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Módulo V
Aula 01 – Bombas
SUMÁRIO:
1. Bombas
2. Classificação
3. Bombas Centrífugas
3.1. Funcionamento
6. Referências Bibliográficas
1. Bombas
É uma máquina hidráulica cuja função é aumentar a energia (pressão e/ou velocidade) de um fluido
de forma a que seja possível movimentá-lo de um ponto mais baixo para outro mais alto.
Existem diversos tipos de bombas, por exemplo: as bombas tipo Parafuso de Arquimedes, as
bombas centrífugas e as bombas de deslocamento positivo.
As bombas podem ser acionadas por motor elétrico, motor de explosão ou turbina a vapor, por
energia eólica como no moinho de vento ou mesmo manualmente.
As bombas hidráulicas possuem função inversa das turbinas, pois através de um motor (manual ou
elétrico, ou eólico, etc.), transformam a energia mecânica em energia potencial , enquanto as
turbinas hidráulicas transformam a energia potencial de uma queda hidráulica em energia mecânica,
a qual pode ser convertida posteriormente em energia elétrica através de um gerador.
2. Classificação
Puras ou
radiais
Bombas As bombas podem ser classificadas pela sua
Dinâmicas ou
centrífugas Tipo Francis aplicação ou pela forma com que a energia é cedida
ao fluído. Normalmente, existe uma relação estreita
entre a aplicação e a característica da bomba que,
turbobombas Bombas de fluxo misto
por sua vez, está intimamente ligada à forma de
cessão de energia ao fluido.
Bombas de fluxo axial
Bombas periféricas ou
regenerativas
Pistão
Bombas Êmbolo O modo pelo qual é feita a transformação do
Alternativas trabalho em energia hidráulica e o recurso para
Volumétricas cedê-la ao líquido aumentando a sua pressão e ou
ou Diafragma
sua velocidade permitem que elas se classifiquem
em: bombas de deslocamento positivo, turbobombas
Deslocamento Engrenagens e bombas especiais. Dentre as classificações de
Positivo Bombas turbobombas e de deslocamento positivo podemos
Lóbulos enumerar algumas das mais importantes subdivisões
rotativas
destas bombas, como mostra a tabela ao lado.
Parafusos
Palhetas
Deslizantes
3. Bombas Centrífugas
Nas Bombas Centrífugas, ou Turbobombas, a movimentação do fluído ocorre pela ação de forças
que se desenvolvem na massa do mesmo, em conseqüência da rotação de um eixo no qual é
acoplado um disco (rotor, impulsor) dotado de pás (palhetas, hélice), o qual recebe o fluído pelo seu
centro e o expulsa pela periferia, pela ação da força centrífuga, daí o seu nome mais usual.
Em função da direção do movimento do fluído dentro do rotor, estas bombas dividem-se em:
3.1. Funcionamento:
A Bomba Centrífuga tem como base de funcionamento a criação de duas zonas de pressão
diferenciadas, uma de baixa pressão (sucção) e outra de alta pressão (recalque).
Para que ocorra a formação destas duas zonas distintas de pressão, é necessário existir no
interior da bomba a transformação da energia mecânica (de potência), que é fornecida pela
máquina motriz (motor ou turbina), primeiramente em energia cinética, a qual irá deslocar o
fluído, e posteriormente, em maior escala, em energia de pressão, a qual irá adicionar “carga”
ao fluído para que ele vença as alturas de deslocamento.
Para expressar este funcionamento, existem três partes fundamentais na bomba (figura 1):
¾ Corpo (carcaça), que envolve o rotor, acondiciona o fluído, e direciona o mesmo para a
tubulação de recalque (figuras 1, 2 e 3);
¾ Rotor (impelidor, impulsor), constitui-se de um disco provido de pás (palhetas) que
impulsionam o fluído (figuras 4, 5 e 6);
¾ Eixo de acionamento (Figura 1), que transmite a força motriz ao qual está acoplado o rotor,
causando o movimento rotativo do mesmo.
(*) Nas bombas auto-aspirantes, é necessário preencher apenas o caracol (corpo) da mesma.
