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C u r s o

Inspeção de Sistemas de
Medição de Gás natural

Módulo 8

Transferência de Custódia

desafio 1

Órgãos Normativos e Regulamentadores


envolvidos na Transferência de Custódia
C u r s o

Inspeção de Sistemas de
Medição de Gás natural

Módulo 8

Transferência de Custódia

desafio 1

Órgãos Normativos e Regulamentadores


envolvidos na Transferência de Custódia
Módulo 8

Transferência de Custódia
SUMÁRIO

1. Considerações Iniciais
2. Seções
2.1 O que é ABNT?
2.2 Missão da ABNT
2.3 Visão da ABNT
2.4 Premissas da ABNT
2.5 Valores da ABNT
3. O que é Normalização?
3.1 O que é norma técnica?
3.2 Objetivos da Normalização
3.3 Simplificação
3.4 Segurança
3.5 Proteção ao Consumidor
3.6 Eliminação de Barreiras Comerciais
3.7 Comunicação
3.8 Clientes e fornecedores
4. Princípio da Normalização
4.1 Níveis de Normas
4.2 Tipos de Normas
5. Benefícios da Normalização
6. O que são regulamentos técnicos?
6.1 O que é Certificação?
6.2 Diretrizes para a Elaboração, Revisão e Revogação
da Regulamentação Técnica Federal.
6.3. Importância do REGULAMENTO TÉCNICO
6.4 Onde se aplicam os REGULAMENTOS TÉCNICOS?
Módulo 8

Transferência de Custódia
6.4.1 Saúde
6.4.2 Segurança
6.4.3 Meio ambiente
6.4.4 Defesa do consumidor
7. Quando usar REGULAMENTOS TÉCNICOS?
8. Onde são elaborados os REGULAMENTOS TÉCNICOS?
8.1 O que é INMETRO?
8.1.1 Missão do Inmetro
8.1.2 Competências
9. O que é Metrologia
9.1 Metrologia Técnica/industrial
9.2 Metrologia Legal
9.3 Metrologia Científica
9.4 ORGANIZAÇÃO DA METROLOGIA
10. O que é RBC?
10.1 Laboratórios de Calibração Acreditados - Rede Brasileira de Calibração – RBC
11. Estrutura Hierárquica de Rastreabilidade
12. O que é Acreditação?
12.1 Como Acreditar Organismos
12.2 Emissão do Certificado de Acreditação
12.3 Manutenção da Acreditação
12.4 Uso e Divulgação da Acreditação
12.5 Uso Indevido da Acreditação
13. Manutenção da Credibilidade dos Laboratórios
14. O que é ANP?
14.1 O que faz a ANP?
14.2 Como funciona a ANP?
14.3 Formação profissional
Módulo 8

Transferência de Custódia
14.4 A ANP e o Meio Ambiente
14.5 Princípios e Objetivos da ANP
15. Cadeia do Gás natural
15.1 Produtor (E&P), Transportador, Distribuidor e Consumidor
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Neste conteúdo, você irá identificar e compreender os órgãos


normativos e regulamentadores envolvidos na Transferência de
Custódia.

Preste bastante atenção e bons estudos!

1. Considerações Iniciais
É importante que tenhamos conhecimento dos principais ór-
gãos envolvidos em uma medição de gás natural, principalmen-
te, quando esta envolve movimentação financeira, pois a regu-
lamentação e a padronização servem de balizadores para essas
transações ou eventuais situações de litígio, em que se faz neces-
sária a comprovação do que está sendo medido.

Além do conhecimento da existência dos principais órgãos en-


volvidos em uma medição de vazão, é importante conhecer o
papel de cada um no processo, ou seja, onde especificadamente
cada um atua e de que forma para a garantia de uma medição
confiável entre as partes envolvidas, cliente e fornecedor. Para
isso, comentaremos o papel da ABNT, INMETRO e ANP, princi-
pais órgãos envolvidos, hoje, em medição de vazão no Brasil.

Uma forma de padronizar produtos e serviços foi a criação de


normas, regulamentos e procedimentos, por exemplo. Assim se ATENÇÃO
garante que um serviço ou um produto seja confeccionado da É importante ter conhecimento
mesma forma em locais totalmente diferentes, ou seja, é possí- da existência dos diversos tipos
de normas, pois, em uma medi-
vel medir gás natural da mesma forma no Brasil, como em ou- ção de gás natural, normas de
tro país, respeitando às condições de cada local como altitude e segurança devem ser seguidas,
temperatura, por exemplo. Neste conteúdo, será exposto o que assim como normas comerciais,
é normalização, os principais benefícios, os princípios da norma- não apenas as de medição.
lização.

Daremos enfoque, para um maior entendimento aos itens re-


ferentes à nossa atividade, mas demonstraremos, ao longo do
texto, a abrangência da normalização em vários segmentos.

Exporemos, também, o que é regulamento técnico e quem são


os responsáveis por emiti-los. Dentro deste assunto, abriremos
um comentário sobre a Portaria Conjunta 01/2000. Portaria esta
que hoje regula a medição de petróleo e Gás Natural no Bra-
sil. Nesta, comentaremos os principais pontos a serem vistos, as
normas e regulamentos inclusos que estão diretamente ligadas
à medição de vazão de Gás Natural, nosso enfoque neste curso.
Comentaremos, ainda, sobre o processo de revisão em que a
mesma se encontra, enfatizando os pontos que mais modifica-
riam o processo hoje existente.

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2. Seções

2.1 O que é ABNT?


É o Órgão responsável pela normalização técnica no país,
fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico
brasileiro. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhe-
cida como Fórum Nacional de Normalização – ÚNICO – através
da Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992. É membro
fundador da ISO (International Organization for Standardization),
da COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da
AMN (Associação Mercosul de Normalização).

A ABNT atua desde a década de 50 na certificação de confor-


midade de produtos e serviços. Esta atividade está fundamenta-
DICAS
da em guias e princípios técnicos internacionalmente aceitos e
bastante reconhecida pelos serviços prestados. É um organismo Todo seu processo de certi-
nacional que oferece credibilidade internacional. Neste aspecto, ficação está estruturado em
padrões internacionais, de acor-
a certificação ABNT tem sido um forte instrumento para elevação do com ISO/IEC Guia 62/1997,
dos padrões setoriais de concorrência, assegurando vantagens e as auditorias são realizadas
competitivas para os produtos e serviços que ostentam sua marca atendendo às normas ISO
e, para as organizações, uma possibilidade a mais para diferen- 10011 e 14011.
ciação e crescimento.

A certificação ABNT atende abrangentemente às exigências SAIBA MAIS


governamentais, quanto às iniciativas voluntárias dos mercados
produtor e consumidor, aumentando e selecionando organiza- Para saber mais informações
sobre a ABNT, acesse o link:
ções com padrão de qualidade de produtos e serviços. www.abnt.gov.br

2.2 Missão da ABNT


Prover a sociedade brasileira de conhecimento sistematizado,
por meio de documentos normativos, que permita a produção, a
comercialização e uso de bens e serviços de forma competitiva e
sustentável nos mercados interno e externo, contribuindo para o
desenvolvimento científico e tecnológico, proteção do meio am-
biente e defesa do consumidor.

2.3 Visão da ABNT


Uma ABNT ágil que responda com eficiência às demandas do
mercado e da sociedade, comprometida com o desenvolvimento
brasileiro, de forma sustentável, nas dimensões econômica, so-
cial e ambiental.

