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Versão Compilada
Procedência: Governamental
Natureza: PL./0238.0/2008
ADI STF 4253/2009 – julgo prejudicada esta ação direta de inconstitucionalidade. 14/03/2022.
ADI STF 6650/2020 – julgado procedente o pedido formulado na ação direta para declarar
inconstitucionais os §§ 1º, 2º e 3º do art. 29. 26/04/2021.
Fonte: ALESC/GCAN
Faço saber a todos os habitantes deste Estado que a Assembléia Legislativa decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
Art. 1º Esta Lei, ressalvada a competência da União e dos Municípios, estabelece normas
aplicáveis ao Estado de Santa Catarina, visando à proteção e à melhoria da qualidade
ambiental no seu território.
§ 2º Aplicam-se aos processos e procedimentos de que trata esta Lei os princípios contidos na
Lei federal nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 (Processo Administrativo Federal), na Lei
nacional nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), na Lei nacional nº
13.655, de 25 de abril de 2018 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro) e na Lei
nacional nº 13.874, de 20 de setembro de 2019 (Lei de Liberdade Econômica). (NR) (Redação
dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 3º Os órgãos dos Sistemas Estaduais de Recursos Hídricos, de Saneamento, Saúde e Meio
Ambiente se articularão visando à compatibilização da execução das respectivas políticas
públicas.
TÍTULO II
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS, OBJETIVOS, DIRETRIZES E INSTRUMENTOS
XIV – a promoção, o fomento e o acesso à informação ambiental. (Redação dada pela Lei
18.350, de 2022)
V – incentivar a cooperação entre os Municípios, bem como entre estes e o Estado de Santa
Catarina, visando à adoção de soluções conjuntas; (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
VIII – desenvolver programas de difusão e capacitação para o uso e manejo dos recursos
ambientais nas áreas rurais e urbanas;
I – a integração das ações nas áreas de saneamento, meio ambiente, mudanças climáticas,
saúde pública, ação social, recursos hídricos, agropecuária, desenvolvimento regional,
planejamento territorial, ambiental e urbano; (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
VII – a limitação pelo poder público das atividades poluidoras ou degradadoras, visando à
recuperação das áreas impactadas ou a manutenção da qualidade ambiental;
VIII - a adoção, pelas atividades de qualquer natureza, de meios e sistemas de segurança
contra acidentes que acarrete risco à saúde pública ou ao meio ambiente;
I – licenciamento ambiental;
VI – educação ambiental;
IX – instrumentos econômicos;
XI – auditorias ambientais.
Parágrafo único. O Poder Público Estadual e Municipal devem dispor de bancos de dados
públicos eficientes e inteligíveis, capazes de garantir o pleno exercício dos direitos previstos
neste artigo.
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Seção I
Art. 10. Os órgãos e entidades da Administração Pública Direta e Indireta do Estado e dos
Municípios responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental constituem o
Sistema Estadual do Meio Ambiente (SISEMA), estruturado nos seguintes termos: (Redação
dada pela Lei 18.350, de 2022)
III – órgãos executores: o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e a Polícia Militar Ambiental
(PMA), no exercício de suas atribuições específicas, conferidas nos termos desta Lei; (Redação
dada pela Lei 18.350, de 2022)
Seção II
Art. 12. O CONSEMA tem por finalidade orientar as diretrizes da Política Estadual do Meio
Ambiente, competindo-lhe:
VIII – propagar e divulgar medidas que facilitem e agilizem os fluxos de informações sobre o
meio ambiente;
X – julgar os processos e recursos administrativos que lhe forem submetidos, nos limites de
sua competência;
XI - criar e extinguir câmaras técnicas, comissões e grupos de estudos, bem como deliberar
sobre os casos omissos no seu regimento interno, observada a legislação em vigor;
XII – elaborar o seu regimento interno, que deverá ser aprovado por decreto.
XIII - aprovar a listagem das atividades sujeitas ao licenciamento ambiental, bem como definir
os estudos ambientais necessários;
Seção III
Do Órgão Central
Art. 13. À Secretaria de Estado responsável pelo meio ambiente, em articulação com as demais
Secretarias de Estado, sem prejuízo das atribuições definidas em lei própria, compete:
VII - articular com os órgãos federais e municipais ações de gerenciamento ambiental que
sejam do interesse do Estado e dos Municípios;
Seção IV
Subseção I
Art. 14. Ao IMA, sem prejuízo do estabelecido em lei própria, compete: (Redação dada pela Lei
18.350, de 2022)
VII – propor convênios com órgãos da administração federal e municipal buscando eficiência
no que se refere à fiscalização e ao licenciamento ambientais;
XIII – fiscalizar e aplicar sanções administrativas, emitir notificação de fiscalização, lavrar auto
de infração ambiental e conduzir o respectivo processo administrativo, bem como inscrever
em dívida ativa os autuados devedores, quando da decisão não couber mais recurso
administrativo; (Redação dos incisos XII e XIII dada pela Lei 18.350, de 2022)
XIV – promover a execução fiscal dos créditos decorrentes das atividades de competência dos
órgãos executores do sistema estadual de meio ambiente;
XVI – articular-se com o órgão ambiental estadual executor e órgãos ambientais locais no
planejamento de ações de fiscalização e no atendimento de denúncias. (Redação do inciso XVI
incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Subseção II
Art. 15. A Polícia Militar Ambiental – PMA, além de executar as competências estabelecidas na
Constituição do Estado, tem as seguintes atribuições:
Seção V
Art. 17. Deverá ser criada uma Junta Administrativa Regional de Infrações Ambientais (JARIA)
para cada unidade operacional descentralizada do IMA, com área de atuação correspondente
à unidade. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
I – 1 (um) representante do IMA da região, e seu respectivo suplente; (Redação dada pela Lei
18.350, de 2022)
III – 1 (um) representante da SAR, e seu respectivo suplente; e (Redação dada pela Lei 18.350,
de 2022)
IV – três representantes do setor produtivo do Estado de Santa Catarina, e seus respectivos
suplentes.
Parágrafo único. Os representantes do setor produtivo devem ser escolhidos pelas entidades
de classe representativas regionais. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 19. As Juntas Administrativas Regionais de Infrações Ambientais serão presididas pelo
representante da SDR, que terá voto de desempate.
Art. 20. Os servidores que lavrarem Notificações de Fiscalização ou Autos de Infração, nos
limites de sua competência, não participarão do julgamento dos respectivos recursos na JARIA,
devendo, para tanto, atuarem os seus suplentes. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 21. O mandato dos membros das JARIAs é de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos por
igual período, e os serviços por eles prestados são considerados de relevante interesse público.
(NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 22. O julgamento pelas Juntas Administrativas Regionais de Infrações Ambientais será
público, ressalvado aquele de processo com sigilo industrial.
Art. 23. As JARIAs serão regulamentadas por ato normativo do Poder Executivo. (NR) (Redação
dada pela Lei 18.350, de 2022)
Seção VI
Art. 24. O Fundo Especial de Proteção ao Meio Ambiente (FEPEMA), criado pelo Decreto nº
13.381, de 21 de janeiro de 1981, convalidado por esta Lei, vinculado à Secretaria de Estado
responsável pelo meio ambiente, constitui-se no recebedor dos valores de multas aplicadas
pelos órgãos executores e de outras fontes previstas em decreto, com o objetivo de
desenvolver os projetos que visem à conservação da biodiversidade, o uso racional e
sustentável de recursos ambientais, incluindo a manutenção, a melhoria ou a recuperação da
qualidade ambiental, objetivando elevar a qualidade de vida da população e o fortalecimento
dos órgãos do SISEMA, nos termos de decreto regulamentador. (Redação dada pela Lei 18.350,
de 2022)
Seção VII
Art. 25. Fica criado o Fundo de Compensação Ambiental e Desenvolvimento - FCAD com a
finalidade de gerenciar os recursos provenientes de:
III – a compensação ambiental prevista na Subseção V, Seção VI, Capítulo V, Título IV desta Lei.
IV – financiar e subsidiar projetos produtivos que impliquem alteração do uso atual do solo e
regularizem ambientalmente as propriedades rurais e urbanas;
TÍTULO III
DOS CONCEITOS
III – aquífero: formação geológica que contém água e permite que quantidades significativas
dessa água se movimentem no seu interior, em condições naturais;
IV – área contaminada: aquela onde comprovadamente exista degradação ambiental fora dos
parâmetros legalmente permitidos, causada por quaisquer substâncias ou resíduos que nela
tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados, causando
impactos negativos sobre os bens a proteger;
V – área de preservação permanente (APP): área protegida, coberta ou não por vegetação
nativa, cuja função ambiental é preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humanas;
VI – área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de
julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste
último caso, a adoção do regime de pousio;
VII – área verde urbana: espaços, públicos ou privados, com predomínio de vegetação,
preferencialmente nativa, natural ou recuperada, previstos no Plano Diretor, nas Leis de
Zoneamento Urbano e de Uso do Solo do Município, indisponíveis para construção de
moradias, destinados aos propósitos de recreação, lazer, melhoria da qualidade ambiental
urbana, proteção dos recursos hídricos, manutenção ou melhoria paisagística, proteção de
bens e manifestações culturais;
a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias
à travessia de um curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para a obtenção de água ou à
retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal sustentável;
h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como
sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a recursos
genéticos;
XII – autoridade licenciadora: órgão ou entidade da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, integrante do SISNAMA, competente pelo licenciamento ambiental na forma
da Lei Complementar nacional nº 140, de 2011, que detém o poder decisório e responde pela
emissão, renovação, acompanhamento e fiscalização das respectivas licenças ambientais;
XIII – autoridade envolvida: órgão ou entidade que, nos casos previstos em Lei, pode
manifestar-se no licenciamento ambiental acerca dos impactos da atividade ou do
empreendimento;
XV – campos de altitude: ocorrem acima de 1.500 (mil e quinhentos) metros e são constituídos
por vegetação com estrutura arbustiva e/ou herbácea, predominando em clima subtropical ou
temperado, definido por uma ruptura na sequência natural das espécies presentes e nas
formações fisionômicas, formando comunidades florísticas próprias dessa vegetação,
caracterizadas por endemismos, sendo que no Estado os campos de altitude estão associados
à Floresta Ombrófila Densa ou à Floresta Ombrófila Mista;
XVI – canal de adução: conduto aberto artificialmente para a retirada de água de um corpo de
água, a fim de promover o abastecimento de água, irrigação, geração de energia, entre outros
usos;
XVII – Certidão de Conformidade Ambiental: documento expedido pelo órgão com atribuição
de licenciamento, preferencialmente de forma eletrônica, atestando que o porte da atividade
ou empreendimento está abaixo dos limites fixados para licenciamento ambiental pelas
Resoluções do CONSEMA de que trata o art. 29 desta Lei;
XXI – Declaração de Atividade Não Constante: documento expedido pelo órgão com atribuição
de licenciamento ambiental, preferencialmente de forma eletrônica, atestando que
determinada atividade ou empreendimento não é passível de licenciamento ambiental pelas
Resoluções do CONSEMA de que trata o art. 29 desta Lei;
XXV – emissão: lançamento no meio ambiente de qualquer forma de matéria sólida, líquida,
gasosa ou de energia efetuado por uma fonte potencialmente poluidora;
XXVII – estuário: corpo de água costeira semifechado que tem uma conexão com o mar aberto,
influenciado pela ação das marés, sendo que no seu interior a água do mar é misturada com a
água doce proveniente de drenagem terrestre, produzindo um gradiente de salinidade;
XXVIII – floresta: conjunto de sinúsias dominado por fanerófitos de alto porte, que apresenta 4
(quatro) extratos bem definidos: herbáceo, arbustivo, arboreta e arbórea;
XXXII – lagunas: lago de barragem ou braço de mar pouco profundo entre bancos de areia ou
ilhas;
XXXIII – leito regular: a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante
o ano;
XXXVI – manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das
marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa,
predominantemente, a vegetação natural conhecida como mangue, com influência
fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao
longo da costa brasileira, entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina;
XXXVII – minimização de resíduos: redução dos resíduos sólidos, a menor volume, quantidade
e periculosidade possíveis, antes do tratamento e/ou disposição final adequada;
XLII – pagamento por serviços ambientais: transação de natureza voluntária, mediante a qual
um pagador de serviços ambientais transfere a um provedor desses serviços recursos
financeiros ou outra forma de remuneração, nas condições acertadas, respeitadas as
disposições legais e regulamentares pertinentes;
XLIII – pagador de serviços ambientais: Poder Público, organização da sociedade civil ou agente
privado, pessoa física ou jurídica, de âmbito nacional ou internacional, que provê o pagamento
dos serviços ambientais nos termos do inciso LXVII do caput;
XLIV – pequena propriedade ou posse rural: imóvel rural com área de até 4 (quatro) módulos
fiscais;
XLVI – poço profundo: aquele que tem profundidade superior a 30 (trinta) metros;
XLVII – poço raso ou cavado: aquele que tem profundidade até 30 (trinta) metros;
XLVIII – poço surgente: também conhecido como jorrante, é aquele em que o nível da água
subterrânea se encontra acima da superfície do terreno;
LII – Q7/10: vazão mínima média de 7 (sete) dias consecutivos de duração e 10 (dez) anos de
recorrência;
LIII – reciclagem: processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de
suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em
insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos
competentes;
LIV – recuperação ambiental: constitui toda e qualquer ação que vise mitigar os danos
ambientais causados, que compreendam, dependendo das peculiaridades do dano e do bem
atingido, as seguintes modalidades:
LV – relevo ondulado: expressão geomorfológica usada para designar área caracterizada por
movimentações do terreno que geram depressões, cuja intensidade permite sua classificação
como relevo suave ondulado, ondulado, fortemente ondulado e montanhoso;
LVI – reserva legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada
nos termos do art. 125-A, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável
dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de
fauna silvestre e da flora nativa;
LVIII – resíduo sólido urbano: são os provenientes de residências ou qualquer outra atividade
que gere resíduos com características domiciliares, bem como os resíduos de limpeza pública
urbana, ficando excluídos os resíduos perigosos;
LIX – restinga: depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada,
produzido por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que
recebem influência marinha, com cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias,
cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional,
estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado;
a) serviços de provisão: os que fornecem bens ou produtos ambientais utilizados pelo ser
humano para consumo ou comercialização, tais como água, alimentos, madeira, fibras e
extratos, entre outros;
b) serviços de suporte: os que mantêm a perenidade da vida na Terra, tais como a ciclagem de
nutrientes, a decomposição de resíduos, a produção, a manutenção ou a renovação da
fertilidade do solo, a polinização, a dispersão de sementes, o controle de populações de
potenciais pragas e de vetores potenciais de doenças humanas, a proteção contra a radiação
solar ultravioleta e a manutenção da biodiversidade e do patrimônio genético;
d) serviços culturais: os que constituem benefícios não materiais providos pelos ecossistemas,
por meio da recreação, do turismo, da identidade cultural, de experiências espirituais e
estéticas e do desenvolvimento intelectual, entre outros;
LXIII – talvegue: linha que segue a parte mais baixa do leito de um rio, de um canal, de um vale
ou de uma calha de drenagem pluvial;
LXV – turismo rural: é uma modalidade do turismo que tem por objetivo permitir a todos um
contato mais direto e genuíno com a natureza, a agricultura e as tradições locais, através da
hospitalidade privada em ambiente rural;
LXVI – usuário de recursos hídricos: toda pessoa física ou jurídica que realize atividades que
causem alterações quantitativas ou qualitativas em qualquer corpo de água;
LXVIII – vala, canal ou galeria de drenagem: conduto aberto artificialmente para a remoção da
água pluvial, do solo ou de um aquífero, por gravidade, de terrenos urbanos ou rurais;
LXIX – várzea de inundação ou planície de inundação: área marginal a cursos d’água sujeita a
enchentes e inundações periódicas; e
§ 1º Para os efeitos desta Lei, estende-se o tratamento dispensado aos imóveis a que se refere
o inciso XLIV deste artigo às atividades de pesca artesanal, às terras indígenas demarcadas e às
demais áreas tituladas de povos e comunidades tradicionais que façam uso coletivo do seu
território.
