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COREP
Parte Teórica
Manual do Professor
MAPUTO
Dezembro, 2010
ÍNDICE
1 GESTÃO DA FORMAÇÃO
Pode-se definir a formação como uma experiência aprendida que produz uma mudança
relativamente permanente num indivíduo e que melhora a sua capacidade de desempenhar
uma função, actividade ou tarefa.
Ferro e Fernandes (1992) definem o conceito de Formação como um conjunto de actividades que
visam não só o “saber fazer”, mas o saber evoluir. Formar e transmitir conhecimentos
SABER, modificar atitudes QUERER e desenvolver aptidões.
As organizações bem sucedidas dão uma grande ênfase à formação dos seus recursos humanos e
percebem esta área como um investimento chave para garantir a qualidade dos produtos e serviços
para os clientes.
Uma organização é um sistema no qual entram inputs, matérias-primas e subsidirias (obtidos por
meio de recursos financeiros), que as pessoas transformam em produtos ou serviços cuja qualidade
e adequação aos mercados respectivos asseguram o seu sucesso ou fracasso.
As pessoas ocupam, assim, o centro deste processo, na medida em que são quem selecciona
matérias-primas e equipamentos a utilizar, decide sobre os meios financeiros que permitem obtê-los
e produz os out-puts (produtos e serviços) com maior ou menor qualidade, adequados a mercados
que previamente definiu. São, indiscutivelmente, o factor que ocupa o lugar chave para se atingir o
sucesso desejado, uma vez que todos os outros factores dependem dele.
A formação apresenta-se como urn instrumento de gestão com uma dimensão estratégica: é uma
actividade facilitadora da mudança em sentido lato, que propícia uma melhor adequação dos RH (as
pessoas com as suas dificuldades, hábitos e aspirações) aos novos recursos materiais existentes,
máquinas, equipamentos e matérias-primas, através da sua qualificação e reconversão quando
necessárias; permitindo assim uma maior flexibilidade das organizações para fazer face a um futuro
dificil de prever.
Numa palavra, é aquilo que melhor permite, nas organizações lucrativas, a obtenção de
vantagens face à concorrência; de melhoria de qualidade, aumento de eficácia e diminuição
de custos nas organizações sem fins lucrativos.
• Motivação
• Disponibilidade para a mudança
• Capacidade de tomar decisões
• Autoconfiança
• Realização Pessoal
• Sentimento de pertença em relação à organização
• Sentimento de progresso na aprendizagem
• Controlo de tensões e conflitos
• Eliminação da frustração
Chiavenato (2006), define quatro tipos de mudança no comportamento das pessoas através das
acções de formação, nomeadamente:
Quase sempre as organizações usam vários tipos de mudanças de comportamento ao mesmo tempo
nos seus programas de formação. Pessoas envolvidas em acções de formação ao mesmo tempo
transmitem conhecimentos, habilidades, modificam comportamentos e elevam o nível de abstracção.
Programas de formação bem desenhados colocam uma ênfase equilibrada entre os aspectos
informacionais e comportamentais tentando, além de aumentar os conhecimentos, gerar nas
pessoas atitudes proactivas e inovadoras que permitam melhorar o seu espírito de equipa e a sua
criatividade.
Além da abordagem apresentada para o planeamento de acções de formação uma forte corrente de
pensamento tem sido baseada na identificação das competências essências da organização.
Existem pois diferentes tipos de acções de formação que podem ser levadas a cabo,
nomeadamente:
APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL:
Acção de formação que deve ser frequentada por quem já tern formação inicial e que visa
complementar e melhorar conhecimentos, capacidades práticas, atitudes e comportamentos no
âmbito da função exercida.
FORMAÇÃO PROFISSIONAL:
Conjunto de actividades que visam a aquisição de conhecimentos, capacidades práticas, atitudes e
comportamentos que são exigidos a um indivíduo para o exercicio das funções próprias de uma
profissão ou grupo de profissões em qualquer ramo da actividade económica.
• ESPECIALIZAÇÃO PROFISSIONAL:
Formação que visa reforçar, desenvolver e aprofundar capacidades práticas, atitudes,
comportamentos ou conhecimentos já adquiridos por um indivíduo (ou grupo), e que são necessários
ao melhor desempenho de tarefas profissionais específicas.
• RECONVERSÃO PROFISSIONAL:
Formação que visa atribuir a um indivíduo urna qualificação diferente da já possuída, para que se
possa exercer uma nova actividade profissional.
• RECICLAGEM:
Formação que visa a actualização ou aquisição de novos conhecimentos, capacidades práticas,
atitudes e comportamentos dentro da mesma profissão, devido à necessidade de actualização
resultante dos progressos científicos e tecnológicos.
EDUCAÇÃO:
Conjunto de acções e de influências que visam desenvolver e cultivar no indivíduo aptidões,
conhecimentos, competências, atitudes e comportamentos que tem em conta o desenvolvimento
global da sua personalidade, a sua integração na sociedade e o seu empenhamento na
transformação progressiva dessa mesma.
Educando-se continuamente, o indivíduo é profundamente influenciado pelo meio onde vive, trabalha
e se desenvolve através dos seus vários grupos de referência: a escola, o lar, o trabalho, o clube, a
igreja, etc.
adquire compreensão do mundo que a cerca, bem como a necessária capacidade para melhor lidar
com os seus problemas.
Por sua vez, a formação profissional constitui-se no “processo de ajudar o trabalhador a adquirir
eficiência no seu trabalho presente ou futuro, através de apropriados hábitos de pensamento
e acção, habilidades, conhecimentos e atitudes” (Carvalho e Nascimento, 1997, p.154).
A definição anterior identifica a formação profissional como sendo uma forma de educação
especializada, uma vez que o seu propósito é preparar o indivíduo para o desempenho eficiente de
uma determinada tarefa que lhe é confiada.
Nesta linha de raciocínio a formação profissional pode ser identificada como “o somatório de
actividades que vão desde a aquisição de habilidade motriz até ao desenvolvimento de um
conhecimento técnico complexo, à assimilação de novas atitudes administrativas e à
evolução de comportamento em função de problemas sociais complexos” (Carvalho e
Nascimento, 1997, p.154).
Estas etapas devem ser desenvolvidas com atenção ao facto de que a formação não é a simples
realização de cursos e sim a procura constante do aumento do desempenho das pessoas, por forma
a facilitar o alcance dos objectivos e estratégias da organização e o desenvolvimento das pessoas
que nela trabalham.
COMPETÊNCIAS
A base principal para desenhar programas de melhoria continua é a formação que permite o
desenvolvimento de um processo de aprendizagem que garante a mudança na forma de fazer, ser e
estar das pessoas no trabalho, para alcançar um desempenho superior.
Para identificar necessidades de formação a organização pode utilizar vários métodos e todos eles
devem permitir à organização conhecer as habilidades que devem recebar maior ênfase para se
estabelecer a estratégia do formação.
A tabela abaixo resume alguns dos métodos que as organizações podem adoptar para fazer o
levantamento dessas necessidades.
MÉTODO DESCRIÇÃO
Diagnóstico de toda a organização para verificar os aspectos da
missão, visão e dos objectivos estratégicos que a formação deve
Análise Organizacional
atender.
ANÁLISE ORGANIZACIONAL
A análise organizacional não só envolve um estudo da empresa como um todo - seus objectivos,
seus recursos, a distribuição desses recursos para consecução dos objectivos como também o
ambiente sócio-econômico e tecnológico no qual a organização está colocada. Essa análise ajuda a
responder a questão sobre o que deve ser ensinada em termos de um plano amplo e estabelece a
filosofia de formação para toda a empresa.
Chiavenato (1991) define análise organizacional como a ''determinação onde dentro da organização
se deverá dar ênfase à formação". Neste sentido, a análise organizacional deverá verificar todas as
espécies de factores (como planos, força de trabalho, dado de eficiência organizacional, clima
organizacional etc.) capazes de avaliar os custos envolvidos e os benefícios esperados da formação
em comparação a outras estratégias capazes de atingir os objectivos organizacionais, e assim
determinar a política global com relação à formação.
A formação interage profundamente com a cultura organizacional, portanto, feito sob medida, de
acordo com as necessidades da organização. À medida que a organização cresce, suas
necessidades mudam e, conseqüentemente, a formação deverá atender às novas necessidades.
Assim, as necessidades de formação precisam ser periodicamente levantadas, determinadas, para, a
partir delas, estabelecer-se os programas adequados a satisfazê-las convenientemente".
