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LEI Nº 4595, de 02 de abril de 2018.

Estabelece a Política Municipal de


Saneamento Básico do Município de
Palhoça e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE PALHOÇA, ESTADO DE SANTA CATARINA, no uso de


suas atribuições,faz saber a todos os habitantes deste Município, que a Câmara Municipal
aprovou e ele sanciona a seguinte Lei:

Capítulo I
DA POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

Seção I
Das Disposições Preliminares

Art. 1º A Política Municipal de Saneamento Básico reger-se-á pelas disposições desta lei,
de seus regulamentos e das normas administrativas deles decorrentes e tem por finalidade
assegurar a proteção à saúde da população e à salubridade do meio ambiente urbano e
rural, além de disciplinar o planejamento e a execução das ações, obras e serviços de
saneamento básico do município.

Art. 2º Para os efeitos desta lei considera-se:

I - saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de:

a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e


instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até
as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;
b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações
operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos
sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;
c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas,
instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo
doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e
instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção
ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das
águas pluviais drenadas nas áreas urbanas;

II - universalização: ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao


saneamento básico;

III - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade

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informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de


políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de
saneamento básico;

IV - subsídios: instrumento econômico de política social para garantir a universalização do


acesso ao saneamento básico, especialmente para populações e localidades de baixa
renda;

V - localidade de pequeno porte: vilas, aglomerados rurais, povoados, núcleos, lugarejos e


aldeias assim definida pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Art. 3º Os recursos hídricos não integram os serviços públicos de saneamento básico.

Parágrafo único. A utilização de recursos hídricos na prestação de serviços públicos de


saneamento básico, inclusive para disposição ou diluição de esgotos e outros resíduos
líquidos, é sujeita à outorga de direito de uso, nos termos da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro
de 1997, da Lei Estadual nº 9.748, de 30 de novembro de 1994, e suas normas
regulamentadoras.

Art. 4º Não constitui serviço público a ação de saneamento executado por meio de
soluções individuais.

Compete ao município organizar e prestar direta ou indiretamente os serviços de


Art. 5º
saneamento básico de interesse local.

§ 1º Os serviços de saneamento básico deverão integrar-se com as demais funções


essenciais de competência municipal, de modo a assegurar prioridade para a segurança
sanitária e o bem-estar de seus habitantes.

§ 2º A prestação de serviços públicos de saneamento básico no município poderá ser


realizada por:

I - órgão ou pessoa jurídica pertencente à administração pública municipal, na forma da


legislação;

II - pessoa jurídica de direito público ou privado, desde que atendidos os requisitos da


Constituição Federal eda Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007.

Seção II
Dos Princípios

Art. 6º A Política Municipal de Saneamento Básico orientar-se-á pelos seguintes princípios:

I - universalização do acesso;

II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de

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cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso


na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados;

III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos
sólidos realizados de forma adequada à saúde pública e à proteção do meio ambiente;

IV - disponibilidade, em toda a área urbana, de serviços de drenagem e de manejo das


águas pluviais adequados à saúde pública, à segurança da vida e ao patrimônio público e
privado;

V - adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e


regionais;

VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de


combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e
outras de relevante interesse social;

VII - eficiência e sustentabilidade econômica;

VIII - utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos


usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas;

IX - transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios


institucionalizados;

X - controle social;

XI - segurança, qualidade e regularidade;

XII - integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos.

Seção III
Dos Objetivos

Art. 7º São objetivos da Política Municipal de Saneamento Básico:

I - contribuir para o desenvolvimento e a redução das desigualdades locais, a geração de


emprego e de renda e a inclusão social;

II - priorizar planos, programas e projetos que visem à implantação e ampliação dos


serviços e ações de saneamento básico nas áreas ocupadas por populações de baixa
renda;

III - proporcionar condições adequadas de salubridade sanitária às populações rurais e de


pequenos núcleos urbanos isolados;

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IV - assegurar que a aplicação dos recursos financeiros administrados pelo poder público
dê-se segundo critérios de promoção da salubridade sanitária, de maximização da relação
benefício-custo e de maior retorno social;

V - incentivar a adoção de mecanismos de planejamento, regulação e fiscalização da


prestação dos serviços de saneamento básico;

VI - promover alternativas de gestão que viabilizem a autossustentação econômica e


financeira dos serviços de saneamento básico, com ênfase na cooperação com os
governos estadual e federal, bem como com as entidades municipalistas;