§ 2º Para a caracterização da pequena propriedade ou posse rural de que trata o inciso XLIV
deste artigo, será isoladamente considerada a área que integra cada título de propriedade ou
de posse, ainda que confrontante com outro imóvel pertencente ao mesmo titular. (NR)
(Redação do art. 28-A incluída pela Lei 18.350, de 2022)
TÍTULO IV
DO MEIO AMBIENTE
CAPÍTULO I
DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Seção I
Art. 29. São passíveis de licenciamento ambiental pelo Órgão Estadual de Meio Ambiente as
atividades consideradas, por meio de Resolução do CONSEMA, potencialmente causadoras de
degradação ambiental. (Redação dada pela Lei 17.893 de 2020)
§ 1º (ADI TJSC 8000497-39.2017.8.24.0000, declara inconstitucional o § 1º do art.29. Em
21/7/2021). (ADI STF 6650 – declara inconstitucional o § 1º do art. 29. Em 26/4/2021)
II – embora constem na Resolução de que trata o caput, tenham porte inferior ao mínimo
definido para fins de licenciamento ambiental. (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 30. A expansão de atividade licenciada que implicar alteração ou ampliação do seu
potencial poluente também necessita do competente licenciamento ambiental.
Parágrafo único. Qualquer alteração nas instalações e equipamentos das atividades licenciadas
que não implique a alteração dos critérios estabelecidos no licenciamento ambiental deve ser
informada ao órgão ambiental licenciador para conhecimento e inserção no processo de
licenciamento ambiental original, sem a necessidade de licenciamento ambiental para a
respectiva alteração. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 31. A avaliação prévia dos impactos ambientais é realizada por meio do Estudo de Impacto
Ambiental – EIA, do Estudo Ambiental Simplificado - EAS, do Relatório Ambiental Prévio – RAP,
os quais constituem documentos que subsidiam a emissão da Licença Ambiental Prévia – LAP e
a elaboração dos programas de controle ambiental.
Art. 32. Nas atividades em operação sem a competente licença, o órgão ambiental exigirá a
realização de Estudo de Conformidade Ambiental - ECA para analisar a emissão de Licença
Ambiental de Operação.
Art. 33. A análise do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e do Estudo Ambiental Simplificado –
EAS pelo órgão ambiental licenciador será realizada por equipe técnica multidisciplinar.
Art. 34. É obrigatória a elaboração de parecer técnico embasador da concessão ou negação das
licenças e autorizações, emitido por profissional qualificado e habilitado pelo órgão
competente.
I – a caracterização de atividade/empreendimento;
Art. 35. Da decisão que indeferir o pedido de concessão de licença ambiental cabe recurso
administrativo ao órgão ambiental licenciador, no prazo de 20 (vinte) dias, a contar da data da
ciência da decisão. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 35-B. O Poder Executivo Estadual adotará medidas destinadas a incentivar a constituição e
operacionalização de consórcios públicos intermunicipais destinados à atuação no
licenciamento ambiental. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 35-C. Quando a atividade de licenciamento ambiental for exercida por Município ou por
Consórcio Público Intermunicipal, deverão ser adotados os mesmos procedimentos utilizados
pelo órgão estadual do meio ambiente para o licenciamento de determinada atividade ou
empreendimento.
Parágrafo único. As taxas cobradas para o licenciamento ambiental exercido pelo Município ou
por Consórcio Público Intermunicipal terão como limite o valor cobrado pelo órgão ambiental
estadual. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Seção II
Art. 36. O licenciamento ordinário será efetuado por meio da emissão de Licença Ambiental
Prévia (LAP), Licença Ambiental de Instalação (LAI), Licença Ambiental de Operação (LAO) e
Licença Ambiental por Compromisso (LAC). (Redação dada pela Lei 16.283, de 2013).
I – para a concessão da Licença Ambiental Prévia - LAP, o prazo máximo de 3 (três) meses a
contar do protocolo do requerimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou
audiência pública, quando o prazo será de até 4 (quatro) meses;
III – para a concessão da Licença de Operação – LAO, o prazo máximo de 2 (dois) meses.
§ 2º A contagem dos prazos previstos nos incisos do § 1º deste artigo será suspensa durante a
elaboração de estudos ambientais complementares ou esclarecimentos pelo empreendedor.
(Redação dada pela Lei 16.283, de 2013).
§ 3º A Licença Ambiental Prévia – LAP pode ser emitida com a dispensa de Licença Ambiental
de Instalação – LAI, quando:
a) para o licenciamento ambiental não seja exigido Estudo de Avaliação de Impacto Ambiental
– EIA;
§ 8º Para obtenção da LAC, o requerente deverá estar ciente das condicionantes ambientais
estabelecidas previamente pelo órgão licenciador, comprometendo-se ao seu atendimento, as
quais deverão contemplar as medidas mitigadoras para a localização, implantação e operação
dos empreendimentos e das atividades.
§ 12. Para obtenção da LAC, o empreendedor deverá efetuar o pagamento de tarifa, cujo
boleto será emitido automaticamente após o cadastro de todas as informações e a
apresentação dos estudos e demais documentos solicitados.
§ 13. Após a comprovação do pagamento de que trata o § 12 deste artigo, a licença será
disponibilizada eletronicamente ao empreendedor.
II – antenas de telecomunicação;
Art. 36-A. Os prazos previstos nos artigos desta Seção, inerentes a expedição das diversas
modalidades de licenciamento, deverão ser, obrigatoriamente, cumpridos, sob pena de
paralisação da emissão de novas licenças, na unidade licenciadora do órgão ambiental.
§ 2º A renovação de licença ambiental deve ser requerida com antecedência mínima de 120
(cento e vinte) dias da expiração do prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando
este automaticamente prorrogado até manifestação definitiva do órgão ambiental
competente. (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
§ 3º Em caso de pedidos intempestivos, a prorrogação automática cessará se o órgão
licenciador manifestar óbice preliminar a esta prorrogação, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 4º O órgão licenciador deve emitir, no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas a contar da
solicitação, certidão atestando a prorrogação automática de licença ou autorização ambiental.
§ 6º No primeiro dia útil, após a comunicação, o órgão ambiental ficará impedido de emitir
qualquer licenciamento novo, enquanto não for finalizado aquele que se encontra em aberto e
com prazo vencido, conforme comunicação por escrito.
I – obras públicas;
II – atividades agrossilvipastoris;
IV – telecomunicações;
VIII – outras atividades classificadas como de utilidade pública ou de interesse social, conforme
a Lei nacional nº 12.651, de 25 de maio de 2012.
Art. 37-A. O estudo ambiental requerido pelo órgão licenciador para o licenciamento de
tratamento térmico de resíduos sólidos urbanos e hospitalares será o EAS (Estudo Ambiental
Simplificado). (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 38. A supressão de vegetação, nos casos legalmente admitidos, será licenciada por meio
da expedição de Autorização de Corte de Vegetação - AuC.
§ 1º Nos casos em que o pedido de autorização de corte de vegetação estiver vinculado a uma
atividade licenciável, a AuC deve ser analisada e expedida conjuntamente com a Licença
Ambiental de Instalação (LAI) ou a Autorização Ambiental (AuA) da atividade.
Excepcionalmente, a LAI poderá ser emitida de forma parcial, sem a autorização de corte, para
locais do empreendimento onde não se fizer necessária supressão de vegetação. (Redação
incluída pela Lei 18.350, de 2022)
§ 2º Fica autorizada a remoção e a utilização própria, sem prévia licença ambiental oficial, da
vegetação morta/caída, danificada, ou que coloque em risco o patrimônio e/ou a vida, em
razão de severos fenômenos climáticos ocorridos com repercussão difundida e confirmada por
órgãos públicos.
§ 3º A remoção prevista no § 2º deste artigo somente poderá ocorrer quando não efetuada
para fins comerciais, e quando a vegetação danificada puser em risco a segurança de pessoas
ou de seu patrimônio, ou ainda para desobstruir ações cotidianas devendo constar termo com
auto declaração do proprietário, contendo descritivo do ocorrido, situação da vegetação e do
local no entorno e registro fotográfico, visando possibilitar a posterior fiscalização para efetiva
comprovação da necessidade da retirada da vegetação avariada. (Redação do Parágrafo único,
transformada em § 1º e, incluídos os §§ 2º e 3º, pela Lei 18.211, de 2021).
Art. 39. Por solicitação dos responsáveis de atividades ou empreendimentos licenciáveis, pode
ser admitido um procedimento unificado que resulte no licenciamento ambiental coletivo de
empreendimentos e atividades, cuja proximidade e localização recomendem ações coletivas
integradas, voltadas à mitigação de impactos ambientais, sistematizadas no formato de um
plano, sujeito à prévia autorização pelo órgão ambiental, observados os requisitos de ordem
legal e institucional, definida a responsabilidade legal pelo conjunto de
atividades/empreendimentos e os condicionantes técnicos indispensáveis, que devem ser
regulamentados pelo CONSEMA.
Art. 40. O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo de
licença, especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os seguintes
aspectos: (Redação dada pela Lei 16.283, de 2013).
II – o prazo de validade da LAI, ou da Licença Ambiental Prévia (LAP) com dispensa de LAI,
deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou
atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos; (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
III - o prazo de validade da Licença Ambiental de Operação – LAO deverá considerar os planos
de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos;
IV – o prazo de validade da LAC deverá considerar lapso temporal suficiente para que se
proceda à vistoria no empreendimento e/ou na atividade, devendo ser de, no mínimo, 3 (três)
anos e, no máximo, 5 (cinco) anos; (Redação do inciso IV, dada pela Lei 16.283, de 2013).
VI – excepcionalmente, a critério do órgão licenciador, a AuC poderá ser emitida com prazo
equivalente ao da LAO. (Redação dos incisos V e VI incluída pela Lei 18.350, de 2022)
§ 4º A renovação da LAO, da LAC e da AuA, para atividades constantes em rol definido pelo
CONSEMA, poderá ser realizada pelo empreendedor, eletronicamente, por meio do sistema
informatizado do órgão ambiental licenciador, desde que: (Redação dada pela Lei 18.350, de
2022)
§ 5º A renovação de licença não descrita no rol definido pelo órgão licenciador, bem como
daquela que não se enquadre nos requisitos para renovação eletrônica, deverá ser requerida
no órgão ambiental licenciador com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da
expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando esta
automaticamente prorrogada até a manifestação definitiva do órgão licenciador. (Redação
dada pela Lei 16.283, de 2013).
§ 7º O órgão ambiental emitirá, por meio do respectivo sítio eletrônico, certidão atestando a
prorrogação do prazo de validade ou a renovação automática da licença ambiental, conforme
o caso. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
I – encerramento da atividade;
II – parcelamento do solo;
Parágrafo único. Após a emissão da primeira Licença Ambiental de Operação – LAO para o
parcelamento do solo com estação própria de tratamento de esgoto, a renovação da Licença
Ambiental de Operação – LAO incluirá apenas a estação de tratamento de esgoto, se for
considerada como passível de licenciamento pelo CONSEMA.
§ 1º Nos demais casos, as publicações devem ser feitas no site do órgão ambiental licenciador
na rede mundial de computadores e também no mural de publicações do órgão ambiental.
§ 2º Nas publicações do Diário Oficial e no periódico de circulação local deve constar
informação sobre a realização de auditoria ambiental, se houver, nos casos de renovação de
LAO.
Art. 43. Decorrido o prazo de validade de uma licença sem que haja solicitação de prorrogação
ou renovação, e respeitados os prazos máximos a que se refere o art. 40, a continuidade das
atividades dependerá da formulação de novo pedido de licença.
§ 3º A emissão dos documentos de que trata este artigo também poderá ser solicitada aos
órgãos ambientais municipais, para cumprir a legislação municipal que trate de licenciamento
ambiental. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 46-A. Quando o licenciamento for realizado, em âmbito municipal por delegação de
competência, nos termos previstos na legislação, o Município deverá obedecer a mesma
modalidade de licenciamento, bem como os mesmos critérios e parâmetros adotados pelo
IMA. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Seção III
Art. 47. Nos processos de outorga e licenciamento devem ser obrigatoriamente considerados
pelos órgãos competentes:
II - a comprovação de que a utilização não causará alteração em níveis superiores aos padrões
ambientais estipulados pela legislação vigente;
III – a manutenção de vazões remanescentes a jusante das captações das águas superficiais; e
Art. 51. Quando a análise da autoridade outorgante dos recursos hídricos competente ou do
órgão ambiental licenciador implicar alteração ou modificação na concepção do
empreendimento, deve o requerente apresentar ao órgão correspondente o documento que
registra a modificação solicitada, visando à readequação da outorga ou licença concedidas.
Art. 51-A. Os projetos de outorga de recursos hídricos sujeitos a licenciamento ambiental serão
elaborados por profissionais habilitados no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
(CREA). (NR) (Redação incluída pela Lei 18.031, de 2020)
Art. 51-B. Quando o requerente tiver protocolado pedido de outorga de direito de uso de
recursos hídricos e ainda não tiver obtido resposta a este pedido, o órgão ambiental
licenciador não poderá negar o licenciamento do empreendimento ou atividade. (NR)
(Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
CAPÍTULO II
DA FISCALIZAÇÃO E APLICAÇÃO
Seção I
Art. 52. Quem, de qualquer forma, concorrer para a prática das infrações administrativas
previstas nesta Lei, incide nas penas a estas cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem
como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o
gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta ilícita de
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando devia agir para evitá-la.
§ 1º Serão responsabilizadas administrativamente nos termos do caput, tanto as pessoas
físicas, como as pessoas jurídicas.
§ 2º A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras,
coautoras ou partícipes do mesmo fato.
§ 3º Poderá ser desconsiderada a pessoas jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo
ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
Art. 53. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as
regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.
Art. 55. Independentemente da lavratura de auto de infração, nos casos de grave e iminente
risco para vidas humanas e para a economia, bem como na iminência de grandes impactos
ambientais, o Chefe do Poder Executivo pode determinar medidas de emergência, visando
reduzir ou paralisar as atividades causadoras destas situações.
Seção II
Art. 57-A. Nos casos de infração continuada ou de dano ambiental relevante, assim definido no
parágrafo único do art. 62, pode o servidor competente para lavratura da notificação de
infração adotar medidas preventivas, que prevalecerão até a decisão final ou a revisão do ato
pela autoridade ambiental fiscalizadora, a seguir discriminadas:
II – embargo; e
III – apreensão.