Uma pergunta muito interessante foi levantada: O que é competência? Ele disse que, segundo a ISO
10015:2001 competência é: aplicação do conhecimento, habilidades e comportamento no
desempenho.
Deming, talvez o maior guru da qualidade em todos os tempos, afirmava: “para se obter qualidade é
preciso treinar, treinar e continuar treinando”. Mas actualmente é requerido que a formação vá muito
mais além. É exigido que, como qualquer outro produto, satisfaça as necessidades do cliente, ou
seja, proporcione resultados mensuráveis. É por isto que a empresa paga a formação de seus
funcionários para ter resultados!
ANÁLISE DE TAREFAS
A análise de funções/tarefas deve ser realizada com o auxílio de vários métodos que são, em
essência, complementares. Vejamos então cada um destes métodos de forma mais pormenorizada,
respectivas vantagens e desvantagens.
A Observação directa é o método mais antigo e o mais utilizado, devendo ser utilizado quando se
estudam os movimentos, tempos e métodos. Consiste em ver directamente o ocupante do cargo a
desempenhar as suas funções, enquanto o analista vai tomando notas e registando na folha
apropriada o que vai observando. Este método é o mais indicado para as funções que envolvam
operações manuais e que sejam actividades simples ou repetitivas; por exemplo, operários,
serventes, etc. É aconselhável associar este método com outro.
A Entrevista directa é um método flexível e produtivo porque assegura o contacto directo e verbal
entre o analista e o ocupante do cargo criando uma interação o que permite que se clarifiquem as
dúvidas e suspeitas para se obter informações complementares, cruzar informações de cargos
idênticos, sobre a natureza e sequência das tarefas, sobre os porquês e quandos.
Os Métodos mistos consiste em combinar dois ou vários métodos de análise, com vista a
neutralizar as desvantagens e tirar o melhor proveito das vantagens. Os métodos mistos mais
utilizados são, nomeadamente:
• Questionário e entrevista sendo ambos com o ocupante do cargo, e servindo o questionário
como base para a entrevista.
• Questionário com o ocupante e entrevista com o superior, com vista a aprofundar e tirar
dúvidas que possam surgir.
• Questionário e entrevista, apenas com o superior.
• Observação directa com o ocupante e entrevista com o superior.
• Questionário e observação directa, ambos com o ocupante.
• Questionário com o superior e observação directa com o ocupante.
Obtém-se informação verídica pelo facto do Requer muito tempo para a recolha de
analista observar o que o ocupante do cargo de informação fidedigna e o seu custo é elevado;
Observação facto faz, continuando este a trabalhar enquanto Quando o analista observa sem trocar
Directa o analista observa; informações verbais com o ocupante do cargo,
É o mais indicado para cargos simples e com não recolhe dados importantes para a análise;
actividades repetitivas; É contra indicado para cargos que tenham
Faz a correspondência directa do que faz, como actividades muito variadas.
faz e porque faz.
Quando é preenchido pelo ocupante e pela No caso dos cargos onde os ocupantes sejam
chefia permite obter informação mais abrangente de escolaridade baixa, estes podem ter
e recolha de particularidades sobre o cargo; dificuldades de compreensão do questionário
Questionário É o método mais rápido, económico e permite a e ocasionar ambiguidades;
participação de vários ocupantes de cargos; Exige planeamento e montagem cuidadosa;
É indicado para cargos de nível alto poupando Pode ser distorcido quando a qualidade das
tempo e sem afectar o desempenho das respostas é precária.
actividades.
Obtém-se dados com pessoas que conhecem Quando mal conduzida ocasiona efeitos
Entrevista bem o cargo; negativos pela falta de compreensão do que se
Pode-se tirar todas as dúvidas que possam quer de facto;
surgir e obter melhor qualidade e Pode induzir a confusão e opiniões contrárias;
racionalidade dos dados; Exige que o analista seja experiente;
Pode ser aplicado em todos os níveis, do mais Os custos são elevados;
alto ao mais baixo, sem contra-indicação O ocupante do cargo tem que parar de trabalhar
para ser entrevistado.
Consiste em verificar até que ponto os indivíduos dispõem dos conhecimentos, habilidades e valores
para melhor exercerem as suas atividades atuais e futuras na organização.
A interpretação dos itens acima relacionados e propostos por Gil (1994) “permite entender que: os
objectivos da organização identificados pelos empresários e construtores são esclarecidos pela
análise organizacional, as atividades que precisam ser treinadas são determinadas pela análise de
tarefas e as carências comportamentais dos indivíduos quanto à execução de suas funções são
verificadas pela análise dos recursos humanos”.
Modificação do Trabalho
Relatórios periódicos da empresa ou de produção
Reuniões departamentais
Planear é uma função tipicamente administrativa que envolve a selecção de objectivos, processos e
programas, a partir de uma série de alternativas. É uma tomada de decisão que afecta o curso futuro
de uma empresa ou departamento.
Compete à área de Formação predeterminar as sequências da sua acção administrativa com vista:
As organizações podem adoptar diferentes tipos de formação para os seus funcionários, a saber:
Partilha de informação sobre o negócio da empresa com os funcionários.
Habilidades de comportamento interpessoal, incluindo desenvolvimento de equipas, dinâmicas de
grupo e solução de problemas.
Princípios e técnicas de qualidade total para obter o alinhamento da visão dos funcionários com a
visão da direcção.
Formação em habilidades técnicas relacionadas com o trabalho.
Formação cruzada em habilidades para o trabalho e relacionadas com o desempenho actual.
Habilidades de vendas e relacionamento com clientes
Habilidades em tecnologias de informação e comunicação
O tipo de formação adoptado depende muito dos objectivos da organização e das necessidades que
forem diagnosticadas.
O programa de formação é um documento complexo que deve ter como principal característica, “ser
operacional”, funcionando como um instrumento de trabalho para formadores e formandos. É
constituído por diversos elementos, conforme se apresenta no esquema abaixo.
a) Objectivos
Consistem nos enunciados daquilo que se espera que o formando seja capaz de fazer, no fim da
actividade de ensino-aprendizagem descrita na coluna 2. Mais adiante iremos tratar com maior
profundidade da definição de objectivos de formação.
b) Actividades
São as actividades de ensino-aprendizagem, a desenvolver pelo formador e pelos formandos, e que
têm por base opções de carácter pedagógico-didáctico, isto é, métodos, técnicas e meios escolhidos.
Podem incluir exposições, prática-simulada, prática no posto de trabalho, exercícios, visitas de
estudo, avaliações, etc. Estas actividades são desenvolvidas para se atingir os objectivos propostos
na coluna 1.
c) Conteúdos Programáticos
Consiste na listagem de um conjunto de tópicos ou áreas temáticas a serem abordagem ao longo da
formação e que, portanto, deverá estar enquadrada com as diversas actividades da coluna 2.
d) Meios
Na coluna destinada aos meios deve-se indicar os materiais e equipamentos que servirão de apoio
ao processo de formação. É vantajoso que os meios apareçam divididos em dois grupos,
nomeadamente:
1. Equipamento: material duradouro, amortizável ou não, que serve para várias acções,
por exemplo: mesas, cadeiras, máquinas, quadro branco, retroprojector, etc.
2. Material de Consumo: material não duradouro, que serve apenas para uma acção, por
exemplo: lápis, marcadores, blocos de papel A4,
Aqui deve-se incluir o equipamento e material destinados ao formador e aos formandos para
desenvolverem as actividades propostas na coluna 2.
e) Locais
Nesta coluna indicam-se os locais em que cada actividade da coluna 2 decorrerá. Pode-se incluir,
por exemplo, sla de exercícios práticos, oficina, laboratórios, posto de trabalho A, empresa B (visita),
etc. Esta informação é de grande importância para a gestão dos espaços disponíveis e para o
planeamento da utilização dos meios.
f) Tempos
Tal como o local, também o tempo previsto para cada actividade constitui uma informação que deve
ser incluída no quadro-programa. Deve ser usada a hora como unidade base e o total dos tempos
atribuídos a cada actividade constituirá o tempo total da acção. É importante colocar sempre uma
margem de 10% no tempo total com vista a flexibilizar a calendarização da acção de formação
permitindo a recuperação de eventuais desvios (deslocações para visitas de estudo, avaliação,
distribuição de material, etc).
Existem regras específicas para a definição de objectivos de formação sem as quais não será
possível avançar com os restantes elementos a integrar num programa de formação. Neste sentido,
torna-se importante debruçarmo-nos mais promenorizadamente sobre a definição de objectivos de
formação.
