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COMUSA

Agente Administrativo

LEGISLAÇÃO
Lei Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. - Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento
básico..............................................................................................................................................01
Lei Nº 12.007, de 29 de julho de 2009. - Dispõe sobre a emissão de declaração de quitação
anual de débitos..............................................................................................................................34
Decreto Nº 7.217, de 21 de junho 2010. - Regulamenta a Lei nº 11.445, que estabelece
diretrizes nacionais para o saneamento básico..............................................................................35
Portaria de Consolidação Nº 5, de 3 de outubro de 2017. - Consolidação das normas sobre as
ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde...........................................................63
Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020 - Atualiza o marco legal do saneamento básico.................63

LEGISLAÇÃO
Decreto nº 8163/2017, de 19 de dezembro de 2017. - Aprova o Plano Municipal de Saneamento
Básico do Município de Novo Hamburgo........................................................................................94
Lei Municipal nº 333/2000 - Institui O Regime Jurídico Estatutário dos Servidores Públicos
Municipais e dá outras providências...............................................................................................95

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Lei Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. - Estabelece diretrizes nacionais para o sanea-
mento básico

LEI Nº 11.445, DE 5 DE JANEIRO DE 2007.

Mensagem de Veto

Regulamento Estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico; cria o Comitê Inter-
ministerial de Saneamento Básico; altera as Leis nos 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.666, de 21
de junho de 1993, e 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; e revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978.
(Redação pela Lei  nº 14.026, de 2020)

O  PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a


seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1o  Esta Lei estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal
de saneamento básico.

Art. 2o  Os serviços públicos de saneamento básico serão prestados com base nos seguintes princí-
pios fundamentais:

I - universalização do acesso e efetiva prestação do serviço;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - integralidade, compreendida como o conjunto de atividades e componentes de cada um dos diver-


sos serviços de saneamento que propicie à população o acesso a eles em conformidade com suas ne-
cessidades e maximize a eficácia das ações e dos resultados;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos
realizados de forma adequada à saúde pública, à conservação dos recursos naturais e à proteção do
meio ambiente;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

IV - disponibilidade, nas áreas urbanas, de serviços de drenagem e manejo das águas pluviais, trata-
mento, limpeza e fiscalização preventiva das redes, adequados à saúde pública, à proteção do meio am-
biente e à segurança da vida e do patrimônio público e privado;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

V - adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais;

VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à


pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde, de recursos hídricos e
outras de interesse social relevante, destinadas à melhoria da qualidade de vida, para as quais o sanea-
mento básico seja fator determinante;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

VII - eficiência e sustentabilidade econômica;

VIII - estímulo à pesquisa, ao desenvolvimento e à utilização de tecnologias apropriadas, consideradas


a capacidade de pagamento dos usuários, a adoção de soluções graduais e progressivas e a melhoria da
qualidade com ganhos de eficiência e redução dos custos para os usuários;(Redação pela Lei nº 14.026,
de 2020)

IX - transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucio-


nalizados;

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X - controle social;

XI - segurança, qualidade, regularidade e continuidade;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

XII - integração das infraestruturas e dos serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos;(Reda-
ção pela Lei nº 14.026, de 2020)

XIII - redução e controle das perdas de água, inclusive na distribuição de água tratada, estímulo à
racionalização de seu consumo pelos usuários e fomento à eficiência energética, ao reúso de efluentes
sanitários e ao aproveitamento de águas de chuva;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

XIV - prestação regionalizada dos serviços, com vistas à geração de ganhos de escala e à garantia da
universalização e da viabilidade técnica e econômico-financeira dos serviços;(Incluído pela Lei nº 14.026,
de 2020)

XV - seleção competitiva do prestador dos serviços; e(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

XVI - prestação concomitante dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.


(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 3º Para fins do disposto nesta Lei, considera-se:(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

I - saneamento básico: conjunto de serviços públicos, infraestruturas e instalações operacionais


de:(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades e pela disponibilização e manutenção


de infraestruturas e instalações operacionais necessárias ao abastecimento público de água potável,
desde a captação até as ligações prediais e seus instrumentos de medição;(Redação pela Lei nº 14.026,
de 2020)

b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades e pela disponibilização e manutenção de in-


fraestruturas e instalações operacionais necessárias à coleta, ao transporte, ao tratamento e à dispo-
sição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até sua destinação final para
produção de água de reúso ou seu lançamento de forma adequada no meio ambiente;(Redação pela Lei
nº 14.026, de 2020)

c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: constituídos pelas atividades e pela disponibilização
e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais de coleta, varrição manual e mecanizada,
asseio e conservação urbana, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente
adequada dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de limpeza urbana; e(Redação pela Lei nº
14.026, de 2020)

d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: constituídos pelas atividades, pela infraestrutura e
pelas instalações operacionais de drenagem de águas pluviais, transporte, detenção ou retenção para o
amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas, contem-
pladas a limpeza e a fiscalização preventiva das redes;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - gestão associada: associação voluntária entre entes federativos, por meio de consórcio público ou
convênio de cooperação, conforme disposto no art. 241 da Constituição Federal;(Redação pela Lei nº
14.026, de 2020)

III - universalização: ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamen-


to básico, em todos os serviços previstos no inciso XIV do caput deste artigo, incluídos o tratamento e a
disposição final adequados dos esgotos sanitários;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

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IV - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações,
representações técnicas e participação nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de
avaliação relacionados com os serviços públicos de saneamento básico;(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

V - (VETADO);

VI - prestação regionalizada: modalidade de prestação integrada de um ou mais componentes dos


serviços públicos de saneamento básico em determinada região cujo território abranja mais de um Muni-
cípio, podendo ser estruturada em:(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

a) região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião: unidade instituída pelos Estados me-
diante lei complementar, de acordo com o § 3º do art. 25 da Constituição Federal, composta de agrupa-
mento de Municípios limítrofes e instituída nos termos da Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatu-
to da Metrópole);(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

b) unidade regional de saneamento básico: unidade instituída pelos Estados mediante lei ordinária,
constituída pelo agrupamento de Municípios não necessariamente limítrofes, para atender adequada-
mente às exigências de higiene e saúde pública, ou para dar viabilidade econômica e técnica aos Municí-
pios menos favorecidos;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

c) bloco de referência: agrupamento de Municípios não necessariamente limítrofes, estabelecido pela


União nos termos do § 3º do art. 52 desta Lei e formalmente criado por meio de gestão associada volun-
tária dos titulares;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

VII - subsídios: instrumentos econômicos de política social que contribuem para a universalização do
acesso aos serviços públicos de saneamento básico por parte de populações de baixa renda;(Redação
pela Lei nº 14.026, de 2020)

VIII - localidades de pequeno porte: vilas, aglomerados rurais, povoados, núcleos, lugarejos e aldeias,
assim definidos pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);(Redação pela Lei nº
14.026, de 2020)

IX - contratos regulares: aqueles que atendem aos dispositivos legais pertinentes à prestação de servi-
ços públicos de saneamento básico;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

X - núcleo urbano: assentamento humano, com uso e características urbanas, constituído por unida-
des imobiliárias com área inferior à fração mínima de parcelamento prevista no art. 8º da Lei nº 5.868, de
12 de dezembro de 1972, independentemente da propriedade do solo, ainda que situado em área qualifi-
cada ou inscrita como rural;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

XI - núcleo urbano informal: aquele clandestino, irregular ou no qual não tenha sido possível realizar
a titulação de seus ocupantes, ainda que atendida a legislação vigente à época de sua implantação ou
regularização;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

XII - núcleo urbano informal consolidado: aquele de difícil reversão, considerados o tempo da ocu-
pação, a natureza das edificações, a localização das vias de circulação e a presença de equipamentos
públicos, entre outras circunstâncias a serem avaliadas pelo Município ou pelo Distrito Federal;(Incluído
pela Lei nº 14.026, de 2020)

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XIII - operação regular: aquela que observa integralmente as disposições constitucionais, legais e
contratuais relativas ao exercício da titularidade e à contratação, prestação e regulação dos serviços;(In-
cluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

XIV - serviços públicos de saneamento básico de interesse comum: serviços de saneamento básico
prestados em regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões instituídas por lei comple-
mentar estadual, em que se verifique o compartilhamento de instalações operacionais de infraestrutura
de abastecimento de água e/ou de esgotamento sanitário entre 2 (dois) ou mais Municípios, denotando
a necessidade de organizá-los, planejá-los, executá-los e operá-los de forma conjunta e integrada pelo
Estado e pelos Munícipios que compartilham, no todo ou em parte, as referidas instalações operacio-
nais;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

XV - serviços públicos de saneamento básico de interesse local: funções públicas e serviços cujas
infraestruturas e instalações operacionais atendam a um único Município;(Incluído pela Lei nº 14.026, de
2020)

XVI - sistema condominial: rede coletora de esgoto sanitário, assentada em posição viável no interior
dos lotes ou conjunto de habitações, interligada à rede pública convencional em um único ponto ou à uni-
dade de tratamento, utilizada onde há dificuldades de execução de redes ou ligações prediais no sistema
convencional de esgotamento;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

XVII - sistema individual alternativo de saneamento: ação de saneamento básico ou de afastamento


e destinação final dos esgotos, quando o local não for atendido diretamente pela rede pública;(Incluído
pela Lei nº 14.026, de 2020)

XVIII - sistema separador absoluto: conjunto de condutos, instalações e equipamentos destinados


a coletar, transportar, condicionar e encaminhar exclusivamente esgoto sanitário;(Incluído pela Lei nº
14.026, de 2020)

XIX - sistema unitário: conjunto de condutos, instalações e equipamentos destinados a coletar, trans-
portar, condicionar e encaminhar conjuntamente esgoto sanitário e águas pluviais.(Incluído pela Lei nº
14.026, de 2020)

§ 1º ( VETADO).

§ 2º ( VETADO).

§ 3º ( VETADO).

§ 4º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 5º No caso de Região Integrada de Desenvolvimento (Ride), a prestação regionalizada do serviço de


saneamento básico estará condicionada à anuência dos Municípios que a integram.(Incluído pela Lei nº
14.026, de 2020)

Art. 3º-A. Consideram-se serviços públicos de abastecimento de água a sua distribuição mediante liga-
ção predial, incluídos eventuais instrumentos de medição, bem como, quando vinculadas a essa finalida-
de, as seguintes atividades:(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

I - reservação de água bruta;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - captação de água bruta;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - adução de água bruta;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

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IV - tratamento de água bruta;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

V - adução de água tratada; e(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

VI - reservação de água tratada.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 3º-B. Consideram-se serviços públicos de esgotamento sanitário aqueles constituídos por 1 (uma)
ou mais das seguintes atividades:(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

I - coleta, incluída ligação predial, dos esgotos sanitários;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - transporte dos esgotos sanitários;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - tratamento dos esgotos sanitários; e(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

IV - disposição final dos esgotos sanitários e dos lodos originários da operação de unidades de trata-
mento coletivas ou individuais de forma ambientalmente adequada, incluídas fossas sépticas.(Incluído
pela Lei nº 14.026, de 2020)

Parágrafo único. Nas Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) ou outras áreas do perímetro urbano
ocupadas predominantemente por população de baixa renda, o serviço público de esgotamento sanitário,
realizado diretamente pelo titular ou por concessionário, inclui conjuntos sanitários para as residências e
solução para a destinação de efluentes, quando inexistentes, assegurada compatibilidade com as diretri-
zes da política municipal de regularização fundiária.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 3º-C. Consideram-se serviços públicos especializados de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos as atividades operacionais de coleta, transbordo, transporte, triagem para fins de reutilização ou
reciclagem, tratamento, inclusive por compostagem, e destinação final dos:(Incluído pela Lei nº 14.026,
de 2020)

I - resíduos domésticos;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - resíduos originários de atividades comerciais, industriais e de serviços, em quantidade e qualidade


similares às dos resíduos domésticos, que, por decisão do titular, sejam considerados resíduos sólidos
urbanos, desde que tais resíduos não sejam de responsabilidade de seu gerador nos termos da norma
legal ou administrativa, de decisão judicial ou de termo de ajustamento de conduta; e(Incluído pela Lei nº
14.026, de 2020)

III - resíduos originários dos serviços públicos de limpeza urbana, tais como:(Incluído pela Lei nº
14.026, de 2020)

a) serviços de varrição, capina, roçada, poda e atividades correlatas em vias e logradouros públi-
cos;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

b) asseio de túneis, escadarias, monumentos, abrigos e sanitários públicos;(Incluído pela Lei nº


14.026, de 2020)

c) raspagem e remoção de terra, areia e quaisquer materiais depositados pelas águas pluviais em
logradouros públicos;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

d) desobstrução e limpeza de bueiros, bocas de lobo e correlatos;(Incluído pela Lei nº 14.026, de


2020)

e) limpeza de logradouros públicos onde se realizem feiras públicas e outros eventos de acesso aberto
ao público; e(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

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f) outros eventuais serviços de limpeza urbana.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 3º-D. Consideram-se serviços públicos de manejo das águas pluviais urbanas aqueles constituí-
dos por 1 (uma) ou mais das seguintes atividades:(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

I - drenagem urbana;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - transporte de águas pluviais urbanas;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - detenção ou retenção de águas pluviais urbanas para amortecimento de vazões de cheias; e(In-
cluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

IV - tratamento e disposição final de águas pluviais urbanas.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 4o  Os recursos hídricos não integram os serviços públicos de saneamento básico.

Parágrafo único.  A utilização de recursos hídricos na prestação de serviços públicos de saneamento


básico, inclusive para disposição ou diluição de esgotos e outros resíduos líquidos, é sujeita a outorga de
direito de uso, nos termos da Lei no  9.433, de 8 de janeiro de 1997, de seus regulamentos e das legisla-
ções estaduais.

Art. 5o  Não constitui serviço público a ação de saneamento executada por meio de soluções indi-
viduais, desde que o usuário não dependa de terceiros para operar os serviços, bem como as ações e
serviços de saneamento básico de responsabilidade privada, incluindo o manejo de resíduos de respon-
sabilidade do gerador.

Art. 6o  O lixo originário de atividades comerciais, industriais e de serviços cuja responsabilidade pelo
manejo não seja atribuída ao gerador pode, por decisão do poder público, ser considerado resíduo sólido
urbano.

Art. 7o  Para os efeitos desta Lei, o serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sóli-
dos urbanos é composto pelas seguintes atividades:

I - de coleta, de transbordo e de transporte dos resíduos relacionados na alínea “c” do inciso I


do caput do art. 3º desta Lei;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - de triagem, para fins de reutilização ou reciclagem, de tratamento, inclusive por compostagem, e


de destinação final dos resíduos relacionados na alínea “c” do inciso I do caput do art. 3º desta Lei; e(Re-
dação pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - de varrição de logradouros públicos, de limpeza de dispositivos de drenagem de águas pluviais,


de limpeza de córregos e outros serviços, tais como poda, capina, raspagem e roçada, e de outros
eventuais serviços de limpeza urbana, bem como de coleta, de acondicionamento e de destinação final
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos provenientes dessas atividades.(Redação pela Lei nº
14.026, de 2020)
CAPÍTULO II
DO EXERCÍCIO DA TITULARIDADE

Art. 8º Exercem a titularidade dos serviços públicos de saneamento básico:(Redação pela Lei nº
14.026, de 2020)

I - os Municípios e o Distrito Federal, no caso de interesse local;(Incluído pela Lei nº 14.026, de


2020)

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II - o Estado, em conjunto com os Municípios que compartilham efetivamente instalações operacionais
integrantes de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, instituídas por lei comple-
mentar estadual, no caso de interesse comum.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 1º O exercício da titularidade dos serviços de saneamento poderá ser realizado também por gestão
associada, mediante consórcio público ou convênio de cooperação, nos termos do art. 241 da Constitui-
ção Federal, observadas as seguintes disposições:(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

I - fica admitida a formalização de consórcios intermunicipais de saneamento básico, exclusivamente


composto de Municípios, que poderão prestar o serviço aos seus consorciados diretamente, pela institui-
ção de autarquia intermunicipal;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - os consórcios intermunicipais de saneamento básico terão como objetivo, exclusivamente, o finan-


ciamento das iniciativas de implantação de medidas estruturais de abastecimento de água potável, es-
gotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais,
vedada a formalização de contrato de programa com sociedade de economia mista ou empresa pública,
ou a subdelegação do serviço prestado pela autarquia intermunicipal sem prévio procedimento licitatório.
(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 2º Para os fins desta Lei, as unidades regionais de saneamento básico devem apresentar sustenta-
bilidade econômico-financeira e contemplar, preferencialmente, pelo menos 1 (uma) região metropolita-
na, facultada a sua integração por titulares dos serviços de saneamento.(Incluído pela Lei nº 14.026, de
2020)

§ 3º A estrutura de governança para as unidades regionais de saneamento básico seguirá o dispos-


to na Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole).(Incluído pela Lei nº 14.026, de
2020)

§ 4º Os Chefes dos Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
poderão formalizar a gestão associada para o exercício de funções relativas aos serviços públicos de
saneamento básico, ficando dispensada, em caso de convênio de cooperação, a necessidade de autori-
zação legal.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 5º O titular dos serviços públicos de saneamento básico deverá definir a entidade responsável pela
regulação e fiscalização desses serviços, independentemente da modalidade de sua prestação.(Incluído
pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 8º-A. É facultativa a adesão dos titulares dos serviços públicos de saneamento de interesse local
às estruturas das formas de prestação regionalizada.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 8º-B. No caso de prestação regionalizada dos serviços de saneamento, as responsabilidades ad-
ministrativa, civil e penal são exclusivamente aplicadas aos titulares dos serviços públicos de saneamen-
to, nos termos do art. 8º desta Lei.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 9o  O titular dos serviços formulará a respectiva política pública de saneamento básico, devendo,
para tanto:

I - elaborar os planos de saneamento básico, nos termos desta Lei, bem como estabelecer metas e
indicadores de desempenho e mecanismos de aferição de resultados, a serem obrigatoriamente observa-
dos na execução dos serviços prestados de forma direta ou por concessão;(Redação pela Lei nº 14.026,
de 2020)

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II - prestar diretamente os serviços, ou conceder a prestação deles, e definir, em ambos os casos, a
entidade responsável pela regulação e fiscalização da prestação dos serviços públicos de saneamento
básico;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - definir os parâmetros a serem adotados para a garantia do atendimento essencial à saúde pública,
inclusive quanto ao volume mínimo per capita de água para abastecimento público, observadas as nor-
mas nacionais relativas à potabilidade da água;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

IV - estabelecer os direitos e os deveres dos usuários;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

V - estabelecer os mecanismos e os procedimentos de controle social, observado o disposto no inciso


IV do caput do art. 3º desta Lei;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

VI - implementar sistema de informações sobre os serviços públicos de saneamento básico, articulado


com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico - Sinisa, o Sistema Nacional de Informa-
ções sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos – Sinir e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos - Singreh, observadas a metodologia e a periodicidade estabelecidas pelo Ministério do Meio
Ambiente e Mudança do Clima; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.154, de 2023)

VII - intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da entidade reguladora,
nas hipóteses e nas condições previstas na legislação e nos contratos.(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

Parágrafo único. No exercício das atividades a que se refere o caput deste artigo, o titular poderá
receber cooperação técnica do respectivo Estado e basear-se em estudos fornecidos pelos prestadores 
dos serviços.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 10. A prestação dos serviços públicos de saneamento básico por entidade que não integre a
administração do titular depende da celebração de contrato de concessão, mediante prévia licitação,
nos termos do art. 175 da Constituição Federal, vedada a sua disciplina mediante contrato de programa,
convênio, termo de parceria ou outros instrumentos de natureza precária.(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

§ 1º (Revogado).(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

I - (revogado).(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

a) (revogado).(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

b) (revogado).(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - (revogado).(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 2º (Revogado).(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 3º Os contratos de programa regulares vigentes permanecem em vigor até o advento do seu termo
contratual.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 10-A. Os contratos relativos à prestação dos serviços públicos de saneamento básico deverão
conter, expressamente, sob pena de nulidade, as cláusulas essenciais previstas no art. 23 da Lei nº
8.987, de 13 de fevereiro de 1995, além das seguintes disposições:(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

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I - metas de expansão dos serviços, de redução de perdas na distribuição de água tratada, de quali-
dade na prestação dos serviços, de eficiência e de uso racional da água, da energia e de outros recursos
naturais, do reúso de efluentes sanitários e do aproveitamento de águas de chuva, em conformidade com
os serviços a serem prestados;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - possíveis fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem como as provenien-


tes de projetos associados, incluindo, entre outras, a alienação e o uso de efluentes sanitários para a
produção de água de reúso, com possibilidade de as receitas serem compartilhadas entre o contratante e
o contratado, caso aplicável;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - metodologia de cálculo de eventual indenização relativa aos bens reversíveis não amortizados por
ocasião da extinção do contrato; e(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

IV - repartição de riscos entre as partes, incluindo os referentes a caso fortuito, força maior, fato do
príncipe e álea econômica extraordinária.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 1º Os contratos que envolvem a prestação dos serviços públicos de saneamento básico poderão
prever mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes do contrato ou a ele relacionadas,
inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei nº 9.307, de
23 de setembro de 1996.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 2º As outorgas de recursos hídricos atualmente detidas pelas empresas estaduais poderão ser se-
gregadas ou transferidas da operação a ser concedida, permitidas a continuidade da prestação do servi-
ço público de produção de água pela empresa detentora da outorga de recursos hídricos e a assinatura
de contrato de longo prazo entre esta empresa produtora de água e a empresa operadora da distribuição
de água para o usuário final, com objeto de compra e venda de água.(Incluído pela Lei nº 14.026, de
2020)

Art. 10-B. Os contratos em vigor, incluídos aditivos e renovações, autorizados nos termos desta Lei,
bem como aqueles provenientes de licitação para prestação ou concessão dos serviços públicos de sa-
neamento básico, estarão condicionados à comprovação da capacidade econômico-financeira da con-
tratada, por recursos próprios ou por contratação de dívida, com vistas a viabilizar a universalização dos
serviços na área licitada até 31 de dezembro de 2033, nos termos do § 2º do art. 11-B desta Lei.(Reda-
ção pela Lei nº 14.026, de 2020)  (Regulamento)

Parágrafo único. A metodologia para comprovação da capacidade econômico-financeira da contratada


será regulamentada por decreto do Poder Executivo no prazo de 90 (noventa) dias.(Incluído pela Lei nº
14.026, de 2020)

Art. 11.  São condições de validade dos contratos que tenham por objeto a prestação de serviços pú-
blicos de saneamento básico:

 I - a existência de plano de saneamento básico;

II - a existência de estudo que comprove a viabilidade técnica e econômico-financeira da prestação


dos serviços, nos termos estabelecidos no respectivo plano de saneamento básico;(Redação pela Lei nº
14.026, de 2020)

III - a existência de normas de regulação que prevejam os meios para o cumprimento das diretrizes
desta Lei, incluindo a designação da entidade de regulação e de fiscalização;

9
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IV - a realização prévia de audiência e de consulta públicas sobre o edital de licitação, no caso de con-
cessão, e sobre a minuta do contrato.

V - a existência de metas e cronograma de universalização dos serviços de saneamento básico.(In-


cluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 1o  Os planos de investimentos e os projetos relativos ao contrato deverão ser compatíveis com o
respectivo plano de saneamento básico.

§ 2o  Nos casos de serviços prestados mediante contratos de concessão ou de programa, as normas
previstas no inciso III do caput deste artigo deverão prever:

I - a autorização para a contratação dos serviços, indicando os respectivos prazos e a área a ser aten-
dida;

II - a inclusão, no contrato, das metas progressivas e graduais de expansão dos serviços, de redução
progressiva e controle de perdas na distribuição de água tratada, de qualidade, de eficiência e de uso
racional da água, da energia e de outros recursos naturais, em conformidade com os serviços a serem
prestados e com o respectivo plano de saneamento básico;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - as prioridades de ação, compatíveis com as metas estabelecidas;

IV - as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da prestação dos serviços, em


regime de eficiência, incluindo:

a) o sistema de cobrança e a composição de taxas e tarifas;

b) a sistemática de reajustes e de revisões de taxas e tarifas;

c) a política de subsídios;

V - mecanismos de controle social nas atividades de planejamento, regulação e fiscalização dos servi-
ços;

VI - as hipóteses de intervenção e de retomada dos serviços.

§ 3o  Os contratos não poderão conter cláusulas que prejudiquem as atividades de regulação e de
fiscalização ou o acesso às informações sobre os serviços contratados.

§ 4o  Na prestação regionalizada, o disposto nos incisos I a IV do caput e nos §§ 1o e 2o deste artigo
poderá se referir ao conjunto de municípios por ela abrangidos.

§ 5º Fica vedada a distribuição de lucros e dividendos, do contrato em execução, pelo prestador de


serviços que estiver descumprindo as metas e cronogramas estabelecidos no contrato específico da
prestação de serviço público de saneamento básico.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 11-A. Na hipótese de prestação dos serviços públicos de saneamento básico por meio de contrato,
o prestador de serviços poderá, além de realizar licitação e contratação de parceria público-privada, nos
termos da Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, e desde que haja previsão contratual ou autoriza-
ção expressa do titular dos serviços, subdelegar o objeto contratado, observado, para a referida subde-
legação, o limite de 25% (vinte e cinco por cento) do valor do contrato.(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

10
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§ 1º A subdelegação fica condicionada à comprovação técnica, por parte do prestador de serviços, do
benefício em termos de eficiência e qualidade dos serviços públicos de saneamento básico.(Redação
pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 2º Os contratos de subdelegação disporão sobre os limites da sub-rogação de direitos e obrigações


do prestador de serviços pelo subdelegatário e observarão, no que couber, o disposto no § 2º do art.
11 desta Lei, bem como serão precedidos de procedimento licitatório.(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

§ 3º Para a observância do princípio da modicidade tarifária aos usuários e aos consumidores, na


forma da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, ficam vedadas subconcessões ou subdelegações que
impliquem sobreposição de custos administrativos ou gerenciais a serem pagos pelo usuário final.(Incluí-
do pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 4º Os Municípios com estudos para concessões ou parcerias público-privadas em curso, pertencen-


tes a uma região metropolitana, podem dar seguimento ao processo e efetivar a contratação respectiva,
mesmo se ultrapassado o limite previsto no caput deste artigo, desde que tenham o contrato assinado
em até 1 (um) ano.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 5º (VETADO).(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 6º Para fins de aferição do limite previsto no caput deste artigo, o critério para definição do valor do
contrato do subdelegatário deverá ser o mesmo utilizado para definição do valor do contrato do prestador
do serviço.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 7º Caso o contrato do prestador do serviço não tenha valor de contrato, o faturamento anual proje-
tado para o subdelegatário não poderá ultrapassar 25% (vinte e cinco por cento) do faturamento anual
projetado para o prestador do serviço.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 11-B. Os contratos de prestação dos serviços públicos de saneamento básico deverão definir
metas de universalização que garantam o atendimento de 99% (noventa e nove por cento) da população
com água potável e de 90% (noventa por cento) da população com coleta e tratamento de esgotos até 31
de dezembro de 2033, assim como metas quantitativas de não intermitência do abastecimento, de redu-
ção de perdas e de melhoria dos processos de tratamento.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 1º Os contratos em vigor que não possuírem as metas de que trata o caput deste artigo terão até 31
de março de 2022 para viabilizar essa inclusão.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 2º Contratos firmados por meio de procedimentos licitatórios que possuam metas diversas daquelas
previstas no caput deste artigo, inclusive contratos que tratem, individualmente, de água ou de esgoto,
permanecerão inalterados nos moldes licitados, e o titular do serviço deverá buscar alternativas para
atingir as metas definidas no caput deste artigo, incluídas as seguintes:(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

I - prestação direta da parcela remanescente;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - licitação complementar para atingimento da totalidade da meta; e(Incluído pela Lei nº 14.026, de
2020)

III - aditamento de contratos já licitados, incluindo eventual reequilíbrio econômico-financeiro, desde


que em comum acordo com a contratada.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

11
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 3º As metas de universalização deverão ser calculadas de maneira proporcional no período com-
preendido entre a assinatura do contrato ou do termo aditivo e o prazo previsto no caput deste artigo, de
forma progressiva, devendo ser antecipadas caso as receitas advindas da prestação eficiente do serviço
assim o permitirem, nos termos da regulamentação.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 4º É facultado à entidade reguladora prever hipóteses em que o prestador poderá utilizar métodos
alternativos e descentralizados para os serviços de abastecimento de água e de coleta e tratamento de
esgoto em áreas rurais, remotas ou em núcleos urbanos informais consolidados, sem prejuízo da sua
cobrança, com vistas a garantir a economicidade da prestação dos serviços públicos de saneamento
básico.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 5º O cumprimento das metas de universalização e não intermitência do abastecimento, de redução


de perdas e de melhoria dos processos de tratamento deverá ser verificado anualmente pela agência
reguladora, observando-se um intervalo dos últimos 5 (cinco) anos, nos quais as metas deverão ter sido
cumpridas em, pelo menos, 3 (três), e a primeira fiscalização deverá ser realizada apenas ao término do
quinto ano de vigência do contrato.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 6º As metas previstas neste artigo deverão ser observadas no âmbito municipal, quando exercida a
titularidade de maneira independente, ou no âmbito da prestação regionalizada, quando aplicável.(Incluí-
do pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 7º No caso do não atingimento das metas, nos termos deste artigo, deverá ser iniciado procedimento
administrativo pela agência reguladora com o objetivo de avaliar as ações a serem adotadas, incluídas
medidas sancionatórias, com eventual declaração de caducidade da concessão, assegurado o direito à
ampla defesa.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 8º Os contratos provisórios não formalizados e os vigentes prorrogados em desconformidade com


os regramentos estabelecidos nesta Lei serão considerados irregulares e precários.(Incluído pela Lei nº
14.026, de 2020)

§ 9º Quando os estudos para a licitação da prestação regionalizada apontarem para a inviabilidade


econômico-financeira da universalização na data referida no caput deste artigo, mesmo após o agrupa-
mento de Municípios de diferentes portes, fica permitida a dilação do prazo, desde que não ultrapasse 1º
de janeiro de 2040 e haja anuência prévia da agência reguladora, que, em sua análise, deverá observar
o princípio da modicidade tarifária.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 12.  Nos serviços públicos de saneamento básico em que mais de um prestador execute ativida-
de interdependente com outra, a relação entre elas deverá ser regulada por contrato e haverá entidade
única encarregada das funções de regulação e de fiscalização.

§ 1o  A entidade de regulação definirá, pelo menos:

I - as normas técnicas relativas à qualidade, quantidade e regularidade dos serviços prestados aos
usuários e entre os diferentes prestadores envolvidos;

II - as normas econômicas e financeiras relativas às tarifas, aos subsídios e aos pagamentos por servi-
ços prestados aos usuários e entre os diferentes prestadores envolvidos;

III - a garantia de pagamento de serviços prestados entre os diferentes prestadores dos serviços;

IV - os mecanismos de pagamento de diferenças relativas a inadimplemento dos usuários, perdas


comerciais e físicas e outros créditos devidos, quando for o caso;

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V - o sistema contábil específico para os prestadores que atuem em mais de um Município.

§ 2o  O contrato a ser celebrado entre os prestadores de serviços a que se refere o caput deste artigo
deverá conter cláusulas que estabeleçam pelo menos:

I - as atividades ou insumos contratados;

II - as condições e garantias recíprocas de fornecimento e de acesso às atividades ou insumos;

III - o prazo de vigência, compatível com as necessidades de amortização de investimentos, e as hipó-


teses de sua prorrogação;

IV - os procedimentos para a implantação, ampliação, melhoria e gestão operacional das ativida-


des;

V - as regras para a fixação, o reajuste e a revisão das taxas, tarifas e outros preços públicos aplicá-
veis ao contrato;

VI - as condições e garantias de pagamento;

VII - os direitos e deveres sub-rogados ou os que autorizam a sub-rogação;

VIII - as hipóteses de extinção, inadmitida a alteração e a rescisão administrativas unilaterais;

IX - as penalidades a que estão sujeitas as partes em caso de inadimplemento;

X - a designação do órgão ou entidade responsável pela regulação e fiscalização das atividades ou


insumos contratados.

§ 3o  Inclui-se entre as garantias previstas no inciso VI do § 2o deste artigo a obrigação do contratante
de destacar, nos documentos de cobrança aos usuários, o valor da remuneração dos serviços prestados
pelo contratado e de realizar a respectiva arrecadação e entrega dos valores arrecadados.

§ 4o  No caso de execução mediante concessão de atividades interdependentes a que se refere o


caput deste artigo, deverão constar do correspondente edital de licitação as regras e os valores das tari-
fas e outros preços públicos a serem pagos aos demais prestadores, bem como a obrigação e a forma de
pagamento.

Art. 13.  Os entes da Federação, isoladamente ou reunidos em consórcios públicos, poderão instituir
fundos, aos quais poderão ser destinadas, entre outros recursos, parcelas das receitas dos serviços, com
a finalidade de custear, na conformidade do disposto nos respectivos planos de saneamento básico, a
universalização dos serviços públicos de saneamento básico.

Parágrafo único.  Os recursos dos fundos a que se refere o caput deste artigo poderão ser utilizados
como fontes ou garantias em operações de crédito para financiamento dos investimentos necessários à
universalização dos serviços públicos de saneamento básico.
CAPÍTULO III
DA PRESTAÇÃO REGIONALIZADA DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO

Art. 14. (Revogado pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 15. (Revogado pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 16. (Revogado pela Lei nº 14.026, de 2020)

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Art. 17. O serviço regionalizado de saneamento básico poderá obedecer a plano regional de sa-
neamento básico elaborado para o conjunto de Municípios atendidos.(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

§ 1º O plano regional de saneamento básico poderá contemplar um ou mais componentes do sanea-


mento básico, com vistas à otimização do planejamento e da prestação dos serviços.(Redação pela Lei
nº 14.026, de 2020)

§ 2º As disposições constantes do plano regional de saneamento básico prevalecerão sobre aquelas


constantes dos planos municipais, quando existirem.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 3º O plano regional de saneamento básico dispensará a necessidade de elaboração e publicação de


planos municipais de saneamento básico.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 4º O plano regional de saneamento básico poderá ser elaborado com suporte de órgãos e entidades
das administrações públicas federal, estaduais e municipais, além de prestadores de serviço.(Redação
pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 18. Os prestadores que atuem em mais de um Município ou região ou que prestem serviços pú-
blicos de saneamento básico diferentes em um mesmo Município ou região manterão sistema contábil
que permita registrar e demonstrar, separadamente, os custos e as receitas de cada serviço em cada um
dos Municípios ou regiões atendidas e, se for o caso, no Distrito Federal.(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

Parágrafo único. Nos casos em que os contratos previstos no caput deste artigo se encerrarem após o
prazo fixado no contrato de programa da empresa estatal ou de capital misto contratante, por vencimento
ordinário ou caducidade, o ente federativo controlador da empresa delegatária da prestação de serviços
públicos de saneamento básico, por ocasião da assinatura do contrato de parceria público-privada ou de
subdelegação, deverá assumir esses contratos, mantidos iguais prazos e condições perante o licitante
vencedor.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 18-A. O prestador dos serviços públicos de saneamento básico deve disponibilizar infraestrutura
de rede até os respectivos pontos de conexão necessários à implantação dos serviços nas edificações
e nas unidades imobiliárias decorrentes de incorporação imobiliária e de parcelamento de solo urbano.
(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Parágrafo único. A agência reguladora instituirá regras para que empreendedores imobiliários façam
investimentos em redes de água e esgoto, identificando as situações nas quais os investimentos repre-
sentam antecipação de atendimento obrigatório do operador local, fazendo jus ao ressarcimento futuro
por parte da concessionária, por critérios de avaliação regulatórios, e aquelas nas quais os investimentos
configuram-se como de interesse restrito do empreendedor imobiliário, situação na qual não fará jus ao
ressarcimento.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
CAPÍTULO IV
DO PLANEJAMENTO

Art. 19.  A prestação de serviços públicos de saneamento básico observará plano, que poderá ser es-
pecífico para cada serviço, o qual abrangerá, no mínimo:

I - diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicado-
res sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências
detectadas;

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II - objetivos e metas de curto, médio e longo prazos para a universalização, admitidas soluções gra-
duais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos setoriais;

III - programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo compatí-
vel com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos, identificando
possíveis fontes de financiamento;

IV - ações para emergências e contingências;

V - mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações pro-
gramadas.

§ 1º Os planos de saneamento básico serão aprovados por atos dos titulares e poderão ser elabora-
dos com base em estudos fornecidos pelos prestadores de cada serviço.(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

§ 2o  A consolidação e compatibilização dos planos específicos de cada serviço serão efetuadas pelos
respectivos titulares.

§ 3º Os planos de saneamento básico deverão ser compatíveis com os planos das bacias hidrográfi-
cas e com planos diretores dos Municípios em que estiverem inseridos, ou com os planos de desenvol-
vimento urbano integrado das unidades regionais por eles abrangidas.(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

§ 4º Os planos de saneamento básico serão revistos periodicamente, em prazo não superior a 10


(dez) anos.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 5o  Será assegurada ampla divulgação das propostas dos planos de saneamento básico e dos estu-
dos que as fundamentem, inclusive com a realização de audiências ou consultas públicas.

§ 6o  A delegação de serviço de saneamento básico não dispensa o cumprimento pelo prestador do
respectivo plano de saneamento básico em vigor à época da delegação.

§ 7o  Quando envolverem serviços regionalizados, os planos de saneamento básico devem ser edita-
dos em conformidade com o estabelecido no art. 14 desta Lei.

§ 8o  Exceto quando regional, o plano de saneamento básico deverá englobar integralmente o territó-
rio do ente da Federação que o elaborou.

§ 9º Os Municípios com população inferior a 20.000 (vinte mil) habitantes poderão apresentar planos
simplificados, com menor nível de detalhamento dos aspectos previstos nos incisos I a V do caput deste
artigo.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 20.  (VETADO).

Parágrafo único.  Incumbe à entidade reguladora e fiscalizadora dos serviços a verificação do cum-
primento dos planos de saneamento por parte dos prestadores de serviços, na forma das disposições
legais, regulamentares e contratuais.

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CAPÍTULO V
DA REGULAÇÃO

Art. 21. A função de regulação, desempenhada por entidade de natureza autárquica dotada de in-
dependência decisória e autonomia administrativa, orçamentária e financeira, atenderá aos princípios
de transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

I - (revogado);(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - (revogado).(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 22.  São objetivos da regulação:

I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação e a expansão da qualidade dos serviços
e para a satisfação dos usuários, com observação das normas de referência editadas pela ANA;(Reda-
ção pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas nos contratos de prestação de servi-
ços e nos planos municipais ou de prestação regionalizada de saneamento básico;(Redação pela Lei nº
14.026, de 2020)

III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes
do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; e(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

IV - definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos quanto a modi-
cidade tarifária, por mecanismos que gerem eficiência e eficácia dos serviços e que permitam o comparti-
lhamento dos ganhos de produtividade com os usuários.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 23. A entidade reguladora, observadas as diretrizes determinadas pela ANA, editará normas relati-
vas às dimensões técnica, econômica e social de prestação dos serviços públicos de saneamento básico,
que abrangerão, pelo menos, os seguintes aspectos:(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

I - padrões e indicadores de qualidade da prestação dos serviços;

II - requisitos operacionais e de manutenção dos sistemas;

III - as metas progressivas de expansão e de qualidade dos serviços e os respectivos prazos;

IV - regime, estrutura e níveis tarifários, bem como os procedimentos e prazos de sua fixação, reajuste
e revisão;

V - medição, faturamento e cobrança de serviços;

VI - monitoramento dos custos;

VII - avaliação da eficiência e eficácia dos serviços prestados;

VIII - plano de contas e mecanismos de informação, auditoria e certificação;

IX - subsídios tarifários e não tarifários;

X - padrões de atendimento ao público e mecanismos de participação e informação;

XI - medidas de segurança, de contingência e de emergência, inclusive quanto a racionamento;(Reda-


ção pela Lei nº 14.026, de 2020)

XII – (VETADO).

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XIII - procedimentos de fiscalização e de aplicação de sanções previstas nos instrumentos contratuais
e na legislação do titular; e(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

 XIV - diretrizes para a redução progressiva e controle das perdas de água.(Incluído pela Lei nº
14.026, de 2020)

§ 1º A regulação da prestação dos serviços públicos de saneamento básico poderá ser delegada pelos
titulares a qualquer entidade reguladora, e o ato de delegação explicitará a forma de atuação e a abran-
gência das atividades a serem desempenhadas pelas partes envolvidas.(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

§ 1º-A. Nos casos em que o titular optar por aderir a uma agência reguladora em outro Estado da
Federação, deverá ser considerada a relação de agências reguladoras de que trata o art. 4º-B da Lei nº
9.984, de 17 de julho de 2000, e essa opção só poderá ocorrer nos casos em que:(Incluído pela Lei nº
14.026, de 2020)

I - não exista no Estado do titular agência reguladora constituída que tenha aderido às normas de refe-
rência da ANA;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - seja dada prioridade, entre as agências reguladoras qualificadas, àquela mais próxima à localidade
do titular; e(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - haja anuência da agência reguladora escolhida, que poderá cobrar uma taxa de regulação diferen-
ciada, de acordo com a distância de seu Estado.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 1º-B. Selecionada a agência reguladora mediante contrato de prestação de serviços, ela não poderá
ser alterada até o encerramento contratual, salvo se deixar de adotar as normas de referência da ANA ou
se estabelecido de acordo com o prestador de serviços.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 2o  As normas a que se refere o caput deste artigo fixarão prazo para os prestadores de serviços
comunicarem aos usuários as providências adotadas em face de queixas ou de reclamações relativas
aos serviços.

§ 3o  As entidades fiscalizadoras deverão receber e se manifestar conclusivamente sobre as recla-


mações que, a juízo do interessado, não tenham sido suficientemente atendidas pelos prestadores dos
serviços.

§ 4º No estabelecimento de metas, indicadores e métodos de monitoramento, poderá ser utilizada a


comparação do desempenho de diferentes prestadores de serviços..(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

Art. 24.  Em caso de gestão associada ou prestação regionalizada dos serviços, os titulares poderão
adotar os mesmos critérios econômicos, sociais e técnicos da regulação em toda a área de abrangência
da associação ou da prestação.

Art. 25.  Os prestadores de serviços públicos de saneamento básico deverão fornecer à entidade regu-
ladora todos os dados e informações necessários para o desempenho de suas atividades, na forma das
normas legais, regulamentares e contratuais.

§ 1o  Incluem-se entre os dados e informações a que se refere o caput deste artigo aquelas produzi-
das por empresas ou profissionais contratados para executar serviços ou fornecer materiais e equipa-
mentos específicos.

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§ 2o  Compreendem-se nas atividades de regulação dos serviços de saneamento básico a interpreta-
ção e a fixação de critérios para a fiel execução dos contratos, dos serviços e para a correta administra-
ção de subsídios.

Art. 25-A. A ANA instituirá normas de referência para a regulação da prestação dos serviços públicos
de saneamento básico por seus titulares e suas entidades reguladoras e fiscalizadoras, observada a
legislação federal pertinente.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 26.  Deverá ser assegurado publicidade aos relatórios, estudos, decisões e instrumentos equiva-
lentes que se refiram à regulação ou à fiscalização dos serviços, bem como aos direitos e deveres dos
usuários e prestadores, a eles podendo ter acesso qualquer do povo, independentemente da existência
de interesse direto.

§ 1o  Excluem-se do disposto no caput deste artigo os documentos considerados sigilosos em razão
de interesse público relevante, mediante prévia e motivada decisão.

§ 2o  A publicidade a que se refere o caput deste artigo deverá se efetivar, preferencialmente, por
meio de sítio mantido na rede mundial de computadores - internet.

Art. 27.  É assegurado aos usuários de serviços públicos de saneamento básico, na forma das normas
legais, regulamentares e contratuais:

I - amplo acesso a informações sobre os serviços prestados;

II - prévio conhecimento dos seus direitos e deveres e das penalidades a que podem estar sujeitos;

III - acesso a manual de prestação do serviço e de atendimento ao usuário, elaborado pelo prestador e
aprovado pela respectiva entidade de regulação;

IV - acesso a relatório periódico sobre a qualidade da prestação dos serviços.

Art. 28.  (VETADO).
CAPÍTULO VI
DOS ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS

Art. 29. Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-financeira as-
segurada por meio de remuneração pela cobrança dos serviços, e, quando necessário, por outras formas
adicionais, como subsídios ou subvenções, vedada a cobrança em duplicidade de custos administrati-
vos ou gerenciais a serem pagos pelo usuário, nos seguintes serviços:(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

I - de abastecimento de água e esgotamento sanitário, na forma de taxas, tarifas e outros preços públi-
cos, que poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços ou para ambos, conjuntamente;(Redação
pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, na forma de taxas, tarifas e outros preços públi-
cos, conforme o regime de prestação do serviço ou das suas atividades; e(Redação pela Lei nº 14.026,
de 2020)

III - de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, na forma de tributos, inclusive taxas, ou tarifas
e outros preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou das suas ativida-
des.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

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§ 1o  Observado o disposto nos incisos I a III do caput deste artigo, a instituição das tarifas, preços
públicos e taxas para os serviços de saneamento básico observará as seguintes diretrizes:

I - prioridade para atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde pública;

II - ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços;

III - geração dos recursos necessários para realização dos investimentos, objetivando o cumprimento
das metas e objetivos do serviço;

IV - inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;

V - recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de eficiência;

VI - remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços;

VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis exigidos de
qualidade, continuidade e segurança na prestação dos serviços;

VIII - incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços.