VII - promover o desenvolvimento institucional do saneamento básico, estabelecendo


meios para a unidade e articulação das ações dos diferentes agentes, bem como do
desenvolvimento de sua organização, capacidade técnica, gerencial, financeira e de
recursos humanos contemplando as especificidades locais;

VIII - fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico, a adoção de tecnologias


apropriadas e a difusão dos conhecimentos gerados de interesse para o saneamento
básico;

IX - minimizar os impactos ambientais relacionados à implantação e desenvolvimento das


ações, obras e serviços de saneamento básico e assegurar que sejam executadas de
acordo com as normas relativas à proteção do meio ambiente, ao uso e ocupação do solo e
à saúde.

Seção IV
Das Diretrizes Gerais

Art. 8ºA formulação, implantação, funcionamento e aplicação dos instrumentos da Política


Municipal de Saneamento Básico orientar-se-ão pelas seguintes diretrizes:

I - valorização do processo de planejamento e decisão sobre medidas preventivas ao


crescimento caótico de qualquer tipo, objetivando resolver problemas de dificuldade de
drenagem e disposição de esgotos, poluição e a ocupação territorial sem a devida
observância das normas de saneamento básico previstas nesta lei, no Plano Municipal de
Saneamento Básico e demais normas municipais;

II - adoção de critérios objetivos de elegibilidade e prioridade, levando em consideração


fatores como nível de renda e cobertura, grau de urbanização, concentração populacional,
disponibilidade hídrica, riscos sanitários, epidemiológicos e ambientais;

III - coordenação e integração das políticas, planos, programas e ações governamentais de


saneamento, saúde, meio ambiente, recursos hídricos, desenvolvimento urbano e rural,
habitação, uso e ocupação do solo;

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IV - atuação integrada dos órgãos públicos municipais, estaduais e federais de saneamento


básico;

V - consideração às exigências e características locais, à organização social e às


demandas socioeconômicas da população;

VI - prestação dos serviços públicos de saneamento básico orientada pela busca da


universalidade e qualidade;

VII - ações, obras e serviços de saneamento básico planejadas e executadas de acordo


com as normas relativas à proteção ao meio ambiente e à saúde pública, cabendo aos
órgãos e entidades por elas responsáveis o licenciamento, a fiscalização e o controle
dessas ações, obras e serviços, nos termos de sua competência legal;

VIII - a bacia hidrográfica deverá ser considerada como unidade de planejamento para fins
de elaboração/revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico, compatibilizando-se com
o Plano Municipal de Saúde e de Meio Ambiente, com o Plano Diretor Municipal e outros
planos correlatos, quando houver;

IX - incentivo ao desenvolvimento científico na área de saneamento básico, a capacitação


tecnológica da área, a formação de recursos humanos e à busca de alternativas adaptadas
às condições de cada local;

X - adoção de indicadores e parâmetros sanitários e epidemiológicos e do nível de vida da


população como norteadores das ações de saneamento básico;

XI - promoção de programas de educação sanitária;

XII - estímulo ao estabelecimento de adequada regulação dos serviços;

XIII - garantia de meios adequados para o atendimento da população rural dispersa,


inclusive mediante a utilização de soluções compatíveis com suas características
econômicas e sociais;

XIV - adoção de critérios objetivos de elegibilidade e prioridade, levando em consideração


fatores como nível de renda e cobertura, grau de urbanização, concentração populacional,
disponibilidade hídrica, riscos sanitários, epidemiológicos e ambientais.

Parágrafo único. A Política Municipal de Saneamento Básico será executada pela


Secretaria Executiva de Saneamento, denominada SAMAE, em parceria com os demais
órgãos públicos municipais e com as empresas contratadas para os serviços.

Capítulo II
DO SISTEMA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

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Seção I
Da Composição

Art. 9ºA Política Municipal de Saneamento Básico contará, para execução das ações dela
decorrentes, com o Sistema Municipal de Saneamento Básico.

Art. 10 O Sistema Municipal de Saneamento Básico fica definido como o conjunto de


agentes institucionais que, no âmbito das respectivas competências, atribuições,
prerrogativas e funções, integram-se, de modo articulado e cooperativo, para a formulação
das políticas, definição de estratégias e execução das ações de saneamento básico.

Art. 11 O Sistema Municipal de Saneamento Básico é composto dos seguintes


instrumentos:

I - Plano Municipal de Saneamento Básico;

II - Conferência Municipal de Saneamento Básico;

III - Conselho Municipal de Saneamento Básico;

IV - Fundo Municipal de Saneamento Básico;

V - Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico.