No entanto, há alguns autores que apontam alguns problemas com a definição de objectivos de
formação ou de aprendizagem, nomeadamente:
Uma meta, que também é frequentemente considerada como objectivo geral, segundo Vieira (1989,
p.8) “…expressa de forma geral os resultados desejados ou procurados pela formação (…) são
frequentemente formuladas em termos de capacidades a adquirir, podendo concretizar-se em
conjuntos de funções ou tarefas a desenvolver pelos indivíduos formados ou perfís de saída da
formação…”
Para esta autora (1989, p.9) os objectivos gerais “expressam os resultados realmente esperados no
termo de acções concretas de formação ou sequências de aprendizagem (…) e são formulados em
termos de capacidades a adquirir mas correspondem ainda a competências amplas, globais e
complexas.”
Para Gil (1997, p.44) os objectivos gerais “(…) têm um carácter finalístico; referem-se àquilo que o
aluno será capaz de fazer após a conclusão da disciplina.
Para Dick e Carey (1979, p.35) “uma meta é expressa em forma de um enunciado no qual se define
o que se espera que os estudantes estejam em capacidade de fazer uma vez terminado o período de
instrução. (…) No enunciado da meta de instrução que corresponde a um módulo dado podem
também figurar as habilidades que o estudante deve ir adquirindo para poder ascender, dentro do
currículo, a níveis cada vez mais altos de conhecimentos, habilidades e entendimento”. (tradução
livre)
“ Esta disciplina tem como objectivo capacitar os alunos para a aplicação de princípios e
técnicas psicológicas com vista à solução de problemas de relacionamento interpessoal no
âmbito das organizações”.
“No final da formação, o futuro monitor deverá ser capaz de conduzir um jovem a auto-avaliar
um seu comportamento tido como incorrecto”.
Vimos já que um objectivo de formação se define como um enunciado claro e explícito dos
resultados que se espera alcançar com uma determinada acção de formação. Mas para que um
objectivo possa cumprir integrarlmente as funções que com ele se visam é necessário que seja
correcta e completamente formulado. Vamos então ver o que nos diz Robert Mager na sua teoria
sobre os objectivos comportamentais.
Segundo este autor, para que um objectivo seja correctamente formulado ele deve possuir 4
componentes fundamentais, nomeadamente:
Um objectivo deve sempre descrever com precisão a actividade ou comportamento que o formando
deverá realizar no final da formação para demonstrar que adquiriu a competência desejada, devendo
ser formulado em termos de comportamento directamente observável e mensurável. Compreende o
verbo operatório/de acção e o produto ou resultado.
De acordo com R. Mager, verbos ambiguous como “compreender”, “imaginar”, “Saber” ou “reflectir”
devem ser substituídos por verbos de acção mais específicos, possíveis de serem observáveis e
mensuráveis (ex: listar, descrever, identificar, definir, comparar, resolver, etc.)
Sempre que possível um objectivo deve indicar os níveis de qualidade que o comportamento
(produto) deve apresentar para ser considerado aceitável e garantir que o objectivo foi alcançado.
Compreendem critérios de qualidade e quantidade como: tempo, precisão, percentagem, número de
respostas correctas, etc.
Consideremos o seguinte objectivo operacional/comportamental:
“ No final da formação, o formando deverá ser capaz de dactilografar uma folha de texto corrido,
utilizando um computador, atingindo a velocidade de 20 palavras por minuto e sem cometer mais de
4 gralhas”.
• Economia - Todo instrumento de controle deve ser proporcional, em eficiência, ao seu custo
de aplicação. O tipo de controle a ser utilizado pelo gestor da Formação depende,
basicamente, das características do programa, recursos disponíveis e da habilidade
administrativa de quem o aplica. Para ser económico na sua aplicação, o controle da
formação deve ser feito em função de factores estratégicos para as áreas de mais
importância no processo de capacitação.
• Compreensão - Pode parecer óbvio, mas qualquer sistema de controle deve ser muito bem
compreendido pelos seus executores. Muitos tipos de controles não são bem aplicados
devido à falta de esclarecimento do seu funcionamento aos usuários.
Alguns dos instrumentos de controle das acções de formação mais utilizados são: (Carvalho e
Nascimento, 1997, p.177)
• Orçamento de FP
• Fichas de acompanhamento do formando durante o seu processo de formação
• Testes e provas aplicados no decorrer da formação
• Observações pessoais de coordenadores e instrutores de formação
• Entrevistas formais e informais com os formandos
Para que a alocação de recursos financeiros à actividade de formação seja eficiente, torna-se
necessário que os gestores da formação:
- fixem prioridades de formação à luz da pesquisa de necessidades de capacitação
- adaptem o orçamento em função da realidade empresarial em que vive e actua.
Gil (1994) relata que a execução da formação requer algumas providências como:
Qualificação dos instrutores;
Selecção dos formandos de acordo com suas aptidões e interesses pessoais;
Qualidade do material e das técnicas de instrução;
Envolvimento das chefias.
Tratando-se de formação, deve-se fazer sempre uma referência sobre a aprendizagem, pois a
palavra aprender significa adquirir determinado comportamento ou modificar comportamentos já
adquiridos. Carvalho (1989) cita que no processo de Formação, "aprender significa adquirir
comportamento profissional ou introduzir alterações em comportamento já assimilado através do
aperfeiçoamento no exercício do trabalho".
Segundo Boog (1999) “a aprendizagem pode ser definida como o processo pelo qual o Homem
adquire experiências que o leva a aumentar a sua capacidade, a alterar disposições de ação em
relação ao ambiente e a modificar o seu comportamento”.
É também nesta fase que se deve definir a tecnologia da formação, ou seja, os recursos didácticos,
pedagógicos e instrucionais que serão usados no decorrer do programa de formação. Aliás, a
selecção dos recursos tecnológicos de suporte à formação está intimamente relacionada com o tipo
de técnica de formação que se pretende adoptar.
Assim, as organizações dispõem de uma diversidade de tecnologias que podem dar suporte à
formação como, por exemplo: recursos audiovisuais (videocassete, CD-ROM, DVD‟s),
teleconferência, comunicações electrónicas (correio de voz, correio electrónico, intranets), tecnologia
multimídia, formação à distância, entre outras.
As principais técnicas usadas para implementar programas de formação são ilustradas na tabela
abaixo.
Factor Descrição
O Programa/Plano de formação deve ter como objectivo melhorar o nível de
Adequação do
desempenho ou preparar as pessoas para desafios futuros que podem afectar o
programa/plano de formação
desempenho da organização.
às necessidades da
organização A formação deve contribuir directamente para a solução de problemas que são a
causa das necessidades diagnosticadas ou percebidas.
O material de ensino deve ser planeado e desenhado por forma a facilitar a
execução da formação.
Qualidade dos materiais de O material de ensino deve ser desenhado por forma a facilitar a concretização da
formação acção de formação, a compreensão do conteúdo pela utilização de meios
adequados para a sua transmissão, deve aumentar o rendimento do formando e
racionalizar a tarefa do instrutor.
A formação deve ser feita a todos os níveis e funções da empresa.
Envolve um grande esforço de coordenação, motivação dos participantes e
Cooperação dos gestores
recursos para garantir o sucesso do investimento.
Para o sucesso deste investimento é chave a participação de todos os gestores.
Formadores externos devem ser seleccionados considerando provas sobre um
conjunto de qualidades pessoais relacionadas com facilidade de relacionamento
humano, motivação, raciocínio, didáctica, exposição fácil e conhecimentos dos
Qualidade dos Formadores
temas a serem leccionados.
No caso dos instrutores internos devem ser realizadas acções que garantam o
desenvolvimento destas competências.
Os resultados da formação são influenciados pela qualidade dos formandos.
Deve ser realizado um processo de selecção adequado, em função dos objectivos
e conteúdo do programa da acção de formação e um processo de comunicação
Qualidade dos participantes
que assegure a sua disponibilidade e motivação.
Sempre deverão ser criados grupos homogéneos com níveis de necessidades e
conhecimentos relevantes para o programa e conteúdo da acção de formação.
Para a avaliação das acções de formação devem ser definidos indicadores num conjunto de áreas
que abrangem diferentes níveis de análise como se mostra na figura a seguir.