2.4 Premissas da ABNT


A ABNT tem como premissas os seguintes pontos:
• Ser o Foro Nacional de Normalização, previsto no Sistema

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Brasileiro de Normalização (SBN), no âmbito do Sistema Na-


cional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(SINMETRO);
• Ter compromisso com as diretrizes estratégicas do Conselho
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Indus-
trial (CONMETRO);
• Ser o representante do Brasil nos foros sub-regionais, regio-
nais e internacionais de normalização;
• Reconhecer, como organismos internacionais de normaliza-
ção, a International Organization for Standardization (ISO), ATENÇÃO
International Eletrotechnical Comission (IEC) e International Este ponto é muito importante
Telecommunications Union (ITU) e, como organizações in- para nossa atividade, pois, à
medida que uma atividade ou
ternacionais com atividades de normalização, o CODEX ALI-
produto não possua normas
MENTARIUS, Bureau Internationale de Poids e Mesures (BIPM), para sua elaboração, a ABNT
Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML), Inter- pode reconhecer normas de
national Accreditadion Forum (IAF) e International Laboratory organismos internacionais para
Accreditation Cooperation (ILAC); isto.
• Ser signatário do Código de Boas Práticas de Normalização
da Organização Mundial do Comércio (OMC);
• Ser entidade não-governamental, sem fins lucrativos e de uti-
lidade pública, como agente privado de políticas públicas.

2.5 Valores da ABNT


Para entendermos melhor a ABNT, devemos conhecer os seus
valores:
• Atuar de forma isenta e ética, garantindo ampla participação ATENÇÃO
da sociedade brasileira em suas áreas de atuação; Este ponto é muito importan-
• Implementar um modelo de gestão que contemple os princí- te para nossa atividade, pois,
pios da governança corporativa, comprometida com a prote- de acordo com as políticas
nacionais, a ABNT direciona
ção da reputação, da imagem e do patrimônio da Associação suas atividades, por exemplo.
e de seus associados; Antes da disseminação do gás
• Contribuir para a integração e para a inserção do Brasil no natural como insumo utiliza-
cenário internacional; do na produção, o Brasil era
carente de normas no segui-
• Zelar pelas marcas da ABNT e pela propriedade intelectual mento de medição de vazão de
de seus produtos; Gás Natural, após isso, normas
• Buscar a auto-sustentação financeira, com base nas suas ati- técnicas foram elaboradas,
vidades fim, desenvolvendo produtos e serviços e formas de além do reconhecimento de
captação de recursos; organismos internacionais de
forma a estabelecer uma nor-
• Orientar sua atuação de acordo com as políticas governa- malização sólida no país para
mentais de desenvolvimento; este segmento.
• Acompanhar e contribuir para o avanço do estado-da-arte
nas suas áreas de atuação.
SAIBA MAIS
Acompanhar e contribuir para o
3. O que é Normalização? avanço do estado-da-arte, tam-
bém envolve medição de vazão,
pois, à medida que se mudam
Normalização é a maneira de organizar atividades pela cria-
as tecnologias de medição de
ção e utilização de regras e normas, elaboração, publicação e vazão, as regras e normas para
promoção do emprego destas normas e regras, visando a contri- a utilização dessas têm de ser
buir para o desenvolvimento econômico e social de uma Nação, elaboradas.

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ou seja, estabelece soluções para problemas de caráter repetiti-


vo, existentes ou potenciais.

3.1 O que é norma técnica?

Norma é o documento técnico que estabelece as regras e ca-


racterísticas mínimas que determinado produto, serviço ou pro-
cesso deve cumprir, permitindo uma perfeita ordenação e a glo-
balização dessas atividades ou produtos. As Normas são fatores
vitais para que a evolução tecnológica nacional acompanhe com
sucesso o processo de globalização mundial. Com as normas, é
possível trabalhar com um padrão tecnológico, pois elas permitem
que haja consenso entre produtores, governo e consumidores.
Isso facilita o intercâmbio comercial e aumenta a produtividade e
as vendas não só no mercado interno como também no mercado
externo, pois ficam eliminadas as barreiras técnicas criadas pela
existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e serviços
em diferentes países.

As Normas Técnicas propiciam o correto suprimento das ne-


cessidades práticas dos produtores e consumidores e são funda-
mentais para a eliminação de desperdícios de tempo, matéria-
prima e mão-de-obra, o que resulta em crescimento do mercado,
melhoria da qualidade e redução de preços e custos, fatores que
alimentam o ciclo motor do desenvolvimento social.

No Brasil, as atividades de Normalização precisam ser inten-


sificadas em ritmo acelerado, não só pelo crescente desenvolvi-
mento do mercado, como para atender às exigências do Comitê
Técnico OMC – Organização Mundial do Comércio.

3.2 Objetivos da Normalização


A Normalização, dependendo do Produto, Processo ou Servi-
ço, pode ter um ou mais objetivos específicos, quais sejam:
• Simplificação;
• Segurança;
• Proteção ao consumidor;
• Eliminação das barreiras comerciais;
• Comunicação;
• Economia.

3.3 Simplificação
Um importante aspecto da simplificação é a limitação da varie-
dade dos produtos manufaturados e seus componentes. A dimi-
nuição da variedade subentende a intercambiabilidade, isto é, a
capacidade de o fabricante produzir um grande lote de produtos,
similares em todas as características, permitindo que elas possam
substituir umas as outras, sem alteração no seu desempenho.

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3.4 Segurança
Mais do que nunca, pode ser dito que segurança e proteção
da vida humana são dois dos principais objetivos da normaliza-
ção. Se o maior objetivo de uma norma é garantir a segurança,
então esse aspecto precede em importância a qualquer outro.
Os produtos têm de ser fabricados com o maior cuidado, para
que alcancem um alto grau de confiabilidade, programados para
serem testados, periodicamente, durante sua vida útil. Os requi-
sitos envolvidos devem constar da norma e o seu atendimento é,
frequentemente, respaldado por lei.

Segurança é um aspecto importante em medição de gás na-


tural, pois está inclusa em todos os processos que a envolvem,
desde a construção de uma estação de medição de gás natu-
ral até uma simples calibração de instrumentos em campo. São
exemplos de EPI’s os mostrados na figura 01, utilizados em ins-
talações industriais, como os city-gates utilizados na medição de
gás natural.

Figura 01 - EPI’s comumente utilizados em instalações de medição de gás natural: (a) Capacete de segu-
rança; (b) Luvas de proteção; (c) protetores auriculares tipo plug; (d) óculos de proteção (MSA).

3.5 Proteção ao Consumidor


Quando o consumidor compra produto Normalizado, significa
que está adquirindo um produto de qualidade. Sabe que o produ-
to foi fabricado de acordo com os requisitos da norma pertinente,
se garantido, desta maneira, que o fabricante utilizou na sua fa-
bricação matéria-prima e processo controlado e, principalmente,

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que o produto está de acordo com seu desejo e necessidades.

3.6 Eliminação de Barreiras Comerciais


Um dos objetivos da Normalização é alcançar a concordância
entre os especialistas internacionais, tais como acontece nos Co-
mitês Técnicos da ISO e IEC, sobre o conteúdo técnico das Nor-
mas. Depois, é aplicado o princípio da “referência às normas”,
nas regras de desenho e regulamentos individuais dos países
onde elas são utilizadas. Somente dessa maneira, o direito das
nações de fazerem suas próprias normas e regulamentos pode
ser compatível com o empenho universal em eliminar as barrei-
ras técnicas ao comércio internacional.

3.7 Comunicação
ATENÇÃO
Onde a qualidade é especificada, a comunicação é um objeti-
A função básica das normas
vo da maior importância, pois os requisitos especificados devem
é prover meios de comunica-
ser expressos, de forma facilmente compreendida pelas partes ção entre o FABRICANTE e o
envolvidas. CLIENTE.

Dois importantes exemplos encontram-se nas recomendações


ISO para a Prática dos Desenhos de Engenharia (ISO/128 e 129)
e para as unidades do Sistema Internacional de Unidades (SI)
e seu uso (ISO/31 e 1000). A primeira recomendação permite
que os projetos possam ser compreendidos em qualquer parte,
simplificando e minimizando o problema do idioma. A segunda
nos dá os meios de representar as dimensões e as quantidades
físicas, garantindo o seu entendimento em todos os países.

3.8 Clientes e fornecedores REFLEXÃO


Aplicando-se normas à medição
Com a sistematização e ordenação das atividades Produtivas, de gás natural, as normas per-
é evidenciada a redução de custos de produtos e serviços, com a mitem a diminuição de perdas
consequente economia para clientes e fornecedores. ao longo do processo, principal-
mente no que se diz respeito à
medição de vazão, pois se não
há normas para se medir, qual
4. Princípio da Normalização é a maneira correta de medir?

