Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SIM
Gabriel Rostey
Assim como outras novidades surgidas a partir de inovações recentes, as dark kitchens, ou
"cozinhas fantamas", farão cada vez mais parte da cidade contemporânea. Como o nome
em inglês sugere, são uma tendência internacional, consequência direta da popularização
de aplicativos de delivery, cujo crescimento exponencial se deu durante a quarentena da
pandemia de Covid-19.
Na cidade de São Paulo, a omissão do poder público é a maior responsável por esse
cenário, uma vez que não há exigências para o exercício desta atividade, justamente pela
inexistência de regulação própria. A simples definição de parâmetros claros para níveis de
ruído, sistemas de exaustão, horários e áreas de estacionamento e convivência já
solucionaria grande parte dos problemas, além de conferir a transparência necessária para
os investimentos neste novo tipo de estabelecimento.
Que nos sirvam de lição os males causados às nossas cidades por imposições simplistas
como o recuo obrigatório e a proibição do uso misto. Um Uber não é um táxi nem um carro
pessoal comum; é algo novo, e devemos estar cada vez mais preparados para lidar com
inovações como os condomínios de cozinhas.
2 - A atividade "cozinhas para delivery" pode ser enquadrada em dois grupos de atividade,
conforme o porte: nR1-1 (comércio de abastecimento de âmbito local com dimensão de até
500 m2 de área construída computável) ou nR2-3 (comércio de abastecimento de médio
porte, com dimensão de mais de 500 m2 até 2.000 m2 de área construída computável);
Inclusive sobre esse aspecto, é importante ainda esclarecer que a legislação vigente
dispensou as cozinhas para delivery da elaboração do Estudo de Impacto de Vizinhança
(EIV) e do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) justamente porque não possuem o porte
necessário para tal exigência.
Enfim, a cidade de São Paulo não precisa de mais leis e de mais burocracia para aquilo que
já está suficientemente regulamentado.