• Aumento da produtividade
• Melhoria da qualidade dos produtos e serviços
Avaliação ao
• Redução do fluxo de operações
nível de tarefas • Melhoria do atendimento ao cliente
e operações • Redução do índice de manutenção de
equipamentos e sistemas
Esta fase de Avaliação da Formação consiste obtenção de informações sobre os efeitos que um
programa de formação tem na concretização das metas da empresa. Compreende em quatro níveis
de avaliação: As mudanças em andamento no mundo do trabalho têm produzido, entre outros
efeitos, um grande aumento no investimento em formação nas empresas. Isso não tem sido seguido,
no entanto, de esforços no sentido de promover avaliações dos formaçãos realizados. Parte da
razão, para isso, decorre da falta de técnicos preparados para defender a necessidade dessas
avaliações e para planejar sua implementação.
Avaliação de reação:
Avalia a reação dos formandos quanto ao conteúdo desenvolvido, métodos e técnicas utilizadas e a
atuação do instrutor. Utiliza-se de questionários;
Avaliação de aprendizagem:
Avalia até que ponto o treinando aprendeu o que foi proposto pelo formação. Utiliza-se de entrevistas
objetivas ou testes de perguntas abertas; para se conseguir uma melhoria no desempenho dos
formandos, dois caminhos podem ser tomados. O primeiro envolve a acompanhamento contínuo e a
orientação constante, tornando o mesmo dependente do treinador, o que, evidentemente, não é
desejado. Sua proposta envolve o desenvolvimento de habilidades que levem o treinando a avaliar a
qualidade de seu trabalho, especialmente durante o processo de elaboração.
O aprendiz deverá passar de uma situação em que o "feedback" é fornecido pelo treinador para uma
situação em que ele tenha autocontrole sobre sua aprendizagem. Isto requer que o mesmo possua
uma idéia clara a respeito do que pretende alcançar e que tenha desenvolvido habilidades que lhe
permitam comparar, com alguma objectividade, a qualidade do que ele está produzindo em relação
ao padrão esperado. Exige ainda que o formando tenha adquirido um conjunto de destrezas que
serão necessárias quando das modificações no trabalho previamente elaborado.
Avaliação comportamental:
Avalia as mudanças de comportamento do treinando no cargo após a execução do formação. É o
nível de avaliação mais complexo, pois não pode ser feito de maneira imediata, geralmente leva
algum tempo para que as mudanças comportamentais possam ser observadas e analisadas. Utiliza-
se a amostragem de actividades, diário do observador, entrevistas e questionários.
Feedback:
Consiste na retroacção de resultados, levantados pela avaliação, com o intuito de aperfeiçoar o
processo de formação. É considerado um facilitador do processo de aprendizagem, por fornecer
informações a respeito do desempenho dos formandos.
É importante ressaltar que a abordagem sistêmica da formação, em sua plenitude, apresenta
modelos muito mais complexos que categorizam e melhor detalham as etapas envolvidas no
processo.
A avaliação do Processo de Formação deve ser encarada como um aspecto chave para garantir a
tomada de decisões sobre os resultados de cada fase componente do ciclo de formação.
Para contribuir com esta clarificação de papéis apresenta-se, na figura a seguir, as fases
componentes do Processo de formação identificando que fases são da responsabilidade dos
gestores de RH (fases staff) e as responsabilidades dos gestores de linha (fases de linha).
Levantamento das
necessidades Escolha de métodos
específicas de adequados à
treinamento e instrução
desenvolvimento
Aplicação dos
princípios de
aprendizagem Colheita de material e
dados para a
instrução
Levantamento das
necessidades Elaboração do
específicas de Programa/Plano de
treinamento e Treinamento
desenvolvimento
Levantamento das
necessidades
Implementação do Treinamento de
específicas de
Treinamento Instrutores
treinamento e
desenvolvimento
Neste sentido a avaliação tem um papel importante por permitir clarificar o custo-benefício destas
acções ao longo das diferentes fases do seu processo de implementação.
Deste modo, a formação será encarada como uma forma de reduzir custos e aumentar a
produtividade.
É comum se fazer uma avaliação de curto prazo a fim de verificar a opinião do treinando quanto ao
método, recursos adotados, conhecimentos e habilidades adquiridas durante o formação. É a
Avaliação de Reação que hoje conhecemos. Há ainda os pré e pós-testes para se avaliar a retenção
do conhecimento.
O processo de avaliação inclui a coleta de dados e elaboração de um relatório que forneça subsídios
para a monitoração do processo. Em complementação as atividades de Avaliação de Resultados é
recomendado que se faça à monitoração do processo como parte do sistema da qualidade. Por
exemplo, os indicadores da empresa podem refletir o resultado da atividade do formação que foi
realizado.
É conveniente que este monitoramento seja conduzido por pessoal competente e independente das
funções que estão sendo monitoradas. Os métodos de monitoramento podem ser: consultas,
observação e coleta de dados. É importante reforçar que os sistemas da qualidade são estruturados
com a abordagem de processos e deve haver indicadores para estes processos. Estes indicadores
podem ser a base para a sua estratégia de avaliação de resultados.
Não esquecendo que usualmente os chefes não conseguem ou não sabem dizer se um formação dá
resultados efetivamente. E, por outro lado, os subordinados nunca sabem porque estão sendo
enviados a um formação. Desta forma os conhecimentos e habilidades adquiridos não são
transferidos para o trabalho.
Quando enviar um funcionário ao formação, o chefe deverá orientar sobre porque está enviando o
funcionário aquele evento porque está investindo tempo e dinheiro nele. Além disto, o que se espera
que aprenda e o que deve trazer de novas informações ao departamento. E principalmente como
será a verificação destes conhecimentos.
Durante o período em que o funcionário estiver tentando implementar o novo conhecimento, o chefe
deverá estabelecer ações para atacar as barreiras que dificultam a atividade. Ou seja, deverá ajudar
a superar tais barreiras.
Por último deverá reconhecer e reafirmar os esforços do treinando. Esta actividade é adequada a
cada funcionário e situação específica. O objectivo é dar o mérito ao funcionário por estar utilizando o
que aprendeu, verificar se atingiu as metas e incentivar a melhoria contínua.
Vale ressaltar também que, a formação deve ser guiada pelas políticas da empresa. Ignorar o
planeamento estratégico considerando cada evento como algo em si, é uma atitude que inviabiliza a
formação. Você já terá certeza de que não haverá resultados satisfatórios. Não dar valor ás
prioridades da empresa dando ênfase a outras prioridades é outro exemplo. Considerar a formação
como um dos fins em si e não como um dos meios para atender algumas das necessidades da
empresa é, sem dúvida mais um exemplo.
Portanto, o método é um conjunto de etapas que vai deste a apresentação de um tema pelo
formador até à avaliação da aprendizagem do formando. Já a técnica de formação é um
procedimento didáctico utilizado pelo formador com vista a contribuir para a realização da
aprendizagem do formando a que se propõe o método.
MÉTODO PRÁTICO
É o método no qual o indivíduo aprende com a experiência que vai adquirindo ao longo do tempo
com a prática, ou seja, aprende fazendo. É considerado um dos métodos mais antigos do mundo e a
sua maior vantagem está na obtenção de resultados a curto prazo, pois não há um espaço de tempo
entre a produção e a aprendizagem, podendo avaliar o desempenho do aprendiz quase que
imediatamente. Entretanto, este método influencia diretamente no comportamento do indivíduo,
limitando a sua criatividade e fazendo-o acreditar que aquela é a única forma correta de ação. As
técnicas utilizadas são:
Entrevistas:
É uma técnica que possibilita a aquisição de informações sobre o aprendizado do treinando através
de uma conversa com um profissional da área, ocorrendo a obtenção de uma visão prática dos
conteúdos aprendidos.
Estágios:
É uma técnica que possibilita o treinando aplicar o seu aprendizado teórico através da prática em
uma instituição. A actividade de estágio, sem dúvida, traz uma série de benefícios, dentro eles:
Acelera a formação profissional;
Possibilita a aplicação prática dos conhecimentos teóricos obtidos no Centro;
Motiva o estudo, pois percebe-se a finalidade de aplicação do aprendizado e sente suas
possibilidades;
Permite maior assimilação das matérias de estudo;
Facilita e antecipa a auto definição face à futura profissão;
Ameniza o impacto da passagem da vida estudantil para a profissional;
Possibilita perceber as próprias deficiências e buscar o aprimoramento;
Permite adquirir uma atitude de trabalho sistematizado, desenvolvendo a consciência de
produtividade;
Propicia melhor relacionamento humano;
Incentiva a observação e comunicação concisa de idéias e experiências adquiridas, através
dos relatórios que devem ser elaborados;
Incentiva o exercício do senso crítico e estimula a criatividade;
Permite o conhecimento da filosofia, diretrizes, organização e o funcionamento das empresas
e instituições em geral.