A Normalização é, essencialmente, um ato de simplificação,


como resultado do esforço consciente da sociedade. Isto implica
não só uma redução de variedades, no momento presente, mas
também, objetiva a prevenção da complexidade desnecessária
no futuro.

É uma atividade social e econômica, devendo ser promovida


através da cooperação mútua de todos os envolvidos. O estabe-
lecimento de uma Norma deve ser baseado no consenso geral.

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A mera publicação de uma norma é de pouco valor, a me-


nos que ela possa ser aplicada. A implementação pode implicar
sacrifícios de poucos em benefício da maioria. O resultado da
normalização é mais significativo somente se as normas forem
implementadas.

As normas devem ser examinadas a intervalos regulares e re-


visadas quando necessário. O intervalo entre as revisões depen-
derá de circunstâncias particulares.

Quando for especificado o desempenho ou outras característi-


cas de um produto, a especificação deverá incluir uma descrição DICAS
dos métodos e ensaios a serem aplicados, a fim de determinar se
As normas podem ser classi-
um dado produto está ou não em conformidade.
ficadas de diversas maneiras,
dependendo do enfoque que se
A obrigatoriedade legal de normas nacionais deve ser consi- deseja dar. Duas das principais
derada, levando-se em conta a natureza da norma, o nível de classificações, sob as quais se
encontram as normas, são:
industrialização, as leis e condições predominantes na sociedade
quanto ao tipo e quanto ao
para a qual a norma foi preparada. nível.

4.1 Níveis de Normas


A atividade de normalização tem lugar em diversos níveis, de
modo a servir um propósito específico. Assim sendo, a classifica-
ção das normas quanto ao nível se refere mais ao nível de sua
utilização do que de sua elaboração, embora quase sempre am-
bos coincidam. Como demonstrado na figura 02, as normas pos-
suem níveis, que definem a hierarquia em que as mesmas devem
ser utilizadas e podem ser elaboradas em quatros níveis distintos,
conforme sua abrangência.

Figura 02 - Níveis de Normas (Fonte: Inmetro)

Observações:

Quando não existir uma norma em um determinado nível, deve-se


recorrer a uma norma de um nível imediatamente superior, por exem-
plo: caso seja necessário que um fabricante de EPI necessite de uma

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norma para a fabricação de um determinado tipo de equipamento, o


mesmo recorre primeiramente às normas existentes no Brasil . Não
encontrando, o fabricante deverá recorrer às normas internacio -
nais elaboradas por organismos reconhecidos em seu país. Em caso
do fabricante não cumprir as normas aceitas, o mesmo pode colocar
em risco a integridade do usuário ou simplesmente perder mercado
por não possuir a qualidade mínima exigida .

4.2 Tipos de Normas


As normas são agrupadas em tipos, de acordo com a sua apli-
cação. Há 7 (sete) Tipos de Normas, são eles:
• Procedimento;
• Classificação;
• Especificação;
• Terminologia;
• Padronização;
• Simbologia;
• Ensaio.
De modo a exemplificar os diversos tipos de normas, conside-
remos uma lâmpada de filamento. Ela é o resultado da aplicação
da normalização nos seus variados aspectos:
• Para garantir a intercambialidade, houve um processo de pa-
dronização a nível mundial do porta-lâmpada; a nível nacio-
nal, padronizou-se a tensão (voltagem) de trabalho em 110
e 220V e a frequência em 60 Hz;
• A fim de permitir a perfeita adaptação da lâmpada ao porta-
lâmpada, deve haver uma especificação que detalhe não só
as dimensões de ambos, como as tolerâncias admissíveis, os
materiais condutores e isolantes a serem utilizados;
• A durabilidade da lâmpada deve ser verificada através de
um ensaio, cujo método (aparelhagem a usar e como usá-
la, o que medir e como medir etc.) também está contido na
norma;
• As diferentes partes componentes da lâmpada devem ser de-
finidas por termos, cujo significado não deve dar margem a
dúvidas. Nesse caso, temos a norma do tipo Terminologia
(por exemplo: ao invés de “soquete” ou “bocal”, devemos
dizer “porta-lâmpada”, pois esse é o termo que consta na
norma e que foi adotado, por consenso, pelos membros da
Comissão de Estudos (CE) que a elaborou);
• Para representarmos uma lâmpada num circuito, usamos um
símbolo e a norma tipo Simbologia, que pode nos auxiliar;
• Para classificarmos, de forma clara, os inúmeros tipos (incan-
descente, descarga gasosa) e subtipos de lâmpadas, necessi-
tamos de uma norma do tipo Classificação;
• Ao projetarmos a instalação de lâmpadas, precisamos de
normas do tipo Procedimento, que nos indicarão de que for-
ma deveremos executar o serviço, a fim de garantirmos um
perfeito funcionamento e a integral observância dos requisi-

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tos de segurança.

Figura 03- Divisão da Normalização no Brasil

5. Benefícios da Normalização
Numa economia em que a competitividade é acirrada e as
exigências são cada vez mais crescentes, as empresas dependem
de sua capacidade de incorporação de novas tecnologias de pro-
dutos, processos e serviços. A competição internacional entre as
empresas eliminou as tradicionais vantagens baseadas no uso de
fatores abundantes e de baixo custo. A normalização é utilizada
cada vez mais como um meio para se alcançar a redução de
custo da produção e do produto final, mantendo ou melhorando
sua qualidade.

Podemos escalar alguns desses benefícios da Normalização


da seguinte forma:
• Qualitativos;
• Quantitativos.

Qualitativos
São alguns benefícios qualitativos da normalização:
• A utilização adequada dos recursos (equipamentos, materiais
e mão-de-obra);
• A uniformização da produção;
• A facilitação do treinamento da mão-de-obra, melhorando
seu nível técnico;
• A possibilidade de registro do conhecimento tecnológico;
• Melhorar o processo de contratação e venda de tecnologia.

Quantitativos
São alguns benefícios qualitativos da normalização:
REFLEXÃO
• Redução do consumo de materiais e do desperdício;
A padronização é muito impor-
• Padronização de equipamentos e componentes; tante em medição de vazão de
• Redução da variedade de produtos (melhorar); gás natural, pois seria possível
• Fornecimento de procedimentos para cálculos e projetos; medir corretamente fazendo
• Aumento de produtividade; uso de tecnologias desconheci-
das ainda não regulamentadas?
• Melhoria da qualidade;

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• Controle de processos.

6. O que são regulamentos técnicos?

São Atos Normativos e Portarias Governamentais, baixados


pelos diversos agentes do governo, em suas áreas específicas de
competência, cujo cumprimento é OBRIGATÓRIO, ou seja, são
documentos compulsórios e emitidos por autoridade estatal, que
enuncia características de um produto ou processos e métodos
de produção a ele relacionados. Pode tratar, parcial ou exclusi-
vamente, de:
• Terminologia;
• Símbolos;
• Requisitos de Embalagem;
• Marcação ou Rotulagem aplicáveis a um Produto;
• Processo ou Método de Produção.
Podemos ainda definir como: “Regulamento que estabelece
requisitos técnicos, seja diretamente, seja pela referência ou in-
corporação do conteúdo de uma norma, de uma especificação
técnica ou de um código de prática (ABNT ISO/IEC Guia2. Rio de
Janeiro, 1998)”.

No nosso caso, existem regulamentos técnicos em vigor que


definem como deve ser realizado o processo de medição de va-
zão de gás natural no país, o maior deles é a Portaria Conjunta
01/2000, que será mais bem comentada posteriormente.

O Estado impõe diversas condições, requisitos e regras às ati-


vidades produtivas, seja por razões de proteção à sociedade e
aos interesses econômicos, seja como forma de estabelecer pa-
drões de qualidade. Isso ocorre, inclusive, nos países industria-
lizados, onde existe um grande número de produtos sujeitos à
regulamentação técnica e à avaliação de conformidade obriga-
tória, gerando empecilhos (as chamadas “barreiras técnicas”) ao
comércio internacional.