Seção II
Do Plano Municipal de Saneamento Básico

Art. 12 Fica instituído o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), destinado a


articular, integrar e coordenar recursos tecnológicos, humanos, econômicos e financeiros,
com vistas ao alcance de níveis crescentes de salubridade ambiental para a execução dos
serviços públicos de saneamento básico, em conformidade com o estabelecido na Lei
Federal nº 11.445/2007.

Art. 13 O Plano Municipal de Saneamento Básico contemplará um período de 20 (vinte)


anos e conterá, dentre outros, os seguintes elementos:

I - diagnóstico da situação atual e seus impactos nas condições de vida, com base em
sistema de indicadores sanitários, epidemiológicos, ambientais, socioeconômicos e
apontando as principais causas das deficiências detectadas;

II - objetivos e metas de curto, médio e longo prazo para a universalização, admitindo


soluções graduais e progressivas, observando a compatibilidade com os demais planos
setoriais;

III - programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas, de modo

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compatível com os respectivos planos plurianuais, identificando possíveis fontes de


financiamento;

IV - ações para emergências e contingências;

V - mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das


ações programadas;

VI - adequação legislativa conforme legislação federal vigente.

Art. 14O Plano Municipal de Saneamento Básico, instituído por esta lei, será avaliado
anualmente e revisado a cada 4 (quatro) anos.

§ 1º O Poder Executivo Municipal deverá encaminhar o Plano Municipal de Saneamento


Básico à Câmara dos Vereadores.

§ 2º A revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico deverá seguir as diretrizes dos


planos das bacias hidrográficas em que estiver inserido.

§ 3º A delegação de serviço de saneamento básico não dispensa o cumprimento pelo


prestador do respectivo Plano Municipal de Saneamento Básico em vigor à época da
delegação.

§ 4º O Plano Municipal de Saneamento Básico engloba integralmente o território do ente do


município.

Art. 15 Na avaliação e revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico tomar-se-á por


base o relatório sobre a salubridade ambiental do município.

Art. 16 O processo de revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico dar-se-á com a


participação da população, através de audiência pública, bem como de outros meios que
assegurem o seu acesso.

Parágrafo único. A divulgação das propostas do Plano Municipal de Saneamento Básico e


dos estudos que as fundamentarem dar-se-á por meio da disponibilização integral de seu
conteúdo a todos os interessados, inclusive por meio da internet e por meio de audiência
pública.

Seção III
Da Conferência Municipal de Saneamento Básico

Art. 17 A Conferência Municipal de Saneamento Básico contará com a representação dos


vários segmentos sociais e será convocada pelo Chefe do Poder Executivo, a cada dois (2)
anos, para avaliar a situação do saneamento no Município e propor diretrizes para a
adequação e atualização da Política Municipal e do Plano Municipal de Saneamento

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Básico.

§ 1º A Primeira Conferência será convocada em até doze meses após a publicação desta
Lei Complementar.

§ 2º A sociedade civil organizada poderá convocar a referida Conferência, no caso do


Chefe do Poder Executivo não convocá-la no período previsto.

§ 3º A organização e normas de funcionamento da Conferência serão definidas em


regimento próprio, aprovada pelo Conselho Municipal de Saneamento Básico.

Seção IV
Do Conselho Municipal de Saneamento Básico

Art. 18 O Conselho Municipal de Saneamento Básico, órgão colegiado, de caráter


consultivo, nível estratégico superior do Sistema Municipal de Saneamento Básico tem
como competências:

I - formular a política de saneamento básico, definir estratégias e prioridades, acompanhar


e avaliar sua implementação;

II - deliberar sobre a proposta orçamentária, sobre as metas anuais e plurianuais e sobre


os planos de aplicação de recursos do Fundo Municipal de Saneamento Básico, bem como
controlar sua aplicação e execução, em consonância com a legislação pertinente;

III - deliberar sobre as demonstrações mensais de receita e despesa do Fundo Municipal


de Saneamento Básico;

IV - discutir e aprovar, após a Conferência Municipal de Saneamento, os Planos


necessários à implementação da Política Municipal de Saneamento Básico;

V - analisar as propostas de projetos de lei que versem sobre saneamento e sobre a


alteração da Política de Saneamento Básico, propondo, quando necessário, alterações,
após os trâmites legais;