§ 1º A apreciação do pedido de revisão de medida preventiva aplicada pelo agente fiscal deve
ser motivada e fazer parte do procedimento administrativo infracional.
I – advertência;
II – multa simples;
X – restritivas de direitos.
V – proibição de contratar com a Administração Pública pelo período de até 3 (três) anos.
§ 8º Quando ocorrer corte de vegetação, em área passível de corte, sem a devida autorização
ambiental, poderá haver a compensação ambiental em outra área, desde que na mesma bacia
hidrográfica, devendo a área compensada ser igual ao dobro da área desmatada.
§ 9º Em caso de embargo de atividade, por agente fiscalizador, a suspensão dos seus efeitos
será concedida pelo órgão licenciador, sendo que a emissão de licença ambiental garante a
suspensão imediata do embargo. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 58. Além das sanções administrativas previstas em norma federal, as infrações
administrativas no Estado podem ser punidas com:
Art. 59. Independentemente de existência de culpa, fica o infrator obrigado a recuperar o dano
causado ao meio ambiente, afetado por sua atividade.
§ 2º A participação nos cursos de educação ambiental deve ser custeada pelo próprio infrator,
que demonstrará sua frequência por meio de apresentação de certificado no órgão autuante.
Art. 61. A multa simples, além dos casos previstos na legislação federal, também deve ser
aplicada quando estiverem presentes os pressupostos da medida preventiva.
Art. 62. Sempre que de uma infração ambiental não tenha decorrido dano ambiental
relevante, serão as penas de multa convertidas em advertência, salvo em caso de reincidência.
Parágrafo único. Dano ambiental relevante é aquele que causa desocupação da área atingida
pelo evento danoso, afeta a saúde pública das pessoas do local, ou causa mortandade de
fauna e flora.
Art. 63. Das penalidades aplicadas pelo IMA cabe recurso administrativo:
Parágrafo único. O pagamento de penalidade somente será devida após esgotado o trânsito do
recurso administrativo.
Art. 64. Por ocasião da lavratura do auto de infração, no prazo de 20 (vinte) dias, será
permitido ao autuado pagar a multa indicada com 30% (trinta por cento) de desconto.
Art. 65. Compete ao órgão ambiental estadual a inscrição em dívida ativa dos autuados
devedores, bem como a competente cobrança judicial. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de
2022)
Parágrafo único. A inscrição em dívida ativa deve ser feita somente após o processo transitar
em julgado no âmbito administrativo.
Art. 65-A. Os procedimentos propostos por órgãos de controle externo que vierem
acompanhados de laudo técnico devem constar da respectiva Anotação de Responsabilidade
Técnica vinculada ao Conselho de Classe. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Seção III
§ 1º Nos processos administrativos ambientais serão observados, entre outros, os critérios de:
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX – adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança
e respeito aos direitos dos administrados;
Art. 67. Antes da lavratura do auto de infração, deve o infrator ser intimado para prestar
informações ou esclarecimentos à autoridade ambiental fiscalizadora, salvo quando estiverem
presentes elementos objetivos suficientes para lavratura adequada do auto de infração, os
quais devem estar identificados e descritos naquele instrumento.
§ 1º Será observado o critério da dupla visita para a lavratura de autos de infração ambiental
de micro e pequenas empresas, nos termos da Lei Complementar nacional nº 123, de 14 de
dezembro de 2006.
Art. 68. Os autos de infração ambiental estadual são lavrados em formulário único do Estado,
sendo que cada auto origina um processo administrativo infracional.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio de infratores, será lavrado um auto de infração
para cada infrator, os quais serão apensados no processo administrativo infracional.
Art. 70. Toda autuação deve ser acompanhada do respectivo relatório de fiscalização e sempre
que possível deve incluir:
II – medições de área;
Art. 71. A numeração dos processos administrativos deve ser única para todos os processos
iniciados pela fiscalização ambiental estadual, sendo obrigatória a utilização de um sistema
informatizado de gestão e acompanhamento de infrações ambientais, no qual são registradas
todas as movimentações processuais e os documentos internos integrantes do processo.
Parágrafo único. O sistema informatizado utilizado deve ser único para o IMA e para a PMA.
(NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 72. No auto de infração ambiental deve constar a descrição de todos os fatos que
constituírem a infração ambiental por ocasião do ato fiscalizatório, bem como o
enquadramento na norma legal transgredida e da penalidade indicada, sendo que, o equívoco
no enquadramento legal não enseja a nulidade do auto de infração, salvo se implicar em
majoração da sanção administrativa a ser aplicada.
Art. 72-A. Após a lavratura do auto de infração ambiental, quando da ciência do administrado,
deverá ser aberto prazo para manifestação de interesse em participar de audiência de
conciliação, a ser regulamentada e implementada pelos órgãos executores da política estadual
do meio ambiente.
Art. 73. O prazo para apresentação da defesa prévia é de 20 (vinte) dias, a contar da data da
ciência da lavratura do auto de infração, pela intimação pessoal do autuado.
§ 1º O agente fiscal autuante, sempre que possível, deve indicar os procedimentos a serem
tomados pelo infrator para a cessação ou mitigação do dano ambiental, antes mesmo da
apresentação da defesa prévia.
§ 3º A defesa prévia intempestiva não deve ser apreciada, ficando facultado o direito de
posterior juntada de provas pelo autuado.
Art. 75. A análise da defesa prévia deve ser elaborada pelo agente fiscal autuante, após a sua
juntada nos autos do processo.
V – rol de testemunhas;
IX – conclusão.
§ 3º Sempre que oportuno, deve ser indicada na análise de defesa prévia a necessidade de
laudo técnico, ou de produção de outras provas, sendo que nestes casos o processo será
remetido ao superior hierárquico para decisão interlocutória. (Redação dada pela Lei 18.350,
de 2022)
§ 4º Quando a defesa do autuado apresentar argumentos jurídicos, o processo deve ser
encaminhado ao setor correspondente do órgão para que proceda à devida análise.
§ 5º Nos processos administrativos infracionais de que trata esta Lei, fica assegurado o acesso
integral e imediato das informações que o compõem ao autuado, seu procurador formalmente
constituído ou a advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, mesmo
sem procuração, quando não estiverem sujeitos a sigilo por expressa disposição legal. (NR)
(Redação do § 4º e § 5º incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 76. O prazo para fins de decisão é de 30 (trinta) dias, a contar da apresentação da defesa
prévia ou do decurso do prazo respectivo.
Art. 77. As instâncias recursais devem obedecer à ordem cronológica para julgamento dos
recursos.
Art. 78. Elaborada a manifestação sobre a defesa prévia, pelo agente fiscal autuante, os autos
devem ser encaminhados à autoridade ambiental licenciadora para que esta homologue, ou
não, a lavratura do Auto de Infração e defina as penalidades. (NR) (Redação dada pela Lei
18.350, de 2022)
Art. 79. A autoridade ambiental licenciadora a que se refere o art. 78 poderá discordar da
manifestação do agente autuante, de modo a atenuar, aumentar ou não aplicar a sanção
administrativa indicada, devendo, para tanto, embasar sua decisão em parecer técnico ou
jurídico, inseridos no despacho, para a fundamentar a apreciação divergente. (NR) (Redação
dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 80-A. As multas decorrentes de infração ambiental poderão ser pagas de forma parcelada,
mediante despacho da autoridade competente, em até 24 (vinte e quatro) parcelas.
§ 2º Não será concedido novo parcelamento de multa enquanto não tiverem sido pagas
metade do total de parcelas.
§ 7º O despacho da autoridade competente a que se refere o caput poderá ser dispensado nos
casos previstos em decreto do Chefe do Poder Executivo.
Art. 80-C. As parcelas de que trata o art. 80-A deverão ser recolhidas mensal e
ininterruptamente.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da
execução das sanções administrativas aplicadas, a autoridade recorrida ou a imediatamente
superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao recurso.
Art. 82. Por ocasião do exercício do direito de defesa nas esferas judicial e administrativa fica
assegurado ao administrado, ao final do processo administrativo ou judicial, a mesma situação
jurídica existente caso não houvesse se insurgido contra o ato administrativo em questão,
resguardando-se, entretanto, a devida correção monetária referente ao período em que
perdurar o processo, nos casos em que a decisão reconhecer a exigibilidade de valores.
Art. 83. Compete ao IMA dar ciência de suas decisões, quanto aos processos administrativos
ambientais, ao recorrente, bem como emitir a competente guia de recolhimento no caso de
aplicação da penalidade de multa. (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Parágrafo único. As decisões do CONSEMA devem ser publicadas no Diário Oficial do Estado.
Art. 83-A. A sanção de demolição de obra poderá ser aplicada, garantido o contraditório e a
ampla defesa, somente após o julgamento definitivo do auto de infração, quando:
§ 1º A demolição de obra poderá ser feita pela Administração Pública ou pelo infrator, em
prazo assinalado, após o julgamento do Auto de Infração Ambiental.
§ 3º Não será aplicada a penalidade de demolição quando, mediante laudo técnico, for
comprovado que o desfazimento de obra poderá trazer maiores impactos ambientais do que a
manutenção dela. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
III – pela prescrição. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 83-C. Prescreve em 5 (cinco) anos a ação da Administração Pública objetivando apurar a
prática de infrações contra o meio ambiente, contados da data da prática do ato ou, no caso
de infração permanente ou continuada, do dia em que esta tiver cessado.
§ 3º Meros despachos, sem conteúdo decisório, não se prestam para interromper a prescrição
a que alude o § 2º.
§ 4º Quando o fato objeto da infração também constituir crime, a prescrição de que trata o
caput reger-se-á pelo prazo previsto na legislação penal. (NR) (Redação incluída pela Lei
18.350, de 2022)
I – pelo recebimento do auto de infração ou pela cientificação do infrator por qualquer outro
meio, inclusive por edital;
II – por qualquer ato inequívoco da Administração Pública que importe apuração do fato; e
Parágrafo único. Considera-se ato inequívoco da Administração, para o efeito do que dispõe o
inciso II do caput, aquele que implique instrução do processo. (NR) (Redação incluída pela Lei
18.350, de 2022)
Art. 84. Quando as medidas administrativas forem esgotadas e não restarem atendidas no
processo de fiscalização, o órgão executor deve ingressar com a competente ação judicial
visando garantir o cumprimento das disposições legais.
Art. 85. O órgão autuante tem obrigação de prestar informações sobre os processos
administrativos infracionais.
Art. 86. A constatação de fatos que constituem, em tese, crimes ambientais, enseja a remessa
obrigatória de fotocópias de peças e informações ao Ministério Público, sem prejuízo de outras
providências cabíveis.
§ 1º O encaminhamento de informações de que trata o caput deve ser feito logo após a
aplicação de penalidades pelo órgão ambiental fiscalizador estadual, devendo ser efetuado
antes da aplicação de penalidades, se decorrido mais de trinta dias da lavratura do auto de
infração.
Art. 87. As multas previstas neste Código podem ter a sua exigibilidade suspensa, quando o
infrator, por termo de compromisso aprovado pela autoridade competente, obrigar-se à
adoção de medidas específicas, para fazer cessar ou corrigir a degradação ambiental.
§ 1º A correção do dano de que trata este artigo será feita mediante a apresentação de projeto
técnico de reparação do dano.
II – histórico sucinto;
III – considerandos;
Art. 89. Os danos ambientais irreversíveis devem ser compensados em forma a ser
regulamentada pelo órgão ambiental fiscalizador.
Art. 91. Os processos administrativos devem ser instaurados e mantidos na unidade operativa
da circunscrição do agente fiscalizador autuante.
Art. 92. Lavrado o auto de infração, o agente fiscal ambiental deve, com a primeira via, iniciar o
processo administrativo infracional, e entregar outra via ao autuado, mediante recibo.
§ 2º Quando o autuado ou seu preposto não for encontrado no local da autuação, o auto de
infração segue via correio, com aviso de recebimento.
Art. 93. Ao final de cada ano, todo agente fiscal deve prestar contas, diretamente à autoridade
ambiental fiscalizadora, do bloco de auto de infração, bem como apresentar o competente
relatório de atividades.
Parágrafo único. O IMA e a PMA devem fazer um relatório conjunto anual da fiscalização
ambiental, a ser apresentado ao Chefe do Poder Executivo e à Assembleia Legislativa, até o
final do primeiro semestre do ano subsequente. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 94. O agente fiscal, ao constatar o indício de irregularidade na licença expedida por
qualquer órgão do SISNAMA, deve enviar o competente comunicado ao representante do
órgão emissor da licença para providências ou esclarecimentos, antes da lavratura do auto de
infração.
Art. 95. A intimação é expedida em duas vias, ficando a segunda anexada aos autos.
Art. 96. O agente fiscal deve portar a carteira de identificação funcional concedente do poder
de polícia ambiental.” (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 96-A. O processo administrativo infracional de que trata esta Seção será regulamentado
por Ato do Chefe do Poder Executivo estadual. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de
2022)
CAPÍTULO III
Art. 97. O órgão ambiental licenciador pode exigir, mediante recomendação constante em
parecer técnico, a qualquer tempo, auditoria ambiental de atividades ou empreendimentos
licenciáveis mediante Estudo Prévio de Impacto Ambiental – EIA, sem prejuízo de outras
exigências legais.
Art. 98. A finalidade das auditorias ambientais deve se restringir à avaliação da implementação
dos programas ambientais, de controle, compensação e monitoramento ambiental, bem como
das condicionantes técnicas das licenças, não substituindo a fiscalização ambiental pelo órgão
licenciador.
Art. 99. As atividades que possuem sistema de gestão ambiental certificada por entidades
credenciadas pelo Sistema Brasileiro de Certificação Ambiental, poderão utilizar esta
certificação para o atendimento à exigência disposta no art. 97 desta Lei, desde que o escopo
da auditoria e seu relatório incluam a avaliação dos Programas Ambientais e dos
condicionantes das licenças emitidas.
Art. 100. No caso dos auditores ambientais constatarem uma situação de risco ambiental
iminente, de dano ou de irregularidade normativa, eles devem notificar imediatamente o
responsável da atividade ou empreendimento, registrar este fato em seu relatório e dar
conhecimento ao órgão fiscalizador.
CAPÍTULO IV
Art. 101. Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros básicos para análise dos estágios
sucessionais dos campos de altitude associados à Floresta Ombrófila Mista e à Floresta
Ombrófila Densa, no Bioma Mata Atlântica em Santa Catarina:
I – histórico de uso;
VII – altitude.
III – campo pastoreado: campo utilizado pela pecuária extensiva localizados no planalto
meridional;
IV – campo original: campo que, independentemente do seu uso, sempre foi vegetação
campestre, caracterizada como clímax edáfico sobre o planalto meridional ou sobre cumes da
Serra Geral em Santa Catarina, considerados como remanescente;
VI – capão: pequena porção de Floresta Ombrófila Mista isolada no meio dos campos naturais
do planalto catarinense;
VII – campo litólito: são aqueles campos em que a cobertura do solo apresenta-se com
afloramento rochoso, cobrindo mais de 70% (setenta por cento) da superfície; e
VIII – pousio: área de terra onde inexista qualquer atividade antrópica por determinado
tempo.
