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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL

CENTRO DE TECNOLOGIA – CTEC


DISCIPLINA: MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO 1

Normas técnicas

PROFª. CÁSSIA VANESSA ALBUQUERQUE DE MELO


E-MAIL: CASSIAMELO@CTEC.UFAL.BR

MACEIÓ, ALAGOAS
2023
Normalização

Atividade que estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais,


prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à
obtenção do grau ótimo de ordem, em um dado contexto.

Níveis da normalização
Normas brasileiras:

É importante que se tenha QUALIDADE E REVISÃO DE NORMAS.

É também tenha ISONOMIA TÉCNICA E ISONOMIA DE CUSTOS.

Não existe atividade econômica que possa funcionar sem REGRAS.


Significado das siglas das normas brasileiras:

NR – Norma Regulamentadora (Regulamentação de uma lei).

NBR – Norma Técnica Brasileira (Norma técnica aprovada pela ABNT).

NBR NM – Norma Técnica MERCOSUL (Traduzida e adotada pelo Brasil).

NBR ISO – Norma Técnica Internacional (Traduzida e adotada pelo Brasil).

Significado das siglas das normas internacionais:

ISO – International Organization for Standardization (Norma Internacional).

A adoção de uma norma ISO como Norma Brasileira recebe a designação


NBR ISO.
Normas técnicas

 são grandes aliadas dos consumidores, possibilitando comparar


diferentes soluções sob um único prisma;
 •geram um ambiente salutar para o crescimento organizado,
beneficiando toda a sociedade;
 •são ferramentas de trabalho imprescindíveis, em função da crescente
complexidade em todas as áreas;
 •são o registro incontestável e democrático do grau de
desenvolvimento de um país.

• Nota:
Convém que as normas sejam baseadas em resultados consolidados
pela ciência, pela tecnologia e pela experiência acumulada, visando à
obtenção de benefícios para a comunidade.
REGULAMENTO

Documento que contém


regras de caráter
obrigatório e que é
adotado por uma
autoridade.

Figura – Cartilhas explicativas


REGULAMENTO

As Normas Regulamentadoras entraram em vigor após a aprovação da Portaria º


3.214, de 08 de junho de 1978.

As normas são revisadas publicadas e revisadas privativamente pelo Ministério do


Trabalho e Emprego (MTE), adotando o sistema tripartite paritário por meio de
grupos e comissões compostas por representantes do governo, de empregadores
e de empregados.
CUMPRIMENTO DE NORMAS
TÉCNICAS

Em nosso ordenamento jurídico, vige o chamado Código de Defesa do


Consumir (Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990).
Este Código pode ser devidamente aplicado às nossas atividades dentro da
Construção Civil. Nele, dentro da seção IV (que trata das práticas abusivas) temos
o seguinte dispositivo:
OBRIGATORIEDADE DAS NR

A obrigatoriedade da Normas regulamentadoras (NR)

As NR são de observância obrigatória pelas empresas que possuam


empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

Encontram-se nesse grupo as empresas privadas.

Ainda, devem ser observadas pelas instituições públicas e pelos órgãos públicos
da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário.

Assim, o não-cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre


segurança e saúde no trabalho acarretará a aplicação das penalidades previstas na
legislação pertinente.
As NR obrigam “nos termos da lei”.
OBRIGATORIEDADE DAS NR

O que diz a CLT:

O que diz:

Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/93 )


OBRIGATORIEDADE DAS NR

Lei da Acessibilidade (Lei nº 10.098/2000).

“Norma não é lei, mas por força de


lei deve ser cumpridas”.
Primeiras Normas Brasileiras
e fundação da ABNT

1937 – publicação de diretrizes técnicas relativas a Cimento Portland, por


decreto do então Presidente da República, Getúlio Vargas

1940 – fundação da ABNT, durante a 3ª. Reunião de Laboratórios de


Ensaios de Materiais, com a presença de mais de 40 representantes da
sociedade brasileira, entre eles ABCP, INT e IPT.