VI - aprovar os programas, projetos e ações de saneamento financiado com recursos do


Fundo Municipal de Saneamento Básico;

VII - fomentar o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação tecnológica e a


formação de recursos humanos;

VIII - articular-se com outros conselhos existentes no Município e no Estado com vistas à
implementação do Plano Municipal de Saneamento Básico;

IX - contribuir com o aprimoramento da organização e prestação dos serviços de


saneamento básico no Município;

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X - elaborar e aprovar o seu regimento interno, bem como o Regimento Interno da


Conferência Municipal de Saneamento Básico;

XI - apoiar a organização da Conferência Municipal de Saneamento Básico;

X - deliberar sobre projetos e as prioridades das ações de saneamento básico aprovadas


no Plano Municipal de Saneamento Básico;

XI - estabelecer diretrizes e mecanismos para o acompanhamento, fiscalização e controle


do Fundo Municipal de Saneamento Básico;

XII - monitorar o cumprimento da Política Municipal de Saneamento Básico, especialmente


no que diz respeito ao fiel cumprimento de seus princípios e objetivos e a adequada
prestação dos serviços e utilização dos recursos;

XIII - solicitar sempre que houver interesse de algum dos membros do Conselho os
contratos, balancetes, licitações e projetos dos prestadores de serviço de forma a garantir o
controle social.

Art. 19 O Conselho Municipal de Saneamento Básico de Palhoça será composto por


representantes dos órgãos públicos e de instituições da sociedade civil organizada, a
serem nomeados e designados por Portaria do Chefe do Poder Executivo.

Art. 20 A estrutura do Conselho Municipal de Saneamento Básico compreenderá o


Colegiado e a Secretaria Executiva, cuja atividade e funcionamento será definida em seu
Regimento Interno.

Seção V
Do Fundo Municipal de Saneamento Básico

Art. 21 O Fundo Municipal de Saneamento Básico (FMS) será destinado a financiar,


isolada ou complementarmente, os instrumentos da Política Municipal de Saneamento
Básico, cujos programas tenham sido aprovados pelo Conselho Municipal de Saneamento
Básico.

Parágrafo único. O Fundo Municipal de Saneamento ficará vinculado à SAMAE e terá uma
coordenação definida pelo Prefeito Municipal.

Seção VI
Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico

Art. 22 Fica instituído o Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico, com os


seguintes objetivos:

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I - coletar e sistematizar dados relativos às condições da prestação dos serviços públicos


de saneamento básico;

II - disponibilizar estatísticas, indicadores e outras informações relevantes para a


caracterização da demanda e da oferta de serviços públicos de saneamento básico;

III - permitir e facilitar o monitoramento e avaliação da eficiência e da eficácia da prestação


dos serviços de saneamento básico.

§ 1º As informações do Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico são


públicas e acessíveis a todos, devendo ser publicadas na página eletrônica oficial da
Prefeitura Municipal.

§ 2º O Sistema Municipal de Informações em Saneamento Básico deverá ser


regulamentado em 180 (cento e oitenta) dias, contados da publicação desta lei.

Capítulo III
DOS DIREITOS E DEVERES DOS USUÁRIOS

Art. 23 São direitos dos usuários dos serviços de saneamento básico prestados:

I - a gradativa universalização dos serviços de saneamento básico e sua prestação de


acordo com os padrões estabelecidos pelo órgão de regulação e fiscalização;

II - o amplo acesso às informações constantes no Sistema Municipal de Informações em


Saneamento Básico;

III - a cobrança de taxas, tarifas e preços públicos compatíveis com a qualidade e


quantidade do serviço prestado;

IV - o acesso direto e facilitado ao órgão regulador e fiscalizador;

V - ao ambiente salubre;

VI - o prévio conhecimento dos seus direitos e deveres e das penalidades a que podem
estar sujeitos;

VII - a participação no processo de elaboração/revisão do Plano Municipal de Saneamento


Básico;

VIII - ao acesso gratuito ao manual de prestação do serviço e de atendimento ao usuário;

IX - a participação nas Conferências Municipais de Saneamento Básico e nas reuniões do


Conselho Municipal de Saneamento Básico.