§ 2º Poderão ser adotados subsídios tarifários e não tarifários para os usuários que não tenham capa-
cidade de pagamento suficiente para cobrir o custo integral dos serviços.(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

§ 3º As novas edificações condominiais adotarão padrões de sustentabilidade ambiental que incluam,


entre outros procedimentos, a medição individualizada do consumo hídrico por unidade imobiliária.(Reda-
ção dada pela Lei nº 13.312, de 2016)(Vigência)

§ 4º Na hipótese de prestação dos serviços sob regime de concessão, as tarifas e preços públicos
serão arrecadados pelo prestador diretamente do usuário, e essa arrecadação será facultativa em caso
de taxas.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 5º Os prédios, edifícios e condomínios que foram construídos sem a individualização da medição até
a entrada em vigor da Lei nº 13.312, de 12 de julho de 2016, ou em que a individualização for inviável,
pela onerosidade ou por razão técnica, poderão instrumentalizar contratos especiais com os prestado-
res de serviços, nos quais serão estabelecidos as responsabilidades, os critérios de rateio e a forma de
cobrança.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 30. Observado o disposto no art. 29 desta Lei, a estrutura de remuneração e de cobrança dos
serviços públicos de saneamento básico considerará os seguintes fatores:(Redação pela Lei nº 14.026,
de 2020)

I - categorias de usuários, distribuídas por faixas ou quantidades crescentes de utilização ou de con-


sumo;

II - padrões de uso ou de qualidade requeridos;

III - quantidade mínima de consumo ou de utilização do serviço, visando à garantia de objetivos so-
ciais, como a preservação da saúde pública, o adequado atendimento dos usuários de menor renda e a
proteção do meio ambiente;

IV - custo mínimo necessário para disponibilidade do serviço em quantidade e qualidade adequa-


das;

V - ciclos significativos de aumento da demanda dos serviços, em períodos distintos; e

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
VI - capacidade de pagamento dos consumidores.

Art. 31. Os subsídios destinados ao atendimento de usuários determinados de baixa renda serão, de-
pendendo da origem dos recursos:(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

I - (revogado);(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - tarifários, quando integrarem a estrutura tarifária, ou fiscais, quando decorrerem da alocação de


recursos orçamentários, inclusive por meio de subvenções; e(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - internos a cada titular ou entre titulares, nas hipóteses de prestação regionalizada.(Redação pela
Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 32.  (VETADO).

Art. 33.  (VETADO).

Art. 34.  (VETADO).

Art. 35. As taxas ou as tarifas decorrentes da prestação de serviço de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos considerarão a destinação adequada dos resíduos coletados e o nível de renda da po-
pulação da área atendida, de forma isolada ou combinada, e poderão, ainda, considerar:(Redação pela
Lei nº 14.026, de 2020)

I - (revogado);(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - as características dos lotes e as áreas que podem ser neles edificadas;(Redação pela Lei nº
14.026, de 2020)

III - o peso ou o volume médio coletado por habitante ou por domicílio.

IV - o consumo de água; e(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

V - a frequência de coleta.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 1º Na hipótese de prestação de serviço sob regime de delegação, a cobrança de taxas ou tarifas


poderá ser realizada na fatura de consumo de outros serviços públicos, com a anuência da prestadora do
serviço.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 2º A não proposição de instrumento de cobrança pelo titular do serviço nos termos deste artigo, no
prazo de 12 (doze) meses de vigência desta Lei, configura renúncia de receita e exigirá a comprovação
de atendimento, pelo titular do serviço, do disposto no art. 14 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio
de 2000, observadas as penalidades constantes da referida legislação no caso de eventual descumpri-
mento.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 3º Na hipótese de prestação sob regime de delegação, o titular do serviço deverá obrigatoriamente


demonstrar a sustentabilidade econômico-financeira da prestação dos serviços ao longo dos estudos que
subsidiaram a contratação desses serviços e deverá comprovar, no respectivo processo administrativo,
a existência de recursos suficientes para o pagamento dos valores incorridos na delegação, por meio da
demonstração de fluxo histórico e projeção futura de recursos.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 36.  A cobrança pela prestação do serviço público de drenagem e manejo de águas pluviais urba-
nas deve levar em conta, em cada lote urbano, os percentuais de impermeabilização e a existência de
dispositivos de amortecimento ou de retenção de água de chuva, bem como poderá considerar:

I - o nível de renda da população da área atendida;

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II - as características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas.

Art. 37.  Os reajustes de tarifas de serviços públicos de saneamento básico serão realizados obser-
vando-se o intervalo mínimo de 12 (doze) meses, de acordo com as normas legais, regulamentares e
contratuais.

Art. 38.  As revisões tarifárias compreenderão a reavaliação das condições da prestação dos serviços
e das tarifas praticadas e poderão ser:

I - periódicas, objetivando a distribuição dos ganhos de produtividade com os usuários e a reavaliação


das condições de mercado;

II - extraordinárias, quando se verificar a ocorrência de fatos não previstos no contrato, fora do contro-
le do prestador dos serviços, que alterem o seu equilíbrio econômico-financeiro.

§ 1o  As revisões tarifárias terão suas pautas definidas pelas respectivas entidades reguladoras, ouvi-
dos os titulares, os usuários e os prestadores dos serviços.

§ 2o  Poderão ser estabelecidos mecanismos tarifários de indução à eficiência, inclusive fatores de
produtividade, assim como de antecipação de metas de expansão e qualidade dos serviços.

§ 3o  Os fatores de produtividade poderão ser definidos com base em indicadores de outras empresas
do setor.

§ 4o  A entidade de regulação poderá autorizar o prestador de serviços a repassar aos usuários cus-
tos e encargos tributários não previstos originalmente e por ele não administrados, nos termos da Lei
no  8.987, de 13 de fevereiro de 1995.

Art. 39.  As tarifas serão fixadas de forma clara e objetiva, devendo os reajustes e as revisões serem
tornados públicos com antecedência mínima de 30 (trinta) dias com relação à sua aplicação.

Parágrafo único.  A fatura a ser entregue ao usuário final deverá obedecer a modelo estabelecido pela
entidade reguladora, que definirá os itens e custos que deverão estar explicitados.

Art. 40.  Os serviços poderão ser interrompidos pelo prestador nas seguintes hipóteses:

I - situações de emergência que atinjam a segurança de pessoas e bens;

II - necessidade de efetuar reparos, modificações ou melhorias de qualquer natureza nos sistemas,


respeitados os padrões de qualidade e continuidade estabelecidos pela regulação do serviço;(Redação
pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - negativa do usuário em permitir a instalação de dispositivo de leitura de água consumida, após ter
sido previamente notificado a respeito;

IV - manipulação indevida de qualquer tubulação, medidor ou outra instalação do prestador, por parte
do usuário; e

V - inadimplemento, pelo usuário do serviço de abastecimento de água ou de esgotamento sanitário,


do pagamento das tarifas, após ter sido formalmente notificado, de forma que, em caso de coleta, afas-
tamento e tratamento de esgoto, a interrupção dos serviços deverá preservar as condições mínimas de
manutenção da saúde dos usuários, de acordo com norma de regulação ou norma do órgão de política
ambiental.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 1o  As interrupções programadas serão previamente comunicadas ao regulador e aos usuários.

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§ 2o  A suspensão dos serviços prevista nos incisos III e V do caput deste artigo será precedida de
prévio aviso ao usuário, não inferior a 30 (trinta) dias da data prevista para a suspensão.

§ 3o  A interrupção ou a restrição do fornecimento de água por inadimplência a estabelecimentos de


saúde, a instituições educacionais e de internação coletiva de pessoas e a usuário residencial de baixa
renda beneficiário de tarifa social deverá obedecer a prazos e critérios que preservem condições míni-
mas de manutenção da saúde das pessoas atingidas.

Art. 41.  Desde que previsto nas normas de regulação, grandes usuários poderão negociar suas tarifas
com o prestador dos serviços, mediante contrato específico, ouvido previamente o regulador.

Art. 42.  Os valores investidos em bens reversíveis pelos prestadores constituirão créditos perante o
titular, a serem recuperados mediante a exploração dos serviços, nos termos das normas regulamentares
e contratuais e, quando for o caso, observada a legislação pertinente às sociedades por ações.

§ 1o  Não gerarão crédito perante o titular os investimentos feitos sem ônus para o prestador, tais
como os decorrentes de exigência legal aplicável à implantação de empreendimentos imobiliários e os
provenientes de subvenções ou transferências fiscais voluntárias.

§ 2o  Os investimentos realizados, os valores amortizados, a depreciação e os respectivos saldos se-


rão anualmente auditados e certificados pela entidade reguladora.

§ 3o  Os créditos decorrentes de investimentos devidamente certificados poderão constituir garantia


de empréstimos aos delegatários, destinados exclusivamente a investimentos nos sistemas de sanea-
mento objeto do respectivo contrato.

§ 4o  (VETADO).

§ 5º A transferência de serviços de um prestador para outro será condicionada, em qualquer hipótese,


à indenização dos investimentos vinculados a bens reversíveis ainda não amortizados ou depreciados,
nos termos da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, facultado ao titular atribuir ao prestador que as-
sumirá o serviço a responsabilidade por seu pagamento.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)
CAPÍTULO VII
DOS ASPECTOS TÉCNICOS

Art. 43.  A prestação dos serviços atenderá a requisitos mínimos de qualidade, incluindo a regularida-
de, a continuidade e aqueles relativos aos produtos oferecidos, ao atendimento dos usuários e às condi-
ções operacionais e de manutenção dos sistemas, de acordo com as normas regulamentares e contra-
tuais.

§ 1º A União definirá parâmetros mínimos de potabilidade da água.(Redação pela Lei nº 14.026, de


2020)

§ 2º A entidade reguladora estabelecerá limites máximos de perda na distribuição de água tratada, que
poderão ser reduzidos gradualmente, conforme se verifiquem avanços tecnológicos e maiores investi-
mentos em medidas para diminuição desse desperdício.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 44. O licenciamento ambiental de unidades de tratamento de esgotos sanitários, de efluentes


gerados nos processos de tratamento de água e das instalações integrantes dos serviços públicos de
manejo de resíduos sólidos considerará os requisitos de eficácia e eficiência, a fim de alcançar progres-
sivamente os padrões estabelecidos pela legislação ambiental, ponderada a capacidade de pagamento
das populações e usuários envolvidos.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 1º A autoridade ambiental competente assegurará prioridade e estabelecerá procedimentos simplifi-
cados de licenciamento para as atividades a que se refere o caput deste artigo, em função do porte das
unidades, dos impactos ambientais esperados e da resiliência de sua área de implantação.(Redação pela
Lei nº 14.026, de 2020)

§ 2o  A autoridade ambiental competente estabelecerá metas progressivas para que a qualidade dos
efluentes de unidades de tratamento de esgotos sanitários atenda aos padrões das classes dos corpos
hídricos em que forem lançados, a partir dos níveis presentes de tratamento e considerando a capacida-
de de pagamento das populações e usuários envolvidos.

§ 3º A agência reguladora competente estabelecerá metas progressivas para a substituição do siste-


ma unitário pelo sistema separador absoluto, sendo obrigatório o tratamento dos esgotos coletados em
períodos de estiagem, enquanto durar a transição.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 45. As edificações permanentes urbanas serão conectadas às redes públicas de abastecimento de
água e de esgotamento sanitário disponíveis e sujeitas ao pagamento de taxas, tarifas e outros preços
públicos decorrentes da disponibilização e da manutenção da infraestrutura e do uso desses serviços.
(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 1o  Na ausência de redes públicas de saneamento básico, serão admitidas soluções individuais de
abastecimento de água e de afastamento e destinação final dos esgotos sanitários, observadas as nor-
mas editadas pela entidade reguladora e pelos órgãos responsáveis pelas políticas ambiental, sanitária e
de recursos hídricos.

§ 2o  A instalação hidráulica predial ligada à rede pública de abastecimento de água não poderá ser
também alimentada por outras fontes.

§ 3º A instalação hidráulica predial prevista no § 2º deste artigo constitui a rede ou tubulação que se
inicia na ligação de água da prestadora e finaliza no reservatório de água do usuário.(Redação pela Lei
nº 14.026, de 2020)

§ 4º Quando disponibilizada rede pública de esgotamento sanitário, o usuário estará sujeito aos paga-
mentos previstos no caput deste artigo, sendo-lhe assegurada a cobrança de um valor mínimo de utiliza-
ção dos serviços, ainda que a sua edificação não esteja conectada à rede pública.(Redação pela Lei nº
14.026, de 2020)

§ 5º O pagamento de taxa ou de tarifa, na forma prevista no caput deste artigo, não isenta o usuário
da obrigação de conectar-se à rede pública de esgotamento sanitário, e o descumprimento dessa obri-
gação sujeita o usuário ao pagamento de multa e demais sanções previstas na legislação, ressalvados
os casos de reúso e de captação de água de chuva, nos termos do regulamento.(Redação pela Lei nº
14.026, de 2020)

§ 6º A entidade reguladora ou o titular dos serviços públicos de saneamento básico deverão estabele-
cer prazo não superior a 1 (um) ano para que os usuários conectem suas edificações à rede de esgotos,
onde disponível, sob pena de o prestador do serviço realizar a conexão mediante cobrança do usuário.
(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 7º A entidade reguladora ou o titular dos serviços públicos de saneamento básico deverá, sob pena
de responsabilidade administrativa, contratual e ambiental, até 31 de dezembro de 2025, verificar e apli-
car o procedimento previsto no § 6º deste artigo a todas as edificações implantadas na área coberta com
serviço de esgotamento sanitário.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 8º O serviço de conexão de edificação ocupada por família de baixa renda à rede de esgotamento
sanitário poderá gozar de gratuidade, ainda que os serviços públicos de saneamento básico sejam pres-
tados mediante concessão, observado, quando couber, o reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos.
(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 9º Para fins de concessão da gratuidade prevista no § 8º deste artigo, caberá ao titular regulamentar
os critérios para enquadramento das famílias de baixa renda, consideradas as peculiaridades locais e
regionais.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 10. A conexão de edificações situadas em núcleo urbano, núcleo urbano informal e núcleo urbano
informal consolidado observará o disposto na Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017.(Incluído pela Lei nº
14.026, de 2020)

§ 11. As edificações para uso não residencial ou condomínios regidos pela Lei nº 4.591, de 16 de de-
zembro de 1964, poderão utilizarse de fontes e métodos alternativos de abastecimento de água, incluin-
do águas subterrâneas, de reúso ou pluviais, desde que autorizados pelo órgão gestor competente e que
promovam o pagamento pelo uso de recursos hídricos, quando devido.(Incluído pela Lei nº 14.026, de
2020)

§ 12. Para a satisfação das condições descritas no § 11 deste artigo, os usuários deverão instalar
medidor para contabilizar o seu consumo e deverão arcar apenas com o pagamento pelo uso da rede de
coleta e tratamento de esgoto na quantidade equivalente ao volume de água captado.(Incluído pela Lei
nº 14.026, de 2020)

Art. 46.  Em situação crítica de escassez ou contaminação de recursos hídricos que obrigue à adoção
de racionamento, declarada pela autoridade gestora de recursos hídricos, o ente regulador poderá adotar
mecanismos tarifários de contingência, com objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes, garantindo
o equilíbrio financeiro da prestação do serviço e a gestão da demanda.

Parágrafo único. Sem prejuízo da adoção dos mecanismos a que se refere o caput deste artigo, a ANA
poderá recomendar, independentemente da dominialidade dos corpos hídricos que formem determinada
bacia hidrográfica, a restrição ou a interrupção do uso de recursos hídricos e a prioridade do uso para o
consumo humano e para a dessedentação de animais.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 46-A. (VETADO)(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)


CAPÍTULO VIII
DA PARTICIPAÇÃO DE ÓRGÃOS COLEGIADOS NO CONTROLE SOCIAL

Art. 47. O controle social dos serviços públicos de saneamento básico poderá incluir a participação de
órgãos colegiados de caráter consultivo, nacional, estaduais, distrital e municipais, em especial o Con-
selho Nacional de Recursos Hídricos, nos termos da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, assegurada a
representação:(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

I - dos titulares dos serviços;

II - de órgãos governamentais relacionados ao setor de saneamento básico;

III - uniformização da regulação do setor e divulgação de melhores práticas, conforme o disposto


na Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

IV - dos usuários de serviços de saneamento básico;

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V - de entidades técnicas, organizações da sociedade civil e de defesa do consumidor relacionadas ao
setor de saneamento básico.

§ 1o  As funções e competências dos órgãos colegiados a que se refere o caput deste artigo poderão
ser exercidas por órgãos colegiados já existentes, com as devidas adaptações das leis que os criaram.

§ 2o  No caso da União, a participação a que se refere o caput deste artigo será exercida nos termos
da Medida Provisória no  2.220, de 4 de setembro de 2001, alterada pela Lei no  10.683, de 28 de maio
de 2003.
CAPÍTULO IX
DA POLÍTICA FEDERAL DE SANEAMENTO BÁSICO

Art. 48.  A União, no estabelecimento de sua política de saneamento básico, observará as seguintes
diretrizes:

I - prioridade para as ações que promovam a eqüidade social e territorial no acesso ao saneamento
básico;

II - aplicação dos recursos financeiros por ela administrados de modo a promover o desenvolvimento
sustentável, a eficiência e a eficácia;

III - uniformização da regulação do setor e divulgação de melhores práticas, conforme o disposto


na Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

IV - utilização de indicadores epidemiológicos e de desenvolvimento social no planejamento, imple-


mentação e avaliação das suas ações de saneamento básico;

V - melhoria da qualidade de vida e das condições ambientais e de saúde pública;

VI - colaboração para o desenvolvimento urbano e regional;

VII - garantia de meios adequados para o atendimento da população rural, por meio da utilização de
soluções compatíveis com as suas características econômicas e sociais peculiares;(Redação pela Lei nº
14.026, de 2020)

VIII - fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico, à adoção de tecnologias apropriadas e à


difusão dos conhecimentos gerados;

IX - adoção de critérios objetivos de elegibilidade e prioridade, considerados fatores como nível de


renda e cobertura, grau de urbanização, concentração populacional, porte populacional municipal, áreas
rurais e comunidades tradicionais e indígenas, disponibilidade hídrica e riscos sanitários, epidemiológicos
e ambientais;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

X - adoção da bacia hidrográfica como unidade de referência para o planejamento de suas ações;

XI - estímulo à implementação de infra-estruturas e serviços comuns a Municípios, mediante mecanis-


mos de cooperação entre entes federados.

XII - redução progressiva e controle das perdas de água, inclusive na distribuição da água tratada,
estímulo à racionalização de seu consumo pelos usuários e fomento à eficiência energética, ao reúso de
efluentes sanitários e ao aproveitamento de águas de chuva, em conformidade com as demais normas
ambientais e de saúde pública;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

XIII - estímulo ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento de equipamentos e métodos economizado-


res de água;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

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XIV - promoção da segurança jurídica e da redução dos riscos regulatórios, com vistas a estimular
investimentos públicos e privados;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

XV - estímulo à integração das bases de dados;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

XVI - acompanhamento da governança e da regulação do setor de saneamento; e(Incluído pela Lei nº


14.026, de 2020)

XVII - prioridade para planos, programas e projetos que visem à implantação e à ampliação dos servi-
ços e das ações de saneamento básico integrado, nos termos desta Lei.(Incluído pela Lei nº 14.026, de
2020)

Parágrafo único. As políticas e ações da União de desenvolvimento urbano e regional, de habitação,


de combate e erradicação da pobreza, de proteção ambiental, de promoção da saúde, de recursos hídri-
cos e outras de relevante interesse social direcionadas à melhoria da qualidade de vida devem conside-
rar a necessária articulação, inclusive no que se refere ao financiamento e à governança, com o sanea-
mento básico.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 48-A. Em programas habitacionais públicos federais ou subsidiados com recursos públicos fede-
rais, o sistema de esgotamento sanitário deverá ser interligado à rede existente, ressalvadas as hipóte-
ses do § 4º do art. 11-B desta Lei.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 49.  São objetivos da Política Federal de Saneamento Básico:

I - contribuir para o desenvolvimento nacional, a redução das desigualdades regionais, a geração de


emprego e de renda, a inclusão social e a promoção da saúde pública;(Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

II - priorizar planos, programas e projetos que visem à implantação e à ampliação dos serviços e das
ações de saneamento básico nas áreas ocupadas por populações de baixa renda, incluídos os núcleos
urbanos informais consolidados, quando não se encontrarem em situação de risco;(Redação pela Lei nº
14.026, de 2020)

III - proporcionar condições adequadas de salubridade ambiental aos povos indígenas e outras popu-
lações tradicionais, com soluções compatíveis com suas características socioculturais;

IV - proporcionar condições adequadas de salubridade ambiental às populações rurais e às pequenas


comunidades;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

V - assegurar que a aplicação dos recursos financeiros administrados pelo poder público dê-se se-
gundo critérios de promoção da salubridade ambiental, de maximização da relação benefício-custo e de
maior retorno social;

VI - incentivar a adoção de mecanismos de planejamento, regulação e fiscalização da prestação dos


serviços de saneamento básico;

VII - promover alternativas de gestão que viabilizem a auto-sustentação econômica e financeira dos
serviços de saneamento básico, com ênfase na cooperação federativa;

VIII - promover o desenvolvimento institucional do saneamento básico, estabelecendo meios para a


unidade e articulação das ações dos diferentes agentes, bem como do desenvolvimento de sua organiza-
ção, capacidade técnica, gerencial, financeira e de recursos humanos, contempladas as especificidades
locais;

26
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IX - fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico, a adoção de tecnologias apropriadas e a difu-
são dos conhecimentos gerados de interesse para o saneamento básico;

X - minimizar os impactos ambientais relacionados à implantação e desenvolvimento das ações, obras


e serviços de saneamento básico e assegurar que sejam executadas de acordo com as normas relativas
à proteção do meio ambiente, ao uso e ocupação do solo e à saúde.

XI - incentivar a adoção de equipamentos sanitários que contribuam para a redução do consumo de


água;(Incluído pela Lei nº 12.862, de 2013)

XII - promover educação ambiental destinada à economia de água pelos usuários;(Redação pela Lei
nº 14.026, de 2020)

XIII - promover a capacitação técnica do setor;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

XIV - promover a regionalização dos serviços, com vistas à geração de ganhos de escala, por meio
do apoio à formação dos blocos de referência e à obtenção da sustentabilidade econômica financeira do
bloco;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

XV - promover a concorrência na prestação dos serviços; e(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

XVI - priorizar, apoiar e incentivar planos, programas e projetos que visem à implantação e à am-
pliação dos serviços e das ações de saneamento integrado, nos termos desta Lei.(Incluído pela Lei nº
14.026, de 2020)

Art. 50.  A alocação de recursos públicos federais e os financiamentos com recursos da União ou com
recursos geridos ou operados por órgãos ou entidades da União serão feitos em conformidade com as
diretrizes e objetivos estabelecidos nos arts. 48 e 49 desta Lei e com os planos de saneamento básico e
condicionados:

I - ao alcance de índices mínimos de:

a) desempenho do prestador na gestão técnica, econômica e financeira dos serviços; e(Redação pela
Lei nº 14.026, de 2020)

b) eficiência e eficácia na prestação dos serviços públicos de saneamento básico;(Redação pela Lei nº
14.026, de 2020)

II - à operação adequada e à manutenção dos empreendimentos anteriormente financiados com os


recursos mencionados no caput deste artigo;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - à observância das normas de referência para a regulação da prestação dos serviços públicos de
saneamento básico expedidas pela ANA;(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

IV - ao cumprimento de índice de perda de água na distribuição, conforme estabelecido em ato do


Ministro de Estado do Meio Ambiente e Mudança do Clima;  (Redação dada pela Medida Provisória nº
1.154, de 2023)

V - ao fornecimento de informações atualizadas para o Sinisa, conforme critérios, métodos e periodi-


cidade estabelecidos pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima;(Redação dada pela Medida
Provisória nº 1.154, de 2023)

VI - à regularidade da operação a ser financiada, nos termos do inciso XIII do caput do art. 3º desta
Lei;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

27
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
VII - à estruturação de prestação regionalizada;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

VIII - à adesão pelos titulares dos serviços públicos de saneamento básico à estrutura de governan-
ça correspondente em até 180 (cento e oitenta) dias contados de sua instituição, nos casos de unidade
regional de saneamento básico, blocos de referência e gestão associada; e(Incluído pela Lei nº 14.026,
de 2020)

IX - à constituição da entidade de governança federativa no prazo estabelecido no inciso VIII


do caput deste artigo.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 1º Na aplicação de recursos não onerosos da União, serão priorizados os investimentos de capital


que viabilizem a prestação de serviços regionalizada, por meio de blocos regionais, quando a sua sus-
tentabilidade econômico-financeira não for possível apenas com recursos oriundos de tarifas ou taxas,
mesmo após agrupamento com outros Municípios do Estado, e os investimentos que visem ao atendi-
mento dos Municípios com maiores déficits de saneamento cuja população não tenha capacidade de
pagamento compatível com a viabilidade econômico-financeira dos serviços.(Redação pela Lei nº 14.026,
de 2020)

§ 2o  A União poderá instituir e orientar a execução de programas de incentivo à execução de projetos
de interesse social na área de saneamento básico com participação de investidores privados, mediante
operações estruturadas de financiamentos realizados com recursos de fundos privados de investimento,
de capitalização ou de previdência complementar, em condições compatíveis com a natureza essencial
dos serviços públicos de saneamento básico.

§ 3o  É vedada a aplicação de recursos orçamentários da União na administração, operação e ma-


nutenção de serviços públicos de saneamento básico não administrados por órgão ou entidade federal,
salvo por prazo determinado em situações de eminente risco à saúde pública e ao meio ambiente.

§ 4o  Os recursos não onerosos da União, para subvenção de ações de saneamento básico promovi-
das pelos demais entes da Federação, serão sempre transferidos para Municípios, o Distrito Federal ou
Estados.

§ 5º No fomento à melhoria da prestação dos serviços públicos de saneamento básico, a União poderá
conceder benefícios ou incentivos orçamentários, fiscais ou creditícios como contrapartida ao alcance de
metas de desempenho operacional previamente estabelecidas.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 6o  A exigência prevista na alínea a do inciso I do caput deste artigo não se aplica à destinação de
recursos para programas de desenvolvimento institucional do operador de serviços públicos de sanea-
mento básico.

§ 7o (VETADO).

§ 8º A manutenção das condições e do acesso aos recursos referidos no caput deste artigo depende-
rá da continuidade da observância dos atos normativos e da conformidade dos órgãos e das entidades
reguladoras ao disposto no inciso III do caput deste artigo.(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 9º A restrição de acesso a recursos públicos federais e a financiamentos decorrente do descumpri-


mento do inciso III do caput deste artigo não afetará os contratos celebrados anteriormente à sua institui-
ção e as respectivas previsões de desembolso.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 10. O disposto no inciso III do caput deste artigo não se aplica às ações de saneamento básico
em:(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
I - áreas rurais;(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - comunidades tradicionais, incluídas áreas quilombolas; e(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - terras indígenas.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 11. A União poderá criar cursos de capacitação técnica dos gestores públicos municipais, em con-
sórcio ou não com os Estados, para a elaboração e implementação dos planos de saneamento básico.
(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 12. (VETADO).(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 51.  O processo de elaboração e revisão dos planos de saneamento básico deverá prever sua di-
vulgação em conjunto com os estudos que os fundamentarem, o recebimento de sugestões e críticas por
meio de consulta ou audiência pública e, quando previsto na legislação do titular, análise e opinião por
órgão colegiado criado nos termos do art. 47 desta Lei.

Parágrafo único.  A divulgação das propostas dos planos de saneamento básico e dos estudos que as
fundamentarem dar-se-á por meio da disponibilização integral de seu teor a todos os interessados, inclu-
sive por meio da internet e por audiência pública.

Art. 52.  A União elaborará, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Cli-
ma: (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.154, de 2023)

I - o Plano Nacional de Saneamento Básico, que conterá:  (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

a) os objetivos e metas nacionais e regionalizadas, de curto, médio e longo prazos, para a universa-
lização dos serviços de saneamento básico e o alcance de níveis crescentes de saneamento básico no
território nacional, observando a compatibilidade com os demais planos e políticas públicas da União;

b) as diretrizes e orientações para o equacionamento dos condicionantes de natureza político-institu-


cional, legal e jurídica, econômico-financeira, administrativa, cultural e tecnológica com impacto na con-
secução das metas e objetivos estabelecidos;

c) a proposição de programas, projetos e ações necessários para atingir os objetivos e as metas da


política federal de saneamento básico, com identificação das fontes de financiamento, de forma a ampliar
os investimentos públicos e privados no setor;  (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

d) as diretrizes para o planejamento das ações de saneamento básico em áreas de especial interesse
turístico;

e) os procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações executadas;

II - planos regionais de saneamento básico, elaborados e executados em articulação com os Estados,


Distrito Federal e Municípios envolvidos para as regiões integradas de desenvolvimento econômico ou
nas que haja a participação de órgão ou entidade federal na prestação de serviço público de saneamento
básico.

 § 1º O Plano Nacional de Saneamento Básico deverá: (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

I - abranger o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo de resíduos sólidos e o ma-


nejo de águas pluviais e outras ações de saneamento básico de interesse para a melhoria da salubridade
ambiental, incluindo o provimento de banheiros e unidades hidrossanitárias para populações de baixa
renda;

29
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
II - tratar especificamente das ações da União relativas ao saneamento básico nas áreas indígenas,
nas reservas extrativistas da União e nas comunidades quilombolas.

III - contemplar programa específico para ações de saneamento básico em áreas rurais; (Redação
pela Lei nº 14.026, de 2020)

 IV - contemplar ações específicas de segurança hídrica; e(Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

V - contemplar ações de saneamento básico em núcleos urbanos informais ocupados por populações
de baixa renda, quando estes forem consolidados e não se encontrarem em situação de risco. (Redação
pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 2o  Os planos de que tratam os incisos I e II do caput deste artigo devem ser elaborados com hori-
zonte de 20 (vinte) anos, avaliados anualmente e revisados a cada 4 (quatro) anos, preferencialmente
em períodos coincidentes com os de vigência dos planos plurianuais.

§ 3º A União estabelecerá, de forma subsidiária aos Estados, blocos de referência para a prestação
regionalizada dos serviços públicos de saneamento básico.(Incluído pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 53.  Fica instituído o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico - SINISA, com os
objetivos de:

I - coletar e sistematizar dados relativos às condições da prestação dos serviços públicos de sanea-
mento básico;

II - disponibilizar estatísticas, indicadores e outras informações relevantes para a caracterização da


demanda e da oferta de serviços públicos de saneamento básico;

III - permitir e facilitar o monitoramento e avaliação da eficiência e da eficácia da prestação dos servi-
ços de saneamento básico.

§ 1º As informações do Sinisa são públicas, gratuitas, acessíveis a todos e devem ser publicadas na
internet, em formato de dados abertos.  (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

§ 2o  A União apoiará os titulares dos serviços a organizar sistemas de informação em saneamento
básico, em atendimento ao disposto no inciso VI do caput do art. 9o desta Lei.

§ 3º  Competem ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima a organização, a implementa-


ção e a gestão do Sinisa, além do estabelecimento dos critérios, dos métodos e da periodicidade para o
preenchimento das informações pelos titulares, pelas entidades reguladoras e pelos prestadores dos ser-
viços e para a auditoria própria do sistema.(Redação dada pela Medida Provisória nº 1.154, de 2023)

§ 4º  A ANA e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima promoverão a interoperabilidade do


Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos - SNIRH com o Sinisa.(Redação dada pela
Medida Provisória nº 1.154, de 2023)

§ 5º  O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima dará ampla transparência e publicidade aos
sistemas de informações por ele geridos e considerará as demandas dos órgãos e das entidades envol-
vidos na política federal de saneamento básico para fornecer os dados necessários ao desenvolvimento,
à implementação e à avaliação das políticas públicas do setor.(Redação dada pela Medida Provisória nº
1.154, de 2023)

§ 6º  O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima estabelecerá mecanismo sistemático de au-


ditoria das informações inseridas no Sinisa.  (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.154, de 2023)

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§ 7º Os titulares, os prestadores de serviços públicos de saneamento básico e as entidades regulado-
ras fornecerão as informações a serem inseridas no Sinisa.  (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 53-A. Fica criado o Comitê Interministerial de Saneamento Básico (Cisb), colegiado que, sob a
presidência do Ministério do Desenvolvimento Regional, tem a finalidade de assegurar a implementação
da política federal de saneamento básico e de articular a atuação dos órgãos e das entidades federais
na alocação de recursos financeiros em ações de saneamento básico.  (Redação pela Lei nº 14.026, de
2020)

Parágrafo único. A composição do Cisb será definida em ato do Poder Executivo federal.  (Redação
pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 53-B. Compete ao Cisb:  (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

I - coordenar, integrar, articular e avaliar a gestão, em âmbito federal, do Plano Nacional de Sanea-
mento Básico;  (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

II - acompanhar o processo de articulação e as medidas que visem à destinação dos recursos para o
saneamento básico, no âmbito do Poder Executivo federal;  (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

III - garantir a racionalidade da aplicação dos recursos federais no setor de saneamento básico, com
vistas à universalização dos serviços e à ampliação dos investimentos públicos e privados no setor;  (Re-
dação pela Lei nº 14.026, de 2020)

IV - elaborar estudos técnicos para subsidiar a tomada de decisões sobre a alocação de recursos fe-
derais no âmbito da política federal de saneamento básico; e  (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

V - avaliar e aprovar orientações para a aplicação dos recursos federais em saneamento básico.  (Re-
dação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 53-C. Regimento interno disporá sobre a organização e o funcionamento do Cisb.  (Redação pela
Lei nº 14.026, de 2020)

Art. 53-D. Fica estabelecida como política federal de saneamento básico a execução de obras de
infraestrutura básica de esgotamento sanitário e abastecimento de água potável em núcleos urbanos
formais, informais e informais consolidados, passíveis de serem objeto de Regularização Fundiária Urba-
na (Reurb), nos termos da Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017, salvo aqueles que se encontrarem em
situação de risco.  (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)

Parágrafo único. Admite-se, prioritariamente, a implantação e a execução das obras de infraestrutu-


ra básica de abastecimento de água e esgotamento sanitário mediante sistema condominial, entendido
como a participação comunitária com tecnologias apropriadas para produzir soluções que conjuguem
redução de custos de operação e aumento da eficiência, a fim de criar condições para a universaliza-
ção.  (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)
CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 54. (VETADO).

Art. 54-A.  Fica instituído o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento do Saneamento
Básico - REISB, com o objetivo de estimular a pessoa jurídica prestadora de serviços públicos de sa-
neamento básico a aumentar seu volume de investimentos por meio da concessão de créditos tributá-
rios. (Incluído pela Lei nº 13.329. de 2016)(Produção de efeito)

31
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
Parágrafo único.  A vigência do Reisb se estenderá até o ano de 2026.(Incluído pela Lei nº 13.329. de
2016)(Produção de efeito) 

Art. 54-B.  É beneficiária do Reisb a pessoa jurídica que realize investimentos voltados para a susten-
tabilidade e para a eficiência dos sistemas de saneamento básico e em acordo com o Plano Nacional de
Saneamento Básico.(Incluído pela Lei nº 13.329. de 2016)(Produção de efeito)

§ 1o  Para efeitos do disposto no caput, ficam definidos como investimentos em sustentabilidade e


em eficiência dos sistemas de saneamento básico aqueles que atendam:(Incluído pela Lei nº 13.329. de
2016)(Produção de efeito)

I - ao alcance das metas de universalização do abastecimento de água para consumo humano e da


coleta e tratamento de esgoto; (Incluído pela Lei nº 13.329. de 2016)(Produção de efeito)

II - à preservação de áreas de mananciais e de unidades de conservação necessárias à proteção das


condições naturais e de produção de água;(Incluído pela Lei nº 13.329. de 2016)(Produção de efeito)

III - à redução de perdas de água e à ampliação da eficiência dos sistemas de abastecimento de água
para consumo humano e dos sistemas de coleta e tratamento de esgoto; (Incluído pela Lei nº 13.329. de
2016)(Produção de efeito)

IV - à inovação tecnológica.(Incluído pela Lei nº 13.329. de 2016)(Produção de efeito)

§ 2o  Somente serão beneficiados pelo Reisb projetos cujo enquadramento às condições definidas
no caput seja atestado pela Administração da pessoa jurídica beneficiária nas demonstrações financei-
ras dos períodos em que se apurarem ou se utilizarem os créditos.(Incluído pela Lei nº 13.329. de 2016)
(Produção de efeito)

§ 3o  Não se poderão beneficiar do Reisb as pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unifi-
cado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte - Simples Nacional, de que trata a Lei Complementar no  123, de 14 de dezembro de 2006, e as
pessoas jurídicas de que tratam o inciso II do art. 8o  da Lei no  10.637, de 30 de dezembro de 2002,
e o inciso II do art. 10 da Lei no  10.833, de 29 de dezembro de 2003.  (Incluído pela Lei nº 13.329. de
2016)(Produção de efeito)

§ 4o  A adesão ao Reisb é condicionada à regularidade fiscal da pessoa jurídica em relação aos im-
postos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei
nº 13.329. de 2016)(Produção de efeito)

Art. 54-C.  (VETADO).(Incluído pela Lei nº 13.329. de 2016)(Produção de efeito)

Art. 55.  O § 5o do art. 2o da Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, passa a vigorar com a seguin-
te redação:(Vigência)

“Art. 2o  .........................................................................................

......................................................................................................

§ 5o  A infra-estrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equipamentos urbanos de escoa-
mento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável,
energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação.

............................................................................................. ” (NR)

Art. 56.  (VETADO)

32
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
Art. 57.  O inciso XXVII do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a vigorar
com a seguinte redação:(Vigência)

“Art. 24.  ............................................................................................

.........................................................................................................

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos reci-
cláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou
cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder pú-
blico como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas
técnicas, ambientais e de saúde pública.

................................................................................................... ” (NR)

Art. 58.  O art. 42 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, passa a vigorar com a seguinte reda-
ção:  (Vigência)    (Vide ADIN 4058)

“Art. 42.  ............................................................................................

§ 1o  Vencido o prazo mencionado no contrato ou ato de outorga, o serviço poderá ser prestado por
órgão ou entidade do poder concedente, ou delegado a terceiros, mediante novo contrato.

.........................................................................................................

§ 3º  As concessões a que se refere o § 2o deste artigo, inclusive as que não possuam instrumento
que as formalize ou que possuam cláusula que preveja prorrogação, terão validade máxima até o dia 31
de dezembro de 2010, desde que, até o dia 30 de junho de 2009, tenham sido cumpridas, cumulativa-
mente, as seguintes condições:

I - levantamento mais amplo e retroativo possível dos elementos físicos constituintes da infra-estrutura
de bens reversíveis e dos dados financeiros, contábeis e comerciais relativos à prestação dos serviços,
em dimensão necessária e suficiente para a realização do cálculo de eventual indenização relativa aos
investimentos ainda não amortizados pelas receitas emergentes da concessão, observadas as disposi-
ções legais e contratuais que regulavam a prestação do serviço ou a ela aplicáveis nos 20 (vinte) anos
anteriores ao da publicação desta Lei;

II - celebração de acordo entre o poder concedente e o concessionário sobre os critérios e a forma de


indenização de eventuais créditos remanescentes de investimentos ainda não amortizados ou deprecia-
dos, apurados a partir dos levantamentos referidos no inciso I deste parágrafo e auditados por instituição
especializada escolhida de comum acordo pelas partes; e

III - publicação na imprensa oficial de ato formal de autoridade do poder concedente, autorizando a
prestação precária dos serviços por prazo de até 6 (seis) meses, renovável até 31 de dezembro de 2008,
mediante comprovação do cumprimento do disposto nos incisos I e II deste parágrafo.

§ 4o  Não ocorrendo o acordo previsto no inciso II do § 3o deste artigo, o cálculo da indenização de
investimentos será feito com base nos critérios previstos no instrumento de concessão antes celebrado
ou, na omissão deste, por avaliação de seu valor econômico ou reavaliação patrimonial, depreciação e
amortização de ativos imobilizados definidos pelas legislações fiscal e das sociedades por ações, efetua-
da por empresa de auditoria independente escolhida de comum acordo pelas partes.

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 5o  No caso do § 4o deste artigo, o pagamento de eventual indenização será realizado, mediante
garantia real, por meio de 4 (quatro) parcelas anuais, iguais e sucessivas, da parte ainda não amortizada
de investimentos e de outras indenizações relacionadas à prestação dos serviços, realizados com capital
próprio do concessionário ou de seu controlador, ou originários de operações de financiamento, ou obti-
dos mediante emissão de ações, debêntures e outros títulos mobiliários, com a primeira parcela paga até
o último dia útil do exercício financeiro em que ocorrer a reversão.

§ 6o  Ocorrendo acordo, poderá a indenização de que trata o § 5o deste artigo ser paga mediante
receitas de novo contrato que venha a disciplinar a prestação do serviço.” (NR)

Art. 59.  (VETADO).

Art. 60.  Revoga-se a Lei no  6.528, de 11 de maio de 1978.

Brasília,  5 de  janeiro  de  2007; 186o da Independência e 119o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Márcio Fortes de Almeida

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Bernard Appy

Paulo Sérgio Oliveira Passos

Luiz Marinho

José Agenor Álvares da Silva

Fernando Rodrigues Lopes de Oliveira

Marina Silva

Lei Nº 12.007, de 29 de julho de 2009. - Dispõe sobre a emissão de declaração de quita-


ção anual de débitos

LEI Nº 12.007, DE 29 DE JULHO DE 2009.

Dispõe sobre a emissão de declaração de quitação anual de débitos pelas pessoas jurídicas prestado-
ras de serviços públicos ou privados.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-
guinte Lei:

Art. 1o As pessoas jurídicas prestadoras de serviços públicos ou privados são obrigadas a emitir e a
encaminhar ao consumidor declaração de quitação anual de débitos.

Art. 2o A declaração de quitação anual de débitos compreenderá os meses de janeiro a dezembro de


cada ano, tendo como referência a data do vencimento da respectiva fatura.

§ 1o Somente terão direito à declaração de quitação anual de débitos os consumidores que quitarem
todos os débitos relativos ao ano em referência.

§ 2o Caso o consumidor não tenha utilizado os serviços durante todos os meses do ano anterior, terá
ele o direito à declaração de quitação dos meses em que houve faturamento dos débitos.

34
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§ 3o Caso exista algum débito sendo questionado judicialmente, terá o consumidor o direito à decla-
ração de quitação dos meses em que houve faturamento dos débitos.

Art. 3o A declaração de quitação anual deverá ser encaminhada ao consumidor por ocasião do en-
caminhamento da fatura a vencer no mês de maio do ano seguinte ou no mês subsequente à completa
quitação dos débitos do ano anterior ou dos anos anteriores, podendo ser emitida em espaço da própria
fatura.

Art. 4o Da declaração de quitação anual deverá constar a informação de que ela substitui, para a
comprovação do cumprimento das obrigações do consumidor, as quitações dos faturamentos mensais
dos débitos do ano a que se refere e dos anos anteriores.

Art. 5o O descumprimento do disposto nesta Lei sujeitará os infratores às sanções previstas na Lei
no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, sem prejuízo daquelas determinadas pela legislação de defesa do
consumidor.

Art. 6o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 29 de julho de 2009; 188o da Independência e 121o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Guido Mantega

José Gomes Temporão

Helio Costa

Decreto Nº 7.217, de 21 de junho 2010. - Regulamenta a Lei nº 11.445, que estabelece


diretrizes nacionais para o saneamento básico

DECRETO Nº 7.217, DE 21 DE JUNHO DE 2010.