A formação profissional no próprio serviço, é a técnica mais empregue pelas empresas em geral. O
formando, geralmente sob a orientação do supervisor imediato ou de um colega mais antigo, ao
adquirir as habilidades, conhecimentos e atitudes exigidas pelo cargo, utiliza, no seu aprendizado,
máquinas, equipamento, materiais e outros recursos utilizados no próprio trabalho.
Vantagens:
Exige custos relativamente baixos
O formando começa a produzir a partir do momento que inicia a sua aprendizagem do
trabalho
Resultados positivos quando aplicada na formação de habilidades manuais
Desvantagens:
Rodízio de Funções:
O rodízio de funções é a técnica de formação profissional individual que consiste em levar o
formando a passar por diversos cargos, afins ou não ao seu, possibilitando-lhe conhecer e exercer
diversas actividades das que executa normalmente na organização.
Esta técnica relaciona-se intimamente com a oportunidade de fazer carreira que a empresa oferece
aos seus funcionários. Na verdade, esta técnica procura, paralelamente, contribuir para a
constituição de um autêntico banco de talentos da empresa.
Vantagens:
Permite ao formando identificar-se com as várias funções da empresa, independentemente
de terem alguma relação com o seu cargo
Melhora a integração do formando na organização
Possibilita ao formando enfrentar e superar novas situações e desafios apresentados na sua
vida profissional
O formando é um potencial candidato para o futuro exercício de tarefas mais complexas das
que exerce actualmente
Desvantagens:
O êxito da técnica depende, basicamente, do bom relacionamento entre o formando e o
executor das tarefas inerentes ao rodízio
O formando deve ser dotado de uma capacidade acentuada de adaptação às novas tarefas
O programa necessita de ser bem estruturado e executado, caso contrário, o formando terá
enormes dificuldades em seguir adiante
Demonstração:
Objectivos:
Comprovação prática de um enunciado teórico
Exibição da correcta execução de operações básicas de uma determinada ocupação e do uso
adequado de equipamento
Princípios:
Deve obedecer a uma etapa de:
Preparação (equipamento e formandos)
Apresentação e demonstração pelo formador
Aplicação pelos formandos
Verificação dos conhecimentos
Vantagens:
Permite a transmissão de conhecimentos teóricos e práticos
Possibilita a participação dos formandos, dialogando, observando e realizando
Mais adequado para o desenvolvimento de aptidões psicomotoras
Desvantagens:
Exige maior disponibilidade de tempo
Mais adequado para grupos reduzidos
Exige equipamento e materiais para se tornar próximo da realidade
Aplicação:
Aprendizagem de habilidades manuais onde o movimento físico e manuseio de objectos
Formação de processos rotineiros de produção e administração
MÉTODO CONCEITUAL
É o método de aprender pela teoria, ou seja, adquirir conhecimento através de novos conceitos. É
considerado o principal instrumento de educação, pois estimula o senso crítico e a criatividade do
treinando. Todavia, não garante a transferência da aprendizagem para a situação da realidade, pois
não afecta o comportamento, limitando-se a opiniões ou a adesão a raciocínios lógicos. São
utilizadas as seguintes técnicas:
Debates:
É uma técnica verbal em que um determinado assunto ou tema será discutido por dois ou mais
grupos com diferentes pontos de vista. Geralmente o debate termina com o predomínio de alguns
pontos de vista, complementando e ampliando o tema discutido em forma de conclusões.
Discussão:
Consiste na discussão e decisão sobre problemas ligados ao trabalho dos participantes.
Objectivos:
Análise e discussão de ideias e interesses profissionais afins
Partilhar sobre um tema controverso/actual
Desenvolver a capacidade de análise crítica
Treinar a argumentação
Partilhar ideias e pontos de vista diferentes
Princípios:
O tema tem que ser preparado previamente
A discussão deve ser coordenada por um líder indicado pelo próprio grupo
Vantagens:
Desenvolve o espírito de grupo
Possibilita aos formandos uma intensa troca de experiências profissionais
Desenvolve habilidades de liderança participativa
Desenvolve a capacidade de análise e de argumentação lógica
Desvantagens:
É uma técnica mais indicada para pequenos grupos (média entre 6 a 8)
É moroso
Pode fomentar a indisciplina
Quando não é bem orientada, a discussão tende à subjectividade
A ausência de resultados imediatos pode gerar insatisfação
Pode conduzir a resultados pobres, se não houver boa preparação
O formando do tipo falante pode monopolizar as discussões ou, ao contrário, o formando
extremamente reservado, se não for devidamente motivado, fica à margem da discussão
Explanação do instrutor:
É uma técnica que usa o instrutor como veículo principal para repassar o conhecimento, com a
predominância da palavra oral. Segundo Boog (1999) "o sucesso dessa técnica depende quase que
exclusivamente da habilidade do comunicador".
Material impresso:
É a técnica que utiliza apostilas, livros e textos para repassar novos conceitos aos formandos. A
qualidade de impressão e a linguagem usada influenciam na motivação dos formandos e
respectivamente no sucesso desta técnica.
Painéis:
Consiste na discussão entre especialistas perante um auditório, tratando um determinado assunto
sob diferentes pontos de vista e confrontando-os entre si. Logo em seguida, a platéia encaminha as
perguntas. O objectivo desta técnica é gerar polêmica.
Palestra:
Consiste numa exposição oral sobre determinado tópico ou assunto pelo formador destinando-se
tanto ao formando individualmente como a um grupo de formandos.
Princípios:
Domínio do assunto a ser exposto pelo formador
A palestra deve estar adaptada às necessidades dos formandos
Deve favorecer e estimular o debate com os formandos
Sempre que possível, é recomendável encaminhar aos formandos, com antecedência, um
roteiro do assunto a ser transmitido
É recomendável que seja utilizada como uma técnica complementar a outras (não seja
empregue de forma isolada)
Desvantagens:
Diante de auditórios com um número elevado de formandos, não possibilita a participação de
todos no debate, condição essencial para a assimilação da aprendizagem profissional
A situação da aprendizagem torna-se demasiado passiva
É contra-indicada como técnica exclusiva para a formação de tarefas tipicamente manuais
Conferência:
A conferência consiste em uma exposição oral de um tema, em forma metódica, na qual o expositor
assume uma atitude nitidamente activa, permanecendo os participantes, durante todo o transcurso
da mesma, apenas ouvindo o que lhes está a ser exposto. Trata-se de uma técnica expositiva mais
formal do que a palestra e tem as mesmas indicações de uso e as mesmas desvantagens que a
palestra.
Objectivos:
Explorar a capacidade criativa
Possibilitar o desenvolvimento da personalidade do formando através da sua plena e livre
participação
Produzir novas ideias
Resolver problemas simples
Princípios:
Deve ser aplicada a um grupo de 10 pessoas, no máximo
Todas as ideias são válidas
Importa produzir o maior número de ideias no mínimo de tempo
A crítica e auto-crítica de uma ideias são proibidas
Não se deve limitar a imaginação
É necessário ouvir as ideias dos outros e, a partir delas, fazer associações livremente: “ isto
faz-me pensar em...”
Vantagens:
Desenvolve a criatividade
Possibilita a espontaneidade de ideias
Desinibe
Facilita o relacionamento interpessoal
Não necessita de equipamentos e locais sofisticados
Desvantagens:
Inibição dos mais tímidos
É moroso
Corre-se o risco da não observação das regras
Só se aplica a problemas simples
Quando o tema não é bem focalizado, há forte propensão para a subjectividade
MÉTODO SIMULADO
É o método de aprendizagem por imitação da realidade. Funciona como uma vivência simulada dos
conceitos e teorias, é o mais adequado para desenvolver as habilidades manuais, verbais e de
relacionamento dos formandos. Segundo Vargas (1996) "a simulação é a representação de uma
situação da vida real, geralmente, requer ações e reações apropriadas ou a demonstração de uma
habilidade técnica". As técnicas mais utilizadas são:
Jogos e exercícios:
É uma técnica que utiliza jogos e exercícios dinâmicos destinados a tornar o aprendizado mais
atraente e menos desgastante possível. Entretanto, a utilização de tais recursos poderá desviar a
atenção dos formandos do verdadeiro objectivo da técnica, que é a potencialização de alguma
habilidade ou aquisição de conhecimentos através de um conceito.