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Art. 24 São deveres dos usuários dos serviços de saneamento básico prestados:

I - o pagamento das taxas, tarifas e preços públicos cobrados pela Administração Pública;

II - o uso racional da água e a manutenção adequada das instalações hidrossanitárias da


edificação;

III - a ligação de toda edificação permanente urbana às redes públicas de abastecimento de


água e esgotamento sanitário, quando disponível;

IV - o correto manuseio, separação, armazenamento e disposição para coleta dos resíduos


sólidos, de acordo com as normas estabelecidas pelo Poder Público Municipal;

V - primar pela retenção das águas pluviais no imóvel, visando a sua infiltração no solo ou
seu aproveitamento;

VI - colaborar com a limpeza pública, zelando pela salubridade dos bens públicos e dos
imóveis sob sua responsabilidade;

VII - participar de campanhas públicas de promoção do saneamento básico.

Capítulo IV
DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS

Art. 25 A prestação dos serviços de saneamento básico atenderá a requisitos mínimos de


qualidade, incluindo a regularidade, a continuidade e aqueles relativos aos produtos
oferecidos, ao atendimento dos usuários e às condições operacionais e de manutenção dos
sistemas, de acordo com as normas regulamentares e contratuais.

Art. 26 Toda edificação permanente urbana será conectada às redes públicas de


abastecimento de água e de esgotamento sanitário disponível e sujeita ao pagamento das
tarifas e de outros preços públicos decorrentes da conexão e do uso desses serviços.

§ 1º Na ausência de redes públicas de água e esgotos, serão admitidas soluções


individuais de abastecimento de água e de tratamento e disposição final dos esgotos
sanitários, observadas as normas editadas pela entidade reguladora e pelos órgãos
responsáveis pelas políticas ambiental, sanitária e de recursos hídricos.

§ 2º A instalação hidráulica predial ligada à rede pública de abastecimento de água não


poderá ser também alimentada por outras fontes, exceto nos casos e condições previstas
em legislação específica.

Art. 27Em situação crítica de escassez ou contaminação de recursos hídricos que obrigue
à adoção de racionamento, declarada pela autoridade gestora de recursos hídricos, o ente
regulador poderá adotar mecanismos tarifários de contingência, com objetivo de cobrir

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custos adicionais decorrentes, garantindo o equilíbrio financeiro da prestação do serviço e


a gestão da demanda.

Art. 28Os prestadores de serviços de saneamento básico deverão elaborar manual de


prestação de serviço e atendimento ao usuário e assegurar amplo e gratuito acesso ao
mesmo.

Capítulo V
DOS ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS

Art. 29 Os serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico-


financeira assegurada, mediante remuneração pela cobrança dos serviços:

I - de abastecimento de água e esgotamento sanitário: preferencialmente na forma de


tarifas e outros preços públicos, que poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços
ou para ambos conjuntamente;

II - de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e outros


preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas
atividades;

III - de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em


conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades.

§ 1º Observado o disposto nos incisos I a III do caput deste artigo, a instituição das tarifas,
preços públicos e taxas para os serviços de saneamento básico observarão as seguintes
diretrizes:

I - prioridade para atendimento das funções essenciais relacionadas à saúde pública;

II - ampliação do acesso dos cidadãos e localidades de baixa renda aos serviços;

III - geração dos recursos necessários para realização dos investimentos, objetivando o
cumprimento das metas e objetivos do serviço;

IV - inibição do consumo supérfluo e do desperdício de recursos;

V - recuperação dos custos incorridos na prestação do serviço, em regime de eficiência;

VI - remuneração adequada do capital investido pelos prestadores dos serviços;

VII - estímulo ao uso de tecnologias modernas e eficientes, compatíveis com os níveis


exigidos de qualidade, continuidade e segurança na prestação dos serviços;

VIII - incentivo à eficiência dos prestadores dos serviços.

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§ 2º Poderão ser adotados subsídios tarifários e não tarifários para os usuários e


localidades que não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica suficiente
para cobrir o custo integral dos serviços.

Art. 30 Os serviços de saneamento básico poderão ser interrompidos pelo prestador nas
seguintes hipóteses:

I - situações de emergência que atinjam a segurança de pessoas e bens;

II - necessidade de efetuar reparos, modificações ou melhorias de qualquer natureza nos


sistemas;

III - negativa do usuário em permitir a instalação de dispositivo de leitura de água


consumida, após ter sido previamente notificado a respeito;

IV - manipulação indevida de qualquer tubulação, medidor ou outra instalação do prestador,


por parte do usuário; e

V - inadimplemento do usuário dos serviços de saneamento básico, do pagamento das


tarifas, após ter sido formalmente notificado.

