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ESTADO DE SANTA CATARINA

PREFEITURA DE BALNEÁRIO PIÇARRAS


Gabinete do Prefeito

LEI COMPLEMENTAR Nº 163


DE 11 DE DEZEMBRO DE 2019
Institui o Plano Diretor de Desenvolvimento
Estratégico do Município de Balneário Piçarras, e dá
outras providências.

Leonel José Martins, Prefeito Municipal de Balneário Piçarras, Estado de Santa


Catarina, no uso de suas atribuições legais, faz saber a todos os habitantes deste
Município que o Plenário da Câmara de Vereadores Aprovou e eu Sanciono a seguinte
Lei Complementar:

TÍTULO I
DA ESTRUTURAÇÃO, DOS PRINCÍPIOS, DOS OBJETIVOS E DAS DIRETRIZES DO
PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO DO MUNICÍPIO DE
BALNEÁRIO PIÇARRAS - PDDE-BALNEÁRIO PIÇARRAS.

CAPÍTULO I
DA ESTRUTURAÇÃO DO PDDE-BALNEÁRIO PIÇARRAS

Art. 1º Esta Lei institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Estratégico do


Município de Balneário Piçarras, doravante chamado de PDDE-Balneário Piçarras e o
Processo de Planejamento e Gestão Territorial do Município de Balneário Piçarras.

Art. 2º São partes integrantes desta Lei:


I. Anexo I – Glossário;
II. Anexo II – Mapas:
a) Mapa PU – Perímetro Urbano;
b) Mapa ARU – Área e Núcleos Rururbanos;
c) Mapa ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico;
d) Mapa MAZ – Macrozoneamento;
e) Mapa MZU – Mapa do Zoneamento Urbano;
f) Mapa MZR – Mapa do Zoneamento Rururbano;
g) Mapa SV-01 – Mapa Sistema Viário;
h) Mapa SV-02 – Mapa Sistema Cicloviário.
III. Anexo III – Tabelas de Índices Urbanísticos;
IV. Anexo IV – Tabela de Gabaritos, Alturas e Afastamentos; (Revogado pela Lei n.
192/2022)
V. Anexo V – Tabela de Recuos Frontais e Passeios;
VI. Anexo VI – Tabela de Reserva Técnica de Estacionamento;
VII. Anexo VII – Tabela de Parcelamento do Solo;
VIII. Anexo VIII – Tabela de Níveis de Incomodidades.

Art. 3º O PDDE-Balneário Piçarras compreende o processo de


planejamento do território urbano e rural do Município de Balneário Piçarras
sustentando-se nos princípios da função social da cidade e da propriedade, no
desenvolvimento sustentável, na igualdade, na oportunidade, na transformação e na
qualificação dos ambientes naturais e de ocupação humana e na ampliação de sua
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capacidade de resiliência, tendo por objetivo o pleno desenvolvimento da cidade, da


propriedade urbana e rural, garantindo à população uma cidade mais justa e sustentável.
Parágrafo único. Para efeito dos princípios estabelecidos no caput são
adotadas as seguintes definições:
I. FUNÇÃO SOCIAL DA CIDADE – entendida como a instituição de uma nova ética
urbana voltada à valorização do ambiente, da cultura, da cidadania, dos direitos
humanos, mediante o uso racional e adequado da propriedade urbana e dos
espaços de uso comum e coletivos, bem como a promoção da propriedade rural
voltada prioritariamente à preservação dos mananciais de água e à produção de
alimentos, incorporando conceitos e ações para o pleno exercício:
a) ao direito à cidade sustentável, assim entendido como o direito à terra urbana e
rural adequada, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao
transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e
futuras gerações;
b) ao emprego e renda de forma a reduzir a pobreza e as desigualdades sociais;
c) da proteção ao meio ambiente, assim entendida como a proteção e a recuperação
do patrimônio ambiental, de modo a promover um meio ambiente equilibrado e
saudável para todos os cidadãos e cidadãs;
d) dos direitos humanos, assim entendidos como o atendimento das necessidades
dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social, ao acesso universal dos
direitos sociais e ao desenvolvimento socioeconômico e ambiental;
e) da melhora da qualidade de vida entendida como a segurança, o bem-estar e a
saúde de seus usuários e vizinhos;
II. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Entendido como a promoção do
desenvolvimento econômico e social, de natureza inclusiva, com a preservação
ambiental, garantindo a qualidade de vida e o uso racional e equânime dos recursos
ambientais naturais ou construídos, inclusive quanto ao direito à moradia digna, à
acessibilidade, à mobilidade e à comunicação para toda a comunidade;
III. IGUALDADE – entendida como um processo contínuo de planejamento, mediante o
exercício da democracia participativa, visando construir políticas públicas e ações
para superar as barreiras urbanas, protagonizando a qualificação dos projetos
urbanísticos, a preservação da paisagem e a produção sustentável do espaço
construído que tenham como pressuposto:
a) a universalização do acesso à cidade;
b) a exclusão da discriminação em qualquer nível;
c) o acesso à terra urbanizada e à moradia de interesse social;
d) o saneamento ambiental;
e) a infraestrutura urbana;
IV. OPORTUNIDADE – entendida como a garantia de oferta e acesso, pelo poder
público:
a) aos serviços públicos, em especial às necessidades básicas de educação e
saúde;
b) aos equipamentos urbanos e comunitários;
c) à mobilidade urbana inclusiva, incluindo a oferta de transporte coletivo de
qualidade;
d) à promoção da geração de emprego e renda;
e) ao lazer e recreação; e
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f) aos direitos sociais;


V. TRANSFORMAÇÃO – entendida como o processo originado pelas políticas de
iniciativas do poder público e das representações sociais, voltado ao aprimoramento
das ações em benefício da cidade e do cidadão, em especial, na:
a) maior oferta de espaços coletivos e de uso comum;
b) promoção de parcerias público-privadas para a ampliação de oportunidades
voltadas à qualificação e ao aumento da competitividade;
c) manutenção de um processo contínuo de planejamento estratégico;
d) ampliação da capacidade de respostas do poder público frente às demandas
sociais e econômicas, mediante a implantação de instrumentos eficazes de
política urbana;
VI. QUALIDADE – entendida como o resultado positivo do aprimoramento das políticas
e ações do poder público e das representações sociais, voltadas para a melhoria
contínua da cidade e do cidadão.
VII. RESILIÊNCIA – entendida como a capacidade da cidade, utilizando conceitos
dinâmicos de desenvolvimento e crescimento urbano, de resistir, absorver, adaptar-
se e recuperar-se da exposição a ameaças, produzindo efeitos de maneira oportuna
e eficiente, o que inclui a preservação e a restauração de suas estruturas e funções
básicas.

Art. 4º A política urbana será implementada, observadas as disposições


previstas nos Artigos 182 e 183, da Constituição Federal de 1988, no § 3º, do Art. 15, da
Lei Orgânica do Município de Balneário Piçarras e o disposto na Lei Federal nº 10.257,
de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade, de forma a atender as garantias
fundamentais aprovadas na 1ª Conferência Nacional das Cidades, assegurando:
I. A integração das políticas setoriais;
II. A construção do Direito à Cidade;
III. O cumprimento da função social da cidade e da propriedade;
IV. O combate à segregação socioespacial;
V. O acesso universal à moradia digna, ao saneamento básico, ao transporte público e
à acessibilidade;
VI. A gestão descentralizada e democrática;
VII. O acesso à informação;
VIII. A participação social na formulação, decisão, implementação e avaliação da Política
de Desenvolvimento Urbano.

Art. 5º O PDDE-Balneário Piçarras é o instrumento da Política Municipal que


incorpora o enfoque da sustentabilidade no planejamento e na definição do modelo de
desenvolvimento do Município, devendo compatibilizar-se com os planos nacionais,
regionais e setoriais complementares.

Art. 6º O PDDE-Balneário Piçarras, tendo por objeto a totalidade do território


do Município, compõe-se de documentos gráficos, tabelas e representações espaciais,
contendo a representação do modelo espacial adotado, baseado em relatórios e
subsídios técnicos norteadores do cenário adotado na construção da Política de
Desenvolvimento Estratégico do Município, definindo:
I. Modelo Espacial – Política de Desenvolvimento Municipal;
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II. Zoneamento Ecológico-Econômico;


III. Perímetro Urbano;
IV. Macrozoneamento;
V. Elementos Estruturadores do Modelo Espacial da Área Urbana e Área Rururbana;
VI. Macro Rede Viária Básica;
VII. Zoneamento;
VIII. Rede Hídrica Estrutural – Unidade de Conservação e Áreas Verdes;
IX. Programas Especiais.

Art. 7º O processo de avaliação dos cenários atuais e futuros para o


Município define-se como um conjunto de diretrizes estratégicas desejáveis, a seguir
elencadas:
I. Eixo Estratégico do Desenvolvimento Social, com os seguintes subtemas:
a) Educação;
b) Saúde;
c) Inclusão, Desenvolvimento Social e Cidadania;
d) Cultura;
e) Esporte, Lazer e Recreação;
f) Segurança Pública;
g) Defesa Civil;
II. Eixo Estratégico do Desenvolvimento Econômico;
a) Turismo; (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 192/2022)
b) Produção Agrícola, Pesca, Segurança Alimentar e Nutricional; (Redação
acrescida pela Lei Complementar nº 192/2022)
c) Comércio, Serviço e Indústria. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº
192/2022)
III. Eixo Estratégico do Ambiente Natural;
IV. Eixo Estratégico do Ambiente Construído;
a) Zonas e Áreas Especiais de Interesse Social; (Redação acrescida pela Lei
Complementar nº 192/2022)
b) Sítios Históricos. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 192/2022)
V. Eixo Estratégico da Mobilidade Urbana;
VI. Eixo Estratégico da Inserção Regional;
VII. Eixo Estratégico da Organização Territorial;
VIII. Eixo Estratégico de Gestão Urbana.

CAPÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS

Art. 8º As políticas públicas e as estratégias voltadas ao desenvolvimento


físico-territorial municipal serão norteadas pela seguinte base principiológica:
I. Melhoria da qualidade de vida da população, por meio da promoção do
desenvolvimento humano e do desenvolvimento econômico sustentável;
II. Função social da cidade e da propriedade urbana e rural;
III. Equidade, inclusão social e territorial e coesão social;
IV. Direito à cidade;
V. Direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado;
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VI. Justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização.

Art. 9º A presente lei constitui-se na revisão das seguintes normas:


I. Lei Complementar nº 3, de 2 de fevereiro de 2009 - Plano Municipal de
Desenvolvimento Urbano Sustentável;
II. Lei Complementar nº 4, de 28 de janeiro de 2009 - Altera o Perímetro Urbano de
Balneário Piçarras;
III. Lei Complementar nº 5, de 28 de janeiro de 2009 - Dispõe sobre o Zoneamento, Uso
e Ocupação do Solo no Município de Balneário Piçarras;
IV. Lei Complementar nº 6, de 28 de janeiro de 2009 - Dispõe sobre o Parcelamento do
Solo.
Parágrafo único. A revisão das leis de que trata este artigo obedeceu ao
processo de consultas públicas e à participação democrática da sociedade, através do
Colégio dos Delegados para Revisão do Plano Diretor de Balneário Piçarras, composto
por representantes da sociedade civil democraticamente eleitos na 1ª Conferência
Extraordinária da Cidade de Balneário Piçarras, e por representantes da Administração
Pública Municipal, todos nomeados por Decreto Municipal, segundo o que preconiza o
Art. 43, Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade.

Art. 10. A política de desenvolvimento e planejamento municipal, nos termos


do inciso III, do Art. 4°, da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 – Estatuto da
Cidade, será formulada e executada por meio do processo de Planejamento e Gestão
Territorial do Município que definirá as ações do Poder Público, com a participação dos
setores público, privado e da sociedade em geral, constituída por este Plano Diretor e
pelos seguintes instrumentos:
I. Sistema de Informações Geográficas do Cadastro Técnico Multifinalitário – SIG
CTM;
II. Controle do parcelamento, uso e ocupação do solo;
III. Zoneamento ambiental;
IV. Plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
V. Gestão orçamentária participativa;
VI. Planos estratégicos;
VII. Planos, programas e projetos setoriais;
VIII. Planos e programas de desenvolvimento sustentável.
Parágrafo único. Serão definidos por meio de leis específicas,
complementares ao PDDE-Balneário Piçarras, a implementação dos instrumentos
relacionados neste artigo.

Art. 11. O PDDE-Balneário Piçarras deverá referenciar, durante a sua


vigência, a elaboração dos seguintes instrumentos legais de gestão do Município:
I. Planos Plurianuais;
II. Leis de Diretrizes Orçamentárias;
III. Leis Orçamentárias Anuais;
IV. Planos de Metas;
V. Leis Complementares de Regulamentação de Instrumentos de Política Urbana;
VI. Planos Setoriais relativos à Política de Desenvolvimento Urbano e Rural;
VII. Projetos de Intervenção Urbana.
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§ 1º Os Planos Setoriais e os Projetos de Intervenção Urbana deverão estar


articulados de modo transversal e intersetorial com o PDDE-Balneário Piçarras.
§ 2º O PDDE-Balneário Piçarras é parte integrante do processo de
planejamento municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o
orçamento anual incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas.

Art. 12. O presente PDDE-Balneário Piçarras deverá ser revisto no prazo


máximo de 10 (dez) anos após entrar em vigência.
§ 1º Propostas de atualização, ajustes e alterações do PDDE-Balneário
Piçarras, poderão ser feitas antes da revisão prevista no caput, de forma parcial ou
integral, ouvido o Conselho da Cidade de Balneário Piçarras, desde que submetidas a
amplo processo de participação, nos termos do Art. 40, da Lei 10.257/01 - Estatuto da
Cidade.
§ 2º O Município deverá compatibilizar o PDDE-Balneário Piçarras com o
planejamento regional metropolitano, nos termos do § 3º, do Art. 10 e do Inciso II, do Art.
21 da Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015 - Estatuto da Metrópole.

CAPÍTULO III
DOS OBJETIVOS GERAIS

Art. 13. O Plano Diretor de Desenvolvimento Estratégico de Balneário


Piçarras - PDDE-Balneário Piçarras - tem por objetivos gerais:
I. Considerar, no processo de planejamento e execução das políticas públicas, a
integração social, econômica, ambiental e territorial do Município e da Região
Metropolitana da Foz do Rio Itajaí;
II. Promover a cooperação e a articulação com as agências e instituições regionais e
os demais municípios da Região da Foz do Rio Itajaí, fortalecendo a gestão
integrada;
III. Instituir e diversificar as formas de parcerias entre o Poder Público Federal,
Estadual, Municipal, a iniciativa privada e as entidades civis na elaboração e
execução dos projetos de interesse público que dinamizem o setor produtivo;
IV. Construir um sistema democrático e participativo de planejamento e gestão da
cidade;
V. Instituir os instrumentos da política urbana previstos na Lei Federal nº 10.257, de 10
de julho de 2001 – Estatuto da Cidade, dentre os quais, os incentivos fiscais e
urbanísticos que estimulem o ordenamento do uso e ocupação do solo, promovendo
a justa distribuição dos ônus e bônus do processo de urbanização e, de forma
integrada, o equilíbrio econômico, social e ambiental;
VI. Garantir a justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
urbanização, recuperando e transferindo para a coletividade parte da valorização
imobiliária decorrente de ações do poder público;
VII. Reduzir os efeitos da especulação imobiliária sobre o território, aplicando medidas
de incentivo à produção imobiliária diversificada e ao empreendedorismo;
VIII. Orientar a dinâmica da produção imobiliária, fortalecendo o adensamento e
diversificação de usos ao longo dos eixos de transporte coletivo público e nas áreas

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de centralidades com concentração de atividades mistas, residenciais e não


residenciais;
IX. Regular o uso, a ocupação e o parcelamento do solo urbano a partir da capacidade
de suporte do meio físico, da infraestrutura de saneamento ambiental e das
características do sistema viário;
X. Preservar e conservar o patrimônio cultural de interesse artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico;
XI. Preservar os principais marcos da paisagem urbana, em especial a zona de orla do
mar e dos rios;
XII. Ampliar a oferta de áreas para a produção habitacional de interesse social com
qualidade, dirigida aos segmentos de baixa renda;
XIII. Promover a urbanização e a regularização fundiária das áreas irregulares, em
especial, as ocupadas por população de baixa renda;
XIV. Promover e induzir a utilização permanente de imóveis urbanos não utilizados e
subutilizados, especialmente para atividades de geração econômica de emprego e
renda, através de mecanismos tributários de compensação, progressão ou oneração
diferenciadas;
XV. Induzir a utilização de imóveis urbanos baldios, não edificados ou subutilizados,
localizados em áreas de urbanização prioritária, aplicando mecanismos de
progressão tributária, como o “IPTU Progressivo”;
XVI. Distribuir equitativamente os equipamentos sociais básicos, de acordo com as
necessidades sociais das regiões, de forma que a distribuição dos respectivos
recursos seja diretamente proporcional à população e inversamente proporcional ao
nível de renda;
XVII. Preservar os ecossistemas e os recursos naturais;
XVIII. Promover o saneamento ambiental em seus diferentes aspectos;
XIX. Reduzir os riscos urbanos e ambientais;
XX. Fortalecer e intensificar os mecanismos de compensação ambiental para as
atividades que importem em desmatamento ou alteração dos ecossistemas originais;
XXI. Restringir e desestimular a ocupação intensiva nas áreas de risco dos processos e
eventos naturais, em especial as áreas de risco de inundações resultantes das
recorrentes cheias na bacia do Rio Piçarras;
XXII. Promover a reabilitação e renovação urbana na área central da cidade;
XXIII. Fortalecer mecanismos e instrumentos de incentivo aos empreendimentos voltados
ao desenvolvimento do turismo náutico, rural, ecológico, de eventos, de aventura e
de massa ou balneário.
XXIV. Promover a acessibilidade e a mobilidade universal, garantindo o acesso de todos
os cidadãos a qualquer ponto do território, através da rede viária e do sistema de
transporte coletivo;
XXV. Promover a integração entre os sistemas municipais de circulação e transporte local
e regional promovendo a mobilidade urbana e regional sustentável.

Art. 14. O planejamento, o desenho urbano, a forma de ocupação e as


densidades a serem adotadas no Município de Balneário Piçarras deverão reconhecer
os eixos estratégicos na abordagem das questões ambientais, sociais, econômicas,
culturais e da saúde, para benefício de todos, visando:

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I. Restringir a expansão urbana dispersa no território, dando prioridade ao


adensamento e desenvolvimento urbano nas áreas já consolidadas dos espaços
construídos, com a recuperação dos ambientes urbanos degradados, assegurando
densidades urbanas sustentáveis;
II. Assegurar a compatibilidade de usos do solo nas áreas urbanas, oferecendo
adequado equilíbrio entre empregos, transportes, habitação e equipamentos
socioculturais e esportivos, dando prioridade ao adensamento residencial nas
Macrozonas de Adensamento Vocacionadas e Macrozona Urbana Consolidada;
III. Assegurar a conservação e a renovação do patrimônio paisagístico e ambiental;
IV. Incentivar o desenho urbano e o ambiente construído, adotando técnicas de
construção sustentáveis, respeitando e considerando os recursos e os fenômenos
naturais;
V. Melhorar e garantir condições de iluminação e ventilação natural entre vizinhos, de
forma a gerar ambientes urbanos mais humanos, salubres e agradáveis;
VI. Incentivar a arborização urbana nos espaços públicos, coletivos e privados, de forma
a obter os padrões recomendados pela ONU/OMS;
VII. Dotar os espaços de uso público e coletivo de plena acessibilidade, dispondo de
passeios acessíveis, ciclovias e transporte coletivo em conformidade com o
preconizado no Plano de Mobilidade Urbana.

CAPÍTULO IV
DIRETRIZES ESTRATÉGICAS

SEÇÃO I
EIXO ESTRATÉGICO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Art. 15. O Eixo Estratégico do Desenvolvimento Social busca garantir os


direitos sociais para todos, de forma a protagonizar melhoria da qualidade de vida,
equidade, oportunidade, distribuição de renda, moradia digna, disponibilidade de
infraestrutura básica, plena mobilidade, acesso aos serviços públicos e equipamentos
sociais, em especial saúde, assistência social, segurança, educação, cultura e lazer.

Art. 16. A política municipal de Desenvolvimento Social tem os seguintes


objetivos:
I. Ofertar equipamentos urbanos e comunitários, bem como transporte e serviços
públicos adequados aos interesses e necessidades da população;
II. Adequar os instrumentos da política econômica, tributária e financeira, bem como
dos gastos públicos, aos objetivos do desenvolvimento urbano, de modo a privilegiar
os investimentos geradores de bem-estar geral e a distribuição dos bens pelos
diferentes segmentos sociais;
III. Integrar os órgãos e conselhos municipais, promovendo a atuação coordenada no
desenvolvimento e aplicação das estratégias e metas dos planos, programas e
projetos;
IV. Priorizar o bem-estar coletivo em relação ao individual;
V. Viabilizar parcerias com a iniciativa privada no processo de urbanização, mediante o
uso de instrumentos da política urbana, quando for do interesse público, e
compatível com a observância das funções sociais da cidade;
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VI. Instituir mecanismos permanentes para implementar, revisar e atualizar o PDDE-


Balneário Piçarras, articulando-o com o processo de elaboração e execução do
orçamento municipal;
VII. Instituir processo de elaboração, implementação e acompanhamento de planos,
programas, anteprojetos de lei e projetos urbanos, assim como sua permanente
revisão e atualização;
VIII. Promover a implantação de equipamentos de uso coletivo em áreas públicas
adequadas, com infraestrutura urbana e de fácil acesso à população;
IX. Coordenar e monitorar as ações das concessionárias de serviços públicos e dos
agentes públicos e privados na utilização das áreas públicas, mantendo o cadastro
em um banco de dados;
X. Promover a integração entre as políticas físico-territorial e ambiental com a política
socioeconômica;
XI. Promover a participação de setores organizados da sociedade e da população nas
políticas de desenvolvimento urbano, voltando as ações do Governo Municipal para
os interesses da comunidade e capacitando a população de Balneário Piçarras para
o exercício da cidadania.

Subseção I
Educação

Art. 17. O Eixo Estratégico Temático da Educação tem as seguintes


diretrizes:
I. Desenvolver programas de incentivo e apoio ao Magistério Público Municipal
objetivando a especialização do quadro funcional;
II. Ampliar e aprimorar programas de capacitação profissional para o funcionário
dedicado à educação especial;
III. Manter atualizado o Plano de Carreira do Magistério Público Municipal;
IV. Ampliar e atualizar o acervo físico/digital das bibliotecas escolares;
V. Incentivar a criação de novos cursos técnicos profissionalizantes no Município, em
nível de ensino fundamental, médio e superior;
VI. Ampliar a infraestrutura física dos estabelecimentos municipais de ensino visando
primordialmente aumentar a oferta de vagas destinadas à educação infantil e o
atendimento da demanda atual e futura;
VII. Oportunizar cursos suplementares, visando à continuidade da formação educacional
voltada para as atividades primárias e tecnológicas.

Subseção II
Saúde

Art. 18. O Eixo Estratégico Temático da Saúde tem as seguintes diretrizes:


I. Universalizar a assistência à saúde, de forma igualitária, com equidade e
integralidade a todos os cidadãos;
II. Implementar um sistema de informação integrada para a área da saúde;
III. Desenvolver e integrar as ações da saúde destinadas à vigilância sanitária,
epidemiológica, de saneamento básico e ambiental no município;
IV. Promover o controle e participação social nas ações de política de saúde;
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V. Articular as políticas municipais da saúde com as demais esferas do governo;


VI. Ampliar a cobertura do Programa de Saúde da Família de acordo com a demanda
populacional;
VII. Implantar uma unidade hospitalar para atendimento regional;
VIII. Promover a melhoria da infraestrutura pública dos serviços de saúde;
IX. Manter o atendimento 24h efetivo na unidade de Pronto Atendimento Central;
X. Promover, na rede pública, especialidades médicas e demais procedimentos
hospitalares de acordo com a demanda;
XI. Ampliar a capacidade e as especialidades do laboratório municipal de análises
clínicas;
XII. Criar programas de incentivo e apoio aos profissionais da saúde municipal,
almejando a capacitação e especialização profissional;
XIII. Implantar o Plano de Carreira específico para os servidores da saúde municipal;
XIV. Aprimorar e aplicar com eficiência a base legal de atuação da vigilância sanitária no
município;
XV. Integrar a atuação da vigilância sanitária com o Poder Judiciário, visando facilitar e
agilizar os procedimentos;
XVI. Qualificar a estrutura de acessibilidade e de acolhimento às unidades de
atendimento de saúde;
XVII. Promover a educação alimentar que vise à forma correta e mais econômica de
assegurar uma alimentação saudável.

Subseção III
Assistência Social

Art. 19. O Eixo Estratégico Temático da Assistência Social tem as seguintes


diretrizes:
I. Implantar a assistência social com serviço descentralizado e participativo;
II. Promover ações voltadas à proteção do cidadão que se encontra em situação de
vulnerabilidade social e econômica, objetivando a sua autonomia e inserção
produtiva;
III. Garantir a gestão democrática, por meio da participação da população e de
associações representativas dos vários segmentos da comunidade, na formulação,
execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento
urbano;
IV. Realizar ações de promoção à família e apoiar o desenvolvimento comunitário;
V. Incentivar as ações integradas de assistência social e demais políticas públicas, em
conjunto com o Ministério Público e o Conselho Tutelar, bem como com as
Organizações da Sociedade Civil - OSCs;
VI. Promover, no âmbito da assistência social do Município, o enfrentamento à
violência, à exploração e abuso sexual e o atendimento à população de rua;
VII. Assegurar a integração da política municipal de habitação com as demais políticas
públicas, em especial, o desenvolvimento social, econômico e ambiental;
VIII. Estimular a participação da iniciativa privada na produção de moradias de interesse
social;
IX. Promover e incentivar a adesão à regularização fundiária;

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X. Criar um programa habitacional direcionado à população de baixa renda,


assegurando a diversidade social no território e o acesso à infraestrutura e aos
serviços públicos;
XI. Priorizar programa habitacional com o reassentamento da população residente em
áreas de risco ou em subabitações;
XII. Combater a proliferação de habitações em áreas de risco ou em áreas insalubres;
XIII. Instituir o Plano Municipal de Habitação de Interesse Social;
XIV. Integrar as bases cadastrais municipais e compatibilizar informações com os
cadastros de órgãos e entidades de outras esferas governamentais, bem como com
entidades privadas de prestação de serviços à população.