O Brasil, participando desta economia globalizada, ao abrir ATENÇÃO


suas fronteiras ao comércio mundial e ao se tornar signatário Isto inclui fabricantes de
deste acordo da OMC, assumiu compromissos internacionais, equipamentos de medição, por
exemplo, pois para que sejam
como por exemplo, o de assegurar que todos os regulamentos aceitos no mercado nacional, os
técnicos fossem colocados à disposição dos países que aderiram mesmos devem atender à regu-
ao referido acordo. lamentação vigente no país.

6.1 O que é Certificação?


A certificação é uma modalidade de avaliação da conformi-
dade realizada por uma organização independente das partes
diretamente envolvidas na relação comercial. Certificar um pro-
duto, serviço ou sistema significa comprovar junto ao mercado e

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aos clientes que a organização possui um sistema de fabricação


controlado, investe em treinamento de pessoal ou possui sistema
de gestão ativo, garantindo que as atividades especificadas estão
de acordo com as normas. ATENÇÃO
A ABNT tem como função, em
A ABNT é um Organismo Nacional que oferece credibilidade um processo de transferência
internacional. Todo nosso processo de certificação está estrutu- de custódia, o fornecimento
rado em padrões internacionais, de acordo com ISO/IEC Guia de normas técnicas nacionais
ou aprovação de normas de
62/1997, e as auditorias são realizadas atendendo às normas
organismos internacionais
ISO 10011 e 14011, garantindo um processo reconhecido e se- para a utilização em processos
guro. de medição de vazão de gás
natural ou mesmo a certificação
de pessoas e processos nessas
6.2 Diretrizes para a Elaboração, Revisão e Revogação da normas.
Regulamentação Técnica Federal.
De forma a atender aos compromissos internacionais assumi-
dos e as necessidades diagnosticadas no âmbito interno, o IN-
METRO (definiremos e descreveremos este organismo posterior-
mente) apresentou ao CONMETRO a proposta de implantação
do “Programa de Modernização da Regulamentação Técnica Fe-
deral”, aprovada através da Resolução CONMETRO nº 01/95, de
19/05/95. Como resultado do lançamento deste programa, foi
aprovada a Resolução CONMETRO nº 05/95, de 04/09/95, que
define as “Diretrizes para a Elaboração, Revisão e Revogação da
Regulamentação Técnica Federal”.

A criação e implementação deste programa permitirá:


• A adoção de uma sistemática única pelos órgãos governa-
mentais;
• A participação da sociedade no processo de regulamentação
técnica;
• A disponibilização da regulamentação técnica para a socie-
dade nos órgãos responsáveis;
• A notificação da regulamentação técnica a nível internacio-
nal.

6.3. Importância do REGULAMENTO TÉCNICO


O INMETRO trabalha na modernização estrutural e metodoló-
gica da Regulamentação Técnica Federal, viabilizando técnica e
politicamente uma sistemática que atenda a todas as necessida-
des e desafios.

É importante, também, considerar que não se trata de uma


questão de desburocratização e de saída do estado da economia,
embora esses também sejam resultados da mais alta relevân-
cia. Trata-se, fundamentalmente, de modernizar a intervenção
do estado, orientando-o para a garantia das condições de saúde,
segurança e proteção ambiental e do consumidor.

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6.4 Onde se aplicam os REGULAMENTOS TÉCNICOS?


Os regulamentos técnicos se aplicam nas mais diversas áreas,
são exemplos:
• Saúde;
• Segurança;
• Meio ambiente;
• Defesa do consumidor;

6.4.1 Saúde
No Brasil, a emissão dos regulamentos nesta área é atribuição
do Ministério da Saúde. Estão, basicamente, divididos para pro-
dutos odonto-médico-hospitalares, como por exemplo:
• Preservativos de borracha;
• Seringas hipodérmicas;
• Equipamentos de raio-X e implantes ortopédicos.
Mas, deve-se ressaltar, também, que não se restringem ape-
nas a produtos, havendo ainda aqueles que abordam procedi-
mentos na área da saúde, como:
• Tratamento de ar em unidades médico-assistenciais;
• Regulamentos relativos ao lixo hospitalar.

6.4.2 Segurança
Estes regulamentos vão desde os equipamentos e os produtos
de segurança, tais como:
ATENÇÃO
• Extintores de incêndio;
• Equipamentos de proteção individual (capacetes, luvas) até Mesmo de forma indireta, estes
regulamentos afetam nas ativi-
proteção radiológica;
dades realizadas, principalmen-
• Dispositivos de segurança em vagões ferroviários e metrôs. te, naqueles em que o ambiente
de trabalho for caracterizado
Há também regulamentos que tratam da segurança em famí- como industrial.
lias de produtos como brinquedos e aparelhos eletrodomésticos.

Existem, ainda, regulamentos que tratam de considerações de


segurança em procedimentos, como a segurança na execução de
obras de serviços de contenção.

6.4.3 Meio ambiente

Com o crescimento industrial global, tornaram-se visíveis os


danos ao meio ambiente, gerando uma forte preocupação por
parte do governo e da opinião pública, o que não era sentida há
poucos anos.

O vertiginoso desenvolvimento das tecnologias e o intensivo


uso dos recursos naturais, beirando a sua exaustão, trouxeram
para junto das preocupações dominantes o meio ambiente, entre

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elas a:
• A preservação do ar;
• Despejos industriais.
Por outro lado, a preocupação dos governos, em controlar os
danos ao meio ambiente e em estabelecer políticas ambientais
responsáveis, vem tendo reflexos na economia, que resultam em
consequências no comércio internacional, até mesmo com a pos-
sibilidade de se criarem barreiras técnicas.

6.4.4 Defesa do consumidor

O desejo do consumidor está na qualidade dos produtos e


serviços que adquire e o objetivo da normalização é garantir
esta qualidade. Esta relação de causa e efeito entre o desejo do
consumidor e as normas necessárias e disponíveis, é prevista no
Código de Proteção e Defesa do Consumidor. Este código dei-
xa bem claro: se existirem Regulamentos Técnicos para qualquer
produto colocado no mercado.

7. Quando usar REGULAMENTOS


TÉCNICOS?
ATENÇÃO
Quando da fixação de prescrições e/ou especificações técni-
É importante ficar atento às
cas ao parque industrial, seja para o fornecimento ao varejista,
revisões desses regulamentos
seja para as compras governamentais daqueles produtos enqua- para o seu pronto atendimento,
drados como produtos regulamentados (lista de produtos regula- pois o descumprimento desses
mentados) ou na importação de produtos. pode ocasionar em penalidades
dos órgãos reguladores.

8. Onde são elaborados os REGULAMENTOS


TÉCNICOS?
Nos órgãos do Governo Federal, tais como o INMETRO e nas
Associações de Classe. Os resultados iniciais, relativos à iden-
tificação dos Regulamentos Técnicos existentes nos ministérios
que compõem o CONMETRO, podem ser observados no quadro
apresentado a seguir na tabela 02.

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Figura 04. Tabela 02 – relação de ministérios e n° de regulamentos técnicos aprovados

8.1 O que é INMETRO?


SAIBA MAIS
O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Quali-
dade Industrial - Inmetro - é uma autarquia federal, vinculada Objetivando integrar uma estru-
tura sistêmica articulada, o Sin-
ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, metro, o Conmetro e o Inmetro
que atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de foram criados pela Lei 5.966,
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), de 11 de dezembro de 1973,
colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema cabendo a este último substi-
tuir o então Instituto Nacional
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial de Pesos e Medidas (INPM) e
(Sinmetro). ampliar significativamente o seu
raio de atuação a serviço da
O Inmetro é uma das únicas instituições da América Latina re- sociedade brasileira.
conhecidas internacionalmente, o que representa uma vantagem
competitiva para as empresas brasileiras.