Art. 103. São considerados em estágio inicial de regeneração, associados à Floresta Ombrófila
Mista:
I – os “campos atrópicos”;
II – os “campos melhorados”; e
III - os “campos pastoreados”, os quais poderão estar em pousio por até 2 (dois) anos, com
ausência de “turfeiras” e “vegetação litólita”.
§ 1º Para a caracterização dos campos antrópicos será tomado como parâmetro inicial a
cobertura aerofotogramétrica do Estado de Santa Catarina de 1957, fotoíndice escala
aproximada de 1:1.000.000, escala média das fotografias 1:25.000, filme pacromático, Câmara
Zeiss RMK 15/223, distribuição focal nominal 153 mm.
Parágrafo único: São consideradas espécies indicadoras dos campos de altitude em estágio
médio de regeneração, associados à Floresta Ombrófila Mista: Agrostis montevidensis,
Adesmia ciliata, Adesmia tristis, Andropogon lateralis, Andropogon macrothrix, Axonopus
barretoi, Axonopus ramboi, Axonopus siccus, Baccharis nummularia, Baccharis pseudovillosa,
Baccharis tridentada, Baccharis uncinella, Briza calotheca, Briza uniolae, Bulbostylis
sphaerocephala, Calea phyllolepis. Danthonia secundiflora, Deschampsia caespitosa, Lupinus
paranensis, Lupinus rubriflorus, Macroptilium prostratum, Paspalum maculosum, Paspalum
pumilum, Piptochaetium stipoides, Schizachyrium spicatum, Schizachyrium tenerum,
Sorghastrum setosum, Sporobolus camporum, Stipa sellowiana, Tephrosia adunca, Trichocline
catharinensis, Trifolium riograndense.
I – as “turfeiras”;
II – os “campos litólitos”; e
III – a bordadura de no mínimo 10 (dez) metros ao redor dos “capões”, “turfeiras” e “campos
litólitos”.
Art. 106. Os campos relictuais de altitudes da Floresta Ombrófila Densa, devido as suas
pequenas extensões, níveis de endemismo e riqueza de espécies, serão considerados todos
como sendo estágio médio.
Art. 107. Serão considerados “campos originais” de altitude em estágio médio de regeneração,
associados à Floresta Ombrófila Densa, os campos com ausência de espécies raras e
endêmicas, “turfeiras” e vegetação litólita.
Parágrafo único: Consideram-se como espécies raras: Quesnelia imbricata (gravatá), Dyckia
reitzii, Dyckia minarum, Vriesea hoehneana, Spermacoce paranaensis (poáia-do-campo).
Art. 109. Nos campos, quer associados à Floresta Ombrófila Densa ou Floresta Ombrófila
Mista, localizados em altitudes superiores a 1.500 (mil e quinhentos) metros, são permitidas
como atividades econômicas, a pecuária extensiva e atividades ligadas ao ecoturismo e
turismo sustentável.
Art. 110. Os “campos originais”, quer associados à Floresta Ombrófila Densa ou à Floresta
Ombrófila Mista, que estiverem em pousio por um período superior a 10 (dez) anos, serão
considerados campos em estágio primário.
Art. 111. O número de espécies mencionados nesta Lei, indicadoras dos estágios de sucessão
dos campos de altitude, poderão sofrer alterações, mediante lei, de acordo com a evolução de
estudos realizados pela EPAGRI.
Art. 112. No caso de vegetação primária em campo de altitude, a vegetação de máxima
expressão local não necessariamente está associada à grande diversidade biológica, devido às
características locais de clima, relevo, solo, e vegetação adjacente.
CAPÍTULO V
Seção I
Seção II
Seção III
Da Reserva Legal
Seção IV
Da Servidão Ambiental
Seção V
Seção VI
Subseção I
Subseção II
Subseção III
Subseção IV
Subseção V
Da Compensação Ambiental
CAPÍTULO IV-A
Seção I
I – não atendam aos parâmetros de APP indicados na Subseção III da Seção II do Capítulo V-A
do Título IV desta Lei; ou
II – não atendam aos parâmetros de Reserva Legal indicados na Seção III do Capítulo V-A do
Título IV desta Lei. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 114-B. Incumbe ao Poder Público estadual implantar o PRA, estabelecendo medidas
específicas de regularização, observado o contido nesta Seção. (Redação incluída pela Lei
16.342, de 2014)
Art. 114-C. Na definição das medidas específicas do PRA, o Poder Público estadual deverá:
Art. 114-D. O proprietário ou possuidor de imóvel rural que o tenha inscrito no Cadastro
Ambiental Rural (CAR), até 31 de dezembro de 2020, terá direito à adesão ao Programa de
Regularização Ambiental (PRA).
Art. 114-E. Com base no requerimento de adesão ao PRA, o órgão ambiental estadual
convocará o proprietário ou possuidor do imóvel rural a ser regularizado para assinar o Termo
de Compromisso, que constituirá título executivo extrajudicial.
§ 2º Até a convocação de que trata o caput e enquanto estiver fluindo o prazo para assinatura
do Termo de Compromisso, o imóvel rural, para todos os fins legais, será considerado em
processo de regularização. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 114-F. Até o término do prazo a que se refere o art. 114-D e enquanto estiver sendo
cumprido o Termo de Compromisso a que se refere o art. 114-E, o proprietário ou possuidor
não poderá ser autuado por infrações cometidas antes de 22 de julho de 2008, relativas à
supressão irregular de vegetação em APPs, de Reserva Legal e de uso restrito. (Redação
incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 114-H. O Governo Estadual implantará programa para conversão da multa referente a
autuações vinculadas a desmatamentos promovidos sem autorização ou licença, em data
anterior a 22 de julho de 2008, nas áreas onde não era vedada a supressão.
Parágrafo único. No caso previsto no caput deste artigo, as multas serão integralmente
consideradas como convertidas em serviços de preservação, melhoria e recuperação da
qualidade do meio ambiente. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 114-I. Até o término do prazo de adesão ao PRA, é autorizada a continuidade das
atividades desenvolvidas nas áreas consolidadas de imóveis rurais, as quais deverão ser
informadas no CAR, para fins de monitoramento, sendo exigida a adoção de medidas de
conservação do solo e da água, quando assim definido pelo órgão estadual competente.
Parágrafo único. Durante o período a que se refere o caput deste artigo, poderá ser realizada a
substituição das atividades desenvolvidas em áreas rurais consolidadas por outras atividades
agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural, sendo vedada a conversão de novas
áreas de vegetação nativa para uso alternativo do solo nestes locais. (Redação incluída pela Lei
16.342, de 2014)
Seção II
III – o prazo ou cronograma para a realização das medidas mencionadas nos incisos anteriores;
e
IV – a vedação de conversão de novas áreas de vegetação nativa para uso alternativo do solo
em locais não permitidos pela legislação.
§ 2º As medidas de recomposição a que se refere este artigo poderão ter parâmetros diversos
dos indicados na Subseção III, da Seção II, do Capítulo V-A, do Título IV desta Lei, em razão das
peculiaridades territoriais, climáticas, históricas, culturais, econômicas e sociais da região onde
está situado o imóvel a ser regularizado, identificadas na definição das medidas específicas de
regularização definidas pelo Poder Público estadual.
§ 3º A obrigação de recomposição de vegetação a que se refere este artigo não será exigida
para a manutenção de residências e da infraestrutura associada às atividades realizadas nas
áreas rurais consolidadas, inclusive o acesso a essas acessões, benfeitorias e atividades, desde
que não estejam em local que ofereça risco à vida ou à integridade física das pessoas.
(Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 115-B. A recomposição de que trata o art. 115-A desta Lei poderá ser feita, isolada ou
conjuntamente, pelos seguintes métodos:
III – plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração natural de espécies
nativas; ou
IV – plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, exóticas com nativas
de ocorrência regional, em até 50% (cinquenta por cento) da área total a ser recomposta, no
caso de pequenas propriedades ou posses rurais. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 115-C. Aos proprietários e possuidores de imóveis rurais com áreas consolidadas que, em
22 de julho de 2008, detinham até 4 (quatro) módulos fiscais, é garantido que a exigência de
recomposição, nos termos desta Lei, somada a todas as APPs ou de vegetação nativa não
passível de supressão no imóvel, em razão do contido na Lei federal nº 11.428, de 22 de
dezembro de 2006, não ultrapassará:
I – 10% (dez por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais com área de até 2 (dois)
módulos fiscais; ou
II – 20% (vinte por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais com área superior a 2
(dois) e de até 4 (quatro) módulos fiscais. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Parágrafo único. A regularização indicada no caput deste artigo viabiliza a utilização da área
consolidada do imóvel rural para quaisquer atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de
turismo rural, admitindo-se a substituição das atividades atualmente realizadas, desde que
previamente licenciadas ambientalmente, quando assim exigido pela legislação específica.
(Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Seção III
Art. 116-A. O PRA poderá estabelecer outras modalidades de cumprimento das obrigações
relativas à Reserva Legal, adicionalmente às previstas na Seção III, do Capítulo V-A, do Título IV
desta Lei. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
CAPÍTULO IV-B
Art. 117-A. Os imóveis rurais localizados no Estado deverão se inscrever no CAR, registro
público eletrônico, com a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e
posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento
ambiental e econômico e combate ao desmatamento.
§ 1º A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita no órgão ambiental municipal ou
estadual, que, nos termos do regulamento, exigirá do proprietário ou possuidor rural:
III – identificação do imóvel por meio de mapa, plotagem ou similar, contendo a indicação das
coordenadas geográficas com pelo menos um ponto de amarração do perímetro do imóvel,
informando a localização dos remanescentes de vegetação nativa, das APPs, das Áreas de Uso
Restrito, das áreas consolidadas e, caso existente, também da localização da Reserva Legal.
§ 4º Para a implantação do CAR no âmbito de Santa Catarina, o Poder Público estadual poderá
adotar o sistema disponibilizado pela União, sem prejuízo de promover as adequações
necessárias às peculiaridades regionais.
Art. 117-B. Nos casos em que a Reserva Legal já tenha sido averbada na matrícula do imóvel e
em que essa averbação identifique o perímetro e a localização da reserva, o proprietário não
será obrigado a fornecer ao órgão ambiental as informações relativas à Reserva Legal.
Parágrafo único. Para que o proprietário se desobrigue nos termos do caput deste artigo,
deverá apresentar ao órgão ambiental competente a certidão de registro de imóveis em que
conste a averbação da Reserva Legal ou termo de compromisso já firmado nos casos de posse.
(Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 117-C. Enquanto o CAR não estiver implantado e efetivamente disponibilizado no Estado
de Santa Catarina, o exercício de quaisquer direitos decorrentes desta Lei poderá ser realizado
independentemente da inscrição no referido Cadastro. (Redação incluída pela Lei 16.342, de
2014)
CAPÍTULO V-A
Seção I
Art. 118-A. Em áreas de inclinação entre 25° (vinte e cinco graus) e 45° (quarenta e cinco
graus), serão permitidos o manejo florestal sustentável e o exercício de atividades
agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural, bem como a manutenção da
infraestrutura física associada ao desenvolvimento das atividades, observadas boas práticas
agronômicas, sendo vedada a conversão de novas áreas, excetuadas as hipóteses de utilidade
pública, de interesse social ou de baixo impacto.
Parágrafo único. Nas situações previstas no caput deste artigo admite-se a substituição das
atividades atualmente realizadas. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Seção II
Das Áreas de Preservação Permanente (APPs)
Subseção I
Art. 119-A. A vegetação situada em APP deverá ser mantida pelo proprietário da área,
possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado.
Art. 119-B. É permitido o acesso de pessoas e animais às APPs para obtenção de água e para
realização de atividades de baixo impacto ambiental. (Redação incluída pela Lei 16.342, de
2014)
Art. 119-C. Não são consideradas APPs, as áreas cobertas ou não com vegetação:
III – nas faixas marginais de canais, valas, galerias de drenagem ou de irrigação e talvegues de
escoamento de águas da chuva;
IV – nas faixas marginais de cursos d’água não naturais, devido à realização de atividades de
canalização, tubulação ou incorporação de cursos d’água a sistemas produtivos ou de
drenagem urbana ou rural; e
§ 1º Para as atividades realizadas nos locais indicados no caput deste artigo poderá ser
indicada a adoção de medidas de conservação do solo e da qualidade da água, por ocasião do
licenciamento ambiental ou do PRA, quando exigíveis.
§ 2º No caso de imóveis rurais, as medidas de conservação do solo e da qualidade da água
referidas no § 1º deste artigo serão indicadas de acordo com boas práticas agronômicas.
(Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Subseção II
Art. 120-A. As disposições desta Seção aplicam-se exclusivamente aos imóveis que não
configurem área rural ou urbana consolidada, nos termos dos incisos VI e VII do art. 28.
(Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
II – proteger as restingas;
Parágrafo único. A criação de novas APPs, nas hipóteses previstas no caput deste artigo, é
condicionada à prévia e justa indenização dos proprietários ou possuidores dos imóveis
abrangidos. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 120-E. Nos imóveis rurais com até 15 (quinze) módulos fiscais, é admitida, nas áreas de
que tratam os incisos I e II do art. 120-B, a prática da aquicultura e a infraestrutura física
diretamente a ela associada, desde que:
V – não implique novas supressões de vegetação nativa. (Redação incluída pela Lei 16.342, de
2014)
Subseção III
Art. 121-A. Às hipóteses previstas nesta Subseção não se aplicam outras modalidades de APPs,
que não estejam expressamente nela previstas. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
I – nas faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, excluídos os
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura de:
e) entre 20 m (vinte metros) e 100 m (cem metros), contados da borda da calha do leito
regular, nos demais casos;
III – no entorno de lagos e lagoas naturais, em faixa marginal com largura de:
a) 5 m (cinco metros), para imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo fiscal;
b) 8 m (oito metros), para imóveis rurais com área superior a 1 (um) módulo fiscal e de até 2
(dois) módulos fiscais;
c) 15 m (quinze metros), para imóveis rurais com área superior a 2 (dois) módulos fiscais e de
até 4 (quatro) módulos fiscais; e
d) 30 m (trinta metros), para imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos fiscais.
§ 3º Os parâmetros fixados nos incisos deste artigo não autorizam a supressão de vegetação
nativa, sendo vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo nesses locais.
(Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 121-C. Nas áreas rurais consolidadas nos locais de que tratam os incisos V, VIII, IX e X do
art. 120-B, será admitida a manutenção de atividades florestais, culturas de espécies lenhosas,
perenes ou de ciclo longo, bem como da infraestrutura física associada ao desenvolvimento de
atividades agrossilvipastoris, vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo.
§ 1º O pastoreio extensivo nos locais referidos no caput deste artigo deverá ficar restrito às
áreas de vegetação campestre natural ou já convertidas para vegetação campestre, admitindo-
se o consórcio com vegetação lenhosa perene ou de ciclo longo.
§ 3º Admite-se, nas APPs, previstas no inciso VIII do art. 120-B desta Lei, das pequenas
propriedades ou posses rurais, a partir de boas práticas agronômicas e de conservação do solo
e da água, mediante deliberação dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente ou órgãos
colegiados estaduais equivalentes, a consolidação de outras atividades agrossilvipastoris,
ressalvadas as situações de risco de vida. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 121-D. A existência de áreas consolidadas em imóveis rurais deverá ser informada no CAR,
para fins de monitoramento, sendo exigida, nesses casos, a adoção de técnicas de conservação
do solo e da água que visem à mitigação dos eventuais impactos.