Dramatizações:
Consiste na simulação de uma situação específica, afastada da situação real. É a técnica de
simulação mais económica, pois não envolve o uso de recursos computacionais ou de máquinas.
Consiste no emprego de actores previamente treinados com a finalidade de repassar o complemento
ou a fixação de conceitos, através de representações dramatizadas ou teatralizadas.
Objectivos:
Adquirir competências, alterando estatutos
Misturar e inverter estatutos
Compreender a posição do outro
Corrigir comportamentos e atitudes
Princípios:
Os papéis a desempenhar devem estar afastados da situação real de cada um
Os papéis estão definidos à partida
Não há improvisação
Vantagens:
Desenvolve competências
Corrige desempenhos
Útil para funções na área das relações humanas
Desvantagens:
Inibe os mais tímidos
É moroso
Pode haver dificuldades no recrutamento de “actores”
As críticas podem tornar-se pessoais
Jogos de empresas:
É uma poderosa técnica de ensino de habilidades empresariais, permitindo aproximar-se da situação
real através de sua competitividade, regras bem definidas, conflitos e envolvimento
"jogos empresariais são utilizados para criar um ambiente simulado dentro do qual mudanças
comportamentais e aprendizagem podem ocorrer e no qual o comportamento gerencial pode ser
observado". (Serson, 1975)
Vantagens:
Proporciona um envolvimento dinâmico no processo de aprendizagem dos formandos
Possibilita uma excelente motivação na formação gerencial
A retenção da aprendizagem é muito mais segura do que nas situações estáticas de
formação
Os formandos são levados a programar as suas decisões a curto e médio prazos, afastando
alternativas simplistas, baseadas unicamente na sua experiência pessoal
Desvantagens:
Nem sempre os participantes podem, na prática, aplicar o princípio de “ganhar sempre” o
jogo, em face das circunstâncias do mercado onde actuam
É comum os formando se envolverem emocionalmente com a disputa, a ponto de não
assimilarem certos princípios básicos do exercício (p.e. correcção de enfoques, justa
avaliação das consequências, etc)
A tendência de apresentar o jogo como um facto isolado da realidade do mercado (simulação)
pode torná-lo ineficaz
Custo relativamente alto quanto à elaboração e coordenação do jogo
Estudos de caso:
São discussões organizadas e sistematizadas de casos tomados na vida real no intuito de que o
treinando possa identificar os objectivos da acção realizada e que sugira várias soluções alternativas
em relação ao caso apresentado.
Objectivos:
Treinar a realidade
Estimular a tomada de decisões
Desenvolver capacidades e aptidões
Princípios:
O caso deve ser pedagógico e ter mais de uma solução
Vantagens:
Consolida conhecimentos
Incide sobre todos os domínios do saber
Permite a transposição de saberes para situações reais
Desvantagens:
A ausência de uma única solução pode gerar insegurança
É de difícil aplicação em grupos heterogéneos
Aplicações:
Esta técnica é mais adequada para cursos superiores, principalmente na formação e
aperfeiçoamento de docentes em todos os níveis
Resulta muito útil na formação profissional de qualquer tipo pois representa um treino para as
actividades do indivíduo
MÉTODO COMPORTAMENTAL
Dinâmica de grupo:
É uma técnica de grupo que trabalha basicamente com aspectos comportamentais, atinge as
atitudes e amplia a autopercepção e a sensibilidade dos formandos.
Vivências:
É uma técnica de grupo em que o treinando experimenta situações sugeridas pelo instrutor. Tem
como objectivo aprender a desenvolver as suas habilidades, ajudar os colegas e reconhecer
deficiências e processos de aceitação de si mesmo e dos outros (SERSON,1975).
Auto-análise:
É a técnica que através do auto-conhecimento analisa os aspectos comportamentais. O recurso mais
apropriado para a utilização desta técnica é o Feedback.
Chiavenato (1996) relata que cada um dos métodos e técnicas descritos acima possuem uma
determinada função e utilidade.
Não existe nenhum estudo empírico que comprove que um determinado método exclusivo é o melhor
ou que satisfaça todos os objectivos de um programa de formação.
Desempenho de papéis/Role-Play:
Consiste na simulação de determinada situação específica, próxima da situação real dos formandos.
Objectivos:
Desenvolver e praticar competências
Treino indirecto dessas competências
Princípios:
Cada papel é estruturado e definido pelos formandos (de acordo com a sua experiência da
situação)
A improvisação baseia-se nas competências reais
Alguns dos critérios que podem auxiliar na decisão da escolha dos métodos e técnicas de formação
a adoptar em cada acção de formação são:
Variedade: o Formador que não domina vários métodos e técnicas terá menos possibilidades
de atingir eficazmente os seus objectivos;
Compatibilidade: Características dos formandos, Nível dos formandos, Natureza dos
objectivos da formação (atitudes, (conhecimentos, aptidões), Natureza da organização,
Equipamento e instalações disponíveis;
1. Actividades
Aprende-se tanto mais quanto maior for a oportunidade para aplicar os conhecimentos adquiridos.
Quando só o formador tem um papel activo e os formandos um papel passivo a formação não poderá
ser eficaz. Assim, um método ou técnica de formação será tanto mais eficaz se suscita a actividade
dos formandos e quanto mais essa actividade estiver integrada na própria formação.
O formando incentiva-se tanto mais quanto ele próprio puder participar nas actividades dialogando,
investigando, produzindo trabalhos e confrontando as suas opiniões com as dos outros elementos do
grupo. Daí que o formador não deve insistir em programas que não são fruto da sua experiência e
nalguns casos de países que nada tem a ver com o nosso. É preciso integrá-los tendo em conta a
situação profissional actual e a própria experiência dos formandos.
3. Motivação
O adulto em formação tem necessidades / motivações próprias que importa que o formador seja
capaz de realçar porque a formação só atinge o seu objectivo se, quem a recebe, tem desejo de
aprender. Daí que quanto menor for esse desejo de aprender maiores deverão ser os elementos de
motivação introduzidos pelo formador. Como? Usando a própria realidade como fonte de
conhecimento confrontando-se a prática com os elementos de interpretação e informação que
permitem levar a novos níveis de compreensão sem ser necessário apelar à leitura de textos
complicados.
2 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO
A avaliação do desempenho de pessoas não é uma avaliação geral o seu foco é o desempenho do
funcionário no cargo que ocupa na organização e sobre as acções que desenvolve o pode
desenvolver a organização para enquadrar adequadamente as suas perspectivas de
desenvolvimento como profissional e como pessoa.
Para realizar um adequado processo de avaliação do desempenho devem ser analisados diversos
factores que tem influência no desempenho dos funcionários no cargo de trabalho como se mostra
na figura a seguir.
Capacidades do
Valor das
indivíduo
recompensas
Esforço Desempenho
individual no Cargo
Percepção de que
a recompensa Percepções do
depende do papel a
esforço desempenhar
Neste contexto pode-se definir a avaliação do desempenho como: o processo que permite uma
apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa na função e de seu potencial de
desenvolvimento futuro.
Assim, podem-se identificar problemas ou oportunidades para a melhoria em aspectos tais como:
supervisão e relacionamento entre superior e colaborador, integração do funcionário à organização
ou ao cargo que ocupa, competências, motivação, relações com colegas, utilização da
potencialidade do funcionário e perspectivas para seu desenvolvimento futuro.
A avaliação do desempenho para a organização tem uma importância vital para saber se esta no
rumo certo relativamente aos seus objectivos e estratégias para o que são realizadas vários tipos de
avaliações em diversas áreas: financeira, operacional, técnica, vendas, marketing e recursos
humanos.
Por ser os recursos humanos o elemento mais importante para o sucesso da organização, a
avaliação do desempenho dos funcionários é chave para criar uma base de informação que permita
orientar a definição das políticas de RH que maximizem seu aproveitamento e garanta sua motivação
e desenvolvimento.
Num mercado competitivo a avaliação do desempenho dos funcionários é fundamental para garantir
as vantagens competitivas da organização que devem estar sustentadas em pessoas com
determinadas características relativamente a: competências, atitudes e valores, motivação,
criatividade e inovação, produtividade e perspectivas de desenvolvimento.
Para ter informação sobre o estado actual das características das pessoas e poder decidir sobre
acções relevantes para contribuir à criação das características desejadas é fundamental contar com
um bom processo de avaliação do desempenho dos funcionários.
