma plataforma LMS: a plataforma LMS é o coração da Universidade Corporativa. Sem ela,
nada acontece. Por isso é tão importante escolher bem a plataforma que irá hospedar a sua UC.
Alguns aspectos que você deve avaliar ao escolher uma solução são:
• Se a plataforma oferece indicadores de desempenho dos colaboradores;
• Se há possibilidade de hospedar vários cursos ao mesmo tempo (para equipes diferentes);
• Se é possível personalizar o domínio e as cores da página;
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• escola de relacionamentos
• escola de criatividade
No Brasil, a UC surgiu na década de 1990, ganhando força depois de 1997. Porém, de modo geral
as UC implantadas no Brasil são basicamente unidades internas de educação, que sistematizam o
treinamento e promovem o desenvolvimento das pessoas alinhado às estratégias da empresa. São mais
abrangentes e definidas do que o T&D e possuem público maior, mas não englobam todos os stakeholders,
não estão estruturadas como unidades de negócios, nem sempre utilizam variados formatos de
aprendizagem e seus indicadores e metas de avaliação evoluíram, mas não estão perto do sugerido pelos
seus idealizadores.
ANÁLISE
O termo, universidade corporativa tem na verdade um cunho apelativo no sentido de enaltecer e dar status
às atividades de aprendizagem, na busca talvez dos profissionais de Gestão de Pessoas por ganhar
espaço político na organização. No âmbito da educação tradicional, o termo remete à formação de
pessoas para as demandas sociais e econômicas, formando espíritos abertos, dotados de disposição e
saberes necessários à aquisição contínua de novos saberes e à adaptação a situações novas. No entanto,
no âmbito organizacional, esse aprendizado limita-se às demandas econômicas de um segmento do
mercado, limitando o desenvolvimento integral do ser humano e a manifestação de suas potencialidades.
Ao implantar uma UC na organização é possível obter mudanças que resultam em vantagens, que
estão relacionadas no quadro a seguir.
A palavra pedagogia, inevitavelmente nos remete ao ensino oferecido nas escolas, estando
relacionada com a instrução formal de crianças, jovens e adolescentes. Porém, dada a velocidade com que
as mudanças vêm ocorrendo em nosso dia-dia, a educação de adultos se faz hoje imprescindível. Dizer que
um adulto formado até o ensino superior hoje está plenamente apto a decidir de forma segura e resolver as
situações que o contexto lhe impõe, é uma inverdade (CARVALHO e NASCIMENTO, 2011).
Prender a atenção de qualquer pessoa hoje em dia não é tão fácil quanto há dez anos atrás, pois
você terá que dividir a atenção com um smartphone. Para conquistar a atenção dos alunos, há técnicas e
metodologias. Com as crianças e adolescentes, usa-se a Pedagogia. Já com os adultos, a Andragogia
Andragogia, é a vertente da educação no ensino de adultos e tem aplicação no ambiente pessoal,
social, empresarial ou político. É um ensino baseado na motivação e no autoconhecimento, além da
experiência do aluno ser fundamental. Trabalha com conteúdos mais aplicáveis ao dia-a-dia. Por isso é que
se tem um aprendizado consciente e disseminado de maneira mais madura. Com isso, o ensino é mais
efetivo.
Historicamente a Andragogia ficou conhecida através de Malcolm Shepherd Knowles, um educador
americano, na década de 70, que a definiu como “arte ou ciência de orientar adultos a aprender”. Mas, na
verdade, foi o professor alemão Alexander Kapp o responsável pelo surgimento do termo Andragogia, pela
primeira vez, em 1833. E o título de “pai da Andragogia” é atribuído a Knowles até os dias de hoje.
A partir de uma visão moderna o próprio trabalho já é considerado um processo de aprendizado e
formação, já que o profissional é compelido a se apropriar do mundo da organização, da sua cultura,
processos, estrutura, ramo de atividade, mercado etc.
Entretanto, a andragogia, assim como a pedagogia, possui fundamentos para sua aplicação, de
modo que o instrutor consegue direcionar sua metodologia de ensino e verificar se as aulas estão adequadas
para a aprendizagem de adultos, que são:
• Necessidade de saber: adultos apresentam resistência a aprender algo que não tenha aplicação
prática. Por isso, na Andragogia, eles sabem qual a necessidade e o benefício do que irão aprender
e em que irão aplicar.
