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JUSTIFICATIVA

O projeto de Lei de criação do Fundo Municipal de Limpeza visa aprimorar a


educação ambiental e principalmente o serviço de limpeza urbana municipal de
Vitória, proporcionando investimento de forma mais direta e pratica na saúde
pública, na segurança viária e no bem estar dos cidadãos de nossa tão amada
Vitória.

O custeio desse fundo será prioritariamente feito pela conversão das multas
realizadas nas ações fiscais relacionadas às infrações previstas no Código de
Limpeza Urbana municipal, atual Lei 5086/2000 e Leis correlatas, bem como
outras taxas de coleta de resíduos municipal como, por exemplo, a cobrança
de recolhimento de resíduos de grandes geradores.

Entendemos não há nada melhor para as pessoas que vivem em Vitória, ou


mesmo as que usufruem dos espaços de lazer, turismo e comércio, do que ter
e estar em locais limpos, bem conservados e bem cuidados. Sendo assim,
converter justamente os valores de multas arrecadadas, provenientes de
infrações na limpeza urbana e da conservação da cidade será de grande
importância para melhorar ainda mais o serviço prestado à população.

Investimentos diretos em educação ambiental concernente à limpeza urbana,


ações conscientizadoras em escolas, aprimoramento e qualificação dos
profissionais atuantes na fiscalização e nos setores da limpeza urbana,
aquisição de equipamentos e sistemas para o aprimoramento tecnológico
direcionado para prevenção e coação a práticas indevidas, entre muitas coisas
mais.

Outra intenção deste projeto de Lei é a ampliação da abrangência da


fiscalização municipal com o incentivo e a valorização dos servidores que
trabalham diariamente no serviço de limpeza urbana municipal, nas áreas de
gestão, controle, conscientização, cadastro e diversas outras atividades
inerentes a correta gestão dos resíduos sólidos em geral, dentro do município
de Vitória.

Desta forma, ao se proporcionar uma gratificação, com esta valorização,


conseguiremos alcançar uma abrangência, sem dúvidas, extremamente maior
com estes servidores uma vez que estes passarão a auxiliar com muito mais
afinco na prevenção e no combate às infrações concernentes ao Código de
Limpeza Urbana Municipal e demais Leis correlatas, uma vez que hoje, para
tais serviços, existem apenas 08 (oito) servidores fiscais concursados e com
essa lei, passaríamos a ter aproximadamente 60 servidores nas ruas no
combate às irregularidades. Apesar desses servidores não disporem de poder
de polícia, uma vez que tal poder é inerente ao cargo de Fiscal de Arrecadação
e Serviços, eles farão valer do artigo 17 da Lei 5086/2000:

Art. 17 - Dá motivo à lavratura de auto de infração,


qualquer violação às normas deste Código levada
ao conhecimento da autoridade competente, por
qualquer pessoa, devendo a comunicação ser
acompanhada de prova ou devidamente
testemunhada.

Vale ressaltar que esta ampliação do serviço de fiscalização com estes


servidores, como função de vistorias e conscientizações, não traria uma visão
negativa à administração, mas, muito pelo contrario, pontos positivos:

 Maior quantidade de pessoas coibindo ações ilegais previstas em Lei


visto passar a ter mais pessoas espalhadas pelo município empenhadas
no combate às práticas indevidas previstas no Código de Limpeza
Urbana;

 Com a inibição de práticas indevidas, se reduzirá drasticamente o


descarte de resíduos em locais indevidos, bem como a quantidade de
resíduos coletados pelo município, assim, consequentemente se
proporcionará uma grande economia com o contrato de coleta de
resíduos inertes nas vias e áreas de proteção ambiental;

 Com o advento destes servidores auxiliando a fiscalização, atuando


como educadores quanto à Limpeza Urbana e com vistorias, pelos
locais onde passam cotidianamente e nas rotas que já realizam, será
possível, agir contra as práticas lesivas ao município e à sociedade num
tempo menor de resposta, melhorando assim, ainda mais a imagem da
administração municipal, uma vez que estes servidores conseguirão
abordar e conscientizar os infratores a resolverem o problema gerado a
fim de não gerar multas que o prejudicarão financeiramente;

A intenção não é trazer nenhum tipo de receio ao que erroneamente se


entendia no passado como “indústria de multa”, mesmo porque, as ações
fiscais só eram realizadas naquilo que de fato havia previsão legal por infração
identificada, mas a intenção é, neste caso, proporcionar o aumento da
abrangência da fiscalização com uma maior quantidade de servidores
empenhados em priori, coibir às infrações e concomitantemente educando os
cidadãos e posteriormente, caso ai não seja resolvido, feita as ações fiscais
pertinentes. Lembrando que ações fiscais não necessariamente são somente
autuações, mas em grande maioria, notificações para formalização de
adequação às normas existentes.