No entanto, resumidamente, podemos dizer que o funcionamento de uma bomba centrífuga
contempla o principio universal da conservação de energia, que diz: “A energia potencial
transforma-se em energia cinética, e vice-versa”. Parte da energia potencial transmitida à
bomba não é aproveitada pela mesma, pois, devido ao atrito, acaba transformando-se em
calor. Em vista disto, o rendimento hidráulico das bombas pode variar em seu melhor ponto
de trabalho (ponto ótimo) de 20% a 90%, dependendo do tipo de bomba, do acabamento
interno e do fluído bombeado pela mesma.
¾ Bomba de embolo
Seu princípio de funcionamento é idêntico ao das alternativas de pistão. A principal
diferença entre elas está no aspecto construtivo do órgão que atua no líquido. Por serem
recomendadas para serviços de pressões mais elevadas, exigem que o órgão de
movimentação do líquido seja mais resistente, adotando-se assim, o êmbolo, sem modificar
o projeto da máquina. Com isso, essas bombas podem ter dimensões pequenas.
¾ Bomba de pistão
O projeto da bomba de pistão garante uma grande variedade de aplicação em hidrogenação
e processos de separação na indústria de gorduras, indústria de fibras, papel, processos das
indústrias químicas e petroquímicas, como também para aplicação de hidrojateamento.
¾ Bomba de diafragma
As bombas de diafragma são geralmente aplicadas para processo injeção e dosagem, onde
se faz necessário a precisão da dosagem.
Estas bombas são desenhadas para atender as mais diversas características dos produtos e
sistemas de dosagem podendo ser fornecidos de forma modular, que permite a dosagem
precisa e mistura de diversos produtos e a forma simples que atende a dosagem e controle
de apenas um produto.
¾ Bombas de Engrenagens
A bomba de engrenagem tem a característica de bombeamento contínuo, uniforme e sem
pulsação e a capacidade de bombeamento de fluidos com viscosidades elevadas.
Aplicada para bombeamento de líquidos tais como: acetona, asfalto, chocolate, colas,
corantes, detergentes, gasolina, glicerina, glicose, gordura, isocianato, óleo térmico,
petróleo, produtos químicos, querosene, resinas, e etc.
¾ Bombas de lóbulos
Têm o princípio de funcionamento similar ao das bombas de engrenagens. Podem ter dois,
três ou até quatro lóbulos, conforme o tipo. Por ter um rendimento maior, as bombas de três
lóbulos são as mais comuns. São usadas no bombeamento de produtos químicos, líquidos
lubrificantes ou não-lubrificantes de todas as viscosidades.
¾ Palhetas
Muito usadas para alimentação de caldeiras e para sistema óleodinâmicos de acionamento
de média ou baixa pressão. São auto-aspirantes e podem ser empregadas também como
bombas de vácuo. São compostas de um cilindro (rotor) cujo eixo de rotação é excêntrico ao
eixo da carcaça. O rotor possui ranhuras radiais onde se alojam palhetas rígidas com
movimento livre nessa direção. Devido à excentricidade do cilindro em relação à carcaça,
essas câmaras apresentam uma redução de volume no sentido de escoamento, pois as
palhetas são forçadas a se acomodarem sob o efeito da força centrífuga e limitadas, na sua
projeção para fora do rotor, pelo contorno da carcaça. Podem ser de descarga constante
(mais comuns) e de descarga variável.
¾ Parafusos / Helicoidais
Constam de um, dois ou três "parafusos" helicoidais que têm movimentos sincronizados
através de engrenagens. Esse movimento se realiza em caixa de óleo ou graxa para
lubrificação. Por este motivo, são silenciosas e sem pulsação. O fluido é admitido pelas
extremidades e, devido ao movimento de rotação e aos filetes dos parafusos, que não têm
contato entre si, é empurrado para a parte central onde é descarregado. Essas bombas são
muito utilizadas para o transporte de produtos de viscosidade elevada.
¾ Peristálticas
Aplicação da bomba peristáltica: dosadores de substâncias químicas que não podem entrar
em contato com metais ou lubrificantes usados nas bombas.
O tubo flexível é amassado progressivamente pelo rolete, a pressão aumenta e empurra o
fluido no tubo.
¾ Anfíbias
Motor e bomba formam um único corpo. Montada com motor elétrico assíncrono, tipo
submerso de gaiola de esquilo em curto circuito, com bobinado do tipo molhado.