No Brasil, o INMETRO é o responsável pela gestão do sistema


brasileiro de avaliação da conformidade. Por seu intermédio, as
normas e regulamentos são estabelecidos e os organismos res-
ponsáveis pela avaliação dos produtos e serviços são credencia-
dos para atuarem como certificadores. Estes contam com equipes
técnicas qualificadas e com auditores experientes e treinados,
aptos a procederem a auditorias em diversos tipos de bases pro-
DICAS
dutivas.
Uma vez credenciados, estes
órgãos passam a ter o direito de
Os agentes de credenciamento no Brasil, aprovados pelo IN-
certificar empresas. Os órgãos
METRO, credenciam os auditores independentes de terceira parte de terceira parte possuem um
a partir de auditorias realizadas sobre estes órgãos, baseadas escopo de certificação (na-
em normas mundialmente reconhecidas (Normas Européias, sé- tureza de negócio ou tipo de
rie 45.000 ou sua correspondente ISO/IEC Guidelines). empresa) de acordo com sua
competência. O certificado de
Registro ou Certificação tem
validade estabelecida, não
8.1.1 Missão do Inmetro padronizada e que varia entre
3 e 5 anos.
No âmbito de sua ampla missão institucional, o Inmetro obje-
tiva fortalecer as empresas nacionais, aumentando sua produtivi-
dade por meio da adoção de mecanismos destinados à melhoria
da qualidade de produtos e serviços.

Sua missão é prover confiança à sociedade brasileira nas me-

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dições e nos produtos, através da metrologia e da avaliação da


conformidade, promovendo a harmonização das relações de
consumo, a inovação e a competitividade do País.

8.1.2 Competências
Dentre as competências e atribuições do Inmetro destacam-
se:
• Executar as políticas nacionais de metrologia e da qualida-
de;
• Verificar a observância das normas técnicas e legais, no que
se refere às unidades de medida, métodos de medição, me-
didas materializadas, instrumentos de medição e produtos
pré-medidos;
• Manter e conservar os padrões das unidades de medida, as-
sim como implantar e manter a cadeia de rastreabilidade dos
padrões das unidades de medida no País, de forma a torná-
las harmônicas internamente e compatíveis no plano interna-
cional, visando, em nível primário, a sua aceitação universal
e, em nível secundário, a sua utilização como suporte ao se-
tor produtivo, com vistas à qualidade de bens e serviços;
• Fortalecer a participação do País nas atividades internacio-
nais relacionadas com metrologia e qualidade, além de pro-
mover o intercâmbio com entidades e organismos estrangei-
ros e internacionais;
• Prestar suporte técnico e administrativo ao Conselho Na-
cional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
- Conmetro, bem assim aos seus comitês de assessoramento,
atuando como sua Secretaria-Executiva;
• Fomentar a utilização da técnica de gestão da qualidade nas
empresas brasileiras;
• • Planejar e executar as atividades de creditação de labora-
tórios de calibração e de ensaios, de provedores de ensaios
de proficiência, de organismos de certificação, de inspeção,
de treinamento e de outros, necessários ao desenvolvimento
da infra-estrutura de serviços tecnológicos no País;
• Coordenar, no âmbito do Sinmetro, a certificação compul-
sória e voluntária de produtos, de processos, de serviços e a
certificação voluntária de pessoal.

9. O que é Metrologia
Uma medição é uma série de manipulações de objetos ou sis-
temas físicos de acordo com um protocolo definido que resulta
em um número. O número é reportado para representar unica-
mente a magnitude ou intensidade de alguma satisfação de que
depende das propriedades do objeto sob teste. Este número é de-
senvolvido para formar a base de uma decisão afetando algum
objetivo humano ou satisfazendo alguma necessidade humana,
a satisfação de que depende das propriedades do objetivo sob

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teste. Estas necessidades podem ser vistas de modo útil como


requerendo três classes gerais de medição:
SAIBA MAIS
• Técnicas/industrial;
• Legais; Metrologia é a ciência das
• Científicas. medições. A palavra metrologia
é derivada de duas palavras
A metrologia é uma ferramenta imprescindível para: gregas: metro que significa
medição e logia que significa
• Avaliar conformidade de produtos e processos; ciência. O termo é usado em
• Assegurar relações comerciais justas; um sentido mais restrito para
significar a porção da ciência
• Promover a cidadania; da medição usada para forne-
• Assegurar reconhecimento nacional e internacional. cer, manter e disseminar um
conjunto consistente de unida-
A seguir um descritivo das três principais classes de metrolo- des, para fornecer suporte para
gia. o cumprimento de igualdade
no comércio por leis de pesos
e medidas ou para fornecer
9.1 Metrologia Técnica/industrial dados para controlar qualidade
em processos.
Esta classe inclui as medições feitas para garantir a compati-
bilidade dimensional, conformação a especificações de projeto
necessárias para uma função apropriada ou, em geral, todas as
medições feitas para garantir adequação para uso pretendido de
algum objeto.

Como este ramo da metrologia é de nosso interesse, comen-


taremos mais a seguir.

9.2 Metrologia Legal


Esta classe inclui as medições feitas para garantir cumprimen-
to da lei ou regulação. Esta classe se refere a instituições de pesos
e medidas, inspetores e aqueles que devem fazer cumprir as leis.
As medições são idênticas em espécie às da metrologia técnica,
mas são revestidas de uma estrutura mais formal.

9.3 Metrologia Científica


Esta classe inclui as medições feitas para validar teorias da na-
tureza do universo ou para sugerir novas teorias. Estas medições,
que podem ser chamadas de metrologia científica, apresentam
problemas especiais.

9.4 ORGANIZAÇÃO DA METROLOGIA


No Brasil, a metrologia é organizada, conforme demonstrado
na figura 05 a seguir.

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Figura 05 – Organização da metrologia no Brasil (Fundação CERTI, Inmetro)

A medição de vazão de gás natural está inserida na metrolo-


gia Industrial e passa por todos os seus subitens.

Metrologia industrial

A Metrologia Científica e Industrial é uma ferramenta funda-


mental no crescimento e inovação tecnológica, promovendo a
competitividade e criando um ambiente favorável ao desenvolvi-
mento científico e industrial em todo e qualquer país.

A Metrologia Científica e Industrial do Inmetro é uma das prin-


cipais unidades do Instituto Nacional de Normalização e Quali-
dade Industrial (Inmetro), criado pela lei nº 5966 de 11/12/1973,
que instituiu o Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (Sinmetro), definindo como seu órgão má-
ximo o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qua-
lidade Industrial (Conmetro), que é o colegiado interministerial
SAIBA MAIS
do qual participam oito Ministros, o Presidente da Confederação
Nacional da Indústria (CNI), o Presidente da Associação Brasileira Para saber mais sobre Metrolo-
de Normas Técnicas (ABNT) e o Presidente do Instituto de Defesa gia Industrial, acesse o seguinte
endereço:
do Consumidor (IDEC), sendo secretariado pelo Inmetro. www.inmetro.gov.br.

Laboratórios de Metrologia Científica e Industrial do


Inmetro
No desempenho de sua missão institucional, os laboratórios
de Metrologia Científica e Industrial do Inmetro desenvolvem as

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seguintes atividades que caracterizam a sua atuação:


• Padronização das unidades do SI;
• Manutenção da sua credibilidade como laboratório nacional
de referência metrológica do Brasil, assegurando rastreabi-
lidade dos padrões nacionais aos padrões do BIPM ou com-
parados a padrões nacionais de outros países mediante as
comparações chave coordenadas pelo próprio BIPM, ou por
outros Institutos Nacionais de Metrologia (INM) de reconhe-
cimento internacional que dão suporte ao Sistema Interna-
cional de Unidades (SI). Por meio dos padrões nacionais, os
referidos laboratórios dão a rastreabilidade aos padrões de
referência dos laboratórios credenciados pelo Inmetro e aos
laboratórios de unidades, de centros de pesquisa e da indús-
tria em geral;
• Operacionalização do seu Sistema da Qualidade;
• Atividade de manutenção e de modernização da infra-estru-
tura laboratorial;
• Acordos de cooperação com organizações congêneres;
• Desenvolvimento e aprimoramento de seus recursos huma-
nos;
• Atividades de pesquisa e desenvolvimento, inclusive em par-
cerias com outras instituições do País e do exterior;
• Prestação de serviços de calibração de padrões e de instru-
mentos de medição, bem como realização de ensaios.

