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C u r s o

Inspeção de Sistemas de
Medição de Gás natural

Módulo 2

Instrumentação
desafio 2

Pressão - Conceitos Básicos


C u r s o

Inspeção de Sistemas de
Medição de Gás natural

Módulo 2

Instrumentação

desafio 2

Pressão - Conceitos Básicos


Módulo 2

Instrumentação
SUMÁRIO

1. Instrumentação – Conceito
2. Definições Básicas
2.1 Pressão
2.2 Pressão Atmosférica
2.3 Medição de pressão atmosférica
2.4 Pressão relativa
2.5 Pressão absoluta
2.6 Fluido
2.7 Gás
2.8 Massa específica
2.9 Peso específico
3. Densidade Relativa
4. Leis e Teoremas mais utilizados em pressão
4.1 Teorema de Stevin
4.2 Princípio de Pascal
5. Unidades de pressão
6. Tipos de pressão
6.1 Pressão Estática
6.2 Pressão dinâmica ou cinética
6.3 Pressão total
6.4 Pressão Diferencial
7. Tipos de medidores
7.1 Manômetro
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Pressão - Conceitos Básicos


Neste conteúdo serão abordados conceitos que envolvem Pres-
são, bem como, definições básicas, leis e teoremas mais utilizados,
Unidades de Pressão, Tipos de Pressão e de Medidores de Pressão e
Transmissores de pressão utilizando sensor capacitivo.

Preste bastante atenção e bons estudos!

1. Instrumentação – Conceito
Como já foi escrito, a instrumentação é a ciência que se ocupa
em desenvolver e aplicar técnicas de medição, indicação, registro
e controle de processos de transformação, visando à otimização
da eficiência dos mesmos. Essas técnicas são normalmente su-
portadas teoricamente em princípios físicos e/ou físico-químicos
e utilizam-se das mais avançadas tecnologias de fabricação para
viabilizar os diversos tipos de medição de variáveis industriais.
Dentre essas variáveis, encontra-se a pressão cuja medição pos-
sibilita não só sua monitoração e controle como também de ou-
tras variáveis tais como nível, vazão e densidade. Assim por ser
sua compreensão básica para o entendimento de outras áreas
da instrumentação, iniciaremos revisando alguns conceitos físicos
importantes para medição de pressão.

2. Definições Básicas

2.1 Pressão
Quando uma força é aplicada de forma distribuída sobre uma
superfície, dizemos que existe uma pressão exercida nessa su-
perfície. A pressão p exercida sobre uma superfície é igual ao
quociente da força F aplicada perpendicularmente à área A da
superfície como se mostra na figura abaixo:

Fig. 1 – Pressão exercida sobre uma superfície

Caso a força aplicada não seja perpendicular à superfície, é


preciso calcular a força equivalente FP aplicada perpendicular-
mente. FP será igual ao produto da força F pelo seno do ângulo

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de inclinação θ entre a superfície e a direção da força F aplicada,


ou seja: FP = F.senθ.

A figura abaixo mostra como essa teoria se procede:

Fig. 2 – Cálculo da força equivalente FP aplicada perpendicularmente à superfície.

2.2 Pressão Atmosférica


A palavra atmosfera designa a camada gasosa que envolve o
globo terrestre. Considerando que o globo é envolvido por uma
camada de ar com uma espessura considerável de 50 km, po- SAIBA MAIS
demos afirmar que vivemos submersos em um fluido que exerce
A pressão atmosférica normal,
uma força em toda superfície da Terra. Esta pressão é chamada medida ao nível do mar a uma
de pressão atmosférica ou barométrica. latitude de 45° sob a ação de
uma aceleração da gravidade
de 9,80665 m/s2, é a pres-
são capaz de equilibrar uma
2.3 Medição de pressão atmosférica coluna de mercúrio de 760 mm,
quando o mercúrio está a uma
temperatura de 0°C.
Em 1643, Torricelli inventou o primeiro barômetro, que permi-
tiu medir a pressão exercida sobre a Terra pelas camadas gaso-
sas que a envolvem. Para realizar esse aparelho, usa-se um tubo
de vidro como na figura abaixo com o comprimento em torno de
90 cm, fechado em uma das extremidades. O tubo deve ser lava-
do com ácido e secado no vácuo, após essa etapa é preenchido
de mercúrio puro e seco.

Fig. 3 – Representação do 1º barômetro inventado por Torricelli em 1643.