Subseção IV
Cultura

Art. 20. O Eixo Estratégico Temático da Cultura tem as seguintes diretrizes:


I. Promover a cultura como um conjunto de valores, conceitos, símbolos, objetos e
relações construídas pela sociedade ao longo de sua história;
II. Democratizar e estimular a produção e a fruição da cultura;
III. Proporcionar, através da cultura, o desenvolvimento econômico e a inclusão social;
IV. Estabelecer uma identidade cultural no Município;
V. Manter um espaço adequado destinado ao desenvolvimento de programas que
visem incentivar a produção cultural;
VI. Promover o uso de equipamentos municipais e espaços públicos como mecanismos
de universalização da atividade cultural;
VII. Fomentar a participação social nos projetos culturais;
VIII. Promover a preservação do patrimônio cultural edificado e dos sítios históricos,
mantendo suas características originais e sua ambiência na paisagem urbana, por
meio de tombamento ou outros instrumentos legais;
IX. Identificar e definir os imóveis de valor cultural, histórico e arquitetônico, de interesse
de conservação e preservação, que integrarão o Patrimônio Histórico e Arquitetônico
do Município de Balneário Piçarras;
X. Orientar e incentivar o uso adequado do patrimônio cultural e dos sítios históricos;
XI. Proteger os elementos naturais, culturais e paisagísticos, permitindo a visualização
do panorama e a manutenção da paisagem em que estão inseridos;
XII. Promover a participação da comunidade na identificação, valorização, preservação e
conservação dos elementos significativos da paisagem urbana;
XIII. Promover a identidade visual do mobiliário urbano e dos equipamentos e serviços
municipais, definindo padrões para sua melhor identificação e visualização na
paisagem urbana, assegurando a utilidade, eficiência, conforto e facilidade de
manutenção.

Subseção V
Esporte Lazer e Recreação

Art. 21. O Eixo Estratégico Temático do Esporte Lazer e Recreação tem as


seguintes diretrizes:

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I. Assegurar permanentemente o esporte, o lazer e a recreação, enquanto direitos


sociais;
II. Garantir o acesso aos equipamentos e práticas desportivas às pessoas com
deficiência;
III. Distribuir as áreas públicas, praças e equipamentos de esporte e lazer, de forma
igualitária no território, a fim de potencializar seu uso;
IV. Estruturar a utilização das margens dos cursos de água como áreas de esporte e
lazer;
V. Promover o desenvolvimento de esportes náuticos como atividade vocacionada da
cidade;
VI. Destinar áreas exclusivas para implantação de praças e parques municipais;
VII. Construir e manter espaços destinados à prática desportiva, de acordo com as
necessidades atuais e futuras;
VIII. Incentivar competições esportivas;
IX. Estruturar práticas esportivas compatíveis com ás áreas não urbanas ou rurais.

Subseção VI
Segurança Pública

Art. 22. O Eixo Estratégico Temático da Segurança Pública tem as seguintes


diretrizes:
I. Garantir a segurança pública como direito de todos os cidadãos;
II. Garantir a segurança pública como elemento fundamental e suporte ao
desenvolvimento;
III. Utilizar a segurança pública como meio de preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio;
IV. Implantar a guarda municipal;
V. Expandir o sistema de monitoramento eletrônico;
VI. Incentivar a implantação de programas de vigilância comunitária;
VII. Incentivar o uso e a ocupação do solo de forma mista, visando ampliar a distribuição
e o fluxo de pessoas;
VIII. Cooperar institucional e financeiramente, através de programas e convênios, com as
polícias civil e militar, nas ações de combate à criminalidade e que contribuam para
a segurança do cidadão;
IX. Destinar áreas específicas para a implantação de equipamentos de segurança
pública;
X. Assegurar iluminação pública de qualidade em todo o território.

Subseção VII
Defesa Civil

Art. 23. O Eixo Estratégico Temático da Defesa Civil tem as seguintes


diretrizes:
I. Levantar e mapear as áreas de risco, restringindo, ordenando e condicionando a sua
ocupação;
II. Elaborar e implantar o Plano Municipal de Contingência e Emergência, formulando
parcerias estratégicas com instituições da iniciativa privada;
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III. Promover a defesa dos direitos da população em situação de risco.

SEÇÃO II
EIXO ESTRATÉGICO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Art. 24. O Eixo Estratégico do Desenvolvimento Econômico deve assegurar


os compromissos com a elevação da competitividade do município no cenário regional e
estadual, o apoio ao empreendedorismo, o incentivo à inovação tecnológica, à geração
de emprego e renda, à melhoria da qualidade de vida da população, vislumbrando o
bem-estar geral da sociedade, e é norteado pelas seguintes estratégias:
I. Incentivar o setor comercial e de prestação de serviços, de forma a gerar atividades
continuadas e distribuídas por todo o território municipal, superando, assim, os
efeitos gerados pela sazonalidade;
II. Ampliar a atividade turística como fator de crescimento e desenvolvimento
econômico, incentivando a instalação de equipamentos de infraestrutura, criando
mecanismos de divulgação das potencialidades locais e estimulando a aplicação da
política regional integrada para o setor;
III. Implantar a rota turística urbana e rural, com ciclovia, e desenvolver um projeto de
urbanização próprio, estabelecendo os parâmetros de padronização para a
construção de passeios públicos, mobiliário urbano, sinalização, iluminação e
arborização, que identifiquem e diferenciem a via turística das demais vias do
sistema viário do município;
IV. Dinamizar a geração de emprego e renda;
V. Desenvolver as potencialidades locais;
VI. Incentivar e apoiar iniciativas de geração de oportunidades de emprego, trabalho e
renda;
VII. Constituir instrumentos de apoio aos micro e pequenos empreendedores, na forma
de capacitação profissional;
VIII. Atualizar e implementar o Plano Municipal de Turismo, voltado à melhoria e à
diversificação do produto turístico, à divulgação e ao marketing, bem como ao
aproveitamento das potencialidades turísticas do Município;
IX. Promover a divulgação das potencialidades e oportunidades de investimento no
Município, como elemento central de uma política de atração de novas empresas;
X. Elaborar e aplicar políticas de valorização da atividade rural, objetivando o
fortalecimento da atividade econômica neste setor;
XI. Estruturar o turismo ecológico e o rural, aproveitando os recursos naturais existentes
no Município;
XII. Integrar ações de promoção ao turismo, com programas de geração de trabalho e
renda, e conscientização ambiental;
XIII. Estruturar e valorizar as atividades pesqueiras para a exploração comercial e
esportiva;
XIV. Incentivar a indústria naval voltada à construção de embarcações de lazer;
XV. Incentivar a indústria naval com ênfase em tecnologia da madeira;
XVI. Expandir a estrutura e incentivar a prática de esportes náuticos;
XVII. Recuperar e valorizar o patrimônio histórico e cultural como forma de criação de
identidade do município;
XVIII. Incentivar e expandir a atividade artesanal como fonte de renda e identidade cultural;
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XIX. Implantar o Mercado Público Municipal e fomentar feiras livres como forma de
valorização da atividade primária do município.

Subseção I
Turismo

Art. 25. O Eixo Estratégico Temático do Turismo tem como diretrizes:


I. Consolidar o município como destino turístico de qualidade, incentivando a
permanência de turistas, destacando seus atrativos naturais e paisagísticos,
esportivos e culturais;
II. Fortalecer a imagem de Balneário Piçarras ao nível local, regional, estadual,
nacional e internacional;
III. Aumentar a presença e a participação do turismo no desenvolvimento econômico do
Município, fortalecendo-o e incorporando novos negócios e atores;
IV. Promover o desenvolvimento do turismo como agente de transformação, fonte de
riqueza econômica e de desenvolvimento social;
V. Estabelecer políticas que aperfeiçoem o uso adequado dos ecossistemas naturais e
promover a proteção do patrimônio histórico e cultural, bem como a melhoria do
padrão de vida da população residente;
VI. Incentivar a implantação de empreendimentos de hospedagem nas mais diversas
categorias, em especial hotéis de negócios e hotéis de lazer;
VII. Planejar e implantar infraestruturas e equipamentos urbanos qualificados,
promotores do turismo de qualidade;
VIII. Promover e incentivar empreendimentos voltados à gastronomia e ao
entretenimento de qualidade;
IX. Estruturar a faixa da orla costeira com equipamentos e acessos adequados à praia;
X. Promover ações e empreendimentos voltados ao lazer náutico e à pesca esportiva;
XI. Planejar e incentivar a implantação de empreendimentos de apoio e suporte a
eventos de negócios, esporte e lazer;
XII. Priorizar as faixas de borda d’água (litoral Atlântico, a foz e as margens do Rio
Piçarras) como lugares potenciais de interesse do turismo, incentivando a
qualificação destes ambientes e de empreendimentos que os valorizem;
XIII. Incentivar o desenvolvimento do turismo rural e do ecoturismo;
XIV. Realizar um processo de “branding”, como ação estratégica para a conceituação e o
planejamento da imagem e da marca “Balneário Piçarras”;
XV. Incorporar instâncias de governança local e regional nas discussões para a
elaboração de políticas de promoção integradas;
XVI. Promover a execução do Plano Municipal de Turismo, conforme prevê a Lei
Municipal nº 586/2016.

Subseção II
Produção Agrícola, Pesca, Segurança Alimentar e Nutricional

Art. 26. O Eixo Estratégico Temático da Produção Agrícola, Pesca,


Segurança Alimentar e Nutricional tem como diretrizes:
I. Valorizar a produção agrícola local e a pesca artesanal, através das seguintes
ações:
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a) implantar mercados, centrais de abastecimento e pontos de venda direta do


produtor, de modo a oferecer preços acessíveis e produtos de qualidade;
b) incentivar a agricultura urbana como alternativa de renda e complementação
alimentar;
c) incentivar a produção agrícola, criando o cinturão verde da cidade como fonte de
alimentos;
d) organizar os pontos de atracação da pesca artesanal, oferecendo melhores
condições de infraestrutura e contato com o consumidor;
II. Viabilizar a implantação de áreas de comercialização em nível de atacado e varejo,
reduzindo a intermediação da comercialização de alimentos, reduzindo custos ao
comprador e aumentando a demanda a favor dos produtores;
III. Garantir o acesso à alimentação saudável e adequada, permitindo chegar
alimentação a todos os bairros da cidade, em especial, nas áreas de maior
vulnerabilidade social, através das seguintes ações:
a) desenvolver e implantar o Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional
de Balneário Piçarras;
b) implantar e incentivar a instalação de mercados públicos, centrais de
abastecimento e pontos de venda direta do produtor ao consumidor, de modo a
oferecer preços acessíveis e produtos de qualidade;
IV. Proteger as fontes e as reservas de água existentes no município;
V. Implantar, manter e fortalecer projetos de hortas educativas nas escolas e nos
demais espaços públicos disponíveis na comunidade, incentivando o consumo de
alimentos saudáveis;
VI. Incentivar o turismo rural voltado à valorização da produção artesanal e do meio
ambiente natural;
VII. Promover processos participativos e permanentes de educação alimentar e
ambiental a todos os munícipes, com ênfase no uso adequado do solo, na
alimentação equilibrada, no consumo consciente e na produção sustentável.

Subseção III
Comércio, Serviço e Indústria

Art. 27. O Eixo Estratégico Temático do Comércio, Serviço e Indústria tem


como diretrizes:
I. Proporcionar ações de valorização e qualificação dos novos empreendimentos
voltados ao Comércio, Serviços e Indústria, requalificando e valorizando os
empreendimentos já existentes;
II. Incentivar a implantação de empreendimentos que utilizem mão de obra qualificada;
III. Estimular o uso de processos de industrialização que utilizem tecnologias
sustentáveis e de baixo impacto ambiental;
IV. Garantir a preservação ambiental, em especial, quanto aos efeitos das atividades
ligadas à indústria;
V. Estimular iniciativas de empreendimentos mistos e comerciais, serviços e indústria,
constituídos em condomínios ou grupos de empresas que tenham como finalidade a
gestão e a compacidade empresarial no desenvolvimento de bens, serviços e
métodos;
VI. Fomentar as iniciativas de especialização e qualificação da mão de obra;
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VII. Implantar zoneamento que privilegie a criação de empreendimentos estruturados,


voltados à indústria e à logística, localizados ao longo da margem Oeste da BR-101
e da margem Norte da SC-414;
VIII. Estabelecer um zoneamento de eixo em vias urbanas para exercer uma
centralidade, onde possam ser executados projetos de valorização urbana, incluindo
infraestrutura, mobilidade, acessibilidade e equipamentos urbanos;
IX. Incentivar a implantação de micro e pequenas indústrias de baixo impacto ambiental,
nas áreas próximas a regiões urbanizadas consolidadas;
X. Incentivar a implantação de indústrias que utilizem energias limpas, voltadas ao
desenvolvimento sustentável;
XI. Possibilitar a renovação do alvará de funcionamento das indústrias da pesca, desde
que estejam em acordo com a legislação ambiental e sanitária vigentes e que não
ultrapassem os índices de incomodidade permitidos para zonas urbanas
consolidadas, permitidas a mitigação ou a compensação, quando for o caso.

SEÇÃO III
AMBIENTE NATURAL

Art. 28. O Eixo Estratégico do Ambiente Natural tem como finalidade garantir
o desenvolvimento sustentável da cidade mediante a valorização do ambiente natural e
da recuperação dos ambientes notáveis alterados pela atividade humana, controlando o
uso e a ocupação destas parcelas de território de forma planejada, sendo geridos
mediante a utilização de meios que valorizem, resgatem e ampliem o patrimônio
ambiental, promovendo suas potencialidades, garantindo sua perpetuação, superando
os conflitos referentes à geração da poluição, da falta de saneamento e do desperdício
energético, visando à proteção, à preservação e ao acesso equilibrado aos bens
naturais comuns, mediante as seguintes diretrizes:
I. Elaborar, em conjunto com os órgãos estaduais e federais, segundo suas
competências, um inventário dos Passivos Ambientais nas seguintes atividades no
Município:
a) postos de combustíveis;
b) pequenas e grandes indústrias;
c) marinas, iates clubes e portos de lazer e pesca;
d) oficinas mecânicas, auto lavação e ferro velhos;
e) depósitos de materiais de construção;
f) locais que envolvam grande geração de esgotos domésticos;
g) terraplanagem e mineração;
h) outras atividades potencialmente danosas ao meio ambiente;
II. Ampliar e requalificar os espaços públicos, as áreas verdes e permeáveis, a
paisagem e a orla marítima;
III. Realizar estudos para definir e implementar áreas destinadas às Unidades de
Conservação do Município;
IV. Criar, a partir de ato do Conselho Municipal do Meio Ambiente, a inclusão de novas
atividades potencialmente poluidoras no cenário municipal e que não apareçam na
listagem estadual, em especial, aquelas descritas em resoluções do Conselho
Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA;

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V. Universalizar o sistema de abastecimento de água, a coleta e o tratamento de


esgoto;
VI. Implantar o Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos;
VII. Incentivar construções privadas e públicas com tecnologias sustentáveis, em
especial, quanto ao reuso da água, vislumbrando a redução do consumo dos
recursos naturais e a geração de energia limpa;
VIII. Instituir o certificado ou “Selo Municipal Ambiental” para as edificações e
empreendimentos, concedendo como contrapartida ou compensação a dispensa ou
substituição integral ou parcial da Taxa de Permeabilidade para aquelas construções
que apresentem comprovação de certificação de edificações sustentáveis como:
a) Selo CASA AZUL da Caixa - Sistema de certificação brasileiro desenvolvido pela
Caixa Econômica Federal;
b) Certificado AQUA - Sistema de certificação adaptado exclusivamente à realidade
brasileira pela Fundação Vanzolini, a partir da certificação francesa HQE – Haute
Qualité Environnementale;
c) Cerificado BREEAM - Sistema de certificação britânico desenvolvido pelo BRE –
Building Reserch Establishment;
d) Certificado DGNB - Sistema de certificação alemão desenvolvido pelo German
Sustainable Building Council - Conselho de Construção Sustentável da Alemanha;
e) Certificado PROCEL EDIFICA - Sistema de certificação brasileiro desenvolvido
pela ELETROBRAS/PROCEL;
f) Certificado LEED - Sistema de certificação americano desenvolvido pelo USGBC,
United States Green Building Council - Conselho De Construção Sustentável Dos
Estados Unidos;
IX. Instituir o certificado ou “Selo Municipal Ambiental” para as edificações que adquiram
cotas de área visando à constituição, implantação e manutenção do Parque
Ecológico Municipal, sendo o certificado concedido nas seguintes condições:
a) doar ao Município, a título de dispensa do cumprimento da disponibilidade de área
relativa a Taxa de Permeabilidade na edificação, cota de área a ser adquirida,
destinada exclusivamente à implantação do Parque Ecológico Municipal, na razão
de, no mínimo, 15 (quinze) vezes a área de permeabilidade exigida ou
dispensada;
b) doar ao Fundo de Implantação do Parque Ecológico Municipal - FIPEM, o valor
equivalente a, no mínimo, 15 (quinze vezes) o valor venal da área dispensada de
cumprimento da Taxa de Permeabilidade, mediante prévia avaliação da Comissão
Municipal de Valores Imobiliários, valor este que deverá ser depositado no ato da
concessão do Alvará de Construção;
c) criar e regulamentar, num prazo de até 6 meses após a entrada em vigor da
presente Lei Complementar, através de Decreto do Chefe do Poder Executivo, a
instituição do “Selo Municipal Ambiental”, que deverá regulamentar o processo de
avaliação e concessão da certificação, mediante regras específicas e rígidas que
permitam garantir a compensação de índices urbanísticos relativos a Taxa de
Permeabilidade dispensadas;
d) criar, instituir e regulamentar, num prazo de até 6 meses após a entrada em vigor
da presente Lei Complementar, através de Decreto do Chefe do Poder Executivo,
o Fundo de Implantação do Parque Ecológico Municipal – FIPEM, com a
finalidade de receber e administrar os recursos destinados à desapropriação, à
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implantação e à manutenção das áreas que constituirão o Parque Ecológico


Municipal;
X. Fomentar o desenvolvimento de projetos de educação ambiental;
XI. Elaborar e implantar o “Selo Verde Municipal” destinado a empreendimentos da
construção civil com critérios de sustentabilidade que incluam:
a) a utilização de materiais de construção de baixo impacto ambiental, que poupam
recursos naturais e são mais duráveis;
b) a gestão de resíduos da construção, prevendo espaços destinados à separação e
à reciclagem;
c) a separação e o acondicionamento para coleta seletiva dos resíduos sólidos
domiciliares;
d) o uso de telhados e paredes verdes - técnica de arquitetura que utiliza cobertura
vegetal, como grama e plantas que facilitam a retenção e a drenagem de águas
de chuva e fornecem isolamento acústico e térmico;
e) retenção e reutilização de águas pluviais;
f) utilização de energias renováveis, como coletores solares térmicos, painéis
fotovoltaicos, mini turbinas eólicas;
g) incremento da disponibilidade de bicicletários, como forma de apoio à redução da
poluição e da melhoria do trânsito;
h) utilização de mais áreas com iluminação natural, para minimizar o uso da
iluminação artificial;
i) uso de iluminação artificial com lâmpadas de baixo consumo;
XII. Elaborar um mapa das áreas passíveis de extração vegetal e mineral;
XIII. Determinar áreas públicas para compensação ambiental;
XIV. Definir o valor municipal de crédito de carbono;
XV. Elaborar o Plano Municipal de Macrodrenagem Urbana e de Prevenção de Cheias,
mapeando as bacias hidrográficas no município e as regiões afetadas por cheias, a
partir de uma base de dados cartográfica confiável;
XVI. Elaborar Cadastro Técnico Multifinalitário - CTM, através de aerofotogrametria,
vinculando-o aos sistemas de consulta técnica;
XVII. Elaborar e implantar o Plano de Arborização Urbana, a padronização das calçadas
(arborização urbana de baixo custo) e o tombamento de árvores, atrelando-se à
emissão do Alvará de Utilização - “Habite-se”;
XVIII. Implantar percentual obrigatório de infiltração e retenção de águas pluviais, através
de permeabilidade natural do solo, semi-permeabilidade e mecanismos de
reservação;
XIX. Elaborar projeto de reurbanização e humanização da Avenida Beira-rio, valorizando
o ambiente natural e criando identidade ao município;
XX. Urbanizar e humanizar os molhes e espigões da orla da praia e da foz do Rio
Piçarras;
XXI. Preservar a orla marítima, os recursos hídricos, a mata ciliar, as encostas, os
estuários, as áreas de vegetação características de mangue e restinga, bem como a
vegetação remanescente de Mata Atlântica;
XXII. Incentivar a produção de hortaliças, grãos e plantas medicinais em imóveis públicos
e privados;
XXIII. Implantar um horto municipal, em parceria com órgãos públicos e/ou da iniciativa
privada, para cultivo de mudas de vegetação arbórea, decorativas, frutíferas, nativas
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e medicinais, para distribuição de mudas à população, arborização e


embelezamento da cidade;
XXIV. Promover a sustentabilidade ambiental, planejando e desenvolvendo ações, visando

incentivar, proteger, conservar, preservar, recuperar e manter a qualidade ambiental;


XXV. Estabelecer na Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo, o zoneamento

ambiental do Município;
XXVI. Implantar o Parque de Preservação Municipal Morro do Rela, o Parque de

Conservação Ambiental Ilha do Socó e criar o Parque Ecológico Municipal, para


viabilizar a promoção de ações efetivas, no que tange à implantação de um
programa sistêmico, ordenado e global, visando à preservação e à conservação dos
recursos naturais do município;
XXVII. Viabilizar a manutenção do aterro hidráulico da faixa de areia da praia e implantar

estruturas de contenção desta areia, objetivando combater a erosão da orla


marítima;
XXVIII. Identificar e demarcar as áreas de vegetação característica existentes no município,

promovendo a sua proteção e conservação, bem como a recuperação das áreas


destruídas pelo uso e ocupação indevida do solo;
XXIX. Promover o ordenamento do uso e ocupação do solo dos espaços costeiros e

estabelecer parâmetros e padrões capazes de controlar os agentes potencialmente


causadores da degradação ambiental;
XXX. Promover programas de educação ambiental, voltados à conservação da orla

marítima, das áreas de proteção ambiental e preservação permanente do município;


XXXI. Promover a preservação de áreas públicas livres, que proporcionem à população o

contato com ambientes naturais, amenizando o ambiente urbano construído;


XXXII. Promover um programa municipal de educação ambiental;

XXXIII. Desenvolver ações de incentivo e ampliação da educação ambiental nas redes de

ensino públicas e privadas, nas empresas e nas entidades associativas.

 SEÇÃO IV
ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL E AMBIENTE CONSTRUÍDO

Art. 29. O Eixo Estratégico do Ordenamento Territorial e Ambiente


Construído tem como diretriz estabelecer critérios de organização harmônica do território
segundo suas vocações, potencialidades ou riscos, em consonância com a qualificação
dos padrões de uso e ocupação, de forma eficientemente planejada, alterando o
ambiente natural com equilíbrio, sem gerar riscos ou vulnerabilidades, promovendo as
vocações, garantindo as identidades, superando os conflitos de vizinhança, reduzindo a
geração de passivos socioambientais, melhorando o saneamento básico, promovendo o
consumo eficiente de energia, disponibilizando as infraestruturas e serviços compatíveis
com o nível de urbanização, densidade ocupacional e populacional pretendidas, gerando
ambientes sadios protagonistas do desenvolvimento humano, social, econômico, cultural
e ambiental.

Art. 30. O Eixo do Ordenamento Territorial e Ambiente Construído deverá ter


seu planejamento mediante as seguintes estratégias:
I. Planejar e utilizar racionalmente o território do município, considerando sua vocação,
os recursos naturais e a disponibilidade de infraestrutura para a ocupação;
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II. Promover a ocupação territorial de forma harmônica, justa e sustentável, reduzindo e


recuperando os passivos ambientais;
III. Promover a ocupação territorial mediante a disponibilidade prévia de infraestrutura e
serviços públicos compatíveis com as projeções de crescimento da população;
IV. Garantir a construção da cidade em bases sustentáveis, voltada à oferta de moradia
digna, locais destinados à produção e geração de trabalho e renda, espaços
destinados ao turismo, esporte e lazer, à disponibilidade de espaços públicos
coletivos saudáveis e atraentes, oferta de equipamentos destinados para a
educação e a saúde de toda a população;
V. Garantir as conexões dos territórios ocupados, bem como do município com seus
vizinhos, de forma a garantir o desenvolvimento das atividades sociais, econômicas,
culturais e de sustento da cidade, com harmonia, fluidez e modicidade;
VI. Garantir a qualidade, a acessibilidade, a adequabilidade, a sustentabilidade, a
ergonomia, o conforto térmico, a ventilação e iluminação adequadas, o controle
sanitário e ambiental, bem como a segurança dos ambientes construídos, novos e
existentes;
VII. Fortalecer a identidade e a paisagem urbana do Município de Balneário Piçarras,
mantendo escalas de ocupação compatíveis com seus valores naturais e
paisagísticos;
VIII. Proporcionar o desenvolvimento e ocupação dos vazios urbanos em áreas
consolidadas, a fim de otimizar a infraestrutura já instalada, reduzindo o custo da
cidade;
IX. Estabelecer normas específicas de uso e ocupação do solo para a proteção dos
recursos naturais, em especial, as áreas de mananciais e bacias hidrográficas;
X. Promover a “Cidade Compacta”, limitando a expansão urbana sobre espaços sem
infraestrutura, sujeitos a riscos para a ocupação humana, bem como sobre os
territórios naturais e rurais destinados à produção de alimentos;
XI. Promover a reabilitação, o adensamento controlado e a qualificação dos espaços
urbanos já consolidados;
XII. Ordenar o uso do solo de forma a evitar espaços adensados inadequadamente em
relação à infraestrutura, aos equipamentos e serviços urbanos comunitários;
XIII. Restringir a ocupação de locais insalubres, sujeitos a riscos ou inadequados à
ocupação humana;
XIV. Garantir que em qualquer área da cidade haja condições apropriadas de
habitabilidade, ou seja, de moradia, assegurando a existência de uma estrutura
urbana adequada no que diz respeito à infraestrutura básica, como:
a) abastecimento de água disponível para o nível de adensamento desejado;
b) coleta e tratamento de esgoto sanitário universalizado;
c) escoamento de águas pluviais sem prejuízos ao meio ambiente e ao patrimônio
público e privado;
d) coleta de resíduos urbanos de forma seletiva, com a progressiva valorização e
reutilização ou reciclagem;
e) pavimentação das vias e passeios públicos onde exista ou esteja prevista a
urbanização e o adensamento de atividades humanas;
f) disponibilidade de equipamentos sociais necessários para atender a população
atual e futura do Município;
XV. Ordenar e controlar o uso do solo de modo a evitar:
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a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;


b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes;
c) o parcelamento do solo ou as edificações incompatíveis com a infraestrutura
urbana;
d) a retenção especulativa do imóvel urbano que resulte na sua subutilização ou não
utilização;
e) a deterioração das áreas urbanas;
f) a poluição e a degradação ambiental;
XVI. Instituir, nas áreas não atendidas pela rede de coleta, a obrigatoriedade de
implantação de sistema de tratamento de esgoto com lodo ativado convencional, ou
sistema similar de comprovada eficácia, para os usos residenciais multifamiliares e
hotéis;
XVII. Direcionar o crescimento da cidade a médio e longo prazo para a região norte do
município, que oferece amplas áreas para urbanização, expandindo a rede de
infraestrutura básica, de acordo com o mapa de macrozoneamento anexo, parte
integrante desta Lei;
XVIII. Promover as centralidades, oferecendo oportunidades de desenvolvimento
econômico e social nos bairros;
XIX. Promover a revitalização e a valorização dos espaços urbanos construídos, em
especial, dos sítios históricos, dos ambientes de integração com o ambiente natural,
das edificações de uso coletivo, bem como da qualidade na produção arquitetônica;
XX. Incentivar o empreendedorismo às vocações locais e à industrialização em bases
tecnológicas e sustentáveis;
XXI. Promover o equilíbrio entre o ambiente rural e o urbano, a desconcentração dos
fluxos, a adoção de práticas menos agressivas ao meio ambiente e à saúde e o
manejo sustentado dos ambientes naturais;
XXII. Garantir a sustentabilidade nos empreendimentos públicos e privados;
XXIII. Atualizar a legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo e das normas
edilícias, com vistas a aproximar a legislação do município ao ordenamento jurídico
pátrio, quanto ao desenvolvimento urbano sustentável;
XXIV. Proporcionar o aumento do potencial construtivo em áreas com infraestrutura ao
longo da faixa da orla, respeitados os critérios de iluminação, ventilação e
sombreamento;
XXV. Utilizar o coeficiente de aproveitamento de solo como parâmetro básico de
adensamento construtivo;
XXVI. Promover a ocupação da orla marítima, privilegiando o uso misto, garantindo a
insolação na praia, a proteção ao meio ambiente e o diferencial competitivo da
cidade;
XXVII. Não permitir o sombreamento da faixa de areia da praia por conta da verticalidade
das edificações;
XXVIII. Incentivar a utilização de soluções sustentáveis nas edificações;
XXIX. Rever áreas para projetos de estruturação urbana especial, voltadas ao
desenvolvimento de centralidades que proporcionem o desenvolvimento de negócios
estruturados e qualificados;
XXX. Definir espaços de passeios e espaços de uso coletivo, em especial, a faixa de
passeios, compatíveis com a legislação de acessibilidade universal e com a
qualidade do ambiente de uso público;
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XXXI. Definir as condições e os parâmetros para regularizar os assentamentos já


consolidados, incorporando-os à estrutura urbana, respeitando o interesse público e
o meio ambiente;
XXXII. Favorecer o desenvolvimento turístico de uso público da orla marítima e dos rios

através da instalação e implantação de equipamentos e de infraestrutura, por meio


de alternativas sustentáveis;
XXXIII. Incentivar a construção de portos de lazer - marinas/parques náuticos;

XXXIV. Utilizar instrumentos de promoção da política urbana previstos no Estatuto das

Cidades, que visam compensar a “mais valia” do espaço urbano, decorrente da


valorização do território, gerando recursos e parcerias para a promoção do
desenvolvimento urbano e a redução dos desníveis socioespaciais;
XXXV. Ordenar e disciplinar o uso das áreas públicas para a comercialização de produtos,

a realização de eventos e demais atividades, garantindo a preservação da qualidade


e da identidade urbana;
XXXVI. Compatibilizar o uso de áreas públicas com suas vocações e com as necessidades

do município;
XXXVII. Incorporar novas tecnologias apropriadas e disponíveis para a melhoria da
produtividade das atividades relativas ao Sistema de Informações Geográficas do
Cadastro Técnico Multifinalitário - SIG CTM;
XXXVIII. Atualizar permanentemente o mapeamento do município e outras informações

indispensáveis à gestão do seu território, disponibilizando-as à população;


XXXIX. Prever a cooperação entre as esferas de governo, a iniciativa privada e os demais

setores da sociedade, para constituir parcerias no processo de urbanização.