Primeiras iniciativas da ABNT: aprovação de seu Estatuto e


homologação das primeiras normas brasileiras:
EB1 – Especificação de cimento Portland comum
MB1 – Ensaio de cimento Portland
NB1 – Projeto e execução de obras de concreto armado
OBJETIVOS DA ABNT

• Intermediar junto aos poderes públicos os interesses da sociedade civil


no tocante aos assuntos de normalização técnica.
• Promover a elaboração de normas técnicas e fomentar seu uso nos
campos científico, técnico, industrial, comercial, agrícola, de serviços e
outros correlatos, além de mantê-las atualizadas.
• Incentivar e promover a participação das comunidades técnicas na
pesquisa, no desenvolvimento e na difusão da normalização do país.

A ABNT é reconhecida através da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de


24.08.1992.
Processo de elaboração de Normas
Brasileiras
Processo de elaboração de Normas
Brasileiras

https://cbic.org.br/norma-de-concreto-dosado-em-central-entra-em-consulta-nacional-a-n/
Responsabilidade profissional do
engenheiro com relação às normas técnicas

 As normas refletem o consenso de uma sociedade com relação a um


determinado tema e incluem prescrições técnicas, científicas e boas
práticas consolidadas e aceitas por essa mesma sociedade.
 No caso das construções, as prescrições normativas têm por objetivo o
aperfeiçoamento estrutural, funcional e estético, sem desconsiderar a
economia em sua execução.
 As normas constituem o registro de um conjunto de conhecimentos
colocados à disposição da sociedade e são imprescindíveis para controlar
a qualidade e certificar produtos ou serviços, servindo a uma função
orientadora e purificadora no mercado.
 A regulamentação das profissões da construção civil prevê o atendimento
às normas como condição obrigatória, na medida em que considera
obrigação dos profissionais atuarem dentro da melhor técnica.
ISO 14000 – Gestão Ambiental

 Melhoria continua do desempenho ambiental:


redução da poluição, revisão do processo produtivo.
redução de desperdício, controle de insumos e matérias-primas

 Comprovação junto ao mercado e à sociedade:


práticas ecologicamente corretas, que visam minimizar impactos que
possam impor riscos à preservação da biodiversidade

 Ganhos diretos e indiretos:


contribuição com a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental
diferencial competitivo fortalecendo a ação no mercado
INMETRO

O INMETRO é responsável pelo Sistema Brasileiro de Avaliação da


Conformidade, e Programas de Avaliação da Conformidade.
INMETRO fortalece o combate à não conformidade

Exemplo: Atua na fiscalização técnica das esquadrias de alumínio, PVC,


madeira.
A AFEAL – Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de
Alumínio – é uma entidade de classe, fundada em 1983, com intensos
trabalhos de valorização da cultura da qualidade das esquadrias de
alumínio.
A AFEAL participa ativamente das discussões para a elaboração de
Regulamento Técnico. Defende a necessidade da avaliação da isolação
sonora das esquadrias para possibilitar que as habitações atendam à
norma técnica ABNT NBR 15.575 – Norma de Desempenho. Defende
que todas as esquadrias sejam entregues com vidro e que tenham a sua
durabilidade avaliada.
Fonte: https://afeal.com.br/
É possível consultar o site deste organismo para constatar que as
certificações de produtos não têm o reconhecimento do INMETRO.
NORMA DE DESEMPENHO

Partes da ABNT NBR 15575:2013 - Edificações Habitacionais – Desempenho:

Trata dos requisitos e critérios de


desempenho de uma edificação

O que é desempenho?

ABNT NBR 15575-1 - Requisitos Gerais;


ABNT NBR 15575-2 - Sistemas
estruturais;
ABNT NBR 15575-3 - Sistemas de pisos;

ABNT NBR 15575-4 - Sistemas de vedações verticais internas e externas;


ABNT NBR 15575-5 - Sistemas de coberturas;
ABNT NBR 15575-6 - Sistemas hidrossanitários.
NBR 15575 - “Visa a qualidade do produto”

NORMA DE DESEMPENHO

A análise de desempenho é uma análise de valor.

Atender às normas de desempenho é atender as normas prescritivas


já existentes. Consolida informações contidas em muitas normas.

As normas prescritivas são complementares. Definem o resultado


desejado e não a forma de atingi-lo.

Exemplo: Estrutura de concreto armado. Existe a norma prescritiva de


concreto armado. Paralelamente, tem que atender às normas de
desempenho consolida questões relativas à segurança estrutural,
estanqueidade, conforto etc. (PARA O CONSUMIDOR É A QUE MAIS
EXPLICITA A FORMA DE ATENDIMENTO).