Regulamenta a Lei no 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o
saneamento básico, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI,
alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, 

DECRETA: 
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
CAPÍTULO I
DO OBJETO 

Art. 1o  Este Decreto estabelece normas para execução da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007.
CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES 

Art. 2o  Para os fins deste Decreto, consideram-se:

35
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I - planejamento: as atividades atinentes à identificação, qualificação, quantificação, organização e
orientação de todas as ações, públicas e privadas, por meio das quais o serviço público deve ser presta-
do ou colocado à disposição de forma adequada;

II - regulação: todo e qualquer ato que discipline ou organize determinado serviço público, incluindo
suas características, padrões de qualidade, impacto socioambiental, direitos e obrigações dos usuários
e dos responsáveis por sua oferta ou prestação e fixação e revisão do valor de tarifas e outros preços
públicos, para atingir os objetivos do art. 27;

III - fiscalização: atividades de acompanhamento, monitoramento, controle ou avaliação, no sentido de


garantir o cumprimento de normas e regulamentos editados pelo poder público e a utilização, efetiva ou
potencial, do serviço público;

IV - entidade de regulação: entidade reguladora ou regulador: agência reguladora, consórcio público


de regulação, autoridade regulatória, ente regulador, ou qualquer outro órgão ou entidade de direito pú-
blico que possua competências próprias de natureza regulatória, independência decisória e não acumule
funções de prestador dos serviços regulados;

V - prestação de serviço público de saneamento básico: atividade, acompanhada ou não de execução


de obra, com objetivo de permitir aos usuários acesso a serviço público de saneamento básico com ca-
racterísticas e padrões de qualidade determinados pela legislação, planejamento ou regulação;

VI - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações,


representações técnicas e participação nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de
avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico;

VII - titular: o ente da Federação que possua por competência a prestação de serviço público de sa-
neamento básico;

VIII - prestador de serviço público: o órgão ou entidade, inclusive empresa:

a) do titular, ao qual a lei tenha atribuído competência de prestar serviço público; ou

b) ao qual o titular tenha delegado a prestação dos serviços, observado o disposto no art. 10 da Lei
no  11.445, de 2007;

IX - gestão associada: associação voluntária de entes federados, por convênio de cooperação ou con-
sórcio público, conforme disposto no art. 241 da Constituição;

X - prestação regionalizada: aquela em que um único prestador atende a dois ou mais titulares, com
uniformidade de fiscalização e regulação dos serviços, inclusive de sua remuneração, e com compatibili-
dade de planejamento;

XI - serviços públicos de saneamento básico: conjunto dos serviços públicos de manejo de resíduos
sólidos, de limpeza urbana, de abastecimento de água, de esgotamento sanitário e de drenagem e mane-
jo de águas pluviais, bem como infraestruturas destinadas exclusivamente a cada um destes serviços;

XII - universalização: ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao sanea-


mento básico;

XIII - subsídios: instrumento econômico de política social para viabilizar manutenção e continuidade de


serviço público com objetivo de universalizar acesso ao saneamento básico, especialmente para popula-
ções e localidades de baixa renda;

36
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
XIV -  subsídios diretos: quando destinados a determinados usuários;

XV - subsídios indiretos: quando destinados a prestador de serviços públicos;

XVI - subsídios internos: aqueles concedidos no âmbito territorial de cada titular;

XVII - subsídios entre localidades: aqueles concedidos nas hipóteses de gestão associada e prestação
regional;

XVIII - subsídios tarifários: quando integrarem a estrutura tarifária;

XIX - subsídios fiscais: quando decorrerem da alocação de recursos orçamentários, inclusive por meio
de subvenções;

XX - localidade de pequeno porte: vilas, aglomerados rurais, povoados, núcleos, lugarejos e aldeias,
assim definidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE;

XXI - aviso: informação dirigida a usuário pelo prestador dos serviços, com comprovação de recebi-
mento, que tenha como objetivo notificar a interrupção da prestação dos serviços;

XXII - comunicação: informação dirigida a usuários e ao regulador, inclusive por meio de veiculação


em mídia impressa ou eletrônica;

XXIII - água potável: água para consumo humano cujos parâmetros microbiológicos, físicos e químicos
atendam ao padrão de potabilidade estabelecido pelas normas do Ministério da Saúde; 

XXIV - sistema de abastecimento de água: instalação composta por conjunto de infraestruturas, obras


civis, materiais e equipamentos, destinada à produção e à distribuição canalizada de água potável para
populações, sob a responsabilidade do Poder Público;

XXV - soluções individuais: todas e quaisquer soluções alternativas de saneamento básico que aten-
dam a apenas uma unidade de consumo;

XXVI - edificação permanente urbana: construção de caráter não transitório, destinada a abrigar ativi-
dade humana;

XXVII - ligação predial: derivação da água da rede de distribuição ou interligação com o sistema de


coleta de esgotos por meio de instalações assentadas na via pública ou em propriedade privada até a
instalação predial;

XXVIII - etapas de eficiência: parâmetros de qualidade de efluentes, a fim de se alcançar progressiva-


mente, por meio do aperfeiçoamento dos sistemas e processos de tratamento, o atendimento às classes
dos corpos hídricos; e

XXIX - metas progressivas de corpos hídricos: desdobramento do enquadramento em objetivos de


qualidade de água intermediários para corpos receptores, com cronograma pré-estabelecido, a fim de
atingir a meta final de enquadramento. 

§ 1o  Não constituem serviço público:

I - as ações de saneamento executadas por meio de soluções individuais, desde que o usuário não
dependa de terceiros para operar os serviços; e

II - as ações e serviços de saneamento básico de responsabilidade privada, incluindo o manejo de


resíduos de responsabilidade do gerador. 

§ 2o  Ficam excetuadas do disposto no § 1o:

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
I - a solução que atenda a condomínios ou localidades de pequeno porte, na forma prevista no §  1º do
art. 10 da Lei nº 11.445, de 2007; e

II - a fossa séptica e outras soluções individuais de esgotamento sanitário, quando se atribua ao Poder
Público a responsabilidade por sua operação, controle ou disciplina, nos termos de norma específica. 

§ 3o  Para os fins do inciso VIII do caput, consideram-se também prestadoras do serviço público de
manejo de resíduos sólidos as associações ou cooperativas, formadas por pessoas físicas de baixa
renda reconhecidas pelo Poder Público como catadores de materiais recicláveis, que executam coleta,
processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis. 
CAPÍTULO III
DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 

Art. 3o  Os serviços públicos de saneamento básico possuem natureza essencial e serão prestados
com base nos seguintes princípios:

I - universalização do acesso;

II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um


dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na conformidade de
suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados;

III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo dos resíduos sólidos e
manejo de águas pluviais realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambien-
te;

IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços públicos de manejo das águas pluviais
adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado;

V - adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais,


não causem risco à saúde pública e promovam o uso racional da energia, conservação e racionalização
do uso da água e dos demais recursos naturais;

VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à


pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de recursos hídricos, de promoção da saúde e ou-
tras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o sanea-
mento básico seja fator determinante;

VII - eficiência e sustentabilidade econômica;

VIII - utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e


a adoção de soluções graduais e progressivas;

IX - transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucio-


nalizados;

X - controle social;

XI - segurança, qualidade e regularidade; e

XII - integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos.

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SEÇÃO II
DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Art. 4o  Consideram-se serviços públicos de abastecimento de água a sua distribuição mediante liga-


ção predial, incluindo eventuais instrumentos de medição, bem como, quando vinculadas a esta finalida-
de, as seguintes atividades:

I - reservação de água bruta;

II - captação;

III - adução de água bruta;

IV - tratamento de água;

V - adução de água tratada; e

VI - reservação de água tratada. 

Art. 5o  O Ministério da Saúde definirá os parâmetros e padrões de potabilidade da água, bem como
estabelecerá os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da
água para consumo humano.  

§ 1o  A responsabilidade do prestador dos serviços públicos no que se refere ao controle da qualidade
da água não prejudica a vigilância da qualidade da água para consumo humano por parte da autoridade
de saúde pública.  

§ 2o  Os prestadores de serviços de abastecimento de água devem informar e orientar a população


sobre os procedimentos a serem adotados em caso de situações de emergência que ofereçam risco à
saúde pública, atendidas as orientações fixadas pela autoridade competente. 

Art. 6o  Excetuados os casos previstos nas normas do titular, da entidade de regulação e de meio


ambiente, toda edificação permanente urbana será conectada à rede pública de abastecimento de água
disponível.  

§ 1o  Na ausência de redes públicas de abastecimento de água, serão admitidas soluções individuais,
observadas as normas editadas pela entidade reguladora e pelos órgãos responsáveis pelas políticas
ambiental, sanitária e de recursos hídricos. 

§ 2o  As normas de regulação dos serviços poderão prever prazo para que o usuário se conecte à
rede pública, preferencialmente não superior a noventa dias.  

§ 3o  Decorrido o prazo previsto no § 2o, caso fixado nas normas de regulação dos serviços, o usuário
estará sujeito às sanções previstas na legislação do titular. 

§ 4o  Poderão ser adotados subsídios para viabilizar a conexão, inclusive a intradomiciliar, dos usuá-
rios de baixa renda. 

Art. 7o  A instalação hidráulica predial ligada à rede pública de abastecimento de água não poderá ser
também alimentada por outras fontes. 

§ 1o  Entende-se como sendo a instalação hidráulica predial mencionada no caput a rede ou tubula-
ção de água que vai da ligação de água da prestadora até o reservatório de água do usuário. 

§ 2o  A legislação e as normas de regulação poderão prever sanções administrativas a quem infringir o
disposto no caput. 

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§ 3o  O disposto no § 2o não exclui a possibilidade da adoção de medidas administrativas para fazer
cessar a irregularidade, bem como a responsabilização civil no caso de contaminação de água das redes
públicas ou do próprio usuário. 

§ 4o  Serão admitidas instalações hidráulicas prediais com objetivo de reúso de efluentes ou aprovei-
tamento de água de chuva, desde que devidamente autorizadas pela autoridade competente. 

Art. 8o  A remuneração pela prestação dos serviços públicos de abastecimento de água pode ser fixa-
da com base no volume consumido de água, podendo ser progressiva, em razão do consumo. 

§ 1o  O volume de água consumido deve ser aferido, preferencialmente, por meio de medição indi-
vidualizada, levando-se em conta cada uma das unidades, mesmo quando situadas na mesma edifica-
ção. 

§ 2o  Ficam excetuadas do disposto no § 1o, entre outras previstas na legislação, as situações em que
as infraestruturas das edificações não permitam individualização do consumo ou em que a absorção dos
custos para instalação dos medidores individuais seja economicamente inviável para o usuário. 
SEÇÃO III
DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 

Art. 9o  Consideram-se serviços públicos de esgotamento sanitário os serviços constituídos por uma


ou mais das seguintes atividades:

I - coleta, inclusive ligação predial, dos esgotos sanitários;

II - transporte dos esgotos sanitários;

III - tratamento dos esgotos sanitários; e

IV - disposição final dos esgotos sanitários e dos lodos originários da operação de unidades de trata-
mento coletivas ou individuais, inclusive fossas sépticas. 

§ 1o  Para os fins deste artigo, a legislação e as normas de regulação poderão considerar como es-
gotos sanitários também os efluentes industriais cujas características sejam semelhantes às do esgoto
doméstico.  

§ 2o  A legislação e as normas de regulação poderão prever penalidades em face de lançamentos de


águas pluviais ou de esgotos não compatíveis com a rede de esgotamento sanitário. 

Art. 10.  A remuneração pela prestação de serviços públicos de esgotamento sanitário poderá ser fixa-
da com base no volume de água cobrado pelo serviço de abastecimento de água. 

Art. 11.  Excetuados os casos previstos nas normas do titular, da entidade de regulação e de meio


ambiente, toda edificação permanente urbana será conectada à rede pública de esgotamento sanitário
disponível. 

§ 1o  Na ausência de rede pública de esgotamento sanitário serão admitidas soluções individuais,
observadas as normas editadas pela entidade reguladora e pelos órgãos responsáveis pelas políticas
ambientais, de saúde e de recursos hídricos.  

§ 2o  As normas de regulação dos serviços poderão prever prazo para que o usuário se conecte a
rede pública, preferencialmente não superior a noventa dias. 

§ 3o  Decorrido o prazo previsto no § 2o, caso fixado nas normas de regulação dos serviços, o usuário
estará sujeito às sanções previstas na legislação do titular. 

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 4o  Poderão ser adotados subsídios para viabilizar a conexão, inclusive intradomiciliar, dos usuários
de baixa renda. 
SEÇÃO IV
DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS 

Art. 12.  Consideram-se serviços públicos de manejo de resíduos sólidos as atividades de coleta e


transbordo, transporte, triagem para fins de reutilização ou reciclagem, tratamento, inclusive por compos-
tagem, e disposição final dos:

I - resíduos domésticos;

II - resíduos originários de atividades comerciais, industriais e de serviços, em quantidade e qualidade


similares às dos resíduos domésticos, que, por decisão do titular, sejam considerados resíduos sólidos
urbanos, desde que tais resíduos não sejam de responsabilidade de seu gerador nos termos da norma
legal ou administrativa, de decisão judicial ou de termo de ajustamento de conduta; e

III - resíduos originários dos serviços públicos de limpeza pública urbana, tais como:

a) serviços de varrição, capina, roçada, poda e atividades correlatas em vias e logradouros públi-
cos;

b) asseio de túneis, escadarias, monumentos, abrigos e sanitários públicos;

c) raspagem e remoção de terra, areia e quaisquer materiais depositados pelas águas pluviais em
logradouros públicos;

d) desobstrução e limpeza de bueiros, bocas de lobo e correlatos; e

e) limpeza de logradouros públicos onde se realizem feiras públicas e outros eventos de acesso aberto
ao público. 

Art. 13.  Os planos de saneamento básico deverão conter prescrições para manejo dos resíduos sóli-
dos urbanos, em especial dos originários de construção e demolição e dos serviços de saúde, além dos
resíduos referidos no art. 12. 

Art. 14.  A remuneração pela prestação de serviço público de manejo de resíduos sólidos urbanos de-
verá levar em conta a adequada destinação dos resíduos coletados, bem como poderá considerar:

I - nível de renda da população da área atendida;

II - características dos lotes urbanos e áreas neles edificadas;

III - peso ou volume médio coletado por habitante ou por domicílio; ou

IV - mecanismos econômicos de incentivo à minimização da geração de resíduos e à recuperação dos


resíduos gerados.
SEÇÃO V
DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS 

Art. 15.  Consideram-se serviços públicos de manejo das águas pluviais urbanas os constituídos por
uma ou mais das seguintes atividades:

I - drenagem urbana;

II - transporte de águas pluviais urbanas;

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
III - detenção ou retenção de águas pluviais urbanas para amortecimento de vazões de cheias, e

IV - tratamento e disposição final de águas pluviais urbanas. 

Art. 16.  A cobrança pela prestação do serviço público de manejo de águas pluviais urbanas deverá le-
var em conta, em cada lote urbano, o percentual de área impermeabilizada e a existência de dispositivos
de amortecimento ou de retenção da água pluvial, bem como poderá considerar:

I - nível de renda da população da área atendida; e

II - características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas.
SEÇÃO VI
DA INTERRUPÇÃO DOS SERVIÇOS 

Art. 17.  A prestação dos serviços públicos de saneamento básico deverá obedecer ao princípio da
continuidade, podendo ser interrompida pelo prestador nas hipóteses de:

I - situações que atinjam a segurança de pessoas e bens, especialmente as de emergência e as que


coloquem em risco a saúde da população ou de trabalhadores dos serviços de saneamento básico;

II - manipulação indevida, por parte do usuário, da ligação predial, inclusive medidor, ou qualquer ou-
tro componente da rede pública; ou

III - necessidade de efetuar reparos, modificações ou melhorias nos sistemas por meio de interrupções
programadas.  

§ 1o  Os serviços de abastecimento de água, além das hipóteses previstas no caput, poderão ser
interrompidos pelo prestador, após aviso ao usuário, com comprovação do recebimento e antecedência
mínima de trinta dias da data prevista para a suspensão, nos seguintes casos:

I - negativa do usuário em permitir a instalação de dispositivo de leitura de água consumida; ou

II - inadimplemento pelo usuário do pagamento devido pela prestação do serviço de abastecimento de


água. 

§ 2o  As interrupções programadas serão previamente comunicadas ao regulador e aos usuários no


prazo estabelecido na norma de regulação, que preferencialmente será superior a quarenta e oito ho-
ras. 

§ 3o  A interrupção ou a restrição do fornecimento de água por inadimplência a estabelecimentos de


saúde, a instituições educacionais e de internação coletiva de pessoas e a usuário residencial de baixa
renda beneficiário de tarifa social deverá obedecer a prazos e critérios que preservem condições míni-
mas de manutenção da saúde das pessoas atingidas. 
CAPÍTULO IV
DA RELAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO COM OS RECURSOS
HÍDRICOS 

Art. 18.  Os recursos hídricos não integram os serviços públicos de saneamento básico. 

Parágrafo único.  A prestação de serviços públicos de saneamento básico deverá ser realizada com
base no uso sustentável dos recursos hídricos. 

Art. 19.  Os planos de saneamento básico deverão ser compatíveis com os planos de recursos hídri-
cos das bacias hidrográficas em que os Municípios estiverem inseridos. 

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
Art. 20.  A utilização de recursos hídricos na prestação de serviços públicos de saneamento básico,
inclusive para disposição ou diluição de esgotos e outros resíduos líquidos, é sujeita a outorga de direito
de uso. 

Art. 21.  Em situação crítica de escassez ou contaminação de recursos hídricos que obrigue à adoção
de racionamento, declarada pela autoridade gestora de recursos hídricos, o ente regulador poderá adotar
mecanismos tarifários de contingência, com objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes, garantindo
o equilíbrio financeiro da prestação do serviço e a gestão da demanda. 

Parágrafo único.  A tarifa de contingência, caso adotada, incidirá, preferencialmente, sobre os consu-


midores que ultrapassarem os limites definidos no racionamento. 
CAPÍTULO V
DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL 

Art. 22.  O licenciamento ambiental de unidades de tratamento de esgoto sanitário e de efluentes ge-


rados nos processos de tratamento de água considerará etapas de eficiência, a fim de alcançar progres-
sivamente os padrões definidos pela legislação ambiental e os das classes dos corpos hídricos recepto-
res. 

§ 1o  A implantação das etapas de eficiência de tratamento de efluentes será estabelecida em função
da capacidade de pagamento dos usuários. 

§ 2o  A autoridade ambiental competente estabelecerá procedimentos simplificados de licenciamento


para as atividades a que se refere o caput, em função do porte das unidades e dos impactos ambientais
esperados. 

§ 3o  Para o cumprimento do caput, a autoridade ambiental competente estabelecerá metas progres-


sivas para que a qualidade dos efluentes de unidades de tratamento de esgotos sanitários atendam aos
padrões das classes dos corpos hídricos receptores, a partir dos níveis presentes de tratamento, da tec-
nologia disponível e considerando a capacidade de pagamento dos usuários envolvidos. 

§ 4o  O Conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho Nacional de Recursos Hídricos editarão,
no âmbito de suas respectivas competências, normas para o cumprimento do disposto neste artigo.  
TÍTULO II
DAS DIRETRIZES PARA OS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO 
CAPÍTULO I
DO EXERCÍCIO DA TITULARIDADE 

Art. 23.  O titular dos serviços formulará a respectiva política pública de saneamento básico, devendo,
para tanto:

I - elaborar os planos de saneamento básico, observada a cooperação das associações representa-


tivas e da ampla participação da população e de associações representativas de vários segmentos da
sociedade, como previsto no art. 2o, inciso II, da Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001;

II - prestar diretamente os serviços ou autorizar a sua delegação;

III - definir o ente responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os procedimentos de sua
atuação;

IV - adotar parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde pública;

43
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
V - fixar os direitos e os deveres dos usuários;

VI - estabelecer mecanismos de participação e controle social; e

VII - estabelecer sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema Nacional de


Informações em Saneamento - SINISA. 

§ 1o  O titular poderá, por indicação da entidade reguladora, intervir e retomar a prestação dos servi-
ços delegados nas hipóteses previstas nas normas legais, regulamentares ou contratuais. 

§ 2o  Inclui-se entre os parâmetros mencionados no inciso IV do caput o volume mínimo per capita de


água para abastecimento público, observadas as normas nacionais sobre a potabilidade da água. 

§ 3o  Ao Sistema Único de Saúde - SUS, por meio de seus órgãos de direção e de controle social,
compete participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico, por inter-
médio dos planos de saneamento básico. 
CAPÍTULO II
DO PLANEJAMENTO 

Art. 24.  O processo de planejamento do saneamento básico envolve:

I - o plano de saneamento básico, elaborado pelo titular;

II - o Plano Nacional de Saneamento Básico - PNSB, elaborado pela União; e

III - os planos regionais de saneamento básico elaborados pela União nos termos do inciso II do art.
52 da Lei no 11.445, de 2007. 

§ 1o  O planejamento dos serviços públicos de saneamento básico atenderá ao princípio da solidarie-
dade entre os entes da Federação, podendo desenvolver-se mediante cooperação federativa. 

§ 2o  O plano regional poderá englobar apenas parte do território do ente da Federação que o elabo-
rar. 

Art. 25.  A prestação de serviços públicos de saneamento básico observará plano editado pelo titular,
que atenderá ao disposto no art. 19 e que abrangerá, no mínimo:

I - diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicado-
res de saúde, epidemiológicos, ambientais, inclusive hidrológicos, e socioeconômicos e apontando as
causas das deficiências detectadas;

II - metas de curto, médio e longo prazos, com o objetivo de alcançar o acesso universal aos serviços,
admitidas soluções graduais e progressivas e observada a compatibilidade com os demais planos seto-
riais;

III - programas, projetos e ações necessários para atingir os objetivos e as metas, de modo compatí-
vel com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos, identificando
possíveis fontes de financiamento;

IV - ações para situações de emergências e contingências; e

V - mecanismos e procedimentos para avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações progra-
madas. 

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 1o  O plano de saneamento básico deverá abranger os serviços de abastecimento de água, de es-
gotamento sanitário, de manejo de resíduos sólidos, de limpeza urbana e de manejo de águas pluviais,
podendo o titular, a seu critério, elaborar planos específicos para um ou mais desses serviços. 

§ 2o  A consolidação e compatibilização dos planos específicos deverão ser efetuadas pelo titular,
inclusive por meio de consórcio público do qual participe. 

§ 3o  O plano de saneamento básico, ou o eventual plano específico, poderá ser elaborado mediante
apoio técnico ou financeiro prestado por outros entes da Federação, pelo prestador dos serviços ou por
instituições universitárias ou de pesquisa científica, garantida a participação das comunidades, movimen-
tos e entidades da sociedade civil. 

§ 4o  O plano de saneamento básico será revisto periodicamente, em prazo não superior a quatro
anos, anteriormente à elaboração do plano plurianual. 

§ 5o  O disposto no plano de saneamento básico é vinculante para o Poder Público que o elaborou e
para os delegatários dos serviços públicos de saneamento básico. 

§ 6o  Para atender ao disposto no § 1o do art. 22, o plano deverá identificar as situações em que não
haja capacidade de pagamento dos usuários e indicar solução para atingir as metas de universaliza-
ção. 

§ 7o  A delegação de serviço de saneamento básico observará o disposto no plano de saneamento


básico ou no eventual plano específico. 

§ 8o  No caso de serviços prestados mediante contrato, as disposições de plano de saneamento


básico, de eventual plano específico de serviço ou de suas revisões, quando posteriores à contratação,
somente serão eficazes em relação ao prestador mediante a preservação do equilíbrio econômico-finan-
ceiro. 

§ 9o  O plano de saneamento básico deverá englobar integralmente o território do titular. 

§ 10.  Os titulares poderão elaborar, em conjunto, plano específico para determinado serviço, ou que
se refira à apenas parte de seu território.  

§ 11.  Os planos de saneamento básico deverão ser compatíveis com o disposto nos planos de bacias
hidrográficas. 

Art. 26.  A elaboração e a revisão dos planos de saneamento básico deverão efetivar-se, de forma a
garantir a ampla participação das comunidades, dos movimentos e das entidades da sociedade civil, por
meio de procedimento que, no mínimo, deverá prever fases de:

I - divulgação, em conjunto com os estudos que os fundamentarem;

II - recebimento de sugestões e críticas por meio de consulta ou audiência pública; e

III - quando previsto na legislação do titular, análise e opinião por órgão colegiado criado nos termos
do art. 47 da Lei nº 11.445, de 2007. 

§ 1o  A divulgação das propostas dos planos de saneamento básico e dos estudos que as fundamen-
tarem dar-se-á por meio da disponibilização integral de seu teor a todos os interessados, inclusive por
meio da rede mundial de computadores - internet e por audiência pública. 

45
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 2º  Após 31 de dezembro de 2022, a existência de plano de saneamento básico, elaborado pelo titu-
lar dos serviços, será condição para o acesso aos recursos orçamentários da União ou aos recursos de
financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da administração pública federal, quando
destinados a serviços de saneamento básico.(Redação dada pelo Decreto nº 10.203, de 2020)
CAPÍTULO III
DA REGULAÇÃO 
SEÇÃO I
DOS OBJETIVOS DA REGULAÇÃO 

Art. 27.  São objetivos da regulação:

I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos
usuários;

II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas;

III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes
do sistema nacional de defesa da concorrência; e

IV - definir tarifas e outros preços públicos que assegurem tanto o equilíbrio econômico-financeiro dos
contratos, quanto a modicidade tarifária e de outros preços públicos, mediante mecanismos que induzam
a eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade. 

Parágrafo único.  Compreendem-se nas atividades de regulação dos serviços de saneamento básico a


interpretação e a fixação de critérios para execução dos contratos e dos serviços e para correta adminis-
tração de subsídios. 
SEÇÃO II
DO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO DE REGULAÇÃO 
SUBSEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 

Art. 28.  O exercício da função de regulação atenderá aos seguintes princípios:

I - independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira da entidade


de regulação; e

II - transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.  


SUBSEÇÃO II
DAS NORMAS DE REGULAÇÃO 

Art. 29.  Cada um dos serviços públicos de saneamento básico pode possuir regulação específica. 

Art. 30.  As normas de regulação dos serviços serão editadas:

I - por legislação do titular, no que se refere:

a) aos direitos e obrigações dos usuários e prestadores, bem como às penalidades a que estarão su-
jeitos; e

b) aos procedimentos e critérios para a atuação das entidades de regulação e de fiscalização; e

II - por norma da entidade de regulação, no que se refere às dimensões técnica, econômica e social
de prestação dos serviços, que abrangerão, pelo menos, os seguintes aspectos:

46
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
a) padrões e indicadores de qualidade da prestação dos serviços;

b) prazo para os prestadores de serviços comunicarem aos usuários as providências adotadas em


face de queixas ou de reclamações relativas aos serviços;

c) requisitos operacionais e de manutenção dos sistemas;

d) metas progressivas de expansão e de qualidade dos serviços e respectivos prazos;

e) regime, estrutura e níveis tarifários, bem como procedimentos e prazos de sua fixação, reajuste e
revisão;

f) medição, faturamento e cobrança de serviços;

g) monitoramento dos custos;

h) avaliação da eficiência e eficácia dos serviços prestados;

i) plano de contas e mecanismos de informação, auditoria e certificação;

j) subsídios tarifários e não tarifários;

k) padrões de atendimento ao público e mecanismos de participação e informação; e

l) medidas de contingências e de emergências, inclusive racionamento. 

§ 1o  Em caso de gestão associada ou prestação regionalizada dos serviços, os titulares poderão ado-
tar os mesmos critérios econômicos, sociais e técnicos da regulação em toda a área de abrangência da
associação ou da prestação. 

§ 2o  A entidade de regulação deverá instituir regras e critérios de estruturação de sistema contábil e
do respectivo plano de contas, de modo a garantir que a apropriação e a distribuição de custos dos servi-
ços estejam em conformidade com as diretrizes estabelecidas na Lei nº 11.445, de 2007. 
SUBSEÇÃO III
DOS ÓRGÃOS E DAS ENTIDADES DE REGULAÇÃO 

Art. 31.  As atividades administrativas de regulação, inclusive organização, e de fiscalização dos servi-


ços de saneamento básico poderão ser executadas pelo titular:

I - diretamente, mediante órgão ou entidade de sua administração direta ou indireta, inclusive consór-
cio público do qual participe; ou

II - mediante delegação, por meio de convênio de cooperação, a órgão ou entidade de outro ente da
Federação ou a consórcio público do qual não participe, instituído para gestão associada de serviços
públicos. 

§ 1o  O exercício das atividades administrativas de regulação de serviços públicos de saneamento


básico poderá se dar por consórcio público constituído para essa finalidade ou ser delegado pelos titula-
res, explicitando, no ato de delegação, o prazo de delegação, a forma de atuação e a abrangência das
atividades a ser desempenhadas pelas partes envolvidas. 

§ 2o  As entidades de fiscalização deverão receber e se manifestar conclusivamente sobre as recla-


mações que, a juízo do interessado, não tenham sido suficientemente atendidas pelos prestadores dos
serviços. 

Art. 32.  Os prestadores de serviços públicos de saneamento básico deverão fornecer à entidade de


regulação todos os dados e informações necessários para desempenho de suas atividades. 

47
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Parágrafo único.  Incluem-se entre os dados e informações a que se refere o caput aqueles produzi-
dos por empresas ou profissionais contratados para executar serviços ou fornecer materiais e equipa-
mentos. 
SUBSEÇÃO IV
DA PUBLICIDADE DOS ATOS DE REGULAÇÃO 

Art. 33.  Deverá ser assegurada publicidade aos relatórios, estudos, decisões e instrumentos equiva-
lentes que se refiram à regulação ou à fiscalização dos serviços, bem como aos direitos e deveres dos
usuários e prestadores, a eles podendo ter acesso qualquer do povo, independentemente da existência
de interesse direto. 

§ 1o  Excluem-se do disposto no caput os documentos considerados sigilosos em razão de interesse


público relevante, mediante prévia e motivada decisão. 

§ 2o  A publicidade a que se refere o caput deverá se efetivar, preferencialmente, por meio de sítio
mantido na internet. 
CAPÍTULO IV
DO CONTROLE SOCIAL 

Art. 34.  O controle social dos serviços públicos de saneamento básico poderá ser instituído mediante
adoção, entre outros, dos seguintes mecanismos:

I - debates e audiências públicas;

II - consultas públicas;

III - conferências das cidades; ou

IV - participação de órgãos colegiados de caráter consultivo na formulação da política de saneamento


básico, bem como no seu planejamento e avaliação. 

§ 1o  As audiências públicas mencionadas no inciso I do caput devem se realizar de modo a possibili-


tar o acesso da população, podendo ser realizadas de forma regionalizada. 

§ 2o  As consultas públicas devem ser promovidas de forma a possibilitar que qualquer do povo, in-
dependentemente de interesse, ofereça críticas e sugestões a propostas do Poder Público, devendo tais
consultas ser adequadamente respondidas. 

§ 3o  Nos órgãos colegiados mencionados no inciso IV do caput, é assegurada a participação de re-


presentantes:

I - dos titulares dos serviços;

II - de órgãos governamentais relacionados ao setor de saneamento básico;

III - dos prestadores de serviços públicos de saneamento básico;

IV - dos usuários de serviços de saneamento básico; e

V - de entidades técnicas, organizações da sociedade civil e de defesa do consumidor relacionadas ao


setor de saneamento básico. 

§ 4o  As funções e competências dos órgãos colegiados a que se refere o inciso IV do caput poderão
ser exercidas por outro órgão colegiado já existente, com as devidas adaptações da legislação. 

48
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 5o  É assegurado aos órgãos colegiados de controle social o acesso a quaisquer documentos e
informações produzidos por órgãos ou entidades de regulação ou de fiscalização, bem como a possibili-
dade de solicitar a elaboração de estudos com o objetivo de subsidiar a tomada de decisões, observado
o disposto no § 1o do art. 33. 

§ 6º  Após 31 de dezembro de 2014, será vedado o acesso aos recursos federais ou aos geridos ou
administrados por órgão ou entidade da União, quando destinados a serviços de saneamento básico,
àqueles titulares de serviços públicos de saneamento básico que não instituírem, por meio de legislação
específica, o controle social realizado por órgão colegiado, nos termos do inciso IV do caput.        (Reda-
ção dada pelo Decreto nº 8.211, de 2014)

Art. 35.  Os Estados e a União poderão adotar os instrumentos de controle social previstos no art.
34. 

§ 1o  A delegação do exercício de competências não prejudicará o controle social sobre as atividades
delegadas ou a elas conexas.  

§ 2o  No caso da União, o controle social a que se refere o caput será exercido nos termos da Medida
Provisória no  2.220, de 4 de setembro de 2001, alterada pela Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003. 

Art. 36.  São assegurados aos usuários de serviços públicos de saneamento básico, nos termos das
normas legais, regulamentares e contratuais:

I - conhecimento dos seus direitos e deveres e das penalidades a que podem estar sujeitos; e

II - acesso:

a) a informações sobre os serviços prestados;

b) ao manual de prestação do serviço e de atendimento ao usuário, elaborado pelo prestador e apro-
vado pela respectiva entidade de regulação; e

c) ao relatório periódico sobre a qualidade da prestação dos serviços. 

Art. 37.  O documento de cobrança relativo à remuneração pela prestação de serviços de saneamento


básico ao usuário final deverá:

I - explicitar itens e custos dos serviços definidos pela entidade de regulação, de forma a permitir o
seu controle direto pelo usuário final; e

II - conter informações mensais sobre a qualidade da água entregue aos consumidores, em cumpri-
mento ao inciso I do art. 5o  do Anexo do Decreto no  5.440, de 4 de maio de 2005. 

Parágrafo único.  A entidade de regulação dos serviços instituirá modelo de documento de cobrança


para a efetivação do previsto no caput e seus incisos. 

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CAPÍTULO V
DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS 
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 

Art. 38.  O titular poderá prestar os serviços de saneamento básico:

I - diretamente, por meio de órgão de sua administração direta ou por autarquia, empresa pública ou
sociedade de economia mista que integre a sua administração indireta, facultado que contrate terceiros,
no regime da Lei no  8.666, de 21 de junho de 1993, para determinadas atividades;

II - de forma contratada:

a) indiretamente, mediante concessão ou permissão, sempre precedida de licitação na modalidade


concorrência pública, no regime da Lei no  8.987, de 13 de fevereiro de 1995; ou

b) no âmbito de gestão associada de serviços públicos, mediante contrato de programa autorizado por
contrato de consórcio público ou por convênio de cooperação entre entes federados, no regime da Lei
no  11.107, de 6 de abril de 2005; ou

III - nos termos de lei do titular, mediante autorização a usuários organizados em cooperativas ou


associações, no regime previsto no  art. 10, §  1o, da Lei no  11.445, de 2007, desde que os serviços se
limitem a:

a) determinado condomínio; ou

b) localidade de pequeno porte, predominantemente ocupada por população de baixa renda, onde ou-
tras formas de prestação apresentem custos de operação e manutenção incompatíveis com a capacidade
de pagamento dos usuários. 

Parágrafo único.  A autorização prevista no inciso III deverá prever a obrigação de transferir ao titular
os bens vinculados aos serviços por meio de termo específico, com os respectivos cadastros técnicos. 
SEÇÃO II
DA PRESTAÇÃO MEDIANTE CONTRATO 
SUBSEÇÃO I
DAS CONDIÇÕES DE VALIDADE DOS CONTRATOS 

Art. 39.  São condições de validade dos contratos que tenham por objeto a prestação de serviços pú-
blicos de saneamento básico:

I - existência de plano de saneamento básico;

II - existência de estudo comprovando a viabilidade técnica e econômico-financeira da prestação uni-


versal e integral dos serviços, nos termos do respectivo plano de saneamento básico;

III - existência de normas de regulação que prevejam os meios para o cumprimento das diretrizes
da Lei nº 11.445, de 2007, incluindo a designação da entidade de regulação e de fiscalização; e

IV - realização prévia de audiência e de consulta públicas sobre o edital de licitação e sobre a minuta
de contrato, no caso de concessão ou de contrato de programa.  

§ 1o  Para efeitos dos incisos I e II do caput, serão admitidos planos específicos quando a contratação
for relativa ao serviço cuja prestação será contratada, sem prejuízo do previsto no § 2o do art. 25. 

50
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 2o  É condição de validade para a celebração de contratos de concessão e de programa cujos
objetos sejam a prestação de serviços de saneamento básico que as normas mencionadas no inciso III
do caput prevejam:

I - autorização para contratação dos serviços, indicando os respectivos prazos e a área a ser atendi-
da;

II - inclusão, no contrato, das metas progressivas e graduais de expansão dos serviços, de qualidade,
de eficiência e de uso racional da água, da energia e de outros recursos naturais, em conformidade com
os serviços a serem prestados;

III - prioridades de ação, compatíveis com as metas estabelecidas;

IV - hipóteses de intervenção e de retomada dos serviços;

V - condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro da prestação dos serviços, em


regime de eficiência, incluindo:

a) sistema de cobrança e composição de taxas, tarifas e outros preços públicos;

b) sistemática de reajustes e de revisões de taxas, tarifas e outros preços públicos; e

c) política de subsídios; e

VI - mecanismos de controle social nas atividades de planejamento, regulação e fiscalização dos ser-
viços. 

§ 3o  Os planos de investimentos e os projetos relativos ao contrato deverão ser compatíveis com o
respectivo plano de saneamento básico. 

§ 4o  O Ministério das Cidades fomentará a elaboração de norma técnica para servir de referência na
elaboração dos estudos previstos no inciso II do caput. 

§ 5o  A viabilidade mencionada no inciso II do caput pode ser demonstrada mediante mensuração da


necessidade de aporte de outros recursos além dos emergentes da prestação dos serviços. 

§ 6o  O disposto no caput e seus incisos não se aplica aos contratos celebrados com fundamento
no inciso IV do art. 24 da Lei no 8.666, de 1993, cujo objeto seja a prestação de qualquer dos serviços de
saneamento básico.
SUBSEÇÃO II
DAS CLÁUSULAS NECESSÁRIAS 

Art. 40.  São cláusulas necessárias dos contratos para prestação de serviço de saneamento básico,
além das indispensáveis para atender ao disposto na Lei nº 11.445, de 2007, as previstas:

I - no art. 13 da Lei no  11.107, de 2005, no caso de contrato de programa;

II - no art. 23 da Lei nº 8.987, de 1995, bem como as previstas no edital de licitação, no caso de con-
trato de concessão; e

III - no art. 55 da Lei no 8.666, de 1993, nos demais casos. 

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SEÇÃO III
DA PRESTAÇÃO REGIONALIZADA 

Art. 41.  A contratação de prestação regionalizada de serviços de saneamento básico dar-se-á nos


termos de contratos compatíveis, ou por meio de consórcio público que represente todos os titulares con-
tratantes. 

Parágrafo único.  Deverão integrar o consórcio público mencionado no caput todos os entes da Fede-


ração que participem da gestão associada, podendo, ainda, integrá-lo o ente da Federação cujo órgão ou
entidade vier, por contrato, a atuar como prestador dos serviços. 

Art. 42.  Na prestação regionalizada de serviços públicos de saneamento básico, as atividades de


regulação e fiscalização poderão ser exercidas:

I - por órgão ou entidade de ente da Federação a que os titulares tenham delegado o exercício des-
sas competências por meio de convênio de cooperação entre entes federados, obedecido o art. 241 da
Constituição; ou

II - por consórcio público de direito público integrado pelos titulares dos serviços. 

Art. 43.  O serviço regionalizado de saneamento básico poderá obedecer a plano de saneamento bási-
co elaborado pelo conjunto de Municípios atendidos. 
SEÇÃO IV
DO CONTRATO DE ARTICULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE SANEAMENTO BÁSICO 

Art. 44.  As atividades descritas neste Decreto como integrantes de um mesmo serviço público de sa-
neamento básico podem ter prestadores diferentes. 

§ 1o  Atendidas a legislação do titular e, no caso de o prestador não integrar a administração do titular,


as disposições de contrato de delegação dos serviços, os prestadores mencionados no caput celebrarão
contrato entre si com cláusulas que estabeleçam pelo menos:

I - as atividades ou insumos contratados;

II - as condições e garantias recíprocas de fornecimento e de acesso às atividades ou insumos;

III - o prazo de vigência, compatível com as necessidades de amortização de investimentos, e as hipó-


teses de sua prorrogação;

IV - os procedimentos para a implantação, ampliação, melhoria e gestão operacional das ativida-
des;

V - as regras para a fixação, o reajuste e a revisão das taxas, tarifas e outros preços públicos aplicá-
veis ao contrato;

VI - as condições e garantias de pagamento;

VII - os direitos e deveres sub-rogados ou os que autorizam a sub-rogação;

VIII - as hipóteses de extinção, inadmitida a alteração e a rescisão administrativas unilaterais;

IX - as penalidades a que estão sujeitas as partes em caso de inadimplemento; e

X - a designação do órgão ou entidade responsável pela regulação e fiscalização das atividades ou
insumos contratados. 

52
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§ 2o  A regulação e a fiscalização das atividades objeto do contrato mencionado no § 1o serão desem-
penhadas por único órgão ou entidade, que definirá, pelo menos:

I - normas técnicas relativas à qualidade, quantidade e regularidade dos serviços prestados aos usuá-
rios e entre os diferentes prestadores envolvidos;

II - normas econômicas e financeiras relativas às tarifas, aos subsídios e aos pagamentos por serviços
prestados aos usuários e entre os diferentes prestadores envolvidos;

III - garantia de pagamento de serviços prestados entre os diferentes prestadores dos serviços;

IV - mecanismos de pagamento de diferenças relativas a inadimplemento dos usuários, perdas comer-


ciais e físicas e outros créditos devidos, quando for o caso; e

V - sistema contábil específico para os prestadores que atuem em mais de um Município. 

§ 3o  Inclui-se entre as garantias previstas no inciso VI do § 1o a obrigação do contratante de desta-


car, nos documentos de cobrança aos usuários, o valor da remuneração dos serviços prestados pelo con-
tratado e de realizar a respectiva arrecadação e entrega dos valores arrecadados. 

§ 4o  No caso de execução mediante concessão das atividades a que se refere o caput, deverão
constar do correspondente edital de licitação as regras e os valores das tarifas e outros preços públicos a
serem pagos aos demais prestadores, bem como a obrigação e a forma de pagamento. 
CAPÍTULO VI
DOS ASPECTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS 
SEÇÃO I
DA SUSTENTABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DOS SERVIÇOS 

Art. 45.  Os serviços públicos de saneamento básico terão sustentabilidade econômico-financeira as-


segurada, sempre que possível, mediante remuneração que permita recuperação dos custos dos servi-
ços prestados em regime de eficiência:

I - de abastecimento de água e de esgotamento sanitário: preferencialmente na forma de tarifas e


outros preços públicos, que poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços ou para ambos conjun-
tamente;

II - de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e outros preços públi-
cos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades; e

III - de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em conformidade com
o regime de prestação do serviço ou de suas atividades. 
SEÇÃO II
DA REMUNERAÇÃO PELOS SERVIÇOS 

Art. 46.  A instituição de taxas ou tarifas e outros preços públicos observará as seguintes diretrizes:

I - prioridade para atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde pública;

II - ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços;

III - geração dos recursos necessários para realização dos investimentos, visando o cumprimento das
metas e objetivos do planejamento;

IV - inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;

53
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V - recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de eficiência;

VI - remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços contratados;

VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis exigidos de


qualidade, continuidade e segurança na prestação dos serviços; e

VIII - incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços. 

Parágrafo único.  Poderão ser adotados subsídios tarifários e não tarifários para os usuários e loca-
lidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica suficiente para cobrir o custo
integral dos serviços. 

Art. 47.  A estrutura de remuneração e de cobrança dos serviços poderá levar em consideração os


seguintes fatores:

I - capacidade de pagamento dos consumidores;

II - quantidade mínima de consumo ou de utilização do serviço, visando à garantia de objetivos so-


ciais, como a preservação da saúde pública, o adequado atendimento dos usuários de menor renda e a
proteção do meio ambiente;

III - custo mínimo necessário para disponibilidade do serviço em quantidade e qualidade adequa-


das;

IV - categorias de usuários, distribuída por faixas ou quantidades crescentes de utilização ou de con-


sumo;

V - ciclos significativos de aumento da demanda dos serviços, em períodos distintos; e

VI - padrões de uso ou de qualidade definidos pela regulação. 

Art. 48.  Desde que previsto nas normas de regulação, grandes usuários poderão negociar suas tarifas
com o prestador dos serviços, mediante contrato específico, ouvido previamente o órgão ou entidade de
regulação e de fiscalização. 
SEÇÃO III
DO REAJUSTE E DA REVISÃO DE TARIFAS E DE OUTROS PREÇOS PÚBLICOS 
SUBSEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 

Art. 49.  As tarifas e outros preços públicos serão fixados de forma clara e objetiva, devendo os reajus-
tes e as revisões ser tornados públicos com antecedência mínima de trinta dias com relação à sua apli-
cação. 
SUBSEÇÃO II
DOS REAJUSTES 

Art. 50.  Os reajustes de tarifas e de outros preços públicos de serviços públicos de saneamento bási-
co serão realizados observando-se o intervalo mínimo de doze meses, de acordo com as normas legais,
regulamentares e contratuais. 

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SUBSEÇÃO III
DAS REVISÕES 

Art. 51.  As revisões compreenderão a reavaliação das condições da prestação dos serviços e das
tarifas e de outros preços públicos praticados e poderão ser:

I - periódicas, objetivando a apuração e distribuição dos ganhos de produtividade com os usuários e a


reavaliação das condições de mercado; ou

II - extraordinárias, quando se verificar a ocorrência de fatos não previstos no contrato, fora do contro-
le do prestador dos serviços, que alterem o seu equilíbrio econômico-financeiro. 

§ 1o  As revisões tarifárias terão suas pautas definidas pelas entidades de regulação, ouvidos os titu-
lares, os usuários e os prestadores dos serviços. 

§ 2o   Poderão ser estabelecidos mecanismos tarifários de indução à eficiência, inclusive fatores de


produtividade, assim como de antecipação de metas de expansão e qualidade dos serviços.  

§ 3o  Os fatores de produtividade poderão ser definidos com base em indicadores de outras empresas
do setor. 

§ 4o  A entidade de regulação poderá autorizar o prestador de serviços a repassar aos usuários cus-
tos e encargos tributários não previstos originalmente e por ele não administrados, nos termos da Lei no
8.987, de 1995. 
SEÇÃO IV
DO REGIME CONTÁBIL PATRIMONIAL 

Art. 52.  Os valores investidos em bens reversíveis pelos prestadores dos serviços, desde que estes
não integrem a administração do titular, constituirão créditos perante o titular, a serem recuperados me-
diante exploração dos serviços. 

§ 1o  A legislação pertinente à sociedade por ações e as normas contábeis, inclusive as previstas


na Lei no  11.638, de 28 de dezembro de 2007, serão observadas, no que couber, quando da apuração e
contabilização dos valores mencionados no caput. 

§ 2o  Não gerarão crédito perante o titular os investimentos feitos sem ônus para o prestador, tais
como os decorrentes de exigência legal aplicável à implantação de empreendimentos imobiliários e os
provenientes de subvenções ou transferências fiscais voluntárias. 

§ 3o  Os investimentos realizados, os valores amortizados, a depreciação e os respectivos saldos se-


rão anualmente auditados e certificados pelo órgão ou entidade de regulação. 

§ 4o  Os créditos decorrentes de investimentos devidamente certificados poderão constituir garantia


de empréstimos, destinados exclusivamente a investimentos nos sistemas de saneamento objeto do res-
pectivo contrato. 