Art. 121-E. Os imóveis com áreas rurais consolidadas que não se enquadrem nos parâmetros
indicados nesta Subseção poderão ser regularizados através da adesão ao PRA de que trata o
Capítulo IV-A do Título V desta Lei, observado o contido no art. 114-I até término do prazo de
adesão no referido Programa.
Parágrafo único. As medidas das faixas de proteção indicadas nesta Subseção poderão ser
modificadas no âmbito do PRA, em razão das peculiaridades territoriais, climáticas, históricas,
culturais, econômicas e sociais da região onde está situado o imóvel a ser regularizado,
mediante recomendação técnica. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 121-F. Fica autorizado, mediante declaração e acompanhamento técnico por profissional
habilitado, o uso alternativo do solo em áreas rurais consolidadas conforme declaradas no
Cadastro Ambiental Rural (CAR), bem como a supressão vegetativa de espécies nativas, desde
que não gerem material lenhoso.
§ 1º Por área rural consolidada entende-se aquelas assim declaradas no Cadastro Ambiental
Rural (CAR) como consolidadas por atividades agrossilvipastoris, admitindo-se o regime de
pousio, respeitando-se as áreas de Reserva Legal e Preservação Permanente.
§ 2º O uso alternativo do solo, em áreas rurais consolidadas, que não geram material lenhoso
para sua supressão e/ou conversão, não necessitam de autorização de supressão vegetativa,
desde que comprovadas através de declaração técnica de Uso e Ocupação do Solo, emitida por
profissional habilitado. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Subseção IV
Parágrafo único. Os requisitos para regularização a que se refere o caput deste artigo poderão
ser definidos para a totalidade do território municipal ou para cada uma de suas zonas
urbanísticas. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 122-B. Na ausência da legislação municipal de que trata o art. 122-A, as edificações,
atividades e demais formas de ocupação do solo que não atendam aos parâmetros de APP
indicados no art. 120-B desta Lei poderão ser regularizados através de projeto de regularização
fundiária.
§ 4º A aprovação de que trata este artigo poderá ser admitida pelos Estados, na hipótese de o
Município não ser competente para o licenciamento ambiental correspondente, mantida a
exigência de licenciamento urbanístico pelo Município.
a) em que a área esteja ocupada, de forma mansa e pacífica, há, pelo menos, 5 (cinco) anos;
b) de imóveis situados em Zona Especial de Interesse Social (ZEI’s), assim entendida a parcela
de área urbana instituída pelo Plano Diretor ou definida por outra lei municipal, destinada,
predominantemente, à moradia de população de baixa renda e sujeita a regras específicas de
parcelamento, uso e ocupação do solo; ou
c) de áreas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios declaradas de interesse
para implantação de projetos de regularização fundiária de interesse social;
Parágrafo único. Para fins da regularização de interesse específico, ao longo dos rios ou de
qualquer curso d’água natural, será mantida faixa não edificável com largura mínima de 15 m
(quinze metros) de cada lado, ressalvada previsão específica em sentido diverso no Plano
Diretor ou legislação municipal correlata, em razão de peculiaridades territoriais, climáticas,
históricas, culturais, econômicas e sociais relacionadas à ocupação do solo urbano. (Redação
incluída pela Lei 16.342, de 2014) (ADI TJSC 8000030-60.2017.8.24.0000 – declara a
inconstitucionalidade do excerto "ressalvada previsão específica em sentido diverso no Plano
Diretor ou legislação municipal correlata, em razão de peculiaridades territoriais, climáticas,
históricas, culturais, econômicas e sociais relacionadas à ocupação do solo urbano", previsto
no parágrafo único do art. 122-C)
Subseção V
Subseção VI
Art. 124-A. A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em APP somente ocorrerá nas
hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas
nesta Lei. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 124-B. Para a aplicação desta Lei, são consideradas de utilidade pública:
Art. 124-C. Para a aplicação desta Lei, são consideradas de interesse social:
I – as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como
prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e
proteção de plantios com espécies nativas;
Art. 124-D. Para a aplicação desta Lei são consideradas de atividades eventuais ou de baixo
impacto ambiental:
VIII – a coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas,
como sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a recursos
genéticos;
Art. 124-F. A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em APP de que tratam os incisos
VI e VII do caput do art. 120-B poderá ser autorizada, excepcionalmente, em locais onde a
função ecológica do manguezal esteja comprometida, para execução de obras habitacionais e
de urbanização, inseridas em projetos de regularização fundiária de interesse social, em áreas
urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda. (Redação incluída pela Lei
16.342, de 2014)
Seção III
Da Reserva Legal
Subseção I
Art. 125-A. Todo imóvel rural deve manter, excetuados os casos previstos nesta Lei, o
percentual mínimo de 20% (vinte por cento) de sua área coberta com vegetação nativa, a título
de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre APP.
§ 3º Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas por
detentor de concessão, permissão ou autorização para exploração de potencial de energia
hidráulica, nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica, subestações
ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica.
§ 4º Não será exigida Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas com o
objetivo de implantação e ampliação da capacidade de rodovias e ferrovias. (Redação incluída
pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 125-B. A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo
proprietário do imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica,
de direito público ou privado.
§ 2º Para fins de manejo de Reserva Legal na pequena propriedade ou posse rural, o órgão
ambiental estadual deverá estabelecer procedimentos simplificados de elaboração, análise e
aprovação de tais planos de manejo. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
§ 3º Quando a área de reserva legal perder sua função em área rural, tendo em vista sua
inclusão em perímetro urbano, poderá ser utilizada 50% (cinquenta por cento) da mesma área
para uso de área verde de projetos de parcelamento de solo ou desmembramento, assim
exigidos pelos planos diretores ou leis de uso do solo municipal.
§ 4º A área remanescente de que trata o § 3º poderá ser desafetada, podendo ser destinada a
outros fins como área útil de gleba. (NR) (Redação dos § 3º e § 4º incluída pela Lei 18.350, de
2022)
Art. 125-C. A localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá levar em
consideração os seguintes estudos e critérios:
II – o Zoneamento Ecológico-Econômico;
III – a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com APP, com Unidade de
Conservação ou com outra área legalmente protegida;
§ 1º O órgão ambiental estadual ou instituição por ele habilitada deverá aprovar a localização
da Reserva Legal após a inclusão do imóvel no CAR, conforme o art. 128-A desta Lei.
§ 2º A Reserva Legal será instituída de modo a não inviabilizar atividades agrossilvipastoris já
realizadas em áreas rurais consolidadas e, preferencialmente, será localizada em áreas não
agricultáveis.
§ 3º A Reserva Legal pode ser constituída na forma de mosaico, junto às áreas ambientalmente
protegidas, entre as quais as de preservação permanente, formando corredores ecológicos.
Art. 125-D. Quando um imóvel rural, regularizado em relação à sua Reserva Legal for declarado
de utilidade pública ou de interesse social, para fins de desapropriação, o remanescente
florestal e outras formas de vegetação nativa devem ser valorados pelo seu valor econômico e
ambiental. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 125-E. A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal
não desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva Legal, que só será
extinta concomitantemente ao registro do parcelamento do solo ou a expedição de “habite-
se” de edificação para fins urbanos.
Parágrafo único. Nas situações previstas no caput deste artigo, para fins de análise e aprovação
de licenças e autorizações do Poder Público destinadas ao parcelamento do solo, à edificação
ou à realização de outras atividades de uso ou ocupação do solo urbano, aplica-se à área de
Reserva Legal as mesmas regras incidentes para a vegetação existente em imóveis urbanos em
geral, inclusive no que se refere à supressão de vegetação. (Redação incluída pela Lei 16.342,
de 2014)
Subseção II
Art. 126-A. A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente por
meio de inscrição no CAR de que trata o art. 128-A, sendo vedada a alteração de sua
destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento, com as
exceções previstas nesta Lei.
§ 2º Na posse, a área de Reserva Legal é assegurada por termo de compromisso firmado pelo
possuidor com o órgão ambiental estadual, com força de título executivo extrajudicial, que
explicite, no mínimo, a localização da área de Reserva Legal e as obrigações assumidas pelo
possuidor por força do previsto nesta Lei.
Art. 126-B. Para a inscrição da Reserva Legal de pequenas propriedades ou posses rurais, o
proprietário ou possuidor apresentará os dados identificando a área proposta de Reserva
Legal, cabendo ao órgão ambiental estadual, ou instituição por ele habilitada, realizar a
captação das respectivas coordenadas geográficas.
Art. 126-C. Após a implantação do CAR, a supressão de novas áreas de floresta ou outras
formas de vegetação nativa apenas será autorizada pelos órgãos ambientais competentes
integrantes do SISNAMA se o imóvel estiver inserido no mencionado Cadastro, ressalvado o
previsto no art. 126-D desta Lei. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 126-D. Nos casos em que a Reserva Legal já tenha sido averbada na matrícula do imóvel e
em que essa averbação identifique o perímetro e a localização da reserva, o proprietário não
será obrigado a fornecer ao órgão ambiental as informações relativas à Reserva Legal previstas
no art. 117-A, § 1º, III, desta Lei.
Parágrafo único. Para que o proprietário se desobrigue nos termos do caput deste artigo,
deverá apresentar ao órgão ambiental competente a certidão de registro de imóveis onde
conste a averbação da Reserva Legal ou Termo de Compromisso já firmado nos casos de posse.
(Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Subseção III
Art. 127-A. Será admitido o cômputo das APPs no cálculo do percentual da Reserva Legal do
imóvel, desde que:
I – o benefício previsto neste artigo não implique a conversão de novas áreas para o uso
alternativo do solo;
III – o proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no CAR, nos termos desta
Lei.
Art. 127-B. Poderá ser instituída Reserva Legal em regime de condomínio ou coletiva entre
propriedades rurais, respeitado o percentual previsto no art. 125-A em relação a cada imóvel.
(Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 127-C. No caso de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) instituída sobre imóvel
rural, 100% (cem por cento) dessa área poderá ser utilizada para fins de compensação da área
exigida de Reserva Legal. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
I – localizada dentro dos limites do mesmo imóvel, quando a área atualmente destinada à
Reserva Legal estiver coberta com vegetação nativa em estágio médio ou avançado de
regeneração, na forma definida pela legislação específica; ou
II – localizada dentro dos limites do mesmo imóvel ou em outro imóvel, sob a forma de
compensação, quando área atualmente destinada à Reserva Legal não estiver coberta com
vegetação nativa em estágio médio ou avançado de regeneração, na forma definida pela
legislação específica.
Art. 127-E. O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de julho de 2008,
área de Reserva Legal em extensão inferior ao estabelecido no art. 125-A, poderá regularizar
sua situação, independentemente da adesão ao PRA, adotando as seguintes alternativas,
isolada ou conjuntamente:
§ 1º A obrigação prevista no caput desta Lei tem natureza real e é transmitida ao sucessor no
caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural.
§ 2º A recomposição de que trata o inciso I do caput deste artigo deverá atender aos critérios
estipulados pelo órgão ambiental estadual e ser concluída em até 20 (vinte) anos, abrangendo,
a cada 2 (dois) anos, no mínimo 1/10 (um décimo) da área total necessária à sua
complementação.
§ 3º A recomposição de que trata o inciso I do caput deste artigo poderá ser realizada
mediante o plantio intercalado de espécies nativas com exóticas ou frutíferas, em sistema
agroflorestal, observados os seguintes parâmetros:
I – o plantio de espécies exóticas deverá ser combinado com as espécies nativas de ocorrência
regional; e
II – a área recomposta com espécies exóticas não poderá exceder a 50% (cinquenta por cento)
da área total a ser recuperada.
§ 5º A compensação de que trata o inciso III do caput deste artigo deverá ser precedida pela
inscrição da propriedade no CAR e poderá ser feita mediante:
I – aquisição de CRA;
I – ser equivalentes em extensão à área da Reserva Legal a ser compensada; (Redação dada
pela Lei 17.073, de 2017).
II – estar inseridas no mesmo bioma da área de Reserva Legal a ser compensada; e (Redação
dada pela Lei 17.073, de 2017).
III – se fora do Estado de Santa Catarina, estar localizadas em áreas identificadas como
prioritárias pela União ou pelos Estados, e situadas nos Estados do Paraná ou do Rio Grande do
Sul. (Redação incluída pela Lei 17.073, de 2017).
§ 7º Poderão ser definidas, por meio de decreto, áreas prioritárias para compensação de
Reserva Legal, as quais buscarão favorecer, entre outras, a recuperação de bacias hidrográficas
excessivamente desmatadas, a criação de corredores ecológicos, a conservação de grandes
áreas protegidas e a conservação ou recuperação de ecossistemas ou espécies ameaçadas.
§ 8º Quando se tratar de imóveis públicos, a compensação de que trata o inciso III do caput
deste artigo poderá ser feita mediante concessão de direito real de uso ou doação, por parte
da pessoa jurídica de direito público proprietária de imóvel rural que não detém Reserva Legal
em extensão suficiente, ao órgão público responsável pela Unidade de Conservação de área
localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio público, a ser criada ou
pendente de regularização fundiária.
§ 9º As medidas de compensação previstas neste artigo não poderão ser utilizadas como forma
de viabilizar a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo.
§ 10. (Redação revogada pela Lei 17.073, de 2017).
Art. 127-F. Nos imóveis rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área de até 4 (quatro)
módulos fiscais e que possuam remanescente de vegetação nativa em percentuais inferiores
ao previsto no art. 125-A, a Reserva Legal será constituída com a área ocupada com a
vegetação nativa existente em 22 de julho de 2008, vedadas novas conversões para uso
alternativo do solo. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 127-H. O PRA de que trata o Capítulo IV-A do Título IV poderá estabelecer outras formas
de cumprimento das obrigações relativas à Reserva Legal. (Redação incluída pela Lei 16.342,
de 2014)
Subseção IV
Art. 128-A. No manejo sustentável da vegetação florestal da Reserva Legal, serão adotadas
práticas de exploração seletiva nas modalidades de manejo sustentável sem propósito
comercial para consumo na propriedade e manejo sustentável para exploração florestal com
propósito comercial. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 128-B. É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós,
folhas e sementes, devendo-se observar:
Art. 128-C. O manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva Legal com propósito
comercial depende de autorização do órgão competente e deverá atender às seguintes
diretrizes e orientações:
Art. 128-D. O manejo sustentável para exploração florestal eventual sem propósito comercial,
para consumo no próprio imóvel, independe de autorização dos órgãos competentes, devendo
apenas ser declarados previamente ao órgão ambiental a motivação da exploração e o volume
explorado, estando limitada a exploração anual a 20 m³ (vinte metros cúbicos). (Redação
incluída pela Lei 16.342, de 2014)
§ 2º O IMA regulamentará o disposto no § 1º. (NR) (Redação dos § 1º e § 2º incluída pela Lei
18.350, de 2022)
Art. 128-E. Na Reserva Legal pode ser feita a exploração sustentável da Erva Mate –
Ilexparaguariensis, livre de qualquer autorização ambiental, desde que obedecidos os
seguintes critérios:
I – a preservação da árvore explorada, com exploração apenas por meio da poda, que consiste
na extração das folhas maduras da erveira, com galhos de até 2 cm (dois centímetros) de
espessura e até 30 cm (trinta centímetros) de comprimento;
II – a poda deverá ser feita de acordo com orientações técnicas da cultura, visando à retirada
de ramos sem danificar a árvore e comprometer sua preservação;
III – a exploração e a colheita das erveiras podadas devem se dar em intervalo mínimo de 2
(dois) anos; e
Parágrafo único. O corte de cada erveira, a qualquer título, obriga a reposição de 8 (oito)
mudas da mesma espécie. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Seção IV
Da Servidão Ambiental
Art. 129-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por
instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão
ambiental estadual, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para preservar,
conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão ambiental.