Na prática, é muito mais fácil trabalhar com normas prescritivas.


CULTURA!
NORMA DE DESEMPENHO

NBR 15575

SUSTENTABILIDADE

Em função da sustentabilidade é que pode ter investimento para


determinar a vida útil dos elementos.

O conceito de ciclo de vida é bastante abrangente.

A vida útil e soluções devem ser estabelecido na fase de projeto.


A vida útil pode ser prolongada por ações de manutenção.
Ex.: Pintura: vida útil do revestimento de 25 anos. Manutenção a cada 5
anos. Caso não ocorra, haverá patologias.

Há necessidade das questões ambientais em relação a vida útil.


A norma faz referência a mais de 200 normas técnicas da ABNT. Os
participantes não têm como alegar que não conhece as exigências.
Acaba tendo força de lei, apesar da norma não ser lei; portando, são
passíveis de demandas judiciais.
Norma que serve para padronizar
procedimentos de inspeção predial.
Exemplo: Segurança no uso e operação
Referência – ABNT 15575-1

Sinalização Exemplo: Segurança


estrutural

Risco de queda
Norma que serve para padronizar
procedimentos de inspeção predial.
Exemplo: Estanqueidade
Referência – ABNT NBR 15575, NBR 9575 e 9574 (Impermeabilização)

Medidor de
umidade

Câmera termográfica
Norma que serve para padronizar
procedimentos de inspeção predial.

Exemplo: Saúde, higiene e qualidade do ar


Referência – ABNT NBR 15575, resoluções ANVISA, NRs, etc.

Realização de limpeza de reservatórios deve ser a


cada 6 meses (NBR 5674:2012)
Laudo da potabilidade dos reservatórios (NBR 12170)
Detalhe: água condensada
no teto (requer
impermeabilização).
NORMA DE DESEMPENHO

BENEFÍCIOS DA NORMA DE DESEMPENHO

- Atendimento às exigências da Caixa Econômica Federal


- Melhoria da qualidade da construção (projetos, fornecedores e
boas práticas)
- Redução de demandas judiciais e custos
- Aumento da vida útil dos empreendimentos e o bem-estar dos
usuários
- As regras ficam bem claras.
NBR 13755 - Revestimentos cerâmicos de fachadas e paredes externas
com utilização de argamassa colante - Projeto, execução, inspeção e
aceitação - Procedimento

A argamassa colante utilizada para a aplicação das placas de revestimento


deve ser especificada de acordo com:
- local da aplicação (piso ou parede, interno ou externo);
- cronograma da obra (argamassas de cura normal ou rápida) e ;
- uso do ambiente (residencial, comercial leve, comercial pesado ou
industrial).
NBR 13753 Revestimentos de piso interno ou externo com placa cerâmica
e com utilização de argamassa colante - Procedimento

Segundo a NBR 13.753, as placas de um revestimento devem ser assentadas


com espaçamentos (ou juntas) entre elas, dimensionadas conforme o
tamanho das peças a serem aplicadas.
NBR 13818 Placas cerâmicas para revestimento – Especificação e métodos
de ensaios

A NBR 13.818 considera como


revestimento antiderrapante as placas
de cerâmica que apresentam
coeficiente de atrito maior ou igual a
0,4.

Essa informação deve constar na


embalagem do produto.

O coeficiente de atrito refere-se à


resistência ao escorregamento
Porcelanato aplicado em área externa apresentada pelo material.

Quanto maior o atrito, menor o


escorregamento.
NBR 13818 Placas cerâmicas para revestimento – Especificação e métodos
de ensaios

A sigla PEI (Porcelain Enamel Institute)


indica a resistência ao desgaste do esmalte
que cobre o piso.

Quanto maior o PEI do piso, mais seu esmalte será


resistente a agressões como sujeira, arranhões,
areia ou fluxo intenso de pessoas e veículos.

Exemplo:

PEI 2 Moderada Uso em paredes, quartos, salas


e banheiros internos com baixo
tráfego

Para garantir que o produto adquirido é de qualidade, verifique sempre se


ele atende aos requisitos da NBR 13818 da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) e possui o selo de aprovação do Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) em sua caixa.

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