• Autoconceito do aprendiz: por serem independentes em relação a outras faixas etárias mais
jovens, adultos são tratados no ensino andragógico como indivíduos com autonomia e capazes de
fazer suas próprias escolhas.
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• Experiências: as experiências anteriores dos alunos são de grande importância e são levadas em
consideração para uso no aprendizado.
• Prontidão para aprender: Conhecimento voltado para ajudar a explorar novos horizontes e
enfrentar desafios no dia-a-dia. Mais uma vez, aplicação na prática.
• Orientação para aprendizagem: Ensino direcionado para uma aprendizagem orientada para
resultados.
• Motivação e aprendizagem: Aprendizagem que é motivada por fatores internos maiores que os
externos. A motivação é maior quando sabem que o ensino trará qualidade de vida, crescimento
profissional, entre outros.
ATENÇÃO
Adultos não aprendem como crianças. A educação para adultos é tão diferente de ensinar outras faixas
etárias, que foi preciso existir a Andragogia. Isso porque adultos não são motivados a apenas ouvir em
uma sala de aula. E, na Pedagogia, é exatamente isso que acontece. Por crianças e jovens ainda estarem
construindo suas percepções de mundo e conhecimentos, o processo que o professor adota é o de ensino-
aprendizagem.
ATENÇÃO
A aprendizagem só pode ser considerada concluída quando o indivíduo adquiriu as ideias e valores
relacionados ao assunto e esse conteúdo possibilita que ele faça mudanças em seu comportamento.
Nesse sentido, a função do instrutor é estimular, guiar, orientar e dirigir o processo de aprendizagem
para que esta resulte em um novo comportamento manifestado. “O professor não ensina, ele ajuda o aluno
a aprender”.
Assim, no momento de elaborar os encontros o instrutor deve:
• Conhecer as expectativas: qual é a intensão do aluno, que motivos o levaram a buscar o curso.
Exemplo: realização pessoal e/ou profissional.
• Ensinar pela experiência: inclua exemplos práticos, cases, faça vivências, dinâmicas, e qualquer
outra metodologia ativa que permita que eles pesquisem e tragam informações que se interessem.
• Alinhar expectativas: dê informações básicas sobre a ação educacional e porque a pessoa precisa
participar e contribuir com o crescimento do grupo.
• Mostrar aplicabilidade: deixar claro onde, como e quando ele vai utilizar aquele conceito,
ferramenta ou habilidade, mostrando utilidade para o que está sendo aprendido.
• Considerar a bagagem: garantir que os assuntos serão superficiais naquilo que os alunos já sabem
e profundos naquilo que querem (resolução de problemas); garantir espaços para troca de
informações e conhecimentos.
• Mude a avaliação: troque notas e provas por uma declaração/resumo de aprendizagem, palavra
síntese, resolução de um case, apresentação de projeto, ou ainda por uma autoavaliação.
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Portanto, mais do que métodos e técnicas de treinamento modernos e apropriados, e de experiências
nos níveis cognitivo, afetivo e motor, é necessário o esforço do treinando. E para isso o ingrediente
fundamental é VONTADE. Quando você aprendeu a andar não precisou de uma aula para isso, precisou
apenas de vontade.
SAIBA MAIS
Existe agora a HEUTAGOGIA, ou aprendizagem autodeterminada, em que o aprendiz define o conteúdo
e a metodologia, e o professor gerencia e acompanha o processo educacional. Nesse sentido, o
aprendizado extrapola o espaço e tempo da sala de aula, sendo guiado pela curiosidade do aluno.
Figura 3. Aprendizagem
Modificação do Melhor
TREINAMENTO APRENDIZAGEM
comportamento execução das
tarefas
Somatório de
Atitudes conhecimentos Habilidades
Hábitos
Fonte: Carvalho e Nascimento (2011)
O processo de capacitação envolve a assimilação de
atividades. Entenda que o processo de capacitação e
desenvolvimento ocorre dentro do eixo assimilação-
acomodação (motora, cognitiva e emocional) que pode ser
representado por um espiral de desenvolvimento, em que a
partir dos conhecimentos existentes, acrescenta-se novos
elementos, seguido de repetição da informação com outros
elementos novos e assim por diante. Além disso, os
processos de aprendizagem devem ser frequentes (para
formar novos hábitos), ter certa intensidade (facilitando a
assimilação do conteúdo), utilizar métodos adequados e ser
contínuo.