Outro ponto relevante a se lembrar é de que não há vedações quanto a este


tipo de lei, e novamente, nem mesmo se caracterizaria como “industria de
multa”, uma vez que a fazenda pública municipal permanece com o
recebimento de produtividade nos mesmos moldes antigos e nem por isso eles
se enquadram neste termo pejorativo e humilhante para os servidores que
apenas desempenham seu serviço dentro das normas.

Por fim, relembramos que tal incentivo será proveniente da outra parte da
arrecadação oriundas das multas por infração ao Código de Limpeza Urbana
municipal e Leis correlatas quando pagas. Tal modo de gratificação não possui
impeditivos legais, uma vez que se amolda aos mesmos parâmetros da Lei de
rateio existente na Secretaria Municipal da Fazenda (SEMFA), bem como, não
incorre em insegurança jurídica, visto que, tais servidores somente serão
auxiliadores na execução destes serviços, mantendo assim, as ações
pertinentes ao exercício do Poder de Polícia Administrativo sendo realizadas
exclusivamente pelos servidores fiscais concursados, que por sua vez, manterá
também a segurança jurídica das ações realizadas pelo poder público
municipal.
LEI Nº XXXXX, DE XX DE DEZEMBRO DE 2023

INSTITUI O FUNDO
MUNICIPAL DE LIMPEZA
URBANA – FMLU,
DISCIPLINA O PAGAMENTO
DE GRATIFICAÇÕES DOS
SERVIDORES INTEGRANTES
A CENTRAL DE SERVIÇOS E
DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O PREFEITO MUNICIPAL DE VITÓRIA, Capital do Estado do


Espírito Santo, faço saber que a Câmara Municipal decretou e eu sanciono a
seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Do Fundo Municipal de Limpeza Urbana - FMLU

Art. 1º. Fica instituído a criação do Fundo Municipal de Limpeza Urbana -


FMLU, com o objetivo prioritário de aprimorar os serviços de fiscalização de
limpeza urbana e os serviços executados pela CENTRAL de Serviços ou pela
unidade administrativa que vier a lhe suceder, bem como, implementar ações
destinadas a uma adequada gestão dos resíduos, incluindo assim a
manutenção, melhoria e investimento na limpeza urbana municipal, dos
serviços prestados, da qualidade e educação ambiental, de forma a garantir um
desenvolvimento integrado e sustentável e a elevação da qualidade de vida da
população.

Art. 2º. Os recursos arrecadados com multas e acordos decorrentes da


aplicação das leis, normas, decretos e portarias em vigor, relacionados à
limpeza urbana e aos serviços municipais sob competência da Central de
Serviços, conforme percentual estipulado nesta Lei, serão depositados em
conta específica e vinculada ao FMLU, sendo destinados prioritariamente como
segue:

I. aquisição e investimento no serviço do setor de fiscalização de limpeza


urbana e serviços ou setor que a este vier a substituir, quanto a:
equipamentos, bens, serviços e materiais e insumos necessários;

II. capacitação e aperfeiçoamento dos recursos humanos em questões de


fiscalização, ambientais, e outras áreas afins, podendo, para tanto, celebrar
convênios com entidades filantrópicas, governamentais ou privadas;

III. aquisição de bens e serviços necessários à implantação, gestão,


monitoramento e fiscalização da limpeza urbana e serviços;
IV. elaboração e execução de estudos, projetos e pesquisas destinados à não
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos bem
como a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

V. aquisição, desenvolvimento e aperfeiçoamento de instrumentos de gestão,


controle e planejamento da fiscalização de limpeza urbana e serviços;

VI. realização de estudos e projetos para criação e implantação e recuperação


de áreas urbanas, destinados ao lazer, convivência social a segurança e à
educação ambiental e sanitária em todos os níveis de ensino e no
engajamento da sociedade na conservação e melhoria do meio ambiente e
urbano bem como a organização de eventos e a produção e edição de
obras e materiais audiovisuais na área de educação sanitária e ambiental;

VII. custeio dos meios necessários bem como, materiais para campanhas
educativas relacionadas à limpeza urbana;

VIII. campanhas e mecanismos de aperfeiçoamento quanto à adequação da


CENTRAL de serviços perante as exigências do marco de saneamento
básico instituído pela Lei 14.026 de 15 de julho de 2020 do governo
federal;

IX. custeio de serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos no Município


de Vitória;

X. outras áreas de interesse da secretaria relacionadas às atividades de


limpeza urbana e serviços.