Subseção I
Zonas e Áreas Especiais de Interesse Social

Art. 31. O Eixo Estratégico Temático das Zonas e Áreas de Interesse Social
tem suas diretrizes direcionadas a orientar o estabelecimento de normas de ordem
pública e interesse social, para promover a inclusão socioespacial dos segmentos
populacionais socialmente vulneráveis e as formas legais de acesso ao solo urbanizado
e à moradia digna, o uso e a ocupação do solo urbano em favor do bem coletivo, da
segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental, procurando
melhorar a qualidade de vida na cidade através das seguintes medidas:
I. Manter e atualizar permanentemente as áreas cujas características sejam propícias
ao estabelecimento das Zonas ou Áreas Especiais de Interesse Social, de acordo
com as seguintes peculiaridades:
a) áreas públicas ou privadas ocupadas informalmente por segmentos populacionais
socialmente vulneráveis, nas quais existe interesse público em promover
programas habitacionais de interesse social e regularização fundiária, urbanística
e jurídica;
b) áreas de interesse social, configuradas como conjuntos habitacionais irregulares,
parcelamentos irregulares e até clandestinos, preferencialmente dos segmentos
populacionais socialmente vulneráveis, que têm possibilidade de regularização
dos imóveis conforme legislação vigente, a partir da iniciativa do poder público ou
por empreendedores particulares;

22
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c) glebas e terrenos não parcelados ou não edificados, não utilizados ou


subutilizados para fins urbanos, bem como edificações não utilizadas ou
subutilizadas, localizados prioritariamente em áreas onde há infraestrutura urbana
ou em terrenos nos quais há interesse de promover programas habitacionais de
interesse social;
II. Promover a regularização fundiária e a urbanização de áreas de assentamentos de
baixa renda, adequando-os aos parâmetros urbanísticos e ambientais estabelecidos,
incluindo-os no contexto da cidade formal.

Subseção II
Sítios Históricos

Art. 32. O Eixo Estratégico Temático dos Sítios Históricos tem suas diretrizes
direcionadas a orientar o estabelecimento de normas de ordem pública e interesse social
para promover identificação, valorização, manutenção e recuperação das edificações,
logradouros e lugares definidos como sítios históricos, considerados como “patrimônio
histórico urbano” que remetem à identidade, à história e à memória local, mediante as
seguintes medidas:
I. Mapear os elementos da arquitetura e os lugares ou sítios que compõem unidades
de interesse do patrimônio histórico, para que sejam catalogados e avaliados, a fim
de construir o arquivo de bens de interesse histórico do município;
II. Criar novos padrões de abordagem de preservação de sítios históricos, apoiados no
planejamento e na gestão urbana, na compatibilização entre desenvolvimento
urbano e preservação cultural;
III. Instituir um regime de disciplina urbanística e edilícia compatível com o regime de
proteção dos sítios históricos urbanos, dirimindo possíveis conflitos e suprimindo
omissões existentes.

SEÇÃO V
MOBILIDADE URBANA

Art. 33. O Eixo Estratégico da Mobilidade Urbana tem como diretriz a


necessidade de integração da política de uso e controle do solo urbano, a diversidade e
complementaridade entre os serviços e modos de transportes urbanos e a minimização
dos custos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de pessoas e bens, e
pretende:
I. Operacionalizar o Plano de Mobilidade Urbana;
II. Participar da definição e da implantação de um Plano de Mobilidade Regional;
III. Planejar a ocupação do território, visando à “Cidade Compacta”, que promova as
multicentralidades como forma de reduzir as desigualdades e as exclusões
territoriais, através da melhoria do acesso ao território;
IV. Prover acesso universal a todos os cidadãos, em especial, às pessoas com
deficiência e com restrição de mobilidade, ao território da cidade;
V. Definir um ou mais modelos de padronização dos passeios, obedecendo às normas
relativas à acessibilidade e promovendo formas de construir os passeios em todas
as vias do município;

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VI. Reduzir a participação das viagens motorizadas individuais, através da qualificação


do transporte coletivo e das infraestruturas disponíveis para os deslocamentos leves
ou não motorizados;
VII. Estruturar um sistema cicloviário integrado ao sistema de transporte coletivo,
privilegiando a capilaridade e interligando as multicentralidades;
VIII. Promover a intermodalidade dos meios e modos de transporte;
IX. Promover a integração do sistema de mobilidade urbana com o da mobilidade
regional;
X. Organizar o sistema de transporte de mercadorias, minimizando os seus efeitos
negativos na logística de distribuição de bens de consumo;
XI. Regulamentar a circulação de transporte de mercadorias, através do fracionamento
e do estabelecimento de zonas de restrições físicas e temporais;
XII. Reduzir os impactos da mobilidade urbana no meio ambiente;
XIII. Implementar um sistema de gestão eficiente das ações da mobilidade urbana;
XIV. Hierarquizar o sistema viário, de forma a propiciar o melhor deslocamento de
veículos e pedestres, atendendo às necessidades da população, do sistema de
transporte coletivo e individual;
XV. Definir diretrizes viárias segundo suas categorias de usos, estabelecendo recuos e
faixas “non aedificandi”, de forma a garantir espaços livres e desimpedidos;
XVI. Ampliar e estruturar as conexões de acesso ao município;
XVII. Priorizar e garantir a segurança dos cidadãos nos seus deslocamentos;
XVIII. Promover a acessibilidade, facilitando o deslocamento no município, através de uma
rede integrada de vias, ciclovias e ruas exclusivas ou seletivas para pedestres;
XIX. Melhorar e ampliar o transporte público de passageiros;
XX. Definir um Plano Municipal de Transportes;
XXI. Possibilitar a participação da iniciativa privada na implantação de infraestrutura
viária, e do Sistema Municipal de Transporte Coletivo, sob a forma de investimento,
concessão ou permissão de serviço público ou obra.

SEÇÃO VI
INSERÇÃO E INTEGRAÇÃO REGIONAL

Art. 34. O Eixo Estratégico da Inserção e Integração Regional tem como


diretriz aperfeiçoar os mecanismos de desenvolvimento das relações
intergovernamentais, visando à inserção, à integração e ao desenvolvimento regional,
construindo parcerias e acordos de interesses comuns para ampliar e fortalecer a
capacidade de planejamento, a gestão urbana e municipal, almejando a redução de
incompatibilidades e desigualdades territoriais e a melhoria das suas conexões, através:
I. Da articulação das estratégias de desenvolvimento do Município no contexto
regional;
II. Da criação de um Conselho Regional de Gerenciamento Costeiro, com o objetivo
principal de criar e implementar soluções para combater a erosão das praias da
região;
III. Da aplicação dos instrumentos estabelecidos na Lei de Gerenciamento Costeiro,
como política de ordenamento e planejamento territorial do município;
IV. Da criação de um Conselho de Gestão Metropolitana;

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V. Da criação de Organização da Sociedade Civil - OSC, a nível regional, ligada ao


desenvolvimento do turismo com o objetivo de elaborar um Plano Diretor Regional
de Turismo;
VI. Do desenvolvimento, do monitoramento e da participação dos planos, conselhos e
programas de estratégias regionais, garantindo a sua implementação;
VII. Da ampliação e da otimização das condições de mobilidade regional,
compatibilizada com a ocupação e o uso do solo entre os municípios limítrofes;
VIII. Do estabelecimento de parcerias com a iniciativa privada voltadas à implantação e à
operação de uma unidade de valoração de resíduos urbanos regional;
IX. Da construção de hospital de caráter regional;
X. Da cooperação com os governos federal, estadual e com os municípios integrantes
da AMFRI - Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí - e demais municípios
vizinhos, no processo de planejamento e gestão das questões de interesse comum;
XI. Da cooperação intermunicipal para o compartilhamento de cadastros e de
informações de interesse comum.

SEÇÃO VII
GESTÃO URBANA E DO TERRITÓRIO MUNICIPAL

Art. 35. O Eixo Estratégico da Gestão Urbana e do Território Municipal tem


como base as diretrizes de desenvolvimento para o município, visando ao controle social
sobre as políticas, os planos, os programas e as ações, numa perspectiva que considere
a articulação, a integração, a participação e as parcerias com diversos níveis do poder
público, da iniciativa privada e da sociedade civil, a integração, em nível interno, da
Administração Pública Municipal, em nível externo, dos municípios da Região
Metropolitana, bem como a recuperação plena da capacidade administrativa e de
planejamento do município, constituindo as seguintes estratégias:
I. Promover a reestruturação institucional, administrativa, operacional e de capacitação
funcional da área de planejamento e gestão territorial na Administração Pública
Municipal;
II. Desenvolver uma política de capacitação e desenvolvimento humano, tecnológico e
operacional, visando consolidar um quadro técnico eficiente na estrutura
organizacional do Município de Balneário Piçarras, capaz de interagir com os demais
setores, internos e externos à administração, para viabilizar as diretrizes
estabelecidas neste PDDE-Balneário Piçarras;
III. Implementar o Sistema Municipal de Planejamento e o Sistema de Informações
Geográficas do Cadastro Técnico Multifinalitário – SIG CTM;
IV. Articular e integrar as políticas públicas no âmbito do Município de Balneário
Piçarras;
V. Garantir a participação dos órgãos gestores no Sistema Municipal de Planejamento
e no Sistema de Informação do Município;
VI. Valorizar a participação social, a capacitação da população e a formação de uma
comunidade cívica, fatores fundamentais na construção da cidade democrática;
VII. Criar fóruns de caráter permanente, locais e regionais, para a discussão da cidade,
conscientizando o morador de que o espaço em que habita é comum a todos;

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VIII. Adequar o Conselho da Cidade, garantindo a representação dos segmentos


organizados da sociedade, conforme as determinações do Estatuto das Cidades, no
prazo de até um ano após a presente Lei Complementar entrar em vigor.

TÍTULO II
MODELO ESPACIAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 36. O Modelo Espacial representa o rebatimento no território municipal do


conjunto de princípios, objetivos e diretrizes estabelecidos neste PDDE-Balneário
Piçarras, de forma a dar orientação e sustentação às estratégias de desenvolvimento
municipal preconizadas nesta norma.

CAPÍTULO II
ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO

Art. 37. O Modelo Espacial do PDDE-Balneário Piçarras, como premissa de


ocupação do território, respeitando o que preconiza o Decreto Federal nº 4.297, de 10 de
julho de 2002, que regulamenta o Zoneamento Ecológico Econômico; e a Lei Estadual nº
13.553, de 16 de novembro de 2005, que institui o Plano Estadual de Gerenciamento
Costeiro; estabelece o Zoneamento Ecológico Econômico de Balneário Piçarras, que
visa orientar a utilização racional dos recursos naturais da zona costeira, considerada
patrimônio nacional, na forma do § 4º, do Art. 225, da Constituição Federal de 1988,
intentando propiciar a elevação da qualidade de vida de sua população e a proteção de
seus patrimônios natural, histórico, étnico, cultural, paisagístico, e está delimitado e
representado no Mapa ZEE, no Anexo desta norma.

Art. 38. O Zoneamento Ecológico Econômico de Balneário Piçarras tem por


objetivo ser um instrumento precípuo de organização do território, a ser obrigatoriamente
seguido na implantação do PDDE-Balneário Piçarras no que concerne à execução de
obras e atividades públicas e privadas, reproduzindo as medidas e padrões de proteção
ambiental previstas nas legislações estadual e federal, destinados a assegurar a
qualidade ambiental dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade,
para garantir o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da
população.
§ 1º O Zoneamento Ecológico Econômico de Balneário Piçarras, em
consonância com o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro, organiza o território do
Município em 4 (quatro) Macroáreas e 10 (dez) Áreas de Preservação Permanente -
APPs.
§ 2º As Macroáreas definem as regiões do território segundo sua importância
de destinação, de proteção ou preservação dos recursos naturais e de exploração
econômica, e estão organizadas em 4 (quatro) Macroáreas, a seguir:

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I. MIPA-I - Macroárea de Interesse à Proteção Ambiental da Morraria: compreende


área de proteção da porção superior das morrarias acima da cota 50m (cinquenta
metros);
II. MIPA-II - Macroárea de Interesse à Proteção Ambiental do Parque Ecológico
Municipal: compreende a área de proteção destinada à implantação de um parque
ecológico limitada pela margem sul do Rio Piçarras entre as coordenadas
26°44'56.39"S - 48°41'18.44"O até a coordenada 26°44'50.58"S - 48°40'54.18"O,
fechando o polígono em linha reta até o encontro com a coordenada inicial,
conforme Mapa ZEE;
III. MUR - Macroárea de Uso Rururbano: compreende toda a Área Rururbana, excluídas
as áreas definidas como MIPA-I e as APPs nela contidas;
IV. MDU - Macroárea de Desenvolvimento Urbano: compreende toda a Área Urbana
excluídas a MIPA-II e as APPs nela contidas.
§ 3º As Áreas de Preservação Permanente - APP - são as áreas destinadas à
preservação ambiental, segundo o inciso II, do Art. 3º, da Lei Federal nº12.651/12,
cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico
de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas,
estando organizadas em 10 (dez) APPs, a seguir elencadas:
I. APP-REST - Área de Preservação Permanente das Restingas: compreende toda a
faixa de restinga fixadora de duna existente na orla da praia do Município de
Balneário Piçarras;
II. APP-RPI - Área de Preservação Permanente do Rio Piçarras: compreende as faixas
marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
a) 15 (quinze) metros nas áreas urbanas abaixo da BR-101;
b) 80 (oitenta) metros a montante da BR 101;
III. APP-RPX - Área de Preservação Permanente do Rio do Peixe: compreende as
faixas marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 80
(oitenta) metros;
IV. APP-RPF - Área de Preservação Permanente do Rio Furado - compreende as faixas
marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 15
(quinze) metros na área urbana;
V. APP-CL - Área de Preservação Permanente do Canal da Lagoinha: compreende as
faixas marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 30
(trinta) metros;
VI. APP-RFE - Área de Preservação Permanente do Ribeirão Ferido: compreende as
faixas marginais, desde a borda da calha do leito regular na área urbana
consolidada, em largura mínima de 15 (quinze) metros;
VII. APP-RCP - Área de Preservação Permanente do Córrego Pendenga: compreende
as faixas marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de
30 (trinta) metros;
VIII. APP-RPB - Área de Preservação Permanente do Rio Piaba: compreende as faixas
marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 30 (trinta)
metros;
IX. APP-RNV - Área de Preservação Permanente do Rio Novo: compreende as faixas
marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 30 (trinta)
metros.
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X. APP-ISC - Área de Preservação Permanente da Ilha do Socó: compreende a ilha


formada na junção do Rio Piçarras com o Rio Furado, incluindo a faixa de
manguezal existente, conforme Mapa ZEE e o mapa das áreas urbanas
consolidadas.

CAPÍTULO III
PERIMETRO URBANO

Art. 39. Para a compatibilização do planejamento com os objetivos e


diretrizes instituídos nesta Lei Complementar, e, em conformidade com o § 2º, do Art.
40, I, do Art. 42, I e do Art. 42-B, da Lei Federal nº 10.257/2002; e do Decreto Federal Nº
4.297/2002; todo território do Município de Balneário Piçarras, para fins tributários,
ambientais, do parcelamento e das estratégias de ocupação do solo passa a ser Urbano
Legal, conforme Mapa PU-01, e será dividido em:
I. Área Urbana - território do Município de Balneário Piçarras de Ocupação Intensiva;
II. Área Rururbana - território do Município de Balneário Piçarras de Ocupação
Rarefeita.
§ 1º Nas Áreas Rururbanas será obrigatória a manutenção da reserva legal de
20% (vinte por cento) do imóvel, em conformidade ao que define o inciso III, do Art. 3º, e
o inciso II, do Art. 12, do Código Florestal - Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012.
§ 2º Será admitido o cômputo das Áreas de Preservação Permanente no
cálculo do percentual da Reserva Legal do imóvel, desde que:
I. Não implique a conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo;
II. A área a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação,
conforme comprovação do proprietário ao órgão estadual ou municipal integrante do
SISNAMA;
III. O proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no Cadastro
Ambiental Rural – CAR;
IV. Se a propriedade tiver 20% ou mais de Áreas de Preservação Permanente,
localizada em área de Reserva Legal e o proprietário já tiver a Reserva Legal, não
poderá excluí-la ou desmatá-la, mas poderá instituir a Cota de Reserva Ambiental -
CRA - sobre a área que restar excedente após o cômputo.

§ 3º Para fins tributários, em especial, a configuração do fato gerador, será


verificada a destinação dada ao imóvel:
I. Se destinado à atividade rural incidirá o Imposto sobre a Propriedade Territorial
Rural - ITR;
II. Se destinado à atividade diversa, não caracterizada como de produção agrícola,
incidirá o Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU.

SEÇÃO I
ÁREA URBANA

Art. 40. A Área Urbana do território do Município de Balneário Piçarras, por


seu modelo espacial, compreende as áreas de ocupação intensiva, para fins urbanos, já
consolidadas ou em processo de ocupação, contíguas, com melhoramentos e serviços
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públicos, nos termos da Lei Federal nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que dispõe
sobre o Sistema Tributário Nacional, e que apresentam os seguintes elementos:
I. Parcelamento do solo, compreendido por um sistema viário implantado com vias de
circulação, que configuram a área urbana por meio de quadras e lotes;
II. Serviços sociais, compreendidos por unidades de educação, de saúde e de
assistência social;
III. Infraestruturas, compreendidas por meios-fios, passeios, pavimentação, rede de
drenagem, rede de iluminação pública, rede de abastecimento de água, rede de
coleta e tratamento de esgotos;
IV. Serviços urbanos, compreendidos por transporte coletivo, serviços de coleta e
tratamento de resíduos sólidos urbanos, como coleta de lixo;
V. Uso predominantemente urbano, caracterizado pela existência de instalações e
edificações com destinação residencial, comercial, voltada à prestação de serviços,
industrial, institucional ou mista, bem como dos demais equipamentos públicos
urbanos e comunitários.

Art. 41. As Áreas Urbanas de uso intensivo e seu perímetro estão delimitadas
em planta no Mapa-PU, objeto do Anexo I, desta Lei Complementar, podendo a
descrição completa do seu perímetro, se necessária, ser regulamentada por Decreto do
Chefe do Poder Executivo, após a promulgação do PDDE-Balneário Piçarras.

Subseção I
Macrozonas Urbanas

Art. 42. A Área Urbana divide-se em Macrozonas homogêneas, formadas por


um grupo de regiões e bairros com características semelhantes, sendo relacionadas
com as estratégias de ocupação e desenvolvimento pretendidas no PDDE-Balneário
Piçarras e que se assemelham no ponto de vista da infraestrutura urbana, da forma de
ocupação, da cultura local, da economia, e do meio ambiente, estando representadas no
Mapa MAZ-01.

Art. 43. A Área Urbana, pelo modelo espacial proposto, divide-se em 6 (seis)
Macrozonas assim definidas:
I. Macrozona de Ocupação Vocacionada-I (Zona de Influência da Orla) - tendo como
principais diretrizes de ocupação:
a) a qualificação do espaço construído e o estímulo ao adensamento – intercalação
entre média e alta densidade;
b) restrição de verticalização na faixa da orla, limitando a altura à zona de influência
do cone de sombreamento sobre a faixa de areia da praia;
c) aumento do potencial populacional para novas construções nas faixas posteriores
à faixa de influência do cone de sombreamento;
d) incremento do potencial construtivo mediante outorga onerosa;
e) diversificação das atividades econômicas em toda a macrozona;
f) reformulação dos índices urbanísticos com aplicação de recuos e afastamentos
que permitam maior ventilação e iluminação entre as edificações.
II. Macrozona de Ocupação Vocacionada II - tendo como principais diretrizes de
ocupação:
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a) a qualificação urbana e do espaço construído e o adensamento controlado -


intercalação entre baixa e média densidade;
b) permitida a verticalização nos eixos estruturadores da macrozona;
c) controle do potencial populacional, mediante a disponibilidade de infraestrutura,
em especial, o fornecimento de água e tratamento de esgoto;
d) diversificação das atividades econômicas em toda a macrozona, vocacionando a
atividades de indústria, comércio, logística e serviços de médio e grande portes;
e) reformulação dos índices urbanísticos com aplicação de recuos e afastamentos
que permitam maior ventilação e iluminação entre as edificações;
III. Macrozona de Ocupação Controlada - tendo como principais diretrizes de ocupação:
a) o controle do adensamento – baixa densidade;
b) controle do potencial populacional, mediante a disponibilidade de infraestrutura;
c) destinada à moradia e às atividades econômicas de pequeno e médio portes;
d) utilização de índices urbanísticos com aplicação de recuos e afastamentos que
permitam maior ventilação e iluminação entre as edificações;
IV. Macrozona de Qualificação Urbana Vocacionada - tendo como principais diretrizes
de ocupação:
a) a requalificação urbana e do espaço construído e o controle do adensamento -
intercalação entre média e alta densidade;
b) aumento do potencial populacional para novas construções, com incentivo à
diversificação de usos;
c) diversificação das atividades econômicas em toda a macrozona;
d) reformulação dos índices urbanísticos com aplicação de recuos e afastamentos
que permitam maior ventilação e iluminação entre as edificações.
V. Macrozona Urbana Consolidada - tendo como principais diretrizes de ocupação:
a) a requalificação da área central, do espaço construído e o estímulo ao
adensamento - intercalação entre média e alta densidade;
b) aumento do potencial populacional para novas construções;
c) incremento do potencial construtivo mediante outorga onerosa;
d) diversificação das atividades econômicas em toda a macrozona;
e) reformulação dos índices urbanísticos com aplicação de recuos e afastamentos
que permitam maior ventilação e iluminação entre as edificações;
VI. Macrozona de Desenvolvimento Sustentável - tendo como principais diretrizes de
ocupação:
a) a qualificação do espaço urbano, do espaço construído e o controle do
adensamento - baixa densidade;
b) controle do potencial populacional para novas construções;
c) controle do potencial construtivo;
d) estímulo às atividades ligadas a empreendimentos de hospedagem e lazer;
e) reformulação dos índices urbanísticos com aplicação de recuos e afastamentos
que permitam maior ventilação e iluminação entre as edificações.

SEÇÃO II
ÁREA RURURBANA

Art. 44. A Área Rururbana do território do Município de Balneário Piçarras,


por seu modelo espacial, compreende as áreas de ocupação rarefeita, sendo a área
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com características de baixa densidade populacional, onde será dada predominância à


proteção da flora, da fauna e demais elementos naturais, admitindo–se, para a sua
perpetuação e sustentabilidade, usos científicos, habitacionais, turísticos, de lazer e
atividades compatíveis com o desenvolvimento da produção rural.

Art. 45. A Área Rururbana é caracterizada pela predominância de patrimônio


natural, propiciando atividades de lazer e turismo, uso residencial e do setor primário,
compreendendo os núcleos intensivos de Rio Novo, São Braz, Nova Descoberta,
Medeirinhos, Morro Alto, Morretes e Lagoa.