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APRENDA MAIS
Para saber mais sobre o que pode ser feito para transformar o ciclo de aprendizagem em ações concretas
de desenvolvimento, leia no capítulo 8 do livro de Dutra, Dutra e Dutra (2017) o subtópico intitulado
“processo de aprendizagem”.
Por fim, é importante perceber que o T&D é uma forma de aprendizagem e educação para o trabalho
e para a vida, um instrumento vital para a produtividade e fator de autossatisfação para as pessoas
(CARVALHO; NASCIMENTO, 2011).
O T&D tem diversas aplicações nas empresas. Porém, qualquer programa de treinamento deve ter
como base conseguir responder a seguinte questão: para que treinar? Isso significa que os objetivos devem
ter sido diagnosticados previamente e precisam estar claros para todos os envolvidos no processo, bem
como poder identificar quais são os resultados que se espera depois da realização do treinamento. Quanto
aos objetivos do treinamento, é possível destacar (Chiavenato, 2009):
- preparar o profissional para atuar no cargo e nas suas diversas atribuições;
- propiciar o desenvolvimento pessoal contínuo, inclusive para atuação em outras funções da empresa;
- modificar o comportamento dos colaboradores, proporcionando um clima mais amigável e motivador.
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Independentemente de qual seja o mais importante dos objetivos do treinamento e desenvolvimento
para a sua empresa, uma coisa é certa: todos eles visam criar e desenvolver competências.
Assim, percebe-se que normalmente as ações de T&D têm por objetivo aumentar, facilitar, promover
ou melhorar aquilo que a empresa necessita, ou diminuir, eliminar mitigar aquilo que ela não quer.
Exemplos:
- AUMENTAR: motivação e engajamento
Participação nas decisões
Entrosamento e colaboração entre as pessoas
Integração de novos colaboradores
Padronização de procedimentos
Desempenho e qualidade nas tarefas
Alinhamento estratégico
Percepção de satisfação e engajamento
Criatividade
Competências estratégicas
- DIMINUIR: Erros e retrabalhos
Índice de acidentes
Índice de rotatividade e absenteísmo
Índice de reclamação dos clientes
Desperdícios
Horas extras
Conflitos interpessoais
Embora muitos gestores tenham certo receio de investir em treinamento e desenvolvimento, com
medo de que os colaboradores deixem a empresa após o investimento, isso não deve representar um
empecilho para investir em aprendizagem.
O T&D pode ser inclusive, um diferencial da sua empresa na retenção de talentos. Afinal, quando
uma pessoa percebe que possui a chance de se desenvolver e crescer dentro de uma empresa, ela tende
a permanecer na organização. Por isso, dizemos que o T&D ajuda a diminuir a rotatividade de
colaboradores.
Dessa forma, consideramos que o subsistema de T&D estabelece interface com todas os demais
subsistemas de Gestão de Pessoas conforme ilustra o quadro a seguir:
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Quadro 5– Interfaces entre T&D e subsistemas de RH
SUBSISTEMA DE GESTÃO DE AÇÕES DE T&D
PESSOAS
Agregar pessoas (R&S) Informar sobre os talentos e competências necessárias e do
custo-benefício de treinar x contratar;
Ajudar a definir critérios para contratação alinhada à
estratégia organizacional;
Estabelecer critérios, desenvolve e acompanha programa de
trainee e estágio
Aplicar pessoas (orientação e integração, Integrar e orientar novos colaboradores;
modelagem do trabalho e avaliação de Ajudar no desenho organizacional e de cargos, de modo que
desempenho) possam ser enriquecidos com o desenvolvimento das
pessoas.
Criar ações de desenvolvimento propostas na avalição de
desempenho
Recompensar pessoas (remuneração, Desenvolver pessoas para que cresçam na carreira, tenham
programa de incentivo, benefícios e mais benefícios, promoções, prêmios etc.
serviços)
Desenvolver pessoas Desenvolver novos padrões de trabalho;
Promover mudança organizacional.