§ 5o  Os prestadores que atuem em mais de um Município ou que prestem serviços públicos de sa-
neamento básico diferentes em um mesmo Município manterão sistema contábil que permita registrar e
demonstrar, separadamente, os custos e as receitas de cada serviço em cada um dos Municípios atendi-
dos e, se for o caso, no Distrito Federal. 

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TÍTULO III
DA POLÍTICA FEDERAL DE SANEAMENTO BÁSICO 
CAPÍTULO I
DOS OBJETIVOS 

Art. 53.  A Política Federal de Saneamento Básico é o conjunto de planos, programas, projetos e


ações promovidos por órgãos e entidades federais, isoladamente ou em cooperação com outros entes da
Federação, ou com particulares, com os objetivos de:

I - contribuir para o desenvolvimento nacional, a redução das desigualdades regionais, a geração de


emprego e de renda e a inclusão social;

II - priorizar a implantação e a ampliação dos serviços e ações de saneamento básico nas áreas ocu-
padas por populações de baixa renda;

III - proporcionar condições adequadas de salubridade ambiental às populações rurais e de pequenos


núcleos urbanos isolados;

IV - proporcionar condições adequadas de salubridade ambiental aos povos indígenas e outras popu-
lações tradicionais, com soluções compatíveis com suas características socioculturais;

V - assegurar que a aplicação dos recursos financeiros administrados pelo Poder Público se dê se-
gundo critérios de promoção da salubridade ambiental, de maximização da relação benefício-custo e de
maior retorno social;

VI - incentivar a adoção de mecanismos de planejamento, regulação e fiscalização da prestação dos


serviços de saneamento básico;

VII - promover alternativas de gestão que viabilizem a autossustentação econômico-financeira dos


serviços de saneamento básico, com ênfase na cooperação federativa;

VIII - promover o desenvolvimento institucional do saneamento básico, estabelecendo meios para a


unidade e articulação das ações dos diferentes agentes, bem como do desenvolvimento de sua organiza-
ção, capacidade técnica, gerencial, financeira e de recursos humanos, contempladas as especificidades
locais;

IX - fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico, a adoção de tecnologias apropriadas e a difu-


são dos conhecimentos gerados de interesse para o saneamento básico; e

X - minimizar os impactos ambientais relacionados à implantação e desenvolvimento das ações, obras


e serviços de saneamento básico e assegurar que sejam executadas de acordo com as normas relativas
à proteção do meio ambiente, ao uso e ocupação do solo e à saúde. 
CAPÍTULO II
DAS DIRETRIZES 

Art. 54.  São diretrizes da Política Federal de Saneamento Básico:

I - prioridade para as ações que promovam a equidade social e territorial no acesso ao saneamento
básico;

II - aplicação dos recursos financeiros por ela administrados, de modo a promover o desenvolvimento
sustentável, a eficiência e a eficácia;

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III - estímulo ao estabelecimento de adequada regulação dos serviços;

IV - utilização de indicadores epidemiológicos e de desenvolvimento social no planejamento, imple-


mentação e avaliação das suas ações de saneamento básico;

V - melhoria da qualidade de vida e das condições ambientais e de saúde pública;

VI - colaboração para o desenvolvimento urbano e regional;

VII - garantia de meios adequados para o atendimento da população rural dispersa, inclusive mediante
a utilização de soluções compatíveis com suas características econômicas e sociais peculiares;

VIII - fomento ao desenvolvimento científico e tecnológico, à adoção de tecnologias apropriadas e à


difusão dos conhecimentos gerados;

IX - adoção de critérios objetivos de elegibilidade e prioridade, levando em consideração fatores como


nível de renda e cobertura, grau de urbanização, concentração populacional, disponibilidade hídrica, ris-
cos sanitários, epidemiológicos e ambientais;

X - adoção da bacia hidrográfica como unidade de referência para o planejamento de suas ações; e

XI - estímulo à implantação de infraestruturas e serviços comuns a Municípios, mediante mecanismos


de cooperação entre entes federados. 

Parágrafo único.  As políticas e ações da União de desenvolvimento urbano e regional, de habitação,


de combate e erradicação da pobreza, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de re-
levante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida devem considerar a necessária
articulação com o saneamento básico, inclusive no que se refere ao financiamento. 
CAPÍTULO III
DO FINANCIAMENTO 
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 

Art. 55.  A alocação de recursos públicos federais e os financiamentos com recursos da União ou com
recursos geridos ou operados por órgãos ou entidades da União serão feitos em conformidade com os
planos de saneamento básico e condicionados:             (Revogado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

I - à observância do disposto nos arts. 9º, e seus incisos, 48 e 49 da Lei nº 11.445, de 2007;          (Re-
vogado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

II - ao alcance de índices mínimos de:        (Revogado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

a) desempenho do prestador na gestão técnica, econômica e financeira dos serviços; e       (Revogado


pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

b) eficiência e eficácia dos serviços, ao longo da vida útil do empreendimento;        (Revogado pelo


Decreto nº 10.588, de 2020)

III - à adequada operação e manutenção dos empreendimentos anteriormente financiados com recur-
sos mencionados no caput; e         (Revogado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

IV - à implementação eficaz de programa de redução de perdas de águas no sistema de abastecimen-


to de água, sem prejuízo do acesso aos serviços pela população de baixa renda, quando os recursos
forem dirigidos a sistemas de captação de água.        (Revogado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

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§ 1o  O atendimento ao disposto no caput e seus incisos é condição para qualquer entidade de direito
público ou privado:        (Revogado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

I - receber transferências voluntárias da União destinadas a ações de saneamento básico;        (Revo-


gado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

II - celebrar contrato, convênio ou outro instrumento congênere vinculado a ações de saneamento bá-
sico com órgãos ou entidades federais; e       (Revogado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

III - acessar, para aplicação em ações de saneamento básico, recursos de fundos direta ou indireta-
mente sob o controle, gestão ou operação da União, em especial os recursos do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço - FGTS e do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT.         (Revogado pelo Decreto nº
10.588, de 2020)

§ 2o  A exigência prevista na alínea “a” do inciso II do caput não se aplica à destinação de recursos
para programas de desenvolvimento institucional do operador de serviços públicos de saneamento bási-
co. (Revogado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

§ 3o  Os índices mínimos de desempenho do prestador previstos na alínea “a” do inciso II do caput,
bem como os utilizados para aferição da adequada operação e manutenção de empreendimentos previs-
tos no inciso III do caput deverão considerar aspectos característicos das regiões respectivas.        (Re-
vogado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

Seção II

Dos Recursos não Onerosos da União 

Art. 56.  Os recursos não onerosos da União, para subvenção de ações de saneamento básico pro-
movidas pelos demais entes da Federação serão sempre transferidos para os Municípios, para o Distrito
Federal, para os Estados ou para os consórcios públicos de que referidos entes participem.         (Revo-
gado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

§ 1o  O disposto no caput não prejudicará que a União aplique recursos orçamentários em programas
ou ações federais com o objetivo de prestar ou oferecer serviços de assistência técnica a outros entes da
Federação.          (Revogado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

§ 2o  É vedada a aplicação de recursos orçamentários da União na administração, operação e manu-


tenção de serviços públicos de saneamento básico não administrados por órgão ou entidade federal, sal-
vo por prazo determinado em situações de iminente risco à saúde pública e ao meio ambiente.          (Re-
vogado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

§ 3o  Na aplicação de recursos não onerosos da União, será dada prioridade às ações e empreendi-
mentos que visem o atendimento de usuários ou Municípios que não tenham capacidade de pagamento
compatível com a autossustentação econômico-financeira dos serviços e às ações voltadas para a pro-
moção das condições adequadas de salubridade ambiental aos povos indígenas e a outras populações
tradicionais.          (Revogado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

§ 4o  Para efeitos do § 3o, a verificação da compatibilidade da capacidade de pagamento dos Municí-


pios com a autossustentação econômico-financeira dos serviços será realizada mediante aplicação dos
critérios estabelecidos no PNSB.       (Revogado pelo Decreto nº 10.588, de 2020)

58
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
CAPÍTULO IV
DOS PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO DA UNIÃO
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 

Art. 57.  A União elaborará, sob a coordenação do Ministério das Cidades:

I - o Plano Nacional de Saneamento Básico - PNSB; e

II - planos regionais de saneamento básico. 

§ 1o  Os planos mencionados no caput:

I - serão elaborados e revisados sempre com horizonte de vinte anos;

II - serão avaliados anualmente;

III - serão revisados a cada quatro anos, até o final do primeiro trimestre do ano de elaboração do pla-
no plurianual da União; e

IV - deverão ser compatíveis com as disposições dos planos de recursos hídricos, inclusive o Plano
Nacional de Recursos Hídricos e planos de bacias. 

§ 2o  Os órgãos e entidades federais cooperarão com os titulares ou consórcios por eles constituídos
na elaboração dos planos de saneamento básico. 
SEÇÃO II
DO PROCEDIMENTO 

Art. 58.  O PNSB será elaborado e revisado mediante procedimento com as seguintes fases:

I - diagnóstico;

II - formulação de proposta;

III - divulgação e debates;

IV - prévia apreciação pelos Conselhos Nacionais de Saúde, Meio Ambiente,  Recursos Hídricos e das
Cidades;

V - apreciação e deliberação pelo Ministro de Estado das Cidades;

VI - encaminhamento da proposta de decreto, nos termos da legislação; e

VII - avaliação dos resultados e impactos de sua implementação. 

Art. 59.  A Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades providenciará es-
tudos sobre a situação de salubridade ambiental no País, caracterizando e avaliando:

I - situação de salubridade ambiental no território nacional, por bacias hidrográficas e por Municípios,
utilizando sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos, bem como
apontando as causas das deficiências detectadas, inclusive as condições de acesso e de qualidade da
prestação de cada um dos serviços públicos de saneamento básico;

II - demanda e necessidade de investimentos para universalização do acesso a cada um dos serviços


de saneamento básico em cada bacia hidrográfica e em cada Município; e

59
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
III - programas e ações federais em saneamento básico e as demais políticas relevantes nas condi-
ções de salubridade ambiental, inclusive as ações de transferência e garantia de renda e as financiadas
com recursos do FGTS ou do FAT. 

§ 1o  Os estudos mencionados no caput deverão se referir ao saneamento urbano e rural, incluindo as


áreas indígenas e de populações tradicionais. 

§ 2o  O diagnóstico deve abranger o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo de


resíduos sólidos e o manejo de águas pluviais, ou ser específico para cada serviço. 

§ 3o  No diagnóstico, poderão ser aproveitados os estudos que informam os planos de saneamento
básico elaborados por outros entes da Federação. 

§ 4o  Os estudos relativos à fase de diagnóstico são públicos e de acesso a todos, independentemen-
te de demonstração de interesse, devendo ser publicados em sua íntegra na internet pelo período de,
pelo menos, quarenta e oito meses. 

Art. 60.  Com fundamento nos estudos de diagnóstico, será elaborada proposta de PNSB, com ampla
participação neste processo de comunidades, movimentos e entidades da sociedade civil organizada,
que conterá:

I - objetivos e metas nacionais, regionais e por bacia hidrográfica, de curto, médio e longo prazos, para
a universalização dos serviços de saneamento básico e o alcance de níveis crescentes de salubridade
ambiental no território nacional, observada a compatibilidade com os demais planos e políticas públicas
da União;

II - diretrizes e orientações para o equacionamento dos condicionantes de natureza político-institu-


cional, legal e jurídica, econômico-financeira, administrativa, cultural e tecnológica que influenciam na
consecução das metas e objetivos estabelecidos;

III - programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas da Política Federal
de Saneamento Básico, com identificação das respectivas fontes de financiamento;

IV - mecanismos e procedimentos, incluindo indicadores numéricos, para avaliação sistemática da


eficiência e eficácia das ações programadas;

V - ações da União relativas ao saneamento básico nas áreas indígenas, nas reservas extrativistas da
União e nas comunidades quilombolas;

VI - diretrizes para o planejamento das ações de saneamento básico em áreas de especial interesse
turístico; e

VII - proposta de revisão de competências setoriais dos diversos órgãos e entidades federais que
atuam no saneamento ambiental, visando racionalizar a atuação governamental. 

Parágrafo único.  A proposta de plano deve abranger o abastecimento de água, o esgotamento sani-


tário, o manejo de resíduos sólidos, o manejo de águas pluviais e outras ações de saneamento básico
de interesse para a melhoria da salubridade ambiental, incluindo o provimento de banheiros e unidades
hidrossanitárias para populações de baixa renda. 

Art. 61.  A proposta de plano ou de sua revisão, bem como os estudos que a fundamentam, deverão
ser integralmente publicados na internet, além de divulgados por meio da realização de audiências públi-
cas e de consulta pública.

60
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
Parágrafo único.  A realização das audiências públicas e da consulta pública será disciplinada por ins-
trução do Ministro de Estado das Cidades. 

Art. 62.  A proposta de PNSB ou de sua revisão, com as modificações realizadas na fase de divulga-
ção e debate, será encaminhada, inicialmente, para apreciação dos Conselhos Nacionais de Saúde, de
Meio Ambiente e de Recursos Hídricos. 

§ 1o  A apreciação será simultânea e deverá ser realizada no prazo de trinta dias. 

§ 2o  Decorrido o prazo mencionado no § 1o, a proposta será submetida ao Conselho das Cidades
para apreciação. 

Art. 63.  Após a apreciação e deliberação pelo Ministro de Estado das Cidades, a proposta de decreto
será encaminhada nos termos da legislação.

Art. 64.  O PNSB deverá ser avaliado anualmente pelo Ministério das Cidades, em relação ao cumpri-
mento dos objetivos e metas estabelecidos, dos resultados esperados e dos impactos verificados. 

§ 1o  A avaliação a que se refere o caput deverá ser feita com base nos indicadores de monitoramen-
to, de resultado e de impacto previstos nos próprios planos.

§ 2o  A avaliação integrará o diagnóstico e servirá de base para o processo de formulação de proposta
de plano para o período subsequente. 
SEÇÃO III
DOS PLANOS REGIONAIS 

Art. 65.  Os planos regionais de saneamento básico, elaborados e executados em articulação com os


Estados, Distrito Federal e Municípios envolvidos serão elaborados pela União para:

I - as regiões integradas de desenvolvimento econômico; e

II - as regiões em que haja a participação de órgão ou entidade federal na prestação de serviço públi-
co de saneamento básico. 

§ 1o  Os planos regionais de saneamento básico, no que couber, atenderão ao mesmo procedimento
previsto para o PNSB, disciplinado neste Decreto. 

§ 2o  Em substituição à fase prevista no inciso IV do art. 58, a proposta de plano regional de sanea-
mento básico será aprovada por todos os entes da Federação diretamente envolvidos, após prévia oitiva
de seus respectivos conselhos de meio ambiente, de saúde e de recursos hídricos. 
CAPÍTULO V
DO SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES EM SANEAMENTO - SINISA 

Art. 66.  Ao SINISA, instituído pelo art. 53 da Lei nº 11.445, de 2007, compete:

I - coletar e sistematizar dados relativos às condições da prestação dos serviços públicos de sanea-
mento básico;

II - disponibilizar estatísticas, indicadores e outras informações relevantes para a caracterização da


demanda e da oferta de serviços públicos de saneamento básico;

III - permitir e facilitar o monitoramento e avaliação da eficiência e da eficácia da prestação dos servi-


ços de saneamento básico; e

61
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
IV - permitir e facilitar a avaliação dos resultados e dos impactos dos planos e das ações de sanea-
mento básico. 

§ 1o  As informações do SINISA são públicas e acessíveis a todos, independentemente da demonstra-


ção de interesse, devendo ser publicadas por meio da internet. 

§ 2o  O SINISA deverá ser desenvolvido e implementado de forma articulada ao Sistema Nacional de
Informações em Recursos Hídricos - SNIRH e ao Sistema Nacional de Informações em Meio Ambien-
te - SINIMA. 

Art. 67.  O SINISA será organizado mediante instrução do Ministro de Estado das Cidades, ao qual
competirá, ainda, o estabelecimento das diretrizes a serem observadas pelos titulares no cumprimento do
disposto no inciso VI do art. 9º da Lei nº 11.445, de 2007, e pelos demais participantes. 

§ 1o  O SINISA deverá incorporar indicadores de monitoramento, de resultados e de impacto integran-


tes do PNSB e dos planos regionais. 

§ 2o  O Ministério das Cidades apoiará os titulares, os prestadores e os reguladores de serviços públi-
cos de saneamento básico na organização de sistemas de informação em saneamento básico articulados
ao SINISA. 
CAPÍTULO VI
DO ACESSO DIFUSO À ÁGUA PARA A POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA 

Art. 68.  A União apoiará a população rural dispersa e a população de pequenos núcleos urbanos iso-
lados na contenção, reservação e utilização de águas pluviais para o consumo humano e para a produ-
ção de alimentos destinados ao autoconsumo, mediante programa específico que atenda ao seguinte:

I - utilização de tecnologias sociais tradicionais, originadas das práticas das populações interessadas,
especialmente na construção de cisternas e de barragens simplificadas; e

II - apoio à produção de equipamentos, especialmente cisternas, independentemente da situação fun-


diária da área utilizada pela família beneficiada ou do sítio onde deverá se localizar o equipamento. 

§ 1o  No caso de a água reservada se destinar a consumo humano, o órgão ou entidade federal res-
ponsável pelo programa oficiará a autoridade sanitária municipal, comunicando-a da existência do equi-
pamento de retenção e reservação de águas pluviais, para que se proceda ao controle de sua qualidade,
nos termos das normas vigentes no SUS. 

§ 2o  O programa mencionado no caput será implementado, preferencialmente, na região do semiárido


brasileiro. 
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS 

Art. 69.  No prazo de cento e oitenta dias, contado da data de publicação deste Decreto, o IBGE edi-
tará ato definindo vilas, aglomerados rurais, povoados, núcleos, lugarejos e aldeias para os fins do inciso
VIII do art. 3º da Lei nº 11.445, de 2007. 

Art. 70.  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 

Brasília, 21 de junho de 2010; 189o da Independência e 122o da República. 

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
Guido Mantega

Paulo Sérgio Oliveira Passos

Carlos Lupi

José Gomes Temporão

Izabella Mônica Vieira Teixeira

Marcio Fortes de Almeida

Portaria de Consolidação Nº 5, de 3 de outubro de 2017. - Consolidação das normas


sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde

Prezado(a),
Para estudo do tópico solicitado pelo edital, indicamos que verifique o material complementar, que pode
ser encontrado em:
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/inspecao/produtos-vegetal/legislacao-1/biblioteca-de-normas-
-vinhos-e-bebidas/portaria-de-consolidacao-no-5-de-3-de-outubro-de-2017.pdf/@@download/file/portaria-de-
-consolidacao-no-5-de-3-de-outubro-de.pdf
A indicação se dá devido ao formato e extensão do material em questão, que não cabe na estrutura de
nossas apostilas. Por isso, e para manter protegido os direitos de autor do conteúdo, sugerimos acesso direto
na fonte oficial e estudo do documento tal como solicitado pelo edital.
Bons estudos!

Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020 - Atualiza o marco legal do saneamento básico

LEI Nº 14.026, DE 15 DE JULHO DE 2020

Atualiza o marco legal do saneamento básico e altera a Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000, para
atribuir à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) competência para editar normas de
referência sobre o serviço de saneamento, a Lei nº 10.768, de 19 de novembro de 2003, para alterar o
nome e as atribuições do cargo de Especialista em Recursos Hídricos, a Lei nº 11.107, de 6 de abril de
2005, para vedar a prestação por contrato de programa dos serviços públicos de que trata o art. 175 da
Constituição Federal, a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, para aprimorar as condições estruturais
do saneamento básico no País, a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, para tratar dos prazos para a
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, a Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Esta-
tuto da Metrópole), para estender seu âmbito de aplicação às microrregiões, e a Lei nº 13.529, de 4 de
dezembro de 2017, para autorizar a União a participar de fundo com a finalidade exclusiva de financiar
serviços técnicos especializados.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-


guinte Lei:

Art. 1º Esta Lei atualiza o marco legal do saneamento básico e altera a Lei nº 9.984, de 17 de julho de
2000  , para atribuir à Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) competência para instituir
normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico, a Lei nº 10.768, de

63
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
19 de novembro de 2003  , para alterar o nome e as atribuições do cargo de Especialista em Recursos
Hídricos, a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005  , para vedar a prestação por contrato de programa dos
serviços públicos de que trata o art. 175 da Constituição Federal  , a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de
2007  , para aprimorar as condições estruturais do saneamento básico no País, a Lei nº 12.305, de 2 de
agosto de 2010  , para tratar de prazos para a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos,
a Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015  (Estatuto da Metrópole), para estender seu âmbito de aplica-
ção a unidades regionais, e a Lei nº 13.529, de 4 de dezembro de 2017  , para autorizar a União a partici-
par de fundo com a finalidade exclusiva de financiar serviços técnicos especializados.

Art. 2º A ementa da Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000  , passa a vigorar com a seguinte redação:

“Dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), entidade federal
de implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, integrante do Sistema Nacional de Geren-
ciamento de Recursos Hídricos (Singreh) e responsável pela instituição de normas de referência para a
regulação dos serviços públicos de saneamento básico.”

Art. 3º A Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000  , passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 1º  Esta Lei cria a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), entidade federal de
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, integrante do Sistema Nacional de Geren-
ciamento de Recursos Hídricos (Singreh) e responsável pela instituição de normas de referência para a
regulação dos serviços públicos de saneamento básico, e estabelece regras para sua atuação, sua estru-
tura administrativa e suas fontes de recursos.” (NR)

“Art. 3º  Fica criada a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), autarquia sob regime
especial, com autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regio-
nal, integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh), com a finalidade
de implementar, no âmbito de suas competências, a Política Nacional de Recursos Hídricos e de instituir
normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico.

.........................................................................................................................” (NR)

“Art. 4º ...............................................................................................................

..................................................................................................................................

XXIII -  declarar a situação crítica de escassez quantitativa ou qualitativa de recursos hídricos nos cor-
pos hídricos que impacte o atendimento aos usos múltiplos localizados em rios de domínio da União, por
prazo determinado, com base em estudos e dados de monitoramento, observados os critérios estabeleci-
dos pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, quando houver; e

XXIV -  estabelecer e fiscalizar o cumprimento de regras de uso da água, a fim de assegurar os usos
múltiplos durante a vigência da declaração de situação crítica de escassez de recursos hídricos a que se
refere o inciso XXIII do caput deste artigo.

....................................................................................................................................

§ 2º  (Revogado).

....................................................................................................................................

§ 9º  As regras a que se refere o inciso XXIV do caput deste artigo serão aplicadas aos corpos hídricos
abrangidos pela declaração de situação crítica de escassez de recursos hídricos a que se refere o inciso
XXIII do caput deste artigo.

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 10.  A ANA poderá delegar as competências estabelecidas nos incisos V e XII do caput deste artigo,
por meio de convênio ou de outro instrumento, a outros órgãos e entidades da administração pública
federal, estadual e distrital.” (NR)

“ Art. 4º-A  . A ANA instituirá normas de referência para a regulação dos serviços públicos de sanea-
mento básico por seus titulares e suas entidades reguladoras e fiscalizadoras, observadas as diretrizes
para a função de regulação estabelecidas na Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007  .

§ 1º Caberá à ANA estabelecer normas de referência sobre:

I - padrões de qualidade e eficiência na prestação, na manutenção e na operação dos sistemas de


saneamento básico;

II - regulação tarifária dos serviços públicos de saneamento básico, com vistas a promover a presta-
ção adequada, o uso racional de recursos naturais, o equilíbrio econômico-financeiro e a universalização
do acesso ao saneamento básico;

III - padronização dos instrumentos negociais de prestação de serviços públicos de saneamento bási-
co firmados entre o titular do serviço público e o delegatário, os quais contemplarão metas de qualidade,
eficiência e ampliação da cobertura dos serviços, bem como especificação da matriz de riscos e dos
mecanismos de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro das atividades;

IV - metas de universalização dos serviços públicos de saneamento básico para concessões que con-
siderem, entre outras condições, o nível de cobertura de serviço existente, a viabilidade econômico-finan-
ceira da expansão da prestação do serviço e o número de Municípios atendidos;

V - critérios para a contabilidade regulatória;

VI - redução progressiva e controle da perda de água;

VII - metodologia de cálculo de indenizações devidas em razão dos investimentos realizados e ainda
não amortizados ou depreciados;

VIII - governança das entidades reguladoras, conforme princípios estabelecidos no art. 21 da Lei nº
11.445, de 5 de janeiro de 2007  ;

IX - reúso dos efluentes sanitários tratados, em conformidade com as normas ambientais e de saúde
pública;

X - parâmetros para determinação de caducidade na prestação dos serviços públicos de saneamento


básico;

XI - normas e metas de substituição do sistema unitário pelo sistema separador absoluto de tratamen-
to de efluentes;

XII - sistema de avaliação do cumprimento de metas de ampliação e universalização da cobertura dos


serviços públicos de saneamento básico;

XIII - conteúdo mínimo para a prestação universalizada e para a sustentabilidade econômico-financei-


ra dos serviços públicos de saneamento básico.

§ 2º As normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico contem-
plarão os princípios estabelecidos no inciso I do caput do art. 2º da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de
2007  , e serão instituídas pela ANA de forma progressiva.

65
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 3º As normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico deve-
rão:

I - promover a prestação adequada dos serviços, com atendimento pleno aos usuários, observados os
princípios da regularidade, da continuidade, da eficiência, da segurança, da atualidade, da generalidade,
da cortesia, da modicidade tarifária, da utilização racional dos recursos hídricos e da universalização dos
serviços;

II - estimular a livre concorrência, a competitividade, a eficiência e a sustentabilidade econômica na


prestação dos serviços;

III - estimular a cooperação entre os entes federativos com vistas à prestação, à contratação e à re-
gulação dos serviços de forma adequada e eficiente, a fim de buscar a universalização dos serviços e a
modicidade tarifária;

IV - possibilitar a adoção de métodos, técnicas e processos adequados às peculiaridades locais e


regionais;

V - incentivar a regionalização da prestação dos serviços, de modo a contribuir para a viabilidade


técnica e econômico-financeira, a criação de ganhos de escala e de eficiência e a universalização dos
serviços;

VI - estabelecer parâmetros e periodicidade mínimos para medição do cumprimento das metas de


cobertura dos serviços e do atendimento aos indicadores de qualidade e aos padrões de potabilidade,
observadas as peculiaridades contratuais e regionais;

VII - estabelecer critérios limitadores da sobreposição de custos administrativos ou gerenciais a serem


pagos pelo usuário final, independentemente da configuração de subcontratações ou de subdelegações;
e

VIII - assegurar a prestação concomitante dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento


sanitário.

§ 4º No processo de instituição das normas de referência, a ANA:

I - avaliará as melhores práticas regulatórias do setor, ouvidas as entidades encarregadas da regula-


ção e da fiscalização e as entidades representativas dos Municípios;

II - realizará consultas e audiências públicas, de forma a garantir a transparência e a publicidade dos


atos, bem como a possibilitar a análise de impacto regulatório das normas propostas; e

III - poderá constituir grupos ou comissões de trabalho com a participação das entidades reguladoras
e fiscalizadoras e das entidades representativas dos Municípios para auxiliar na elaboração das referidas
normas.

§ 5º A ANA disponibilizará, em caráter voluntário e com sujeição à concordância entre as partes, ação
mediadora ou arbitral nos conflitos que envolvam titulares, agências reguladoras ou prestadores de servi-
ços públicos de saneamento básico.

§ 6º A ANA avaliará o impacto regulatório e o cumprimento das normas de referência de que trata o §
1º deste artigo pelos órgãos e pelas entidades responsáveis pela regulação e pela fiscalização dos servi-
ços.

66
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 7º No exercício das competências a que se refere este artigo, a ANA zelará pela uniformidade regu-
latória do setor de saneamento básico e pela segurança jurídica na prestação e na regulação dos servi-
ços, observado o disposto no inciso IV do § 3º deste artigo.

§ 8º Para fins do disposto no inciso II do § 1º deste artigo, as normas de referência de regulação tarifá-
ria estabelecerão os mecanismos de subsídios para as populações de baixa renda, a fim de possibilitar a
universalização dos serviços, observado o disposto no art. 31 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007  ,
e, quando couber, o compartilhamento dos ganhos de produtividade com os usuários dos serviços.

§ 9º Para fins do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, as normas de referência regulatórias esta-
belecerão parâmetros e condições para investimentos que permitam garantir a manutenção dos níveis de
serviços desejados durante a vigência dos contratos.

§ 10. Caberá à ANA elaborar estudos técnicos para o desenvolvimento das melhores práticas regulató-
rias para os serviços públicos de saneamento básico, bem como guias e manuais para subsidiar o desen-
volvimento das referidas práticas.

§ 11. Caberá à ANA promover a capacitação de recursos humanos para a regulação adequada e efi-
ciente do setor de saneamento básico.

§ 12. A ANA contribuirá para a articulação entre o Plano Nacional de Saneamento Básico, o Plano Na-
cional de Resíduos Sólidos e o Plano Nacional de Recursos Hídricos.”

“Art. 4º-B. A ANA manterá atualizada e disponível, em seu sítio eletrônico, a relação das entidades
reguladoras e fiscalizadoras que adotam as normas de referência nacionais para a regulação dos servi-
ços públicos de saneamento básico, com vistas a viabilizar o acesso aos recursos públicos federais ou a
contratação de financiamentos com recursos da União ou com recursos geridos ou operados por órgãos
ou entidades da administração pública federal, nos termos do art. 50 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de
2007 .

§ 1º A ANA disciplinará, por meio de ato normativo, os requisitos e os procedimentos a serem observa-
dos pelas entidades encarregadas da regulação e da fiscalização dos serviços públicos de saneamento
básico, para a comprovação da adoção das normas regulatórias de referência, que poderá ser gradual,
de modo a preservar as expectativas e os direitos decorrentes das normas a serem substituídas e a pro-
piciar a adequada preparação das entidades reguladoras.

§ 2º A verificação da adoção das normas de referência nacionais para a regulação da prestação dos
serviços públicos de saneamento básico estabelecidas pela ANA ocorrerá periodicamente e será obriga-
tória no momento da contratação dos financiamentos com recursos da União ou com recursos geridos ou
operados por órgãos ou entidades da administração pública federal.”

“ Art. 8º  A ANA dará publicidade aos pedidos de outorga de direito de uso de recursos hídricos de
domínio da União por meio de publicação em seu sítio eletrônico, e os atos administrativos que deles
resultarem serão publicados no Diário Oficial da União e no sítio eletrônico da ANA.” (NR)

“Art. 8º-A  . A ANA poderá criar mecanismos de credenciamento e descredenciamento de técnicos, de


empresas especializadas, de consultores independentes e de auditores externos para obter, analisar e
atestar informações ou dados necessários ao desempenho de suas atividades.”

“Art. 11. ..................................................................................................................

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§ 1º  É vedado aos dirigentes da ANA, conforme disposto em seu regimento interno, ter interesse
direto ou indireto em empresa relacionada com o Singreh e em empresa relacionada com a prestação de
serviços públicos de saneamento básico.

.............................................................................................................................” (NR)

“Art. 13. ................................................................................................................

....................................................................................................................................

XI -  encaminhar periodicamente ao Comitê Interministerial de Saneamento Básico (Cisb) os relatórios


analisados pela Diretoria Colegiada e os demais assuntos do interesse desse órgão.” (NR)

“Art. 17-A  . O Ministério da Economia fica autorizado a promover a lotação ou o exercício de servido-
res de órgãos e de entidades da administração pública federal na ANA.

Parágrafo único. A lotação ou o exercício de servidores de que trata o caput deste artigo ocorrerá sem
prejuízo de outras medidas de fortalecimento da capacidade institucional.”

Art. 4º A ementa da Lei nº 10.768, de 19 de novembro de 2003  , passa a vigorar com a seguinte reda-
ção:

“Dispõe sobre o Quadro de Pessoal da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e dá
outras providências.”

Art. 5º A Lei nº 10.768, de 19 de novembro de 2003  , passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 1º  Ficam criados, no quadro de pessoal da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico
(ANA), os seguintes cargos efetivos, integrantes de carreiras de mesmo nome, e respectivos quantitati-
vos:

I -  239 (duzentos e trinta e nove) cargos de Especialista em Regulação de Recursos Hídricos e Sa-
neamento Básico;

...........................................................................................................................” (NR)

“Art. 3º  É atribuição do cargo de Especialista em Regulação de Recursos Hídricos e Saneamento Bá-
sico o exercício de atividades de nível superior de elevada complexidade relativas à gestão de recursos
hídricos, que envolvam:

I - regulação, outorga, inspeção, fiscalização e controle do uso de recursos hídricos e da prestação de


serviços públicos na área de saneamento básico;

II - elaboração de normas de referência para a regulação do uso de recursos hídricos e da prestação


dos serviços públicos de saneamento básico;

III - implementação e avaliação dos instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos;

IV - análise e desenvolvimento de programas e projetos sobre:

a) despoluição de bacias hidrográficas;

b) eventos críticos em recursos hídricos; e

c) promoção do uso integrado de solo e água;

V - promoção de ações educacionais em recursos hídricos;

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VI - promoção e fomento de pesquisas científicas e tecnológicas nas áreas de desenvolvimento sus-
tentável, conservação e gestão de recursos hídricos e saneamento básico, envolvendo a promoção de
cooperação e a divulgação técnico-científica, bem como a transferência de tecnologia nas áreas; e

VII - outras ações e atividades análogas decorrentes do cumprimento das atribuições institucionais da
ANA.

§ 1º (Revogado).

§ 2º No exercício das atribuições de natureza fiscal ou decorrentes do poder de polícia, são assegu-
radas aos ocupantes do cargo efetivo de que trata o caput deste artigo as prerrogativas de promover
a interdição de estabelecimentos, instalações ou equipamentos, assim como a apreensão de bens ou
produtos, e de requisitar, quando necessário, o auxílio de força policial federal ou estadual, em caso de
desacato ou embaraço ao exercício de suas funções.” (NR)

“Art. 8º .................................................................................................................

Parágrafo único  . A investidura nos cargos de Especialista em Regulação de Recursos Hídricos e Sa-
neamento Básico, Especialista em Geoprocessamento e Analista Administrativo ocorrerá, exclusivamen-
te, no padrão inicial da classe inicial da respectiva tabela.” (NR)

Art. 6º A ementa da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007  , passa a vigorar com a seguinte reda-
ção:

“Estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico; cria o Comitê Interministerial de Sanea-
mento Básico; altera as Leis n os 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 8.666, de 21 de junho de 1993, e
8.987, de 13 de fevereiro de 1995; e revoga a Lei nº 6.528, de 11 de maio de 1978.”

Art. 7º A Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007  , passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 2º ...............................................................................................................

I -  universalização do acesso e efetiva prestação do serviço;

II - integralidade, compreendida como o conjunto de atividades e componentes de cada um dos di-


versos serviços de saneamento que propicie à população o acesso a eles em conformidade com suas
necessidades e maximize a eficácia das ações e dos resultados;

III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos
realizados de forma adequada à saúde pública, à conservação dos recursos naturais e à proteção do
meio ambiente;

IV - disponibilidade, nas áreas urbanas, de serviços de drenagem e manejo das águas pluviais, tra-
tamento, limpeza e fiscalização preventiva das redes, adequados à saúde pública, à proteção do meio
ambiente e à segurança da vida e do patrimônio público e privado;

.....................................................................................................................................

VI -  articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate


à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde, de recursos hídricos e
outras de interesse social relevante, destinadas à melhoria da qualidade de vida, para as quais o sanea-
mento básico seja fator determinante;

....................................................................................................................................

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VIII -  estímulo à pesquisa, ao desenvolvimento e à utilização de tecnologias apropriadas, considera-
das a capacidade de pagamento dos usuários, a adoção de soluções graduais e progressivas e a melho-
ria da qualidade com ganhos de eficiência e redução dos custos para os usuários;

....................................................................................................................................

XI -  segurança, qualidade, regularidade e continuidade;

XII - integração das infraestruturas e dos serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos;

XIII - redução e controle das perdas de água, inclusive na distribuição de água tratada, estímulo à
racionalização de seu consumo pelos usuários e fomento à eficiência energética, ao reúso de efluentes
sanitários e ao aproveitamento de águas de chuva;

XIV - prestação regionalizada dos serviços, com vistas à geração de ganhos de escala e à garantia da
universalização e da viabilidade técnica e econômico-financeira dos serviços;

XV - seleção competitiva do prestador dos serviços; e

XVI - prestação concomitante dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.”


(NR)

“ Art. 3º  Para fins do disposto nesta Lei, considera-se:

I -  saneamento básico: conjunto de serviços públicos, infraestruturas e instalações operacionais de:

a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades e pela disponibilização e manutenção


de infraestruturas e instalações operacionais necessárias ao abastecimento público de água potável,
desde a captação até as ligações prediais e seus instrumentos de medição;

b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades e pela disponibilização e manutenção de in-


fraestruturas e instalações operacionais necessárias à coleta, ao transporte, ao tratamento e à dispo-
sição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até sua destinação final para
produção de água de reúso ou seu lançamento de forma adequada no meio ambiente;

c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: constituídos pelas atividades e pela disponibilização
e manutenção de infraestruturas e instalações operacionais de coleta, varrição manual e mecanizada,
asseio e conservação urbana, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente ade-
quada dos resíduos sólidos domiciliares e dos resíduos de limpeza urbana; e

d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: constituídos pelas atividades, pela infraestrutura e
pelas instalações operacionais de drenagem de águas pluviais, transporte, detenção ou retenção para o
amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas, contem-
pladas a limpeza e a fiscalização preventiva das redes;

II - gestão associada: associação voluntária entre entes federativos, por meio de consórcio público ou
convênio de cooperação, conforme disposto no art. 241 da Constituição Federal;

III - universalização: ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamen-


to básico, em todos os serviços previstos no inciso XIV do caput deste artigo, incluídos o tratamento e a
disposição final adequados dos esgotos sanitários;

IV - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações,


representações técnicas e participação nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de
avaliação relacionados com os serviços públicos de saneamento básico;

70
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
....................................................................................................................................

VI - prestação regionalizada: modalidade de prestação integrada de um ou mais componentes dos


serviços públicos de saneamento básico em determinada região cujo território abranja mais de um Muni-
cípio, podendo ser estruturada em:

a) região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião: unidade instituída pelos Estados me-
diante lei complementar, de acordo com o § 3º do art. 25 da Constituição Federal  , composta de agrupa-
mento de Municípios limítrofes e instituída nos termos da Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015  (Esta-
tuto da Metrópole);

b) unidade regional de saneamento básico: unidade instituída pelos Estados mediante lei ordinária,
constituída pelo agrupamento de Municípios não necessariamente limítrofes, para atender adequada-
mente às exigências de higiene e saúde pública, ou para dar viabilidade econômica e técnica aos Municí-
pios menos favorecidos;

c) bloco de referência: agrupamento de Municípios não necessariamente limítrofes, estabelecido pela


União nos termos do § 3º do art. 52 desta Lei e formalmente criado por meio de gestão associada volun-
tária dos titulares;

VII - subsídios: instrumentos econômicos de política social que contribuem para a universalização do
acesso aos serviços públicos de saneamento básico por parte de populações de baixa renda;

VIII - localidades de pequeno porte: vilas, aglomerados rurais, povoados, núcleos, lugarejos e aldeias,
assim definidos pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);

IX - contratos regulares: aqueles que atendem aos dispositivos legais pertinentes à prestação de servi-
ços públicos de saneamento básico;

X - núcleo urbano: assentamento humano, com uso e características urbanas, constituído por unida-
des imobiliárias com área inferior à fração mínima de parcelamento prevista no a rt. 8º da Lei nº 5.868,
de 12 de dezembro de 1972,  independentemente da propriedade do solo, ainda que situado em área
qualificada ou inscrita como rural;

XI - núcleo urbano informal: aquele clandestino, irregular ou no qual não tenha sido possível realizar
a titulação de seus ocupantes, ainda que atendida a legislação vigente à época de sua implantação ou
regularização;

XII - núcleo urbano informal consolidado: aquele de difícil reversão, considerados o tempo da ocu-
pação, a natureza das edificações, a localização das vias de circulação e a presença de equipamentos
públicos, entre outras circunstâncias a serem avaliadas pelo Município ou pelo Distrito Federal;

XIII - operação regular: aquela que observa integralmente as disposições constitucionais, legais e con-
tratuais relativas ao exercício da titularidade e à contratação, prestação e regulação dos serviços;

XIV - serviços públicos de saneamento básico de interesse comum: serviços de saneamento básico
prestados em regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões instituídas por lei comple-
mentar estadual, em que se verifique o compartilhamento de instalações operacionais de infraestrutura
de abastecimento de água e/ou de esgotamento sanitário entre 2 (dois) ou mais Municípios, denotando a
necessidade de organizá-los, planejá-los, executá-los e operá-los de forma conjunta e integrada pelo Es-
tado e pelos Munícipios que compartilham, no todo ou em parte, as referidas instalações operacionais;

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XV - serviços públicos de saneamento básico de interesse local: funções públicas e serviços cujas
infraestruturas e instalações operacionais atendam a um único Município;

XVI - sistema condominial: rede coletora de esgoto sanitário, assentada em posição viável no interior
dos lotes ou conjunto de habitações, interligada à rede pública convencional em um único ponto ou à uni-
dade de tratamento, utilizada onde há dificuldades de execução de redes ou ligações prediais no sistema
convencional de esgotamento;

XVII - sistema individual alternativo de saneamento: ação de saneamento básico ou de afastamento e


destinação final dos esgotos, quando o local não for atendido diretamente pela rede pública;

XVIII - sistema separador absoluto: conjunto de condutos, instalações e equipamentos destinados a


coletar, transportar, condicionar e encaminhar exclusivamente esgoto sanitário;

XIX - sistema unitário: conjunto de condutos, instalações e equipamentos destinados a coletar, trans-
portar, condicionar e encaminhar conjuntamente esgoto sanitário e águas pluviais.

....................................................................................................................................

§ 4º  (VETADO).

§ 5º No caso de Região Integrada de Desenvolvimento (Ride), a prestação regionalizada do serviço de


saneamento básico estará condicionada à anuência dos Municípios que a integram.” (NR)

“ Art. 3º-A.  Consideram-se serviços públicos de abastecimento de água a sua distribuição mediante
ligação predial, incluídos eventuais instrumentos de medição, bem como, quando vinculadas a essa fina-
lidade, as seguintes atividades:

I - reservação de água bruta;

II - captação de água bruta;

III - adução de água bruta;

IV - tratamento de água bruta;

V - adução de água tratada; e

VI - reservação de água tratada.”

“ Art. 3º-B.  Consideram-se serviços públicos de esgotamento sanitário aqueles constituídos por 1
(uma) ou mais das seguintes atividades:

I - coleta, incluída ligação predial, dos esgotos sanitários;

II - transporte dos esgotos sanitários;

III - tratamento dos esgotos sanitários; e

IV - disposição final dos esgotos sanitários e dos lodos originários da operação de unidades de trata-
mento coletivas ou individuais de forma ambientalmente adequada, incluídas fossas sépticas.

Parágrafo único. Nas Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis) ou outras áreas do perímetro urbano
ocupadas predominantemente por população de baixa renda, o serviço público de esgotamento sanitário,
realizado diretamente pelo titular ou por concessionário, inclui conjuntos sanitários para as residências e
solução para a destinação de efluentes, quando inexistentes, assegurada compatibilidade com as diretri-
zes da política municipal de regularização fundiária.”

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“ Art. 3º-C.  Consideram-se serviços públicos especializados de limpeza urbana e de manejo de resí-
duos sólidos as atividades operacionais de coleta, transbordo, transporte, triagem para fins de reutiliza-
ção ou reciclagem, tratamento, inclusive por compostagem, e destinação final dos:

I - resíduos domésticos;

II - resíduos originários de atividades comerciais, industriais e de serviços, em quantidade e qualidade


similares às dos resíduos domésticos, que, por decisão do titular, sejam considerados resíduos sólidos
urbanos, desde que tais resíduos não sejam de responsabilidade de seu gerador nos termos da norma
legal ou administrativa, de decisão judicial ou de termo de ajustamento de conduta; e

III - resíduos originários dos serviços públicos de limpeza urbana, tais como:

a) serviços de varrição, capina, roçada, poda e atividades correlatas em vias e logradouros públi-
cos;

b) asseio de túneis, escadarias, monumentos, abrigos e sanitários públicos;

c) raspagem e remoção de terra, areia e quaisquer materiais depositados pelas águas pluviais em
logradouros públicos;

d) desobstrução e limpeza de bueiros, bocas de lobo e correlatos;

e) limpeza de logradouros públicos onde se realizem feiras públicas e outros eventos de acesso aberto
ao público; e

f) outros eventuais serviços de limpeza urbana.”

“ Art. 3º-D.  Consideram-se serviços públicos de manejo das águas pluviais urbanas aqueles constituí-
dos por 1 (uma) ou mais das seguintes atividades:

I - drenagem urbana;

II - transporte de águas pluviais urbanas;

III - detenção ou retenção de águas pluviais urbanas para amortecimento de vazões de cheias; e

IV - tratamento e disposição final de águas pluviais urbanas.”

“Art. 7º ...............................................................................................................