Art. 46. O zoneamento da Área Rururbana representa parcelas do território


municipal, propostas com as mesmas características, em função de peculiaridades a
serem estimuladas nas seguintes categorias de usos e atividades:
I. Áreas de Produção Primária - zonas propostas para o desenvolvimento
compatibilizado de atividades primárias e extrativas: habitação e seus
complementares, atividades relacionadas ao lazer e ao turismo, atividades
vinculadas à produção primária e extrativa, indústrias vinculadas à produção rural da
propriedade;
II. Área de Proteção do Ambiente Natural - zonas de proteção de maciços vegetais,
das APPs e das Macroáreas de Interesse de Proteção Ambiental-I: habitação e seus
complementares, atividades relacionadas ao lazer e ao turismo; atividades
educacionais e científicas relacionadas à proteção da fauna, da flora e da paisagem;
outras atividades educacionais; habitação de lazer; hospedagem rural; agroturismo
de baixa densidade;
III. Área de Desenvolvimento Diversificado - zona de incentivo ao empreendedorismo
sustentável, conjugada ao lazer e à destinação residencial: habitação e seus
complementares; condomínios residenciais de lazer rural; atividades relacionadas ao
lazer e ao turismo; atividades educacionais e científicas relacionadas à proteção da
fauna, da flora e da paisagem; atividades extrativas, produtivas e complementares;
comércio e serviços de apoio, pequenas indústrias vinculadas à produção por
propriedade rural, artesanato e afins, respeitadas as ocorrências ambientais
intrínsecas ao meio;
IV. Corredor Agroindustrial - zona de apoio à produção agroindustrial com vistas a
fortalecer o desenvolvimento primário no interior do município: indústrias, comércio e
serviços vinculados à produção rural, exceto de produtos agrotóxicos e fertilizantes,
demais atividades de apoio à produção agroindustrial, habitação e seus
complementares, atividades relacionadas ao lazer e ao turismo, atividades
extrativas, produtivas e complementares à dinâmica econômica de áreas de
ocupação rarefeita, respeitadas as ocorrências ambientais intrínsecas ao meio.
V. Área com Potencial de Ocupação Intensiva - compreende as áreas onde já se
verifica a ocupação intensiva relacionada à zona de apoio à produção rural e
agroindustrial que se constitui como vilas rurais e que desempenhem papel de apoio
e fortalecimento ao desenvolvimento primário no interior do município, excluídos
loteamentos e parcelamentos com dimensões inferiores aos estabelecido no § 3º,
deste Artigo: habitação e seus complementares; atividades relacionadas ao lazer e
ao turismo; atividades educacionais e científicas relacionadas à proteção da fauna,

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da flora e da paisagem, atividades extrativas, produtivas e complementares à


dinâmica econômica de áreas de ocupação rarefeita.
§ 1º Com vistas a estimular a manutenção e o reconhecimento da função
social da propriedade, para efeitos desta Lei, equiparam-se às zonas de uso as
propriedades rurais e as que apresentam patrimônio natural a proteger,
independentemente da zona de uso onde se localizem.
§ 2º Considera-se propriedade rural aquela explorada para a produção
agropecuária, extrativa vegetal ou agroindustrial, que assegure a conservação dos
recursos naturais e possua produção satisfatória, conforme legislação específica.
§ 3º Para efeito de caracterização são consideradas:
I. Área de Produção Primária = < 0,5 economia/hectare;
II. Área de Proteção ao Ambiente Natural = < 2 economias/hectare;
III. Área de Desenvolvimento Diversificado = < 5 economias/hectare;
IV. Corredor Agroindustrial = < 3 economias/hectare.

Art. 47. A Área Rururbana está delimitada em planta no Mapa-ARU, objeto do


Anexo I, desta Lei Complementar, podendo a descrição completa do seu perímetro, se
necessária, ser regulamentada por Decreto do Chefe do Poder Executivo, após a
promulgação do PDDE-Balneário Piçarras.


CAPÍTULO IV
ELEMENTOS ESTRUTURADORES DO MODELO ESPACIAL DAS ÁREAS URBANA
E RURURBANA

Art. 48. São Elementos Estruturadores do Modelo Espacial da Área Urbana e


da Área Rururbana:
I. Área do Centro Histórico: é a área de urbanização mais antiga do território do
município, englobando o centro comercial tradicional, desenvolvendo-se como um
espaço de diversidade comercial e de serviços, que contém equipamentos públicos
e privados, instituições financeiras e concentração de áreas e bens de interesse
cultural;
II. Eixos de Conexão e Centralidade: são porções do território definidos por até três
vias estruturais e suas áreas de influência destinadas à promoção de atividades
típicas de área central ou de centros de bairro, em que se pretende promover usos
residenciais e não residenciais com densidades demográfica e construtiva médias e
altas, qualificando a paisagem dos espaços públicos de modo articulado com o
sistema de transporte público coletivo, tendo como objetivos:
a) estruturar o modo de transporte coletivo e os modos não motorizados mais
eficientes, criando novas alternativas de circulação;
b) incorporar o desenho urbano como elemento de atratividade;
c) caracterizar um espaço de estímulo à diversidade de usos, a fim de propiciar às
áreas residenciais vizinhas o atendimento de suas necessidades;
d) estimular, prioritariamente, o aumento de densidade populacional e de atividades
econômicas qualificadas, visando orientar estrategicamente a ocupação do solo,
utilizando instrumentos da política urbana para a geração de parcerias público-
privadas;
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e) estruturar os centros de bairro através de uma rede de centralidades e polos


comerciais multifuncionais, formando centros de bairro que visem dinamizar a
economia e atender à população em suas necessidades de bens, serviços e
empregos.
III. Áreas Especiais de Estruturação Urbana da Borda D’água: são os espaços da orla
marítima e das margens dos rios, de grande valor paisagístico, ambiental,
econômico, de lazer e de turismo, onde se localizam as estruturas de apoio à pesca
artesanal, atracadouros de embarcações de lazer e turismo, a atividade relacionada
às garagens náuticas de barcos de lazer, iate clubes e marinas, tendo como
objetivo:
a) desenvolver projetos urbanos que permitam um maior acesso do público aos
espaços de borda d’água;
b) posicionar Balneário Piçarras como catalisador para um novo desenvolvimento
econômico e a criação de emprego e oportunidades;
c) priorizar um desenvolvimento urbano, econômico e social inclusivo e criativo,
requalificando os ativos ambientais e paisagísticos e conectando o território de
borda d’água;
d) desenvolver um plano de ocupação sustentável da faixa de beira-mar existente,
ampliando o acesso à comunidade, preservando e valorizando os ativos e o
patrimônio ambiental e paisagístico;
e) estruturar um projeto de valorização da borda d’água ao longo da parte navegável
do Rio Piçarras até sua foz, como uma nova fronteira de centralidade econômica
e valorização da história;
f) incentivar o desenvolvimento de novos padrões construtivos e de adensamento,
priorizando os usos mistos;
g) preparar um plano de estruturação urbana para a área de entorno da foz do Rio
Piçarras, oportunizando a criação de portos de lazer, mercado público e um
comércio estruturado em gastronomia, varejo qualificado, serviços especializados,
serviços de hotelaria, gerando capacidade financeira através da criação de novas
oportunidades de desenvolvimento integrado e receitas de longo prazo;
IV. Corredores de Desenvolvimento: são eixos estruturados sobre avenidas ou rodovias,
existentes ou projetadas, disponíveis para investimentos autossustentáveis de médio
e grande porte, com vistas ao fortalecimento do desenvolvimento local e regional;
V. Áreas de Estruturação Urbana e Desenvolvimento Econômico: são zonas ou áreas
onde é estimulada amplamente a atividade produtiva, passível ou não de
convivência com a atividade residencial, que pode ser protagonizada por usos e
atividades vocacionadas ou ainda por empreendimentos viabilizados através de
parcerias público-privadas, operações urbanas consorciadas ou incentivos fiscais;
VI. Sistema Municipal de Unidades de Interesse Ambiental: são todas as áreas ou
zonas de preservação ou conservação do patrimônio natural compostas por Áreas
de Preservação Permanente - APPs, Reservas Particulares do Patrimônio Natural -
RPPNs, áreas verdes, parques e praças, que constituem elementos fundamentais
para o processo de desenvolvimento sustentável do município;
VII. Área de Interesse de Estruturação Urbana: compreende as áreas contidas na área
urbana do município, delimitadas dentro de um ou mais perímetros - Mapa MIZ-01 -
destinadas, preferencialmente e prioritariamente, à regularização fundiária, melhoria
habitacional, implantação de equipamentos públicos passíveis da utilização do
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Direito de Preempção e da utilização dos recursos provenientes da Outorga Onerosa


do Direito de Construir, bem como de outras fontes de recursos específicos à
promoção da qualidade de vida das populações em situação de risco;
VIII. Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS: são áreas ocupadas por assentamentos
habitacionais populares, compreendidas como Áreas de Urbanização Específica,
sujeitas, no todo ou em parte, a Planos de Urbanização Específica, onde se aplicam
normas peculiares para a regularização fundiária, a urbanização e a edificação, as
quais se superpõem às normas gerais do PDDE-Balneário Piçarras, estando
demarcadas no Mapa MIZ-01, ou, ainda, posteriormente, por Lei Complementar
específica, nas áreas de ocupação consolidadas, nas quais predominarem as
seguintes condições:
a) famílias com renda inferior a 3 (três) salários mínimos;
b) uso residencial;
c) existência de habitações rústicas e/ou improvisadas, com baixa qualidade dos
materiais construtivos utilizados e inadequação e improvisação dos usos dos
cômodos;
d) existência de moradias com adensamento habitacional excessivo caracterizado
pela superpopulação dos dormitórios e pela coabitação;
e) predominância de ocupações irregulares, caracterizadas pelos loteamentos
clandestinos e áreas de invasões;
f) precariedade nas redes de infraestrutura urbana e comunitária;
g) não localizadas sobre áreas destinadas à expansão urbana e do sistema viário;
IX. Área de Interesse Institucional: compreende as áreas onde está contida uma parte
demarcada no Mapa MIZ-01, que fazem parte do território municipal, destinadas,
preferencialmente e prioritariamente, à implantação de equipamentos públicos, como
escolas, creches, unidades de saúde e praças, passíveis da utilização do Direito de
Preempção e da utilização dos recursos provenientes da Outorga Onerosa do Direito
de Construir, bem como de outras fontes de recursos específicas à promoção da
qualidade de vida nos bairros da cidade;
X. Área “non aedificandi” ou Faixas de Domínio: são consideradas as áreas ou faixas
de terras determinadas e legalmente contidas dentro de um alinhamento
previamente definido neste PDDE-Balneário Piçarras ou por lei específica, tendo por
finalidade a expansão ou o alargamento do sistema viário ou do sistema de
macrodrenagem, sendo ou não passíveis de desapropriação, cujos limites foram
estabelecidos em conformidade com a necessidade prevista para o sistema
estrutural viário da cidade e para a garantia de drenagem das micro ou macrobacias
hidrográficas.

CAPÍTULO V
ZONEAMENTO PARA FINS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 49. As zonas de uso e ocupação do solo do Município de Balneário


Piçarras, por seu modelo espacial, são porções do território definidas para efeitos de
parcelamento, ocupação, aproveitamento e uso do solo, encontrando-se delimitadas e
normatizadas nesta Lei Complementar, respeitados os limites e estratégias de
desenvolvimento urbano estabelecidos nas Macrozonas.
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§ 1º O uso e ocupação nas zonas mencionadas no “caput” deste artigo


atenderão a critérios de licenciamento de obras e de atividades consoante à observância
dos respectivos índices urbanísticos definidos nesta Lei Complementar.
§ 2º Para efeito de rotina na análise, aprovação de projetos e licenciamento
de obras, o Poder Executivo Municipal poderá editar normas de regulamentação que
definam as rotinas de apresentação de projetos e critérios de análise, sempre com o
objetivo de gerar transparência e desburocratização dos procedimentos de
licenciamento de obras previstos no “caput” deste artigo.

Art. 50. A delimitação das zonas de uso e ocupação do solo devem garantir a
criação de áreas específicas em que será estimulado o adensamento sustentável, junto
aos eixos dos sistemas de transportes de média capacidade de carregamento, com
incentivos para a produção de Habitação de Interesse Social - HIS.
Parágrafo único. A produção de Habitação de Interesse Social - HIS - se
dará, prioritariamente, por meio de tipologias plurihabitacionais verticais, sendo aplicada
nas Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS e nas zonas onde a habitação de
interesse social for permitida.

Art. 51. A implementação e a gestão do zoneamento de uso e ocupação do


solo devem garantir a segregação de atividades incompatíveis, em função do seu porte,
natureza e nível de incomodidade.
§ 1º Os usos e as atividades incompatíveis com o estabelecido nesta Lei
Complementar, que estejam em funcionamento na data de sua promulgação, terão o
prazo de 60 (sessenta) meses para sua adequação ou readequação, caso seja possível,
e na impossibilidade desta adequação, deverão ser transferidas para outra zona onde o
uso seja permitido ou permissível.
§ 2º A incompatibilidade de usos e atividades após o prazo estabelecido no §
1º, não gera qualquer ônus ao município, visto que o presente PDDE-Balneário Piçarras
é um documento que estabelece as novas regras de desenvolvimento da cidade e, para
tanto, as mudanças de critérios urbanísticos não geram passivos, salvo na extinção total
do direito de construir.

Art. 52. A ocupação dos lotes deve garantir padrões de conforto ambiental,
iluminação e ventilação naturais e eficiência energética, previstos nesta Lei
Complementar, respeitando os enunciados da Art. 1.277, do Código Civil e da NBR
15.575 – Norma de Desempenho.

SEÇÃO I
ZONEAMENTO

Art. 53. O planejamento e a gestão territorial do uso e da ocupação do solo


no Município de Balneário Piçarras, objetivando ordenar as atividades humanas voltadas
ao desenvolvimento econômico, social e ambiental, se dará mediante a criação ou
reformulação de Zonas de Uso e Ocupação do Solo, conforme exposto no Mapa MIZ,
inseridas no território do município com as seguintes denominações:

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I. Área Urbana de Ocupação Intensiva: é a parte do território do município onde se


pretende o desenvolvimento sustentável de atividades dos setores secundário e
terciário;
II. Área Rururbana ou Área Urbana de Ocupação Rarefeita: é a parte do território do
município dedicada prioritariamente ao desenvolvimento sustentável de atividades
do setor primário, permitida a complementariedade nos setores secundário e
terciário como apoio e promoção.

Art. 54. O zoneamento consolida as regras de parcelamento, uso e


ocupação do solo, nos termos desta Lei Complementar, de forma a simplificar o
processo de sua aplicação, em especial:
I. Facilitar a consulta, a leitura e a compreensão dos objetivos do planejamento
estratégico rebatido no modelo espacial do território;
II. Facilitar a interpretação da lei, utilizando vários quadros para tornar mais objetivas e
claras as consultas;
III. Facilitar a compreensão da incidência das regras nos lotes, mediante a unificação de
representação gráfica;
IV. Reduzir as dúvidas da demarcação de zonas por mapa;
V. Aumentar a segurança jurídica e a agilidade na sua aplicação, utilizando parâmetros
objetivos, evitando a discricionariedade, facilitando a incorporação de sistemas
eletrônicos nos procedimentos de licenciamento declaratórios.

Art. 55. As zonas de uso e ocupação do solo foram organizadas em cinco


tipos de territórios, que se diferem pela perspectiva predominante de transformação
qualitativa e pela perspectiva de preservação, conforme segue:
I. Territórios de Adensamento ou Transformação: são áreas cujo objetivo é a
promoção do adensamento construtivo e populacional, das atividades econômicas e
dos serviços públicos, a diversificação de atividades e a qualificação paisagística
dos espaços de uso coletivo, de forma a adequar o uso do solo à oferta de
transporte público coletivo, aos equipamentos urbanos e, em especial, à promoção
de atividades voltadas ao turismo de qualidade;
II. Territórios Vocacionados e de Qualificação: são áreas em que se objetiva a
manutenção de usos não residenciais existentes, o fomento às atividades
produtivas, a diversificação de usos ou o adensamento populacional moderado, a
depender das diferentes localidades que constituem estes territórios;
III. Territórios de Restrição ou Preservação: são áreas em que se objetiva a
preservação de bairros residenciais consolidados ou em processo de consolidação,
de baixa e média densidades, ainda carentes de serviços e infraestrutura urbana; de
conjuntos urbanos específicos; de territórios destinados à promoção de atividades
econômicas sustentáveis conjugada com a preservação ambiental e/ou da
preservação cultural e do meio de produção tradicional.
IV. Eixos de Centralidade: são áreas no entorno de eixos viários estruturadores e de
conexão do território cujo objetivo é a promoção da diversificação de atividades, do
adensamento construtivo de uso misto (residencial e comercial), da melhoria dos
serviços e da qualificação paisagística dos espaços de uso coletivo, adequado à
oferta de transporte público coletivo e equipamentos urbanos;

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V. Territórios de Proteção e Preservação do Ambiente Natural - são áreas protegidas


por lei estadual ou federal e áreas de interesse de preservação das matas,
nascentes, cursos hídricos, sítios históricos e áreas cuja destinação seja de uso
público, promotores de pesquisa, educação e lazer voltados à preservação do
patrimônio ambiental e histórico.

Subseção I
Zoneamento da Área Urbana

Art. 56. A Área Urbana de ocupação intensiva tem sua divisão territorial
planejada com o seguinte zoneamento:
I. Zoneamento de Área Homogêneas:
a) ZPU: Zona de Parque Urbano – zona destinada à implantação do Parque
Ecológico Municipal;
b) ZAV1-A: Zona de Adensamento Vocacionado - 1-A;
c) ZAV1-B: Zona de Adensamento Vocacionado - 1-B;
d) ZAV2: Zona de Adensamento Vocacionado - 2;
e) ZR1: Zona Residencial - 1;
f) ZR2: Zona Residencial - 2;
g) ZR3-A: Zona Residencial - 3-A;
h) ZR3- B: Zona Residencial - 3-B;
i) ZEU: Zona de Estruturação Urbana;
j) ZOMV: Zona de Ocupação Mista Vocacionada;
k) ZUS1: Zona de Uso Sustentável - 1;
l) ZUS2: Zona de Uso Sustentável - 2 - Zona de Transição entre Zona de Parque
Urbano (ZPU) e o centro urbano consolidado;
m)ZOV1-A: Zona de Ocupação Vocacionada - 1-A;
n) ZOV1-B: Zona de Ocupação Vocacionada - 1-B;
o) ZOV2:Zona de Ocupação Vocacionada - 2;
p) ZOR1: Zona de Ocupação Restritiva - 1;
q) ZOR2: Zona de Ocupação Restritiva - 2;
r) ZEU-MQ - Zona Especial de Urbanização - Meio de Quadra;
II. Zoneamento de Eixos Viários de Centralidades:
a) EV-NR (L1) - Eixo-Viário - Av. Nereu Ramos (Leste - Trecho 1) - Bairro Itacolomi
(área de influência = 50m a partir do eixo + tolerância de até 20%);
b) EV-NR (L2) - Eixo-Viário - Av. Nereu Ramos (Leste - Trecho 2) - Bairro Itacolomi -
Miolo de Quadra entre EV-JTM (2) e EV-NR (L1);
c) EV-NR (L3) - Eixo-Viário - Av. Nereu Ramos (Leste - Trecho 3 - Bairro Centro -
Área de influência = 70m a partir do eixo + tolerância de até 20%;
d) EV-NR (L4) - Eixo-Viário - Av. Nereu Ramos (Leste - Trecho 4) - Bairro Centro;
e) EV-NR (O1) - Eixo-Viário - Av. Nereu Ramos (Oeste - Trecho 1) - Bairro Centro
até Itacolomi - Área de influência = 70m a partir do eixo + tolerância de até 20%;
f) EV-NR (O2) - Eixo-Viário - Av. Nereu Ramos (Oeste - Trecho 2) - Bairro Centro -
Dentro da área de OUC - Área de influência = 70m a partir do eixo + tolerância de
até 20%;

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g) EV-NR (O3) - Eixo-Viário - Av. Nereu Ramos (Oeste - Trecho 3) - Bairro Centro -
Dentro da área de OUC - Área de influência = 70m a partir do eixo + tolerância de
até 20%;
h) EV-EP (1) - Eixo-Viário - Av. Emanoel Pinto (Leste e Oeste - Trecho 1) - Bairro
Centro até Itacolomi - Exceto área de OUC - Área de influência = 70m a partir do
eixo + tolerância de até 20%;
i) EV-EP (2) - Eixo-Viário - Av. Emanoel Pinto (Leste e Oeste - Trecho 2) - Bairro
Centro - Dentro da área de OUC - Área de influência = 70m a partir do eixo +
tolerância de até 20%;
j) EV-JTM (1) - Eixo-Viário - Av. José Temístocles de Macedo (Trecho 1) - Bairro
Centro - Dentro da área de OUC, onde há verticalização a Leste - Área de
influência = 70m a partir do eixo + tolerância de até 20%;
k) EV-JTM (2) - Eixo-Viário - Av. José Temístocles de Macedo (Trecho 2) - Bairro
Centro e Itacolomi - Fora da área de OUC - Área de influência = 70m a partir do
eixo + tolerância de até 20%;
l) EV-VZ - Eixo-Viário - Rua Victor Zimmermann - Bairro Itacolomi / Bela Vista - Área
de influência = 30m a partir do eixo + tolerância de até 20%;
m)EV-MSN - Eixo-Viário - Rua Mario Neto - Bairro Itacolomi / Bela Vista - Área de
influência = 30m a partir do eixo + tolerância de até 20%;
n) EV-GV - Eixo-Viário - Av. Presidente Getúlio Vargas - Bairro Centro / Santo
Antônio - Área de influência = 30m a partir do eixo + tolerância de até 20%;
o) EV-AGF - Eixo-Viário - Rua Alexandre Guilherme Figueiredo - Bairro Centro -
Área de influência = 30m a partir do eixo + tolerância de até 20%;
p) EV-DA - Eixo-Viário - Rua das Acácias - Bairro Nossa Senhora da Paz - Área de
influência = 30m a partir do eixo + tolerância de até 20%;
q) EV-AC - Eixo-Viário - Rua Adolfo Cabral - Bairro Santo Antônio - Área de
influência = 30m a partir do eixo + tolerância de até 20%;
r) EV-JDC - Eixo-Viário - Rua João de Deus Carvalho - Bairro Santo Antônio - Área
de influência = 30m a partir do eixo + tolerância de até 20%;
s) EV-NSR - Eixo-Viário - Rua Nossa Senhora do Rosário - Bairro Nossa Senhora
da Paz - Área de influência = 30m a partir do eixo + tolerância de até 20%;
t) EV-LCV - Eixo-Viário - Rua Ludgero Caetano Vieira - Bairro Nossa Senhora da
Paz - Área de influência = 30m a partir do eixo + tolerância de até 20%;
u) EV-JF – Eixo-Viário – Av. Vereador João Figueiredo – Área de Influência = 70 m a
partir do eixo a oeste / EV-EP a leste + tolerância de até 30%.
III. Áreas Especiais de Urbanização: AEU-FRP - Área Especial de Urbanização - Foz do
Rio Piçarras - Área que compreende a Borda D’água destinada à promoção de
empreendimentos estruturados através de projetos especiais, com a utilização de
instrumentos de política urbana como: OUC - Operação Urbana Consorciada; PPP -
Parceria-Público Privada; PMI - Procedimento de Manifestação de Interesse; ou
Concessão Pública.
Subseção II
Zoneamento da Área Rururbana
Art. 57. A Área Rururbana de ocupação extensiva tem em seu planejamento
territorial o seguinte zoneamento:
I. ZRURB - Zona Rururbana, subdividida em:
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a) RPP - Áreas de Produção Primária;


b) RDD - Área de Desenvolvimento Diversificado;
c) RCD - Corredor Agroindustrial;
d) RPOI - Área com Potencial de Ocupação Intensiva;
e) ZIA - Zona Intermediária de Amortecimento - Permissível a ocupação, conforme
estabelecido na Resolução CONAMA nº 369/2006;
f) APA - Área de Proteção Ambiental.
Subseção III
Áreas de Preservação Permanente - APPs

Art. 58. As Áreas Urbana e Rururbana tem no seu planejamento territorial as


APPs - Áreas de Preservação Permanente – que são áreas protegidas, cobertas ou não
por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas, consoante
definição dada pela Lei Federal nº 12.651/2012; previstas no Zoneamento Ecológico
Econômico, restando divididas em:
I. APP-REST - Área de Preservação Permanente das Restingas: compreende toda a
faixa de restinga existente na orla da praia do Município de Balneário Piçarras;
II. APP-RPI - Área de Preservação Permanente do Rio Piçarras: compreende as faixas
marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
a) 15 (quinze) metros na área urbana abaixo da BR-101;
b) 80 (oitenta) metros a montante da BR-101;
III. APP-RPX - Área de Preservação Permanente do Rio do Peixe: compreende as
faixas marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 80
(oitenta) metros;
IV. APP-RPF – Área de Preservação Permanente do Rio Furado: compreende as faixas
marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 15
(quinze) metros na área urbana;
V. APP-CL - Área de Preservação Permanente do Canal da Lagoinha: compreende as
faixas marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 30
(trinta) metros;
VI. APP-RFE - Área de Preservação Permanente do Ribeirão Ferido: compreende as
faixas marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 15
(quinze) metros;
VII. APP-RCP - Área de Preservação Permanente do Córrego Pendenga: compreende
as faixas marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de
30 (trinta) metros;
VIII. APP-RPB - Área de Preservação Permanente do Rio Piaba: compreende as faixas
marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 30 (trinta)
metros;
IX. APP-RNV - Área de Preservação Permanente do Rio Novo: compreende as faixas
marginais, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima de 30 (trinta)
metros;
X. APP-ISC - Área de Preservação Permanente da Ilha do Socó: compreende a ilha
formada na junção do Rio Piçarras com o Rio Furado, incluindo a faixa de
manguezal existente, conforme Mapa ZEE.
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Subseção IV
Corredores de Desenvolvimento das Rodovias BR-101 e SC-414

Art. 59. Os Corredores de Desenvolvimento são representados pelas


Rodovias Federal e Estadual que transpõem o Município de Balneário Piçarras e tem
sua regulação própria definida pelo DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes - e pelo DEINFRA - Departamento Estadual de Infraestrutura - naquilo que é
de sua competência.

Art. 60. Para efeito da presente Lei Complementar, a faixas de domínio são
caracterizadas como:
I. Corredor de Desenvolvimento BR-101;
II. Corredor de Desenvolvimento SC-414.
Parágrafo único. Para efeito do planejamento territorial, o zoneamento dos
Corredores de Desenvolvimento segue os conceitos e índices que estão previstos nas
zonas contíguas, respeitados os afastamentos e condicionantes de ocupação
estabelecidos pelas respectivas jurisdições das rodovias.