10. O que é RBC?


Criada em 1980 e constituída por laboratórios credenciados
pelo INMETRO, segundo os requisitos da norma NBR ISO/IEC
17025, a RBC congrega competências técnicas e capacitações
vinculadas a indústrias, universidades e institutos tecnológicos,
habilitados para a realização de serviços de calibração.

O credenciamento estabelece um mecanismo para evidenciar


que os laboratórios se utilizam de um sistema da qualidade, que
possuem competência técnica para realizar serviços de calibra-
ção e assegurar a capacidade em obter resultados de acordo com
métodos e técnicas reconhecidos nacional e internacionalmente.

A RBC utiliza padrões com rastreabilidade (conceito definido a


seguir) às referências metrológicas mundiais da mais alta exati-
dão, estabelecendo vínculo com as unidades do Sistema Interna-
cional de Unidades - SI e constituindo a base técnica imprescin-
dível ao livre comércio, entre as áreas econômicas, preconizado
nos mercados globalizados.

Os laboratórios da RBC prestam serviços de calibração para


empresas produtoras e prestadoras de serviços e para labora-
tórios de universidades e centros de pesquisas. Os laboratórios
credenciados abrangem as seguintes áreas: dimensional, força,

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massa, pressão, eletricidade, tempo e frequência, temperatura,


volume e massa específica.
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre RBC,
10.1 Laboratórios de Calibração Acreditados - Rede acesse o seguinte endereço:
Brasileira de Calibração – RBC www.inmetro.gov.br.

O movimento da qualidade no Brasil e a substituição da po-


lítica econômica protecionista estimularam de forma expressiva
a demanda de serviços metrológicos, suplantando a capacidade
de atendimento dos laboratórios disponíveis no Inmetro. Com o
objetivo de disponibilizar ao país uma infra-estrutura de serviços
básicos para a competitividade, em atendimento à demanda, foi
estimulada, em 1980, a criação da Rede Brasileira de Calibração
(RBC).

Constituída por laboratórios acreditados (credenciados) pelo


Inmetro, a RBC congrega competências técnicas e capacitações
vinculadas às indústrias, universidades e institutos tecnológicos,
habilitados à realização de serviços de calibração. A acreditação
(Acreditação) subentende a comprovação da competência técni-
ca, credibilidade e capacidade operacional do laboratório.

A concessão da acreditação (Acreditação) atribuída pelo Inme-


tro, por intermédio da Divisão de Acreditação de Laboratórios de
Calibração, vinculada à Coordenação de Acreditação - CGCRE,
efetua-se em conformidade com procedimentos internacionais
de “acreditação” constantes do ISO/IEC Guide 25 (1990), dispo-
níveis em publicação própria do Inmetro.

Embora sistemicamente estruturada, esta matriz laboratorial


carece de importantes especialidades da metrologia e se apre-
senta incompatível com a crescente procura da certificação ISO
9000, indutora da demanda de serviços metrológicos.

A RBC deve ser entendida pela sua atuação estruturante na


coordenação do sistema metrológico brasileiro, operando em
sintonia com os Laboratórios Metrológicos do Inmetro, segundo
procedimentos consistentes e harmonizados com seus similares
internacionais. Utilizando padrões rastreáveis às referências me-
trológicas mundiais de mais alta exatidão, a RBC estabelece o
vínculo com as unidades do Sistema Internacional (SI), constituin-
do a base técnica imprescindível ao livre comércio, entre áreas
econômicas, preconizado nos mercados globalizados.

Em perfeita articulação com os laboratórios metrológicos que


integram a RBC, compete a sua coordenação buscar os meios
para assegurar o provimento desses serviços no atendimento às
necessidades dos diferentes setores, de forma compatível com
seus interesses e especificidades, segundo os diferentes níveis de
desenvolvimento econômico.

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De forma mais ampla, a RBC atua também no provimento dos


serviços metrológicos que estabelecem as salvaguardas da de-
fesa do consumidor, da construção da cidadania, da saúde, da SAIBA MAIS
proteção e preservação do meio ambiente. Para saber mais sobre a Lista de
laboratórios acreditados, acesse
o endereço:
www.inmetro.gov.br
11. Estrutura Hierárquica de Rastreabilidade
Rastreabilidade é a Propriedade do resultado de uma medição
ou do valor de um padrão estar relacionado a referências estabe-
lecidas, geralmente padrões nacionais ou internacionais, através
de uma cadeia contínua de comparações, todas tendo incertezas
estabelecidas.

Todo o gás natural demandado tem que ser medido sempre


que for movimentado, desde a produção até o consumidor final.
Na figura 06, derivada do modelo da indústria do gás natural, ATENÇÃO
são ilustrados onde sistemas de medição podem estar localiza-
É importante ressaltar que a
dos. Os sistemas de medição devem atender à regulamentação calibração de um medidor de
e aos requisitos metrológicos vigentes no país. De acordo com vazão é necessária, porém não
a Agencia Nacional de Petróleo, os instrumentos de medição, suficiente. É preciso que todos
as medidas materializadas e os sistemas de medição utilizados os componentes de um sistema
de medição sejam inspeciona-
devem ser submetidos ao controle metrológico do INMETRO, dos. Isto significa certificar ou
quando houver, ou comprovar rastreabilidade aos padrões do calibrar o elemento primário de
INMETRO. medição; calibrar os sensores e
transmissores de parâmetros de
processo como pressão e tem-
No Brasil, a Rastreabilidade segue uma estrutura definida que peratura, verificar a configura-
pode ser visualizada na figura a seguir. ção dos computadores de vazão
e validar os seus algoritmos de
cálculo.

Figura 06 - Hierarquia do sistema metrológico (INMETRO)

Obs.: É importante frisar que os padrões que são utilizados em


campo como calibradores estão situados na base do triângulo de-
monstrado na figura 06.

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12. O que é Acreditação?


A palavra “acreditação” veio do inglês “accreditation”. Esta
palavra, tanto no inglês quanto nas línguas latinas, é oriunda do
Latim “credere” cujo significado é o mesmo em todas elas: “crer”.
O sufixo “-ation” em inglês tem a mesma noção de “-ação” em
português, “-ation” em francês, “-ación” em castelhano e “-azi- DICAS
óne” em italiano; todos derivados do sufixo latino“- atio, -onis” No português, não há registro
que serve para “formar substantivos abstratos com a noção bá- do uso da forma “acreditação”
sica de ação, ato”. (Dic. Etimol. Nova Fronteira. Antônio Geraldo até o momento, exceto com
da Cunha, 2ª ed., 2.001). referência à prática de certifica-
ção de qualidade de empresas
e serviços. A palavra “acredi-
Na língua portuguesa, o verbo “acreditar” tem, entre outras, tação” ainda não foi diciona-
as seguintes acepções: (Dicionário Houaiss): rizada. Mas, encontram-se os
adjetivos “acreditado”, “acredi-
• Tornar(-se) digno de estima e confiança; tável” e o verbo “acreditar”.
• Dar ou emprestar a (alguém) autoridade para agir em seu
nome;
• Conferir poder ou autoridade a (alguém) para representar
país ou instituição perante (país estrangeiro ou outra institui-
ção); credenciar;
• Dar fundamentação, confiança a; abonar, autorizar, confir-
mar.