§ 3º A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob servidão ambiental deve ser,
no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal.
§ 7º As áreas que tenham sido instituídas na forma de servidão florestal passam a ser
consideradas, pelo efeito desta Lei, como de servidão ambiental. (Redação incluída pela Lei
16.342, de 2014)
Seção V
Art. 130-A. É instituída a CRA, título nominativo representativo de área com vegetação nativa,
existente ou em processo de recuperação:
§ 3º A Cota de Reserva Florestal (CRF) passa a ser considerada, para o efeito desta Lei, como
CRA.
§ 4º Poderá ser instituída CRA da vegetação nativa que integra a Reserva Legal das pequenas
propriedades rurais.(Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 130-B. O órgão estadual de meio ambiente poderá, mediante ato de delegação do órgão
federal competente, emitir CRA em favor de proprietário de imóvel incluído no CAR que
mantenha área nas condições previstas no art. 130-A desta Lei.
V – memorial descritivo do imóvel, com a indicação da área a ser vinculada ao título, contendo
pelo menos um ponto de amarração georreferenciado relativo ao perímetro do imóvel e um
ponto de amarração georreferenciado relativo à Reserva Legal.
III – a dimensão e a localização exata da área vinculada ao título, com memorial descritivo
contendo pelo menos um ponto de amarração georreferenciado;
I – de área com vegetação nativa primária ou com vegetação secundária em qualquer estágio
de regeneração ou recomposição; ou
§ 2º A CRA não poderá ser emitida pelo órgão ambiental competente quando a regeneração
ou recomposição da área forem improváveis ou inviáveis. (Redação incluída pela Lei 16.342, de
2014)
Art. 130-D. É obrigatório o registro da CRA pelo órgão emitente, no prazo de 30 (trinta) dias,
contados da data da sua emissão, em bolsas de mercadorias de âmbito nacional ou em
sistemas de registro e de liquidação financeira de ativos autorizados pelo Banco Central do
Brasil. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 130-E. A CRA pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa física ou a pessoa
jurídica de direito público ou privado, mediante termo assinado pelo titular da CRA e pelo
adquirente.
§ 1º A transferência da CRA só produz efeito uma vez registrado o termo previsto no caput no
sistema único de controle.
§ 2º A CRA só pode ser utilizada para compensar Reserva Legal de imóvel rural situado no
mesmo bioma da área à qual o título está vinculado.
§ 3º A CRA só pode ser utilizada para fins de compensação de Reserva Legal se respeitados os
requisitos estabelecidos no § 6º do art. 127-E desta Lei.
Art. 130-F. Cabe ao proprietário do imóvel rural em que se situa a área vinculada à CRA a
responsabilidade plena pela manutenção das condições de conservação da vegetação nativa
da área que deu origem ao título.
§ 1º A área vinculada à emissão da CRA com base nos incisos I, II e III do art. 130-A desta Lei
poderá ser utilizada conforme Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS).
§ 2º A transmissão inter vivos ou por causa mortis do imóvel não elimina nem altera o vínculo
de área contida no imóvel à CRA. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 130-G. A CRA somente poderá ser cancelada nos seguintes casos:
I – por solicitação do proprietário rural, em caso de desistência de manter áreas nas condições
previstas nos incisos I e II do art. 130-A desta Lei;
III – por decisão do órgão ambiental estadual, no caso de degradação da vegetação nativa da
área vinculada à CRA cujos custos e prazo de recuperação ambiental inviabilizem a
continuidade do vínculo entre a área e o título.
§ 1º O cancelamento da CRA utilizada para fins de compensação de Reserva Legal só pode ser
efetivado se assegurada Reserva Legal para o imóvel no qual a compensação foi aplicada.
§ 2º O cancelamento da CRA deve ser averbado na matrícula do imóvel no qual se situa a área
vinculada ao título e do imóvel no qual a compensação foi aplicada. (Redação incluída pela Lei
16.342, de 2014)
Seção VI
Subseção I
III – criar e implantar unidades de conservação, bem como incentivar sua criação pelos
Municípios e particulares. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 131-B. O SEUC é constituído pelo conjunto das unidades de conservação estaduais e
municipais, constituindo um subsistema do SNUC. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
II – órgão central: a Secretaria de Estado responsável pelo meio ambiente com a atribuição de
coordenar o Sistema e propor a criação e regulamentação das unidades de conservação
estaduais; e
Parágrafo único. Podem integrar o SEUC, após oitiva da FATMA e deliberação do CONSEMA,
unidades de conservação estaduais ou municipais que, concebidas para atender a
peculiaridades locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser satisfatoriamente
atendidos por nenhuma categoria prevista na Lei federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e
cujas características permitam, em relação a estas, uma clara distinção. (Redação incluída pela
Lei 16.342, de 2014)
Art. 131-D. As unidades de conservação integrantes do SEUC devem constar do Cadastro
Nacional de Unidades de Conservação de que trata o art. 50 da Lei federal nº 9.985, de 18 de
julho de 2000.
Art. 131-E. As unidades de conservação somente poderão ser criadas por intermédio de lei e
sua efetiva implantação somente ocorrerá se estiverem previamente inseridos no orçamento
do Estado recursos especificamente destinados às desapropriações e indenização decorrentes
de sua implementação.
Art. 131-F. São consideradas áreas prioritárias, para fins de criação de unidades de
conservação, aquelas que:
Art. 131-G. O órgão executor pode buscar parcerias para a implantação e gestão das unidades
de conservação com a União, Estados e Municípios, por meio de convênio, ou com organização
da sociedade civil de interesse público, com objetivos afins, nos termos da legislação federal.
Art. 131-I. Cabe ao CONSEMA estabelecer, após oitiva da FATMA, as restrições incidentes nas
áreas circundantes de unidades de conservação, até que seja definida a zona de
amortecimento e aprovado o Plano de Manejo das unidades de conservação estaduais.
(Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 131-K. Será instituído, por decreto do Chefe do Poder Executivo, o Conselho Deliberativo
para a Área de Proteção Ambiental (APA), a Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) e a
Reserva de Fauna. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 131-L. Não será destinado recurso à criação de novas unidades de conservação que
necessitem de posterior regularização fundiária, enquanto as unidades de conservação
existentes não estiverem totalmente regularizadas.
Parágrafo único. Os recursos advindos da exploração econômica nas áreas de domínio público
devem ser utilizados na unidade de conservação que o gerou, cuja aplicação deve seguir o
mesmo procedimento utilizado para as verbas de compensação ambiental prevista no art. 36
da Lei federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III
e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza e dá outras providências. (NR) (Redação do art. 131-N, incluída pela Lei 17.618, de
2018).
Subseção II
Art. 132-A. A Reserva Particular do Patrimônio Natural, estadual ou municipal, designada como
RPPN, é constituída por uma unidade de conservação de domínio privado, do tipo uso
sustentável, criada por iniciativa e expressa manifestação do legítimo proprietário da área
abrangida, mediante ato do Poder Público, desde que constatado o interesse público e o
objetivo de preservar a diversidade biológica, as paisagens notáveis e sítios que apresentem
elevado valor histórico, arqueológico, paleontológico e espeleológico.
Art. 132-B. O Poder Público deverá incentivar a criação de RPPN, disponibilizando créditos e
concedendo isenção de tributos, na forma da lei. (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 132-C. No processo de criação de RPPN, no âmbito estadual, não serão cobradas do
interessado taxas ou qualquer tipo de exação referentes aos custos das atividades específicas
do IMA. (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 132-D. Toda RPPN deve contar com Plano de Manejo, analisado e aprovado pelo IMA,
cabendo recurso ao CONSEMA em caso de não aprovação. (Redação dada pela Lei 18.350, de
2022)
Art. 132-E. Fica instituído o Programa Estadual de Incentivo às RPPNs, sob coordenação do
IMA, com o objetivo de apoiar proprietários de imóveis urbanos e rurais na sua instituição,
implantação e proteção. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Subseção III
Art. 133-A. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deve conter previsão de orçamento para as
unidades de conservação sob administração do órgão gestor estadual e para o Programa
Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PEPSA). (Redação incluída pela Lei 16.342, de
2014)
Art. 133-B. Os recursos específicos destinados pelo Estado ao SEUC e ao PEPSA devem ser
utilizados para:
Parágrafo único. É vedada a utilização dos recursos e das doações destinados ao SEUC e ao
PEPSA que não seja direta e exclusivamente para as finalidades descritas neste artigo.
(Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
VII – de taxas decorrentes do licenciamento feito pelo órgão gestor das atividades
potencialmente causadoras de degradação ambiental;
Art. 133-D. Fica instituído o preço público de visitação de unidade de conservação estadual, a
ser cobrado pelo órgão executor, diretamente ou por delegação a terceiros, cujo valor e as
hipóteses de isenção devem constar de portaria do órgão gestor, devendo ser os recursos
aplicados nas unidades de conservação do Estado. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Subseção IV
Art. 134-A. A aquisição de terras para compor uma unidade de conservação de proteção
integral pode decorrer de atos de desapropriação, de dação em pagamento e de expropriação
decorrente de uso ilícito, na forma da lei. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 134-B. Os mapas e as cartas oficiais devem indicar, obrigatoriamente, as áreas das
unidades de conservação incluídas, de acordo com os subsídios fornecidos pelos órgãos
competentes. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 134-C. O Poder Executivo deve fazer o levantamento estadual das terras devolutas, com o
objetivo de definir áreas destinadas à conservação da natureza, podendo, para esta finalidade,
ser utilizados recursos da compensação ambiental. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 134-D. É vedada a titulação ou concessão de áreas públicas contíguas das unidades de
conservação estaduais, garantindo ao Estado a incorporação destas áreas àquela protegida,
salvo se a área não tiver atributos que justifiquem sua conservação, assim manifestada pelo
órgão ambiental executor. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 134-E. Os usos previstos por lei para cada categoria de unidade de conservação de
proteção integral somente serão feitos por meio de autorização do órgão executor. (Redação
incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Subseção V
Da Compensação Ambiental
Art. 135-B. Cabe ao órgão licenciador aprovar a metodologia para avaliar o grau de impacto
ambiental causado pela instalação de cada atividade/empreendimento de significativo
impacto ambiental, bem como para o estabelecimento da conversão do grau de impacto
ambiental em valor a ser cobrado como compensação ambiental relativo aos custos totais
previstos para a implantação do empreendimento, sendo que os custos devem ser
apresentados e justificados pelo empreendedor quando da solicitação da Licença Ambiental de
Instalação (LAI). (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
III – por meio do órgão executor do SEUC, quando os recursos financeiros acordados forem
depositados em nome do órgão executor em contas especiais, específicas para fins de
compensação ambiental, não integrantes da Conta Única do Estado, devendo ser utilizados,
preferencialmente, para ações de regularização fundiária. (Redação incluída pela Lei 16.342,
de 2014)
Art. 135-D. Havendo propriedades não indenizadas em áreas afetadas por unidades de
conservação já criadas, é obrigatória a destinação de 50% (cinquenta por cento) dos recursos
oriundos da compensação ambiental para as suas respectivas indenizações.
Parágrafo único. Pode ser desconsiderado o disposto no caput deste artigo quando houver
necessidade de investimento dos recursos da compensação ambiental na criação de nova
unidade de conservação, em cuja área existam ecossistemas sem representatividade no SEUC
ou que contenham espécies ou habitat ameaçados de extinção regional ou globalmente,
respeitado o disposto em lei. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 135-E. Havendo mais de uma unidade de conservação estadual com demanda de
regularização fundiária, a aplicação dos recursos advindos da compensação ambiental deve
priorizar as unidades de conservação e ecossistemas com características similares da área
afetada pelo empreendimento. (Redação incluída pela Lei 16.342, de 2014)
IV – início do pagamento do que restou pactuado antes da instalação e após a emissão da LAI,
conforme o termo de compromisso; e
Parágrafo único. Em caso de custos maiores que aqueles estimados antes da instalação, o
percentual da compensação ambiental deve incidir sobre a diferença apurada e seu
pagamento deve ocorrer conforme previsão em termo de compromisso adicional. (Redação
incluída pela Lei 16.342, de 2014)
Art. 135-H. A atualização dos valores de compensação ambiental devidos é feita a partir da
data de emissão da LAI até a data de seu efetivo pagamento. (Redação incluída pela Lei
16.342, de 2014)
Seção VII
Do Regime de Proteção das Áreas Verdes Urbanas
Art. 136-A. O Poder Público municipal contará, para o estabelecimento de áreas verdes
urbanas, com os seguintes instrumentos:
CAPÍTULO VI
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 169. Na aplicação deste Código são considerados os preceitos, as diretrizes e os demais
regramentos quanto à educação ambiental não formal prevista na Lei nº 13.558, de 17 de
novembro de 2005, e nas normas federais, constituindo dever dos órgãos do SISNAMA sua
execução de forma transversal e dirigida.
Art. 170. O IMA e a PMA podem credenciar entidades que realizam educação ambiental
especializada, com capacidade técnica e metodológica comprovada, para efetuar capacitação
sobre a legislação ambiental, condutas ambientalmente adequadas e sensibilização de
autuados por infrações ambientais. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 171. Para fins de credenciamento, as entidades de educação ambiental devem possuir
condições organizacionais, de infraestrutura e financeiras compatíveis com as funções
educacionais a serem desenvolvidas.
Art. 172. Cabe ao IMA, ouvida a Secretaria de Estado responsável pelo meio ambiente e a
Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental de Santa Catarina (CIEA), estabelecer:
(Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 173. O órgão licenciador pode exigir a implantação de programa de educação ambiental
nos procedimentos de licenciamento dos empreendimentos de significativo impacto ambiental
e da agroindústria integrada, abrangendo funcionários, integrados e comunidade de entorno,
quando couber.
Parágrafo único. A exigência prevista no caput deve ser cumprida por profissionais
capacitados.
CAPÍTULO VII
Seção I
Art. 175. Enquanto o CONSEMA não publicar resolução sobre testes de ecotoxicidade e
padrões dos recursos ambientais, fica vigorando portaria da FATMA que disponha sobre a
matéria.
Parágrafo único. As resoluções de que trata o caput requerem consulta à FATMA, antes de sua
aprovação e publicação.
Seção II
Art. 177. Os efluentes somente poderão ser lançados direta ou indiretamente em corpos de
água interiores, em lagunas, em estuários e no mar, quando obedecidas as condições previstas
nas normas federais e em resolução do CONSEMA. (NR) (Redação dada pela Lei 18.171, de
2021).