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Emborcando o tubo de vidro, com o polegar obstruindo a ex-


tremidade aberta, e colocando-o num vasilhame contendo mer-
cúrio puro, nota-se que o mercúrio desce no tubo e se estabiliza
a certa altura. Através de uma régua graduada em milímetros,
tendo a parte inferior pontiaguda tocando na superfície do mer-
cúrio contido no vasilhame, mede-se a pressão atmosférica em
milímetros de mercúrio.

As pressões exercidas em A e B são iguais, pois estão no mes-


mo nível, no mercúrio. A pressão em A é a pressão atmosférica;
a pressão em B é a pressão da coluna de mercúrio. Desde que as
pressões em A e B sejam iguais, a pressão atmosférica é igual à
pressão exercida pela coluna de mercúrio.

Ao lado do barômetro, coloca-se um termômetro para elimi-


nar o erro devido à dilatação do mercúrio sob a ação da leitura
exata. É necessário conhecer outras influências de ordem local,
tais como latitude, altitude e aquela própria de cada instrumento,
proveniente da depressão capilar.

2.4 Pressão relativa

É a pressão medida em relação à pressão atmosférica exis-


tente no local, podendo ser positiva ou negativa. Quando se fala
em pressão relativa ou efetiva, subentende-se que a pressão é
SAIBA MAIS
medida tomando-se por referência a pressão atmosférica; e o
VÁCUO, como sendo uma pressão negativa em relação à pres- A pressão efetiva recebe ainda
o nome de pressão relativa ou
são atmosférica. pressão manométrica.

Quando aplicamos uma pressão de 20psi no pneu de um auto-


móvel, chamamos essa pressão de relativa, porque ela é medida
em relação à pressão atmosférica. Esvaziando o pneu, teremos,
no mesmo, a pressão atmosférica, isto é, zero de pressão rela-
tiva ou efetiva. Convencionou-se que toda medição de pressão
indique simplesmente o seu valor, ficando implícito que se trata
da relativa.

2.5 Pressão absoluta

É a pressão medida a partir do vácuo perfeito, ou seja, a partir


do zero absoluto de pressão. Para se diferenciar a unidade de
medida de pressão absoluta, adiciona-se um índice “a” ou “ABS”
à unidade de medida de pressão.

Exemplo:

Pressão relativa: 2 atm, 5 psi, 14 kgf/cm2

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Pressão absoluta: 2 atma, 5 psia, 14 kgf/cm2a, 25 BarABS

O diagrama a seguir mostra claramente que, para cada pres-


são, podem ser atribuídas duas medidas diferentes, dependendo
da escala escolhida.

Fig. 4 - Diagrama Comparativo entre as Escalas Relativa e Absoluta

A pressão absoluta é a soma da pressão relativa com uma


pressão equivalente a 1atm, ou seja:
DICAS
O que é importante observar é
que, na escala relativa, podere-
mos ter pressões negativas, isto
é, inferiores à pressão atmosfé-
rica. Tais pressões como vimos,
Exemplos: chamaremos de vácuo. Nunca
teremos, porém, pressões ab-
solutas negativas, pois a menor
3 atma = 2atm + 1atm pressão absoluta que se pode
alcançar é o zero absoluto,
54,697 psia = 40psi + 14,697 psi , pois 1atm = 14,697 psi indicador do vácuo perfeito.

2.6 Fluido
Toda matéria cuja forma pode ser mudada e por isso é capaz
de se deslocar. Ao ato de se deslocar é caracterizado como esco-
amento e assim chamado de fluido.

2.7 Gás
Toda matéria cuja forma e volume podem ser mudados facil-
mente quando submetida à força.

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2.8 Massa específica

Também chamada de densidade absoluta, é a relação entre a


massa e o volume de uma determinada substância. É representa-
da pela letra Rô (ρ) e no SI pela unidade (kg/m3).

Em que ρ: massa específica (rô – letra grega minúscula)

m: massa DICAS
As unidades principais de massa
V: volume específica são: g/cm3 ou kg/m3.

2.9 Peso específico

Relação entre peso e volume de uma determinada substân-


cia. É representado pela letra gama (γ) e cuja unidade usual é
kgf/m3.

Em que γ: peso específico (gama – letra grega minúscula)

P = peso (força peso)


DICAS

V = volume As unidades principais de peso


específico são: N/m3 ou kgf/m3.

3. Densidade Relativa
É a relação entre massa específica de uma substância A e a
massa específica de uma substância de referência, tomadas à
mesma condição de temperatura e pressão.

Exemplos:

Calcule a densidade relativa e a massa específica da glicerina,

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sabendo que seu peso específico vale 1280 kgf/m3.