TÍTULO III
ORDENAMENTO TERRITORIAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 61. De acordo com as premissas, objetivos e diretrizes expressos neste


PDDE-Balneário Piçarras, para as Macroáreas, Macrozonas e para o Zoneamento de
áreas homogêneas ou de vocação territorial e da rede de estruturação urbana, os
critérios de Uso e Ocupação do Solo foram definidos objetivando atingir o
desenvolvimento integrado e sustentável do Município de Balneário Piçarras, de forma
simplificada e consolidada, segundo as seguintes diretrizes:
I. Simplificar e consolidar a redação da legislação para facilitar sua compreensão,
aplicação e fiscalização, evitando ou reduzindo a edição de regulamentos e normas
complementares;
II. Simplificar o processo de licenciamento de empreendimentos, aplicando os índices
urbanísticos como elementos fundamentais do processo de aprovação e
fiscalização, remetendo as questões de conforto ambiental e processos construtivos
às normas técnicas vigentes;
III. Considerar as condições ambientais, da infraestrutura, da vizinhança, da mobilidade
e dos serviços urbanos na liberação do uso e ocupação territorial;
IV. Adotar medidas para redução de velocidade dos veículos automotores, visando
garantir a segurança de pedestres e ciclistas, tais como as zonas de tráfego
moderado;
V. Estabelecer limites mínimos e máximos de área construída computável, destinada à
geração de vagas de estacionamento de veículos, condicionando um número
máximo à compensação urbanística por sua utilização;
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VI. Evitar conflitos entre os usos impactantes e sua vizinhança;


VII. Criar formas efetivas para prevenir e mitigar os impactos causados por
empreendimentos ou atividades classificadas como polos geradores de tráfego ou
geradores de impacto de vizinhança;
VIII. Promover o adensamento construtivo e populacional e a concentração de usos e
atividades em áreas com a efetiva disponibilidade de infraestrutura;
IX. Prever, visando à garantia da fluidez do tráfego nas vias do sistema viário estrutural,
restrições e condicionantes à implantação de empreendimentos nos lotes lindeiros a
estas vias;
X. Criar normas para a regularização de edificações, de forma a garantir estabilidade e
segurança, permitindo a adequada ocupação dos usos residenciais e não
residenciais e reduzindo o nível de informalidade da cidade;
XI. Estabelecer parâmetros rígidos e mecanismos relacionados à drenagem das águas
pluviais, que evitem a sobrecarga das redes, os alagamentos e as enchentes;
XII. Proporcionar a composição de conjuntos urbanos que superem exclusivamente o
lote como unidade de referência de configuração urbana, adotando-se a quadra
como referência de composição do sistema edificado;
XIII. Promover a articulação entre espaço público e espaço privado, por meio de
estímulos à manutenção de espaços abertos para fruição pública no pavimento de
acesso às edificações;
XIV. Definir os limites dos corredores de comércio e serviços bem como as atividades
neles permitidas, adequando-os às diretrizes de equilíbrio entre usos residenciais e
não residenciais;
XV. Estimular a criação de ambientes urbanos agradáveis, que valorizem o patrimônio
arquitetônico, especialmente na área central e no pontal da foz do Rio Piçarras,
criando regras e parâmetros que facilitem uma centralidade que valorize as
características locais, mediante o estímulo à regularização fundiária e à qualificação
das edificações para novos usos, voltadas ao comércio qualificado, serviços
náuticos, a gastronomia tradicional e a hospedagem;
XVI. Fomentar o uso misto no lote, entre usos residenciais e não residenciais,
especialmente nos eixos e vias estruturadores de centralidades;
XVII. Estimular o comércio e os serviços locais, especificamente os instalados em
“fachadas ativas”, com acesso direto e abertura para o logradouro;
XVIII. Proteger as áreas de mananciais, acompanhando e aperfeiçoando as disciplinas
legais existentes a nível estadual e federal;
XIX. Criar um Sistema Municipal de Unidades de Conservação, de forma a proteger as
principais áreas de relevante interesse ecológico, como maciços vegetais, restingas,
ilhas, praias, orlas ribeirinhas e oceânicas existentes no território do município, de
forma a permitir a preservação destes bens naturais, enquadrando-os no Art. 16, da
Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, permitindo que o Município de
Balneário Piçarras tenha condições de realizar a gestão e a proteção destes
territórios;
XX. Permitir e ordenar, na Área Rururbana, um padrão de uso e ocupação compatível
com as diretrizes de desenvolvimento econômico sustentável, nos Objetivos e
Diretrizes, previstos no Título I, desta Lei Complementar, em especial as
relacionadas às cadeias produtivas da agricultura e do turismo sustentáveis;

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XXI. Definir mecanismos de controle rigorosos para que as atividades mineradoras


possam continuar produzindo de forma ambientalmente adequada;
XXII. Estabelecer critérios de ocupação nos Corredores de Desenvolvimento à Oeste da

Rodovia BR-101 e ao Norte da Rodovia SC-414, com uma legislação que valorize
seu território, gere oportunidades de desenvolvimento econômico e social, em
especial, atividades industriais e logísticas compatíveis com o entorno, para servir
como polo de atração de negócios, tecnologias, centros de formação de mão-de-
obra especializada, oportunizando a localização privilegiada de Balneário Piçarras
ao longo destes Corredores de Desenvolvimento, ampliando e diversificando a
economia, a competitividade e o nível de emprego na cidade, valorizando os bens
naturais, observando as restrições e vulnerabilidades territoriais e ambientais de
forma a promover o desenvolvimento equilibrado e a integração territorial.
XXIII. Estimular a implantação de atividades ligadas à hospedagem, como pousadas

rurais, pousadas ecológicas, hotelaria de alto padrão, hotelaria de negócios, alta


gastronomia e atividades de entretenimento voltadas ao turismo e à cultura;
XXIV. Estimular a implantação de atividades de serviços e equipamentos voltados ao lazer

e à atividade náutica, como marinas, portos de lazer, serviços náuticos, passeios


marítimos, pesca esportiva e outras;
XXV. Criar condições especiais de uso e ocupação do solo que permitam gerar polos de

serviços especializados nas áreas de saúde, educação e inovação;


XXVI. Criar incentivos urbanísticos para os proprietários que doarem ao município áreas

necessárias à ampliação do sistema viário e do sistema de áreas verdes,


proporcionando usos mistos no mesmo lote e/ou produzindo unidades de Habitação
de Interesse Social;
XXVII. Criar formas de incentivo às construções públicas ou privadas que tenham

certificação ambiental de eficiência e sustentabilidade;


XXVIII. Implantar a Outorga Onerosa de Potencial Construtivo, a Transferência de Potencial

Construtivo e a Operação Urbana Consorciada, como instrumentos de compensação


pela mais valia do território, decorrente do processo de urbanização, para serem
direcionados a investimentos e transformações urbanas que impactem
positivamente no desenvolvimento econômico e social e na redução das
desigualdades socioterritoriais.
Parágrafo único. Quando houver planos para viabilizar Áreas de
Estruturação Urbana e Desenvolvimento Econômico ou Zonas Especiais de Interesse
Social, Município de Balneário Piçarras deverá desenvolver um Plano Urbanístico de
forma ampla e democrática, como forma de aperfeiçoar os programas e projetos de
intervenção urbana, prevendo a disponibilidade de equipamentos e serviços urbanos, a
redução das vulnerabilidades e riscos, em especial, inundações, e o aperfeiçoamento
dos parâmetros de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.

Art. 62. O uso e a ocupação do solo passam a ser disciplinados por normas
referentes:
I. À zona em que o lote se situa;
II. À categoria de uso do imóvel;
III. Aos índices urbanísticos que definem a forma espacial da ocupação e
aproveitamento do lote;
IV. À classificação da via onde se localiza o lote, conforme a zona em que este se situa;
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V. Às condicionantes que estabelecem a minimização da geração de impactos sobre a


vizinhança, o meio urbano, a circulação de pessoas e insumos e ao meio ambiente.

Art. 63. Os Índices e Parâmetros de Uso e Ocupação do Solo definem a


forma de ocupação do território nas diversas zonas, expressos nas Tabelas do Anexo III.

CAPÍTULO II
CLASSIFICAÇÃO DOS USOS E ATIVIDADES

SEÇÃO I
DO USO E OCUPAÇÃO DOS IMÓVEIS

Art. 64. Os Índices e Parâmetros de Uso e Ocupação do Solo classificam-se


em:
I. Residencial;
II. Misto;
III. Não-Residencial.

Subseção I
Do Uso Residencial

Art. 65. O imóvel configurado como de uso Residencial é o que envolve a


moradia de um indivíduo ou grupo de indivíduos numa única edificação ou num conjunto
integrado de edificações, subdividido em:
I. Residencial Unifamiliar;
II. Residencial Multifamiliar, por sua vez, subdividido em:
a) Vertical;
b) Horizontal Geminada;
c) Condomínio Edilício Horizontal de Casas Unifamiliares e Blocos Multifamiliares.
§ 1º A categoria Residencial Unifamiliar e Multifamiliar terá índices e
parâmetros diferenciados quando tratar-se de incentivo à produção de Habitação de
Interesse Social.
§ 2º O Condomínio Edilício Horizontal de Casas Unifamiliares seguirá os
mesmos parâmetros e índices das edificações unifamiliares isoladas ou geminadas.
§ 3º O Condomínio Edilício Horizontal de Blocos Multifamiliares seguirá os
mesmos parâmetros e índices das edificações multifamiliares.

I. Residencial Unifamiliar, por sua vez subdivido em: edificações com uma única
unidade habitacional e edificações geminadas, desde que tenham acessos
independentes para a via pública. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº
192/2022)
II. Residencial Multifamiliar, por sua vez, subdividido em: Vertical; Condomínio
Edilício Horizontal de Casas Unifamiliares e Blocos Multifamiliares. (Redação acrescida
pela Lei Complementar nº 192/2022)

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Subseção II
Do Uso Misto

Art. 66. O imóvel configurado como de uso Misto é o que poderá concentrar o
uso Residencial e Não-Residencial (comércio, serviço, hotelaria, institucional, indústria
de pequeno porte não geradora de incomodidade) numa mesma edificação ou num
conjunto integrado de edificações, desde que sejam compatíveis entre si e com os usos
permitidos na zona.
Parágrafo único. As edificações classificadas como de uso misto ficam
subdivididas nas seguintes categorias:
I. Misto Tipo 1 - Área construída de 47 m² (quarenta e sete metros quadrados) a 600
m² (seiscentos metros quadrados);
II. Misto Tipo 2 - Área construída de 601 m² (seiscentos e um metros quadrados) a
3.000 m² (três mil metros quadrados);
III. Misto Tipo 3 - Área construída maior que 3.000 m² (três mil metros quadrados).

Subseção III
Do Uso Não-Residencial

Art. 67. O imóvel configurado como de uso Não-Residencial é o que envolve


usos e atividades relacionados ao desenvolvimento econômico sustentável, podendo ser
isolados ou agrupados numa mesma edificação ou num conjunto integrado de
edificações, desde que sejam compatíveis entre si, compreendendo as seguintes
categorias:
I. Comércio e Serviços;
II. Hotelaria;
III. Armazenagem e Logística;
IV. Industrial;
V. Institucional.
§ 1º Os segmentos de Hotelaria e de Armazenagem e Logística contarão com
parâmetros específicos, visando ao incentivo e maior controle à implantação destas
atividades.
§ 2º A categoria de uso Comercial e de Prestação de Serviços ficam
subdivididas nas seguintes subcategorias:
I. Comércio e Serviços Tipo 1 - CS1: Área construída de 15 m² (quinze metros
quadrados) a 600 m² (seiscentos metros quadrados);
II. Comércio e Serviços Tipo 2 - CS-2: Área construída de 601 m² (seiscentos e um
metros quadrados) a 3.000 m² (três mil metros quadrados);
III. Comércio e Serviços Tipo 3 - CS-3: Área acima de 3.000 m² (três mil metros
quadrados).
§ 3º A categoria de uso Hotelaria terá como referência as normas definidas
pela – Sistema de Classificação de Meios de Hospedagem - Ministério do Turismo,
ficando subdividida nas seguintes subcategorias:
I. Hotelaria Tipo 1: Unidades de Hospedagem - 65% (sessenta e cinco por cento)
maiores que 9,00 m² (nove metros quadrados);
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II. Hotelaria Tipo 2: Unidades de Hospedagem - 70% (setenta por cento) maiores que
11,00 m² (onze metros quadrados);
III. Hotelaria Tipo 3: Unidades de Hospedagem - 90% (noventa por cento) maiores que
17,00 m² (dezessete metros quadrados).
§ 4º A categoria de uso Armazenagem e Logística não é subdividida, sendo
que a área construída deve ser superior a 150 m² (cento e cinquenta metros quadrados).
§ 5º A categoria de uso Industrial fica subdividida nas seguintes
subcategorias:
I. Indústria Tipo 1: Área construída de 120 m² (cento e vinte metros quadrados) a 600
m² (seiscentos metros quadrados) - permitidas indústrias potencialmente sem risco
ambiental, por apresentarem baixo grau de incomodidade, com efeitos inócuos,
independentemente do porte, compatíveis com outros usos urbanos;
II. Indústria Tipo 2: Área construída de 601 m² (seiscentos e um metros quadrados) a
3.000 m² (três mil metros quadrados) - permitidas indústrias com risco ambiental
leve, por apresentarem médio grau de incomodidade e baixo grau de nocividade, em
função dos efluentes hídricos e atmosféricos, ruídos, além de pessoal e tráfegos
toleráveis;
III. Indústria Tipo 3: Área construída acima de 3.000 m² (três mil metros quadrados) -
permitidas indústrias com risco ambiental moderado, por apresentarem:
a) elevado grau de incomodidade em função do porte, além de número de
trabalhadores e tráfego intensos;
b) médio ou alto grau de nocividade, em função da exalação de odores e material
particulado, vibrações e ruídos para fora dos limites físicos da indústria;
c) baixo grau de periculosidade, por produzirem efeitos minimizáveis pela aplicação
de métodos adequados ao controle e tratamento de efluentes.
§ 6º Não é admitida a implantação de Indústrias com risco ambiental alto, que
apresentem grau de periculosidade não minimizáveis ou não mitigáveis, mesmo após a
aplicação de métodos adequados de controle e tratamento de efluentes e resíduos
particulados e outras fontes não industriais de grande impacto ou de extrema
periculosidade.
§ 7º Entende-se por desenvolvimento econômico sustentável a
compatibilização do desenvolvimento econômico e social, de natureza inclusiva, com a
preservação ambiental, garantindo a qualidade de vida e o uso racional e equânime dos
recursos ambientais naturais ou construídos, bem como a acessibilidade, a mobilidade e
a comunicação para toda a comunidade.

Art. 68. As categorias de uso Não-Residencial poderão ser subdivididas em


outras subcategorias com regulação própria mediante decreto municipal.

Art. 69. As categorias de uso Não-Residencial serão classificadas segundo


níveis de incomodidade e compatibilidade com o uso residencial, com a vizinhança e
adequação ao meio ambiente, conforme definido na Tabela NI-01, restando assim
definidas:
I. Não Incômodas - Atividades não residenciais totalmente compatíveis com o uso
residencial;
II. Incômodas de Baixo Impacto - Atividades não residenciais cujo impacto é baixo e
são compatíveis com o uso residencial;
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III. Incômodas de Impacto Controlado - Atividades não residenciais que geram um nível
de incomodidade, mas que permite instalações próximas de áreas residenciais;
IV. Incômodas de Médio Impacto - Atividades não residenciais que geram
incomodidades que restringem sua instalação nas proximidades de áreas
residenciais;
V. Incômodas da Alto Impacto - Atividades incompatíveis com o uso residencial.
Parágrafo único. Para o exercício de atividades com grau de incomodidade
ou de risco distinto daquele para o qual o imóvel foi edificado ou adaptado
anteriormente, faz-se necessária a adaptação de acordo com lei ou regulamento
específico, conforme exigir a nova atividade.

Art. 70. Ficam classificados os usos em razão do impacto, conforme segue:


I. Impacto Urbanístico em relação à sobrecarga da infraestrutura instalada e planejada
para os serviços públicos ou em razão de alteração negativa da paisagem, fazendo-
se necessária a elaboração de Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV;
II. Impacto pela Geração de Tráfego, sujeitos a elaboração de Estudo de Geração de
Tráfego pela operação ou atração de:
a) grande volume, movimento ou concentração de veículos pesados, tais como
caminhões e ônibus, que impactem na mobilidade urbana do seu entorno ou nas
vias marginais da Rodovia BR-101;
b) geração de tráfego intenso de veículos, em razão do porte ou finalidade do
estabelecimento, que gerem concentração de pessoas e transbordos nas áreas
externas e/ou grande demanda de número de vagas de estacionamento (+ de 200
vagas), que gerem impactos negativos na mobilidade urbana das áreas de
entorno ou nas vias marginais da Rodovia BR-101.

Art. 71. A implantação de heliponto será permitida como atividade


complementar aos seguintes usos:
III. Hospitais e maternidades;
IV. Edifícios de Serviços de Segurança Pública;
V. Quartéis Militares e unidades do Corpo de Bombeiros;
VI. Estádios esportivos;
VII. Edifícios industriais, comerciais e/ou residenciais implantados em lotes com área
superior a 5.000,00m² (cinco mil metros quadrados);
VIII. Áreas de operação específica aeroportuárias – heliportos.
§ 1º A implantação de helipontos exigirá autorização da ANAC - Agência
Nacional de Aviação Civil - ou do órgão que seja responsável pela autorização e controle
de utilização e controle do espaço aéreo para fins de transporte de pessoas ou
mercadorias, exceto aqueles previstos como ponto de resgate.
§ 2º É condição de instalação dos helipontos, o dimensionamento da área de
plataforma de pouso e decolagem, conforme exigência do órgão competente da
Aeronáutica, não podendo sua projeção ultrapassar os limites do lote.
§ 3º Em edificações cujo heliponto seja uma exigência estabelecida pelo
Corpo de Bombeiros, classificada como ponto de resgate, poderá ser dispensada a
autorização da ANAC.

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Art. 72. A categoria de usos não definidas nesta Lei Complementar que se
caracterizam por atividades de utilidade pública, tais como, polícia, presídios, defesa
nacional, fornecimento de energia elétrica, equipamentos e instalações de
telecomunicações, equipamentos de segurança do tráfego aéreo, tratamento e
distribuição de água, tratamento e coleta de esgotos sanitários, transporte coletivo
público, atividades aeroportuárias, atividades portuárias, equipamentos do sistema de
macrodrenagem, quando utilizadas para sua finalidade, serão avaliadas, aprovadas e
licenciadas após manifestação dos órgãos competentes do Município de Balneário
Piçarras, sob regime especial de análise.
§ 1º A instalação, construção ou ampliação de Centros de Detenção
Provisória, Penitenciárias e Cadeias serão admitidas unicamente na Macrozona
Rururbana e a mais de 2.000 (dois mil) metros de qualquer área cuja ocupação
residencial se caracterize como consolidada, independentemente da localização.
§ 2º A implantação de Aterros Sanitários ou Usinas de Tratamento de
Resíduos Urbanos ou Industriais serão admitidos unicamente na Macrozona Rururbana,
a mais de 2.000 (mil) metros de qualquer área cuja ocupação residencial se caracterize
como consolidada, independentes da localização e, em áreas não sujeitas a qualquer
risco de inundações.
§ 3º A implantação de Cemitérios, Cemitérios Parques e Crematórios serão
admitidos unicamente na Macrozona Rururbana, a mais de 1.000 (mil) metros de
qualquer área cuja ocupação residencial se caracterize como consolidada,
independentemente da localização e em áreas não sujeitas a qualquer risco de
inundações.

Art. 73. As atividades ou estabelecimentos que não estiverem discriminados


nesta Lei Complementar serão enquadrados por similitude com atividades e
estabelecimentos expressamente incluídos em uma determinada categoria, sempre que
suas características quanto à finalidade, ao grau de incomodidade e ao fluxo potencial
de veículos estejam em conformidade com as características próprias dessa categoria.

Art. 74. Atividades ou estabelecimentos que apresentem características não


previstas nas categorias definidas nesta Lei Complementar serão objeto de apreciação e
parecer do Conselho da Cidade de Balneário Piçarras, unicamente no tocante a:
I. Admissibilidade da atividade;
II. Localização e compatibilidade com o Macrozoneamento e Zoneamento;
III. Índices aplicáveis, utilizando-se critérios de similaridade de atividades.
Parágrafo único. Os casos não previstos nesta Lei Complementar serão
encaminhados ao Conselho da Cidade, através da Secretaria de Planejamento,
mediante Relatório de Avaliação Preliminar assinado pelo(s) responsável(eis) técnico(s)
para análise e proposição de regulamentação.

SEÇÃO II
ÍNDICES E PARÂMETROS URBANÍSTICOS

Art. 75. A ocupação do solo fica condicionada aos índices e parâmetros


urbanísticos definidos nas Tabelas do Anexo II, a partir do estabelecimento de:

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Art. 75. A ocupação do solo fica condicionada aos índices e parâmetros


urbanísticos definidos nas Tabelas do Anexo III, a partir do estabelecimento de:
(Redação acrescida pela Lei Complementar nº 192/2022)

I. Atividade, dividida em:


a) Permitida - compreende as atividades que apresentem clara compatibilidade com
as finalidades urbanísticas da zona ou setor correspondente;
b) Permissível (Tolerável) – compreende as atividades admitidas onde as atividades
permitidas lhes são prejudiciais ou incômodas, cujo grau de adequação
dependerá do porte e de medidas mitigadoras que as tornem compatíveis com as
zonas ou setores, mediante análise ou regulamentação específica;
c) Proibida - compreende todas as atividades que não estejam enquadradas como
Permitidas ou Permissíveis, sem qualquer exceção à regra.
II. Lote Edificável - compreende a área mínima admissível do lote para uma
determinada zona ou setor, que corresponde a padrões mínimos de testada e de
área total, devidamente registrada em cartório;
II Lote - compreende a área mínima admissível do lote para uma determinada zona ou
setor, que corresponde a padrões mínimos de testada e de área total, devidamente
registrada em cartório; (Redação acrescida pela Lei Complementar nº 192/2022)
III. Coeficiente de Aproveitamento do Lote, dividido em:
a) Coeficiente de Aproveitamento Mínimo - CAM;
b) Coeficiente de Aproveitamento Incentivado, subdividido em:
1. Coeficiente de Aproveitamento Básico - CAB;
2. Coeficiente de Aproveitamento Incentivado - Sem Ônus - CA-SO;
c) Coeficiente de Aproveitamento Oneroso, subdividido em:
1. Coeficiente de Aproveitamento Oneroso - Outorga Onerosa - CAOO;
2. Coeficiente de Aproveitamento Oneroso - Transferência de Potencial
Construtivo - Oneroso – CATPC;
3. Coeficiente de Aproveitamento Oneroso Especial - CAE
d) Coeficiente de Aproveitamento Máximo – CAMax
III Coeficiente de Aproveitamento do Lote, dividido em: Coeficiente de Aproveitamento
Mínimo - CAMin; Coeficiente de Aproveitamento Básico - CABas e Coeficiente de
Aproveitamento Máximo - CAMax; (Redação acrescida pela Lei Complementar nº
192/2022)
IV. Taxa de Ocupação, dividida em:
a) Taxa de Ocupação do Lote - T.O.
b) Taxa de Ocupação da Torre - T.O.T.
IV Taxa de ocupação, representada por uma porcentagem do total do terreno; (Redação
acrescida pela Lei Complementar nº 192/2022)
V. Taxa de Permeabilidade, dividida em:
a) Taxa de Permeabilidade Natural - TP Natural;
b) Taxa de Permeabilidade Induzida - TP Induzida;
VI. Gabarito da Edificação, dividido em:
a) Número de Pavimentos - Pavto.;
b) Altura Máxima - H.máx.;
c) Influência do Cone de Sombra - C.S.;
VII. Recuos e Afastamentos - Tabela REC-01, divididos em:
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a) Faixa de Passeio - P;
b) Recuo Frontal - RF;
c) Recuo Viário - RV;
d) Afastamento Lateral - A.Lt;
e) Afastamento Fundos - A.Fd;
VIII. Condicionantes Construtivos, divididos em:
a) Área Mínima da Unidade Residencial - AMUR;
b) Área Mínima da Unidade Comercial e Serviços - AMUCS;
c) Altura Máxima do Embasamento - H.Emb.; (Revogado pela Lei Complementar nº
192/2022)
IX. Vaga de Garagem, dividida em:
a) Vagas Não Oneradas - VGNO;
b) Vagas Onerosas - VGO. (Revogado pela Lei Complementar nº 192/2022)
IX Vaga de Garagem, conforme parâmetros estabelecidos no ANEXO VI - Tabela de
Reserva Técnica de Estacionamento; (Redação acrescida pela Lei Complementar nº
192/2022)
§ 1º Para o caso de uso residencial unifamiliar será admitida a ocupação,
mantidos os demais índices, em lotes com testadas e áreas inferiores aos definidos
nesta Lei Complementar, desde que, em loteamentos aprovados ou áreas devidamente
registradas no registro de imóveis em datas anteriores à vigência da presente norma.
§ 1º Em lotes com testadas e áreas inferiores aos definidos nesta Lei
Complementar, desde que, em loteamentos aprovados ou áreas devidamente
registradas no registro de imóveis em datas anteriores à vigência da presente Lei,
poderão ser edificados novas edificações, devendo respeitar aos parâmetros e índices
construtivos previsto no Plano Diretor. (Redação alterada pela Lei Complementar nº
192/2022)
§ 2º Os parâmetros urbanísticos são definidos para cada zona de uso e
ocupação do solo em que se localizam os lotes, conforme disposto nesta Lei
Complementar.
§ 3º Para o cálculo da taxa de ocupação e coeficiente de aproveitamento será
utilizada a área especificada na matrícula do terreno.
§ 4º Para a determinação dos recuos e afastamentos serão utilizados os limites reais do
terreno, encontrada "in loco. (Redação pela Lei Complementar nº 192/2022)
Art. 76. O Coeficiente de Aproveitamento e a Taxa de Ocupação são
instrumentos cujo principal propósito é controlar o adensamento, os impactos das
construções sobre o ambiente urbano e sobre a infraestrutura urbana.

Subseção I
Definições dos Índices e dos Parâmetros Urbanísticos

Art. 77. Lote é uma parcela do solo, bem como a parcela do terreno,
resultante do parcelamento do solo para fins de edificação, que tem frente para via
pública ou que com ela se comunique por acesso.
Parágrafo único. Quando houver área remanescente de lote a ser atingido
por desapropriação, o qual tenha aproveitamento autônomo, é permitida a construção de
edificações, respeitadas as exigências e os índices urbanísticos previstos nesta Lei
Complementar.
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Art. 78. Coeficiente de Aproveitamento do Lote - CA - é o fator que


multiplicado pela área do lote determina a quantidade máxima de área possível de ser
construída num determinado terreno, condicionado aos demais índices, incluindo limites
de alturas, gabaritos e outros parâmetros urbanísticos.
Art. 78. Coeficiente de Aproveitamento do Lote - CA - é o fator que
multiplicado pela área do lote determina a quantidade máxima de área possível de ser
construída num determinado terreno, condicionado aos demais índices, incluindo limites
de alturas, gabaritos e outros parâmetros urbanísticos.
§ 1º Para o cálculo do Coeficiente de Aproveitamento do Lote - CA - será
considerada a área do lote mediante apresentação do registro imobiliário atualizado.
§ 2º Para a aprovação de projeto será condição obrigatória, por parte do
proprietário ou empreendedor, a apresentação do registro imobiliário atualizado que
ateste a sua propriedade.
§ 3º A quantidade de área de construção possível em função do Coeficiente
de Aproveitamento do Lote - CA, poderá ser edificada unicamente no lote original, em
um ou mais pavimentos e blocos, respeitados os demais índices e parâmetros
urbanísticos.
§ 4º O potencial construtivo oriundo do Coeficiente de Aproveitamento - CA -
será representado por metros quadrados de área edificável, medido pelo perímetro
externo de cada pavimento computável.
§ 5º Para efeito de Cálculo do Coeficiente de Aproveitamento, não serão
computadas as seguintes áreas da edificação:
I. Áreas destinadas a equipamentos de lazer externos e de uso comum externos, da
prumada principal da edificação e da torre, tais como piscinas, bares/churrasqueiras,
parquinhos, jardins, se descobertos;
II. Áreas de lazer no pavimento imediatamente superior à última laje do pavimento de
embasamento;
III. Áreas dos pavimentos do embasamento que não sejam utilizadas para fins de
moradia;
IV. Áreas de lazer localizadas na laje de cobertura do último pavimento, desde que a
área coberta não exceda a 50% (cinquenta por cento) da área do perímetro do
pavimento tipo e que não se destinem para fins de moradia;
V. Helipontos, casas de máquinas, caixas d’água, torres de resfriamento e outros
elementos construtivos de apoio ao funcionamento da edificação, cuja altura externa
não ultrapasse 2,00m (dois metros), a partir da laje do último pavimento útil e até o
limite de 30% (trinta por cento) de ocupação da área do pavimento tipo;
VI. Subsolos, cuja laje superior não exceda a 1,50m (um metro e meio) do meio-fio;
VII. Prumadas de lajes técnicas projetadas até 80cm (oitenta centímetros) da prumada
principal e que não excedam 50% (cinquenta por cento) das testadas frontal, lateral
e de fundos.
§ 6º Taxa de Ocupação - TO - é a relação percentual entre a projeção do
perímetro total da edificação no terreno e a área do lote.
§ 7º Taxa de Ocupação da Torre - TOT - para as edificações verticalizadas
que utilizem o embasamento, a Taxa de Ocupação da Torre é a relação entre a projeção
total da torre (que contenha unidades verticalizadas de moradias ou áreas comerciais)

50
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sobre a área do lote, não computadas as lajes técnicas projetadas para além das
prumadas principais da torre nos limites estabelecidos nesta Lei Complementar.
§ 8º Taxa de Permeabilidade Mínima - TP - é a relação percentual entre a
parte permeável, que permite a infiltração de água no solo livre de qualquer edificação, e
a área do lote, observadas as seguintes condições:
I. A Taxa de Permeabilidade Mínima - TP - exigida poderá ser atenuada mediante a
utilização concomitante de caixas de retenção para o reuso de águas pluviais, desde
que preservada, no mínimo, 7,5% (sete e meio por cento) da área do lote in natura;
II. Os Lotes que possuam área impermeabilizada superior a 500,00m² (quinhentos
metros quadrados), edificados ou não, que venham a ser objeto de construção de
novas edificações e ampliação, ou que sejam objeto de reforma que resulte em área
impermeabilizada superior à mencionada, deverão ter reservatórios para retenção
das águas pluviais;
III. A Capacidade do reservatório para retenção das águas pluviais deverá ser calculada
com base na seguinte equação e condicionantes:
a) Fórmula conforme NBR 15.527:
V = 0,15 x Ai x IP x T
Onde:
V = volume do reservatório (m³).
Ai = área impermeabilizada (m²).
IP = índice pluviométrico igual a 0,12 m/h.
T = tempo de duração da chuva igual a ½ hora ou 30 (trinta) minutos = 0,5.
c) o reservatório deverá ser fechado, coberto e atender às normas sanitárias
vigentes;
d) deverá ser instalado um sistema que conduza ao reservatório toda a água
captada em telhados, coberturas, terraços e pavimentos descobertos;
e) a água contida pelo reservatório deverá, preferencialmente, infiltrar-se no solo,
podendo ser despejada na rede pública de drenagem, após uma hora do término
da chuva ou ser conduzida para outro reservatório para ser utilizada para
finalidades não potáveis;
f) não será considera área permeável as áreas verdes ou jardins localizados sobre
subsolos edificados se não houver caixas de retenção acopladas no fundo das
áreas plantadas, compondo um sistema de retenção ou acumulação de águas
pluviais;
g) para empreendimentos licenciáveis deverá ser observado o Código Estadual do
Meio Ambiente, Lei Estadual nº 14.675/2009.
Art. 78-A. Taxa de Ocupação - TO - é a relação percentual entre a projeção
do perímetro total da edificação no terreno e a área do lote.