I -  de coleta, de transbordo e de transporte dos resíduos relacionados na alínea “c” do inciso I


do caput do art. 3º desta Lei;

II - de triagem, para fins de reutilização ou reciclagem, de tratamento, inclusive por compostagem, e


de destinação final dos resíduos relacionados na alínea “c” do inciso I do caput do art. 3º desta Lei; e

III - de varrição de logradouros públicos, de limpeza de dispositivos de drenagem de águas pluviais, de


limpeza de córregos e outros serviços, tais como poda, capina, raspagem e roçada, e de outros even-
tuais serviços de limpeza urbana, bem como de coleta, de acondicionamento e de destinação final am-
bientalmente adequada dos resíduos sólidos provenientes dessas atividades.” (NR)

“ Art. 8º  Exercem a titularidade dos serviços públicos de saneamento básico:

I - os Municípios e o Distrito Federal, no caso de interesse local;

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II - o Estado, em conjunto com os Municípios que compartilham efetivamente instalações operacionais
integrantes de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, instituídas por lei comple-
mentar estadual, no caso de interesse comum.

§ 1º O exercício da titularidade dos serviços de saneamento poderá ser realizado também por gestão
associada, mediante consórcio público ou convênio de cooperação, nos termos do art. 241 da Constitui-
ção Federal, observadas as seguintes disposições:

I - fica admitida a formalização de consórcios intermunicipais de saneamento básico, exclusivamente


composto de Municípios, que poderão prestar o serviço aos seus consorciados diretamente, pela institui-
ção de autarquia intermunicipal;

II - os consórcios intermunicipais de saneamento básico terão como objetivo, exclusivamente, o finan-


ciamento das iniciativas de implantação de medidas estruturais de abastecimento de água potável, es-
gotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo de águas pluviais,
vedada a formalização de contrato de programa com sociedade de economia mista ou empresa pública,
ou a subdelegação do serviço prestado pela autarquia intermunicipal sem prévio procedimento licitató-
rio.

§ 2º Para os fins desta Lei, as unidades regionais de saneamento básico devem apresentar sustenta-
bilidade econômico-financeira e contemplar, preferencialmente, pelo menos 1 (uma) região metropolitana,
facultada a sua integração por titulares dos serviços de saneamento.

§ 3º A estrutura de governança para as unidades regionais de saneamento básico seguirá o disposto


na Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole)  .

§ 4º Os Chefes dos Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
poderão formalizar a gestão associada para o exercício de funções relativas aos serviços públicos de
saneamento básico, ficando dispensada, em caso de convênio de cooperação, a necessidade de autori-
zação legal.

§ 5º O titular dos serviços públicos de saneamento básico deverá definir a entidade responsável pela
regulação e fiscalização desses serviços, independentemente da modalidade de sua prestação.” (NR)

“Art. 8º-A. É facultativa a adesão dos titulares dos serviços públicos de saneamento de interesse local
às estruturas das formas de prestação regionalizada.”

“Art. 8º-B. No caso de prestação regionalizada dos serviços de saneamento, as responsabilidades


administrativa, civil e penal são exclusivamente aplicadas aos titulares dos serviços públicos de sanea-
mento, nos termos do art. 8º desta Lei.”

“Art. 9º ................................................................................................................

I -  elaborar os planos de saneamento básico, nos termos desta Lei, bem como estabelecer metas e
indicadores de desempenho e mecanismos de aferição de resultados, a serem obrigatoriamente observa-
dos na execução dos serviços prestados de forma direta ou por concessão;

II - prestar diretamente os serviços, ou conceder a prestação deles, e definir, em ambos os casos, a


entidade responsável pela regulação e fiscalização da prestação dos serviços públicos de saneamento
básico;

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III - definir os parâmetros a serem adotados para a garantia do atendimento essencial à saúde pública,
inclusive quanto ao volume mínimo per capita de água para abastecimento público, observadas as nor-
mas nacionais relativas à potabilidade da água;

IV - estabelecer os direitos e os deveres dos usuários;

V - estabelecer os mecanismos e os procedimentos de controle social, observado o disposto no inciso


IV do caput do art. 3º desta Lei;

VI - implementar sistema de informações sobre os serviços públicos de saneamento básico, articulado


com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), o Sistema Nacional de Infor-
mações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir) e o Sistema Nacional de Gerenciamento de Re-
cursos Hídricos (Singreh), observadas a metodologia e a periodicidade estabelecidas pelo Ministério do
Desenvolvimento Regional; e

VII - intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da entidade reguladora, nas
hipóteses e nas condições previstas na legislação e nos contratos.

Parágrafo único. No exercício das atividades a que se refere o caput deste artigo, o titular poderá
receber cooperação técnica do respectivo Estado e basear-se em estudos fornecidos pelos prestadores 
dos serviços.” (NR)

“ Art. 10.  A prestação dos serviços públicos de saneamento básico por entidade que não integre a
administração do titular depende da celebração de contrato de concessão, mediante prévia licitação, nos
termos do art. 175 da Constituição Federal  , vedada a sua disciplina mediante contrato de programa,
convênio, termo de parceria ou outros instrumentos de natureza precária.

§ 1º (Revogado).

I - (revogado).

a) (revogada).

b) (revogada).

II - (revogado).

§ 2º (Revogado).

§ 3º Os contratos de programa regulares vigentes permanecem em vigor até o advento do seu termo
contratual.” (NR)

“ Art. 10-A.  Os contratos relativos à prestação dos serviços públicos de saneamento básico deverão
conter, expressamente, sob pena de nulidade, as cláusulas essenciais previstas no art. 23 da Lei nº
8.987, de 13 de fevereiro de 199  5, além das seguintes disposições:

I - metas de expansão dos serviços, de redução de perdas na distribuição de água tratada, de quali-
dade na prestação dos serviços, de eficiência e de uso racional da água, da energia e de outros recursos
naturais, do reúso de efluentes sanitários e do aproveitamento de águas de chuva, em conformidade com
os serviços a serem prestados;

II - possíveis fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, bem como as provenien-


tes de projetos associados, incluindo, entre outras, a alienação e o uso de efluentes sanitários para a
produção de água de reúso, com possibilidade de as receitas serem compartilhadas entre o contratante e
o contratado, caso aplicável;

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III - metodologia de cálculo de eventual indenização relativa aos bens reversíveis não amortizados por
ocasião da extinção do contrato; e

IV - repartição de riscos entre as partes, incluindo os referentes a caso fortuito, força maior, fato do
príncipe e álea econômica extraordinária.

§ 1º Os contratos que envolvem a prestação dos serviços públicos de saneamento básico poderão
prever mecanismos privados para resolução de disputas decorrentes do contrato ou a ele relacionadas,
inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei nº 9.307, de
23 de setembro de 1996  .

§ 2º As outorgas de recursos hídricos atualmente detidas pelas empresas estaduais poderão ser se-
gregadas ou transferidas da operação a ser concedida, permitidas a continuidade da prestação do servi-
ço público de produção de água pela empresa detentora da outorga de recursos hídricos e a assinatura
de contrato de longo prazo entre esta empresa produtora de água e a empresa operadora da distribuição
de água para o usuário final, com objeto de compra e venda de água.”

“ Art. 10-B.  Os contratos em vigor, incluídos aditivos e renovações, autorizados nos termos desta
Lei, bem como aqueles provenientes de licitação para prestação ou concessão dos serviços públicos de
saneamento básico, estarão condicionados à comprovação da capacidade econômico-financeira da con-
tratada, por recursos próprios ou por contratação de dívida, com vistas a viabilizar a universalização dos
serviços na área licitada até 31 de dezembro de 2033, nos termos do § 2º do art. 11-B desta Lei.

Parágrafo único. A metodologia para comprovação da capacidade econômico-financeira da contratada


será regulamentada por decreto do Poder Executivo no prazo de 90 (noventa) dias.”

“Art. 11. ...............................................................................................................

....................................................................................................................................

II -  a existência de estudo que comprove a viabilidade técnica e econômico-financeira da prestação


dos serviços, nos termos estabelecidos no respectivo plano de saneamento básico;

....................................................................................................................................

V -  a existência de metas e cronograma de universalização dos serviços de saneamento básico.

...................................................................................................................................

§ 2º .....................................................................................................................

...................................................................................................................................

II -  a inclusão, no contrato, das metas progressivas e graduais de expansão dos serviços, de redução
progressiva e controle de perdas na distribuição de água tratada, de qualidade, de eficiência e de uso
racional da água, da energia e de outros recursos naturais, em conformidade com os serviços a serem
prestados e com o respectivo plano de saneamento básico;

..................................................................................................................................

§ 5º  Fica vedada a distribuição de lucros e dividendos, do contrato em execução, pelo prestador de
serviços que estiver descumprindo as metas e cronogramas estabelecidos no contrato específico da
prestação de serviço público de saneamento básico.” (NR)

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“ Art. 11-A.  Na hipótese de prestação dos serviços públicos de saneamento básico por meio de con-
trato, o prestador de serviços poderá, além de realizar licitação e contratação de parceria público-priva-
da, nos termos da Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004,  e desde que haja previsão contratual ou
autorização expressa do titular dos serviços, subdelegar o objeto contratado, observado, para a referida
subdelegação, o limite de 25% (vinte e cinco por cento) do valor do contrato.

§ 1º A subdelegação fica condicionada à comprovação técnica, por parte do prestador de serviços, do


benefício em termos de eficiência e qualidade dos serviços públicos de saneamento básico.

§ 2º Os contratos de subdelegação disporão sobre os limites da sub-rogação de direitos e obrigações


do prestador de serviços pelo subdelegatário e observarão, no que couber, o disposto no § 2º do art. 11
desta Lei, bem como serão precedidos de procedimento licitatório.

§ 3º Para a observância do princípio da modicidade tarifária aos usuários e aos consumidores, na for-
ma da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995  , ficam vedadas subconcessões ou subdelegações que
impliquem sobreposição de custos administrativos ou gerenciais a serem pagos pelo usuário final.

§ 4º Os Municípios com estudos para concessões ou parcerias público-privadas em curso, pertencen-


tes a uma região metropolitana, podem dar seguimento ao processo e efetivar a contratação respectiva,
mesmo se ultrapassado o limite previsto no caput deste artigo, desde que tenham o contrato assinado
em até 1 (um) ano.

§ 5º (VETADO).

§ 6º Para fins de aferição do limite previsto no caput deste artigo, o critério para definição do valor do
contrato do subdelegatário deverá ser o mesmo utilizado para definição do valor do contrato do prestador
do serviço.

§ 7º Caso o contrato do prestador do serviço não tenha valor de contrato, o faturamento anual proje-
tado para o subdelegatário não poderá ultrapassar 25% (vinte e cinco por cento) do faturamento anual
projetado para o prestador do serviço.”

“ Art. 11-B.  Os contratos de prestação dos serviços públicos de saneamento básico deverão definir
metas de universalização que garantam o atendimento de 99% (noventa e nove por cento) da população
com água potável e de 90% (noventa por cento) da população com coleta e tratamento de esgotos até 31
de dezembro de 2033, assim como metas quantitativas de não intermitência do abastecimento, de redu-
ção de perdas e de melhoria dos processos de tratamento.

§ 1º Os contratos em vigor que não possuírem as metas de que trata o caput deste artigo terão até 31
de março de 2022 para viabilizar essa inclusão.

§ 2º Contratos firmados por meio de procedimentos licitatórios que possuam metas diversas daquelas
previstas no caput deste artigo, inclusive contratos que tratem, individualmente, de água ou de esgoto,
permanecerão inalterados nos moldes licitados, e o titular do serviço deverá buscar alternativas para
atingir as metas definidas no caput deste artigo, incluídas as seguintes:

I - prestação direta da parcela remanescente;

II - licitação complementar para atingimento da totalidade da meta; e

III - aditamento de contratos já licitados, incluindo eventual reequilíbrio econômico-financeiro, desde


que em comum acordo com a contratada.

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§ 3º As metas de universalização deverão ser calculadas de maneira proporcional no período com-
preendido entre a assinatura do contrato ou do termo aditivo e o prazo previsto no caput deste artigo, de
forma progressiva, devendo ser antecipadas caso as receitas advindas da prestação eficiente do serviço
assim o permitirem, nos termos da regulamentação.

§ 4º É facultado à entidade reguladora prever hipóteses em que o prestador poderá utilizar métodos
alternativos e descentralizados para os serviços de abastecimento de água e de coleta e tratamento de
esgoto em áreas rurais, remotas ou em núcleos urbanos informais consolidados, sem prejuízo da sua
cobrança, com vistas a garantir a economicidade da prestação dos serviços públicos de saneamento
básico.

§ 5º O cumprimento das metas de universalização e não intermitência do abastecimento, de redução


de perdas e de melhoria dos processos de tratamento deverá ser verificado anualmente pela agência
reguladora, observando-se um intervalo dos últimos 5 (cinco) anos, nos quais as metas deverão ter sido
cumpridas em, pelo menos, 3 (três), e a primeira fiscalização deverá ser realizada apenas ao término do
quinto ano de vigência do contrato.

§ 6º As metas previstas neste artigo deverão ser observadas no âmbito municipal, quando exercida a
titularidade de maneira independente, ou no âmbito da prestação regionalizada, quando aplicável.

§ 7º No caso do não atingimento das metas, nos termos deste artigo, deverá ser iniciado procedimento
administrativo pela agência reguladora com o objetivo de avaliar as ações a serem adotadas, incluídas
medidas sancionatórias, com eventual declaração de caducidade da concessão, assegurado o direito à
ampla defesa.

§ 8º Os contratos provisórios não formalizados e os vigentes prorrogados em desconformidade com os


regramentos estabelecidos nesta Lei serão considerados irregulares e precários.

§ 9º Quando os estudos para a licitação da prestação regionalizada apontarem para a inviabilidade


econômico-financeira da universalização na data referida no caput deste artigo, mesmo após o agrupa-
mento de Municípios de diferentes portes, fica permitida a dilação do prazo, desde que não ultrapasse 1º
de janeiro de 2040 e haja anuência prévia da agência reguladora, que, em sua análise, deverá observar
o princípio da modicidade tarifária.”

“ Art. 17.  O serviço regionalizado de saneamento básico poderá obedecer a plano regional de sanea-
mento básico elaborado para o conjunto de Municípios atendidos.

§ 1º O plano regional de saneamento básico poderá contemplar um ou mais componentes do sanea-


mento básico, com vistas à otimização do planejamento e da prestação dos serviços.

§ 2º As disposições constantes do plano regional de saneamento básico prevalecerão sobre aquelas


constantes dos planos municipais, quando existirem.

§ 3º O plano regional de saneamento básico dispensará a necessidade de elaboração e publicação de


planos municipais de saneamento básico.

§ 4º O plano regional de saneamento básico poderá ser elaborado com suporte de órgãos e entidades
das administrações públicas federal, estaduais e municipais, além de prestadores de serviço.” (NR)

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
“Art. 18.  Os prestadores que atuem em mais de um Município ou região ou que prestem serviços
públicos de saneamento básico diferentes em um mesmo Município ou região manterão sistema contábil
que permita registrar e demonstrar, separadamente, os custos e as receitas de cada serviço em cada um
dos Municípios ou regiões atendidas e, se for o caso, no Distrito Federal.

Parágrafo único. Nos casos em que os contratos previstos no caput deste artigo se encerrarem após o
prazo fixado no contrato de programa da empresa estatal ou de capital misto contratante, por vencimento
ordinário ou caducidade, o ente federativo controlador da empresa delegatária da prestação de serviços
públicos de saneamento básico, por ocasião da assinatura do contrato de parceria público-privada ou de
subdelegação, deverá assumir esses contratos, mantidos iguais prazos e condições perante o licitante
vencedor.” (NR)

“ Art. 18-A.  O prestador dos serviços públicos de saneamento básico deve disponibilizar infraestrutura
de rede até os respectivos pontos de conexão necessários à implantação dos serviços nas edificações e
nas unidades imobiliárias decorrentes de incorporação imobiliária e de parcelamento de solo urbano.

Parágrafo único. A agência reguladora instituirá regras para que empreendedores imobiliários façam
investimentos em redes de água e esgoto, identificando as situações nas quais os investimentos repre-
sentam antecipação de atendimento obrigatório do operador local, fazendo jus ao ressarcimento futuro
por parte da concessionária, por critérios de avaliação regulatórios, e aquelas nas quais os investimentos
configuram-se como de interesse restrito do empreendedor imobiliário, situação na qual não fará jus ao
ressarcimento.”

“Art. 19. ...............................................................................................................

§ 1º  Os planos de saneamento básico serão aprovados por atos dos titulares e poderão ser elabora-
dos com base em estudos fornecidos pelos prestadores de cada serviço.

....................................................................................................................................

§ 3º  Os planos de saneamento básico deverão ser compatíveis com os planos das bacias hidrográfi-
cas e com planos diretores dos Municípios em que estiverem inseridos, ou com os planos de desenvolvi-
mento urbano integrado das unidades regionais por eles abrangidas.

§ 4º  Os planos de saneamento básico serão revistos periodicamente, em prazo não superior a 10
(dez) anos.

.....................................................................................................................................

§ 9º  Os Municípios com população inferior a 20.000 (vinte mil) habitantes poderão apresentar planos
simplificados, com menor nível de detalhamento dos aspectos previstos nos incisos I a V do caput deste
artigo.” (NR)

“ Art. 21.  A função de regulação, desempenhada por entidade de natureza autárquica dotada de inde-
pendência decisória e autonomia administrativa, orçamentária e financeira, atenderá aos princípios de
transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.

I - (revogado);

II - (revogado).” (NR)

“Art. 22. ................................................................................................................

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
I -  estabelecer padrões e normas para a adequada prestação e a expansão da qualidade dos serviços
e para a satisfação dos usuários, com observação das normas de referência editadas pela ANA;

II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas nos contratos de prestação de servi-
ços e nos planos municipais ou de prestação regionalizada de saneamento básico;

III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes
do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; e

IV - definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos quanto a modi-
cidade tarifária, por mecanismos que gerem eficiência e eficácia dos serviços e que permitam o comparti-
lhamento dos ganhos de produtividade com os usuários.” (NR)

“ Art. 23.  A entidade reguladora, observadas as diretrizes determinadas pela ANA, editará normas
relativas às dimensões técnica, econômica e social de prestação dos serviços públicos de saneamento
básico, que abrangerão, pelo menos, os seguintes aspectos:

.......................................................................................................................................

XI -  medidas de segurança, de contingência e de emergência, inclusive quanto a racionamento;

.......................................................................................................................................

XIII -  procedimentos de fiscalização e de aplicação de sanções previstas nos instrumentos contratuais


e na legislação do titular; e

XIV - diretrizes para a redução progressiva e controle das perdas de água.

§ 1º  A regulação da prestação dos serviços públicos de saneamento básico poderá ser delegada
pelos titulares a qualquer entidade reguladora, e o ato de delegação explicitará a forma de atuação e a
abrangência das atividades a serem desempenhadas pelas partes envolvidas.

§ 1º-A. Nos casos em que o titular optar por aderir a uma agência reguladora em outro Estado da
Federação, deverá ser considerada a relação de agências reguladoras de que trata o art. 4º-B da Lei nº
9.984, de 17 de julho de 2000, e essa opção só poderá ocorrer nos casos em que:

I - não exista no Estado do titular agência reguladora constituída que tenha aderido às normas de refe-
rência da ANA;

II - seja dada prioridade, entre as agências reguladoras qualificadas, àquela mais próxima à localidade
do titular; e

III - haja anuência da agência reguladora escolhida, que poderá cobrar uma taxa de regulação diferen-
ciada, de acordo com a distância de seu Estado.

§ 1º-B. Selecionada a agência reguladora mediante contrato de prestação de serviços, ela não poderá
ser alterada até o encerramento contratual, salvo se deixar de adotar as normas de referência da ANA ou
se estabelecido de acordo com o prestador de serviços.

....................................................................................................................................

§ 4º  No estabelecimento de metas, indicadores e métodos de monitoramento, poderá ser utilizada a


comparação do desempenho de diferentes prestadores de serviços.” (NR)

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
“ Art. 25-A.  A ANA instituirá normas de referência para a regulação da prestação dos serviços públi-
cos de saneamento básico por seus titulares e suas entidades reguladoras e fiscalizadoras, observada a
legislação federal pertinente.”

“ Art. 29.  Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-financeira


assegurada por meio de remuneração pela cobrança dos serviços, e, quando necessário, por outras for-
mas adicionais, como subsídios ou subvenções, vedada a cobrança em duplicidade de custos administra-
tivos ou gerenciais a serem pagos pelo usuário, nos seguintes serviços:

I - de abastecimento de água e esgotamento sanitário, na forma de taxas, tarifas e outros preços públi-
cos, que poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços ou para ambos, conjuntamente;

II - de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, na forma de taxas, tarifas e outros preços públi-
cos, conforme o regime de prestação do serviço ou das suas atividades; e

III - de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, na forma de tributos, inclusive taxas, ou tarifas
e outros preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou das suas ativida-
des.

...................................................................................................................................

§ 2º  Poderão ser adotados subsídios tarifários e não tarifários para os usuários que não tenham capa-
cidade de pagamento suficiente para cobrir o custo integral dos serviços.

§ 3º As novas edificações condominiais adotarão padrões de sustentabilidade ambiental que incluam,


entre outros procedimentos, a medição individualizada do consumo hídrico por unidade imobiliária, nos
termos da Lei nº 13.312, de 12 de julho de 2016  .

§ 4º Na hipótese de prestação dos serviços sob regime de concessão, as tarifas e preços públicos
serão arrecadados pelo prestador diretamente do usuário, e essa arrecadação será facultativa em caso
de taxas.

§ 5º Os prédios, edifícios e condomínios que foram construídos sem a individualização da medição até
a entrada em vigor da Lei nº 13.312, de 12 de julho de 2016  , ou em que a individualização for inviável,
pela onerosidade ou por razão técnica, poderão instrumentalizar contratos especiais com os prestado-
res de serviços, nos quais serão estabelecidos as responsabilidades, os critérios de rateio e a forma de
cobrança.” (NR)

“ Art. 30.  Observado o disposto no art. 29 desta Lei, a estrutura de remuneração e de cobrança dos
serviços públicos de saneamento básico considerará os seguintes fatores:

...........................................................................................................................” (NR)

“ Art. 31.  Os subsídios destinados ao atendimento de usuários determinados de baixa renda serão,
dependendo da origem dos recursos:

I - (revogado);

II - tarifários, quando integrarem a estrutura tarifária, ou fiscais, quando decorrerem da alocação de


recursos orçamentários, inclusive por meio de subvenções; e

III - internos a cada titular ou entre titulares, nas hipóteses de prestação regionalizada.” (NR)

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
“ Art. 35.  As taxas ou as tarifas decorrentes da prestação de serviço de limpeza urbana e de manejo
de resíduos sólidos considerarão a destinação adequada dos resíduos coletados e o nível de renda da
população da área atendida, de forma isolada ou combinada, e poderão, ainda, considerar:

I - (revogado);

II - as características dos lotes e as áreas que podem ser neles edificadas;

...................................................................................................................................

IV -  o consumo de água; e

V - a frequência de coleta.

§ 1º Na hipótese de prestação de serviço sob regime de delegação, a cobrança de taxas ou tarifas


poderá ser realizada na fatura de consumo de outros serviços públicos, com a anuência da prestadora do
serviço.

§ 2º A não proposição de instrumento de cobrança pelo titular do serviço nos termos deste artigo, no
prazo de 12 (doze) meses de vigência desta Lei, configura renúncia de receita e exigirá a comprovação
de atendimento, pelo titular do serviço, do disposto no art. 14 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio
de 2000  , observadas as penalidades constantes da referida legislação no caso de eventual descumpri-
mento.

§ 3º Na hipótese de prestação sob regime de delegação, o titular do serviço deverá obrigatoriamente


demonstrar a sustentabilidade econômico-financeira da prestação dos serviços ao longo dos estudos que
subsidiaram a contratação desses serviços e deverá comprovar, no respectivo processo administrativo,
a existência de recursos suficientes para o pagamento dos valores incorridos na delegação, por meio da
demonstração de fluxo histórico e projeção futura de recursos.” (NR)

“Art. 40. ................................................................................................................

.....................................................................................................................................

II -  necessidade de efetuar reparos, modificações ou melhorias de qualquer natureza nos sistemas,


respeitados os padrões de qualidade e continuidade estabelecidos pela regulação do serviço;

......................................................................................................................................

V -  inadimplemento, pelo usuário do serviço de abastecimento de água ou de esgotamento sanitário,


do pagamento das tarifas, após ter sido formalmente notificado, de forma que, em caso de coleta, afas-
tamento e tratamento de esgoto, a interrupção dos serviços deverá preservar as condições mínimas de
manutenção da saúde dos usuários, de acordo com norma de regulação ou norma do órgão de política
ambiental.

............................................................................................................................” (NR)

“Art. 42. ................................................................................................................

....................................................................................................................................

§ 5º  A transferência de serviços de um prestador para outro será condicionada, em qualquer hipótese,
à indenização dos investimentos vinculados a bens reversíveis ainda não amortizados ou depreciados,
nos termos da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995  , facultado ao titular atribuir ao prestador que
assumirá o serviço a responsabilidade por seu pagamento.” (NR)

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
“Art. 43. ................................................................................................................

§ 1º  A União definirá parâmetros mínimos de potabilidade da água.

§ 2º A entidade reguladora estabelecerá limites máximos de perda na distribuição de água tratada, que
poderão ser reduzidos gradualmente, conforme se verifiquem avanços tecnológicos e maiores investi-
mentos em medidas para diminuição desse desperdício.” (NR)

“ Art. 44.  O licenciamento ambiental de unidades de tratamento de esgotos sanitários, de efluentes


gerados nos processos de tratamento de água e das instalações integrantes dos serviços públicos de
manejo de resíduos sólidos considerará os requisitos de eficácia e eficiência, a fim de alcançar progres-
sivamente os padrões estabelecidos pela legislação ambiental, ponderada a capacidade de pagamento
das populações e usuários envolvidos.

§ 1º A autoridade ambiental competente assegurará prioridade e estabelecerá procedimentos simplifi-


cados de licenciamento para as atividades a que se refere o caput deste artigo, em função do porte das
unidades, dos impactos ambientais esperados e da resiliência de sua área de implantação.

....................................................................................................................................

§ 3º A agência reguladora competente estabelecerá metas progressivas para a substituição do siste-


ma unitário pelo sistema separador absoluto, sendo obrigatório o tratamento dos esgotos coletados em
períodos de estiagem, enquanto durar a transição.” (NR)

“ Art. 45.  As edificações permanentes urbanas serão conectadas às redes públicas de abastecimento
de água e de esgotamento sanitário disponíveis e sujeitas ao pagamento de taxas, tarifas e outros preços
públicos decorrentes da disponibilização e da manutenção da infraestrutura e do uso desses serviços.

.....................................................................................................................................

§ 3º  A instalação hidráulica predial prevista no § 2º deste artigo constitui a rede ou tubulação que se
inicia na ligação de água da prestadora e finaliza no reservatório de água do usuário.

§ 4º Quando disponibilizada rede pública de esgotamento sanitário, o usuário estará sujeito aos paga-
mentos previstos no caput deste artigo, sendo-lhe assegurada a cobrança de um valor mínimo de utiliza-
ção dos serviços, ainda que a sua edificação não esteja conectada à rede pública.

§ 5º O pagamento de taxa ou de tarifa, na forma prevista no caput deste artigo, não isenta o usuário
da obrigação de conectar-se à rede pública de esgotamento sanitário, e o descumprimento dessa obriga-
ção sujeita o usuário ao pagamento de multa e demais sanções previstas na legislação, ressalvados os
casos de reúso e de captação de água de chuva, nos termos do regulamento.

§ 6º A entidade reguladora ou o titular dos serviços públicos de saneamento básico deverão estabele-
cer prazo não superior a 1 (um) ano para que os usuários conectem suas edificações à rede de esgotos,
onde disponível, sob pena de o prestador do serviço realizar a conexão mediante cobrança do usuário.

§ 7º A entidade reguladora ou o titular dos serviços públicos de saneamento básico deverá, sob pena
de responsabilidade administrativa, contratual e ambiental, até 31 de dezembro de 2025, verificar e apli-
car o procedimento previsto no § 6º deste artigo a todas as edificações implantadas na área coberta com
serviço de esgotamento sanitário.

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 8º O serviço de conexão de edificação ocupada por família de baixa renda à rede de esgotamento
sanitário poderá gozar de gratuidade, ainda que os serviços públicos de saneamento básico sejam pres-
tados mediante concessão, observado, quando couber, o reequilíbrio econômico-financeiro dos contra-
tos.

§ 9º Para fins de concessão da gratuidade prevista no § 8º deste artigo, caberá ao titular regulamentar
os critérios para enquadramento das famílias de baixa renda, consideradas as peculiaridades locais e
regionais.

§ 10. A conexão de edificações situadas em núcleo urbano, núcleo urbano informal e núcleo urbano
informal consolidado observará o disposto na Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017  .

§ 11. As edificações para uso não residencial ou condomínios regidos pela Lei nº 4.591, de 16 de de-
zembro de 1964  , poderão utilizarse de fontes e métodos alternativos de abastecimento de água, incluin-
do águas subterrâneas, de reúso ou pluviais, desde que autorizados pelo órgão gestor competente e que
promovam o pagamento pelo uso de recursos hídricos, quando devido.

§ 12. Para a satisfação das condições descritas no § 11 deste artigo, os usuários deverão instalar
medidor para contabilizar o seu consumo e deverão arcar apenas com o pagamento pelo uso da rede de
coleta e tratamento de esgoto na quantidade equivalente ao volume de água captado.” (NR)

“Art. 46. ...............................................................................................................

Parágrafo único.  Sem prejuízo da adoção dos mecanismos a que se refere o caput deste artigo, a
ANA poderá recomendar, independentemente da dominialidade dos corpos hídricos que formem deter-
minada bacia hidrográfica, a restrição ou a interrupção do uso de recursos hídricos e a prioridade do uso
para o consumo humano e para a dessedentação de animais.” (NR)

“ Art. 46-A.  (VETADO).”

“ Art. 47.  O controle social dos serviços públicos de saneamento básico poderá incluir a participação
de órgãos colegiados de caráter consultivo, nacional, estaduais, distrital e municipais, em especial o Con-
selho Nacional de Recursos Hídricos, nos termos da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997  , assegurada
a representação:

...........................................................................................................................” (NR)

“Art. 48. ..............................................................................................................

..................................................................................................................................

III -  uniformização da regulação do setor e divulgação de melhores práticas, conforme o disposto


na Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000  ;

...................................................................................................................................

VII -  garantia de meios adequados para o atendimento da população rural, por meio da utilização de
soluções compatíveis com as suas características econômicas e sociais peculiares;

...................................................................................................................................

IX -  adoção de critérios objetivos de elegibilidade e prioridade, considerados fatores como nível de


renda e cobertura, grau de urbanização, concentração populacional, porte populacional municipal, áreas
rurais e comunidades tradicionais e indígenas, disponibilidade hídrica e riscos sanitários, epidemiológicos
e ambientais;

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...................................................................................................................................

XII -  redução progressiva e controle das perdas de água, inclusive na distribuição da água tratada,
estímulo à racionalização de seu consumo pelos usuários e fomento à eficiência energética, ao reúso de
efluentes sanitários e ao aproveitamento de águas de chuva, em conformidade com as demais normas
ambientais e de saúde pública;

XIII - estímulo ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento de equipamentos e métodos economizado-


res de água;

XIV - promoção da segurança jurídica e da redução dos riscos regulatórios, com vistas a estimular
investimentos públicos e privados;

XV - estímulo à integração das bases de dados;

XVI - acompanhamento da governança e da regulação do setor de saneamento; e

XVII - prioridade para planos, programas e projetos que visem à implantação e à ampliação dos servi-
ços e das ações de saneamento básico integrado, nos termos desta Lei.

Parágrafo único.  As políticas e ações da União de desenvolvimento urbano e regional, de habitação,


de combate e erradicação da pobreza, de proteção ambiental, de promoção da saúde, de recursos hídri-
cos e outras de relevante interesse social direcionadas à melhoria da qualidade de vida devem conside-
rar a necessária articulação, inclusive no que se refere ao financiamento e à governança, com o sanea-
mento básico.” (NR)

“ Art. 48-A.  Em programas habitacionais públicos federais ou subsidiados com recursos públicos fede-
rais, o sistema de esgotamento sanitário deverá ser interligado à rede existente, ressalvadas as hipóte-
ses do § 4º do art. 11-B desta Lei.”

“Art. 49. ...............................................................................................................

I -  contribuir para o desenvolvimento nacional, a redução das desigualdades regionais, a geração de


emprego e de renda, a inclusão social e a promoção da saúde pública;

II - priorizar planos, programas e projetos que visem à implantação e à ampliação dos serviços e das
ações de saneamento básico nas áreas ocupadas por populações de baixa renda, incluídos os núcleos
urbanos informais consolidados, quando não se encontrarem em situação de risco;

....................................................................................................................................

IV -  proporcionar condições adequadas de salubridade ambiental às populações rurais e às pequenas


comunidades;

....................................................................................................................................

XII -  promover educação ambiental destinada à economia de água pelos usuários;

XIII - promover a capacitação técnica do setor;

XIV - promover a regionalização dos serviços, com vistas à geração de ganhos de escala, por meio
do apoio à formação dos blocos de referência e à obtenção da sustentabilidade econômica financeira do
bloco;

XV - promover a concorrência na prestação dos serviços; e

85
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XVI - priorizar, apoiar e incentivar planos, programas e projetos que visem à implantação e à amplia-
ção dos serviços e das ações de saneamento integrado, nos termos desta Lei.” (NR)

“Art. 50. ................................................................................................................

I - ..........................................................................................................................

a)  desempenho do prestador na gestão técnica, econômica e financeira dos serviços; e

b)  eficiência e eficácia na prestação dos serviços públicos de saneamento básico;

II -  à operação adequada e à manutenção dos empreendimentos anteriormente financiados com os


recursos mencionados no caput deste artigo;

III - à observância das normas de referência para a regulação da prestação dos serviços públicos de
saneamento básico expedidas pela ANA;

IV - ao cumprimento de índice de perda de água na distribuição, conforme definido em ato do Ministro


de Estado do Desenvolvimento Regional;

V - ao fornecimento de informações atualizadas para o Sinisa, conforme critérios, métodos e periodici-


dade estabelecidos pelo Ministério do Desenvolvimento Regional;

VI - à regularidade da operação a ser financiada, nos termos do inciso XIII do caput do art. 3º desta
Lei;

VII - à estruturação de prestação regionalizada;

VIII - à adesão pelos titulares dos serviços públicos de saneamento básico à estrutura de governan-
ça correspondente em até 180 (cento e oitenta) dias contados de sua instituição, nos casos de unidade
regional de saneamento básico, blocos de referência e gestão associada; e

IX - à constituição da entidade de governança federativa no prazo estabelecido no inciso VIII


do caput deste artigo.

§ 1º  Na aplicação de recursos não onerosos da União, serão priorizados os investimentos de capital
que viabilizem a prestação de serviços regionalizada, por meio de blocos regionais, quando a sua susten-
tabilidade econômico-financeira não for possível apenas com recursos oriundos de tarifas ou taxas, mes-
mo após agrupamento com outros Municípios do Estado, e os investimentos que visem ao atendimento
dos Municípios com maiores déficits de saneamento cuja população não tenha capacidade de pagamento
compatível com a viabilidade econômico-financeira dos serviços.

....................................................................................................................................

§ 5º No fomento à melhoria da prestação dos serviços públicos de saneamento básico, a União poderá
conceder benefícios ou incentivos orçamentários, fiscais ou creditícios como contrapartida ao alcance de
metas de desempenho operacional previamente estabelecidas.

...................................................................................................................................

§ 8º A manutenção das condições e do acesso aos recursos referidos no caput deste artigo depende-
rá da continuidade da observância dos atos normativos e da conformidade dos órgãos e das entidades
reguladoras ao disposto no inciso III do caput deste artigo.

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§ 9º A restrição de acesso a recursos públicos federais e a financiamentos decorrente do descumpri-
mento do inciso III do caput deste artigo não afetará os contratos celebrados anteriormente à sua institui-
ção e as respectivas previsões de desembolso.

§ 10. O disposto no inciso III do caput deste artigo não se aplica às ações de saneamento básico
em:

I - áreas rurais;

II - comunidades tradicionais, incluídas áreas quilombolas; e

III - terras indígenas.

§ 11. A União poderá criar cursos de capacitação técnica dos gestores públicos municipais, em consór-
cio ou não com os Estados, para a elaboração e implementação dos planos de saneamento básico.

§ 12. (VETADO).” (NR)

“ Art. 52.  A União elaborará, sob a coordenação do Ministério do Desenvolvimento Regional:

I -  o Plano Nacional de Saneamento Básico, que conterá:

......................................................................................................................................

c)  a proposição de programas, projetos e ações necessários para atingir os objetivos e as metas da
política federal de saneamento básico, com identificação das fontes de financiamento, de forma a ampliar
os investimentos públicos e privados no setor;

.......................................................................................................................................

§ 1º  O Plano Nacional de Saneamento Básico deverá:

......................................................................................................................................

III -  contemplar programa específico para ações de saneamento básico em áreas rurais;

IV - contemplar ações específicas de segurança hídrica; e

V - contemplar ações de saneamento básico em núcleos urbanos informais ocupados por populações
de baixa renda, quando estes forem consolidados e não se encontrarem em situação de risco.

.....................................................................................................................................

§ 3º  A União estabelecerá, de forma subsidiária aos Estados, blocos de referência para a prestação
regionalizada dos serviços públicos de saneamento básico.” (NR)

“Art. 53. ...............................................................................................................

§ 1º  As informações do Sinisa são públicas, gratuitas, acessíveis a todos e devem ser publicadas na
internet, em formato de dados abertos.

.....................................................................................................................................

§ 3º  Compete ao Ministério do Desenvolvimento Regional a organização, a implementação e a gestão


do Sinisa, além do estabelecimento dos critérios, dos métodos e da periodicidade para o preenchimento
das informações pelos titulares, pelas entidades reguladoras e pelos prestadores dos serviços e para a
auditoria própria do sistema.

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§ 4º A ANA e o Ministério do Desenvolvimento Regional promoverão a interoperabilidade do Sistema
Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) com o Sinisa.

§ 5º O Ministério do Desenvolvimento Regional dará ampla transparência e publicidade aos sistemas


de informações por ele geridos e considerará as demandas dos órgãos e das entidades envolvidos na
política federal de saneamento básico para fornecer os dados necessários ao desenvolvimento, à imple-
mentação e à avaliação das políticas públicas do setor.

§ 6º O Ministério do Desenvolvimento Regional estabelecerá mecanismo sistemático de auditoria das


informações inseridas no Sinisa.

§ 7º Os titulares, os prestadores de serviços públicos de saneamento básico e as entidades regulado-


ras fornecerão as informações a serem inseridas no Sinisa.” (NR)

“ Art. 53-A.  Fica criado o Comitê Interministerial de Saneamento Básico (Cisb), colegiado que, sob a
presidência do Ministério do Desenvolvimento Regional, tem a finalidade de assegurar a implementação
da política federal de saneamento básico e de articular a atuação dos órgãos e das entidades federais na
alocação de recursos financeiros em ações de saneamento básico.

Parágrafo único. A composição do Cisb será definida em ato do Poder Executivo federal.”

“ Art. 53-B.  Compete ao Cisb:

I - coordenar, integrar, articular e avaliar a gestão, em âmbito federal, do Plano Nacional de Sanea-
mento Básico;

II - acompanhar o processo de articulação e as medidas que visem à destinação dos recursos para o
saneamento básico, no âmbito do Poder Executivo federal;

III - garantir a racionalidade da aplicação dos recursos federais no setor de saneamento básico, com
vistas à universalização dos serviços e à ampliação dos investimentos públicos e privados no setor;

IV - elaborar estudos técnicos para subsidiar a tomada de decisões sobre a alocação de recursos fe-
derais no âmbito da política federal de saneamento básico; e

V - avaliar e aprovar orientações para a aplicação dos recursos federais em saneamento básico.”

“Art. 53-C.  Regimento interno disporá sobre a organização e o funcionamento do Cisb.”

“ Art. 53-D.  Fica estabelecida como política federal de saneamento básico a execução de obras de
infraestrutura básica de esgotamento sanitário e abastecimento de água potável em núcleos urbanos for-
mais, informais e informais consolidados, passíveis de serem objeto de Regularização Fundiária Urbana
(Reurb), nos termos da Lei nº 13.465, de 11 de julho de 2017  , salvo aqueles que se encontrarem em
situação de risco.

Parágrafo único. Admite-se, prioritariamente, a implantação e a execução das obras de infraestrutu-


ra básica de abastecimento de água e esgotamento sanitário mediante sistema condominial, entendido
como a participação comunitária com tecnologias apropriadas para produzir soluções que conjuguem
redução de custos de operação e aumento da eficiência, a fim de criar condições para a universaliza-
ção.”

Art. 8º A Lei nº 13.529, de 4 de dezembro de 2017  , passa a vigorar com as seguintes alterações:

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
“ Art. 1º  Fica a União autorizada a participar de fundo que tenha por finalidade exclusiva financiar
serviços técnicos profissionais especializados, com vistas a apoiar a estruturação e o desenvolvimento
de projetos de concessão e parcerias público-privadas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, em regime isolado ou consorciado.

Parágrafo único. (Revogado).” (NR)

“Art. 2º .................................................................................................................

....................................................................................................................................

§ 3º .....................................................................................................................

...................................................................................................................................

II -  por doações de qualquer natureza, inclusive de Estados, do Distrito Federal, de Municípios, de


outros países, de organismos internacionais e de organismos multilaterais;

III - pelo reembolso de valores despendidos pelo agente administrador e pelas bonificações decorren-
tes da contratação dos serviços de que trata o art. 1º desta Lei;

....................................................................................................................................

V - pelos recursos derivados de alienação de bens e direitos, ou de publicações, material técnico, da-
dos e informações; e

VI - por outros recursos definidos em lei.

§ 4º ......................................................................................................................

I -  as atividades e os serviços técnicos necessários à estruturação e ao desenvolvimento das con-


cessões e das parcerias público-privadas passíveis de contratação no âmbito da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, em regime isolado ou consorciado;

I-A - os serviços de assistência técnica a serem financiados pelo fundo;

I-B - o apoio à execução de obras;

....................................................................................................................................

III-A -  as regras de participação do fundo nas modalidades de assistência técnica apoiadas;

IV -  o chamamento público para verificar o interesse dos entes federativos, em regime isolado ou con-
sorciado, em realizar concessões e parcerias público-privadas, exceto em condições específicas a serem
definidas pelo Conselho de Participação no fundo a que se refere o art. 4º desta Lei;

.....................................................................................................................................

VI -  as sanções aplicáveis na hipótese de descumprimento dos termos pactuados com os beneficiá-


rios;

VII - a contratação de instituições parceiras de qualquer natureza para a consecução de suas finalida-
des; e

VIII - a contratação de serviços técnicos especializados.

....................................................................................................................................

89
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 10.  O chamamento público de que trata o inciso IV do § 4º deste artigo não se aplica à hipótese de
estruturação de concessões de titularidade da União, permitida a seleção dos empreendimentos direta-
mente pelo Conselho de Participação no fundo de que trata o art. 4º desta Lei.

§ 11. Os recursos destinados à assistência técnica relativa aos serviços públicos de saneamento
básico serão segregados dos demais e não poderão ser destinados para outras finalidades do fundo.”
(NR)

Art. 9º A Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005  , passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 1º .................................................................................................................

...................................................................................................................................

§ 4º  Aplicam-se aos convênios de cooperação, no que couber, as disposições desta Lei relativas aos
consórcios públicos.” (NR)

“Art. 8º .................................................................................................................

§ 1º  O contrato de rateio será formalizado em cada exercício financeiro, e seu prazo de vigência não
será superior ao das dotações que o suportam, com exceção dos contratos que tenham por objeto exclu-
sivamente projetos consistentes em programas e ações contemplados em plano plurianual.

............................................................................................................................” (NR)

“Art. 11. ...............................................................................................................

.....................................................................................................................................

§ 2º  A retirada ou a extinção de consórcio público ou convênio de cooperação não prejudicará as obri-
gações já constituídas, inclusive os contratos, cuja extinção dependerá do pagamento das indenizações
eventualmente devidas.” (NR)

“Art. 13. ...............................................................................................................

...................................................................................................................................

§ 6º  (Revogado).

...................................................................................................................................

§ 8º  Os contratos de prestação de serviços públicos de saneamento básico deverão observar o art.
175 da Constituição Federal, vedada a formalização de novos contratos de programa para esse fim.”
(NR)

Art. 10. O § 1º do art. 1º da Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015  (Estatuto da Metrópole), passa a
vigorar acrescido do seguinte inciso III:

“Art. 1º .................................................................................................................

§ 1º .......................................................................................................................

.....................................................................................................................................

III -  às unidades regionais de saneamento básico definidas pela Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de


2007.

..........................................................................................................................” (NR)

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
Art. 11. A Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010  , passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 19. ...............................................................................................................

...................................................................................................................................

XIX -  periodicidade de sua revisão, observado o período máximo de 10 (dez) anos.

..........................................................................................................................” (NR)

“ Art. 54.  A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos deverá ser implantada até 31 de
dezembro de 2020, exceto para os Municípios que até essa data tenham elaborado plano intermunicipal
de resíduos sólidos ou plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos e que disponham de me-
canismos de cobrança que garantam sua sustentabilidade econômico-financeira, nos termos do art. 29
da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007  , para os quais ficam definidos os seguintes prazos:

I - até 2 de agosto de 2021, para capitais de Estados e Municípios integrantes de Região Metropolita-
na (RM) ou de Região Integrada de Desenvolvimento (Ride) de capitais;

II - até 2 de agosto de 2022, para Municípios com população superior a 100.000 (cem mil) habitantes
no Censo 2010, bem como para Municípios cuja mancha urbana da sede municipal esteja situada a me-
nos de 20 (vinte) quilômetros da fronteira com países limítrofes;

III - até 2 de agosto de 2023, para Municípios com população entre 50.000 (cinquenta mil) e 100.000
(cem mil) habitantes no Censo 2010; e

IV - até 2 de agosto de 2024, para Municípios com população inferior a 50.000 (cinquenta mil) habitan-
tes no Censo 2010.