Manter pessoas (disciplina, gestão de Ajudar a compartilhar as decisões e o controle das
conflitos, relações sindicais, higiene e atividades, para gerar comprometimento;
segurança, qualidade de vida) Elaborar, implementar e acompanhar programas de higiene,
segurança e qualidade.
Gerar conscientização e hábitos saudáveis.
Monitorar pessoas (comunicação interna, Criar momentos para que a informação se torne
sistemas e informação e monitoração de conhecimento e este se transforme em inovação.
RH, balanço social) Fazer a gestão do conhecimento.
Fonte: elaborado pelo autor (2021)
Nesse sentido, além de as ações de T&D visarem melhorar os indicadores chave de RH, elas
integram a perspectiva de aprendizado e crescimento da estratégia do negócio, gerando vantagens como:
• Redução dos gaps de competência: ou seja, redução na lacuna entre as competências existentes
e as desejadas, sejam elas organizacionais ou individuais, desenvolvendo um conjunto
de competências técnicas e comportamentais.
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• Melhora nos indicadores de RH: envolve, por meio de ações que tragam conhecimentos,
habilidades e atitudes (CHA), melhorar turnover, assiduidade, clima organizacional e produtividade
ou, até mesmo, indicadores de outros setores, como custos e vendas. Exemplo: mudança de atitude
e engajamento para reduzir absenteísmo; ou treinar habilidades para aumentar a produtividade.
• Cultura organizacional forte: consolidando crenças, valores e normas de comportamento.
• Desenvolvimento de talentos: investindo no capital humano da empresa, aprimorando-o e
preparando-o para novos cargos.
Por fim, é importante ressaltar o que afirma Leite (2006, p. 218),
Assim, na medida em que o desejo e o objetivo de toda empresa é crescer, torna-se fundamental
compreender que seu desenvolvimento depende diretamente do desenvolvimento de seus trabalhadores os
quais por meio da capacitação poderão adquirir as competências necessárias para trazer vantagem
competitiva à organização.
É preciso sempre ter em mente as ações de T&D devem ser constantes e contínuas, afinal mudanças
e novas situações estão presentes a todo momento. O treinamento pode atrair e reter talentos, gerando um
ambiente desafiador e motivador, já que bons profissionais gostam de aprender e evoluir.
O processo de treinamento é desenhado através de um modelo de sistema aberto, que possui
componentes de entrada, processo, saída e retroação, conforme ilustrado na figura a seguir (Chiavenato,
2009):
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No componente Entrada, podemos considerar, além dos itens apontados na figura acima, a
informação e o conhecimento, pois também são considerados inputs no processo de treinamento. No
componente Processo, são englobadas qualquer operação ou processo organizacional, também
denominado throughputs, e envolvem os processos de ensino como um todo. A Saída, também chamada
de outputs, contempla outras características, além das mencionadas na figura, que são pessoas habilitadas,
sucesso, competências e eficácia organizacional. A Retroação, ou feedback, trata de avaliar os processos
e resultados do treinamento, utilizando alguns recursos, como pesquisas sistemáticas ou algum meio mais
informal (bate-papo, por exemplo).
Assim, as ações de T&D envolvem quatro de etapas, conforme pode-se ver na figura a seguir.
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Figura 6 - Etapas principais do processo de treinamento
Em um esquema mais pormenorizado é possível identificar várias outras etapas conforme a figura
abaixo.
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Figura 7- Fases do Treinamento
Fase 1 Fase 3
Aplicação dos
Colheita de
princípios de
material e dados
aprendizagem
para instrução
Fase 2 Fase 4
Relatório de Elaboração do
treinamento programa de
treinamento
Fase 9
Fase 5
2) Análise das tarefas: identificando os requisitos necessários para o desempenho eficaz e como deve ser
executado o trabalho. Pode ser feito por meio de questionários, entrevistas pessoais, discussões em grupo,
observação, análise de documentos, relatórios ou de forma mista, juntando dois ou mais métodos, para
obter dados sobre:
- as atividades que compõem cada tarefa;
- as responsabilidades do executante;
- as condições oferecidas e os riscos;
- os conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas
ATENÇÃO
A análise organizacional esclarece os objetivos, a análise das tarefas diz o que é necessário para alcançá-
los e a análise das pessoas mostra as carências dos empregados quanto à execução da tarefa.