Motor montado internamente na câmara de bombeio da bomba. Isto permite uma excelente
refrigeração e elimina totalmente os problemas com cavitação ou NPSh.
5. Selagem da Bomba
O fluído que passa pela folga entre a carcaça e o rotor, migrando para a parte traseira do rotor,
tentará escapar aproveitando a rotação do eixo que liga o rotor ao motor elétrico. Para evitar a saída
do fluído é feita a selagem da bomba. A selagem pode ser feita por gaxetas ou por selo mecânico.
5.1. Gaxeta
É o método mais antigo para controlar este tipo de vazamento. Construído com fio trançados de
fibras, a gaxeta se caracteriza por ser um elemento macio, flexível e resiliente (elástico), com
boa resistência mecânica, tanto nas aplicações estáticas (hastes de válvulas), como nas
dinâmicas (bombas e eixo rotativos).
Na carcaça da bomba é feita uma caixa para o alojamento das gaxetas. A gaxeta tem uma seção
quadrada e é comercializada em rolos. Deve-se procurar gaxetas nas medidas corretas em
relação à folga entre o eixo e a caixa de engaxetamento. É conveniente que a gaxeta seja de
medida ligeiramente inferior à folga, pois ao apertar o prensa-gaxetas, ou preme-gaxetas, esta se
ajustará perfeitamente.
As gaxetas podem trabalhar com todos os tipos de fluídos, tais como água, vapor, ácidos,
cáusticos, óleos, solventes, gases, gasolinas, etc., em amplas faixas de pressões e temperaturas.
As gaxetas utilizadas para vedações de eixos de bombas e hastes de válvulas são as gaxetas
impregnadas e lubrificadas.
Após fazer o equipamento funcionar deve-se apertar os parafusos ligeiramente até diminuir o
vazamento. Um leve vazamento é essencial, pois evita o superaquecimento.
Tipos de Gaxetas
Isentas de amianto:
a) vegetais: algodão, rami, linho e cânhamo
b) PTFE: (Politetrafluoretileno de carbono)
c) Kevlar*: Fibra aramídica
d) fibra de vidro: fiber-glass
e) hidráulicas: patente em amianto e borracha ou patente algodão e borracha
f) carbono: grafite
Amianto:
a) brancas
b) lubrificadas
c) grafitadas
Glândula: A glândula é uma parte muito importante da câmara de selo ou da caixa de recheio.
Ela dá o empacotamento ou o ajuste desejado do selo mecânico na manga do eixo. Pode ser
ajustada facilmente na direção axial. A glândula consiste do selo, refrigeração, dreno, e portas
da conexão do suspiro conforme os códigos de padronização.
6. Referências Bibliográficas
Sites consultados:
http://disciplinas.dcea.fct.unl.pt/hidraulica
http://www.bomax.com.br/bomax/web
http://www.escoladavida.eng.br
http://www.fazfacil.com.br
http://www.fei.edu.br
http://www.feq.unicamp.br
http://www.hidrovector.com.br
http://www.higra.com.br
http://www.juntalit.com.br
http://www.netzsch.com.br
http://www.omel.com.br
http://www.shs.eesc.sc.usp.br
http://www.tetralon.com.br
http://www.urisan.tche.br
Módulo V
Aula 02
Bombas – Perdas de Carga
SUMÁRIO:
3. Método básico para seleção de uma bomba centrífuga (para altura de sucção inferior a 8 mca)
4. Referências Bibliográficas
¾ ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL (AMT) - Altura total exigida pelo sistema, a qual a
bomba deverá ceder energia suficiente ao fluído para vencê-la. Levam-se em consideração
os desníveis geométricos de sucção e recalque e as perdas de carga por atrito em conexões
e tubulações.
AMT = Altura Sucção + Altura Recalque + Perdas de Carga Totais
(Tubulações/Conexões e Acessórios)
Unidades mais comuns: mca, Kgf/cm² , Lbs/Pol²
Onde: 1 Kgf/cm² = 10 mca = 14,22 Lbs/Pol²
¾ GOLPE DE ARÍETE - Impacto sobre todo o sistema hidráulico causado pelo retorno da
água existente na tubulação de recalque, quando da parada da bomba. Este impacto, quando
não amortecido por válvula(s) de retenção, danifica tubos, conexões e os componentes da
bomba.