4. Leis e Teoremas mais utilizados em pressão

4.1 Teorema de Stevin


Esse teorema foi estabelecido por STEVIN e relaciona as pres-
sões estáticas exercidas por um fluido em repouso com a altura
da coluna do mesmo em um determinado reservatório.

Seu enunciado diz:

“A diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em


repouso é igual ao produto do peso específico do fluido pela di-
ferença de cota entre os dois pontos”.

Fig.5 – Ilustração do Teorema de Stevin

4.2 Princípio de Pascal


A pressão exercida em qualquer ponto de um líquido em for-
ma estática se transmite integralmente em todas as direções e
produz a mesma força em áreas iguais.

Devido a serem os fluidos praticamente incompressíveis, a for-


ça mecânica desenvolvida em um fluido sob pressão pode ser
transmitida. A figura abaixo mostra exemplos de aplicação de
pressão utilizando o princípio de Pascal.

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Fig. 6 – Sistema de Freios utilizando o Princípio de Pascal.

Fig. 7 – Timoneiro (Sistema para Calibração de equipamentos de pressão utilizando o princípio de Pas-
cal).

5. Unidades de pressão

Desde 03 de maio de 1078, pelo decreto nº 81621, o sistema


de unidades oficialmente adotado no Brasil é o Sistema Interna-
cional de Unidades (SI).

As sete unidades de base deste sistema são:

SAIBA MAIS
A unidade de pressão usual-
mente utilizada no sistema
métrico industrial é o Kgf/Cm2,
enquanto no sistema inglês
Fig. 8 – Tabela de Unidades de Base do Sistema Internacional. industrial se utiliza o psig
(lbf/in2).

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São utilizadas diversas outras unidades para expressar medi-


das de pressão. As mais usuais são:

cm H2O – centímetro de coluna de água a 4ºC;

mmHg – milímetro de coluna de mercúrio a 0ºC;

pol. H2O – polegada de coluna de água a 4ºC;

pol. Hg – polegada de coluna de mercúrio a 0ºC;

bar – corresponde aproximadamente à pressão da água do


mar a 10 metros de profundidade;

atm – atmosfera normal, equivale à pressão exercida por uma


coluna de 760 mmHg, com massa volumétrica de 13,5951 g/
cm3.

Fig. 9 - Tabela com fatores de conversão de unidades de pressão.

6. Tipos de pressão

Toda vez que tivermos um fluido escoando em um duto, de-


vido à ação de um ventilador, bomba, exaustor etc., devemos
considerar quatro tipos de pressão:

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6.1 Pressão Estática


É o peso por unidade de área exercido por um fluido em re-
pouso ou que esteja fluindo perpendicularmente à tomada de
impulso. A primeira figura abaixo revela a pressão estática num
reservatório e a segunda num trecho reto do sistema em proces-
so.

Fig. 10 – Pressão estática num reservatório – Fluido em Repouso.

Fig. 11 – Pressão estática num trecho reto do sistema em processo – Fluido em Movimento.

6.2 Pressão dinâmica ou cinética

É a pressão exercida por um fluido em movimento. É medida


fazendo a tomada de impulso de tal forma que recebe o impacto
do fluxo. A expressão resultante da força viva do fluido pode ser
calculada pela fórmula:

Em que:

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Pd = pressão dinâmica

ρ = massa específica do fluido

V = velocidade do fluido

γ = peso específico do fluido

g = aceleração da gravidade

6.3 Pressão total

É a soma das pressões estática e dinâmica. O instrumento que


mede as pressões estática, dinâmica e total é o tubo de Pitot.

Fig.12 – Tubo de Pitot envolvendo os 03 tipos de pressão (estática, dinâmica e total).

6.4 Pressão Diferencial

É a diferença entre duas pressões, também chamada de Δp


(delta p). A diferença entre duas pressões p1 e p2 equivale à
pressão diferencial Δp:

Δp = p1 − p2

Criando-se um obstáculo à passagem do fluido como mostra-


do na figura abaixo, pode-se obter um diferencial de pressão.

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Fig. 13 - Pressão diferencial em uma restrição.

No caso da figura anterior, existe uma diferença entre a pres-


são na entrada da placa de orifício e a pressão na saída. Já no
exemplo que segue, tem-se o Δp obtido da diferença entre dois
pontos tomados em um tanque.

Fig.14 - Pressão diferencial em um reservatório

7. Tipos de medidores

7.1 Manômetro
DICAS
O instrumento mais simples para se medir pressão é o manô-
metro, que pode ter vários elementos sensíveis e que podem ser Os manômetros de coluna
podem ser utilizados para
utilizados também por transmissores e controladores. medir pressão positiva, pressão
negativa (vácuo) ou pressão
diferencial.