Art. 178. Os padrões e parâmetros dos efluentes líquidos serão regulamentados pelo
CONSEMA. (NR) (Redação dada pela Lei 18.171, de 2021)
Seção III
Da Qualidade do Ar
Subseção I
Art. 179. A definição dos padrões de qualidade do ar deve ser aquela prevista em normas
federais, cabendo ao CONSEMA estabelecer padrões adicionais aos existentes no âmbito
federal.
Parágrafo único. A regulamentação dos padrões de qualidade do ar deve conter:
Subseção II
Art. 180. É proibida a emissão de fumaça por parte de fontes estacionárias com densidade
colorimétrica superior ao padrão 1 da Escala de Ringelmann, salvo por:
Art. 181. Cabe ao CONSEMA regulamentar os padrões de emissões atmosféricas por fontes
estacionárias, bem como os métodos de análise e emissão.
Art. 182. Nos casos para os quais não foram estabelecidos padrões de emissão, devem ser
adotados sistemas de controle de poluição do ar baseados na melhor tecnologia prática
disponível e aplicável.
Parágrafo único. A adoção da tecnologia prevista neste artigo depende de aprovação prévia do
órgão ambiental licenciador.
CAPÍTULO VIII
Parágrafo único. Os dados dos sistemas estaduais de informações ambientais são de acesso
público e irrestrito, independentemente da necessidade de autorização, credenciamento ou
pagamento de taxas. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 188. O IMA deve implementar, utilizar e manter sistemas informatizados de controle de
licenciamento e autorizações ambientais. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 189. O IMA e a PMA devem implementar, utilizar e manter, de forma integrada e
compartilhada, sistema informatizado de controle e gestão dos processos de fiscalização
ambiental. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
I - manter sistema de previsão, prevenção, alerta, controle e combate aos eventos hidrológicos
extremos e acidentes ecológicos, garantindo, posteriormente, ampla informação sobre seus
efeitos e desdobramento às comunidades atingidas; e
I – Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA); (Redação dada pela Lei 18.350, de
2022)
IV – Defesa Civil;
CAPÍTULO IX
Art. 194. O Poder Público Estadual deve publicar, por meio da Secretaria de Estado responsável
pelo meio ambiente, periodicamente, relatórios com os dados de monitoramento ambiental
obtidos diretamente ou repassados pelos órgãos integrantes do Sistema de Informações
Ambientais.
Art. 195. O Poder Executivo Estadual deve manter sistema de monitoramento ambiental, por
intermédio dos órgãos competentes, contendo informações referentes:
IV – às áreas contaminadas; e
V – às áreas críticas.
Art. 196. Cabe ao IMA elaborar mapeamentos do solo, a cada 10 (dez) anos, contemplando,
entre outros aspectos, a vegetação nativa, a silvicultura, a agricultura, os campos, a
biodiversidade e os usos urbanos. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 197. Os usuários de recursos hídricos, para fins de lançamento de efluentes tratados,
devem monitorar periodicamente, de forma concomitante, o efluente e o corpo receptor a
montante e a jusante do ponto de lançamento, conforme sistemática estabelecida pelo órgão
licenciador.
Art. 198. O IMA deve estabelecer sistemática de coleta e análise integrada dos dados de
monitoramento oriundos de todas as atividades licenciadas com lançamento de efluente em
corpo de água, visando acompanhar a qualidade ambiental dos recursos hídricos do Estado
para fins de tomada de decisões no licenciamento e na fiscalização, bem como na proposição
das ações pertinentes ao órgão gestor dos recursos hídricos. (NR) (Redação dada pela Lei
18.350, de 2022)
Art. 199. O Poder Público Estadual, sob a coordenação da Secretaria de Estado responsável
pelo meio ambiente, deve articular os diversos órgãos do Estado para estabelecer programa de
monitoramento quantitativo e qualitativo dos recursos hídricos.
Parágrafo único. Para cumprir o disposto no caput, o Estado deve manter uma estrutura capaz
de proceder às análises laboratoriais necessárias, bem como poderá firmar convênios para a
realização do monitoramento dos cursos de água.
CAPÍTULO X
Art. 200. O Poder Público Estadual deve adotar instrumentos econômicos visando incentivar o
atendimento dos objetivos, princípios e diretrizes definidos nesta Lei.
IV – pagamento de serviços ambientais (PSA); (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
V – compensação ambiental;
VI – ICMS ecológico;
VII – isenção fiscal para RPPNs; (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
CAPÍTULO XI
DO ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONÔMICO
CAPÍTULO XII
DO GERENCIAMENTO COSTEIRO
Art. 204. O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro – PEGC deve ficar subordinado aos
princípios normativos gerais, às diretrizes e aos objetivos específicos do Plano Nacional de
Gerenciamento Costeiro - PNGC, instituído pela Lei federal nº 7.661, de 16 de maio de 1988, e
visa orientar a utilização racional dos recursos ambientais da zona costeira estadual,
considerada patrimônio nacional na forma do § 4º do art. 225 da Constituição Federal,
intentando a elevação da qualidade de vida de sua população e a proteção de seus
patrimônios natural, histórico, étnico, cultural e paisagístico.
Parágrafo único. Os municípios podem instituir, por lei, os respectivos Planos Municipais de
Gerenciamento Costeiro – PMGC, e designar os órgãos competentes para a sua elaboração e
execução, observadas as normas gerais, definições, diretrizes e objetivos específicos do Plano
Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC e do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro –
PEGC.
Art. 205. O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro – PEGC, em consonância com o disposto
no Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro – PNGC, deve prever o zoneamento de usos e
atividades na zona costeira estadual e priorizar a conservação e incolumidade, dentre outros,
dos bens discriminados nos incisos I, II e III do art. 3º da Lei federal nº 7.661, de 1988.
Art. 206. O Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro – PEGC deve ser elaborado e atualizado
pelo Poder Executivo, em instância técnico-administrativa, por grupo de coordenação dirigido
pela Secretaria de Estado responsável pelo meio ambiente, com composição e forma de
atuação definidas em decreto regulamentar.
I – a urbanização;
Art. 210. Em atenção ao disposto no art. 8º da Lei federal nº 7.661, de 1988, os dados e as
informações resultantes do monitoramento exercido sob responsabilidade estadual e
municipal na zona costeira estadual compõem o Subsistema de Gerenciamento Costeiro,
integrante do Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente – SINIMA.
Art. 212. O Estado, por meio de decreto do Poder Executivo, poderá estabelecer:
Art. 213. O Poder Executivo deve destinar na Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO recursos
específicos para execução do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro – PEGC, com a
finalidade de:
Art. 214. Os recursos para a implantação do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro – PEGC
devem ser provenientes do Tesouro do Estado e de outras fontes a serem obtidas a partir de
mecanismos de cogestão.
TÍTULO V
CAPÍTULO I
Seção I
Art. 215. Respeitado o disposto no Sistema de Recursos Hídricos, para proteção das águas
superficiais e subterrâneas devem ser observadas as seguintes diretrizes:
I – a proteção dos recursos hídricos das ações que possam comprometer seu uso sustentável;
Art. 216. Para efeitos de aplicação das disposições deste Código referentes ao licenciamento,
autorização, monitoramento, fiscalização, estudo, planejamento e outras atividades de
competência do Poder Público Estadual na gestão dos recursos hídricos, os recursos vivos dos
corpos de água naturais e os ecossistemas diretamente influenciados por este são
considerados partes integrantes das águas.
Art. 217. Os responsáveis por incidentes ou acidentes que envolvam imediato ou potencial
risco aos recursos hídricos ficam obrigados, por medida de precaução, a comunicar esses
eventos, tão logo deles tenham conhecimento, ao órgão ambiental e também ao órgão
encarregado do abastecimento público de água na área de captação de água passível de
comprometimento.
Seção II
Art. 220. Nas propostas de enquadramento de corpos de água, os órgãos ambientais estaduais
e municipais devem ser previamente ouvidos antes da decisão final.
Art. 221. É proibido o lançamento, direto ou indireto, em corpos de água, de qualquer resíduo
sólido, assim como o vinhoto proveniente de usina de açúcar e destilaria de álcool.
Art. 223. Cabe ao órgão estadual gestor dos recursos hídricos definir a vazão ecológica, por
meio de metodologia apropriada, para a outorga e o licenciamento ambiental. (NR) (Redação
dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 224. O órgão ambiental licenciador pode solicitar estudos objetivando a definição da vazão
ecológica ou do grau de depuração do corpo de água para atividades/empreendimentos,
usuários de recursos hídricos superficiais, que causem alteração no regime hídrico ou na
qualidade da água, classificados como:
§ 1º Para os empreendimentos que não se enquadram nos itens a vazão ecológica será
definida através de estudo hidrológico coordenado pelo órgão ambiental licenciador. (Redação
dada pela Lei 18.350, de 2022)
Seção III
Art. 225. É proibida a diluição de efluentes de uma fonte poluidora para fins de atendimento a
padrões de lançamento final em corpos de água.
Art. 227. Toda tubulação, que tenha sua origem na própria atividade licenciada, ligada ao
corpo receptor, deve ter identificado o emissor de efluentes.
Parágrafo único. As tubulações de que trata o caput, não identificadas nos termos e prazos
previstos nesta Lei, devem ser fechadas e lacradas pelo órgão fiscalizador.
Seção IV
Art. 228. Os poços e demais perfurações de terreno que atinjam os aquíferos ou o lençol
freático devem ser equipados com dispositivos de segurança contra vandalismo, poluição
acidental ou voluntária e desperdícios.
§ 2º Para as atividades que possam causar alteração na cunha salina, devem ser previstas
medidas mitigadoras visando manter o seu regime, sendo obrigatória a adoção de medidas
preventivas de longo prazo contra esse fenômeno, às expensas dos empreendedores.
Art. 230. Os aquíferos em condições críticas serão definidos pelo Conselho Estadual de
Recursos Hídricos – CERH, mediante resolução.
§ 1º A indicação de aquíferos, que tenham perfil para serem definidos como em condições
críticas, deve ser feita pelo Órgão Estadual de Meio Ambiente, pelas concessionárias de
serviços de saneamento e demais instituições que possuam informações sobre a situação dos
aquíferos.
Art. 231. Nos casos de aquíferos em condições críticas, assim considerados pelo Conselho
Estadual de Recursos Hídricos (CERH), compete à SEMA, com posterior homologação do
CONSEMA, estabelecer restrições ambientais visando, no mínimo, não acentuar o
comprometimento da disponibilidade hídrica em quantidade ou qualidade, cabendo ao órgão
gestor dos recursos hídricos estabelecer medidas de recuperação. (NR) (Redação dada pela Lei
18.350, de 2022)
Art. 232. Pode ser exigido estudo de aquífero no licenciamento ambiental de atividades
consumidoras de águas subterrâneas que provoquem interferências significativas na sua
qualidade e quantidade.
Art. 233. Cabe à SEMA definir a metodologia e o conteúdo dos estudos de aquífero,
juntamente com o CERH. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 234. Nos processos de licenciamento ambiental, sempre que utilizadas, devem ser
indicadas as fontes de água subterrânea.
Art. 235. Compete ao Poder Público Estadual manter programas permanentes de proteção das
águas subterrâneas, visando seu aproveitamento sustentável e a adoção de medidas
preventivas em todas as situações de risco à sua qualidade.
§ 4º Qualquer pessoa que perfurar poço profundo no território estadual deve fazer seu
cadastramento no órgão competente, mantendo completas e atualizadas as respectivas
informações.
CAPÍTULO II
DA PROTEÇÃO DO SOLO
Art. 239. A utilização do solo, para quaisquer fins, deve ser feita por meio da adoção de
técnicas, processos e métodos que visem sua conservação, melhoria e recuperação,
observadas suas características geomorfológicas, físicas, químicas, biológicas, ambientais e sua
função socioeconômica.
§ 1º O Poder Público Estadual ou Municipal, por meio dos órgãos competentes e conforme
regulamento, elaborará planos e estabelecerá normas, critérios, parâmetros e padrões de
utilização adequada do solo, bem como a exigência de adoção de medidas e práticas
necessárias à recuperação da área degradada.
III – evitar o assoreamento de cursos de água e bacias de acumulação, bem como a poluição
das águas subterrâneas e superficiais;
Art. 240. Para o manejo do solo rural são desconsideradas as formas geométricas e os limites
das propriedades, de modo a assegurar o adequado escoamento das águas, adotando-se a
bacia hidrográfica como unidade de planejamento.
Art. 241. É dever do Estado de Santa Catarina e dos seus Municípios estimular, incentivar e
coordenar a geração e difusão de tecnologias apropriadas à recuperação e à conservação do
solo e da água, segundo a sua capacidade de produção.
Art. 242. O solo rural deve ter uso adequado, que consiste na adoção de conjunto de práticas e
procedimentos visando à conservação, melhoramento e recuperação do solo, atendendo a
função socioeconômica e cultural da propriedade e a manutenção das funções ecológicas,
respeitando a aptidão de uso e ocupação do solo.
Art. 243. É proibido depositar, dispor, descarregar, enterrar, infiltrar ou acumular no solo
resíduos, em qualquer estado da matéria, que causem degradação da qualidade ambiental.
Art. 244. O solo somente pode ser utilizado para destino final de resíduos de qualquer
natureza, desde que sua disposição seja devidamente autorizada pelo órgão ambiental,
ficando vedados a simples descarga ou depósito, seja em propriedade pública ou particular.
§ 1º Quando a disposição final exigir a execução de aterros sanitários ou industriais, devem ser
tomadas medidas adequadas para proteção das águas superficiais e subterrâneas, obedecida à
legislação pertinente.
§ 2º O resíduo sólido in natura não pode ser utilizado na agricultura ou para a alimentação de
animais, ressalvado o uso de matéria orgânica para adubar o solo a partir de recomendação
técnica.
Art. 245. Nas áreas com possibilidade de subsidência, risco de deslizamento, de erosão, de
inundação ou de qualquer suscetibilidade geotécnica, deve o órgão licenciador exigir o
competente estudo geotécnico para fins de ocupação, uso do solo e urbanização.
CAPÍTULO III
DA PROTEÇÃO DO AR
Art. 246. A atmosfera é um recurso ambiental indispensável à vida e às atividades humanas,
sendo sua conservação uma obrigação de todos, sob a gerência do Estado em nome da
sociedade.
Art. 247. É proibida a queima ao ar livre de resíduos sólidos, líquidos ou de qualquer outro
material combustível, exceto aquela regulamentada em norma federal ou queimas de
pequeno impacto ambiental admitidas no âmbito da legislação municipal.
Art. 248. Desde que atendidas as normas que regulamentam o tratamento térmico de
resíduos, são admitidas a instalação e o funcionamento de incineradores, exceto os
domiciliares e prediais de qualquer tipo.
Art. 249. Para fins de proteção da qualidade do ar e melhoria das condições do ambiente de
trabalho, fica proibido o uso de jateamento de areia no Estado de Santa Catarina.
CAPÍTULO IV
Art. 250. Sem prejuízo das autorizações dos órgãos competentes, é obrigatória a anuência
prévia do IMA para: (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 251. Com relação ao plantio de espécies exóticas com grande capacidade de dispersão,
assim definido em Lei, é de responsabilidade do Estado, por meio da Secretaria de Estado da
Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, estabelecer programa de controle de
espécies exóticas invasoras.
Art. 252. É permitida a supressão de árvores isoladas de espécies nativas, constante ou não da
listagem de espécies ameaçadas de extinção, na forma definida neste artigo.