§ 1º Taxa de Permeabilidade Natural: é a relação percentual entre a parte


permeável do solo e a área total do terreno, observadas as seguintes condições.

I - A taxa de permeabilidade induzida poderá ser utilizada em substituição a


natural, mediante a utilização concomitante de caixas de retenção para o reuso de
águas pluviais desde que preservada, no mínimo, metade da área permeável natural,
conforme ANEXO III;

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II - Os Lotes que possuam área impermeabilizada superior a 500,00m²


(quinhentos metros quadrados), edificados ou não, que venham a ser objeto de
construção de novas edificações e ampliação, ou que sejam objeto de reforma que
resulte em área impermeabilizada superior à mencionada, deverão ter reservatórios para
retenção das águas pluviais;

III - A Capacidade do reservatório para retenção das águas pluviais deverá


ser calculada com base na seguinte equação e condicionantes:

a) Fórmula conforme NBR 15.527:

b) V - = 0,15 x Ai x IP x T
Onde:

V - = volume do reservatório (m³).

Ai = área impermeabilizada (m²).


IP = índice pluviométrico igual a 0,12 m/h.
T = tempo de duração da chuva igual a ½ hora ou 30 (trinta) minutos = 0,5.

a) O reservatório deverá ser fechado, coberto e atender às normas sanitárias


vigentes;

b) Deverá ser instalado um sistema que conduza ao reservatório toda a água


captada em telhados, coberturas, terraços e pavimentos descobertos;

c) A água contida pelo reservatório deverá, preferencialmente, infiltrar-se no


solo, podendo ser despejada na rede pública de drenagem, após uma hora do término
da chuva ou ser conduzida para outro reservatório para ser utilizada para finalidades não
potáveis;
d) Não será considera área permeável as áreas verdes ou jardins localizados
sobre subsolos edificados se não houver caixas de retenção acopladas no fundo das
áreas plantadas, compondo um sistema de retenção ou acumulação de águas pluviais;

e) Para empreendimentos licenciáveis deverá ser observado o Código


Estadual do Meio Ambiente, Lei Estadual nº 14.675/2009. (Redação pela Lei
Complementar nº 192/2022)

Art. 79. Gabarito da Edificação - GE - é a projeção vertical da edificação,


perpendicular ao nível do solo, a partir do ponto médio do meio fio na linha da testada,
que define o gabarito máximo de altura, expresso em número de pavimentos, em metros
lineares ou as duas formas simultâneas, até o limite superior da platibanda de
fechamento da cobertura e no limite que define o Cone de Sombra projetado sobre a
faixa da orla.
Parágrafo único. Para efeito de cálculo do gabarito da altura de uma
edificação, será considerado pavimento o espaço entre duas lajes, de piso a piso, cuja
dimensão vertical seja, no máximo, de 3,50 (três metros e cinquenta centímetros) e, não
52
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podendo ser inferior a 2,40 (dois metros e quarenta centímetros), quando se tratar de
compartimentos de uso prolongado ou transitório.

Art. 80. Recuo é a distância medida entre o alinhamento externo frontal da


edificação e a divisa da testada do lote, tendo a finalidade de criar insolação, ventilação,
permeabilidade, passagem de pedestres e veículos, área verde ou faixa de ampliação
do sistema de circulação, podendo ser definido como:
I. Recuo Frontal - é aquele que dever ser reservado como espaço livre vinculado à
propriedade entre a testada do lote e a edificação.
II. Recuo Viário - é a faixa reservada para ampliação do sistema de circulação que será
somado ao recuo frontal.
§ 1º Os recuos serão definidos por linhas paralelas à linha da testada do lote,
ressalvada a execução de saliências em edificações, nos casos previstos nesta Lei
Complementar.
§ 2º É permitida a ocupação do Recuo Frontal pelos seguintes elementos:
I. Piscina ou espelho d’água, elementos de lazer ou convívio (descobertos), lixeiras,
central de gás e guarita;
II. Poste de abastecimento de energia elétrica, bem como a caixa de medidor de
energia e caixa de registro de entrada de água;
III. Reservatório de água e sistema de tratamento de efluentes, ambos subterrâneos;
IV. Demais dispositivos necessários para a interligação de serviços públicos;
V. Estacionamentos descobertos, exceto em edificações residenciais;
§ 3º A ocupação do Recuo Frontal será permitida em caráter precário quanto
a portarias, bancos, equipamentos de lazer, bicicletários ou paraciclos, desde que não
impeçam a fruição pela área.
§ 4º Não poderão ocupar qualquer parte do Recuo Frontal:
I. Depósito de resíduos permanentes;
II. Casa de força;
III. Rampas de acesso a pavimentos de garagens em subsolo ou piso elevado.
§ 5º Em atendimento ao disposto na legislação sobre o sistema viário, bem
como nos moldes do Mapa-SV01, do Anexo II, desta Lei Complementar, nos lotes ou
glebas atingidos por previsão de abertura, prolongamento ou alargamento de via, ainda
não desapropriados, serão permitidas edificações em caráter provisório, não podendo
exceder a 1 (um) pavimento com altura de até 4,50m (quatro metros e meio) na faixa
atingida, respeitados os recuos e a taxa de ocupação previstos nesta norma.
§ 6º Nas áreas remanescentes decorrentes de recuos viários que não se
enquadrem nos critérios de aproveitamento autônomo, como forma de compensação
será garantida a possibilidade de utilizar o instrumento da Transferência do Direito de
Construir - TPC - relativo ao potencial da área atingida pela diretriz viária, nos termos
desta Lei Complementar.

Art. 81. Afastamento é a distância medida da face externa da edificação e as


divisas laterais e de fundos do lote.
§ 1º Os afastamentos das edificações serão definidos por linhas paralelas à
linha das divisas laterais e de fundos do lote, ressalvados o aproveitamento do subsolo e
a execução de saliências em edificações, nos casos previstos nesta Lei Complementar.

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§ 2º Não será admitido qualquer elemento construtivo da edificação, inclusive


os decorativos e de comunicação visual, que se projete para além dos limites frontais,
laterais e de fundos do terreno.
§ 3º Não serão permitidos quaisquer tipos de aberturas de iluminação ou
ventilação para as paredes alinhadas aos limites laterais e de fundos do terreno.
§ 4º Nos afastamentos laterais e de fundos, independentemente das
dimensões do lote, serão permitidas, ao nível do piso do térreo, abrigos de autos,
pergolados, marquises e passagens cobertas sem fechamento nas extremidades, desde
que, totalizadas, não ultrapassem a extensão de 6,00m (seis metros) e máximo 3,60m
(três metros e sessenta centímetros) de altura em relação ao nível do alinhamento ou
quando junto à divisa, e que permitam a iluminação e ventilação natural dos
compartimentos de utilização prolongada.
§ 5º No caso de lotes e glebas localizados em sopé de morros, patamares da
encosta ou em planícies alveolares, os afastamentos da edificação, em relação ao
talude imediatamente a montante, deverá ser definido por laudo geotécnico assinado por
responsável técnico ou ser de, no mínimo, 20,00m (vinte metros) de afastamento.
§ 6º Os afastamentos previstos no § 5º poderão ser reduzidos mediante obras
de contenção e segurança devidamente aprovadas pelo órgão competente, sem prejuízo
das exigências estabelecidas nesta Lei Complementar.
§ 7º Os subsolos aflorados poderão ocupar os afastamentos laterais e de
fundos, observando a altura máxima de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) em
relação ao alinhamento frontal tendo como cota base de referência o ponto médio do
meio-fio na testada.
§ 8º Até o terceiro pavimento, ou até 12,50 metros de altura, permite-se
afastamento zero quando não houverem aberturas, ou no mínimo 1,50 metros quando
houver; (Redação pela Lei Complementar nº 192/2022)
§ 9º Acima do terceiro pavimento ou 12,50 metros de altura, deve-se
considerar como afastamento mínimo laterais e fundos, os valores apresentados no
Anexo III - Tabelas de Índices Urbanísticos. (Redação pela Lei Complementar nº
192/2022)

Art. 82. Condicionantes Construtivos são um conjunto de elementos


relacionados à edificação, que definem padrões ou limites mínimos e máximos relativos
à área mínima da unidade autônoma residencial ou áreas comerciais/serviços ou ainda
limites de altura do bloco/conjunto que forma o embasamento.

Art. 83. Vaga de Garagem é um lugar próprio para se estacionar e guardar


veículos dentro de uma edificação ou terreno, vinculada sua quantidade a
condicionantes mínimos e máximos, relacionados com as tipologias das unidades
autônomas ou ao tipo de uso ou atividade.

Subseção II
Índices e Parâmetros Urbanísticos Especiais

Art. 84. Os edifícios destinados a postos de serviço e de abastecimento de


veículos deverão ter os seguintes recuos e afastamentos mínimos, medidos a partir da
edificação principal:
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I. 10,00m (dez metros) para o recuo frontal, até as ilhas de abastecimento e 5,00m
(cinco metros) até o limite da cobertura, sem prejuízo da observância de recuo
frontal superior exigível para o local;
II. 3,00m (três metros) para os afastamentos laterais e de fundos;
§ 1º No caso de lote de esquina, o posto de serviço e de abastecimento de
veículos deverá obedecer aos recuos frontais mínimos estabelecidos por esta Lei
Complementar, não podendo, em nenhum caso, ser inferior a 10,00m (dez metros) para
a via de maior importância e de 5,00m (cinco metros) para a via de menor importância,
medidos a partir da edificação principal, mediante manifestação do órgão competente, o
qual definirá o grau de importância de cada via no caso de terem igual classificação
viária.
§ 2º Fica proibido o rebaixamento de guia na linha normal à tangência da
esquina em 5 (cinco) metros para cada um dos lados.
§ 3º As marquises e coberturas dos aparelhos abastecedores dos postos aos
quais se refere este artigo deverão ser afastados 2,00m (dois metros) das divisas
laterais e de fundo.
§ 4º Os aparelhos (bombas) abastecedores e os tanques de armazenagem,
subterrâneos ou aéreos, deverão distar:
I. 5,00m (cinco metros), no mínimo, das divisas do lote;
II. 4,00m (quatro metros), no mínimo, de qualquer ponto da edificação, no caso de não
ficarem encostados nela.

Art. 85. As edificações para hipermercados, shoppings centers e lojas de


departamento, cuja área de ocupação da construção seja superior a 5.000m² (cinco mil
metros quadrados), deverão atender aos seguintes recuos e afastamentos mínimos:
I. 7,50m (sete metros e meio) para o recuo frontal;
II. 10,00m (dez metros) de afastamento em uma das laterais e 3,50 m (três metros e
meio) na outra;
III. 7,50m (sete metros e meio) para o afastamento de fundo.
Parágrafo único. Além das exigências oriundas do Estudo de Impacto de
Vizinhança - EIV - ou do Estudo de Geração de Tráfego - EGT, se houver, os acessos
para veículos de clientes e cargas deverão ser independentes, respeitadas as seguintes
condições:
I. Os estacionamentos internos de clientes deverão possuir área de acumulação de
veículos interna no acesso, antes das catracas ou guaritas e entre o alinhamento
frontal do terreno, de 1/40 (um quadragésimo) das vagas internas disponíveis;
II. O acesso de cargas deve estar distante dos acessos de veículos dos clientes e ter,
no mínimo, 5m (cinco metros) de largura e área de acumulação mínima, na parte
interna do terreno de 15m (quinze metros).

Art. 86. As edificações e as áreas destinadas à armazenagem de cargas,


depósitos ou praças de containers, inclusive terminais portuários e indústrias cuja área
de ocupação da construção ou das praças de container seja superior a 5.000 m² (cinco
mil metros quadrados), deverão atender aos seguintes recuos e afastamentos mínimos:
I. 15,00m (quinze metros) para o recuo frontal;
II. 2,50m (dois metros e meio) para as laterais;
III. 5,00 m (cinco metros) para o afastamento de fundo.
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Parágrafo único. Os acessos para veículos de cargas nos estacionamentos


ou pátios de manobra internos deverão ter área de acumulação de veículos no acesso,
antes das guaritas e entre o alinhamento frontal do terreno, de 1/1000 (um milésimo) de
área de armazenagem construída e/ou praças de containers, complementadas por
exigências oriundas do EIV ou EGT, se houverem.

Art. 87. As definições estabelecidas nesta Subseção - Dos Índices e


Parâmetros Urbanísticos Especiais, não eliminam exigências adicionais relativas à
reserva técnica de áreas de estacionamento, quando necessárias, em especial, para as
áreas de uso intensivo do público ou para a situações em que o estacionamento
privativo conflite com o uso do espaço público.

Subseção III
Cone de Sombreamento

Art. 88. O Cone de Sombra é o parâmetro que definiu o limite de alturas das
edificações e sua relação com o limite da sua projeção na praia, que é a projeção da
sombra da edificação no solo, medido no dia 31 de dezembro, ás 16h do horário de
verão ou 15h do horário global, que define os ângulos máximos compostos por uma
linha imaginária a partir do vértice mais alto da edificação.
§ 1º O ponto extremo do limite admitido para a sombra das edificações no
plano horizontal do solo será delimitado através de uma linha perpendicular da
edificação até o encontro dos pontos referenciados em coordenadas UTM, que limitam o
início da faixa da vegetação de restinga ou da faixa de areia quando não existir restinga
e a linha que delimita as infraestruturas existentes na orla, como vias, calçadões e
equipamentos existentes ou projetados.
§ 2º O ponto mais alto a ser considerado na edificação são os vértices que
projetam sua sombra perpendicularmente à praia, incluindo os fechamentos de
platibandas da cobertura e excetuando-se a projeções de caixas d’água, casa de
máquinas de elevadores, torres de resfriamento e outros equipamentos, desde que
estes elementos não excedam a 30% (trinta por cento) da taxa de ocupação relativa à
área perimetral do último pavimento útil.

Subseção IV
Áreas de Reserva Técnica Destinadas a Estacionamentos e Manobra de Veículos

Art. 89. Para as edificações que tenham por finalidade o uso público
intensivo, residencial multifamiliar, mista, de comércio e serviços e atividades
econômicas diversas, que sejam geradoras de demandas por estacionamento ou vagas
transitórias, deverão atender o que prevê a Tabela RTE-01, do Anexo VI, podendo a
Administração Pública Municipal solicitar, suplementarmente, outras medidas à
destinação de áreas de estacionamento e manobra de veículos, a fim de atender à
demanda concentrada ou a não utilização do espaço público para fins privativos, caso
não estejam sob a exigência de realização de Estudo de Geração de Tráfego – EGT.

TÍTULO IV
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PARCELAMENTO DO SOLO

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 90. O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante


loteamento, desmembramento, loteamento fechado, condomínio urbanístico ou edilício,
desdobro e/ou fracionamento, nos termos da Lei Federal nº 6.766, de 19 de dezembro
de 1979, para fins de edificação, observadas as disposições desta Lei Complementar e
da legislação municipal, estadual e federal pertinentes.

Art. 91. A abertura de sistema de circulação, parcelamento do solo ou


qualquer providência que implique em divisão de terras no Município de Balneário
Piçarras, só serão permitidos mediante prévio licenciamento pela Prefeitura Municipal e
deverão atender a todas as exigências contidas nesta Lei Complementar e na legislação
pertinente.

Art. 92. Não será permitido o parcelamento do solo ou implantação de


loteamento fechado e condomínio edilício horizontal nas seguintes situações:
I. Quando definido por Instrução Normativa ou Regulamento próprio;
II. Em terrenos situados fora do alcance dos equipamentos urbanos, nomeadamente
das redes públicas de abastecimento de água potável e de energia elétrica, salvo se
atendidas exigências específicas dos órgãos competentes;
III. Em Áreas de Proteção do Ambiente Natural, após detalhamento que resulte em
preservação permanente;
IV. Em imóveis dos quais resultem terrenos encravados ou lotes em desacordo com
padrões estabelecidos em lei;
V. Em terrenos onde as condições geológicas não aconselhem as edificações ou a
ocupação humana;
VI. Em áreas onde a poluição ambiental impeça condições sanitárias, salvo se houver
correções de acordo com as normas oficiais;
VII. Em terrenos que tenham sido aterrados com materiais nocivos à saúde pública, sem
que sejam previamente saneados;
VIII. Em terrenos declarados contaminados ou suspeitos de contaminação por materiais
nocivos ao meio ambiente e à saúde pública, assim constatado pelos órgãos
ambientais municipais, estaduais ou federais competentes, de acordo com a
legislação pertinente ou nos casos em que a presença destes materiais possa
constituir-se em risco a futuros moradores do referido imóvel.
§ 1º Para os efeitos do inciso I, do caput deste artigo, imóveis não protegidos
de inundações são os que estiverem localizados abaixo da maior cota de inundação (em
relação ao sistema oficial de referência de nível do Município) registrada na região;
§ 2º O projeto de parcelamento em área alagadiça ou sujeita a inundações,
quando permitido, somente poderá ser autorizado mediante a apresentação de laudo
técnico que ateste a eficiência da rede de macro e microdrenagem e a demonstração,
mediante projeto, de que a área estará fora da cota de cheias, documentos estes que
deverão estar acompanhados de declaração e Anotação de Responsabilidade Técnica -
ART - do responsável técnico que ateste a viabilidade de edificar no local.
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§ 3º Para efeitos do § 2º, deste artigo, as cotas de cheias serão determinadas


pelo órgão responsável no Município de Balneário Piçarras.
§ 4º O projeto de parcelamento em área com declividade de 30% (trinta por
cento) ou superior, de que trata o inciso V, do caput deste artigo, quando permitido,
somente poderá ser autorizada mediante a apresentação de laudo técnico que ateste a
estabilidade do terreno acompanhado de declaração e Anotação de Responsabilidade
Técnica - ART - do responsável técnico, que ateste a viabilidade de edificar no local.
§ 5º Para a reabilitação das áreas de que tratam os incisos VII e VIII, do caput
deste artigo, será necessária a apresentação de Laudo Técnico de Avaliação de Risco
que comprove a existência de condições ambientais aceitáveis para o uso pretendido no
imóvel, com acompanhamento de projeto de recuperação ambiental da área afetada,
ambos devidamente aprovados pelos órgãos ambientais competentes.

Art. 93. A elaboração do projeto de parcelamento do solo deve ser precedida


da fixação de diretrizes pelo Município.

Art. 94. A aprovação final do parcelamento ocorrerá depois de verificado o


cumprimento das exigências municipais.

Art. 95. Durante as obras do parcelamento é obrigatório manter, em local


bem visível, placa de, no mínimo, 1,50m x 3,00m, informando: nomes, títulos, registros,
endereços dos responsáveis técnicos pelo projeto e pela execução do parcelamento,
bem como o nome do empreendimento e sua área total, número total de seus lotes e do
respectivo alvará de licença para início do plano de loteamento.
Parágrafo único. Na placa de que trata o caput deste artigo, encimando os
requisitos elencados e em letras de maior destaque, deverá haver os seguintes dizeres:
I. No caso de loteamento:
“LOTEAMENTO EM EXECUÇÃO - SEM APROVAÇÃO FINAL E COMPETENTE
REGISTRO”
II. No caso de desmembramento em mais de 2 (dois) lotes:
“DESMEMBRAMENTO EM EXECUÇÃO - SEM APROVAÇÃO FINAL E
COMPETENTE REGISTRO”
III. No caso de loteamento fechado ou condomínio:
“LOTEAMENTO FECHADO EM OBRAS - SEM APROVAÇÃO FINAL E
COMPETENTE REGISTRO”
“CONDOMÍNIO EM OBRAS - SEM APROVAÇÃO FINAL E COMPETENTE
REGISTRO”

Art. 96. É obrigatório manter no local das obras de parcelamento, durante


toda a sua execução, um exemplar completo do projeto licenciado, com o respectivo
alvará de licença.

Art. 97. O Município de Balneário Piçarras não se responsabilizará pelas


diferenças que venham a ser encontradas nas dimensões, áreas ou formas de lotes, em
relação ao projeto de parcelamento licenciado.

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Art. 98. Os desenhos técnicos do projeto de parcelamento deverão obedecer


às prescrições da Associação Brasileira de Normas Técnicas - A.B.N.T., no que se
refere a formatos de papel, indicações de escalas e cotas, letras e algarismos, linhas,
representações gráficas e dobramentos, sendo que deverá haver em cada folha, no
canto direito inferior, um quadro com, no mínimo, os seguintes elementos:
I. Título do desenho;
II. Número de folhas;
III. Escala;
IV. Identificação do terreno, local e área;
V. Nome e endereço do proprietário do terreno e espaço para sua assinatura;
VI. Nome e endereço do autor do projeto e espaço para sua assinatura;
VII. Nome e endereço do responsável técnico e espaço para sua assinatura;
VIII. Espaço para aposição, pela Prefeitura, dos dizeres do licenciamento;
IX. A.R.T. - Anotação de Responsabilidade Técnica, pelo CREA, ou R.R.T – Registro de
Responsabilidade Técnica, pelo CAU.

Art. 99. A execução do loteamento dependerá de prévia licença do Município


de Balneário Piçarras, que será concedida ao interessado ou proprietário, em
consonância com as exigências desta Lei Complementar e de acordo com as seguintes
fases:
I. Certidão de Diretrizes de Uso de Solo e Parâmetros Urbanísticos: sua obtenção se
dará mediante requerimento do interessado ou proprietário, protocolado na
Prefeitura Municipal que, após análise de seu enquadramento nesta Lei
Complementar, expedirá o referido documento;
II. Projeto de Parcelamento: após a expedição da Certidão de Diretrizes e da obtenção
do licenciamento ambiental do respectivo projeto de parcelamento, o interessado ou
proprietário deverá apresentar os projetos relativos às obras de infraestrutura do
parcelamento, submetendo-os à aprovação preliminar da Prefeitura Municipal;
III. Alvará ou Licença de Execução: após a aprovação preliminar de que trata o inciso II,
deste artigo, o interessado ou o proprietário, deverá requerer a licença para
execução de locação topográfica para a terraplenagem e abertura do sistema de
circulação e locação topográfica das quadras e das áreas públicas do loteamento;
IV. Alvará de Equipamentos Urbanos: executados e aceitos os serviços de que trata o
inciso III, deste artigo, de acordo com o plano de implantação aprovado, o Município
de Balneário Piçarras expedirá o alvará de licença para execução dos equipamentos
urbanos exigidos.
§ 1º Depois de executadas as obras e serviços relativos a todas as fases de
que trata o presente artigo e uma vez recebidos na Prefeitura Municipal, o loteamento
será aprovado definitivamente, expedindo-se o competente Alvará de Aprovação Final.
§ 2º Para obtenção da Certidão de Diretrizes e do Alvará de Aprovação Final
do loteamento, caso o interessado não seja o titular do domínio do imóvel, exigir-se-á
sua autorização específica.

Art. 100. Para execução do projeto de desmembramento, o proprietário


deverá interpor requerimento na Prefeitura Municipal, a qual expedirá o respectivo alvará
de licença do desmembramento, caso tenham sido atendidas as exigências desta Lei
Complementar.
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SEÇÃO I
FORMAS DO PARCELAMENTO DO SOLO PARA FINS URBANOS

Art. 101. Parcelamento do solo é a divisão de gleba de terra em unidades


juridicamente independentes, dotadas de individualidade própria, ainda que titulada por
mais de um proprietário.

Art. 102. O parcelamento obedecerá às normas urbanísticas e ambientais


dispostas nesta lei e às exigências específicas a serem estabelecidas por meio da
licença urbanística ambiental integrada, sem prejuízo à legislação de outras esferas.
Parágrafo único. O parcelamento do solo em virtude de divisão de imóvel,
seja amigável ou judicial, inclusive quando praticada em inventário, também resta fadado
ao cumprimento das disposições firmadas pela presente norma.

Art. 103. O parcelamento do solo para fins urbanos, observado o zoneamento


de uso, será realizado nas formas de loteamento, desmembramento, loteamento
fechado, desdobro, condomínio urbanístico.
Parágrafo único. Será permitido o parcelamento integrado à edificação,
sendo este o parcelamento em que a construção das edificações nos lotes ou unidades
autônomas é feita pelo empreendedor, concomitantemente à implantação das obras de
urbanização.