Para entender os objectivos da avaliação do desempenho deve-se clarificar que este processo não é
um julgamento superficial e unilateral do superior sobre o comportamento funcional do colaborador e
sim um meio para identificar causas e estabelecer perspectivas e expectativas de comum acordo
com o avaliado.
Nesta perspectiva, modificações do desempenho dos funcionários devem estar baseadas numa boa
comunicação realizada pelos gestores sobre as mudanças que devem acontecer no seu
conhecimento, habilidades e comportamentos e numa clarificação do porque destas mudanças e do
papel que se espera dele.
Portanto, este processo não é um fim em si mesmo e sim um meio para contribuir à melhoria do
desempenho e desenvolvimento dos recursos humanos.
A partir destes objectivos e resultados esperados pode-se justificar a preocupação das organizações
com a avaliação do desempenho na base dos seguintes aspectos:
Avaliadores/gestores:
Avaliados/trabalhadores:
• Melhorar o seu trabalho, autonomia e competência, graças a uma percepção mais objectiva
dos seus pontos fortes e fracos.
• Sentir-se reconhecido e receber feed-back para melhor evoluir.
• Questionar-se sobre a sua contribuição pessoal para a obtenção dos objectivos da Cimentos
de Moçambique
• Alinhar as expectativas pessoais com as expectativas da empresa
• Exprimir as suas dificuldades, insatisfações, desejos de evolução, de formação, de carreira.
• Aferir o grau de realização dos compromissos (competências/alvos ou objectivos)
Organizações:
• Incrementar o diálogo entre Chefia e Colaborador.
• Identificar o potencial humano do grupo ou equipa.
• Gerir todos os Activos Humanos de forma sistemática, justa e oportuna.
• Reconhecer o valor individual.
• Orientar os esforços individuais face aos objectivos da empresa.
• Permitir aos seus colaboradores o desenvolvimento das suas competências através de um
feed-back regular.
CONDIÇÕES DESCRIÇÃO
Clima de trabalho Deve existir um ambiente de valorização, respeito e
confiança entre as pessoas
Impulsionar às pessoas a assumir responsabilidades na
Responsabilização
base da definição de metas de trabalho
Uma das questões que se levanta no processo de avaliação do desempenho é saber o que se
pretende avaliar.
A escolha da abordagem mais eficaz, além da finalidade predominante, deve também considerar
dois outros factores muito importantes: o nível hierárquico e o tipo de tarefas executadas.
Disto decorre que, a nível de gestão, uma abordagem à avaliação de desempenho focalizada em
traços individuais será relativamente ineficaz, a menos que o cargo em questão envolva tarefas
rotineiras.
Os métodos de avaliação do desempenho podem ser classificados com base numa série de
critérios: estratégias de implementação, frequência da avaliação, grau de participação do avaliado na
determinação dos critérios de desempenho, tipo e número de avaliadores, etc.
Os métodos centrados nos traços individuais, também designados por métodos tradicionais,
pressupõem que a presença de determinados traços de personalidade ou certos comportamentos
garantem ou sugerem um bom nível de desempenho por parte do trabalhador.
Podem ser feitos, numa mesma tabela, gráficos de vários períodos de avaliação, para comparação
factor a factor, nos períodos avaliados conforme o exemplo que se apresenta a seguir.
O foco em resultados constitui uma segunda forma de abordar a avaliação do desempenho, que
consiste em associar certos “critérios de desempenho”, à posição ocupada pelo indivíduo, para
depois verificar se ele consegue satisfazê-los.
Assim, algumas medidas de desempenho objectivas, que se constituem em metas de resultados, são
fixadas à priori, como pontos de referência para apreciação do que acontece na realidade. Um dos
métodos de avalição do desempenho centrado nos resultados mais comum tem sido a avaliação por
objectivos
A gestão por objectivos é definida, como o processo de gestão, onde superior e subordinado, a
partir de uma definição clara das metas e prioridades comuns da organização, estabelecidas pela
gestão de topo, identificam as principais áreas de responsabilidade do indivíduo, em termos do
resultado que se espera dele, e usam essas medidas como guias para operar a unidade e avaliar as
contribuições de cada um do seus membros.
Esta filosofia de gestão, de natureza participativa, integra a concepção da Avaliação por Objectivos,
que consiste na comparação do desempenho do trabalhador pelo seu superior imediato, com
objectivos pré-estabelecidos mutuamente.
A definição dos objectivos de cada trabalhador devem estar entrelaçados, de forma que os objectivos
da unidade sejam atingidos.
Da mesma forma, os objectivos das unidades também devem ser entrelaçados para permitir a
realização dos objectivos estratégicos empresariais.
O processo de Avaliação por Objetivos ocorre em três fases, nomeadamente: o acordo entre gestor e
subordinado, o acompanhamento e a avaliação final.
O acordo entre gestor e subordinado – primeira fase - é realizado através de uma reunião formal
em que os objectivos e respectivos padrões de desempenho quantitativos e qualitativos desejados a
serem atingidos pelo funcionário, são definidos, em comum acordo, por um período de tempo
usualmente de um ano.
Uma vez acordados os objectivos, que devem estar calcados nos objectivos para a unidade e para a
empresa, subordinado e gestor acordam as acções para a consecução desses objectivos.
O acompanhamento do processo – segunda fase - deverá ser realizado pelo gestor, durante o
período de realização dos trabalhos, através de reuniões periódicas com o funcionário, para
verificação do progresso efectuado, visando atingir os objectivos combinados.
O processo de acompanhamento culmina com a avaliação final – terceira fase -, que se constitui
numa reunião formal para discussão do desempenho do funcionário. Nesta reunião são abordados
os resultados conseguidos e analisados os problemas enfrentados pelo funcionário, o contexto geral
da empresa e a sucessão de factos que contribuíram ou dificultaram o pleno alcance dos objectivos.
Também são discutidos e acordados os novos objectivos para o próximo período de avaliação e os
planos para desenvolvimento do funcionário.
A responsabilidade pela avaliação do desempenho humano varia de uma organização para outra,
dependendo da cultura e do nível do pessoal a ser avaliado.
Por outro lado, há organizações que centralizam o processo de avaliação em uma comissão central.
E há outras em que o órgão de RH centraliza e monopoliza totalmente o processo de avaliação.
Portanto, podem ser utilizadas várias alternativas como se esquematiza na figura a seguir.
Chefe
Órgão de RH Comissão
imediato
Clientes Clientes
Subordinados
internos externos
Além disso, deve prestar contas aos seus superiores pelos resultados obtidos A avaliação de
desempenho praticada pela chefia imediata hierárquica ou funcional do avaliado é denominada de
avaliação directa.
Este tipo de avaliação possui indicações ou pontos favoráveis, bem como apresenta dificuldades,
como se ilustra na Tabela 2.
Entretanto, a avaliação directa pode ser aplicada de forma produtiva, desde que o momento da
avaliação do desempenho se caracterize pela troca efectiva de impressões entre chefe e
subordinado, sobre o julgamento emitido, e pela possibilidade de revisão recíproca de ideias,
conceitos e posturas de um em relação ao outro sobre seu desempenho actual e perspectivas de
desenvolvimento.
A auto-avaliação
Esta possibilidade de avaliação, a menos utilizada pelas empresas ao longo do tempo, implica uma
participação mais efectiva do avaliado, que explicita o próprio julgamento sobre o seu desempenho, e
preenche, quando é o caso, o formulário oficial do parecer final sobre a sua actuação.
A auto-avaliação pode ser utilizada como uma forma de cooperação entre avaliador e avaliado,
quando o primeiro a assume para garantir cumplicidade do avaliado para com as suas condutas no
trabalho, ou então como uma forma de se evadir da responsabilidade que o acto de avaliar implica a
exclusão do supervisor do processo, uma vez que o formulário preenchido pelo avaliado lhe é
devolvido.De pouco adianta o apoio ou pressão do superior imediato se a própria pessoa não
assume o seu papel.
A avaliação conjunta traz intrinsecamente a possibilidade de participação, uma vez que o avaliador e
o avaliado conversam e preenchem juntos o formulário de avaliação do desempenho, e possibilita
uma troca extremamente rica que, quando o contexto organizacional permite, não deve ser
desprezada.
As Comissões de Avaliação são mais usadas em países onde, nas empresas, a avaliação do
desempenho já constitui rotina, sendo relativamente raro encontrar em Moçambique, empresas que
tenham chegado a adoptar tal tipo de responsável pela avaliação.