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Manômetros de Coluna de Líquido


Um manômetro de coluna de líquido é constituído por um tubo ATENÇÃO
de vidro, de seção circular e uniforme, contendo um líquido de As leituras são feitas medin-
densidade conhecida. A coluna se apresenta sempre associada do-se a diferença de nível do
a uma escala, cuja graduação aparece em milímetros em milési- líquido, nos dois braços do ma-
nômetro. Esta medição pode ser
mos de polegada. feita em mm de coluna d’água,
mm de mercúrio etc.
Existem três tipos de colunas:
• Coluna em “U”;
• Coluna Reta;
• Coluna Inclinada.
a) Manômetros de Tubo em U

O manômetro de tubo em “U” é o mais simples e mais barato


dos instrumentos de medição direta de baixas pressões. Como
seu nome indica, ele é formado por um tubo de material transpa-
rente, dobrado em forma de “U”, fixado sobre uma placa gradu-
ada a partir do seu ponto médio. O tubo é cheio, até o seu ponto
médio, com um líquido com seu peso específico conhecido (água,
álcool, mercúrio etc.).

Para uma mesma pressão, a diferença de nível estabelecida


entre os dois braços do manômetro de tubo em “U” será tanto
maior quanto menor for o peso específico do líquido utilizado no
manômetro.

P=h.γ

Em que:

h = diferença de nível entre os dois braços do tubo em U;

γ = peso específico do líquido utilizado;

P = pressão medida.

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Fig. 15 – Manômetro de Coluna de Líquido utilizando Tubo em “U”.

b) Manômetro de Coluna Reta

Nesse manômetro, os ramos da coluna possuem diâmetros di-


ferentes, e o ramo maior (menor diâmetro), onde se faz a leitura
do nível, normalmente é aberto para a atmosfera, enquanto que
a pressão é aplicada no ramo menor (maior diâmetro). A pressão
medida pela variação da altura no ramo maior será:

Em que:

d é a medida do diâmetro do ramo maior;

D é a medida do diâmetro do ramo menor.

Os instrumentos desse tipo, geralmente, possuem uma escala


de leitura que leva em consideração o deslocamento do zero, ou
seja, a escala já considerada corrige o fator (1+d2/D2), possibili-
tando, assim, a leitura direta e precisa da pressão na escala exis-
tente no tubo de menor diâmetro (d). Estes instrumentos exigem
a utilização de tubos rigorosamente calibrados.

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Fig. 16 – Manômetro de coluna reta.

c) Manômetro de Coluna Inclinada

Nesse manômetro, os ramos da coluna possuem diâmetros


diferentes, e o ramo maior, onde se faz a leitura do nível, é in-
clinado, enquanto que a pressão é aplicada no ramo menor. A
pressão medida pela variação da altura no ramo maior será:

Em que:

d é a medida do diâmetro do ramo maior;

D é a medida do diâmetro do ramo menor;

α é o ângulo da inclinação entre o plano horizontal e o ramo


maior.

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Fig.17 – Manômetro de Coluna Inclinada

8. Manômetros de tubo de Bourdon


Quanto à forma, o tubo de Bourdon pode se apresentar nas
seguintes formas: tipo C, espiral e helicoidal, como mostra a ilus-
tração abaixo.

Fig.18 – Formas do Tubo de Bourdon.

Tubo de Bourdon em C
Consiste em um tubo metálico (Bourdon) de paredes finas,
achatado para formar uma seção elíptica e recurvado para for-
mar um segmento de círculo. Uma extremidade acha-se adapta-
da para a ligação com a fonte de pressão, a outra está selada e
pode-se movimentar livremente. A pressão do tubo atua sobre a
seção elíptica, forçando-a a assumir a forma circular, ao mesmo
tempo em que o tubo recurvado tende a desenrolar.

Por serem estes movimentos muito pequenos, são amplifica-

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dos por um dispositivo formado por uma coroa e um pinhão, o


suficiente para girar o eixo de um ponteiro em redor de uma
escala graduada, calibrada em unidades de pressão. Abaixo a
figura mostra como é internamente o manômetro de bourdon
tipo C e especifica cada parte dele.

Fig.19 – Manômetro de Bourdon Tipo C (Internamente).