Art. 104. Para efeitos da presente norma, aplicam-se as seguintes definições:


I. Loteamento - é a subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com
abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento,
modificação ou ampliação das vias existentes;
II. Desmembramento - é a subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com
aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de
novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou
ampliação dos já existentes;
III. Loteamento Fechado - é forma de parcelamento do solo urbano, feito com
fundamento nos preceitos estabelecidos pela Lei Federal nº 6.766/79, realizado por
uma associação de adquirentes dos lotes, que tem objetivos comuns, onde as áreas
privativas correspondem aos próprios lotes e as áreas de domínio público são de
uso comum da associação, por acordo ou cessão firmada com o município, onde os
adquirentes de lotes passam a administrá-los, sendo os sócios responsáveis pelo
custeio da manutenção das áreas de domínio público;
IV. Condomínio Urbanístico - é a divisão de imóvel em unidades autônomas destinadas
à edificação, às quais correspondem frações ideais, sendo admitida a abertura de
vias de domínio privado e vedada a de logradouros públicos dentro do perímetro do
condomínio, respeitando no que couber os dispositivos previstos na Lei Federal nº
4.591, de 16 de dezembro de 1964;
V. Fracionamento ou Desdobro - é a subdivisão de um lote em dois lotes, desde que
ambos atendam à área mínima de cada lote previsto no zoneamento, destinados à
edificação, com o aproveitamento do sistema viário existente, desde que não

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implique na abertura de novas vias, de logradouros públicos, nem no prolongamento


dos já existentes.
§ 1º Constitui loteamento a divisão de gleba com abertura de via prevista ou
projetada pelo município, sempre que originar lotes com testada para a respectiva via
projetada.
§ 2º Caso houver via projetada, localizada na testada ou no acesso do
loteamento ainda não implantada com infraestrutura de drenagem, pavimentação e
passeios, será responsabilidade do empreendedor/loteador a implantação da referida via
até o encontro ou ligação mais próximo ao sistema viário já implantado.

Art. 105. O parcelamento do solo observará o Macrozoneamento,


Zoneamento, os Índices e Parâmetros Urbanísticos, as Tabelas PS-01, PS-02 e PS-03,
além do traçado das vias públicas existentes e projetadas no Mapa SV-01 do PDDE-
Balneário Piçarras.
§ 1º Os projetos de parcelamento do solo devem abranger o imóvel titulado
em sua totalidade.
§ 2º O Poder Executivo poderá exigir a reserva de "faixa non-aedificandi"
destinada às vias urbanas que fazem parte do sistema viário básico e do sistema de
mobilidade urbana existente e projetado, aos equipamentos públicos urbanos vinculados
aos serviços de sua competência, sendo que os lotes nos quais incidirem estas
restrições ou condicionantes deverão apresentar dimensões tais que permitam a
edificação nos critérios estabelecidos nos Parâmetros Urbanísticos.
§ 3º As dimensões de "faixa non-aedificandi" estabelecidas no
Macrozoneamento e Zoneamento, previstas nesta Lei Complementar ou na legislação
federal e estadual, serão detalhadas pelo Poder Executivo no momento da análise
prévia.
§ 4º Para a aprovação de parcelamento do solo, o município poderá exigir EIV
- Estudo de Impacto de Vizinhança e EGT - Estudo de Geração de Tráfego, além das
exigências pertinentes à legislação ambiental, levando em conta a disponibilidade e
repercussão sobre a zona de vizinhança, o transporte público e a mobilidade urbana, o
acesso à escola, a disponibilidade de rede pública de saneamento ou a condição de
mitigação, caso a rede não esteja disponível, as condições físico-ambientais e outros
aspectos técnicos relevantes.
§ 5º Os empreendimentos de parcelamento do solo, na parcela que lhes
compete, deverão ter na sua concepção a permanência das condições hidrológicas
originais da bacia, através de alternativas de amortecimento da vazão pluvial,
respeitando as diretrizes determinadas pelo Plano Municipal de Macrodrenagem Urbana
do Município, a ser elaborado pelo Poder Executivo em até 24 (vinte e quatro) meses
após a presente Lei Complementar entrar em vigor.

Art. 106. Na Macrozona Rururbana poderão ser implantadas chácaras, sítios


de lazer, hotéis ou pousadas rurais de baixa densidade em forma de condomínios,
respeitados o número de economias permitidas no Zoneamento da Área Rururbana,
sendo esses núcleos residenciais voltados unicamente a esse fim.

Art. 107. Considera-se lote o terreno servido de infraestrutura básica cujas


dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos nesta Lei Complementar.
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Art. 108. Considera-se infraestrutura básica dos parcelamentos:


I. Sistema de abastecimento de água potável;
II. Soluções para o esgotamento sanitário;
III. Sistema de drenagem de águas pluviais;
IV. Sistema de iluminação pública;
V. Rede de energia elétrica;
VI. Arborização de, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) da extensão das vias
públicas;
VII. Pavimentação e nivelamento dos passeios públicos;
VIII. Pavimentação das vias públicas, no mínimo, em lajotas de concreto intertravadas,
incluindo a sinalização viária regulamentar;
IX. Previsão dos dispositivos de acessibilidade para as pessoas com deficiência e com
mobilidade reduzida, em todas as esquinas.
§ 1º Os percentuais de áreas públicas destinadas no parcelamento do solo,
bem como os padrões e normas técnicas pertinentes, devem atender ao disposto
Tabelas PS-01, PS-02 e PS-03.
§ 2º Os equipamentos públicos comunitários são aqueles destinados ao lazer,
cultura, assistência social, educação, saúde e segurança, sendo que os dois últimos são
de caráter local.
§ 3º O parcelamento do solo que originar sistema viário deverá ser objeto de
diretrizes expedidas pela Secretaria Municipal de Planejamento, obrigatoriamente
conectando-se ao sistema viário existente, evitando descontinuidade viária e
obedecendo as seguintes dimensões por categoria:
QUADRO DAS DIMENSÕES VIÁRIAS – PARCELAMENTO DO SOLO

Ciclovia
Largura mínima dos Caixa da Via de Canteiro
ou Total
Tipo de Via Passeios Rolamento Central
Ciclofaixa (m)
(m) (m) (m)
(m)

LOCAL 2,00 (por faixa) 8,00 - 0,00 12,00

COLETORA 1 2,00 (por faixa) 12,00 2,00 0,00 18,00

COLETORA 2 3,00 (por faixa) 12,00 0,00 0,00 18,00

ARTERIAL 4,00 (por faixa) 16,00 2,00 0,00 26,00

ESTRUTURAL 3,00 (por faixa) 10,00 (por faixa) 2,00 2,00 30,00

Observação: Para os eixos viários projetados, deverá ser observada o Mapa – SV-01

§ 4º O parcelamento do solo que se localize entre áreas urbanas


consolidadas deverá dispor de, pelo menos, uma via coletora ou arterial de conexão
entre as respectivas áreas vizinhas, articulada com o sistema viário projetado ou
existente, sem criar descontinuidade viária.

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§ 5º O parcelamento do solo em áreas periféricas à área urbanizada,


contíguos ou não a parcelamentos existentes, aprovados ou em fase de aprovação,
deverão prever, pelo menos uma via coletora ou arterial de ligação com o sistema viário
existente ou projetado de forma a dar continuidade ao sistema viário.
§ 6º Os projetos de parcelamento deverão obedecer às diretrizes viárias
expedidas pela Secretaria de Planejamento, prevendo no projeto e na implantação,
prioritariamente, a execução da via coletora ou arterial antes das demais vias locais.

Art. 109. Para efeito da caracterização da modalidade de parcelamento do


solo urbano, são consideradas vias públicas aquelas oficializadas, projetadas,
implantadas ou pavimentadas pelo Poder Público.

Art. 110. As áreas destinadas a equipamentos urbanos e comunitários, ao


sistema de circulação e a espaços livres de uso público devem constar no projeto de
loteamento e no memorial descritivo, cujas condicionantes estão definidas no Anexo V,
Mapa SV-01 e Mapa SV-02.

Art. 111. No ato do registro do loteamento, passam a integrar o domínio do


Município de Balneário Piçarras as áreas a que se refere o Art. 109.

Art. 112. Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos na
Macrozona Urbana e Macrozona Rururbana ou de urbanização específica, nos moldes
delineados pelo PDDE-Balneário Piçarras ou aprovadas por lei municipal específica.

Art. 113. No projeto de parcelamento do solo, devem ser demarcadas como


de interesse ambiental:
I. Áreas não parceláveis, de acordo com a Lei Federal nº 6.766, de 19 de dezembro de
1979, que serão identificadas no projeto de parcelamento do solo como Unidades de
Preservação - UPs;
II. Áreas não edificáveis, entendidas como de interesse ambiental, de acordo com as
áreas definidas no zoneamento desta Lei Complementar e na legislação federal e
estadual.
§ 1º As áreas a que se refere o inciso I, do caput deste artigo, podem ser
agregadas ou integradas a 1 (um) lote ou ao conjunto de lotes aprovados, sendo
identificadas e descritas nas certidões de origem.
§ 2º Configurada a hipótese prevista no §1º, deste artigo, as áreas não
parceláveis não geram potencial construtivo, bem como não são consideradas para a
aferição do número de unidades habitacionais admitidas no lote ou no conjunto de lotes.

Art. 114. Os parcelamentos devem atender às seguintes condições:


I. A extensão máxima da somatória das testadas de lotes ou terrenos contíguos
compreendidos entre duas vias transversais não pode ser superior a 200m
(duzentos metros);
II. Os lotes devem ter área mínima e máxima estabelecida para cada Macrozona ou
Zona;
III. É obrigatória a reserva de faixas “não edificáveis” estabelecidas pela Prefeitura
Municipal e/ou órgão ambiental competente:
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a) ao longo de águas correntes ou dormentes, com largura mínima de 15,00m


(quinze metros) em cada lado, a partir da margem ou aquilo que estiver definido
no Zoneamento Ecológico Econômico ou no Plano Municipal de Macrodrenagem;
b) num raio mínimo de 50m (cinquenta metros) ao redor de nascentes ou olhos
d'água, ainda que intermitentes;
IV. O plano de arruamento deve ser elaborado considerando as condições topográficas
locais e observando as diretrizes do sistema viário e a condição mais favorável à
insolação dos lotes;
V. As vias previstas no plano de arruamento do loteamento devem ser articuladas com
as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizadas com a
topografia local.
§ 1º Os lotes lindeiros às faixas rodoviárias devem ter área mínima de acordo
com o zoneamento específico da área.
§ 2º São admitidos lotes com área superior a 10.000 m² (dez mil metros
quadrados), observados os critérios e limites estabelecidos para o parcelamento ou para
o condomínio urbanístico.
§ 3º São admitidos na Macrozona Rururbana, lados de quarteirões com
extensão superior à prevista no inciso I, do caput deste artigo, nos casos em que a
natureza do empreendimento demande grandes áreas contínuas e desde que suas vias
circundantes se articulem com as adjacentes, observados os critérios estabelecidos para
o parcelamento.
§ 4º Além das previstas no caput, devem ser respeitadas as seguintes
condições:
I. Os lotes devem confrontar-se com via pública, vedada a frente única ou exclusiva
para vias de pedestres, exceto nos casos de loteamentos ocorridos em ZEIS;
II. Os parcelamentos realizados ao longo dos locais onde devam ser reservadas faixas
de domínio público para rodovias estaduais, federais e municipais, dutos, torres e
galerias de redes públicas, terão faixa “non aedificandi” com, no mínimo, 15,00m
(quinze metros) de largura de cada lado das faixas de domínio, ressalvadas
exigências superiores definida por norma ou regulamento específico;
III. Aos projetos de parcelamento realizados ao longo de águas canalizadas do sistema
de Macrodrenagem, é obrigatória a reserva, em cada lado, a partir de sua margem,
de faixa de segurança “non aedificandi”, cujas dimensões serão estabelecidas pelo
Plano Municipal de Macrodrenagem, de no mínimo 2,50m (dois metros e meio) até o
máximo de 15,00m (quinze metros) de largura.
§ 5º As áreas “non aedificandi” devem ser identificadas na planta de
aprovação do parcelamento.

Subseção I
Loteamento e Desmembramento

Art. 115. No parcelamento do solo em forma de loteamento serão destinadas


áreas à malha viária, à infraestrutura básica e à implantação de equipamentos públicos
urbanos e comunitários, obedecendo ao traçado e ao regime urbanístico estabelecidos
pelo PDDE-Balneário Piçarras.

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Art. 116. A malha viária deverá obedecer à rede de estrutura viária básica e a
outros critérios técnicos segundo a capacidade e a função da via, definidos pela
municipalidade.

Art. 117. As áreas e dimensões mínimas dos lotes deverão obedecer aos
parâmetros estabelecidos nas Macrozonas e Zonas, consoante previsto no Anexo VII,
desta Lei Complementar.

Art. 118. A infraestrutura básica para a realização do parcelamento do solo


sob forma de loteamento respeitará, no mínimo, os ditames estabelecidos no Art. 107.

Art. 119. O Município de Balneário Piçarras, no ato da consulta prévia, deverá


indicar:
I. O arruamento que faz parte da rede de estrutura viária básica projetada, se houver,
condicionante que o empreendedor ou loteador deverá respeitar;
II. As áreas mais propícias à localização dos equipamentos públicos, condicionante
que o empreendedor ou loteador deverá adequar dentro do projeto;
III. Sistema ou rede de macrodrenagem projetado ou previsto no Plano de
Macrodrenagem do Município.

Art. 120. Será reservada e entregue ao Município, sem ônus para este:
I. Parcela da área loteável que terá destinação pública, para o sistema de circulação e
para a implantação de equipamentos urbanos e comunitários, conforme estabelecido
no Mapa SV-01 e Mapa SV-02;
II. Do total de área pública a ser entregue ao Município, deduzidas as áreas destinadas
ao sistema de circulação, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) de sua área será
reservada à implantação de equipamentos comunitários em que possa ser inscrito
um círculo com raio mínimo de 10,00m (dez metros);
III. Deduzidas as áreas destinadas ao sistema de circulação, naquelas reservadas para
os equipamentos comunitários deverão ser mantidas a cobertura vegetal existente
até que o Município lhes dê destinação, salvo determinação expressa do órgão
municipal competente;
IV. A localização da área a ser reservada para equipamento comunitário nas diretrizes
do loteamento, que será determinada pelo órgão municipal competente, de modo a
integrá-la harmonicamente à estrutura urbana.
§ 1º As áreas de destinação pública reservadas para equipamentos públicos e
comunitários deverão ser localizadas dentro dos limites da área do parcelamento do
solo.
§ 2º As áreas de destinação pública reservadas para áreas verdes ou praças
poderão ser localizadas fora dos limites da área do parcelamento do solo, desde sejam
formalizadas através de termo de ajuste específico, para que integrem cota parte de um
projeto urbano, nas proximidades do parcelamento do solo, voltados à implantação de
praça pública, parques municipais ou áreas verdes de domínio público.

Art. 121. Nos loteamentos em que as ruas projetadas pelo empreendedor


estiverem localizadas junto às divisas da gleba, deverá ser somada à área pública da
via, no limite da gleba, uma faixa de terra com largura de 7,50m (sete metros e meio).
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Art. 122. No parcelamento do solo em forma de desmembramento, cuja área


ou lote a ser desmembrado não tenha sido parte de um loteamento já aprovado
anteriormente, deverá ser destinada área de 15% (quinze por cento) para implantação
de infraestrutura básica e de equipamentos públicos urbanos e comunitários,
obedecendo ao regime urbanístico estabelecido pelo PDDE-Balneário Piçarras.
Parágrafo único. Estarão isentos da reserva dos 15% (quinze por cento) de
área destinada para implantação de infraestrutura básica e de equipamentos públicos
urbanos e comunitários os desmembramentos cuja área da reserva seja inferior ao lote
mínimo da zona em que estiver contido.

Art. 123. No parcelamento do solo de interesse social, localizado em ZEIS,


executado pelo Poder Público ou com a sua interveniência, quando executado pela
iniciativa privada, poderão ser admitidos parâmetros diferenciados, definidos quanto à
destinação de áreas públicas e à urbanização.
§ 1º Em parcelamento do solo de interesse social, o lote mínimo admitido terá
125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) de área e testada mínima de 6,00m
(seis metros), podendo ser aceita a implantação de infraestrutura mínima a ser
regulamentada por decreto.
§ 2º No que se refere às ZEIS, a regularização de parcelamento do solo
considerará como padrão, os parâmetros identificados no cadastro realizado em campo
(Ad corpus).

Art. 124. A aprovação de projeto de parcelamento do solo ocorrerá no prazo


máximo de 90 (noventa) dias, a contar da data de apresentação dos projetos
urbanísticos e complementares - quando necessários - desde que, dentro deste prazo,
sejam cumpridas pelo empreendedor todas as determinações legais.
§ 1º Na hipótese de necessidade de complementação de documentação ou
realização de diligência, o prazo fixado no caput será contado da data do pleno
atendimento da solicitação.
§ 2º Aprovado o projeto de parcelamento do solo, o interessado deverá
submetê-lo ao Registro Imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de
caducidade.

Art. 125. A execução das obras constantes do projeto de loteamento deve ser
garantida por depósito, confiado ao Município, do valor a elas correspondente,
calculados com base em valores unitários de tabelas oficiais e devidamente assinados
pelo proprietário ou empreendedor e pelo responsável técnico do orçamento, da
seguinte forma:
I. Em dinheiro;
II. Em títulos da dívida pública;
III. Por fiança bancária;
IV. Por vinculação a imóvel, no local ou fora dele, feita mediante instrumento público.
§ 1º Cumprido o cronograma de obras, o depósito poderá ser restituído, até o
máximo de 70% (setenta por cento), no momento da liberação do loteamento, depois de
feita vistoria pelas concessionárias de serviço público e pela prefeitura, quanto à

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infraestrutura (água, esgoto, drenagem, energia elétrica, iluminação pública e sistema


viário).
§ 2º A critério da Administração Pública Municipal, o depósito previsto no
caput pode ser liberado parcialmente à medida em que as obras de urbanização forem
executadas e recebidas pelas concessionárias de água, esgoto e energia, respeitado o
limite previsto no § 1º.
§ 3º O restante do depósito - 30% (trinta por cento) - deve ser restituído 1
(um) ano após a liberação do loteamento, se atendidos os preceitos do § 1º.

Art. 126. Desde a data de registro do parcelamento do solo no Cartório de


Registro de Imóveis, passam a integrar o domínio do Município as vias e outros
equipamentos públicos urbanos e comunitários constantes do projeto e do memorial
descritivo.
Parágrafo único. Desde a aprovação do parcelamento do solo, as áreas
referidas no caput não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, salvo nas
hipóteses de caducidade do ato de aprovação, cancelamento do registro de loteamento
ou alteração do loteamento registrado, nos termos dos Artigos 18, 23 e 28 da Lei
Federal nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979.

Subseção II
Loteamento Fechado

Art. 127. Loteamento Fechado para fins residenciais é a forma de


parcelamento prevista na Lei nº 6.766/79, sendo que as vias públicas internas são objeto
de concessão, permissão ou autorização de uso outorgada pelo Poder Público Municipal
a uma associação constituída pelos proprietários.
§ 1º Empreendimentos desta natureza deverão conter 35% (trinta e cinco por
cento) da área para fins de implantação de arruamentos, áreas institucionais e de lazer,
sendo, no mínimo, 20% (vinte por cento) para arruamentos e 15% (quinze por cento)
definidos externa ou internamente à área a ser loteada, para fins institucionais e de
lazer, conforme as diretrizes específicas para este fim e expedidas pelo Município.
§ 2º A associação-concessionária, mencionada no caput deste artigo, deve
ser uma sociedade civil devidamente regularizada.
§ 3º O acesso à área fechada será controlada através de faixas de aceleração
e desaceleração.

Art. 128. A associação que será formada pelos proprietários, fará constar de
seu estatuto, cláusula expressa de sua responsabilidade administrativa pela execução
de obras e seu custo com a manutenção e dos serviços urbanos realizados na área
interna e externa do loteamento, exceto do espaço das áreas institucionais externas ao
loteamento.

Art. 129. O empreendedor deverá encaminhar pedido para expedição de


diretrizes básicas, indicando o lote, tipo de parcelamento e declarando estar ciente de
que o empreendimento deverá obedecer aos requisitos estabelecidos na legislação
relativa à matéria.

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Parágrafo único. Nos casos de empreendimentos localizados em áreas que


exijam acesso não implantado, o ônus deste cabe ao empreendedor.

Art. 130. O empreendimento deve localizar-se na área urbana ou em área


rururbana ou, ainda, zona de urbanização específica, com área de declividade inferior a
30% (trinta por cento), delimitadas pelo Plano Diretor.

Art. 131. Fica o Poder Executivo autorizado a outorgar concessão de uso das
áreas destinadas às vias de circulação para devido registro do Loteamento Fechado,
após a aprovação do loteamento pelo órgão competente.
Parágrafo único. Caberá ao loteador averbar junto às Matrículas das áreas
vendidas, no Cartório de Registro de Imóveis, a cedência dos direitos sobre as áreas à
associação de proprietários, a partir de sua constituição, desde que concluídas as obras
de infraestrutura obrigatórias por Lei.

Art. 132. No termo de concessão de uso, a ser firmado entre o Município de


Balneário Piçarras e a respectiva associação dos proprietários, constarão, entre outras,
cláusulas destinadas ao controle do acesso, sendo vedado o impedimento à execução
dos seguintes serviços:
I. Poda e manutenção das árvores;
II. Implantação e manutenção das áreas verdes e de lazer;
III. Remoção de lixo interno e resíduos sólidos em geral, com a guarda em
compartimento fechado, de acordo com as normas do órgão ambiental municipal,
nos locais indicados pelo Poder Público para entrega ao serviço de limpeza pública;
IV. Manutenção das vias de circulação;
V. Manutenção da rede de iluminação pública;
VI. Execução dos serviços de segurança dentro dos limites do loteamento;
VII. Implantação de sistema de coleta de esgoto, até o ponto de ligação com a rede
pública;
VIII. Implantação de sistemas autônomos de captação e tratamento de água potável e de
tratamento de esgoto em caso de inexistência de redes públicas nas proximidades
do loteamento;
IX. Manutenção e limpeza das vias e das áreas públicas internas, externas e de fundo
de vale.
Parágrafo único. O acesso de que trata o caput deste artigo deve ser
permitido ao público em geral, independentemente de prévia autorização, desde que os
indivíduos estejam devidamente identificados.

Art. 133. O Município de Balneário Piçarras é responsável pela determinação,


aprovação e fiscalização das obras e serviços de manutenção dos bens públicos
inseridos no Loteamento Fechado, devendo constar no instrumento de concessão de
uso (Escritura Pública de Concessão de Direito Real de Uso) todos os encargos da
concessionária relativos à destinação, ao uso, à ocupação, à conservação e à
manutenção dos bens públicos objetos da concessão.
Parágrafo único. Havendo omissão da associação dos proprietários, a
prestação dos serviços poderá ser feita pelo município, com as seguintes
consequências:
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I. Rescisão da concessão de uso;


II. Extinção da característica de loteamento fechado;
III. Imposição de multa correspondente a 100% (cem por cento) do valor do imposto
predial e territorial urbano devido no último exercício, incidente sobre todos os lotes
pertinentes ao loteamento.

Art. 134. As despesas referentes às sinalizações viárias, bem como as


informativas e de identificação dos bens públicos municipais são de responsabilidade da
associação de proprietários.

Art. 135. Após a liberação do loteamento, a utilização das áreas públicas


internas, respeitados os dispositivos legais vigentes e enquanto perdurar a concessão
de uso, poderá ser objeto de regulamentação própria a ser estabelecida pela associação
dos proprietários.

Art. 136. As divisas da área a ser fechada, lindeiras às vias e logradouros


públicos, receberão tratamento paisagístico proposto pelo loteador ou pela Associação
dos Proprietários e aprovados pela Prefeitura, sendo da Associação a responsabilidade
de conservação deste tratamento paisagístico.

Art. 137. É vedado o fechamento de bens públicos municipais, quando o


traçado viário principal, fixado pelas diretrizes, ligar loteamentos abertos entre si,
devendo as vias, assim caracterizadas, serem liberadas para o tráfego.
Parágrafo único. O loteamento a ser formado deverá adequar-se ao
estabelecido na Lei Municipal do Sistema Viário e não poderá interromper a
continuidade de vias estruturais, arteriais e coletoras.

Art. 138. Lotes de natureza não residencial não serão permitidos nas áreas a
serem fechadas dos loteamentos previstos nesta subseção, podendo apenas
localizarem-se na área externa e serem destinados exclusivamente à atividade de apoio
residencial, tais como: padarias, farmácias, mercados e afins.

Art. 139. Todos os investimentos efetuados nas áreas objeto de concessão


de uso do loteamento integram o patrimônio público, não gerando aos proprietários,
após o término da concessão de uso, qualquer direito indenizatório.

Art. 140. Aplicam-se aos casos previstos nesta Lei Complementar todos os
dispositivos estabelecidos no Código de Obras e suas alterações, referentes ao uso e
ocupação do solo, que não conflitarem com esta norma, bem como os previstos na
legislação estadual e federal pertinentes.

Art. 141. Além dos documentos previstos na Lei Federal nº 6.766/79, os


loteadores deverão apresentar, para registro no Cartório de Imóveis, o contrato de
concessão de uso das áreas públicas, o qual será expedido pelo município,
concomitante e separadamente do Decreto de aprovação do loteamento fechado.

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Art. 142. Os contratos-padrão de promessa de compra e venda de lotes


deverão conter, além dos requisitos previstos no Art. 26, da Lei nº 6.766/1979, cláusula
específica de ciência do compromissário comprador sobre os direitos e obrigações da
concessão de uso de áreas públicas.

Art. 143. Deverá ser levada para arquivamento no Cartório de Registro de


Imóveis, juntamente com os documentos dos loteamentos, a minuta do futuro
regulamento de uso das áreas públicas da associação de proprietários.

Art. 144. Os proprietários dos lotes do Loteamento Fechado, vislumbrando a


obtenção da cessão dos direitos de concessão de uso das áreas públicas, deverão
constituir associação de proprietários, com personalidade jurídica própria, devidamente
registrada em todos os órgãos competentes.

Subseção III
Condomínio Edilício Urbanístico

Art. 145. Condomínio Edilício Urbanístico é a modalidade de divisão de


terreno ou gleba em unidades autônomas, que venham acompanhadas das edificações
unifamiliares ou multifamiliares, classificadas como:
I. Condomínio Edilício Horizontal de Casas: é compreendido por um conjunto de casas
ou unidades isoladas ou geminadas, implantadas sobre terrenos divididos em
frações privativas, onde há vias de circulação interna para se chegar às unidades,
nos quais é reservada, geralmente, uma área de quintal, como parte da área
privativa;
II. Condomínio Edilício Horizontal de Prédios: é compreendido por um conjunto de
torres ou blocos, implantados sobre terrenos divididos em frações privativas, onde
há vias de circulação interna para se chegar às unidades (blocos ou torres) e
bolsões de estacionamento;
III. Condomínio Edilício de Galpões: é compreendido por um conjunto de galpões ou
blocos de comércio e serviços, implantados sobre terrenos divididos em frações
privativas, onde há vias de circulação interna para se chegar às unidades (galpões
ou blocos) e bolsões de estacionamento.

Art. 146. A divisão de terreno ou gleba em unidades autônomas


correspondem a frações ideais, sendo admitida a abertura de vias de domínio privado e
vedada a de logradouros públicos internamente ao perímetro do condomínio.

Art. 147. O projeto urbanístico deverá contemplar o percentual mínimo de


20% (vinte por cento) da área do empreendimento para uso comum dos condôminos,
dos quais, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) serão destinados ao lazer e recreação,
e, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) destinados a reflorestamento e/ou
manutenção da mata nativa.

Art. 148. No Condomínio Edilício Urbanístico será exigido controle de acesso


por guarita, portaria, bem como o fechamento do perímetro por cerca ou muro.