Art. 3º. Constituem receitas do FMLU:

I. Recursos provenientes de dotações orçamentárias do Município;

II. recursos vinculados às receitas de taxas, tarifas e multas contratuais


vinculadas a CENTRAL de serviços;

III. multas decorrentes da aplicação do poder de polícia administrativa


executadas pela fiscalização da CENTRAL de Serviços conforme
percentual estipulado nesta Lei;

IV. transferência voluntária de recursos do Estado ou da União, ou de


instituições vinculadas aos mesmos, destinadas a ações de coleta e
destinação de resíduos sólidos;

V. recursos provenientes de doações ou subvenções de organizações e


entidades nacionais e internacionais, públicas ou privadas;
VI. rendimentos provenientes de aplicações financeiras dos recursos
disponíveis do FMLU;

VII. repasses de consórcios públicos ou provenientes de convênios


celebrados com instituições públicas ou privadas para execução de
ações de coleta e destinação de resíduos sólidos no âmbito do
Município;

VIII. outras receitas;

Art. 4º. As receitas do FMLU serão depositadas obrigatoriamente em conta


especial, a ser aberta e mantida em agência de estabelecimento oficial de
crédito.

Art. 5º. As disponibilidades do FMLU não vinculadas a desembolsos de curto


prazo ou a garantias de financiamento com prazos e liquidez deverão ser
investidas em aplicações financeiras com prazos liquidez compatíveis com o
seu programa de execução

Art. 6º. O saldo financeiro do FMLU apurado ao final de cada exercício será
transferido para o exercício seguinte, a crédito do mesmo Fundo.

Art. 7º. Os recursos serão aplicados prioritariamente nos projetos e atividades


definidas em ordem no Artigo 2º desta Lei, sendo expressamente vedada a sua
utilização para custear despesas correntes de responsabilidade do Município
de Vitória.

CAPÍTULO II

DA ADMINISTRAÇÃO DO FUNDO

Art. 8º. A gestão do FMLU será coordenada pela Central de Serviços, a quem
caberá:

I. estabelecer e implementar a política de aplicação dos recursos do


FMLU através de Plano de Ação, observadas as diretrizes e prioridades
estipuladas nesta Lei, do Plano Estratégico da Cidade;

II. receber e avaliar as solicitações dos setores mediante a apresentação


de propostas devidamente encaminhadas ao presidente gestor do
FMLU ou seu substituto bem como, as necessidades de cada setor
abrangido por este fundo, conforme as diretrizes de aplicação prioritária
estabelecida nesta Lei;

a. as propostas, quando não aceitas, deverão ser devidamente


justificadas e encaminhadas com sugestões para seu aceite, ao
setor demandante que revisará sua proposta podendo remeter o
mesmo para nova análise da gestão do FMLU para sua
aplicabilidade;

III. elaborar proposta orçamentária do FMLU, observados o Plano


Plurianual - PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e demais normas e
padrões estabelecidos na legislação pertinente;

IV. ordenar as despesas do FMLU;

V. aprovar os balancetes mensais de receita e despesa e o Balanço Geral


do FMLU;

VI. encaminhar o Relatório de Atividades e as prestações de conta anuais


perante a administração municipal e à Câmara Municipal de Vitória
sempre que solicitado;

VII. firmar convênios e contratos, referentes aos recursos do FMLU;

VIII. apreciar e aprovar o Regimento Interno de funcionamento do FMLU.

Art. 9º. A CENTRAL, para exercer a coordenação administrativa, financeira e


contábil do FMLU, deverá criar, por ato normativo interno, a Comissão de
Gestão do FMLU(CGF), constituído por 05 (cinco) membros, sendo indicados
pelo Secretário da Central de Serviços, compreendendo:

I. 03 (três) servidores da Central de serviços sendo, no mínimo 02 (dois)


de cargo efetivo;