Manômetro de Bourdon Espiral


Estes manômetros utilizam um tubo de Bourdon achatado,
formando uma espiral com diversas voltas. Com a pressão apli-
cada à extremidade aberta, a espiral tende a desenrolar trans-
mitindo um movimento grande à extremidade livre. Por meio de
uma ligação simples, o movimento é transferido ao braço de um
ponteiro, não havendo necessidade de coroa e de pinhão, como
no caso anterior. Abaixo a figura mostra como é internamente o
manômetro de Bourdon tipo espiral.

Fig.20 – Manômetro de Bourdon Tipo Espiral (Internamente)

Manômetro de Bourdon Helicoidal

É similar ao tipo espiral, sendo que o tubo achatado de Bour-


don é enrolado em forma de hélice com quatro a cinco voltas
completas. O Bourdon helicoidal é usado para registradores de
temperatura e pressão. Abaixo a figura mostra como é interna-

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mente o manômetro de Bourdon tipo helicoidal.

Fig.21 – Manômetro de Bourdon Tipo Helicoidal (Internamente)

9. Classificação de Manômetros (pela


exatidão)

Fig. 22 – Tabela de Classificação de Manômetros

10. Transmissor de pressão utilizando (sensor


capacitivo)

A principal característica dos sensores capacitivos é a completa


eliminação dos sistemas de alavancas na transferência da força /
deslocamento entre o processo e o sensor.

Este tipo de sensor resume-se na deformação, diretamente


pelo processo de uma das armaduras do capacitor. Tal defor-
mação altera o valor da capacitância total que é medida por um
circuito eletrônico.

Esta montagem, se por um lado elimina os problemas mecâ-


nicos das partes móveis, expõe a célula capacitiva às rudes con-

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dições do processo, principalmente a temperatura do processo.


Este inconveniente pode ser superado através de circuitos sensí-
veis a temperatura montados juntos ao sensor.

Outra característica inerente à montagem é a falta de linea-


ridade entre a capacitância e a distância das armaduras devido
à deformação não linear, sendo necessária, portanto, uma com-
pensação (linearização) a cargo do circuito eletrônico. A figura
abaixo mostra um transmissor de pressão que utiliza sensor ca-
pacitivo.

Fig.23 – Transmissor de Pressão que utiliza sensor capacitivo.

O sensor é formado pelos seguintes componentes:


• Armaduras fixas metalizadas sobre um isolante de vidro fun-
dido;
• Dielétrico formado pelo óleo de enchimento (silicone ou flu-
orube);
• Armadura móvel (Diafragma sensor).
A figura abaixo mostra um sensor desse modelo aberto em
detalhes.

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Fig.24 – Sensor aberto em detalhes.

Uma diferença de pressão entre as câmaras de alta (High)


e de baixa (Low) como mostrado na figura abaixo, produz uma
força no diafragma isolador que é transmitida pelo líquido de
enchimento.

Fig.25 – Diferença de Pressão entre as Câmaras de Alta (High) e de baixa (Low).

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A força atinge a armadura flexível (diafragma sensor) provo-


cando sua deformação, alterando, portanto, o valor das capaci-
tâncias formadas pelas armaduras fixas ( são metalizadas sobre
um isolante de vidro fundido) e a armadura móvel (é o diafragma
sensor ). Esta alteração é medida pelo circuito eletrônico que gera
um sinal proporcional à variação de pressão aplicada à câmara
da cápsula de pressão diferencial capacitiva.

Glossário
Depressão Capilar

É a curvatura do líquido dentro de um tubo de vidro.

Capacitor ou Condensador

É um componente que armazena energia num campo elétrico,


acumulando um desequilíbrio interno de carga elétrica. Normal-
mente, são placas ou folhas condutoras separadas por camadas
finas de um dielétrico (ar, papel parafinado ou mica), sendo as
placas em lados opostos das camadas dielétricas carregadas de
eletricidade de sinais contrários, por uma fonte de voltagem. A
energia do sistema carregado é armazenada no dielétrico po-
larizado, com a capacitância proporcional à área e à constante
dielétrica da camada dielétrica, e inversamente proporcional à
sua espessura.

Dielétrico

Substância que não conduz corrente elétrica: transmite efeitos


elétricos por indução, mas não por condução.

Capacitância

Capacitância ou capacidade é a grandeza elétrica de um ca-


pacitor, determinada pela quantidade de energia elétrica que
pode ser armazenada em si por uma determinada tensão e pela
quantidade de corrente alternada que o atravessa numa determi-
nada freqüência. Sua unidade é dada em farad (símbolo F), que
é o valor que deixará passar uma corrente de 1 ampere quando
a tensão estiver variando na razão de 1 volt por segundo.

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