§ 1º Considera-se exemplar arbóreo nativo isolado passível de supressão, aquele que existir de
forma única em uma área de 200 (duzentos) m²:
I – o indivíduo de espécie não ameaçada de extinção, para cuja compensação deverá ser
realizado o plantio de 10 (dez) indivíduos de espécie nativa; e
II – o indivíduo de espécie ameaçada de extinção, para cuja compensação deverá ser realizado
o plantio de 20 (vinte) indivíduos de espécie nativa ameaçada de extinção.
Art. 252-A. Considera-se como vegetação primária toda comunidade vegetal, de máxima
expressão local, com grande diversidade biológica, sendo os efeitos antrópicos mínimos, a
ponto de não afetar significativamente suas características originais de estrutura e de espécie.
(NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 252-B. As formações florestais abrangidas pela Floresta Ombrófila Densa (terras baixas,
submontana e montana), Floresta Ombrófila Mista (montana) e a Floresta Estacional
Semidecidual (submontana), em seus diferentes estágios de sucessão de vegetação
secundária, apresentam os seguintes parâmetros, no Estado de Santa Catarina, tendo como
critério a amostragem dos indivíduos arbóreos com diâmetro à altura do peito (DAP) igual ou
maior que 6,3 cm.
b) espécies lenhosas ocorrentes que variam entre uma e dez espécies, apresentam amplitude
diamétrica pequena e amplitude de altura pequena, podendo a altura das espécies lenhosas
do dossel chegar até 10 m (dez metros), com área basal (m²/ha) variando entre 8 e 20 m²/ha;
com distribuição diamétrica variando entre 5 e 15 cm, e média da amplitude do DAP 10 cm;
c) o crescimento das árvores do dossel é rápido e a vida média das árvores do dossel é curta;
e) as espécies gramíneas são abundantes, enquanto a serapilheira quando presente pode ser
contínua ou não, formando uma camada fina pouco decomposta;
g) as espécies mais comuns, indicadoras do estágio inicial de regeneração, entre outras podem
ser consideradas: bracatinga (Mimosa scabrella), vassourão (Vernonia discolor), aroeira
(Schinus terebenthi folius), jacatirão (Tibouchina selowiana e Miconia circrescens), embaúba
(Cecropia adenopus), maricá (Mimosa bimucronata), taquara e taquaruçu (Bambusaa spp).
c) o crescimento das árvores do dossel é moderado e a vida média das árvores do dossel é
média;
c) o crescimento das árvores do dossel é lento e a vida média da árvore do dossel é longa;
Art. 252-C. Difere deste contexto, a vegetação da Floresta Ombrófila Densa Altomontana, por
ser constituída por um número menor de espécies arbóreas, ser de porte baixo e com pequena
amplitude diamétrica e de altura. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 252-D. Os parâmetros definidos para tipificar os diferentes estágios de sucessão da
vegetação secundária podem variar de uma região geográfica para outra, dependendo das
condições topográficas e edafo-climáticas, localização geográfica, bem como do uso anterior
da área em que se encontra uma determinada formação florestal. (NR) (Redação incluída pela
Lei 18.350, de 2022)
Art. 253. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações:
§ 2º É livre a extração de lenha e demais produtos de florestas plantadas nas áreas não
consideradas APPs e Reserva Legal.
§ 1º Para os fins do caput deste artigo, considera-se bracatingal cultivado a formação florestal
com predominância de bracatinga (mimosa scabrellabenth) sobre as demais espécies em todas
as fases de desenvolvimento, florística e estruturalmente distinta das florestas nativas,
resultante de intervenções realizadas para a promoção da bracatinga (tais como cuidados para
a manutenção do banco de sementes no solo a longo prazo, promoção da germinação das
sementes da espécie, adubações, desbastes, desrama, controle de formigas, controle de
acesso de gado, escalonamento de corte, entre outros).
§ 2º Para o Cadastro de Espécies Nativas de que trata o caput deste artigo será realizada a
identificação dos limites da área de plantio e a caracterização do sistema de plantio adotado,
para posterior emissão de Documento de Origem Florestal no momento do corte e
comercialização. (NR). (Redação do Art. 254-A, incluída pela Lei 16.589, de 2015).
§ 2º Nos casos de possível instabilidade do solo, a retirada da vegetação exótica deve ser
gradual.
CAPÍTULO V
Art. 255-A. (Redação dada pela Lei 16.342, de 2014 – O art. 4º da Lei 16.342, de 2014 foi
revogado pela 16.589, 2015).
Art. 255-B O Poder Público adotará medidas, programas e políticas de prevenção e redução de
ruídos e de combate à poluição sonora, para a garantia da saúde auditiva da população e
preservação do meio ambiente. (Redação incluída pela Lei 15.793, de 2012).
Parágrafo único. As medições da propagação sonora deverão ser feitas pelas autoridades
competentes ambientais, a partir do ponto da reclamação. (Redação incluída pela Lei 15.793,
de 2012).
CAPÍTULO VI
Parágrafo único. Considera-se paisagem, para fins de aplicação desta Lei, o espaço aéreo e a
superfície externa de qualquer elemento natural ou construído. (Redação incluída pela Lei
15.815, de 2012).
CAPÍTULO VII
Art. 255-F. Fica instituído o Projeto Conservacionista da Araucária (PCA), dedicado à reversão
do processo de extinção da espécie Araucaria Angustifolia (Pinheiro Brasileiro) no Território
catarinense.
I – o plantio;
II – o desenvolvimento da silvicultura;
Parágrafo único. Será admitida a destinação dos recursos provenientes da espécie para fins
comerciais, daqueles indivíduos provenientes de povoamento florestal realizado por ação
antrópica, a qualquer tempo. (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 255-H. O PCA também contemplará, na forma do regulamento, o manejo da Araucária nas
seguintes situações:
Art. 255-I. O Poder Executivo Estadual poderá implantar programas específicos para a reversão
do processo de extinção de outras espécies lenhosas ameaçadas, nos moldes previstos neste
Capítulo. (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 255-K. O Poder Público incentivará o plantio de Araucária por meio de programa de
estímulo específico. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
TÍTULO VI
DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
CAPÍTULO I
VII – a melhoria das condições sociais das comunidades que trabalham com o aproveitamento
de resíduos;
XIV - o modelo de Gestão de Resíduos Sólidos baseado em agenda mínima para alcançar os
objetivos gerais propostos, a curto, a médio e a longo prazo;
Art. 256-A. Todos os estabelecimentos comerciais que comercializem mais de 500 litros de
óleo de cozinha por mês, deverão disponibilizar postos de coleta aos consumidores.
§ 1º Os postos de coleta deverão ficar em locais acessíveis devidamente identificados junto aos
estabelecimentos comerciais.
Art. 259. O gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos deve ser efetuado pelos municípios,
preferencialmente de forma integrada.
Parágrafo único. Visando à minimização de resíduos com disposição final no solo, devem os
municípios adotar programas de coleta seletiva, estabelecendo metas graduais de crescimento
e de mercado.
Art. 261. As atividades previstas no gerenciamento de resíduos sólidos urbanos devem ser
projetadas, implantadas, operadas e monitoradas de acordo com a legislação vigente.
§ 2º As atividades referidas no caput devem ser realizadas por técnico responsável habilitado.
Art. 265. Os responsáveis pela geração de resíduos sólidos ficam obrigados a elaborar o Plano
de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS, de acordo com o estabelecido nesta Lei.
§ 1º O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS deve ser aprovado pelo órgão
ambiental estadual, exceto quando o plano for referente aos resíduos sólidos urbanos
municipais, caso em que a aprovação é da Secretaria de Estado responsável pelo meio
ambiente, que deve utilizar tais informações na gestão dos resíduos sólidos.
§ 2º Os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos têm horizonte de planejamento
compatível com o período de implantação e operação e devem ser periodicamente revisados e
atualizados.
Art. 266. Cabe ao órgão competente pela aprovação dos Planos de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos fixar os critérios básicos para sua elaboração, com base nos princípios e
fundamentos estabelecidos nesta Lei, contendo as seguintes informações sobre:
e) o setor educacional a incluir nos planos escolares programas educativos de minimização dos
resíduos sólidos;
a) à reciclagem;
b) à compostagem;
c) ao tratamento; e
Art. 268. Os municípios podem cobrar tarifas e taxas por serviços de coleta, transporte,
tratamento e disposição final dos resíduos sólidos domiciliares ou outros que estejam sob sua
responsabilidade.
Parágrafo único. Nos casos de empreendimentos receptores, o órgão licenciador deve exigir
caucionamento visando garantir que, após o encerramento da atividade, as ações de controle
e monitoramento permaneçam pelo tempo que forem necessárias, por meio de instrumentos
econômicos hábeis.
Art. 270. Para efeito de licenciamento pelos órgãos ambientais, as atividades potencialmente
poluidoras devem contemplar em seus projetos os princípios básicos estabelecidos na Política
Estadual de Resíduos Sólidos.
Art. 271. Compete ao Órgão Estadual de Meio Ambiente promover o controle ambiental da
coleta, o transporte, o tratamento e a disposição final dos resíduos sólidos.
Art. 272. O reaproveitamento ou remineração dos resíduos da mineração de carvão mineral é
considerado atividade econômica, potencialmente causadora de degradação ambiental e deve
ser submetida a licenciamento ambiental.
Art. 273. O resíduo sólido, sempre que suas características lhe concedam o valor útil
equivalente ao da matéria-prima, pode ser utilizado desde que não resulte danos à saúde
pública e ao meio ambiente, precedido de licenciamento ambiental.
CAPÍTULO II
TÍTULO VII
Art. 275. Os reajustes dos valores das multas, taxas, preços públicos e recursos da
compensação ambiental mencionados nesta Lei são fixados com base no Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo – IPCA do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE ou
outro que venha substituí-lo.
Art. 276. Enquanto não houver a efetiva regularização fundiária, os proprietários e legítimos
possuidores têm o direito de permanecer usando o imóvel que estiver no interior de unidade
de conservação de proteção integral, desde que não implique ampliação da utilização dos
recursos ambientais, a partir da criação da unidade de conservação.
§ 2º Portaria da FATMA não pode permitir ampliações de usos dos recursos ambientais a partir
da presente Lei.
Art. 277. As áreas de propriedades privadas, sem uso e não indenizadas, incluídas no interior
de unidades de conservação de proteção integral, não são consideradas como improdutivas.
Art. 278. A população tradicional, ainda que não residente na unidade de conservação, pode,
enquanto o Poder Público não lhe compensar a fonte de subsistência, continuar utilizando os
recursos ambientais existentes em seu interior, desde que:
Art. 279. As fontes geradoras de resíduos que estão obrigadas tão somente pelos efeitos desta
Lei a apresentarem o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS devem fazê-lo no
prazo de 1 (um) ano, a contar da data de publicação desta Lei.
Art. 281. No prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contados da publicação desta Lei,
todas as atividades ou empreendimentos que tiverem tubulação ligada à rede de drenagem
pluvial ou fluvial devem identificar sua tubulação.
Art. 283. Os cadastros estabelecidos nesta Lei, sempre que possível e administrativamente
relevante, devem ser implantados na forma informatizada e integrados aos sistemas já
existentes, proporcionando o compartilhamento de dados.
I – definir, implementar, utilizar e manter sistemas informatizados para controle dos processos
de licenciamento e fiscalização; e
Parágrafo único. Na situação prevista pelo inciso II do caput, o órgão ambiental municipal
realizará a competência plena para gestão florestal, respondendo unicamente pelos seus atos
e omissões. (NR) (Redação dada pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 287-A. As JARIAs, conforme atribuições estabelecidas pelo art. 16 e seguintes desta Lei,
deverão ser implementadas no prazo de 90 (noventa) dias contados da data de publicação
desta Lei. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 287-B. Fica estabelecido prazo para instituir o Programa de Regularização Ambiental (PRA)
até o dia 31 de dezembro de 2022. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 287-C. O Programa de Serviços Ambientais deverá ser instituído no prazo de até 90
(noventa) dias, contados da data de publicação desta Lei. (NR) (Redação incluída pela Lei
18.350, de 2022)
Art. 287-D. O Projeto Conservacionista da Araucária (PCA), conforme dispõe o art. 255-F e
seguintes, deve ser implementado no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data de
publicação desta Lei. (NR) (Redação incluída pela Lei 18.350, de 2022)
Art. 288. A regulamentação do pagamento de serviços ambientais a que se refere esta Lei será
realizada por meio de lei específica, a ser elaborada pelo Poder Executivo, no prazo de 180
(cento e oitenta) dias.
I - fixar os critérios básicos sobre os quais devem ser elaborados os Planos de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos dos Municípios, no prazo de 120 (cento e vinte) dias; e
II – aprovar o zoneamento ecológico-econômico do Complexo Lagunar Sul, no prazo de 3 (três)
anos.
a) a forma pela qual a Secretaria de Estado responsável pelo meio ambiente apresentará ao
CONSEMA a prestação de contas sobre o montante de recursos depositados no FEPEMA;
III – no prazo de 3 (três) anos, a contar da publicação desta Lei, elaborar e publicar:
III – no prazo de 3 (três) anos, a contar da publicação desta Lei, elaborar e publicar:
a) o regramento sobre auditoria ambiental referente ao escopo e ao relatório final para cada
grupo de atividades licenciáveis;
Art. 292. A criação de comitês e comissões para tratar de assuntos estabelecidos neste Código
deve ser feita por meio de decretos específicos do Chefe do Poder Executivo.
Art. 293. Enquanto a presente Lei não for regulamentada, ficam vigendo o Decreto nº 3.973,
de 04 de fevereiro de 2002, que trata do Regimento Interno do Conselho Estadual do Meio
Ambiente – CONSEMA, o Decreto nº 4.726, de 21 de setembro de 2006, regulamentador do
Fundo Especial de Proteção ao Meio Ambiente – FEPEMA, e o Decreto nº 5.010, de 22 de
dezembro de 2006, atinente ao Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro – PEGC.
Art. 294. As despesas decorrentes da execução da presente Lei correrão à conta de dotações
orçamentárias próprias do Orçamento Geral do Estado.
Parágrafo único. As demandas de alterações deste Código devem ser recebidas pela Secretaria
de Estado responsável pelo meio ambiente.
II – Lei nº 5.960, de 04 de novembro de 1981, que altera dispositivos da Lei nº 5.793, de 1980;
III – Lei nº 9.413, de 07 de janeiro de 1994, que altera dispositivos da Lei nº 5.793, de 1980;
IV – Lei nº 10.472, de 12 de agosto de 1997, que dispõe sobre a política florestal do Estado de
Santa Catarina;
V – Lei nº 10.720, de 13 de janeiro de 1998, que dispõe sobre a realização de auditorias
ambientais;
VII – Lei nº 10.975, de 07 de dezembro de 1998, que altera dispositivos da Lei nº 10.472, de
1997;
VIII – Lei nº 11.986, de 12 de novembro de 2001, que institui o Sistema Estadual de Unidades
de Conservação da Natureza;
XII – Lei Promulgada nº 13.840, de 04 de setembro de 2006, que altera dispositivos da Lei nº
12.864, de 2004;
XIII – Lei nº 13.977, de 26 de janeiro de 2007, que altera dispositivos da Lei nº 10.472, de 1997;
e