Porém, antes de qualquer conclusão e definição sobre um programa de T&D é preciso verificar se
todas as demais causas de um baixo desempenho, por exemplo, já foram sanadas. Por exemplo: deve-se
checar se estão disponíveis todos os materiais, equipamento e demais condições necessárias à boa
execução das tarefas; se a pessoa possui aptidão física, mental e emocional adequadas; se recebe
orientação, incentivo e motivação apropriados.
Em quaisquer um dos níveis analisados (empresa, tarefas ou recursos humanos) o uso de
indicadores pode facilitar o trabalho dos gestores de pessoas, servindo como parâmetro para apontar
quando será necessário treinar a equipe. Esses indiciadores podem ser obtidos a partir de eventos que vão
provocar necessidades futuras de treinamento (indicadores a priori) ou por situações-problema geradas pela
falta de treinamento (indicadores a posteriori), como por exemplo:
• Indicadores a priori
o Expansão da empresa e admissões;
o Modernização de equipamentos;
o Novos métodos ou processos de trabalho;
o Redução do número de empregados;
o Comercialização de novos produtos ou serviços.
• Indicadores a posteriori:
o Baixa produtividade;
o Baixa na qualidade dos produtos e serviços;
o Retrabalho e desperdícios;
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o Mau atendimento ao cliente;
o Relações deficientes entre o pessoal.
• Método de avaliação
A figura a seguir ilustra um modelo de planejamento.
Ainda dentro da etapa de planejamento, é preciso saber que existem diferentes aspectos do
treinamento que deverão ser definidas no projeto para que se tenha clareza do que está sendo proposto.
Assim, tipos de treinamento estão explicitados na figura abaixo.
Na sequência deve-se definir o objetivo geral, que está relacionado diretamente com as lacunas
identificadas no diagnóstico. Assim, o objetivo geral deve ser descrito referindo-se ao que as pessoas
deverão ser capazes de fazer após terem participado do treinamento.
EXEMPLO
Curso de manutenção de máquinas: reconhecer os elementos que compõem o maquinário, bem como
suas funções, sendo capaz de identificar falhas em seu funcionamento e repará-las com eficácia e
eficiência.
O conteúdo vai derivar dos objetivos, correspondendo ao que é necessário aprender para que os
objetivos sejam alcançados. Nesse sentido, para que o conteúdo seja útil ele deve ter/ser:
• Validade: digno de confiança e atualizado;
• Significação: estar relacionado com as experiências dos treinandos;
• Flexibilidade: ser suscetível a adaptações, renovações e enriquecimentos;
• Utilidade: considerar interesses e necessidades dos treinandos;
• Adequado ao nível dos treinandos: compatível com seu nível de escolaridade, abstração,
compreensão, dificuldades e motivação;
• Adequado ao tempo: ter uma linha lógica de apresentação e bem distribuído ao longo do
treinamento, permitindo a assimilação do conteúdo.
Em seguida, é necessário definir quais serão as estratégias de ensino, ou seja, a metodologia que será
utilizada, dentre as quais temos:
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➢ Avaliação da aprendizagem: avalia-se em que medida as pessoas aprenderam o que foi proposto.
Para tanto deve-se avaliar não só a aquisição de novos conhecimentos, mas principalmente o
aprimoramento de habilidades e atitudes. Pode ser feito durante o processo ou logo após o término.
Os conhecimentos podem ser avaliados por meio de testes objetivos com questões de múltipla
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escolha, certo ou errado, para ordenar ou completar. Questões abertas podem ser utilizadas para
avaliar a capacidade de síntese, organização das ideias etc. para avaliar as habilidades utiliza-se de
provas práticas similares ao ambiente de trabalho. As atitudes são mais complexas de serem
avaliadas pois boa parte delas são apenas uma “disposição para agir” e existem apenas na mente
das pessoas. Portanto, as melhores formas são por observação direta, dramatização, escalas de
atitudes e auto relatórios.