§ 1º (VETADO).

§ 2º Nos casos em que a disposição de rejeitos em aterros sanitários for economicamente inviável,
poderão ser adotadas outras soluções, observadas normas técnicas e operacionais estabelecidas pelo
órgão competente, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os
impactos ambientais.” (NR)

Art. 12. Fica autorizada a transformação, sem aumento de despesa, por ato do Poder Executivo fede-
ral, de cargos do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS) com valores remuneratórios totais
correspondentes a:

I - 4 (quatro) Cargos Comissionados de Gerência Executiva (CGE), dos quais:

a) 2 (dois) CGE I; e

b) 2 (dois) CGE III;

II - 12 (doze) Cargos Comissionados Técnicos (CCT) V; e

III - 10 (dez) Cargos Comissionados Técnicos (CCT) II.

Art. 13. Decreto disporá sobre o apoio técnico e financeiro da União à adaptação dos serviços públicos
de saneamento básico às disposições desta Lei, observadas as seguintes etapas:

I - adesão pelo titular a mecanismo de prestação regionalizada;

II - estruturação da governança de gestão da prestação regionalizada;

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
III - elaboração ou atualização dos planos regionais de saneamento básico, os quais devem levar em
consideração os ambientes urbano e rural;

IV - modelagem da prestação dos serviços em cada bloco, urbano e rural, com base em estudos de
viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA);

V - alteração dos contratos de programa vigentes, com vistas à transição para o novo modelo de pres-
tação;

VI - licitação para concessão dos serviços ou para alienação do controle acionário da estatal prestado-
ra, com a substituição de todos os contratos vigentes.

§ 1º Caso a transição referida no inciso V do caput deste artigo exija a substituição de contratos com
prazos distintos, estes poderão ser reduzidos ou prorrogados, de maneira a convergir a data de término
com o início do contrato de concessão definitivo, observando-se que:

I - na hipótese de redução do prazo, o prestador será indenizado na forma do art. 37 da Lei nº 8.987,
de 13 de fevereiro de 1995  ; e

II - na hipótese de prorrogação do prazo, proceder-se-á, caso necessário, à revisão extraordinária, na


forma do inciso II do caput do art. 38 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007  .

§ 2º O apoio da União será condicionado a compromisso de conclusão das etapas de que trata
o caput deste artigo pelo titular do serviço, que ressarcirá as despesas incorridas em caso de descumpri-
mento desse compromisso.

§ 3º Na prestação dos serviços públicos de saneamento básico, os Municípios que obtiverem a apro-
vação do Poder Executivo, nos casos de concessão, e da respectiva Câmara Municipal, nos casos de
privatização, terão prioridade na obtenção de recursos públicos federais para a elaboração do plano
municipal de saneamento básico.

§ 4º Os titulares que elegerem entidade de regulação de outro ente federativo terão prioridade na ob-
tenção de recursos públicos federais para a elaboração do plano municipal de saneamento básico.

Art. 14. Em caso de alienação de controle acionário de empresa pública ou sociedade de economia
mista prestadora de serviços públicos de saneamento básico, os contratos de programa ou de concessão
em execução poderão ser substituídos por novos contratos de concessão, observando-se, quando aplicá-
vel, o Programa Estadual de Desestatização.

§ 1º Caso o controlador da empresa pública ou da sociedade de economia mista não manifeste a


necessidade de alteração de prazo, de objeto ou de demais cláusulas do contrato no momento da aliena-
ção, ressalvado o disposto no § 1º do art. 11-B da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007  , fica dispensa-
da anuência prévia da alienação pelos entes públicos que formalizaram o contrato de programa.

§ 2º Caso o controlador da empresa pública ou da sociedade de economia mista proponha alteração


de prazo, de objeto ou de demais cláusulas do contrato de que trata este artigo antes de sua alienação,
deverá ser apresentada proposta de substituição dos contratos existentes aos entes públicos que formali-
zaram o contrato de programa.

§ 3º Os entes públicos que formalizaram o contrato de programa dos serviços terão o prazo de 180
(cento e oitenta) dias, contado do recebimento da comunicação da proposta de que trata o § 2º deste
artigo, para manifestarem sua decisão.

92
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 4º A decisão referida no § 3º deste artigo deverá ser tomada pelo ente público que formalizou o con-
trato de programa com as empresas públicas e sociedades de economia mista.

§ 5º A ausência de manifestação dos entes públicos que formalizaram o contrato de programa no pra-
zo estabelecido no § 3º deste artigo configurará anuência à proposta de que trata o § 2º deste artigo.

§ 6º (VETADO).

§ 7º (VETADO).

Art. 15. A competência de que trata o § 3º do art. 52 da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007,  somen-
te será exercida caso as unidades regionais de saneamento básico não sejam estabelecidas pelo Estado
no prazo de 1 (um) ano da publicação desta Lei.

Art. 16. (VETADO).

Art. 17. Os contratos de concessão e os contratos de programa para prestação dos serviços públicos
de saneamento básico existentes na data de publicação desta Lei permanecerão em vigor até o advento
do seu termo contratual.

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 18. Os contratos de parcerias público-privadas ou de subdelegações que tenham sido firmados
por meio de processos licitatórios deverão ser mantidos pelo novo controlador, em caso de alienação de
controle de empresa estatal ou sociedade de economia mista.

Parágrafo único. As parcerias público-privadas e as subdelegações previstas neste artigo serão manti-
das em prazos e condições pelo ente federativo exercente da competência delegada, mediante sucessão
contratual direta.

Art. 19. Os titulares de serviços públicos de saneamento básico deverão publicar seus planos de
saneamento básico até 31 de dezembro de 2022, manter controle e dar publicidade sobre o seu cumpri-
mento, bem como comunicar os respectivos dados à ANA para inserção no Sinisa.

Parágrafo único. Serão considerados planos de saneamento básico os estudos que fundamentem a
concessão ou a privatização, desde que contenham os requisitos legais necessários.

Art. 20. (VETADO).

Art. 21. (VETADO).

Art. 22. (VETADO).

Art. 23. Revogam-se:

I - o § 2º do art. 4º da Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000  ;

II - o § 1º  (antigo parágrafo único) do art. 3º da Lei nº 10.768, de 19 de novembro de 2003;

III - os seguintes dispositivos da Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005  :

a) o § 1º do art. 12  ;

b) o § 6º do art. 13  ;

IV - os seguintes dispositivos da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007  :

a) os §§ 1º e 2º do art. 10  ;

93
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
b) os arts. 14, 15 e 16;

c) os incisos I e II do caput do art. 21;

d) o inciso I do caput do art. 31;

e) o inciso I do caput do art. 35;

V - os seguintes dispositivos da Lei nº 13.529, de 4 de dezembro de 2017  :

a) o parágrafo único do art. 1º  ;

b) o § 3º do art. 4º.

Art. 24. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 15 de julho de 2020; 199º da Independência e 132º da República.

JAIR MESSIAS BOLSONARO

André Luiz de Almeida Mendonça

Paulo Guedes

Tarcisio Gomes de Freitas

Ricardo de Aquino Salles

Rogério Marinho

Decreto nº 8163/2017, de 19 de dezembro de 2017. - Aprova o Plano Municipal de Sanea-


mento Básico do Município de Novo Hamburgo

DECRETO Nº 8163/2017, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2017.

Aprova o Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Novo Hamburgo.

A PREFEITA MUNICIPAL DE NOVO HAMBURGO, no uso das atribuições que lhe confere o inciso IV
do artigo 59, da Lei Orgânica Municipal.

CONSIDERANDO o disposto no inciso I do artigo 9º da Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que


atribui o dever do titular dos serviços em elaborar o plano de saneamento básico;

CONSIDERANDO que o § 2º do artigo 26 do Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010 - com reda-


ção dada pelo Decreto nº 8.629, de 30 de dezembro de 2015, condiciona, a partir de 31 de dezembro
de 2017, à existência de plano de saneamento básico elaborado pelo titular dos serviços, o acesso a
recursos orçamentários da União ou a recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou
entidade da Administração Pública Federal, quando destinados a serviços de saneamento básico, DE-
CRETA:

Art. 1º Este Decreto aprova o Plano de Saneamento Básico do Município de Novo Hamburgo, anexo
ao presente Decreto.

Art. 2º O Plano de Saneamento Básico está disponível na íntegra no sítio eletrônico www.novohambur-
go.rs.gov.br, no menu editais.

Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
GABINETE DA PREFEITA MUNICIPAL DE NOVO HAMBURGO, aos 19 (dezenove) dias do mês de de-
zembro do ano de 2017.

FÁTIMA DAUDT

Prefeita

LINÉO BAUM

Lei Municipal nº 333/2000 - Institui O Regime Jurídico Estatutário dos Servidores Públi-
cos Municipais e dá outras providências

LEI Nº 333, DE 19 DE ABRIL DE 2000.

INSTITUI O REGIME JURÍDICO ESTATUTÁRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS E DÁ


OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O PREFEITO MUNICIPAL DE NOVO HAMBURGO: Faço saber que o Poder Legislativo aprovou e eu
sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico Estatutário dos servidores públicos municipais e dos servido-
res exercentes de cargos em comissão, na Administração Direta, autarquias e fundações públicas muni-
cipais, e tem como objetivo reger as relações entre estes e o Município de Novo Hamburgo.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor público municipal é toda a pessoa natural legalmente investi-
da em cargo isolado ou de carreira, bem como aquela estabilizada no serviço público municipal por força
do previsto no artigo 19 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Federal.

§ 1º Define-se servidor efetivo, para os efeitos desta Lei, aquele que ingressa no serviço público muni-
cipal mediante prévio concurso público de provas ou de provas e títulos.

§ 2º Define-se servidor estabilizado, para os efeitos desta Lei, aquele que, por força do artigo 19 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, adquiriu estabilidade constitu-
cional no serviço público municipal.

§ 3º Define-se servidor em comissão, para os efeitos desta Lei, aquele que ocupa cargo em comissão,
declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

§ 4º Para os efeitos desta Lei, a expressão “servidor público” alcança tão somente os servidores efe-
tivos e os servidores estabilizados, enquanto a expressão “servidor” abrange, indistintamente, todos os
servidores efetivos e estabilizados, bem assim os servidores em comissão.

Art. 3º Cargo público, como unidade básica da estrutura orgânica funcional, é o conjunto de atribui-
ções, deveres e responsabilidade conferidos a um servidor, criado por lei, em número determinado e com
denominação própria, mediante retribuição pecuniária paga pelo Erário municipal.

Art. 4º Os cargos públicos municipais são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos es-
tabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

Art. 5º Os servidores públicos municipais são organizados em carreiras funcionais ou de forma isola-
da.

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
Art. 6º Os quadros funcionais são organizados em categorias de cargos, dispostas de acordo com a
natureza profissional e a complexidade de suas atribuições e responsabilidades, na forma da lei.

Art. 7º Os cargos organizados em carreira asseguram aos servidores públicos desenvolvimento funcio-
nal com evolução vertical, dentro da respectiva categoria, na forma a nas condições fixadas na legislação
que dispõe sobre os respectivos planos de carreiras.

Art. 8º As carreiras poderão compreender categorias de cargos do mesmo grupo profissional, reunidos
em segmentos distintos, de acordo com a habilitação, qualificação ou titulação exigidas para ingresso e
acesso nos níveis correspondentes.

Art. 9º Categoria é a divisão básica da carreira, agrupando os cargos de mesma denominação e idênti-
ca natureza, segundo os níveis de atribuições e faixas de vencimentos básicos.

Art. 10 Os cargos isolados são os que, organizados em categorias, somente possibilitam aos servido-
res públicos o desenvolvimento funcional com evolução horizontal dentro do respectivo nível, na forma a
nas condições fixadas na legislação que dispõe sobre os respectivos planos de carreiras.

Art. 11 Os cargos em comissão e as funções de confiança são os que, pela natureza da fidúcia ineren-
te à função, têm caráter provisório quanto ao exercício e precário quanto ao desempenho, não gerando
para o servidor direito à efetividade e estabilidade no cargo ou na função.

§ 1º Os cargos em comissão e as funções de confiança são declarados de livre nomeação e exonera-


ção.

§ 2º Os cargos em comissão e as funções de confiança são exercidos para atender encargos de dire-
ção, chefia e assessoramento.

Art. 12 O provimento dos cargos em comissão poderá ser procedido com pessoas estranhas ao qua-
dro funcional.

Art. 13 Quadro é o conjunto de cargos, integrantes da estrutura orgânica funcional, distribuído por
categorias profissionais, que veda desenvolvimento funcional de uma para outra.

§ 1º Os cargos de provimento efetivo integram o quadro de cargos permanentes.

§ 2º Os cargos dos servidores estabilizados no serviço público do Município por força do previsto no
artigo 19 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Federal, igualmente integram o quadro de
cargos permanentes.

§ 3º Os cargos de provimento em comissão e as funções de confiança integram o quadro de cargos e


funções temporários.
CAPÍTULO II
DO PROVIMENTO
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 14 São requisitos essenciais para ingresso no quadro de servidores efetivos:

I - ser brasileiro ou estrangeiro, na forma da lei;

II - aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos;

III - gozo dos direitos políticos;

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
IV - quitação com as obrigações eleitorais e militares;

V - idade mínima de 18 (dezoito) e máxima de 55 (cinqüenta e cinco) anos, comprovados na data da


inscrição para o concurso público, idade máxima esta exigida tão somente para aqueles cargos que por
sua natureza e atribuições exijam capacitação física compatível; (Redação dada pela Lei nº 997/2003)

VI - boa saúde física e mental, comprovada através de inspeção médica oficial; (Redação dada pela
Lei Complementar nº 3364/2021)

§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos, fixados em lei ou indica-
dos no regulamento do concurso. (Redação dada pela Lei Complementar nº 3364/2021)

§ 2º A boa saúde física e mental será aferida por meio de exames admissionais estabelecidos em
regulamento específico. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 3364/2021) (Regulamentada pelo
Decreto nº 10.059/2022)

Art. 15. Ficam reservadas, às pessoas com deficiência, 10% (dez por cento) das vagas oferecidas, por
cargo, nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos no âmbito da administração pública
municipal, cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência. (Redação dada pela Lei Complementar
nº 3364/2021)

Art. 16 O provimento dos cargos públicos far-se-á por ato da autoridade competente.

Art. 17 A investidura em cargo público, cumpridas as exigências legais, ocorrerá com a posse.

Art. 18 São formas de provimento de cargo público:

I - nomeação;

II - ascensão; (Revogado pela Lei Complementar nº 3364/2021)

III - transferência; (Revogado pela Lei Complementar nº 3364/2021)

IV - readaptação;

V - reversão;

VI - reaproveitamento;

VII - reintegração, e

VIII - recondução;

IX - enquadramento.
SEÇÃO II
DA NOMEAÇÃO

Art. 19 A nomeação far-se-á:

I - em caráter permanente, quando tratar-se de cargo do quadro permanente, de carreira ou isolado;


ou

II - em caráter temporário, quando tratar-se de cargo em comissão ou função de confiança, declarados


em lei de livre nomeação e exoneração.

Art. 20 A nomeação para cargo permanente far-se-á no nível de acesso correspondente e no plano
inicial da carreira, conforme o caso.

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Parágrafo único. Os demais requisitos para ingresso e desenvolvimento do servidor público na car-
reira, mediante promoção, progressão ou enquadramento, são aqueles fixados na legislação que dispõe
sobre os respectivos planos de carreira. (Redação dada pela Lei Complementar nº 3364/2021)
SEÇÃO III
DO CONCURSO PÚBLICO (REGULAMENTADO PELO DECRETO Nº 1487/2002 Nº 4113/2009)

Art. 21 O concurso público será de provas, ou de provas e títulos, realizado em uma ou mais etapas,
conforme dispuser o regulamento geral e o edital, observados os princípios constitucionais.

Art. 22 O concurso público terá a validade mínima de um e máxima de dois anos, podendo ser prorro-
gado uma única vez, por igual período.

§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, o qual
reger-se-á por normas gerais fixadas em regulamento e por normas especiais exaradas pela autoridade
competente, que será publicado por extrato em jornal de grande circulação local.

§ 2º Todos os procedimentos pertinentes à realização dos concursos poderão ser executados por
entidade legalmente habilitada para este fim e deverão referir os conteúdos, as fontes e referências
bibliográficas atinentes, os critérios de aplicação e correção das provas, recursos, bem como a forma de
publicação dos resultados.
SEÇÃO IV
DA POSSE E DO EXERCÍCIO

Art. 23 Posse é a aceitação expressa das atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo
público, com o compromisso de bem servir, formalizada com a assinatura do respectivo termo pela autori-
dade competente e pelo servidor empossando.

§ 1º A posse ocorrerá no prazo de dez dias contados da formalização do ato de provimento, prorrogá-
vel por igual período, a requerimento prévio do interessado.

§ 2º A posse será obrigatoriamente pessoal.

§ 3º Em se tratando de servidor público em licença, ou em qualquer outro afastamento legal, o prazo


será contado do término do impedimento, assegurada a vaga correspondente.

§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação e ascensão.

§ 5º No ato da posse o servidor apresentará, obrigatoriamente, declaração sobre exercício de outro


cargo, emprego ou função pública e, se nomeado para cargo em comissão ou função de confiança, de-
claração de bens ou valores que constituem seu patrimônio.

§ 6º A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica, com o ressarcimento ao erário
municipal dos custos despendidos para a realização da inspeção, pelo interessado. (Redação dada pela
Lei Complementar nº 3364/2021)

§ 7º Só poderá se empossado aquele servidor que for julgado apto física e mentalmente, para o exer-
cício do cargo.

Art. 24 Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo.

§ 1º É de cinco dias o prazo para o servidor entrar em exercício, contados da data da posse.

§ 2º Será tornado sem efeito o ato de provimento, se não correrem a posse e/ou o exercício, nos pra-
zos previstos nesta Lei.

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§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for designado o servidor, compete dar-
-lhe exercício.

§ 4º O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão registrados no assentamento individual do


servidor.

§ 5º Ao entrar em exercício o servidor apresentará, ao órgão competente, os elementos necessários


ao assentamento individual.

Art. 25 O servidor público que, por prescrição regulamentar deva prestar caução como garantia, não
poderá entrar em exercício sem prévia satisfação desta exigência.

§ 1º A caução poderá ser feita por uma das modalidades seguintes:

I - caução fidejussória;

II - depósito em moeda corrente;

III - garantia hipotecária;

IV - título de dívida pública;

V - seguro fidelidade funcional, emitido por instituição legalmente autorizada.

§ 2º Na hipótese de seguro, as contribuições referentes ao respectivo prêmio serão descontadas do


servidor público segurado, em folha de pagamento.

§ 3º É vedado o levantamento da caução antes da tomada de contas do servidor público.

§ 4º O responsável por desvio patrimonial não ficará isento da ação administrativa ou penal, ainda que
o valor da caução seja superior ao do prejuízo causado ou que ocorra o correspondente ressarcimen-
to.

§ 5º Em qualquer caso, o servidor público que em razão das atribuições próprias do cargo, receba
ou pague valores pecuniários, ou mantenha títulos cambiariformes, cheques, ou moeda em espécie sob
guarda, perceberá, enquanto no exercício, um adicional de dez por cento do respectivo vencimento pa-
drão, a título de “quebra de caixa”, o qual não se incorpora à remuneração para qualquer fim ou efeito.

Art. 27 O servidor público transferido, removido, redistribuído, requisitado ou cedido, que deve ter
exercício outro órgão ou entidade, ou em outra localidade, quando em virtude de férias, casamento ou
luto, terá dez dias, a partir do término do impedimento ou afastamento, para entrar em exercício, acresci-
do de igual período quando necessário o deslocamento para nova localidade.

§ 1º O servidor público poderá ausentar-se do Município para estudos vinculados à sua área de atri-
buições ou em missão oficial mediante prévia e expressa autorização do Prefeito Municipal.

§ 2º A ausência não poderá exceder de dois anos e, findo o estudo ou missão oficial, somente decorri-
do igual período será admitida nova ausência.

§ 3º Ao servidor público beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração do car-
go antes de decorrido período igual ao da ausência, ressalvada a hipótese de ressarcimento das despe-
sas havidas com seu afastamento para estudo ou missão oficial.

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SEÇÃO V
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO (REGULAMENTADO PELO DECRETO Nº 648/2000 E
Nº 3400/2008 Nº 8455/2018)

Art. 28 Ao entrar em exercício, o servidor público nomeado para o cargo de provimento efetivo subme-
ter-se-á a estágio probatório por período de três anos de efetivo exercício no cargo, durante o qual sua
aptidão e capacidade serão objeto de avaliação permanente para o desempenho do cargo, no mínimo a
cada quatro meses, observados ainda os seguintes requisitos, e demais fatores e condições fixadas em
regulamento:

I - idoneidade profissional;

II - disciplina;

III - organização; e

IV - aptidão e eficiência. (Redação dada pela Lei nº 1823/2008)

Parágrafo Único. Durante o estágio probatório o Servidor Público somente poderá ser nomeado para
Cargo em Comissão, Função de Confiança ou Adicional de Dedicação Plena em cargo que esteja em
correlação com o cargo para o qual foi concursado. (Redação dada pela Lei nº 2260/2011)

Art. 29 Findo o período de estágio probatório, a Comissão de Avaliação de Desempenho de Estágio


Probatório fica obrigada a pronunciar-se sobre o atendimento, pelo estagiário, dos requisitos fixados para
o estágio, conforme o regulamento, dentro do prazo de trinta dias.

§ 1º Será exonerado do serviço público municipal o servidor que, no período do estágio probatório,
não lograr nas avaliações parciais e/ou final, resultado suficiente para sua manutenção no cargo.

§ 2º A confirmação ou não confirmação do servidor em estágio probatório ficará condicionada ao pa-


recer de Comissão de Avaliação de Desempenho de Estágio Probatório através da análise dos Boletins
de Avaliação Funcional emitidos por uma Equipe de Estágio Probatório, cuja composição e competências
deverão ser fixadas em regulamento.

§ 3º Exarado o parecer, a Comissão deverá notificar o servidor estagiário do resultado, a fim de que
o mesmo, caso discorde, no prazo de 05 (cinco) dias úteis possa apresentar sua defesa e contraditório,
sendo seu silêncio presunção de aceitação.

§ 4º Caso for apresentada defesa, esta será imediatamente submetida à apreciação da Comissão
referida no caput deste artigo que deverá se manifestar através de parecer escrito, no prazo de até 30
(trinta) dias, quanto a procedência ou improcedência do pedido.

§ 5º No caso de improcedência do pedido, poderá ser interposto recurso ao Prefeito Municipal dentro
do prazo de 05 (cinco) dias úteis, contado da ciência que tiver o servidor e/ou procurador da decisão da
Comissão.

§ 6º Recebido o recurso, o Prefeito terá o prazo de 05 (cinco) dias úteis para exarar parecer defini-
tivo, mantendo ou reformando a decisão da Comissão, em caráter irrecorrível. (Redação dada pela Lei
nº 1823/2008)

Art. 29 A - Enquanto não adquirir a estabilidade, poderá o servidor público ser demitido no interesse do
serviço público, nas seguintes hipóteses:

I - inassiduidade;

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II - indisciplina;

III - insubordinação;

IV - improbidade;

V - ineficiência;

VI - falta de dedicação ao serviço ou desídia no desempenho das respectivas funções;

VII - incontinência de conduta ou mau procedimento;

VIII - advocacia administrativa;

IX - condenação criminal passada em julgado, com privação total de liberdade;

X - embriaguez habitual ou em serviço;

XI - uso indevido de substâncias entorpecentes e drogas afins;

XII - prática de jogos de azar;

XIII - ato lesivo da honra ou de boa fama praticado no serviço, contra qualquer pessoa, ou ofensas
físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

XIV - ato lesivo da honra, boa fama ou ofensas físicas, praticados contra superiores hierárquicos ou os
demais servidores, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;

XV - abandono de cargo ou função, nos termos do artigo 177 desta Lei; ou

XVI - decisão judicial transitada em julgado que declarou expressamente a perda do cargo.

§ 1º Para o servidor em estágio probatório, no caso do inciso I deste artigo, considera-se inassiduida-
de para fins de abertura de processo administrativo disciplinar, as faltas injustificadas, em cada quadri-
mestre de avaliação, acima de 05 consecutivas ou intercaladas.

§ 2º A Comissão de Avaliação de Desempenho de Estágio Probatório ao tomar conhecimento que o


servidor em estágio probatório cometeu quaisquer das faltas disciplinares previstas nos incisos I a XVI
deste artigo encaminhará ao Prefeito Municipal todos os documentos levantados para abertura de pro-
cesso administrativo disciplinar, o qual deverá ser instaurado por meio de Portaria, observadas quanto ao
procedimento os ritos dos artigos 198 a 216 desta Lei, no que couber.

§ 3º Deverá a Comissão Processante:

I - Se apurada a falta funcional, aplicar a penalidade de demissão;

II - Se não apurada a falta funcional, requerer o arquivamento do processo administrativo discipli-


nar.

§ 4º A instauração de processo administrativo disciplinar contra servidor em estágio probatório que


cometeu quaisquer das faltas disciplinares elencadas nos incisos I a XVI deste artigo não suspende a
avaliação periódica do estágio. (Redação acrescida pela Lei nº 1823/2008)

Art. 30 O servidor público não aprovado no estágio será exonerado em ato fundamentado ou, se efe-
tivo em outro cargo público, será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, consoante o disposto no
artigo 40, § 2º, depois de lhe serem assegurados defesa e contraditório, na forma preconizada pelos §§
3º, 4º, 5º e 6º do artigo 29. (Redação acrescida pela Lei nº 1823/2008)

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SEÇÃO VI
DA ESTABILIDADE

Art. 31 O servidor público habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento efe-
tivo adquire estabilidade no serviço público ao completar três anos de efetivo exercício do cargo, desde
que aprovado em estágio probatório, em ato fundamentado.

Parágrafo Único. Suspendem o cômputo do prazo acima as licenças previstas nos incisos I, II, III, IV,
V, VI, VII e VIII do artigo 117; os afastamentos previstos nos incisos I, II, III e IV do artigo 142 da Lei Mu-
nicipal nº 333/2000; os dias em que os servidores afastarem-se do serviço público, em virtude de terem
trabalhado como mesários nas eleições; o exercício de mandato de Conselheiro Tutelar; as convocações
para representações desportivas de caráter nacional, desde que autorizado pelo órgão de lotação do
servidor estagiário e a prisão provisória. (Redação acrescida pela Lei nº 1823/2008)

Art. 32 O servidor público estável somente perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada
em julgado, ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe tenham sido assegurados ampla defesa
e contraditório.
SEÇÃO VII
DA TRANSFERÊNCIA (REVOGADA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 3364/2021)
SEÇÃO VIII
DA READAPTAÇÃO

Art. 34. Readaptação é a investidura do servidor público para exercício de cargo cujas atribuições e
responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
mental, verificada em inspeção médica oficial, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua
a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do car-
go de origem. (Redação dada pela Lei Complementar nº 3364/2021)
SEÇÃO IX
DA REVERSÃO

Art. 35. Reversão é o retorno à atividade de servidor público aposentado por incapacidade permanente
quando, por decisão administrativa ou judicial, forem declarados insubsistentes os motivos determinantes
da aposentadoria. (Redação dada pela Lei Complementar nº 3364/2021)

§ 1º A reversão de servidor público aposentado por tempo de serviço poderá se dar a pedido, atendido
o interesse do serviço, condicionada sempre à existência de vaga. (Revogado pela Lei Complementar
nº 3364/2021)

§ 2º Em nenhum caso far-se-á a reversão sem que, mediante inspeção médica realizada pelo IPA-
SEM, fique comprovada a capacidade física e mental do servidor público para o exercício do cargo.

Art. 36 A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.

Art. 37. Não poderá reverter o aposentado que contar 65 (sessenta e cinco) anos de idade. (Redação
dada pela Lei Complementar nº 3364/2021)

Art. 38 A reversão não dará direito à contagem de tempo em que o servidor público esteve aposenta-
do, quando da nova aposentadoria, naquelas hipóteses em que a primeira aposentadoria tenha decorrido
de ato nulo, ilícito ou irregular.

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SEÇÃO X
DA REINTEGRAÇÃO

Art. 39 Reintegração é a reinvestidura do servidor público estável no cargo anteriormente ocupado,


quando invalidada a sua demissão, por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as
vantagens.

Parágrafo Único. Encontrando-se provido o cargo o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo
de origem, sem direito a indenização, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade
remunerada.
SEÇÃO XI
DA RECONDUÇÃO

Art. 40 Recondução é o retorno do servidor público ao cargo originalmente ocupado.

§ 1º A recondução decorrerá de:

a) inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo, e,

b) reintegração de outro servidor público no cargo ocupado.

§ 2º Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor público será aproveitado em outro, obser-
vado o disposto no artigo 42.
SEÇÃO XII
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO

Art. 41 Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor público ficará em disponibilidade,
com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

Art. 42 O retorno à atividade de servidor público em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento
obrigatório, em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Parágrafo Único. Para aproveitamento observar-se-á a ordem de preferência, primeiro àquele servi-
dor público que estiver há mais tempo em disponibilidade, e após àquele que contar com mais tempo de
efetivo serviço público municipal.

Art. 43. O aproveitamento do servidor público que se encontre em disponibilidade há mais de doze
meses dependerá de prévia comprovação de sua capacidade física e mental, verificada em inspeção
médica oficial. (Redação dada pela Lei Complementar nº 3364/2021)

§ 1º Se julgado apto, o servidor público assumirá o exercício do cargo no prazo legal, consoante o
artigo 24.

§ 2º Verificada a incapacidade definitiva, o servidor público em disponibilidade será aposentado.

Art. 44. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor público
não entrar em exercício no prazo legal do artigo 24, salvo doença comprovada por inspeção médica ofi-
cial. (Redação dada pela Lei Complementar nº 3364/2021)

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CAPÍTULO III
DA VACÂNCIA

Art. 45 A vacância do cargo público decorrerá de:

I - exoneração;

II - demissão;

III - ascensão; (Revogado pela Lei Complementar nº 3364/2021)

IV - transferência; (Revogado pela Lei Complementar nº 3364/2021)

V - readaptação;

VI - aposentadoria;

VII - posse em outro cargo público inacumulável; e

VIII - falecimento.

Art. 46 A exoneração de servidor público dar-se-á a pedido do próprio servidor público, ou de ofício.

Parágrafo Único. A exoneração de ofício será aplicada:

a) quando não satisfeitas as condições de estágio probatório;

b) quando, por decurso de prazo, ficar extinta a punibilidade para demissão por abandono de cargo;
e

c) quando não entrar no exercício no prazo estabelecido.

Art. 47 A exoneração de cargo em comissão dar-se-á:

a) a juízo da autoridade competente; ou

b) a pedido do próprio servidor.

Parágrafo Único. O afastamento do servidor público de função de confiança dar-se-á:

I - a pedido;

II - mediante livre exoneração; ou

III - nos casos de:

a) cumprimento de prazo de rotatividade na função; ou

b) por falta de exação no exercício de suas atribuições ou falta de fidúcia, segundo resultado de ava-
liação procedida pela autoridade competente, fundamentadamente.

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CAPÍTULO IV
DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO
SEÇÃO I
DA REMOÇÃO

Art. 48 Remoção é o deslocamento do servidor público, a pedido ou de ofício, com preenchimento de


claro de lotação, no âmbito do mesmo quadro funcional.

Parágrafo Único. A remoção mediante permuta será precedida de pedido escrito de ambos os servido-
res públicos interessados.
SEÇÃO II
DA REDISTRIBUIÇÃO

Art. 49 A redistribuição é a movimentação do servidor público, com o respectivo cargo, para o quadro
de pessoal de outro órgão ou entidade, cujos planos de cargos e vencimentos básicos sejam idênticos,
observado sempre o interesse da Administração.

§ 1º A redistribuição dar-se-á exclusivamente para ajustamento de quadros de pessoal às necessida-


des de serviço, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.

§ 2º Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servidores públicos que não puderem ser redistri-
buídos, na forma deste artigo, serão colocados em disponibilidade, até seu aproveitamento, na forma do
artigo 41.
CAPÍTULO V
DA SUBSTITUIÇÃO

Art. 50 Os ocupantes de cargos em comissão, na condição de Secretários do Município, terão substi-
tutos indicados na forma de regulamento, designados dentre servidores de livre escolha do Prefeito, da
mesma ou de unidade administrativa diversa.

§ 1º O substituto assumirá automaticamente o exercício do cargo nos afastamentos ou impedimentos


do titular.

§ 2º O substituto fará jus à gratificação pelo exercício de cargo em comissão de que trata o artigo 91,
a ser paga na proporção dos dias de efetiva substituição.

Art. 51 O disposto no artigo antecedente poderá ser estendido aos demais titulares de unidades admi-
nistrativas organizadas sob a forma de direção, chefia ou assessoramento, consoante regulamento.
CAPÍTULO VI
DA FUNÇÃO DE CONFIANÇA

Art. 52 Função de confiança é aquela que, instituída por lei para atender encargos de direção, chefia e
assessoramento, será provida consoante o artigo 11 e seus parágrafos, combinados com o artigo 19, em
caráter provisório quanto ao exercício e precário quanto ao desempenho, não gerando para o servidor
público direito de efetividade ou estabilidade na função.

§ 1º É livre a nomeação para função de confiança, exclusivamente dentre servidores efetivos, e sua
exoneração observará ao prescrito pelo parágrafo único do artigo 47.

§ 2º O servidor efetivo fará jus à gratificação de que trata o artigo 90, quando no exercício de função
de confiança, paga até o seu afastamento.

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Art. 53 O exercício de função de confiança é inacumulável com o de cargo em comissão.

Parágrafo Único. A designação para função de confiança poderá recair em servidor efetivo de outro
órgão ou entidade dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, cedido ao
Município sem prejuízo de seus estipêndios.
CAPÍTULO VII
DO SERVIDOR PÚBLICO
SEÇÃO I
DA JORNADA LABORAL

Art. 54 O servidor está sujeito ao regime padrão de jornada de trabalho de até 40 (quarenta) horas
semanais, que não poderá exceder a 08 (oito) horas diárias, em atendimento às normas constitucionais,
ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.(Redação dada pela Lei Complementar nº 3135/2018)

§ 1º Aqueles servidores públicos que estiverem sujeitos a cargas horárias diferenciadas especificadas
na lei de criação do cargo, cumprirão suas jornadas nos limites respectivos estabelecidos.(Redação dada
pela Lei Complementar nº 3135/2018)

§ 2º A critério do Chefe da Administração, poderá ser instituído regime de revezamento, escala e/ou
regime de plantão, nos órgãos da administração direta, fundacional e autárquica que, em razão da na-
tureza específica dos serviços prestados e das atividades desenvolvidas, justifique a realização deste
tipo de jornada, conforme estipulado em regulamento próprio.(Redação dada pela Lei Complementar
nº 3135/2018)

§ 3º Poderá ser instituído o regime de compensação, por necessidade do serviço, ou por solicitação
do servidor, mediante autorização escrita da autoridade superior imediata, hipótese em que a jornada
diária poderá exceder os limites acima estabelecidos, com a correspondente diminuição das horas exce-
dentes em outros dias, desde que observada a jornada mensal máxima, conforme estipulado em regula-
mento.(Redação dada pela Lei Complementar nº 3135/2018)

§ 4º Fica vedado aos servidores sujeitos ao regime de revezamento ou ao regime de plantão, por in-
compatibilidade, a concomitância com o regime de compensação.(Redação dada pela Lei Complementar
nº 3135/2018)

§ 5º A critério do Chefe da Administração e no exclusivo interesse do Serviço Público, a jornada dos


servidores poderá ser cumprida em regime especial de turno único de 6 (seis) horas diárias, sem alte-
ração remuneratória, conforme dispuser regulamento próprio. (Redação dada pela Lei Complementar
nº 3364/2021)

§ 6º É facultado ao servidor público titular de cargo de provimento efetivo requerer a redução da jorna-
da de trabalho de 40 (quarenta) horas semanais para 30 (trinta) horas semanais, com redução proporcio-
nal da remuneração, a ser concedida a critério da Administração, conforme dispuser regulamento próprio.
(Redação dada pela Lei Complementar nº 3364/2021)

Art. 55 A freqüência e a assiduidade do servidor público serão controladas:

I - pelo ponto;

II - por forma determinada em regulamento, quanto a servidores não sujeitos ao ponto.

§ 1º Ponto é o registro, mecânico ou não, que assinala o comparecimento do servidor público ao servi-
ço e pelo qual é verificada sua entrada e saída diárias.

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§ 2º É vedado abonar faltas ao serviço e dispensar o servidor público do registro do ponto, salvo nas
hipóteses legais.

Art. 56 Para assegurar o funcionamento de serviços públicos ininterruptos ou essenciais, ou em razão


de superior interesse público, o servidor público poderá permanecer à disposição da Administração em
regime de sobreaviso ou sob a forma de plantões.

§ 1º A jornada laboral realizada em regime de sobreaviso ou sob a forma de plantões não está limita-
da às oito horas diárias, não tipificando jornada extraordinária aquelas horas excedentes a esse limite, e
poderá ser prestada tanto em dependências públicas da Municipalidade quanto na residência do servidor
público, conforme dispuser a autoridade competente.

§ 2º O regime de sobreaviso não excederá de uma jornada ininterrupta de dezesseis horas, e, quando
sob a forma de plantões, não excederá de uma jornada ininterrupta de vinte e duas horas em cada qua-
renta e quatro horas.

Art. 57 Pelo serviço realizado em regime de sobreaviso ou sob a forma de plantões, o servidor público
perceberá o respectivo adicional.

Parágrafo Único. Ao servidor público em regime de sobreaviso, ou sob a forma de plantões, realizados
em dependências públicas municipais, serão fornecidas instalações apropriadas para descanso, higiene
e alimentação.
SEÇÃO II
DA JORNADA LABORAL EXTRAORDINÁRIA

Art. 58 Por necessidade de serviço, a jornada legal do servidor público poderá ser ampliada, consoan-
te o determinar a autoridade competente.

§ 1º A jornada extraordinária será remunerada com o respectivo adicional, por cada hora de trabalho
que exceder a jornada legal, salvo as exceções legais.

§ 2º Salvo casos excepcionais, a jornada extraordinária não poderá exceder de duas horas diárias.

§ 3º O servidor público que realizar jornada laboral pelo sistema de compensação de horário, não fará
jus ao adicional, considerando o limite semanal máximo.

Art. 59 A jornada extraordinária pode ser suprimida pela autoridade competente a qualquer tempo, ain-
da que habitualmente prestada, sem direito à indenização, não sendo incorporada ao vencimento básico
para qualquer efeito.

Parágrafo Único. Igualmente pode ser suprimida, nos termos e condições acima, a jornada laboral
realizada em regime de sobreaviso ou sob a forma de plantões.

Art. 60 O servidor público que, conforme enunciado no regulamento, exercer cargo em comissão,
função de confiança ou desempenhar atividade em regime de dedicação plena, não perceberá qualquer
adicional por eventual jornada laboral excedente à legal.

Parágrafo único. O exercício de cargo em comissão, função gratificada, ou o desempenho de ativida-


de em regime de dedicação plena, permite que o servidor seja convocado sempre que houver interesse
da Administração, não estando submetido aos limites de jornadas desta lei e/ou de regulamentospró-
prios, e tampouco fará jus a adicional por serviço extraordinário. (Redação dada pela Lei Complementar
nº 3135/2018)

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SEÇÃO III
DO REPOUSO REMUNERADO E INTERVALOS

Art. 61 O servidor público tem direito a repouso semanal, em um dia de cada semana, preferencial-
mente aos domingos, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.

Art. 62 Entre duas jornadas diárias de trabalho deverá haver, sempre, um intervalo mínimo de doze
horas para repouso e alimentação do servidor, salvo as exceções legais.

Art. 63 No curso de cada jornada diária de trabalho superior a seis horas, deverá haver um intervalo
mínimo de uma hora e máximo de três horas, consoante o regulamento o estabelecer, igualmente para
descanso e alimentação do servidor.

§ 1º Na hipótese acima, em cada turno de quatro horas deverá haver um intervalo de quinze minutos
para lanche do servidor, segundo dispor o regulamento.

§ 2º Os intervalos não serão considerados como tempo de serviço à disposição da Administração,


ainda que durante os mesmos o servidor permaneça no local de trabalho, não gerando direito a qualquer
contraprestação.
CAPÍTULO VIII
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO

Art. 64 Vencimento é a retribuição pecuniária obrigatória pelo exercício de cargo público, com valor
fixado em lei, definindo-se como:

I - vencimento padrão - aquele correspondente à retribuição pecuniária inicial do cargo, segundo o res-
pectivo nível de acesso ou investidura;

II - vencimento básico - aquele correspondente à retribuição pecuniária inicial do cargo, acrescido das
vantagens pessoais legalmente incorporadas.

Art. 65 Remuneração é o vencimento do cargo, acrescido das vantagens pecuniárias, permanentes ou


temporárias, estabelecidas em lei.

§ 1º A remuneração do servidor público investido em cargo de comissão ou função de confiança será


paga na forma dos artigos 90 e 91.

§ 2º O servidor público investido em cargo em comissão ou função de confiança, originário de outra


entidade ou órgão dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal ou de outros municípios, per-
ceberá sua remuneração de acordo com o estabelecido pelo artigo 141 e seus parágrafos.

Art. 66 O vencimento padrão do cargo observará o princípio da isonomia e demais preceitos constitu-
cionais.

Art. 67 Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a título de remuneração, importância superior
à soma dos valores fixados como subsídios, de qualquer natureza ou a qualquer título, para Secretários
do Município.

§ 1º Excluem-se do limite acima as vantagens previstas pelo artigo 89.

§ 2º Em qualquer hipótese a soma total de quaisquer valores percebidos como remuneração, em es-
pécie, a qualquer título, pelo servidor, não poderá ser superior aos valores percebidos como subsídio de
qualquer natureza ou a qualquer título, pelo Prefeito Municipal, inclusive no atinente às vantagens retro
referidas.

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Art. 68 O menor vencimento de cargo público municipal, denominado Valor Referencial de Vencimento,
não será inferior a um quatorze avos do valor fixado como maior vencimento de cargo público municipal,
tipificando, aquele, o piso remuneratório mínimo no âmbito do Serviço Público do Município.

Art. 69 O servidor perderá:

I - a remuneração dos dias que faltar injustificadamente ao serviço, sem prejuízo das demais penalida-
des disciplinares aplicáveis;

II - a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências no curso da jornada e entra-
das e saídas antecipadas, iguais ou superiores a cinco minutos, sem prejuízo das demais penalidades
disciplinares cabíveis.

Art. 70 Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remunera-
ção do servidor.

Parágrafo Único. Mediante autorização expressa e escrita do servidor, poderá haver descontos em
folha de pagamento a favor de terceiros, a critério da Administração e com reposição dos custos. (Pará-
grafo regulamentado pelo Decreto nº 2031/2005)

Art. 71 As reposições e indenizações devidas à Fazenda Municipal, depois de regularmente apuradas
em procedimento administrativo, serão descontadas em folha de pagamento, em parcelas mensais, mo-
netariamente corrigidas e acrescidas de juros legais de um por cento ao mês, não excedentes à décima
parte da remuneração mensal do servidor.

Art. 72 O servidor em débito com o Erário, que for demitido, exonerado ou tiver sua disponibilidade
cassada, terá o prazo de dez dias para quitá-lo.

Parágrafo Único. O não pagamento do débito no prazo preconizado implicará em sua inscrição em
Dívida Ativa e subseqüente cobrança judicial.

Art. 73 A remuneração do servidor não será objeto de arresto, seqüestro, penhora ou qualquer outro
ato de constrição, exceto nos casos de prestação de alimentos decorrentes de homologação ou decisão
judicial.
CAPÍTULO IX
DAS VANTAGENS

Art. 74 Juntamente com o vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens, confor-
me adiante enunciado:

I - indenizações;

II - auxílios pecuniários;

III - gratificações e adicionais.

§ 1º As indenizações e os auxílios não ser incorporam ao vencimento para qualquer efeito.

§ 2º As gratificações e os adicionais igualmente não geram qualquer direito à correspondente incor-


poração, a qualquer tempo ou título, salvo naquelas hipóteses expressamente previstas em lei específi-
ca.

Art. 75 As vantagens não serão computadas nem acumuladas para efeito de concessão de quaisquer
outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou igual fundamento.

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SEÇÃO I
DAS INDENIZAÇÕES

Art. 76 Constituem indenizações ao servidor:

I - ajuda de custo;

II - diárias; e,

III - transporte.

Art. 77 Os valores das indenizações assim como as condições para sua concessão serão estabeleci-
dos em regulamento, observados os limites máximos fixados em lei.
SUBSEÇÃO I
DA AJUDA DE CUSTO

Art. 78 A ajuda de custo destina-se a atender as despesas de viagem e instalação do servidor público
que, no interesse do serviço, for designado para exercer missão oficial ou estudo fora da Região Metro-
politana de Porto Alegre, por tempo que justificar a mudança temporária de residência.

Parágrafo Único. A ajuda de custo não poderá exceder o dobro da remuneração do servidor público.

Art. 79 Correm por conta da Administração as despesas com o transporte do servidor público e de sua
família, para exercer missão oficial, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais, hipótese em
que a ajuda de custo poderá exceder o limite antecedente.