12.1 Como Acreditar Organismos


A seguir um passo-a-passo de como acreditar organismos:
• O processo se inicia com o recebimento da “Solicitação de
credenciamento (acreditação)”, formulário que deve ser
acompanhado de todos os documentos necessários para
cada modalidade de acreditação;
• Após “Análise da Solicitação”, é designado um responsável
pelo processo de acreditação que define a equipe de ava-
liação e a submete à organização postulante para a aprova-
ção;
• Uma visita de pré-avaliação (no caso de laboratórios) pode
ser necessária, dependendo da documentação encaminha-
da pelo solicitante, do escopo de acreditação solicitado ou
mesmo da complexidade da organização ou do sistema de
gestão da qualidade da organização;
• “Após Análise da documentação”, as organizações partici-
pam de “comparações interlaboratoriais”, no caso dos labo-
ratórios, para avaliar o seu desempenho na realização dos
serviços, objetivo do escopo da solicitação;
• Em seguida, ocorre uma avaliação às “Instalações da Orga-
nização”, com o objetivo de verificar a implantação do siste-
ma de gestão da qualidade e avaliar a competência técnica
da organização para realizar os serviços;
• Com as informações obtidas em todas as etapas, completa-
se o processo de avaliações que é, então, submetido à Co-
missão de Acreditação. Essa comissão subsidia a CGCRE na

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decisão de concessão de acreditação;


• Após o processo decisório, o INMETRO firma contrato com a
organização, que recebe um Certificado de Acreditação com
os Escopos, onde constam todos os serviços para os quais
está acreditado;
• A partir desse momento, a organização pode utilizar a logo-
marca da acreditação e a marca que identifica que o organis-
mo de acreditação é signatário de algum acordo de reconhe-
cimento mútuo internacional, regional ou ambos;
• Com o objetivo de verificar se a organização continua aten-
dendo a todos os requisitos que permitiram sua acreditação,
são realizadas supervisões e reavaliações periódicas, seguin-
do procedimento similar ao da avaliação inicial;
• Como a acreditação, por definição, é concedida para a reali-
zação de tarefas específicas, a organização estará acreditada
apenas para os serviços que contam nos Escopos e não para
todos os quais realiza;
• “Quando houver interesse, a organização pode solicitar a
extensão de sua acreditação, através do mesmo formulário
“Solicitação de credenciamento” (acreditação)”. Esse proces-
so pode ser simplificado, pois, se o INMETRO já conhecer o
Sistema de Gestão, poderá avaliar apenas as condições para
a realização dos novos serviços solicitados.
Os princípios e práticas que fundamentam as atividades de
acreditação do INMETRO são:
• Utilizar normas praticadas internacionalmente;
• Não prestar serviços de Consultoria;
• Não discriminar nem restringir o acesso de organizações so-
licitantes aos serviços de acreditação, através de quaisquer
condições inibidoras indevidas, em particular, as seguintes:
I. De ordem financeira;

II. Em relação ao porte da entidade;

III. Em relação à localização;

IV. Com relação ao número de acreditados;

V. Exigências de vínculo ou filiação a alguma entidade;

VI. Conceder prazos para adequação, se houver alterações


nas regras;

VII. Manter imparcialidade e integridade nos processos de


análise e de tomada de decisões;

VIII. Buscar a participação nas atividades de acreditação;

IX. Não executar os mesmos serviços para os quais acredita


organizações;

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X. Ser a responsável pelas decisões concernentes à acredita-


ção;

As vantagens da acreditação pelo INMETRO consistem em:


• Ter o sistema de reconhecimento internacional;
• Ser o INMETRO o sistema oficial reconhecido pelo Governo
Brasileiro;
• Ser um diferencial de mercado;
• Auxiliar na conquista de novos mercados;
• Aumentar a confiança dos clientes;
• Evidenciar por uma entidade neutra sua competência técni-
ca;
• Possibilitar a redução do número de avaliações dos clientes;
• Permitir o aprimoramento das práticas e procedimentos das
organizações (específicos para laboratórios).
Os acordos de reconhecimentos internacionais (arrangements)
são uma das formas mais efetivas para eliminar o re-ensaio de
materiais e produtos nos países importadores, problema iden-
tificado pela Organização Mundial do Comércio - OMC como
uma das maiores barreiras técnicas praticadas. O INMETRO, jun-
tamente com organismos de acreditação congêneres de outros
países, vem estabelecendo, por meio de cooperações regionais
e internacionais, acordos que possam promover a confiança da-
queles que se utilizam dos resultados apresentados por laborató-
rios de ensaios de calibrações. Com estes acordos, os relatórios
de laboratórios passam a ser aceitos e reconhecidos pelos demais
organismos de acreditação signatários. O sistema de acreditação
operado pela CGCRE do INMETRO segue diretrizes e práticas que
o colocam em equivalência com os de outros organismos estran-
geiros congêneres. Com isso, nos tornamos membros e signatá-
rios dos acordos dos dois foros internacionais de acreditadores, o
International Accreditation Forum – IAF e a International Labora-
tory Accreditation Cooperation – ILA e também da European Co-
operation for Accreditation - AE e da Interamerican Accreditaion
Cooperation – IAAC.

O reconhecimento entre organismos de acreditação serão, ATENÇÃO


cada vez mais, ferramentas facilitadoras do comércio e uma base A decisão da acreditação é do
técnica para os acordos (agreements) de comércio exterior entre Coordenador Geral, sendo sua
governos. aprovação ou não, formalizada
ao solicitante. Nos casos de
aprovação, é formalizada ao
solicitante através de contrato e
12.2 Emissão do Certificado de Acreditação certificado de acreditação.

A acreditação é formalizada e regida por um contrato assina-


do entre a organização credenciada e o Inmetro, com validade
de 4 anos.

Concomitantemente, é emitido um certificado de acreditação


com os respectivos anexos, onde são relacionados os escopos de
acreditação.

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12.3 Manutenção da Acreditação


A manutenção da acreditação envolve avaliações periódicas,
definidas em contrato, com o objetivo de verificar a permanência
das condições que validaram a sua concessão.

O resultado de cada avaliação é submetido à Comissão de


Acreditação e pode, se for o caso, resultar na exclusão de serviços
credenciados.

12.4 Uso e Divulgação da Acreditação


A organização acreditada só pode fazer menção a acreditação
nos seus documentos de publicidade, correspondência e divul-
ATENÇÃO
gação de serviços, após a assinatura do contrato de acreditação
com o Inmetro. O uso e a divulgação da acredi-
tação são de responsabilidade
total da organização creden-
ciada, que assume todos os
12.5 Uso Indevido da Acreditação ônus e se sujeita às penalidades
impostas, caso se configure
Não deve haver publicidade, envolvendo a acreditação, que comportamento infrator.
seja depreciativa, abusiva, falsa ou extensiva a outros escopos
que não tenham sido acreditados pelo Inmetro.

13. Manutenção da Credibilidade dos


Laboratórios
A fim de manter a credibilidade dos laboratórios de metro-
logia do Inmetro, várias ações foram tomadas, destacando-se
a realização de comparações interlaboratoriais com instituições
nacionais e internacionais, em áreas como: temperatura, umida-
de, resistência elétrica de altos valores e de indutância, incluin-
do comparações-chave realizadas sob a coordenação do Bureau
Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), além de comparações
realizadas em âmbito nacional.
SAIBA MAIS
Como evidência da credibilidade dos seus laboratórios, o In-
metro mantém registros atualizados da rastreabilidade dos seus Os técnicos dos laboratórios de
metrologia participam de diver-
Padrões Internacionais. sos e importantes eventos técni-
cos e científicos, realizados no
País e no exterior, divulgando
expressivo número de trabalhos
14. O que é ANP? técnicos gerados no Inmetro.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustí-


veis (ANP) é uma autarquia integrante da Administração Pública
Federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Tem por
finalidade promover a regulação, a contratação e a fiscalização
das atividades econômicas integrantes da indústria do petróleo,
de acordo com o estabelecido na Lei nº 9.478, de 06/08/97, re-

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gulamentada pelo Decreto nº 2.455, de 14/01/98, nas diretrizes


emanadas do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e
em conformidade com os interesses do País (ANP, 2007).

Autarquia federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia,


a ANP é responsável pela execução da política nacional para o
setor energético do petróleo, gás natural e biocombustíveis, de
acordo com a Lei do Petróleo (Lei no 9.478/1997).

O órgão regulador do setor de petróleo, na execução de suas


atividades, buscará satisfazer a demanda atual da sociedade,
mantendo com esta uma comunicação efetiva. Para tanto, está
disponibilizando, via Internet, os serviços e produtos disponíveis
no âmbito da Agência, inserindo-se em um processo de melhoria
contínua e proporcionando, assim, o atendimento adequado às
necessidades de seus clientes.