➢ Avaliação de comportamento no cargo: avalia-se o desempenho nas atribuições do cargo por meio
do depoimento do superior imediato, que deve ser preparado para dar um julgamento objetivo sobre
a pessoa. As técnicas mais utilizadas são:
o Amostragem de atividades: consiste em registrar a observação do comportamento no
trabalho, em espaços de tempo selecionados ao acaso;
o Diário do observador: consiste em acompanhar a pessoa por um período de tempo e anotar
tudo o que ela faz;
o Autodiário: consistem em a própria pessoa anotar todas as suas atividades. Pode falhar pois
a pessoa precisa de tempo, habilidade e motivação para preencher o diário.
o Entrevistas e questionários: consiste em interrogar os treinandos, os superiores e os colegas,
se necessário, sobre o comportamento do treinando.
➢ Avaliação dos resultados: visa verificar em que medida o treinamento provocou as mudanças
desejadas, podendo ser feita através de diferentes técnicas que variam de acordo com oque era
desejado. Pode-se avaliar a mudança de comportamento dos empregados a partir das novas atitudes
dos líderes; se o grau de satisfação das pessoas aumentou após o treinamento; se houve benefício
financeiro com as capacitações, entre outros (GIL, 2013).
Uma das principais barreiras da área de T&D é conseguir provar aos proprietários, diretores e
investidores da organização que os investimentos feitos nas ações de treinamento e desenvolvimento estão
trazendo retornos importantes. Então, como comprovar em números que a educação corporativa é
rentável e efetiva? Como proteger o orçamento dos treinamentos corporativos em um momento de
corte de despesas?
Por mais benéfico que seja investir na educação empresarial, nem sempre é possível comprovar que
foi especificamente essa ação a responsável por trazer os resultados. Existem muitas variáveis nessa
equação, que podem ser usadas para questionar a efetividade desse método. Isso faz com que algumas
empresas não invistam nessa estratégia ou não a valorizem como deveriam, o que um equívoco.
O ROI em treinamento e desenvolvimento vem exatamente para ajudar o RH a comprovar a eficácia
dessa metodologia, trazendo dados, comparações e deduções lógicas para mostrar se essa ação está
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trazendo os resultados desejados ou até se é preciso mudar e fortalecer a estratégia para alcançar seus
objetivos.
Esse desafio, que já era um ponto sensível para a área de Recursos Humanos, se tornou ainda maior
com a pandemia. Em um período de contenção de gastos, é compreensível que a alta gestão passe a
considerar uma redução de despesas em diversas áreas e setores da organização.
O problema é que essa contenção pode barrar ações fundamentais para a recuperação da empresa,
como o treinamento e a requalificação dos colaboradores para novas funções e desafios.
Nesse momento, o poder de argumentação e negociação do RH é determinante para justificar e
defender o investimento no capital humano da organização. É aí que entra a importância de calcular com
precisão o Retorno Sobre o Investimento (ROI) em treinamentos corporativos, tanto de hard
skills (habilidades técnicas) como de soft skills (habilidades comportamentais).
Podemos definir 5 passos para calcular o ROI das iniciativas de educação corporativa do RH, que
estão listados a seguir.
BECK, C. (2018). Metodologias Ativas: conceito e aplicação. Andragogia Brasil. Disponível em:
https://andragogiabrasil.com.br/metodologias-ativas/.
CARVALHO, Antonio Vieira de; NASCIMENTO, Luiz Paulo do. Administração de recursos humanos. São
Paulo: Cengage Learning, 2011.
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas. Rio de Janeiro: Campus, Elsevier, 2008.
__________. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. 3. ed. Barueri,
SP: Manole, 2014.
EBOLI, M. Educação corporativa: panorama e perspectivas. In: Boog, M. e Boog, G. Manual de
Treinamento e Desenvolvimento: Processos e Operações - 6ª Ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall. Capítulo 5 - pg. 57 a 68. 2013.
LACOMBE, F. J. M. Recursos humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2005.
LEITE, L. A. M. da C. Interface T&D com gestão de pessoas. In: BOOG, G.; BOOG, M. (Org.). Manual de
treinamento e desenvolvimento: gestão e estratégias. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2006. p.
215-219.
MUNHOZ, Antonio Siemsen. Educação corporativa: desafio para o Século XXI. Curitiba: InterSaberes,
2015.
ROCHA-PINTO, Sandra Regina da; et al. Dimensões funcionais da gestão de pessoas. Rio de Janeiro:
Editora FGV, 2007.