II. 01 (um) servidor efetivo do setor de coordenação de fiscalização;

III. 01 (um) Secretário como apoio técnico operacional.

§ 1º. A CGF terá as seguintes atribuições/competências:

I. elaborar o Plano de Ação e a Proposta Orçamentária do FMLU;

II. elaborar os balancetes mensais e balanço anual do FMLU;

III. elaborar o Relatório de Atividades e as prestações de contas anuais,


contendo balancete das operações financeiras e patrimoniais, extratos
bancários e respectivas conciliações, relatório de despesa do FMLU e o
balanço anual;

IV. providenciar a liberação dos recursos relativos aos projetos e atividades;

V. analisar, emitir parecer conclusivo e submeter ao Secretário Municipal


da Central de Serviços os projetos e atividades apresentados ao FMLU;
VI. acompanhar e controlar a execução dos projetos e atividades aprovados
pelo FMLU, receber e analisar seus relatórios e prestação de contas
correspondente;

VII. coordenar e desenvolver as atividades administrativas necessárias ao


funcionamento do FMLU;

VIII. promover os registros contábeis, financeiros e patrimoniais do FMLU, e


o inventário dos bens;

IX. elaborar e manter atualizado o programa financeiro de despesas e


pagamentos que deverão ser autorizados pelo Secretário Municipal
Central de Serviços;

X. movimentar contas bancárias do FMLU, mantendo os controles


necessários para captação, recolhimento ou aplicação dos recursos do
FMLU;

XI. elaborar os relatórios de gestão administrativa e financeira dos recursos


alocados ao FMLU;

XII. elaborar propostas de convênios, acordos e contratos a serem firmados


entre a Central de Serviços e entidades públicas ou privadas, em
consonância com os objetivos do FMLU;

XIII. elaborar e submeter ao Secretário Municipal da Central de Serviços, o


Regimento Interno de funcionamento do FMLU.

Art. 10. Os casos omissos serão decididos pela CFG deste fundo.

CAPÍTULO III

Da Distribuição dos Recursos em decorrência do efetivo exercício do


poder de polícia administrativa

Art. 11. Sobre o produto da arrecadação oriunda de ações fiscais em


decorrência do efetivo exercício do poder de polícia administrativa, levadas a
termo por servidor fiscal da Central de Serviços, competente para tal
procedimento, será feita, mensalmente, a distribuição nos termos dos
percentuais abaixo, excluída da base de cálculo o valor correspondente a multa
moratória por inscrição em Divida Ativa:

I. 40% (quarenta por cento) destinado ao FMLU;


II. 60% (sessenta por cento) pagos em forma de gratificação aos servidores
da assessoria adjunta da Central de serviços e a subsecretaria de
serviços urbanos ou pelas unidades administrativas que vierem a lhes
sucederem da seguinte forma;

a. 30% (trinta por cento) a ser rateada igualmente entre os servidores dos
setores integrantes da assessoria adjunta da Central de Serviços, a
Subsecretaria de Serviços Urbanos e demais setores sob sua supervisão,
excluindo a coordenação de fiscalização urbana; e,

b. 30% (trinta por cento) a ser rateada igualmente entre os servidores da


coordenação de fiscalização urbana;

Art. 12. Para efeito férias e 13° (décimo terceiro) salário proveniente da
gratificação, será considerado a média aritmética do valor recebido nos últimos
12 (doze) meses de efetivo exercício. Verificar esse texto – mesmo texto
existente na lei de rateio da arrecadação da fazenda bem como da
produtividade.

Art. 13. A Gratificação será incorporada aos proventos dos beneficiários que
tiver percebido no mínimo 60 (sessenta) meses de gratificação, pela media dos
últimos 12 (doze) meses que antecederem sua aposentadoria;

Parágrafo único. Se a aposentadoria ocorrer antes do prazo mínimo exigido


neste artigo, a gratificação a ser incorporada corresponderá a 1/60 (um
sessenta avos) da soma total da gratificação por ele recebida.

Art. 14. Fica revogado o Livro IV da Lei 6079 de 2003;

Art. 15. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário e de igual teor a Lei de Fundo de Limpeza Urbana.

Lorenzo Silva de Pazolini


PREFEITO MUNICIPAL

Este texto não substitui o original publicado e arquivado na Câmara Municipal


de Vitória.

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