14.1 O que faz a ANP?


A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombus-
tíveis (ANP), implantada há dez anos pelo Decreto nº 2.455, de
14 de janeiro de 1998, é o órgão regulador das atividades que
integram a indústria do petróleo e gás natural e a dos biocom-
bustíveis no Brasil.

Autarquia federal, vinculada ao Ministério de Minas e Energia,


a ANP é responsável pela execução da política nacional para o
setor energético do petróleo, gás natural e biocombustíveis, de
acordo com a Lei do Petróleo (Lei no 9.478/1997).

A ANP tem como função:


• REGULAR - estabelece regras por meio de portarias, instru-
ções normativas e resoluções;
• CONTRATAR - promove licitações e celebrar contratos em
nome da União com os concessionários em atividades de
exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás
natural;
• FISCALIZAR - as atividades das indústrias reguladas, direta-
mente ou mediante convênios com outros órgãos públicos.
Entre outras atribuições, a ANP:
• Promove estudos geológicos e geofísicos para identificação
de potencial petrolífero, regula a execução desses trabalhos,
organiza e mantém o acervo de informações e dados técni-
cos;
• Realiza licitações de áreas para exploração, desenvolvimento
e produção de óleo e gás; contrata os concessionários e fis-
caliza o cumprimento dos contratos;
• Calcula o valor dos royalties e participações especiais (parce-
la da receita dos campos de grande produção ou rentabilida-

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de) a serem pagos a municípios, a estados e à União;


• Autoriza e fiscaliza as atividades de refino, processamento,
transporte, importação e exportação de petróleo e gás na-
tural;
• Autoriza e fiscaliza as atividades de produção, estocagem,
importação e exportação do biodiesel;
• Autoriza e fiscaliza as operações das empresas que distri-
buem e revendem derivados de petróleo, álcool e biodiesel;
• Estabelece as especificações técnicas (características físico-
ATENÇÃO
químicas) dos derivados de petróleo, gás natural e dos bio-
combustíveis e realiza permanente monitoramento da quali- O item, acima, está relaciona-
dade desses produtos nos pontos de venda; do à nossa atividade, pois, a
comercialização do gás natural
• Acompanha a evolução dos preços dos combustíveis e comu- está relacionada à sua compo-
nica aos órgãos de defesa da concorrência sobre os indícios sição.
de infrações contra a ordem econômica;
• No exercício de suas funções, a ANP atua como promotora
do desenvolvimento dos setores regulados. Colabora, assim,
para a atração de investimentos, aperfeiçoamento tecnológi-
co e capacitação dos recursos humanos da indústria, geran-
do crescimento econômico, empregos e renda;
• A ANP firmou-se também como um centro de referência em
dados e conhecimento sobre a indústria do petróleo e gás
natural: mantém o Banco de Dados de Exploração e Produ-
ção (BDEP), realiza pesquisas periódicas sobre qualidade dos
combustíveis e sobre preços na comercialização desses pro-
dutos, e promove estudos sobre o desenvolvimento do setor.

14.2 Como funciona a ANP?


A ANP é conduzida por uma diretoria colegiada, composta
de um diretor-geral e quatro diretores com mandatos de quatro
anos, não-coincidentes. Sessões deliberativas da diretoria emitem
portarias, instruções normativas e resoluções para as indústrias
reguladas e podem resolver pendências entre agentes econômi-
cos e entre esses agentes e os consumidores.

Antes de tomar decisões sobre normas que possam afetar


direitos, a Agência realiza audiências públicas sobre essas nor-
mas.

14.3 Formação profissional

Com parte dos recursos originados nos royalties, a ANP esti-


mula a complementação de currículos de cursos universitários,
de graduação e pós-graduação, e de educação profissional de
nível médio com disciplinas extras de especialização no setor de
petróleo e gás natural. Lançado em 1999, o Programa de Recur-
sos Humanos da ANP para o Setor do Petróleo e Gás (PRH/ANP-
MCT) já concedeu mais de 4.500 bolsas de estudos e mantém
convênios com instituições de ensino e pesquisa em 16 estados
da Federação.

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14.4 A ANP e o Meio Ambiente


A Agência Nacional do Petróleo tem por missão regular a in-
dústria do petróleo e gás natural, tendo como diretriz a preserva-
ção do interesse público e do meio ambiente.

A atuação da ANP vem ocorrendo em parceria com outros ór-


gãos governamentais, universidades e demais agentes da socie-
dade que tenham competência e interesse em colaborar no estí-
mulo à atividade econômica e preservação do meio ambiente.

14.5 Princípios e Objetivos da ANP

Um breve resumo dos princípios e os objetivos da ANP podem


ser ilustrados na figura 06.

Figura 07 – Resumo dos princípios e os objetivos da ANP (ANP)

Dentre os princípios e os objetivos da ANP, podemos desta-


car:
• Eficiência, objetividade, praticidade, transparência, agilida-
de, qualidade e segurança dos produtos e serviços;
• Redução do risco regulatório;
• Preservação do meio ambiente e racionalização dos recursos
energéticos;
• Regulação de Monopólios Naturais e Legais;
• Atuar na regulação da garantia da concorrência;
• Promover a Competitividade entre os agentes econômicos;
• Restrições à Integração Vertical;
• Livre Acesso à rede de transportes;

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• Desenvolvimento de mercados secundários;


• Criar condições para a entrada de novos agentes que dão
agilidade ao mercado;
• Implantação de uma estrutura regulatória estável, clara,
transparente e previsível;
• Adaptar a regulação a condições de mudança;
• Dar poder a autoridade para manter a estrutura legal atua-
lizada;
• Oferecer procedimentos transparentes;
• Conduzir consultas / debates / conversas públicas.

15. Cadeia do Gás natural

Partindo da produção até chegar ao consumidor final, em cada


etapa, o gás natural é movimentado sob a responsabilidade de
uma empresa diferente que, sequencialmente, o repassa para a
próxima empresa, por meios denominados de transferência de
custódia. A transferência de custódia é realizada em estações de
controle e de medição específicas, localizadas em entroncamen-
tos de gasodutos, ou em city-gates (figura 08), onde a concessio-
nária entrega o gás para a concessionária local.

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Figura 08 – City-gate de medição de gás natural por meio de placa de orifício.

Em cada uma dessas etapas, a medição deve atender a requi-


sitos legais (normas e regulamentos), operacionais (vazão, pres-
são e temperatura) e metrológicos específicos (incerteza).

O percurso entre a produção do gás natural entre a produção


e o consumidor final, quer seja industrial ou residencial, denomi-
na-se cadeia do gás natural. Esta é composta de Produtor (E&P),
Transportador, Distribuidor e Consumidor.

15.1 Produtor (E&P), Transportador, Distribuidor e


Consumidor
Os componentes da cadeia do gás natural são definidos
como:
• Produtor (E&P) – Responsável por realizar a produção (ou

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até mesmo o processamento) de Gás Natural através da ex-


ploração de áreas legalmente liberadas (Ex: PETROBRÁS);
• Comercializador – Responsável por realizar a comercializa- ATENÇÃO
ção do Gás Natural desde a produção e/ou importação até a Neste caso, o transporte,
sua distribuição (Nosso caso: UNGN); também, pode ocorrer entre
• Transportador – Responsável por transportar o Gás Natural Transportadores (TBG » TRANS-
PETRO).
até o distribuidor (Companhias Distribuidoras);
• Distribuidor – Responsável por levar o gás Natural até o
consumidor final;
• Consumidores – Estes podem ser representados por: Resi-
dências, Indústrias, Comércios, uso veicular ou qualquer ou-
tro que necessite consumir Gás Natural.
Essa cadeia pode ser bem representada pela figura 09 no seu
sentido mais geral, onde podemos identificar, com maior clareza,
os consumidores finais através do uso do Gás Natural.

Figura 09 – Cadeia do Gás Natural no sentido mais geral (ANP)

Na figura 10, temos uma visão macro onde é possível identi-


ficar, através de grandes agrupamentos, os personagens consti-
tuintes da cadeia do Gás Natural, identificando o Fluxo físico do
gás e suas respectivas transações comerciais resultantes.

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Figura 10 – Cadeia do Gás Natural na visão macro (ANP)

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