Parágrafo Único. À família do servidor público que falecer enquanto residente fora do Município para
exercer missão oficial, são assegurados ajuda de custo e transporte para o respectivo retorno ao Municí-
pio, desde que dentro do prazo de seis meses contados do óbito.

Art. 80 Não será concedida ajuda de custo ao servidor público que se afastar do cargo, ou reassumi-
-lo, em virtude de mandato eletivo.
SUBSEÇÃO II
DAS DIÁRIAS

Art. 81 Ao servidor que, por determinação da autoridade competente, se deslocar em caráter eventual
ou transitório para fora do Município, no desempenho de suas atribuições, ou em missão oficial ou estu-
do no interesse do serviço, serão concedidas diárias, além do transporte, para cobrir as despesas com
estadia, alimentação e locomoção urbana.

§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamen-
to não exigir pernoite fora do Município.

§ 2º Nos casos em que o deslocamento para fora do Município constituir exigência permanente do
cargo ou função, o servidor público não fará jus a diárias.

Art. 82 O servidor que receber diárias e não se afastar do Município por qualquer motivo, fica obrigado
a restituí-las integralmente, no prazo de três dias.

Parágrafo Único. Na hipótese do servidor retornar ao Município em prazo menor do que o previsto
para o seu afastamento, restituirá ele as diárias recebidas em excesso em igual prazo.

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Art. 83 O valor da diária não poderá exceder ao valor equivalente a metade do maior vencimento de
cargo permanente, no território nacional, e ao valor igual ao maior vencimento de cargo permanente, em
território estrangeiro.
SUBSEÇÃO III
DO TRANSPORTE

Art. 84 Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor público que comprovadamente realizar


despesas com a utilização de meio próprio de transporte para a execução de serviços externos, por força
das atribuições próprias do cargo ou função, nos termos do regulamento.

§ 1º Somente fará jus à indenização de transporte pelo seu valor integral, o servidor público que,
no mês, haja efetivamente realizado serviço externo nas condições acima, durante pelo menos quinze
dias.

§ 2º Se o número de dias em serviço externo for inferior ao previsto no parágrafo anterior, a indeniza-
ção será devida na proporção de um trinta avos por dia de realização do serviço.

Art. 85 O valor integral da indenização de transporte não poderá exceder o valor do menor vencimento
de cargo permanente.

Parágrafo Único. A realização de serviços externos, na hipótese prevista pelo artigo antecedente, está
condicionada ao ato formal da autoridade competente e à necessidade de serviço, e somente será devi-
da ou exigível se expressamente autorizada por escrito, em instrumento administrativo firmado conjunta-
mente pelo servidor público, sob pena de, mesmo realizados esses serviços externos, ser vedada a paga
da indenização de transporte.
SEÇÃO II
DOS AUXÍLIOS PECUNIÁRIOS

Art. 86 Serão concedidos aos servidores ou a sua família, os seguintes auxílios pecuniários:

I - auxílio-transporte; e

II - auxílio-família. (Revogado pela Lei Complementar nº 3246/2020)


SUBSEÇÃO I
DO AUXÍLIO-TRANSPORTE

Art. 87 Será devido ao servidor público ativo auxílio-transporte pela utilização efetiva em despesas
com deslocamentos da residência para o trabalho e do trabalho a residência, através do sistema de
transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal, excluídos os serviços seletivos e os especiais.

§ 1º O valor mensal do auxílio-transporte será equivalente à parcela que exceder a seis por cento do
vencimento padrão percebido pelo servidor público, que o mesmo venha a efetivamente dispender com o
seu deslocamento.

§ 2º O auxílio-transporte fica submetido ao regime do vale-transporte instituído pela Lei Federal


nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, naquilo de couber, ficando sua concessão condicionada ao imple-
mento das condições e limites definidos pela citada Lei.

Art. 88 O auxílio-família será devido ao servidor público e pago conforme estipular a legislação previ-
denciária pertinente. (Revogado pela Lei Complementar nº 3246/2020)

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SEÇÃO III
DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS

Art. 89 Além do vencimento e vantagens estabelecidas nesta Lei, serão deferidos aos servidores, nas
condições que seguem, as seguintes gratificações e adicionais:

I - gratificação pelo exercício de função de confiança;

II - gratificação pelo exercício de cargo em comissão;

III - gratificação natalina;

IV - adicional por dedicação plena;

V - adicional pelo exercício de atividades em condições penosas, insalubres ou perigosas;

VI - adicional pela prestação de serviço extraordinário;

VII - adicional noturno; e

VIII - adicional por dia de repouso trabalhado.


SUBSEÇÃO I
DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA

Art. 90 Ao servidor efetivo investido em função de confiança, é devida uma gratificação pelo seu exer-
cício, em percentuais, coeficientes ou valores fixados em lei específica.

§ 1º No provimento da função de confiança, o servidor efetivo perceberá tão somente gratificação


pecuniária correspondente a cinqüenta por cento da remuneração fixada para a função de confiança,
enquanto perdurar o respectivo exercício, além da remuneração do seu cargo permanente.

§ 2º O servidor efetivo poderá optar pela remuneração da função de confiança, hipótese em que não
lhe será devida esta gratificação, deixando o servidor efetivo de perceber a remuneração do cargo per-
manente enquanto perdurar o exercício na função de confiança.

§ 3º Esta gratificação e tampouco a remuneração da função de confiança, se por ela optar, não se
incorporam ao vencimento do servidor efetivo, em nenhuma hipótese e para quaisquer fins, salvo expres-
sa exceção legal, devendo serem suprimidas quando cessar o exercício da função, a qualquer tempo ou
título.
SUBSEÇÃO II
DA GRATIFICAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO

Art. 91 Ao servidor público investido em cargo em comissão, é devida uma gratificação pelo seu exer-
cício, em percentuais, coeficientes ou valores fixados em lei específica.

§ 1º No provimento de cargo em comissão, o servidor público perceberá tão somente gratificação


pecuniária correspondente a cinqüenta por cento da remuneração fixada para o cargo em comissão, en-
quanto perdurar o respectivo exercício, além da remuneração do seu cargo permanente.

§ 2º O servidor público poderá optar pela remuneração do cargo em comissão, hipótese em que não
lhe será devida a gratificação prevista no “caput”, deixando o servidor público de perceber a remuneração
do cargo permanente enquanto perdurar o exercício no cargo em comissão.

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§ 3º Esta gratificação e tampouco a remuneração do cargo em comissão, se por ela optar, não se in-
corporam à remuneração do servidor, em nenhuma hipótese e para quaisquer fins, salvo expressa exce-
ção legal, devendo ser suprimidas quando cessar o exercício do cargo, a qualquer tempo ou título.
SUBSEÇÃO III
GRATIFICAÇÃO NATALINA

Art. 92 A gratificação natalina a que fizer jus o servidor, corresponderá ao décimo-terceiro vencimento
anual, objetiva atender ao mandamento constitucional pertinente ao décimo-terceiro salário, e terá como
base a remuneração a que o servidor tiver direito no mês de dezembro do ano respectivo, a razão de um
doze avos para cada mês de efetivo exercício no mesmo ano. (Redação dada pela Lei nº 662/2001)

§ 1º Considerar-se-á como mês integral, para todos os efeitos, o período de efetividade igual ou supe-
rior a quinze dias. (Redação dada pela Lei nº 662/2001) (Parágrafo único transformado em § 1º pela Lei
Complementar nº 2658/2013)

§ 2º A média da remuneração considerada para fins de cálculo do valor da gratificação natalina incluirá
a média dos adicionais por jornada extraordinária percebidos no período respectivo. (Redação acrescida
pela Lei Complementar nº 2658/2013)

Art. 93 A gratificação natalina prevista no artigo antecedente será paga, observadas as condições aci-
ma enunciadas, até o dia vinte do mês de dezembro de cada ano.

Parágrafo Único. Até o mês de julho de cada ano, poderá ser pago, como adiantamento, seis doze
avos do décimo-terceiro vencimento, desde que expressamente solicitado por escrito pelo servidor, até o
último dia útil do mês de março do correspondente ano, ou de ofício pela Administração.

Art. 94 Aos servidores admitidos ou que reverterem à atividade no decorrer do ano, será paga gratifi-
cação natalina proporcional aos meses de efetivo exercício.

Art. 95 O servidor demitido ou exonerado perceberá sua gratificação natalina, quando devida, propor-
cionalmente aos meses de efetivo exercício no ano, calculada até o mês da demissão ou exoneração.

Art. 96 A gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer outra vantagem pecuniá-
ria.
SUBSEÇÃO IV
DO ADICIONAL POR DEDICAÇÃO PLENA

Art. 97 Ao servidor público que, por designação da autoridade competente, desempenhar atividade em
regime de dedicação integral e/ou exclusiva, conforme elencadas em lei, será devido o respectivo adicio-
nal por dedicação plena, em percentuais, coeficientes ou valores fixados em lei específica.

§ 1º A designação para o exercício de atividade especial ou em regime especial é livre, ao exclusivo


critério da autoridade competente, podendo ser cassada a qualquer tempo ou título.

§ 2º O adicional previsto neste artigo não se incorpora ao vencimento do servidor público, em nenhu-
ma hipótese e para quaisquer fins, salvo expressa exceção legal, devendo ser suprimido quando cessar
o exercício da atividade, a qualquer tempo ou título.

§ 3º Enquanto auferido, o adicional por dedicação somente será considerado para cálculo das férias e
da gratificação natalina do servidor público, observadas as limitações legais.

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SUBSEÇÃO V
DOS ADICIONAIS DE PENOSIDADE, INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE

Art. 98 Os servidores públicos que executem atividades penosas ou que trabalhem com habitualida-
de em locais insalubres, ou em contato permanente com substâncias tóxicas, inflamáveis ou explosivas,
fazem jus a um adicional calculado na forma enunciada nos artigos subsequentes.

Art. 99 O servidor público que fizer jus aos adicionais de penosidade, insalubridade ou periculosidade,
deverá optar por um deles, quando for o caso, não sendo acumuláveis estas vantagens.

Parágrafo Único. O direito ao adicional de penosidade, insalubridade ou periculosidade, cessa com a


eliminação das condições ou dos riscos que deram causa à sua concessão, não se incorporando à remu-
neração do servidor público.

Art. 100 O adicional de penosidade somente será concedido quando reconhecida a penosidade da
atividade desenvolvida pelo servidor público, em laudo pericial exarado por junta médica oficial creden-
ciada, para o que:

I - tem-se por atividade penosa aquela que causar a quem a desenvolver, fadiga física e mental consi-
derada incomum e anormal, em face à maioria das demais atividades habitualmente desenvolvidas pelos
trabalhadores em geral.

§ 1º O adicional será devido à razão de dez por cento do vencimento padrão do cargo, a partir do lau-
do que reconhecer a penosidade da atividade desenvolvida pelo servidor público.

§ 2º Enquanto devido, o adicional de penosidade será considerado para cálculo das férias e da gratifi-
cação natalina do servidor público, observadas as limitações legais.

§ 3º É vedado à servidora pública gestante ou lactante desenvolver atividades com substâncias ra-
dioativas.

Art. 101. O adicional de insalubridade somente será concedido quando reconhecida a insalubridade
da atividade desenvolvida pelo servidor público, em laudo pericial elaborado por médico do trabalho e/ou
engenheiro de segurança do trabalho devidamente habilitado, com acompanhamento de assistente téc-
nico indicado por entidade classista representativa dos municipários, observados os critérios enunciados
pelos Anexos da Norma Regulamentadora 15, da Portaria nº 3.214, de 08/06/78, da Secretaria de Se-
gurança e Medicina do Trabalho, e suas subsequentes alterações, nos seus estritos termos, para o que:
(Redação dada pela Lei Complementar nº 3364/2021)

I - tem-se por atividade insalubre aquela que causar a quem a desenvolve, cotidiana e habitualmente,
reconhecido prejuízo à saúde.

§ 1º O adicional é devido:

a) à razão de um vigésimo do Valor Referencial de Vencimento, a partir do laudo que reconhecer e


insalubridade em grau mínimo da atividade desenvolvida;

b) à razão de um décimo do Valor Referencial de Vencimento, a partir do laudo que reconhecer a insa-
lubridade em grau médio da atividade desenvolvida;

c) à razão de um quinto do Valor Referencial de Vencimento, a partir do laudo que reconhecer a insa-
lubridade em grau máximo da atividade desenvolvida.

114
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§ 2º Enquanto devido, o adicional de insalubridade será considerado para cálculo das férias e da grati-
ficação natalina do servidor público, observadas as limitações legais.

Art. 102. O adicional de periculosidade somente será concedido quando reconhecida a periculosidade
da atividade desenvolvida pelo servidor público, em laudo pericial elaborado por médico do trabalho e/ou
engenheiro de segurança do trabalho devidamente habilitado, observados os critérios enunciados pelos
Anexos da Norma Reguladora 16, da Portaria nº 3.214, da Secretaria de Segurança e Medicina do Traba-
lho, e pelas disposições da Lei Federal nº 7.369, de 20/09/85, regulamentada pelo Decreto nº 92.212, de
26/12/85, e suas subsequentes alterações, nos seus estritos termos, para o que: (Redação dada pela Lei
Complementar nº 3364/2021)

I - tem-se por atividade perigosa aquela que pode atentar contra a integridade física, por contato per-
manente com substâncias tóxicas, inflamáveis ou explosivas, em condições de risco acentuado, de quem
a desenvolve cotidiana e habitualmente;

II - tem-se por atividade perigosa, igualmente, aquela que pode atentar contra a integridade física, por
risco de vida pelo exercício externo de guarda municipal, de quem a desenvolve cotidiana e habitualmen-
te. (Revogado pela Lei Complementar nº 2121/2010)

§ 1º O adicional será devido à razão de trinta por cento do vencimento padrão do cargo permanente, a
partir do laudo que reconhecer a periculosidade da atividade desenvolvida pelo servidor público.

§ 2º Enquanto devido, o adicional de periculosidade será considerado para cálculo das férias e da gra-
tificação natalina do servidor público, observadas as limitações legais.

Art. 102-A O servidor efetivo titular do cargo de “GUARDA MUNICIPAL” que desempenhar as atribui-
ções do cargo fará jus à gratificação permanente de Risco de Vida. (Redação dada pela Lei Complemen-
tar nº 3066/2017)

§ 1º A gratificação do Risco de Vida será devida à razão de:

I - 45% (quarenta e cinco por cento) do vencimento padrão do cargo permanente, a partir de 1º de
janeiro de 2015; e

II - 50% (cinquenta por cento) do vencimento padrão do cargo permanente, a partir de 1º de janeiro de
2016. (Redação dada pela Lei Complementar nº 2739/2014)

§ 2º A gratificação de Risco de Vida será computada para cálculo das férias, da gratificação natalina,
do adicional por serviço extraordinário, do adicional noturno, e do adicional por dia de repouso remunera-
do, bem como da aposentadoria, observadas as demais condições e limitações legais. (Redação acresci-
da pela Lei Complementar nº 2121/2010)
SUBSEÇÃO VI
DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO

Art. 103 O adicional pela prestação de serviço extraordinário será devido à razão de cinqüenta por
cento sobre o valor da hora normal de trabalho, por cada hora extraordinária realizada que exceder a
jornada legal, considerando para cálculo o vencimento básico do servidor público.

Parágrafo Único. Quando em regime de sobreaviso ou sob a forma de plantão, o adicional devido
corresponderá a um terço do vencimento básico do servidor público, não incidindo nessas hipóteses o
disposto no “caput” deste artigo.

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SUBSEÇÃO VII
DO ADICIONAL NOTURNO

Art. 104 Ao servidor público que realizar jornada laboral noturna, para tanto considerada aquela rea-
lizada entre as vinte e duas horas de um dia e cinco horas do dia seguinte, será devido um adicional
noturno à razão de vinte por cento do valor da respectiva hora normal diurna.

§ 1º O trabalho noturno, cuja hora é computada como cinqüenta e dois minutos e trinta segundos, po-
derá ser suprimido pela Administração a qualquer tempo, não sendo incorporado ao vencimento do servi-
dor público para quaisquer efeitos, cessando com a eliminação das condições que lhe deram causa.

§ 2º Enquanto devido, o adicional noturno será considerado para cálculo das férias e da gratificação
natalina, observadas as limitações legais.
SUBSEÇÃO VIII
DO ADICIONAL POR DIA DE REPOUSO REMUNERADO

Art. 105 O servidor público que exercer atividade laboral em dias destinados ao repouso semanal e
nos dias feriados, caso não compensado com iguais dias de descanso subseqüente, fará jus ao adicional
por dia de repouso trabalhado, de igual valor ao de um dia de trabalho normal efetivo.

Art. 105-H A incorporação dos acréscimos referidos no Art. 105-E, como vantagem pessoal, dar-se-
-á somente quando o servidor completar, por no mínimo 10 (dez) anos consecutivos ou por no míni-
mo 15 (quinze) anos intercalados, o respectivo exercício. (Redação acrescida pela Lei Complementar
nº 3153/2018) (Revogado pela Lei Complementar nº 3246/2020)
CAPÍTULO X
DAS FÉRIAS
SEÇÃO I
DO DIREITO A FÉRIAS E SUA DURAÇÃO

Art. 106 O servidor fará jus, anualmente, ao gozo de um período de férias, sem prejuízo de sua remu-
neração.

Art. 107 Após cada período de doze meses de efetivo serviço, o servidor terá direito a férias, observa-
dos os seguintes critérios:

I - férias de trinta dias, para o servidor que não contar com mais de cinco faltas injustificadas no servi-
ço, durante o respectivo período aquisitivo;

II - férias de vinte e cinco dias, para o servidor que não contar com mais de dez faltas injustificadas no
serviço, durante o respectivo período aquisitivo;

III - férias de vinte dias, para o servidor que não contar com mais de quinze faltas injustificadas no
serviço, durante o respectivo período aquisitivo.

IV - férias de quinze dias, para o servidor que não contar com mais de vinte faltas injustificadas no
serviço, durante o respectivo período aquisitivo.

§ 1º Não fará jus a férias o servidor que faltar injustificadamente ao serviço por mais de vinte dias, no
respectivo período aquisitivo.

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§ 2º Igualmente não fará jus a férias o servidor que, no respectivo período aquisitivo, estiver em dis-
ponibilidade por mais de trinta dias, sendo-lhe assegurado, entretanto, a percepção de um terço da sua
remuneração.

§ 3º É vedado descontar, no período de férias, as faltas do servidor ao serviço.

Art. 108 Não serão consideradas faltas ao serviço as ausências decorrentes de concessões, licenças
e afastamentos, previstos em lei, ocorridos no curso do respectivo período aquisitivo, naquelas hipóteses
em que o servidor continue percebendo a remuneração do cargo ou função normalmente, como se em
exercício efetivo.

Art. 109 Será descontado do período aquisitivo o tempo em que o servidor estiver ausente do serviço,
em razão daquelas concessões, licenças e afastamentos em que o servidor deixar de perceber a remu-
neração do cargo ou função exercida.

Art. 110 Não terá direito a férias o servidor que, no curso do período aquisitivo, tiver gozado de licen-
ças para tratamento de saúde, por acidente em serviço ou enfermidade profissional, ou por motivo de
doença da família, por mais de quatro meses contínuos ou seis meses descontínuos.

Parágrafo Único. Iniciar-se-á a contagem de novo período aquisitivo quando o servidor, cessado o
impedimento, retornar ao serviço efetivo.
SEÇÃO II
DA CONCESSÃO E DO GOZO DE FÉRIAS

Art. 111 As férias serão obrigatoriamente concedidas nos doze meses subseqüentes ao decurso do
período aquisitivo, e o respectivo período de gozo será único e ininterrupto.

§ 1º Por motivo de calamidade pública, comoção interna ou superior interesse público, a Administra-
ção poderá interromper o gozo de férias.

§ 2º A pedido escrito do servidor, e havendo interesse do serviço, a concessão das férias poderá sub-
dividir-se em dois períodos de no mínimo dez dias.

Art. 112 A concessão das férias, com indicação do respectivo período de gozo, será participado ao
servidor, por escrito e com antecedência mínima de quinze dias, mediante protocolo de recebimento.

§ 1º Cabe à autoridade competente fixar, a seu exclusivo critério e no interesse do serviço, o período
de gozo das férias a que fizer jus o servidor, observando a rotatividade anual da escala.

§ 2º Aos servidores casados entre si ou que entre si vivem maritalmente há mais de cinco anos, será
permitido gozar férias, preferencialmente, conjuntas, desde que atendidos os demais requisitos aquisiti-
vos desse direito por cada qual, e de que haja compatibilidade respectiva para tanto, ressalvado o inte-
resse do serviço.

Art. 113 É vedado à Administração deixar de conceder as férias a que fizer jus o servidor, sob pena de,
decorrido o respectivo período de gozo sem sua concessão, arcar com o correspondente pagamento em
dobro, desde que o requerimento para gozo das férias tenha sido previamente protocolado pelo servidor,
em tempo hábil.

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SEÇÃO III
DA REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS

Art. 114 O servidor perceberá durante as férias a remuneração integral a que fizer jus, acrescida de
um terço.

§ 1º Os auxílios pecuniários, gratificações e adicionais percebidos no período aquisitivo, serão propor-


cionalmente computados “pro rata temporis” à razão de um doze avos para cada mês de efetivo paga-
mento, pelos respectivos valores vigentes no mês antecedente ao das férias.

§ 2º A remuneração a que fizer jus o servidor lhe será paga dentro dos cinco dias anteriores ao início
do respectivo gozo, se dentro do mesmo exercício, vedada qualquer outra antecipação.

§ 3º O servidor demitido ou exonerado perceberá a remuneração das férias, acrescida de um terço,


quando devida, proporcionalmente aos meses de efetivo exercício no período aquisitivo, calculada até o
mês da demissão ou exoneração. (Redação acrescida pela Lei nº 662/2001)

Art. 115 A critério da Administração poderá haver a conversão de até um terço do período total de
férias a que fizer jus o servidor, em pagamento em pecúnia, ressalvadas aquelas hipóteses em que o
mesmo não tenha adquirido o direito a gozo.

Art. 116 Ocorrendo revisão de remuneração no curso das férias, a que faça jus o servidor no gozo das
mesmas, o valor da diferença lhe será pago dentro do mês subseqüente ao seu retorno ao serviço.
CAPÍTULO XI
DAS LICENÇAS
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 117 Conceder-se-á licença ao servidor, consoante adiante enunciado:

I - em razão de gestação;

II - por adoção;

III - em razão de paternidade;

IV - para o serviço militar;

V - para atividade política;

VI - para desempenho de mandato classista;

VII - para tratamento de saúde;

VIII - por motivo de doença em pessoa da família;

IX - para tratar de interesses particulares.

X - para acompanhamento de filho ou menor sob sua guarda judicial, tutela ou curatela, portador de
deficiência física, sensorial e/ou mental. (Redação acrescida pela Lei nº 1345/2005)

§ 1º O servidor não poderá permanecer em licença da mesma espécie por período superior a vin-
te e quatro meses, exceção das hipóteses dos incisos IV, V, VI, VII e X. (Redação dada pela Lei
nº 1345/2005)

118
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§ 2º A licença concedida dentro de sessenta dias do término de outra da mesma espécie, será consi-
derada como prorrogação da antecedente, para todos os efeitos.
SEÇÃO II
DA LICENÇA À GESTANTE

Art. 118. À servidora gestante será concedida licença durante o período de 180 (cento e oitenta) dias
consecutivos, compreendidos entre 28 (vinte e oito) dias antes e 152 (cento e cinquenta e dois) dias após
o parto, sem prejuízo da remuneração. (Redação dada pela Lei Complementar nº 3246/2020)

§ 1º O período inicial para gozo da licença poderá ser postecipado, mediante a apresentação,
pela servidora, de atestado médico que comprove sua capacidade laborativa.(Redação dada pela Lei
nº 1986/2009)

§ 2º Ocorrendo nascimento prematuro imprevisto, o período de 180 (cento e oitenta) dias de percep-
ção do vencimento será contado a partir da data do parto. (Redação dada pela Lei nº 1986/2009)

§ 3º Ocorrendo aborto não criminoso ou o falecimento do nascido durante o parto, ou no decurso da


licença maternidade, a licença ficará limitada a um período de 60 sessenta) dias consecutivos da data da
ocorrência, conforme o caso. (Redação dada pela Lei Complementar nº 3246/2020)

§ 4º O salário de contribuição a que fizer jus a servidora gestante, relativo ao período de licença que
exceder a 120 (cento e vinte) dias, será custeado diretamente pelo Erário municipal. (Redação dada pela
Lei nº 1986/2009) (Revogada pela Lei Complementar nº 3246/2020)

§ 5º A remuneração a que fizer jus a servidora em comissão gestante, relativo ao período de licença
que exceder a 120 (cento e vinte) dias, será custeado diretamente pelo órgão ou pela entidade da admi-
nistração a que é vinculada. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 3246/2020)

Art. 119 Fica assegurado à servidora, após o nascimento do filho e até que este complete seis meses
de idade, o direito de afastar-se do serviço por uma hora a cada turno de expediente, para amamenta-
ção, sem prejuízo de sua remuneração, mediante prévia convenção junto ao superior hierárquico.
SEÇÃO III
DA LICENÇA ADOTANTE

Art. 120. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção será concedida licença
durante o período de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. (Redação
dada pela Lei Complementar nº 3364/2021)

§ 1º A licença será devida à Servidora independentemente de a mãe biológica ter recebido o mesmo
benefício quando do nascimento da criança. (Redação dada pela Lei nº 1313/2005)

§ 2º A licença não será devida quando o termo de guarda não contiver a observação de que é para fins
de adoção ou só contiver o nome do cônjuge ou companheiro. (Redação dada pela Lei nº 1313/2005)

§ 3º Para a concessão da licença é indispensável a apresentação de documentação hábil em que


conste da nova certidão de nascimento da criança, ou do termo de guarda, o nome da Servidora adotan-
te ou guardiã, bem como, deste último, tratar-se de guarda para fins de adoção. (Redação dada pela Lei
nº 1313/2005)

§ 4º O salário de contribuição a que fizer jus a servidora adotante, relativo ao período de licença que
exceder a 120 (cento e vinte) dias, será custeado diretamente pelo Erário municipal. (Redação acrescida
pela Lei nº 1986/2009) (Revogado pela Lei Complementar nº 3246/2020)

119
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§ 5º A remuneração a que fizer jus a servidora em comissão adotante, relativo ao período de licença
que exceder a 120 (cento e vinte) dias, será custeado diretamente pelo órgão ou pela entidade da admi-
nistração a que é vinculada. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 3246/2020)
SEÇÃO IV
DA LICENÇA PATERNIDADE

Art. 121. Ao servidor que se tornar pai, será concedida licença de 20 (vinte) dias úteis, sem prejuízo de
sua remuneração, mediante prévia ou subsequente apresentação de certidão de nascimento do filho.

Parágrafo único. Igual licença será concedida ao servidor público nos casos de adoção ou guar-
da judicial, mediante apresentação de documentação hábil. (Redação dada pela Lei Complementar
nº 3364/2021)
SEÇÃO V
DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR

Art. 122 Ao servidor público convocado para o serviço militar ou outros encargos de segurança nacio-
nal será concedida licença, sem remuneração.

Art. 123 A licença será concedida mediante apresentação de documento oficial comprobatório da con-
vocação.

Art. 124 O servidor público desincorporado deverá reassumir o exercício efetivo do cargo dentro do
prazo de quinze dias se a desincorporação ocorrer no Estado, e dentro do prazo de trinta dias se a desin-
corporação ocorrer em outro Estado da Federação.
SEÇÃO VI
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA

Art. 125 O servidor candidato, após sua escolha homologada em convenção partidária e com o re-
gistro de sua candidatura pela Justiça Eleitoral, detentor de competência ou interesse, direta, indireta
ou eventual, no lançamento, arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas e contribuições de caráter
obrigatório, inclusive parafiscais, ou para aplicar multas relacionadas com essas atividades, terá direito a
licença remunerada de seis meses antes da eleição até o dia seguinte ao pleito, mediante percepção do
respectivo vencimento básico do cargo. (Redação dada pela Lei nº 581/2001)

Art. 126 O servidor candidato, após sua escolha homologada em convenção partidária e com o regis-
tro de sua candidatura pela Justiça Eleitoral, não detentor das competências ou interesses elencados
no artigo anterior, terá direito à licença remunerada de três meses antes da eleição até o dia seguin-
te ao pleito, mediante percepção do respectivo vencimento básico do cargo. (Redação dada pela Lei
nº 581/2001)

Art. 127 Ao servidor público, após diplomado pela Justiça Eleitoral e no exercício de mandato eletivo
político, aplicam-se as seguintes disposições: (Redação dada pela Lei nº 581/2001)

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego
ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;

120
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III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo com-
patibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de ser-
viço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados


como se no exercício estivesse.
SEÇÃO VII
DA LICENÇA PARA DESEMPENHO DE MANDATO CLASSISTA

Art. 128 É assegurado ao servidor público o direito de licenciar-se, com percepção do seu vencimento
básico, para desempenhar a direção da entidade classista representativa dos municipários.

Art. 129 Somente poderão licenciar-se servidores públicos eleitos para cargos de direção, em número
não superior a seis, e a licença terá a duração igual ao do mandato, podendo ser prorrogada em caso de
reeleição.

Art. 130 A licença somente será concedida se o servidor público comprovar a incompatibilidade de
horários e, findo o mandato, deverá retornar imediatamente ao serviço.
SEÇÃO VIII
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE

Art. 131. Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, às expensas do órgão ou da
entidade da administração a que é vinculado, a pedido e com base em inspeção médica oficial.

§ 1º Durante os primeiros quinze dias de licença o servidor perceberá remuneração de que trata o art.
65 desta Lei.

§ 2º Após o prazo a que se refere o § 1º, a remuneração do servidor público dar-se-á na forma do art.
35, I da Lei Municipal nº 154/1992.

§ 3º Após o prazo a que se refere o § 1º, a remuneração do servidor em comissão submeter-se-á aos
benefícios e prestações do sistema previdenciário a que for vinculado.

§ 4º A concessão da licença depende da verificação da condição de incapacidade, mediante perícia


oficial, podendo o servidor, às suas expensas, fazer-se acompanhar de médico de sua confiança.

§ 5º A licença para tratamento de saúde inferior a 15 (quinze) dias poderá ser dispensada de perícia
oficial, na forma definida em regulamento.

§ 6º Não será concedida licença para tratamento de saúde à segurada que se encontrar em Licença à
Gestante. (Redação dada pela Lei Complementar nº 3246/2020)

Art. 131-A Salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa
doença ou lesão, não será concedida licença ao servidor já portador, quando do ingresso no serviço
público municipal, de doença ou lesão invocada como causa para a percepção do benefício. (Redação
acrescida pela Lei Complementar nº 3246/2020)

Art. 132 A licença terá duração igual ao prazo assinado na inspeção médica referida.

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Art. 133. A licença para tratamento de saúde ao servidor público que exercer mais de uma atividade no
município será devida mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo
a perícia oficial ser conhecedora das demais atividades. (NR)

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, a licença para tratamento de saúde será concedida em
relação à atividade para a qual o servidor público estiver incapacitado e, se a incapacitação for definitiva,
deverá a licença ser mantida indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por
invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender às demais atividades. (Redação dada pela Lei
Complementar nº 3246/2020)

Art. 133-A O servidor público em gozo de licença para tratamento de saúde, concedida administrati-
va ou judicialmente, enquanto não completar 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, será obrigado, sob
pena de suspensão da licença, a submeter-se a exame médico periódico e a processo de reabilitação
profissional prescrito e custeado nos limites dos recursos locais disponíveis, com tratamento dispensado
gratuitamente. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 3246/2020)

Art. 134 No caso de nova licença dentro de sessenta dias da anterior, a remuneração do servidor será
devida exclusivamente segundo os ditames aplicáveis pelo referido sistema previdenciário a que for vin-
culado.

Art. 135 Aplicam-se as disposições acima nos casos de moléstia profissional ou acidente do traba-
lho.
SEÇÃO IX
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA

Art. 136 Será concedido ao servidor público licença por motivo de doença do cônjuge ou companheiro,
ascendente ou descendente, irmão ou outras pessoas que vivam às suas expensas e dependência eco-
nômica, desde que comprovado ser indispensável sua assistência pessoal e permanente ao enfermo.

Art. 137 Provar-se-á a doença através de inspeção médica oficial credenciada, e após, em procedi-
mento apropriado, proceder-se-á ao julgamento da indispensabilidade referida neste artigo.

Art. 138 A licença será concedida com percepção do correspondente vencimento básico pelo prazo
de até trinta dias, podendo ser prorrogada por iguais períodos, até o máximo de três meses, a critério da
autoridade competente e com base em inspeções médicas e os devidos procedimentos administrativos,
com periodicidade mínima quinzenal.

Parágrafo Único. Excepcionalmente o prazo máximo referido no “caput” deste artigo poderá ser exce-
dido, a critério da autoridade competente, com base em inspeção médica e procedimento probatório das
condições exigidas para a concessão da licença.

Art. 139 Em qualquer hipótese a licença não poderá exceder de seis meses, e não poderá ser renova-
da senão um ano da antecedente.
SEÇÃO X
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES

Art. 140 A critério da Administração, pode ser concedida, ao servidor público já estabilizado, licença
para tratar de interesses particulares, pelo prazo de um ano, sem remuneração, prorrogável por igual
período.

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§ 1º O servidor público deve aguardar em exercício a concessão da licença, salvo caso de imperiosa
necessidade, devidamente comprovado pela autoridade a que estiver subordinado, considerando-se,
caso a licença seja negada, como faltas injustificadas os dias de ausência ao serviço.

§ 2º É vedada a concessão de nova licença antes de decorridos dois anos do término da anterior.

§ 3º Durante o período de licença, fica vedada a nomeação e a contratação emergencial de servidores


visando suprir o afastamento do licenciado.

§ 4º No transcurso do décimo primeiro mês da licença, o servidor público deverá formalizar, mediante
requerimento, sua intenção de retornar ou não ao exercício no Serviço Público municipal, configurando-
-se a segunda hipótese ou a não formalização por escrito, em exoneração do cargo do qual é detentor.

§ 5º O tempo da licença não será considerado como tempo de serviço público, ou para quaisquer ou-
tros fins e/ou vantagens.

Art. 140-A Será concedida licença especial aos Servidores Públicos que possuam filhos ou menores
sob sua guarda judicial, tutela ou curatela, com deficiência física, sensorial e/ou mental que necessitem
de atenção permanente e tratamento educacional, fisioterápico e/ou terapêutico em instituição especiali-
zada e que tenham carga horária semanal de 40 (quarenta) horas, por um período não superior a 1 (um)
turno da jornada do dia em que ocorrer o correspondente ao tratamento, sem prejuízo de sua remunera-
ção. (Redação dada pela Lei Complementar nº 3364/2021)

§ 1º A licença especial, referida no caput, para que seja deferida dependerá de:

I - requerimento escrito do interessado à autoridade superior do órgão a que estiver vinculado;

II - o requerimento esteja instruído com certidão de nascimento ou termo de guarda judicial, tutela ou
curatela e atestado médico de que o filho ou menor necessite de atenção permanente e que se encontra
em tratamento educacional, fisioterápico e/ou terapêutico em instituição especializada, necessitando da
assistência direta do Servidor Público.

§ 2º O requerimento referido no inciso I, do § 1º deste artigo, deverá ser submetido à apreciação do


serviço de Assistência Social do Município para parecer e, após, encaminhado para perícia oficial, para
emissão de laudo conclusivo, como condição de deferimento do pedido. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar nº 3364/2021)

§ 3º Quando os pais ou responsáveis do portador de deficiência física, sensorial e/ou mental forem
ambos Servidores Públicos do Município, somente um deles poderá fazer uso da licença em cada perío-
do requerido.

§ 4º A licença de que trata o caput será concedida pelo prazo máximo de 6 (seis) meses, podendo ser
renovada, sucessivamente, por iguais períodos, observado sempre o procedimento de que tratam os §§
1º e 2º deste artigo.

§ 5º A licença concedida na forma do caput e seus §§ deste artigo é extensiva aos Servidores Públicos
regidos pela Lei Municipal nº 28/53, de 4 de abril de 1953. (Redação acrescida pela Lei nº 1345/2005)

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CAPÍTULO XII
DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓRGÃO

Art. 141 O servidor público poderá ser cedido com ou sem remuneração, por ato isolado ou mediante
permuta, para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, bem assim entidades assistenciais, comunitárias ou filantrópicas, nas seguin-
tes hipóteses:

a) para exercício de cargo de idêntica natureza ou com atribuições similares;

b) para exercício de cargo em comissão, função de confiança ou congêneres;

c) para implemento de obrigações assumidas em convênios, consórcios ou contratos;

d) no interesse público ou comunitário; e

e) nos casos previstos em leis específicas.

§ 1º A responsabilidade pelo ônus da cedência será estabelecida em conformidade ao que dispuser o


regulamento, e o tempo de afastamento será considerado para todos os fins e efeitos em prol do servidor
público cedido.

§ 2º As cedências, quanto ao mais, serão regidas supletivamente pela Lei Municipal nº 113/90, de 07
de dezembro de 1990, com as alterações retro enunciadas.
CAPÍTULO XIII
DAS CONCESSÕES

Art. 142 Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço, mediante comprovação:

I - por quatro dias a cada ano, para doação de sangue;

II - até dois dias, para alistamento eleitoral;

III - até cinco dias consecutivos, por motivo de falecimento de avô(ó) ou sogro(a); (Redação dada pela
Lei nº 1823/2008)

IV - até oito dias consecutivos, por motivo de:

a) casamento; e

b) falecimento de cônjuge ou companheiro(a), pais ou filhos de qualquer condição, ou menor sob guar-
da judicial ou tutela, ou de irmãos. (Redação dada pela Lei nº 1823/2008)

V - por tantos dias quantos forem os de realização de concurso público ou de provas seletivas para
ingresso em curso de segundo grau ou curso superior. (Redação acrescida pela Lei nº 1823/2008)

Art. 143 Deverá ser concedido horário de trabalho especial ao servidor público estudante, quando
comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da sua jornada normal de trabalho sem pre-
juízo do exercício do cargo, desde que não ocorra comprometimento do serviço.

§ 1º Se houver possibilidade de freqüência escolar em horário compatível com a jornada de trabalho,


não se aplicará o benefício deste artigo.

§ 2º Mediante a devida comprovação, com antecedência de três dias, o servidor estudante poderá
ausentar-se durante os dias de realização de provas finais, sem prejuízo da remuneração, tudo condicio-
nado à jornada compensatória.

124
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§ 3º O horário de trabalho especial concedido na forma do “caput” e seu § 1º deste artigo é extensivo
aos servidores públicos regidos pela Lei Municipal nº 28/53, de 04 de abril de 1953.
CAPÍTULO XIV
DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 144 O tempo de serviço do servidor público será contado segundo as normas a seguir enuncia-
das.

Art. 145 A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que será convertido em anos, considerado
o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.

Art. 146 Além das ausências ao serviço previstas nos artigos 142 e 143, são considerados como de
efetivo exercício os afastamentos em virtude de:

I - férias;

II - exercício de cargo em comissão, função de confiança ou em órgão ou entidade dos Poderes da


União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios;

III - participação de programas de treinamento ou aperfeiçoamento regularmente instituído pela Admi-


nistração;

IV - convocação para o serviço militar ou outros encargos da segurança nacional;

V - júri e outros serviços obrigatórios por lei;

VI - missão oficial;

VII - licenças:

a) à gestante, à adotante e à paternidade;

b) para tratamento de saúde; (Redação dada pela Lei Complementar nº 3364/2021)

c) para acompanhamento de filho ou menor sob sua guarda judicial, tutela ou curatela, portador de
deficiência física, sensorial e/ou mental; (Redação acrescida pela Lei nº 1345/2005)

VIII - exercício de mandato eletivo ou classista, exceto para desenvolvimento funcional mediante pro-
moção.

Art. 147 Computar-se-á tão somente para efeito de aposentadoria e disponibilidade:

I - o tempo de serviço público prestado a órgãos e entidades dos Poderes da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios, e demais casos de cedências;

II - a licença para atividade política;

III - o tempo em disponibilidade remunerada;

IV - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social, consoante a legislação


federal pertinente dispuser;

V - o tempo de serviço prestado ao Município em períodos descontínuos, intercalados ou sucessivos,


mediados por prazos superiores a sessenta dias cada, ressalvadas as exceções legais.

§ 1º Para os efeitos deste artigo o tempo de serviço não poderá ser contado com quaisquer acrésci-
mos temporais, ou tempo fictício ou em dobro.

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§ 2º O tempo em que o servidor público esteve aposentado não será computado para nova aposenta-
doria, naquelas hipóteses em que a primeira aposentadoria tenha decorrido de ato nulo, ilícito ou irregu-
lar.

§ 3º É vedada a contagem acumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de


um cargo, função ou emprego, em órgão ou entidade do Município, os Poderes da União, dos estados,
do Distrito Federal, dos demais municípios, autarquias, fundações públicas, empresas públicas, socieda-
des de economia mista ou em atividade privada.
CAPÍTULO XV
DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 148 É assegurado ao servidor o direito de requerer ante a Administração, em defesa de direito ou
de legítimo interesse, observado o que segue:

I - o requerimento será escrito e dirigido à autoridade competente para decidir;

II - a decisão deverá ser exarada dentro do prazo de trinta dias, contados da data do protocolo do re-
querimento perante a autoridade superior a que estiver subordinado o requerente;

III - em sendo requeridas ou determinadas diligências, esse prazo será prorrogado em igual tempo.

Art. 149 Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato, prolatado despacho
ou proferido a primeira decisão, que não poderá ser renovado.

Parágrafo Único. O pedido de reconsideração observará quanto ao respectivo processamento, as dis-


posições enunciadas no artigo antecedente.

Art. 150 Caberá recurso ao Prefeito Municipal ou dirigente superior de entidade, como última instância,
sendo indelegável e definitiva sua decisão.

I - do indeferimento do requerimento; e

II - do indeferimento do pedido de reconsideração.

§ 1º O recurso será apresentado perante a autoridade que houver proferido a decisão recorrida.

§ 2º Terá efeito de recurso o pedido de reconsideração quando o ato, despacho ou decisão houver
sido exarada pelo Prefeito Municipal ou dirigente superior da entidade.

§ 3º O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou recurso é de quinze dias, contados da


publicação ou ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.

Art. 151 O pedido de reconsideração e o recurso não terão efeito suspensivo, e, se providos, os efei-
tos da decisão retroagirão à data do ato, despacho ou decisão impugnada.

Art. 152 O direito de peticionar ou recorrer prescreve:

I - em um ano, quanto aos atos de demissão e cassação de disponibilidade ou que afetem direito patri-
monial ou créditos resultantes das relações estatutárias;

II - em cento e oitenta dias, nos demais casos.

§ 1º O prazo de prescrição será contado da data da publicação ou ciência do ato impugnado, pelo
interessado.

§ 2º O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis e tempestivos, interrompem a prescri-


ção.

126
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§ 3º Interrompida a prescrição, o prazo recomeça a correr pelo restante, da data em que cessar a
interrupção.

Art. 153 Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou documento, ao ser-
vidor ou ao procurador por ele constituído, nas dependências da unidade ou órgão.

Art. 154 São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo.

Art. 155 A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela Administração.

Art. 156 A Administração deverá rever seus atos, quando eivados de nulidade ou de vícios saná-
veis.
CAPÍTULO XVI
DOS DEVERES

Art. 157 São deveres do servidor:

I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo ou função;

II - lealdade às instituições a que servir;

III - observância das normas legais e regulamentares;

IV - cumprimento das ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

V - atender com presteza:

a) ao público em geral, prestando as informações requeridas ressalvadas as protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de inte-


resse pessoal;

c) às requisições para a defesa da Fazenda municipal.

VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do


cargo ou função;

VII - zelar pela economia do material e conservação do patrimônio público;

VIII - guardar sigilo sobre assuntos do órgão ou entidade;

IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

X - ser assíduo e pontual ao serviço;

XI - tratar com urbanidade as pessoas;

XII - representar contra ilegalidade ou abuso de poder;

XIII - apresentar-se ao serviço convenientemente trajado ou com uniforme regulamentar, e com asseio
e higiene adequados;

XIV - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, assim como o uso obrigatório dos
equipamentos de proteção individual fornecidos ou postos à disposição;

XV - apresentar relatórios de suas atividades nos casos e prazos regulamentares, ou quando determi-
nados pela autoridade competente;

XVI - freqüentar os cursos e treinamentos instituídos pela Administração para treinamento e aperfei-
çoamento, em estabelecimento próprio ou de terceiros;

127
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XVII - sugerir providências tendentes ao aprimoramento e melhoria do serviço; e,

XVIII - observar os requisitos enunciados no artigo 28, naquilo que couber.