¾ NPSH - Sigla da expressão inglesa - Net Positive Suction Head (carga líquida positiva de
sucção) a qual divide-se em:
♦ NPSH disponível - Pressão absoluta por unidade de peso existente na sucção da bomba
(entrada do rotor), a qual deve ser superior a pressão de vapor do fluído bombeado, e cujo
valor depende das características do sistema e do fluído;
♦ NPSH requerido - Pressão absoluta mínima por unidade de peso, a qual deverá ser
superior a pressão de vapor do fluído bombeado na sucção da bomba (entrada de rotor)
para que não haja cavitação. Este valor depende das características da bomba e deve ser
fornecido pelo fabricante da mesma;
O NPSHdisp deve ser sempre maior que o NPSHreq (NPSHd > NPSHr + 0,6)
¾ CRIVO - Grade ou filtro de sucção, normalmente acoplado a válvula de pé, que impede a
entrada de partículas de diâmetro superior ao seu espaçamento.
onde:
V = Velocidade de escoamento, em m/s;
Q = Vazão, em m³/s;
¶ (Pi) = 3,1416, (constante);
D = Diâmetro interno do tubo, em metros;
De forma simples e direta, podemos dizer que a curva característica de uma bomba é a expressão
cartesiana de suas características de funcionamento, expressas por Vazão em m3/h, na abcissa e na
ordenada, Altura em mca; rendimento (η) em %; perdas internas (NPSHr) em mca;
e potência absorvida (BHP) em cv.
3. Método básico para seleção de uma bomba centrífuga (para altura de sucção inferior a 8 mca)
O dimensionamento de equipamentos para explotação de água é realizado após definidos os
parâmetros do poço a ser utilizado, como a sua vazão de produção ou a vazão que se pretende
utilizar, o seu nível estático, e nível dinâmico para a vazão pretendida. Outro fator necessário é a
execução de um pequeno projeto de instalação onde devem ser determinados os dados referentes a
distância do poço ao reservatório, o desnível (altura manométrica), os diâmetros de sucção e
recalque, os comprimentos dos trechos de tubulação e a definição das conexões necessárias (luvas,
curvas, registros, etc.). Essas informações permitem o cálculo da altura manométrica total, que,
conjuntamente com o valor da vazão de projeto, irá determinar o modelo da bomba a ser utilizada,
através de consulta ao "catálogo do fabricante", que informa também, a curva de rendimento da
bomba e a potência do motor exigida para o caso específico.
CRITÉRIOS:
Para calcular-se com segurança a bomba centrífuga adequada a um determinado sistema de
abastecimento de água, são necessários alguns dados técnicos fundamentais do local da instalação e
das necessidades do projeto:
A. Altura de Sucção → AS, em metros;
B. Altura de Recalque → AR, em metros;
C. Distância em metros entre a captação, ou reservatório inferior, e o ponto de uso final, ou
reservatório superior, isto é, caminho a ser seguido pela tubulação, ou, se já estiver instalada, o
seu comprimento em metros lineares, e os tipos e quantidades de conexões e acessórios
existentes;
D. Diâmetro (Pol ou mm) e material (PVC ou metal), das tubulações de sucção e recalque, caso
já forem existentes;
E. Tipo de fonte de captação e vazão disponível na mesma, em m³/h;
F. Vazão requerida, em m³/h;
G. Capacidade máxima de energia disponível para o motor, em cv, e tipo de ligação
(monofásico ou trifásico ) quando tratar-se de motores elétricos;
H. Altitude do local em relação ao mar;
I. Temperatura máxima e tipo de água (rio, poço, chuva).
Dados da Instalação
¾ Determinação do NPSHd:
NPSHd = Ho – Hv – As – PCs
Ho = 9,79 m (tabela 1) As = 0,50 m (dado)
Hv = 0,753 m (tabela 2) PCs = 0,62 mca (calculado)
NPSHd = 9,79 – 0,753 – 0,50 – 0,62 → NPSHd = 7,92 mca
¾ Escolha da Motobomba:
Escolhemos um fabricante, no caso Schneider.
AMT = 40 mca
Vazão = 4 m³/h
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4. Referências Bibliográficas
http://www.schneider.ind.br