§ 1º As interrupções programadas serão previamente comunicadas ao regulador e aos


usuários.

§ 2º A suspensão dos serviços prevista nos incisos III e V do caput deste artigo será
precedida de prévio aviso ao usuário, não inferior a 30 (trinta) dias da data prevista para a
suspensão.

§ 3º A interrupção ou a restrição do fornecimento de água por inadimplência a


estabelecimentos de saúde, a instituições educacionais e de internação coletiva de
pessoas e a usuário residencial de baixa renda beneficiário de tarifa social deverá
obedecer a prazos e critérios que preservem condições mínimas de manutenção da saúde
das pessoas atingidas, de acordo com as normas do órgão de regulação.

Capítulo VI
DA REGULAÇÃO E FISCALIZAÇÃO

Art. 31A regulação e fiscalização dos serviços de saneamento básico serão realizadas por
órgão administrativo com autonomia administrativa, orçamentária e financeira, gozando de
independência decisória perante os demais órgãos da Administração Pública.

§ 1º A Agência Reguladora fiscalizará e controlará a execução dos programas, projetos e


ações de saneamento, de conformidade com a legislação federal vigente.

Art. 32 São objetivos da regulação:

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I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a


satisfação dos usuários;

II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas;

III - definir tarifas que assegurem tanto o equilíbrio econômico e financeiro dos contratos
como a modicidade tarifária, mediante mecanismos que induzam a eficiência, eficácia dos
serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade.

Art. 33A entidade reguladora editará normas relativas às dimensões técnica, econômica e
social de prestação dos serviços, que abrangerão, pelo menos, os seguintes aspectos:

I - padrões e indicadores de qualidade da prestação dos serviços;

II - requisitos operacionais e de manutenção dos sistemas;

III - as metas progressivas de expansão e de qualidade dos serviços e os respectivos


prazos;

IV - regime, estrutura e níveis tarifários, bem como os procedimentos e prazos de sua


fixação, reajuste e revisão;

V - medição, faturamento e cobrança de serviços;

VI - monitoramento dos custos;

VII - avaliação da eficiência e eficácia dos serviços prestados;

VIII - plano de contas e mecanismos de informação, auditoria e certificação;

IX - subsídios tarifários e não tarifários;

X - padrões de atendimento ao público e mecanismos de participação e informação;

XI - medidas de contingências e de emergências, inclusive racionamento;

§ 1º As normas a que se refere o caput deste artigo fixarão prazo para os prestadores de
serviços comunicarem aos usuários as providências adotadas em face de queixas ou de
reclamações relativas aos serviços.

§ 2º As entidades fiscalizadoras deverão receber e se manifestar conclusivamente sobre as


reclamações que, a juízo do interessado, não tenham sido, suficientemente, atendidas
pelos prestadores dos serviços.

Art. 34Os prestadores dos serviços de saneamento básico deverão fornecer à entidade
reguladora todos os dados e informações necessárias para o desempenho de suas

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atividades, na forma das normas legais, regulamentares e contratuais.

§ 1º Incluem-se entre os dados e informações a que se refere o caput deste artigo aquelas
produzidas por empresas ou profissionais contratados para executar serviços ou fornecer
materiais e equipamentos específicos.

§ 2º Compreendem-se nas atividades de regulação dos serviços de saneamento básico a


interpretação e a fixação de critérios para a fiel execução dos contratos, dos serviços e
para a correta administração de subsídios.

Capítulo VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 35 O Poder Executivo enviará à Câmara Municipal de Vereadores, no prazo de 60


(sessenta) dias, projeto de lei transferindo as atribuições relativas ao saneamento básico e
a coordenação do Fundo Municipal de Saneamento para a SAMAE.

Art. 36Será instituído por ato do Poder Executivo no prazo de 60 (sessenta) dias o
Regimento Interno do Conselho Municipal de Saneamento Básico e do Fundo Municipal de
Saneamento Básico.

Art. 37 Os órgãos e entidades municipais da área de saneamento básico serão


reestruturados para atender o disposto nesta lei, no prazo de 60 (sessenta) dias.

Art. 38 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.

Palhoça, 02 de abril de 2018.

CAMILO NAZARENO PAGANI MARTINS


Prefeito Municipal

Visualizar Ato na Íntegra: Lei nº 4595/2018 - Palhoca-SC

LeisMunicipais.com.br - Lei Ordinária 4595/2018 (http://leismunicipa.is/vuqcs) - 02/04/2020 15:20:00

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