É uma prática antiga de discussão e planeamento da GRH numa empresa, em que um grupo de
pessoas, especificamente estruturado e com papéis definidos, reúne-se para discutir, planear e
decidir, a partir do processo de avaliação do desempenho, quais são as necessidades dos RH da
organização.
Nesta modalidade, é a própria equipa de trabalho que avalia o desempenho de cada um de seus
membros e programa com cada um as providências necessárias para sua melhoria.
A equipa torna-se responsável pela avaliação do desempenho de seus participantes e define seus
objectivos e metas a alcançar.
A avaliação do desempenho é feita de modo circular por todos os elementos que mantêm alguma
interação com o avaliado.
A avaliação feita pelo entorno é mais rica por produzir diferentes informações vindas de todos os
lados e funciona no sentido de assegurar a adaptabilidade e o ajustamento do funcionário às
variadas demandas que ele recebe de seu ambiente de trabalho ou dos seus parceiros.
A avaliação de 360 graus constitui uma excelente ferramenta de desenvolvimento profissional, mas
só deve ser usada em empresas que estejam preparadas e dispostas a mudar, pois as habilidades
podem ser colocadas em cheque e isso torna-se um processo doloroso para a maioria dos gestores.
Para evitar crises, a preparação dos funcionários realiza-se através de seminários, visando explicar
os objectivos do programa, deixando bem claro que não se trata de uma “caça às bruxas”.
O passo seguinte é a aplicação de um questionário, respondido anonimamente pelos funcionários,
com questões como: “seu chefe é centralizador?” ou “ele é flexível com erros cometidos?”
O mesmo questionário é também remetido a pares escolhidos pelo próprio avaliado e à chefia.
Com os resultados nas mãos, a chefia é auxiliada por consultores e, em conjunto com toda a sua
equipa, traça um plano de acção para corrigir principais pontos fracos e fortalecer as qualidades.
Para garantir que esse plano de acção não vá parar na gaveta antes de ser colocado em prática,
algumas empresas passaram a vincular os resultados da avaliação à remuneração dos
trabalhadores, como uma forma de incentivar mais enfaticamente uma mudança de comportamento,
pois o relacionamento do profissional com a equipa passa a contar pontos na hora de se conceder
aumentos de salários e promoções.
Mais do que um retrovisor de erros, a avaliação de 360 graus vem sendo utilizada como um
instrumento de ajuda na redefinição de planos de carreira, pois não adianta fazer apenas uma crítica
do desempenho passado e é preciso capacitar o trabalhador para o futuro.
A partir da comparação dos resultados da avaliação do desempenho com o perfil ideal da função que
os trabalhadores querem exercer no futuro, podem preencher as lacunas ou tomar novos rumos.
No entanto, uma preparação inadequada para este tipo de programa pode ter muitos efeitos
colaterais. O primeiro deles é o choque provocado pelos resultados da avaliação pelos funcionários,
pois é comum a opinião da equipa ser exactamente o oposto da imagem que o chefe faz de si
mesmo. Outro efeito colateral é a possibilidade de se criar um clima de rivalidade, correndo-se o
risco de colocar chefes contra subordinados.
Além disso, o medo de represálias diante de opiniões sinceras, mas nem sempre agradáveis, faz
com que a maioria dos profissionais relute em analisar o comportamento do superior na empresa, e,
quando o fazem, as reclamações costumam ser genéricas, as palavras escolhidas e as notas bem
altas.
Trata-se de uma alternativa muito comum em organizações mais conservadoras, mas que tem vindo
a ser abandonada, pelo seu carácter extremamente centralizador, monopolizador e burocrático.
Quase sempre, as informações sobre o desempenho passado das pessoas são obtidas com cada
gestor e processadas e interpretadas, gerando relatórios ou programas de providências que são
coordenados pelo órgão de RH.
Como todo processo centralizador, as regras e normas burocráticas quase sempre tiram a liberdade
e a flexibilidade das pessoas envolvidas no sistema.
Além do mais, apresenta a desvantagem de trabalhar com médias e medianas e não com o
desempenho individualizado e singular de cada pessoa.
O avaliador precisa de ter em conta que cada trabalhador possui as suas expectativas e objectivos
pessoais e deve ser sempre considerado como uma pessoa individualizada e diferente das outras,
com um papel importante e significativo na organização, seja qual for a sua função.
Para avaliar mais criteriosamente, o avaliador deverá adoptar uma atitude que obedeça aos
seguintes princípios:
Compreender estas distorções e saber como superá-las ou minimizá-las ajuda a melhorar o próprio
processo, tornando-o mais objectivo e credível. Em seguida, passa-se a apresentar alguns dos
referidos erros e distorções perceptíveis mais comuns bem como formas de minimizá-los.
Efeito de Halo: Tendência para estender a todo o desempenho aspectos positivos ou negativos
desse desempenho.
Forma de minimizar: O efeito de Halo é muito difícil de evitar. A única forma de o reduzir, para
além de estar atento e ter consciência dele, é através de formação dos avaliadores, a qual
deverá incluir formação prática, role-playing e simulações.
Tendência Central – Tendência para atribuir a nota média. Um avaliador não informado ou mal
preparado adopta normalmente duas posições: evita classificações baixas com receio de
prejudicar os seus subordinados ou evita classificações elevadas receando comprometer-se
futuramente.
Forma de minimizar: Este erro tem maior propensão de ocorrer quando o avaliador quer evitar a
justificação da atribuição de classificações nos extremos da escala. Para reduzir este erro, o
avaliador deverá ter em atenção que esta situação retira todo o significado à avaliação e procurar
não ter receio de atribuir notas altas ou baixas fundamentadamente.
Efeito de recenticidade – Tendência para dar relevo a situações recentes que marcaram a vida
profissional do funcionário. O avaliador tende a lembrar preferencialmente as situações que
aconteceram mais recentemente, acabando estas por ter um efeito desproporcional na avaliação.
Forma de minimizar: Este erro pode ser reduzido se durante todo o período em avaliação o
avaliador for tomando notas regularmente sobre o desempenho do trabalhador.
Forma de minimizar: Este erro pode ser reduzido através de uma definição conjunta, entre
avaliador e avaliado, dos objectivos e metas a atingir.
Erro de “primeira impressão” – A primeira impressão que o avaliador forma do avaliado tem
tendência a permanecer e sobrepor-se ao desempenho real.
Forma de minimizar: Para reduzir este erro o avaliador, para além de estar atento a esta
propensão, deverá centrar-se unicamente no período em avaliação e nos resultados
efectivamente atingidos pelo trabalhador.
Forma de minimizar: Para corrigir este erro, o notador deve estar atento a esta propensão e
compreender que ela pode desvirtuar consideravelmente a avaliação.
Erro de fadiga / rotina – Propensão a não prestar muita atenção ao processo de avaliação,
quando se tem de avaliar muitos trabalhadores ao mesmo tempo.
Forma de minimizar: Uma forma de evitar este erro é procurar planear o processo de forma a
concentrar-se num pequeno número de trabalhadores de cada vez.
Forma de minimizar: Este erro pode ser corrigido através de formação dos notadores que inclua
interpretação e discussão de cada factor.
Por seu lado, a organização também precisa de saber quais os problemas e situações difíceis de
trabalho com que o trabalhador se debate e que tem de enfrentar para que, com esta informação, o
superior hierárquico possa rever planeamentos e reajustar objectivos, tarefas e actividades, mudar
práticas e processos de trabalho, proporcionar formação ou providenciar recursos que permitam
resolver os problemas ou situações difíceis de uma forma favorável à obtenção dos resultados
pretendidos.
Procurar gerir o seu desempenho assumindo a responsabilidade pelo seu trabalho e pela
identificação e sugestão dos recursos e meios necessários;
Adoptar uma atitude dialogante que conduzirá a uma plataforma de entendimento que
poderá reduzir conflitos de trabalho e encontrar as melhores soluções e alternativas para
atingir os resultados pretendidos;
ACÇÃO = REACÇÃO
A sua atitude, o seu nível de firmeza, a sua agressividade, gerarão um comportamento recíproco no
interlocutor. Uma entrevista de Avaliação de Desempenho não é “um braço de ferro”.
Deve analisar, permanentemente, aquilo que vê e que percebe, evitando interpretações dos factos.
ATENÇÃO ao “bom ou mau génio”, ou seja aos efeitos que provocamos nos outros.