Parágrafo Único. As denúncias e representações de que tratam os incisos VI e XII serão apresentados
perante o superior hierárquico, o qual, em caso de omissão ou comissão para com a devida apuração,
assumirá a condição de co-autor da irregularidade, ilegalidade, abuso de poder ou falta cometida.
CAPÍTULO XVII
DAS PROIBIÇÕES

Art. 158 Ao servidor é proibido:

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do superior hierárquico ime-
diato;

II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto do local de
trabalho;

III - recusar fé a documentos públicos;

IV - opor resistência injustificada ou retardar indevidamente ao processamento de documentos e anda-


mento de processos, execução de serviços, cumprimento de prazos legais e regulamentares, atendimen-
to de ordens superiores ou observância de normas regulamentares;

V - promover manifestações de desapreço no local de trabalho;

VI - referir-se de modo depreciativo ou desrespeitosa às autoridades públicas ou aos atos do Poder


Público, mediante manifestações escrita ou oral;

VII - cometer à pessoa estranha ao serviço, fora dos casos previstos em lei ou regulamento, o desem-
penho de encargo que seja de sua competência ou de seu subordinado;

VIII - compelir ou aliciar outro servidor no sentido de filiação a entidade classista ou a partido políti-
co;

IX - manter sob sua chefia imediata, cônjuge, companheiro ou parente até segundo grau civil, salvo se
decorrente de nomeação através de concurso público;

X - valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignida-
de da função pública;

XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a órgãos e entidades públicas, salvo quando se
tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até segundo grau civil;

XII - receber propina, comissão, honorário, presente ou vantagens de qualquer espécie ou natureza,
em razão de suas atribuições;

XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro, sem prévia licença da autoridade
competente, nos termos da lei;

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;

XV - proceder de forma desidiosa no desempenho das funções;

XVI - cometer a outro servidor, subordinado ou não, atribuições estranhas às do cargo ou função que
ocupa, exceto em situações de emergência e eminentemente transitórias;

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XVII - utilizar pessoal ou recursos materiais de órgãos ou entidades públicas em serviços ou ativida-
des particulares;

XVIII - desempenhar qualquer atividade incompatível com o exercício do cargo ou função, especial-
mente direção ou gerência de empresas comerciais, industriais, prestadoras de serviços, sociedades
civis, ou estabelecimentos individuais ou autônomos, que mantenham vínculo ante o Município;

XIX - celebrar com o Município e suas entidades, por si ou interposta pessoa, contratos de natureza
comercial, industrial, de prestação de serviços ou civil;

XX - incorrer em quaisquer uma das hipóteses tipificadas nos incisos I a XVI do artigo 29-A desta Lei.
(Redação dada pela Lei nº 1823/2008)

Art. 159 É lícito ao servidor criticar os atos do Poder Público do ponto de vista doutrinário ou da orga-
nização do serviço, em trabalho assinado.
CAPÍTULO XVIII
DA ACUMULAÇÃO

Art. 160 É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibili-
dade de horários:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou científico;

c) a de dois cargos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. (Redação


dada pela Lei nº 1823/2008)

Parágrafo Único. A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,


fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades contro-
ladas, direta ou indiretamente, pelos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municí-
pios.

Art. 161 A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da compatibilida-
de de horários.

§ 1º O regime de substituição preconizado pelos artigos 50 e 51, não tipifica acumulação de cargos,
não sendo aplicável à hipótese o disposto no artigo subseqüente.

§ 2º Nas hipóteses de regular acumulação de cargos, os respectivos vencimentos e demais vantagens


cabíveis a que fizer jus o servidor público, serão individual e proporcionalmente calculadas, “pro rata tem-
poris”, para os efeitos e nos limites desta Lei.

§ 3º Em todos os casos, e sem exceções, é vedado acumular cargos com empregos, no âmbito da
Administração Municipal.

Art. 162 O servidor público vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos, quan-
do investido em cargo em comissão ou função de confiança, ficará afastado de ambos os cargos perma-
nentes, recebendo sua remuneração nos termos da legislação referida pelos artigos 90 e 91.

Parágrafo Único. O afastamento previsto neste artigo ocorrerá apenas em relação a um dos cargos, se
houver compatibilidade de horários.

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CAPÍTULO XIX
DAS RESPONSABILIDADE

Art. 163 O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribui-
ções.

Art. 164 A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte
em prejuízo ao Erário, ao patrimônio público ou a terceiros.

§ 1º A indenização de prejuízo causado ao Município deverá ser liquidada na forma prevista nos arti-
gos 71 e 72.

§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiro, responderá o servidor perante a Fazenda municipal,


regressivamente.

§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores a qualquer título e contra eles será
executada, até o limite do valor da meação, legítima ou herança recebida.

Art. 165 A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputados ao servidor, nesta
qualidade.

Art. 166 A responsabilidade administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo,
praticado no desempenho ou em razão do cargo ou função.

Art. 167 As sanções civis, penais e administrativas poderão acumular-se, sendo independentes entre
si.

Art. 168 A responsabilidade administrativa ou civil do servidor será afastada no caso de absolvição
criminal, salvo se esta decorrer de falta ou insuficiência de provas.
CAPÍTULO XX
DAS PENALIDADES

Art. 169 São penalidades disciplinares aplicáveis ao servidor:

I - advertência escrita;

II - suspensão;

III - demissão;

IV - exoneração; (Revogado pela Lei nº 1823/2008)

V - cassação de disponibilidade ou aposentadoria;

VI - destituição de cargo em comissão ou função de confiança.

Art. 170 Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração co-
metida, os danos que dela provieram para o serviço, para o patrimônio público ou para o Erário munici-
pal, as circunstâncias agravantes ou atenuantes, e os antecedentes funcionais, não podendo ser aplica-
da mais de uma pena disciplinar pela mesma infração.

Parágrafo Único. Nos casos de infrações simultâneas, a maior absorve a menor, refletindo como cir-
cunstância agravante na gradação da penalidade.

Art. 171 A aplicação da pena disciplinar poderá ser acumulada com a perda parcial ou total de vanta-
gens, na forma da lei.

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Art. 172 A advertência ou a suspensão serão aplicadas, a critério da autoridade competente, com a
observância das disposições antecedentes, por escrito, quando da inobservância de dever funcional
previsto em lei, regulamento ou norma interna, e nos casos em que a falta não tipificar infração sujeita à
penalidade de demissão.

Art. 173 A suspensão não poderá exceder de trinta dias, no curso da qual o servidor deixará de perce-
ber qualquer remuneração, proporcional por dia de suspensão.

Art. 174 Será aplicada ao servidor público a pena de demissão nos casos de:

I - crime contra a Administração Pública;

II - abandono de cargo ou função;

III - indisciplina ou insubordinação graves ou reiteradas;

IV - inassiduidade ou impontualidade habituais;

V - improbidade administrativa;

VI - incontinência pública ou conduta escandalosa;

VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou terceiro, salvo em legítima defesa própria ou de ou-
trem;

VIII - uso ou aplicação irregular de dinheiro público;

IX - revelação de segredo apropriado em razão do cargo ou função;

X - lesão aos cofres públicos e delapidação do patrimônio municipal;

XI - corrupção ativa ou passiva;

XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

XIII - transgressão ao artigo 158, incisos X a XX, observadas as disposições antecedentes.

Art. 175 Nas hipóteses de acumulação de cargos, a pena importa na demissão do servidor de somente
um dos cargos, empregos ou funções públicas, concedendo-se ao servidor o prazo de cinco dias para
optar e permanecer no exercício de tão só um deles.

§ 1º Se comprovada que a acumulação se deu por má-fé, o servidor será demitido de todos os car-
gos, empregos ou funções públicas, sendo obrigado a restituir o que houver recebido indevidamente dos
cofres públicos.

§ 2º Sendo um dos cargos, empregos ou funções públicas exercido em órgão ou entidade dos Pode-
res da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, a decisão será comunicada ao órgão ou
entidade onde ocorrer a acumulação.

Art. 176 A demissão nos casos de incisos V, VIII e X, do artigo 174, implica em indisponibilidade de
bens e ressarcimento ao Erário municipal, sem prejuízo da ação penal cabível.

Art. 177 Configura abandono de cargo ou função a ausência injustificada ou intencional do servidor


público ao serviço, por mais de trinta dias consecutivos, ou sessenta dias intercalados, no curso de doze
meses.

131
1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
Art. 178 A demissão por inassiduidade ou impontualidade somente será aplicada quando caracterizada
habitualidade de modo a representar falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, intercala-
damente, durante um período de vinte e quatro meses, ou ainda, quando caracterizar séria violação dos
deveres e obrigações do servidor público, após anteriores punições por advertência ou suspensão.

Art. 179 O ato de imposição de pena disciplinar mencionará sempre o embasamento legal e sua fun-
damentação.

Art. 180 A demissão incompatibiliza o ex-servidor público para nova investidura em cargo ou função
pública municipal, pelo prazo mínimo de cinco anos.

Parágrafo Único. Não poderá retornar ao serviço público municipal o servidor público que for demitido
por infringência ao artigo 174, incisos I, V, VIII, X e XI.

Art. 181 A pena de destituição de cargo em comissão ou função de confiança, implica na impossibili-
dade de ser o servidor público investido em cargos ou funções dessa natureza durante o período de três
anos, contados do ato da punição.

Art. 182 Será cassada a aposentadoria e a disponibilidade se restar comprovado que o servidor públi-
co inativo:

I - houver praticado, na atividade, falta punível com a pena de demissão;

II - houver aceitado ilegalmente cargo ou função pública, enquanto em atividade.

Art. 183 A pena de destituição de cargo em comissão ou função de confiança, será aplicada ao servi-
dor público:

I - quando verificada falta de exação no exercício de suas atribuições;

II - quando comprovado que, por omissão ou comissão, o servidor público contribuiu para que não
fosse apurada no devido tempo irregularidade no serviço.

Parágrafo Único. A aplicação da penalidade deste artigo não implica na perda automática do cargo
permanente.

Art. 184 As penalidades disciplinares serão aplicadas:

I - pelo Prefeito Municipal ou dirigente superior de entidade, as penas de demissão, exoneração ou


destituição, e cassação de aposentadoria e disponibilidade;

II - pelos Secretários do Município e demais autoridades com igual competência ou delegação, as de


advertência e suspensão, quando para tanto forem investidos pelo Prefeito Municipal.

Art. 185 As penas disciplinares imputadas ao servidor público serão registradas em seu assentamento
funcional.

Art. 186 A ação disciplinar prescreverá:

I - em cinco anos, quanto às infrações puníveis com demissão, exoneração ou destituição, e cassação
de aposentadoria e disponibilidade;

II - em quatro anos, quanto às infrações puníveis com suspensão;

III - em três anos, quanto às infrações puníveis com advertência.

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que a autoridade competente tiver ciência
inequívoca da existência da falta.

§ 2º A abertura da sindicância ou instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição.

§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo começa a correr novamente do dia da interrupção.


CAPÍTULO XXI
DO PROCESSO DISCIPLINAR

Art. 187 A autoridade ou superior hierárquico que tiver ciência de irregularidade no serviço público é
obrigado a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo discipli-
nar, assegurados ao acusado ampla defesa e contraditório.

Art. 188 Quando a falta cientificada, de modo evidente, não configurar infração disciplinar ou ilícito
penal, o procedimento será arquivado, por falta de objeto.

Art. 189 As irregularidades serão apuradas por meio de:

I - sindicância, quando não houver elementos suficientes para sua determinação imediata ou para
identificação do servidor faltoso;

II - processo administrativo, quando a sua gravidade, decorrente de denúncia ou representação for-


mulada por escrito, ou decorrente de prévia sindicância, ensejar a demissão do cargo ou cassação da
aposentadoria ou da disponibilidade do servidor público faltoso.
SEÇÃO I
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO

Art. 190 Como medida cautelar e a fim de que o servidor público não venha a influir na apuração da
irregularidade imputada, ou torne-se necessário ou recomendável seu afastamento, a autoridade compe-
tente poderá determinar a suspensão preventiva do servidor público, fundamentadamente, por até ses-
senta dias, prorrogáveis por mais trinta dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo Único. Findo o prazo para afastamento, ou sua prorrogação, cessarão os efeitos da suspen-
são preventiva, retornando o servidor público serviço, ainda que não concluído o procedimento discipli-
nar.
SEÇÃO II
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

Art. 191 O procedimento disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor


por irregularidade no serviço público, com a subseqüente imposição de pena disciplinar cabível.

Art. 192 O procedimento disciplinar será conduzido por três servidores efetivos designados pela autori-
dade competente, sendo um deles indicado pela entidade classista dos municipários.

§ 1º A sindicância será cometida à comissão sindicante de três servidores efetivos, considerando o


fato a ser apurado, um dentre eles designado para presidí-la, os quais poderão ser dispensados de suas
atribuições normais até a apresentação do relatório conclusivo.

§ 2º O processo administrativo disciplinar será conduzido por comissão processante, composta de


três servidores efetivos estáveis, de hierarquia superior ou igual à do acusado sempre que possível, um
dentre eles designado para presidi-la, os quais poderão ser dispensados de suas atribuições normais até
a apresentação do relatório conclusivo.

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 3º Fica a Administração Municipal autorizada a designar o integrante respectivo, visando a compo-
sição da comissão encarregada do procedimento disciplinar, caso não haja manifestação da entidade
classista dos municipários no prazo de 10 (dez) dias contados do recebimento do ofício de solicitação da
indicação referida no caput. (Redação acrescida pela Lei nº 1044/2004)

Art. 193 A comissão sindicante e a comissão processante exercerão as suas atribuições e responsa-
bilidades com independência e imparcialidade, assegurando o sigilo necessário à elucidação do fato ou
exigido pelo interesse da Administração.

§ 1º Não poderá conduzir procedimento disciplinar parente do acusado, consangüíneo ou afim, em


linha reta ou colateral, até o terceiro grau civil.

§ 2º Poderá ser designado servidor público para secretariar as comissões, podendo a designação
recair dentre um de seus membros.

Art. 194 O procedimento disciplinar se inicia com a publicação do ato que designar a comissão sindi-
cante ou a comissão processante, e compreenderá:

I - sindicância e/ou processo administrativo disciplinar;

II - instrução e relatório conclusivo; e

III - decisão.
SUBSEÇÃO I
DA SINDICÂNCIA

Art. 195 A sindicância deverá ser instaurada por portaria do Prefeito Municipal, com observância das
cautelas do artigo 192 e seu § 1º.

§ 1º A sindicância será processada de forma sumaríssima, com os depoimentos e diligências necessá-


rias ao esclarecimento do ocorrido, e à identificação do responsável pela falta quando for o caso.

§ 2º No curso da sindicância serão ouvidos o denunciante e o acusado, se já identificado.

§ 3º Dentro do prazo de trinta dias, prorrogáveis por mais trinta dias a critério da autoridade competen-
te, far-se-á relatório conclusivo da sindicância.

§ 4º Quando a sindicância concluir pela culpabilidade será o acusado cientificado para apresentar de-
fesa e discriminar sua prova no prazo de três dias.

Art. 196 Concluída a sindicância, seu relatório será apresentado ao Prefeito Municipal, que decidirá,
com base nos elementos apurados, por:

I - aplicação das penalidades de advertência ou suspensão do acusado;

II - instauração de processo administrativo disciplinar para efeito de demissão ou exoneração do acu-


sado;

III - arquivamento da sindicância.

§ 1º O Prefeito Municipal, entendendo que os fatos não se encontram devidamente elucidados, devol-
verá a sindicância para novas providências, dentro do prazo máximo de dez dias.

§ 2º Concluídas as diligências complementares, o Prefeito decidirá na forma do “caput” deste artigo.

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
Art. 197 Nas hipóteses de aplicação de pena de advertência ou suspensão, o acusado terá assegu-
rado recurso, sendo-lhe facultado exercer esse direito na conformidade do artigo 211, no prazo de três
dias.
SUBSEÇÃO II
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Art. 198 O processo administrativo disciplinar deverá ser instaurado por portaria do Prefeito Municipal,
com observância das cautelas do artigo 192 e seu § 2º.

§ 1º O processo administrativo disciplinar será sempre contraditório, assegurada ao acusado ampla


defesa, que poderá ser exercida pelos meios e recursos admitidos na Lei.

§ 2º A denúncia formulada por escrito, ou o relatório da sindicância, conforme o caso, integrará o pro-
cesso administrativo disciplinar, como peça informativa da instrução.

§ 3º Na hipótese do relatório da sindicância concluir pela prática de crime, a autoridade competente


oficiará à autoridade policial, para instauração de inquérito penal, sem prejuízo ao processamento do
processo administrativo disciplinar.

Art. 199 O prazo para conclusão do processo administrativo disciplinar não excederá de sessenta
dias, podendo, a critério da autoridade processante, ser prorrogado por mais sessenta dias, quando as
circunstâncias assim o exigirem.

Art. 200 As reuniões e audiências da comissão processante serão registradas em atas, que deverão
transcrever os depoimentos colhidos e decisões exaradas.

Parágrafo Único. Ao instalar os trabalhos, o Presidente determinará a autuação da portaria e demais


peças existentes, e designará dia, hora e local para a primeira audiência, assim como a citação inicial do
acusado.

Art. 201 O acusado deverá ser citado pessoalmente para comparecer à audiência inicial e nela depor,
por termo de citação do qual constem sua qualificação completa, a falta que lhe é imputada e as pena-
lidades cabíveis, acompanhado de cópia da portaria de instauração do processo administrativo discipli-
nar.

§ 1º Obrigatoriamente constará do termo de citação o prazo para o acusado exercer sua defesa, sob
pena de revelia, e para depor sob pena de confissão.

§ 2º Caso o acusado recuse o recebimento da citação, deverá a recusa ser certificada, a vista de, pelo
menos, duas testemunhas, que acompanharão a leitura do termo de citação perante o mesmo e subscre-
verão a certidão do corrido juntamente com o servidor público designado para cumprimento do ato.

§ 3º Encontrando-se o acusado ausente do Município, se conhecido seu paradeiro será citado por via
postal, através de carta registrada com aviso de recebimento, juntando-se ao processo o comprovante do
registro e da recepção.

§ 4º Sendo desconhecido seu paradeiro, o acusado será citado por edital, com prazo de antecedência
de dez dias, publicado em jornal local que habitualmente veicula os atos oficiais do Município, juntando-
-se ao processo exemplar do edital publicado.

Art. 202 O acusado poderá constituir advogado para representá-lo e exercer sua defesa, requerendo
provas e o que mais for admitido em lei.

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
§ 1º O Presidente da comissão processante poderá denegar pedidos considerados impertinentes, pro-
crastinatórios ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos.

§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conheci-
mento especial de perito ou puder ser alcançada por outros meios.

Art. 203 Na audiência inicial será tomado o depoimento pessoal do acusado, concedendo-se-lhe o pra-
zo de três dias para apresentar sua defesa escrita, requerer provas e arrolar testemunhas, até o máximo
de cinco.

§ 1º Não comparecendo o acusado regularmente citado, o Presidente da comissão processante apli-


car-lhe-á a pena de confissão, designando defensor dativo para exercer sua defesa.

§ 2º No prazo para defesa, será assegurada vista do processo em repartição.

§ 3º A pluralidade de acusados importa em um prazo de defesa de seis dias, comum a todos, contados
da audiência para depoimento do último acusado.

Art. 204 A não apresentação de defesa no prazo legal configura revelia, a qual será decretada quando
do decurso do prazo pelo Presidente da comissão processante.

§ 1º Na hipótese de revelia os fatos imputados ao acusado reputar-se-ão verdadeiros.

§ 2º Contra o acusado revel os prazos correrão independentemente de intimação.

§ 3º Havendo pluralidade de acusados, a revelia não induzirá ao efeito do § 1º acima, se pelo menos
um deles apresentar defesa e a mesma for comum a todos.

Art. 205 Apresentada defesa pelo acusado, a comissão processante determinará as providências e


diligências requeridas ou determinadas de ofício, aprazando audiência para oitiva das testemunhas arro-
ladas.

§ 1º Da designação de perito habilitado para a realização de perícia deferida ou determinada de ofício,


o acusado e/ou seu procurador será intimado para apresentar quesitos e indicar assistente técnico, no
prazo de três dias, devendo o laudo ser ultimado em quinze dias.

§ 2º O Presidente da comissão designará audiência para oitiva das testemunhas regularmente arrola-
das, dela intimando o acusado e/ou seu procurador, observados:

I - as testemunhas serão notificadas mediante mandado ou por via postal;

II - se a testemunha for servidor, a expedição do mandado será imediatamente comunicada ao seu


superior hierárquico;

III - as testemunhas que deixarem de ser notificadas por insuficiência de elementos quanto à respec-
tiva qualificação e endereço, somente serão ouvidas caso conduzidas pelo acusado para a audiência
aprazada;

IV - reputar-se-ão desistidos os depoimentos daquelas testemunhas que, devidamente notificadas ou


que deixarem de ser notificadas por insuficiência de elementos quanto à respectiva qualificação e ende-
reço, não comparecerem ao ato.

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
Art. 206 As testemunhas serão ouvidas separadamente e os respectivos depoimentos serão reduzidos
a termo, onde constem a identificação completa do depoente, seu endereço, grau de parentesco, amiza-
de ou inimizade, impedimentos e relacionamento profissional com o acusado, o qual ao final será subscri-
to pela comissão processante, pela testemunha e pelo acusado e/ou seu procurador, acaso presentes.

§ 1º Ao acusado ou seu procurador, se presentes, é assegurado formular perguntas pertinentes aos


fatos à testemunha, através do Presidente da comissão processante.

§ 2º Exceção aos casos de acareação entre testemunhas ou destas com o acusado, as mesmas serão
ouvidas separadamente.

§ 3º Encerrada a oitiva das testemunhas, a comissão processante poderá determinar a reinquirição do


acusado, sob pena de confissão, bem assim das testemunhas.

Art. 207 Vindo ao processo o laudo pericial, dele o acusado e/ou seu procurador será intimado para
manifestar-se em três dias, sendo facultado à comissão processante designar audiência para ouvir o pe-
rito sobre pontos obscuros ou de difícil compreensão, para a qual todos serão previamente intimados.

Art. 208 Ultimada a instrução do processo e revisadas suas peças e documentos, ordenadamente


visados, será encerrada sua fase probatória, sendo o acusado e/ou seu procurador intimado por manda-
do, via postal, edital ou nos próprios autos, para em dez dias apresentar alegações finais de defesa, por
escrito.

§ 1º No prazo para alegações, será assegurada vista do processo, em repartição.

§ 2º Havendo pluralidade de acusados, o prazo para alegações finais será de vinte dias, comum a
todos.

Art. 209 Decorrido o prazo para alegações finais, com sua apresentação ou não, a comissão proces-
sante apreciará os elementos do processo, exarando relatório final e respectivo parecer, com voto em
separado de todos os seus membros, enunciando as infrações imputadas ao acusado, as provas que
instruíram o processo, a defesa e alegações finais, e a tipificação das irregularidades apuradas, emitindo,
ao depois, a conclusão motivada para absolvição ou punição do acusado, indicando as penas disciplina-
res cominadas às faltas e respectiva fundamentação legal.

Parágrafo Único. O relatório final e respectivo parecer serão remetidos ao Prefeito Municipal para de-
cisão, dentro de quinze dias contados do decurso de prazo para alegações finais.

Art. 210 Recebido o processo contendo o relatório final e respectivo parecer o Prefeito Municipal, den-
tro de dez dias:

I - pedirá esclarecimentos ou providências que entender necessárias, à comissão processante, que as


ultimará no prazo de dez dias;

II - decidirá, acolhendo ou não o parecer da comissão processante, fundamentando sua decisão, se


diversa desse parecer.

Parágrafo Único. No caso do inciso I deste artigo, o prazo para decisão final será contado do retorno
do processo ao Prefeito Municipal.

Art. 211 O acusado e/ou seu procurador será intimado da decisão final por mandado, via postal ou
edital, com observância das formalidades pertinentes enunciadas pelo artigo 201 e seus §§ .

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1752461 E-book gerado especialmente para DANIEL PINTO RAMBOW
SUBSEÇÃO III
DO RECURSO E DA REVISÃO

Art. 212 Da decisão que cominar ao acusado penalidade disciplinar, poderá ser interposto recurso
dentro do prazo de dez dias, contado da ciência que tiver o acusado e/ou seu procurador da mesma,
pleiteando a respectiva reforma.

§ 1º O recurso de que trata este artigo deverá constar de peça escrita e fundamentada, somente sen-
do admissível nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei Complementar nº 3364/2021)

a) a decisão recorrida ser contrária à expressa disposição de lei;

b) a decisão recorrida ser frontalmente contrária à evidência dos autos;

c) a pena ser desconforme com a infração tipificada.

§ 2º Recebido o recurso, o Prefeito Municipal terá o prazo de dez dias para exarar decisão definitiva,
mantendo ou reformando a anterior, em caráter irrecorrível.

§ 3º O recurso a que se refere este artigo não terá efeito suspensivo, salvo no caso de penalidade de
demissão e de cassação de disponibilidade ou aposentadoria. (Redação acrescida pela Lei Complemen-
tar nº 3364/2021)

Art. 213 A revisão do processo administrativo disciplinar poderá ser requerida ou determinada de ofício
a qualquer tempo, dentro do prazo de cinco anos, uma única vez, quando:

I - a decisão se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos ou vicia-


dos;

II - depois da decisão, o acusado obter documento novo cuja existência ignorava ou não pode fazer
uso, capaz de por si só, lhe assegurar pronunciamento favorável;

III - vier a ser proferida sentença criminal absolutória do acusado, na hipótese do artigo 198, § 3º, sal-
vo se esta decorrer de falta ou insuficiência de provas.

Parágrafo Único. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para revisão
do processo.

Art. 214 O processo revisional será realizado por comissão processante designada na forma do artigo
192 e seu § 2º, e correrá em apenso aos autos do processo originário.

§ 1º No processo revisional, o ônus da prova cabe exclusivamente ao acusado.

§ 2º As conclusões da comissão processante serão encaminhadas ao Prefeito Municipal, dentro de


trinta dias do recebimento do pedido de revisão, que proferirá decisão fundamentada no prazo de dez
dias.

Art. 215 A decisão que julgar procedente o pedido de revisão tornará insubsistente ou atenuada a pe-
nalidade cominada, restabelecendo-se os direitos decorrentes dessa revisão, se for o caso.
SEÇÃO III
NORMAS PROCEDIMENTAIS COMPLEMENTARES

Art. 216 Das citações e intimações, juntar-se-ão exemplares depois de cumpridas.

§ 1º As intimações do acusado poderão ser realizadas na pessoa de seu procurador, acaso constituí-
do, para todos os efeitos.

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§ 2º Na formação material dos procedimentos, observar-se-ão:

I - todos os termos e mandados terão forma padronizada, só valendo se subscritos pelo Presidente da
comissão ou pelo seu Secretário;

II - de todas as reuniões e audiências realizadas, deverão ser lavradas atas circunstanciadas, subscri-
tas por todos os presentes;

III - os documentos juntados o serão no original ou via de igual teor e forma, por certidão ou traslado,
ou por cópia autenticada;

IV - a juntada de documentos, termos e atas, e demais peças dos autos, far-se-á sempre em ordem
cronológica de ocorrência, mediante despacho deferitório do Presidente da comissão;

V - todas as folhas ou peças que compõem o procedimento serão numeradas ordenadamente e rubri-
cadas pelo Secretário da comissão.
CAPÍTULO XXII
DA SEGURIDADE SOCIAL
SEÇÃO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS (REDAÇÃO ACRESCIDA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 3246/2020)

Art. 216-A A Seguridade Social visa a dar cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e a sua
família, e compreende direitos relativos à previdência social, à assistência social e à saúde. (Redação
acrescida pela Lei Complementar nº 3246/2020)
SEÇÃO II
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (REDAÇÃO ACRESCIDA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 3246/2020)

Art. 217. A Previdência Social do servidor público será submetida exclusivamente ao sistema previden-
ciário do município, mediante filiação obrigatória e custeio nos termos e nas condições preceituadas pela
Lei Municipal nº 154/92, de 24 de dezembro de 1992, na forma dos planos e prestações previdenciárias
oferecidas.

§ 1º Por força do estabelecido neste artigo, o Município possuirá regime próprio de previdência desti-
nado a garantir, aos seus servidores públicos, os benefícios básicos instituídos pela referida Lei Munici-
pal nº 154/92, de 24 de dezembro de 1992.

§ 2º Os servidores ocupantes de cargo em comissão sem vínculo permanente com o Município, suas
autarquias e fundações públicas, vinculam-se obrigatoriamente ao Regime Geral de Previdência Social
do Instituto Nacional de Seguridade Social, em conformidade com a Lei Municipal nº 84/93, de 13 de
outubro de 1993.

§ 3º Para esses efeitos, as contribuições previdenciárias de responsabilidade e suportadas pelos


servidores públicos, serão descontadas automática e diretamente em folha de pagamento, sendo-lhes
creditado tão somente o saldo líquido correspondente à remuneração a que fizerem jus. (Redação dada
pela Lei Complementar nº 3246/2020)

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SEÇÃO ÚNICA
DO CUSTEIO (REVOGADO PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 3246/2020)
SEÇÃO III
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL (REDAÇÃO DADA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 3246/2020)

Art. 217-A Consideram-se benefícios de natureza assistencial:

I - salário-família;

II - auxílio-reclusão. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 3246/2020)


SUBSEÇÃO I
DO SALÁRIO-FAMÍLIA (REDAÇÃO ACRESCIDA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 3246/2020)

Art. 217-B O salário-família é o benefício concedido ao servidor público ativo e inativo considerado
como de baixa renda pela legislação pertinente, na proporção do respectivo número de filhos e/ou a eles
equiparados nos termos, valores, condições e limites estabelecidos para o Regime Geral de Previdência
Social, pago às expensas do órgão ou da entidade da administração a que o servidor público é vinculado.
(Redação acrescida pela Lei Complementar nº 3246/2020)

Parágrafo único. O salário-família deverá ser pago na mesma data da remuneração ou proventos de
aposentadoria, conforme o caso, observado o mês de competência. (AC)

Art. 217-C Para efeito de concessão e manutenção do salário-família, o servidor público deve firmar
termo de responsabilidade, no qual se comprometa a comunicar qualquer fato ou circunstância que de-
termine a perda do direito ao benefício, ficando sujeito, em caso do não cumprimento, às sanções penais
e funcionais.

Parágrafo único. O salário-família não será incorporado, para qualquer efeito, ao vencimento. (Reda-
ção acrescida pela Lei Complementar nº 3246/2020)
SUBSEÇÃO II
DO AUXÍLIO-RECLUSÃO (REDAÇÃO ACRESCIDA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 3246/2020)

Art. 217-D O auxílio-reclusão é o benefício concedido aos dependentes do servidor público ativo con-
siderado como de baixa renda pela legislação pertinente, enquanto recluso, nas mesmas condições da
pensão por morte de que trata a Lei Municipal nº 154/1992.

§ 1º Somente será concedido auxílio-reclusão aos dependentes de que trata o art. 24 da Lei Municipal
nº 154/1992, que comprovarem a preexistência de dependência econômica em relação ao servidor pú-
blico enquadrado nas condições estabelecidas neste artigo, que não estejam no gozo de outro benefício
pago pelo Sistema de Seguridade Social dos Servidores Públicos do Município de Novo Hamburgo.

§ 2º O auxílio-reclusão será pago aos dependentes do servidor público recluso a partir da data de sua
reclusão, mediante apresentação da certidão do efetivo recolhimento à prisão, firmado pela autoridade
competente e suspenso durante o período em que estiver foragido ou a partir da data de sua soltura.

§ 3º A continuidade da percepção do auxílio-reclusão fica condicionada à apresentação trimestral,


pelo(s) dependente(s) beneficiário(s), de atestado firmado pela autoridade competente de que o servidor
continua recluso. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 3246/2020)

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Art. 217-E Em caso de falecimento do servidor enquanto recluso, o auxílio-reclusão será automatica-
mente convertido em pensão por morte, nos termos da legislação previdenciária. (Redação acrescida
pela Lei Complementar nº 3246/2020)

Art. 218. Todos os servidores públicos sujeitar-se-ão às contribuições de custeio previstas na citada


Lei Municipal nº 154, de 24 de dezembro de 1992, na forma nela definida, durante todo o prazo de exer-
cício da atividade, inclusive nos casos de licenças, afastamentos, concessões, disponibilidades e gozo
de benefícios previdenciários, arcando com o correspondente custeio. (Redação dada pela Lei Comple-
mentar nº 3364/2021)

Art. 219 O pagamento das contribuições previdenciárias, a que se sujeita igualmente a Administração,
será procedido em conformidade com os planos de custeio estabelecidos pela mencionada Lei Municipal
nº 154/92, de 24 de dezembro de 1992.

Parágrafo Único. Para esses efeitos, as contribuições previdenciárias de responsabilidade e suporta-


das pelos servidores públicos, serão descontadas automática e diretamente em folha de pagamento, sen-
do-lhes creditado tão somente o saldo líquido correspondente à remuneração a que fizerem jus.
CAPÍTULO XXIII
DA CONTRATAÇÃO POR TEMPO DETERMINADO

Art. 220 Para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, poderão ser efetua-
das contratações de pessoal por tempo determinado.

Art. 221 As contratações a que se refere o artigo antecedente somente poderão ocorrer nos seguintes
casos:

I - calamidade pública;

II - inundações, enchentes, incêndios, epidemias e surtos;

III - campanhas de saúde pública ou censos demográficos;

IV - prejuízos ou perturbações na prestação de serviços públicos essenciais, inclusive greves de servi-


dores públicos;

V - casos de emergência, quando caracterizada a urgência e inadiabilidade de atendimento de situa-


ção que possa comprometer a realização de eventos, ou ocasionar prejuízo à segurança e à saúde de
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens públicos;

VI - necessidade de pessoal em decorrência de demissão, exoneração, aposentadoria e falecimento,


nas unidades administrativas de prestação de serviços essenciais, estando em tramitação processo para
a realização de concurso público;

VII - substituição de professor, legal e temporariamente afastado, ou necessidade premente de suprir


a falta de professor com habilitação específica de magistério;

VIII - atender outras situações de emergência que vierem a ser definidas em lei específica;

IX - atender serviços e/ou tarefas braçais, de natureza sazonal, por períodos não superiores a quatro
meses.

Art. 222 As contratações de que trata o presente Capítulo serão feitas pelo tempo estritamente neces-
sário para atender as hipóteses elencadas no artigo anterior, sempre observado o prazo máximo de um
ano.

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§ 1º É vedada a prorrogação de contrato, salvo se:

a) houver obstáculo judicial para a realização de concurso;

b) o prazo da contratação for inferior ao estipulado neste artigo, podendo a prorrogação ser efetuada
até aquele limite máximo.

§ 2º Excepcionalmente será admitida a prorrogação de contrato por igual período de um ano, de pro-
fessor com habilitação específica de magistério, se persistir, comprovadamente, a hipótese que justificou
a contratação.

§ 3º É vedada a contratação da mesma pessoa, ainda que para serviços distintos, pelo prazo de um
ano a contar do término do último contrato, sob pena de nulidade do novo contrato e responsabilidade do
beneficiário e da autoridade firmatária do instrumento contratual.

§ 4º É expressamente proibido o desvio de função da pessoa contratada, sob pena de responsabilida-


de do beneficiário e do superior hierárquico ou autoridade contratante.

§ 5º Em hipótese alguma, salvo as exceções acima, os prazos máximos dessas contratações temporá-
rias poderão ser ultrapassados.

Art. 223 Os contratos terão natureza jurídica administrativa, não gerando qualquer vínculo permanen-
te, estabilidade ou efetividade, e tampouco quaisquer direitos e vantagens elencadas nesta Lei.

Art. 224 As contratações serão necessariamente precedidas de procedimento iniciado por proposta
de Secretário do Município, com prévia autorização do Prefeito Municipal, amplamente justificado e com
base em contrato padrão estabelecido pela Administração, do qual constarão:

I - a fundamentação legal;

II - o prazo do contrato;

III - a função a ser desempenhada;

IV - a remuneração;

V - a dotação orçamentária;

VI - a habilitação exigida para a função;

VII - a expressa declaração de pleno conhecimento e aceitação de todas as normas disciplinares esta-
belecidas em lei e regulamentos, pelo contratado.

Art. 225 Somente poderão ser contratados os interessados que comprovarem os seguintes requisi-
tos:

I - ser brasileiro ou estrangeiro, na forma da lei;

II - ter completado dezoito anos de idade;

III - estar em gozo dos direitos políticos;

IV - estar quites com as obrigações militares e eleitorais;

V - ter boa conduta;

VI - gozar de boa saúde física e mental e não ser portador de deficiência física incompatível com o
exercício da função;

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VII - possuir habilitação profissional exigida para o exercício da função, quando for o caso;

VIII - atender às condições especiais, prescritas em lei ou regulamento, para determinadas funções.

Parágrafo único. O contratado assumirá o desempenho de suas funções no prazo convencionado no


contrato, apresentando na oportunidade comprovação de suas condições físicas e mentais aptas ao cum-
primento das atribuições cometidas, consubstanciado em laudo de capacidade e sanidade exarado em
inspeção médica oficial, com o ressarcimento ao erário municipal dos custos despendidos para a realiza-
ção da inspeção, pelo interessado. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 3364/2021)

Art. 226 Os contratados nos termos deste Capítulo estão sujeitos aos mesmos deveres e proibições
regulamentares vigentes para os demais servidores públicos, no que couber.

Art. 227 Nos termos deste Capítulo, e na conformidade do retro elencado, os contratados serão ins-
critos como contribuintes obrigatórios do regime de previdência social urbana federal, mediante as con-
tribuições e custeio que lhes são afetos, em consonância com o estabelecido na legislação federal perti-
nente, sem qualquer vínculo estatutário ou celetista, com custeio também pela Administração.

Art. 228 Dar-se-á a rescisão antecipada ou unilateral do contrato:

I - a pedido do contratado;

II - por conveniência da Administração, a juízo da autoridade contratante;

III - quando o contratado incorrer em falta disciplinar ou regulamentar.

§ 1º Na hipótese do inciso II acima, o contratado terá direito ao pagamento de indenização correspon-


dente ao valor da última remuneração mensal.

§ 2º Nas hipóteses dos incisos I e III supra, exceção da remuneração mensal proporcional aos dias
trabalhados dentro do mês, nenhuma outra paga será concedida ao contratado, a qualquer título ou for-
ma, tornando-se inexigível qualquer parcela ou indenização.

Art. 229 É vedado atribuir ao contratado encargos ou serviços diversos daqueles constantes do con-
trato, bem como designações especiais, nomeações acumuladas para cargos em comissão, funções de
confiança, licenças, afastamentos ou concessões, gratificações ou adicionais, ou quaisquer outras vanta-
gens privativas de servidores investidos no serviço público municipal.

Art. 230 É expressamente vedada a contratação quando existirem cargos vagos do quadro funcional
de provimento permanente, e candidatos aprovados em concurso público com prazo de validade em vi-
gor, salvo naquelas hipóteses de superior interesse público, em caráter excepcional.

Art. 231 Não se submetem às normas e restrições deste Capítulo aquelas contratações disciplina-
das e regidas pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que dispõe acerca de licitações e contratos da
Administração Pública, relativamente a serviços técnicos, profissionais ou especializados, nos termos da
referida legislação federal.

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CAPÍTULO XXIV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 232 Esta Lei aplica-se aos servidores dos Poderes Executivo e Legislativo Municipal, suas autar-
quias e fundações públicas.

Art. 233 Os prazos enunciados nesta Lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do
começo e incluindo-se o dia do vencimento, os quais serão automaticamente considerados prorrogados,
para o primeiro dia útil seguinte, quando o início ou término cair em dia em que não haja expediente nos
serviços públicos municipais.

Art. 234 São assegurados aos servidores públicos os direitos de associação profissional ou sindical e
o de greve.

Parágrafo Único. O direito de greve poderá ser exercido nos termos e nos limites definidos na Lei de
Greve, sob pena de tipificar falta disciplinar passível das sanções administrativas, civis e penais que, nos
termos desta Lei, forem cabíveis e aplicáveis.

Art. 235 Ao servidor público investido em mandato eletivo, no caso de afastamento do cargo, o ser-
vidor público contribuirá para a seguridade social como se em exercício estivesse, na conformidade do
estabelecido no Capítulo XXII desta Lei.

Art. 236 A competência atribuída por esta Lei ao Prefeito Municipal será exercida, no âmbito das autar-
quias e das fundações públicas, pelo seu dirigente superior, e, no âmbito da Câmara de Vereadores, por
seu Presidente.

Art. 237 O Dia do Servidor Público Municipal será comemorado a 28 de outubro de cada ano.
CAPÍTULO XXV
DAS NORMAS FINAIS

Art. 238 Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta lei, na qualidade de servidores estatu-
tários, os servidores celetistas da Administração Direta, das autarquias e fundações municipais, estabili-
zados pela Constituição Federal.

§ 1º Os empregos ocupados por esses servidores ficam transformados em cargos isolados, ou em car-
gos em carreira quando membros do Magistério, integrando quadro de cargos permanentes excedentes,
em extinção.

§ 2º A declaração de estabilidade constitucional será procedida caso a caso, pela autoridade compe-
tente, e o respectivo enquadramento no quadro permanente de servidores públicos estáveis fica condi-
cionado e observará, além das cautelas acima, aquelas elencadas pelo artigo 239 e seus incisos.

Art. 239 Para os fins e efeitos dos preceitos acima elencados, observar-se-á o seguinte:

I - enquadramento com correspondência entre o emprego primitivo e o cargo da nova situação funcio-
nal, observados os requisitos de acesso;

II - conversão dos triênios, adicionais, avanços e todas as demais gratificações e vantagens pecuniá-
rias, funcionais e pessoais, em progressões, promoções e transposições, a partir da vigência desta Lei
e sem qualquer paga retroativa, considerando o tempo de efetivo serviço público municipal anterior para
os efeitos de desenvolvimento funcional presumido, nos termos, limites e condições preconizados pela
presente Lei;

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III - contagem do tempo de efetivo serviço público anterior para os efeitos de aposentadoria e disponi-
bilidade, atendidas as normas constitucionais pertinentes;

IV - na hipótese de inexistir correspondência entre o cargo primitivo e a nova situação funcional, desde
logo fica determinada sua automática extinção como cargo excedente, por ocasião da respectiva vacân-
cia, sem prejuízo do que, quanto ao demais, é acima estabelecido.

Art. 240 Os direitos e vantagens da presente Lei, e demais disposições pertinentes que não tenham
sido expressamente excepcionadas, somente são aplicáveis e se estendem àqueles servidores regu-
lamente submetidos aos preceitos e demais normas emergentes desta Lei, sujeitos ao regime jurídico
estatutário por ela instituído, de conformidade com os preceitos constitucionais aplicáveis.

Art. 240 A - Os funcionários efetivos regularmente investidos no serviço público municipal sob a égide
da Lei Municipal nº 28/53, de 4 de abril de 1953, como funcionários efetivos estatutários do Município,
permanecem submetidos exclusivamente ao regramento da referida norma, constituindo quadro especial
de cargos excedentes, em extinção, sendo-lhes assegurado como vantagens pessoais, individualmente
considerados, todos os direitos e vantagens emergentes da mencionada Lei Municipal nº 28/53, e corres-
pondente legislação esparsa que lhe é vinculada, desde que regularmente nomeados para os respectivos
cargos efetivos até a data da promulgação da Constituição Federal.

Parágrafo único. Por força do acima disposto, estes funcionários efetivos terão suas relações estatu-
tárias, direitos e vantagens, exclusivamente regidos pela citada Lei Municipal nº 28/53, para todos os fins
e efeitos, não se lhes aplicando, a qualquer título, salvo aquelas exceções expressamente elencadas,
quaisquer preceitos, dispositivos e demais direitos e vantagens enunciados na presente Lei, restando-
-lhes vedado, com base no presente diploma legal, exercer qualquer direito ou pretensão funcional ou
pessoal. (Redação acrescida pela Lei nº 629/2001)

Art. 240 B - Quaisquer diferenças remuneratórias, a maior, percebidas anteriormente pelos funcioná-
rios efetivos estatutários regidos pela Lei Municipal nº 28/53 e pelos servidores submetidos ao regime
jurídico instituído pela presente Lei, serão mantidas inalteradas em seu quantum, considerando-se esse
eventual excesso vantagem pessoal, que será absorvida em futuros aumentos reais de vencimentos
legalmente concedidos.

§ 1º Durante o exercício de cargo em comissão, função de confiança ou adicional de dedicação plena,


a vantagem pessoal referida no caput deixará de ser paga, e, cessando o exercício do cargo ou função
temporários, passará a ser novamente paga, observando eventual evolução pecuniária ocorrida durante
o período de sua suspensão.

§ 2º Na aplicação das disposições acima, observar-se-ão os preceitos emergentes do artigo 17


das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal. (Redação acrescida pela Lei
nº 629/2001)

Art. 241 É vedada qualquer antecipação remuneratória a servidor municipal, a qualquer título, forma
ou natureza.

Art. 242 Esta Lei configura o Estatuto do Servidor Público Municipal.

Art. 243 A presente Lei será regulamentada pelo Executivo através de Decreto Executivo, no que cou-
ber e observados os limites legais de competência.

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Art. 244 As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta das dotações orçamentárias próprias, as
quais, no corrente exercício financeiro e para atender sua eficácia e aplicação, poderão ser alocadas e
remanejadas mediante decreto executivo, regulamentando a movimentação de dotações e verbas orça-
mentárias correspondentes, inclusive seus cancelamentos

Art. 245 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário,
especialmente a Lei Municipal nº 181/91, de 20 de dezembro de 1991, os artigos 2º, 3º, 4º e 5º da Lei
Municipal nº 71/92, de 20 de julho de 1992, Lei Municipal nº 21/93, de 26 de abril de 1993, artigo 3º da
Lei Municipal nº 116/93, de 24 de dezembro de 1993, artigo 1º da Lei Municipal nº 46/94, de 28 de junho
de 1994, leis municipais nº s 02/95, de 21 de fevereiro de 1995, 24/95, de 19 de maio de 1995, 14/97, de
14 de abril de 1997, 28/97, de 15 de maio de 1997, 35/97, de 26 de maio de 1997, 125/97, de 13 de outu-
bro de 1997, Lei Complementar nº 166/99, de 26 de fevereiro de 1999, leis municipais nº s 223/99, de 21
de junho de 1999, e 238/99, de 10 de agosto de 1999.

GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE NOVO HAMBURGO, aos 19 (dezenove) dias do mês de abril
do ano de 2000.

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