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Art. 149. O Condomínio Urbanístico que possuir área total igual ou maior que
10.000 m² deverá reservar percentual de 10% (dez por cento) do total da área a ser
destinada à implantação de infraestrutura básica e de equipamentos públicos urbanos e
comunitários.
Parágrafo único. As áreas destinadas ao uso público em condomínios
urbanísticos devem estar situadas fora do perímetro fechado e podem, a critério do
Poder Público, situar-se em outro local dentro do perímetro urbano distante, no máximo,
em 1.500m (mil e quinhentos metros) do condomínio originário.

Art. 150. O Condomínio Edilício Urbanístico deverá respeitar os mesmos


limites e usos permitidos no zoneamento e o lote ou fração ideal privativa deve respeitar
os índices e parâmetros urbanísticos do Município na área onde for implantado,
especialmente quanto:
I. Limites a padrões estabelecidos no parcelamento e ocupação do solo;
II. Modalidades de parcelamento admissíveis para cada zona;
III. Articulação com o desenho urbano, em especial, à estruturação do sistema viário,
não criando obstáculos à conexão do território;
IV. Manutenção e conservação dos recursos hídricos e ambientais.

Art. 151. A implantação de Condomínio Edilício Urbanístico tem como


condicionantes:
I. Não ultrapassar a 200m (duzentos metros) de testada total numa mesma via,
individualmente ou quando somado a um condomínio contíguo;
II. Não estar a menos de 100m (cem metros) de um condomínio urbanístico, ou entre
conjunto de empreendimentos contíguos, se excedidos os limites estabelecidos no
inciso I;
III. A extensão murada, de frente para a via pública, não pode ultrapassar a 200m
(duzentos metros) de distância e 2,5m (dois metros e meio) de altura;
IV. A murada ou cercamento deverão estar afastados do limite frontal do terreno em, no
mínimo, 3m (três metros) além da faixa do passeio, a serem destinados para o
ajardinamento, arborização e paisagismo;
V. Conter integração com o sistema viário existente ou projetado, permitindo a
mobilidade urbana e o acesso a equipamentos comunitários;
VI. Dispor de dois pontos de acesso que permitam ser utilizados como rota de fuga ou
rota de desvio em caso de necessidade e urgência pública;
VII. Dispor de toda a infraestrutura necessária para as finalidades que foi estruturado,
em especial, a disponibilidade de abastecimento de água potável, energia elétrica,
tratamento integral de esgoto sanitário ou ligado a rede de coleta pública quando
houver, devidamente aprovados nas respectivas concessionárias de serviço público,
sendo que todos os projetos devem ser elaborados por profissional legalmente
habilitado, com anotação de responsabilidade técnica correspondente.
Parágrafo único. Inexistindo as condições elencadas no presente Artigo, fica
vedada a concessão de licença para a implantação de condomínios urbanísticos.

Art. 152. Compete exclusivamente aos condomínios, com relação às suas


áreas internas:
I. A coleta de lixo;
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II. A distribuição da rede de água;


III. A distribuição da rede de energia elétrica;
IV. A iluminação do sistema viário interno;
V. A coleta e tratamento do esgoto sanitário;
VI. A execução e a manutenção da infraestrutura;
VII. A instalação de rede e equipamentos de prevenção e combate a incêndios,
conforme projeto elaborado por profissional legalmente habilitado e com anotação
de responsabilidade técnica.

Subseção IV
Desdobro ou Fracionamento Do Lote

Art. 153. O desdobro ou fracionamento do lote será admitido somente nos


casos em que os lotes provirem das seguintes situações:
I. Divisões Inter vivos celebradas anteriormente à vigência desta Lei Complementar;
II. Desmembramentos oriundos de alienações de partes de imóveis;
III. Decorrentes de escrituras públicas ou particulares, quando inscritas em Cartório de
Títulos e Documentos, relativas a compromissos, promessas de cessão integral de
compromisso de compra e venda, formalizados anteriormente à vigência desta Lei
Complementar.

Art. 154. O desdobro ou fracionamento do lote somente poderá ser


autorizado se as frações de lotes decorrentes do desdobro tenham área igual ou maior
ao lote mínimo exigido no zoneamento.

Art. 155. O desdobro de lotes ou fracionamento, quando vinculado a projetos


de edificação, será aprovado simultaneamente com a aprovação do projeto, desde que
os lotes resultantes do desdobro ou fracionamento atendam às dimensões mínimas para
o zoneamento de uso no qual se localizem.

Subseção V
Modificação do Parcelamento

Art. 156. Modificação de parcelamento é a alteração das dimensões de lotes


pertencentes a parcelamento aprovado que implique a redivisão de parte ou de todo o
parcelamento, sem alteração do sistema viário, dos espaços livres de uso público ou das
áreas destinadas a equipamentos urbanos e comunitários.
Parágrafo único. No caso de modificação de parcelamento, é permitida a
regularização de parte de lote sem a participação no processo dos proprietários das
demais partes, desde que a forma, as dimensões e a localização da parte em questão
estejam clara e corretamente caracterizadas no respectivo registro.

Subseção VI
Reparcelamento

Art. 157. Reparcelamento é a reformulação da divisão de parte ou de todo o


parcelamento do solo que implique alteração do sistema viário, dos espaços livres de
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uso público ou das áreas destinadas à instalação de equipamentos urbanos e


comunitários.
§ 1º A desafetação do domínio público relativa ao reparcelamento depende de
prévia avaliação e de autorização legislativa.
§ 2º No reparcelamento é obrigatória a manutenção do percentual de área
transferida ao Município no parcelamento original, a não ser que inferior ao mínimo
exigido nesta Lei, que deve ser respeitado.
§ 3º Pode o reparcelamento objetivar a implantação de condomínio
urbanístico em parcelamento aprovado.
§ 4º Aplicam-se ao reparcelamento, no que couber, as regras previstas para
loteamento.

Art. 158. O Poder Executivo somente pode deferir requerimento de


reparcelamento em que haja previsão de urbanização compatível com o novo
parcelamento proposto. (Revogado pela Lei nº 194/2022)

TÍTULO V
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBANA E DE GESTÃO AMBIENTAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 159. Os instrumentos de política urbana e gestão ambiental serão


utilizados para a efetivação dos princípios e objetivos deste PDDE - Balneário Piçarras
em consonância com o que preconiza a Lei nº 10.257/2001 – Estatuto das Cidades.
Parágrafo único. As intervenções no território do Município de Balneário
Piçarras poderão conjugar a utilização de dois ou mais instrumentos de política urbana e
de gestão ambiental, com a finalidade de atingir os objetivos do processo de
urbanização previsto para o território.

Art. 160. Para o planejamento, controle, gestão e promoção do


desenvolvimento urbano, o Município de Balneário Piçarras adotará, dentre outros,
instrumentos indutores da Função Social da Propriedade, na forma da lei, podendo para
isto exigir do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que
promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I. Parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
II. Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU - Progressivo no Tempo;
III. Desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública.

Art. 161. Compete aos órgãos públicos formuladores da política urbana e


habitacional, o monitoramento permanente e a elaboração de relatórios anuais, dos
imóveis que não estejam cumprindo a Função Social da Propriedade, nos termos
previstos nesta Lei Complementar, além das demais medidas legais cabíveis, devendo
este controle incluir, no mínimo, as seguintes ações:
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I. Identificar, mediante levantamento e relatório detalhado, as áreas ou propriedades


caracterizadas pelo não cumprimento da Função Social da Propriedade;
II. Notificar os proprietários dos imóveis identificados como não cumpridores da Função
Social da Propriedade para que tomem providências no sentido de dar efeito ao
cumprimento das diretrizes que preconiza esta norma, tomando as providências
jurídicas e administrativas necessárias à sua regularização, definindo, para tanto, um
prazo limite;
III. Fiscalizar o cumprimento dos prazos e diretrizes dos projetos que visem à
regularização dos imóveis notificados, mencionados no inciso II;
IV. Encaminhar aos órgãos competentes o prosseguimento do procedimento descrito no
inciso II, para tomada de providências sobre os imóveis cujos proprietários foram
notificados e cuja regularização não tenha sido efetuada no prazo determinado;
V. Publicar, em diário oficial, os imóveis que serão objeto de uma das penas definidas
no parágrafo único deste artigo, bem como no Art. 159;
VI. Passado o prazo de manifestação, providenciar junto aos Cartórios de Registro de
Imóveis as competentes averbações nas matrículas dos imóveis irregulares.
Parágrafo único. A notificação de que trata o inciso II, deste artigo, impõe ao
proprietário, pela ordem:
a) a obrigação de que o imóvel seja parcelado, edificado ou utilizado;
b) a aplicação do instrumento denominado IPTU Progressivo no Tempo;
c) a desapropriação-sanção - que é a desapropriação com pagamento em títulos da
dívida pública e critérios diferenciados de avaliação em relação à “justa e prévia
indenização em dinheiro”.

SEÇÃO I
PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO E UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIA

Art. 162. São consideradas passíveis de aplicação dos instrumentos


indutores da Função Social da Propriedade os imóveis não edificados, subutilizados, ou
não utilizados localizados nas seguintes partes do território:
I. Macrozona da Orla Vocacionada I - MOV-I;
II. Macrozona de Ocupação Vocacionada II - MOV II;
III. Macrozona de Qualificação Urbana Vocacionada - MQUV;
IV. Macrozona Urbana Consolidada - MUC;
V. Perímetro das Áreas de Operação Urbana Consorciada;
VI. Para glebas ou lotes com área superior a 20.000m² (vinte mil metros quadrados)
dentro da Área Urbana;
VII. Em todas as áreas do Município nas quais não incide o IPTU, ressalvadas as áreas
efetivamente utilizadas para a exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal ou
agroindustrial.

Art. 163. São considerados imóveis não edificados os lotes e glebas baldios,
com área superior à área mínima do lote prevista para a Macrozona e ainda quando a
edificação existente seja inferior ao coeficiente de aproveitamento mínimo estabelecidos
nas tabelas de Índices e Parâmetros Urbanísticos - IPU.
§ 1º As obrigações estabelecidas por esta lei aos proprietários de imóveis
caracterizados no caput não serão aplicadas enquanto o terreno não tiver acesso à
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infraestrutura básica, assim definida pela legislação federal de parcelamento do solo


urbano, ressalvados os casos em que os equipamentos urbanos ali estabelecidos
possam ser exigidos no processo de licenciamento.
§ 2º A tipificação estabelecida no caput se estende aos lotes com metragem
inferior ao lote mínimo previsto para o zoneamento quando:
I. Originários de desmembramentos ou desdobro aprovados após a publicação desta
lei;
II. Somados a outros lotes contíguos do mesmo proprietário perfaçam área superior ao
lote mínimo previsto para o zoneamento.

Art. 164. Ficam excluídos das categorias de não edificados ou subutilizados


os imóveis que:
I. Abriguem atividades que não necessitem de edificação para suas finalidades, com
exceção de terrenos utilizados para estacionamento sem o devido alvará de
funcionamento para a atividade;
II. Exerçam a prática de agricultura orgânica urbana, mediante solicitação do
proprietário e atestada por laudo técnico emitido pela Secretaria de Planejamento e
pela Fundação Municipal de Meio Ambiente - FUNDEMA, com validade de 1 (um)
ano, podendo ser livremente renovados;
III. Integrem Áreas de Proteção e Interesse Ambiental, Áreas Protegidas, Áreas Verdes
e Espaços Livres que cumpram função ambiental relevante;
IV. Estejam desocupados devido a impossibilidades jurídicas momentaneamente
insanáveis, enquanto estas perdurarem.

Art. 165. São considerados imóveis não utilizados aqueles que, mesmo
construídos com coeficiente de aproveitamento igual ou superior ao coeficiente de
aproveitamento mínimo do zoneamento, contenham 80% (oitenta por cento) ou mais de
sua área construída desocupada por mais de 5 (cinco) anos ininterruptos.
§ 1º Quando se tratar de edificação constituída por unidades autônomas para
fins residenciais ou não residenciais, a não utilização será aferida pela desocupação de
pelo menos 80% (oitenta por cento) dentre elas, bem como pelo prazo de 5 (cinco) anos.
§ 2º A desocupação dos imóveis poderá ser comprovada por meio de
consulta às concessionárias de serviço público, pela não utilização ou pela interrupção
do fornecimento de serviços essenciais como água, luz e água potável ou por laudo
técnico assinado por responsável técnico e previamente publicado em diário oficial.
§ 3º A classificação do imóvel como não utilizado poderá ser suspensa
enquanto perdurar as providências jurídicas cabíveis ou quando o proprietário firmar
compromisso de ocupação no prazo determinado ou, ainda, mediante termo de ajuste
de conduta.

Art. 166. Os proprietários de áreas urbanas, terrenos não edificados, não


utilizados e edificações subutilizadas, sujeitos ao parcelamento, edificação e utilização
compulsórios dos imóveis, serão notificados consoante o seguinte procedimento:
I. Quanto às áreas, às glebas ou aos terrenos baldios, não edificados, será concedido
prazo máximo de 1 (um) ano a partir do recebimento da notificação para protocolar,
junto ao órgão competente, pedido de aprovação e execução de projeto de
parcelamento ou edificação destes imóveis, conforme o caso;
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II. A execução do parcelamento ou a edificação desses imóveis deverá se dar no prazo


máximo de 2 (dois) anos a contar da expedição do alvará de execução do projeto,
cabendo aos proprietários a comunicação à Administração Pública Municipal;
III. Será concedido o prazo de até 5 (cinco) anos, a partir do início das obras previstas
nos incisos I e II para comunicar a conclusão do parcelamento do solo ou da
edificação do imóvel, ou da primeira etapa de conclusão de obras no caso de
empreendimentos de grande porte;
IV. Os imóveis não utilizados ou subutilizados terão prazo máximo de 1 (um) ano, a
contar do recebimento da notificação, para efetiva ocupação, cabendo aos
proprietários a devida comunicação à Administração Pública Municipal.
§ 1º Caso o proprietário alegue como impossibilidade jurídica a inviabilidade
de ocupação do imóvel não utilizado em razão de normas edilícias, a Administração
Pública Municipal poderá conceder prazo de 1 (um) ano, a partir da notificação,
exclusivamente para promover a regularização da edificação, se possível, nos termos da
legislação vigente, ou a sua demolição, fluindo, a partir de então, prazo igual para
apresentação do projeto de nova edificação ou documentação relativa à regularização
do imóvel.
§ 2º Quanto as glebas ou os lotes com área superior a 20.000m² (vinte mil
metros quadrados), localizados em qualquer das Macrozonas referidas no Art. 161, a
notificação deverá se referir exclusivamente ao parcelamento compulsório.
§ 3º A transmissão do imóvel, por ato “Inter vivos” ou “Causa mortis”, posterior
à data da notificação prevista nos incisos I e II, transfere as obrigações de parcelamento,
edificação ou utilização ao adquirente, sem interrupção de quaisquer prazos.

Art. 167. A notificação de que trata o Art. 165 far-se-á:


I. Por funcionário do órgão competente do Poder Público Municipal, ao proprietário do
imóvel ou no caso de este ser pessoa jurídica, a quem tenha poderes de gerência
geral ou administração;
II. Por carta registrada, com aviso de recebimento, quando o proprietário for residente
ou tiver sua sede fora do território do município;
III. Por edital, quando frustrada, por 3 (três) vezes, a tentativa de notificação na forma
prevista pelos incisos I e II deste artigo.
§ 1º A notificação referida no caput deste artigo deverá ser averbada pelo
Município de Balneário Piçarras na matrícula do imóvel, perante o Cartório de Registro
de Imóveis.
§ 2º Uma vez promovido, pelo proprietário, o adequado aproveitamento do
imóvel, em conformidade com o que dispõe esta Lei Complementar, caberá ao Município
de Balneário Piçarras efetuar o cancelamento da averbação tratada no parágrafo
anterior.

SEÇÃO II
IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO - IPTU - PROGRESSIVO NO TEMPO

Art. 168. Caso os proprietários dos imóveis mencionados na seção anterior -


Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsória - não cumprirem as obrigações nos
prazos ali estabelecidos, a Administração Pública Municipal deverá aplicar alíquotas
progressivas de IPTU, majoradas anualmente, pelo prazo de 5 (cinco) anos
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consecutivos, até atingir a alíquota máxima de 15% (quinze por cento), nos seguintes
moldes:
I. Imóvel edificado não utilizado ou subutilizado:
a) 1,5% (um e meio por cento) no 1º (primeiro) ano;
b) 3,0% (três por cento) no 2º (segundo) ano;
c) 6,0% (seis por cento) no 3º (terceiro) ano;
d) 12,0% (doze por cento) no 4º (quarto) ano;
e) 15,0 % (quinze por cento) no 5º (quinto) ano.
II. Imóvel baldio ou não edificado:
a) 3,0% (três por cento) no 1º (primeiro) ano;
b) 6,0% (seis por cento) no 2º (segundo) ano;
c) 9,0% (nove por cento) no 3º (terceiro) ano;
d) 12,0% (doze por cento) no 4º (quarto) ano;
e) 15,0 % (quinze por cento) no 5º (quinto) ano.
§ 1º A alíquota a ser aplicada a cada ano será igual ao dobro do valor da
alíquota do ano anterior.
§ 2º Será adotada a alíquota de 15% (quinze por cento) a partir do ano em
que o valor calculado venha a ultrapassar o limite estabelecido no caput deste artigo.
§ 3º Será mantida a cobrança do Imposto pela alíquota majorada até que se
cumpra a obrigação de parcelar, edificar, utilizar o imóvel ou que ocorra a sua
desapropriação.
§ 4º É vedada a concessão de isenções, anistias, incentivos ou benefícios
fiscais relativos ao IPTU Progressivo de que trata esta lei.
§ 5º Serão suspensas quaisquer isenções do IPTU incidentes em um dado
imóvel quando o proprietário for notificado para o parcelamento, edificação ou utilização
compulsórios.
§ 6º Observadas as alíquotas previstas neste artigo, aplica-se ao IPTU
Progressivo a legislação tributária vigente no Município de Balneário Piçarras.
§ 7º Comprovado o cumprimento da obrigação de parcelar, edificar ou utilizar
o imóvel, ocorrerá o lançamento do IPTU, no exercício seguinte, sem a aplicação das
alíquotas previstas nesta Lei Complementar.

SEÇÃO III
DESAPROPRIAÇÃO MEDIANTE PAGAMENTO EM TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA

Art. 169. Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos de cobrança do IPTU


Progressivo no Tempo sem que os proprietários dos imóveis tenham cumprido a
obrigação de parcelar, edificar ou utilizar, conforme o caso, o Município de Balneário
Piçarras poderá proceder à desapropriação destes imóveis, mediante pagamento com
títulos da dívida pública.
§ 1º Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação do Senado Federal e
serão resgatados no prazo de até dez anos, em prestações anuais, iguais e sucessivas,
assegurados o valor real da indenização e os juros legais, nos termos do Art. 8º, da Lei
Federal nº 10.257/2001.
§ 2º Findo o prazo do artigo anterior, o Poder Executivo deverá publicar o
respectivo decreto de desapropriação do imóvel em até 1 (um) ano, salvo em caso de
ausência de interesse público na aquisição, que deverá ser devidamente justificada.
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§ 3º É vedado ao Poder Executivo proceder à desapropriação do imóvel que


se enquadre na hipótese do caput de forma diversa da prevista neste artigo, contanto
que a emissão de títulos da dívida pública tenha sido previamente autorizada pelo
Senado Federal.
§ 4º Adjudicada a propriedade do imóvel, o Poder Executivo deverá
determinar a destinação urbanística do bem, vinculada à implantação de ações
estratégicas do PDDE - Balneário Piçarras ou iniciar o procedimento para sua alienação
ou concessão, nos termos do Art. 8º, do Estatuto da Cidade - Lei nº 10.257/2001.
§ 5º Caso o valor da dívida relativa ao IPTU supere o valor do imóvel, a
Prefeitura deverá proceder à desapropriação do imóvel e, na hipótese de não ter
interesse público para utilização em programas do Município, poderá aliená-lo a
terceiros.
§ 6º Ficam mantidas para o adquirente ou concessionário do imóvel as
mesmas obrigações de parcelamento, edificação ou utilização previstas nesta lei.
§ 7º Nos casos de alienação do imóvel, os recursos auferidos deverão ser
destinados ao Fundo Municipal de Habitação ou Fundo Municipal de Desenvolvimento
Urbano.

SEÇÃO IV
CONSÓRCIO IMOBILIÁRIO MUNICIPAL

Art. 170. Nos casos em que o proprietário não apresentar condições de


atender ao que preconiza o Art. 165, o Município de Balneário Piçarras poderá realizar
consórcios imobiliários para fins de viabilizar financeiramente o aproveitamento do
imóvel que esteja sujeito ao parcelamento, edificação e utilização compulsória nos
termos desta lei, mediante acordo com o proprietário.
§ 1º O Município de Balneário Piçarras poderá promover o aproveitamento do
imóvel que receber, nos termos deste artigo, diretamente ou por outra modalidade
admitida em lei.
§ 2º O proprietário poderá transferir seu imóvel ao município para a realização
de consórcio imobiliário e receberá como pagamento, unidades imobiliárias devidamente
urbanizadas ou edificadas, com valor correspondente ao valor do imóvel antes da
execução das obras de urbanização e edificação, descontados eventuais débitos
tributários municipais incidentes sobre o imóvel.
§ 3º O valor de referência a ser considerado para a realização do pagamento
mencionado no parágrafo anterior deverá:
I. Refletir o valor do metro quadrado de terreno ou gleba antes das benfeitorias,
aprovado por Comissão Municipal de Valores Imobiliários, descontado o montante
incorporado em função das obras realizadas na área onde se localiza o imóvel
transferido para a realização do consórcio imobiliário;
II. Excluir do seu cálculo as expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros
compensatórios, bem como eventuais custos para a recuperação da área, em razão
da existência de passivos ambientais.
§ 4º O Município de Balneário Piçarras deverá proceder ao aproveitamento
adequado das unidades imobiliárias que lhe cabem, resultantes do consórcio imobiliário,
no prazo máximo de 5 (cinco) anos, contados a partir da sua incorporação ao patrimônio
público.
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§ 5º A proposta de consórcio imobiliário não suspende ônus, dívidas


tributárias, multas ou obrigações expressas no Art. 165.
§ 6º O Poder Executivo poderá adotar programas que objetivem a
aproximação entre proprietários notificados para o parcelamento, edificação e utilização
compulsórios e agentes econômicos interessados em empreendimentos imobiliários ou
da construção civil, respeitados os princípios que regem a Administração Pública.

SEÇÃO V
DIREITO DE PREEMPÇÃO

Art. 171. O Município de Balneário Piçarras poderá exercer o direito de


preferência ou preempção, nos termos da legislação federal, para aquisição de imóvel
urbano objeto de alienação onerosa entre particulares, sempre que necessitar de áreas
para cumprir os objetivos e implantar as ações prioritárias deste Plano Diretor.
Parágrafo único. O direito de preempção será exercido sempre que o Poder
Público necessitar de áreas para as seguintes finalidades:
I. Execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;
II. Regularização fundiária;
III. Constituição de reserva fundiária;
IV. Ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
V. Implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
VI. Implantação de estruturas e infraestruturas destinadas ao Transporte Coletivo
Urbano ou para a Mobilidade Urbana;
VII. Implantação de Equipamentos Estratégicos para o Desenvolvimento do município;
VIII. Criação de espaços públicos de lazer, parques urbanos ou áreas verdes;
IX. Criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse
ambiental;
X. Proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico.

Art. 172. O Município terá preferência de aquisição dos imóveis sujeitos ao


direito de preempção pelo prazo de 5 (cinco) anos.

Art. 173. Além das finalidades definidas nesta Lei Complementar, outras
finalidades poderão ser definidas em lei específica, contemplando a incidência do direito
de preempção.

Art. 174. O Poder Público dará publicidade à incidência do direito de


preempção e instituirá controles administrativos para possibilitar a eficácia do
instrumento, podendo utilizar, dentre outros meios, sistemas informatizados, averbação
da incidência do direito de preempção na matrícula dos imóveis atingidos e declaração
nos documentos tributários.
§ 1º No caso de existência de terceiros interessados na compra do imóvel
declarado como de preempção, o proprietário deverá comunicar sua intenção de alienar
onerosamente o imóvel ao órgão competente da Prefeitura Municipal, em até 60
(sessenta) dias, contados da celebração do contrato preliminar entre o proprietário e o
terceiro interessado.

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§ 2º A declaração de intenção de venda do imóvel deve ser apresentada com


os seguintes documentos:
I. Proposta de compra apresentada pelo terceiro interessado na aquisição do imóvel,
na qual constarão preço, condições de pagamento e prazo de validade;
II. Endereço do proprietário, para recebimento de notificação e de outras
comunicações;
III. Certidão de inteiro teor da matrícula do imóvel, expedida pelo Cartório de Registro
de Imóveis da circunscrição imobiliária competente;
IV. Declaração assinada pelo proprietário, sob as penas da lei, de que não incidem
quaisquer encargos e ônus sobre o imóvel, inclusive os de natureza real, tributária
ou pessoal reipersecutória.
§ 3º Recebida a declaração de intenção de venda a que se refere o § 2º deste
artigo, a Administração Pública Municipal deverá manifestar, por escrito, dentro do prazo
de 60 (sessenta) dias, o interesse em exercer a preferência para aquisição do imóvel.
§ 4º A manifestação de interesse do Município de Balneário Piçarras na
aquisição do imóvel conterá a destinação futura do bem a ser adquirido, vinculada ao
cumprimento dos objetivos e ações prioritárias deste Plano Diretor.
§ 5º A Administração Pública Municipal fará publicar, em órgão oficial e em
pelo menos um jornal local ou regional de grande circulação, edital de aviso da
declaração de intenção de venda recebida e da intenção de aquisição do imóvel nas
condições da proposta apresentada.
§ 6º Findo o prazo de 60 (sessenta) dias para manifestação da Administração
Pública Municipal, é facultado ao proprietário alienar onerosamente o seu imóvel ao
proponente interessado, nas condições da proposta apresentada, sem prejuízo do direito
de o município exercer a preferência em face de outras propostas de aquisições
onerosas futuras, dentro do prazo legal de vigência do direito de preempção.
§ 7º Concretizada a venda a terceiro, o proprietário fica obrigado a entregar
ao órgão competente da Prefeitura Municipal, a cópia do instrumento particular ou
público de alienação do imóvel, dentro do prazo de 30 (trinta) dias após sua assinatura,
sob pena de pagamento de multa diária em valor equivalente a 0,66% (sessenta e seis
centésimos por cento) do valor total da alienação.

Art. 175. Concretizada a venda do imóvel a terceiro, com descumprimento ao


direito de preempção, o município poderá promover as medidas judiciais cabíveis,
especialmente para:
I. Anular a comercialização do imóvel, que foi efetuada em condições diversas da
proposta de compra apresentada pelo terceiro interessado;
II. Imitir-se na posse do imóvel sujeito ao direito de preempção, que tenha sido
alienado a terceiros apesar da manifestação de interesse do ente público municipal
em exercer o direito de preferência.
§ 1º Em caso de anulação da venda do imóvel, o município poderá adquiri-lo
pelo valor de avaliação da Comissão Municipal de Valores Imobiliários ou pelo valor
indicado na proposta apresentada, se este for inferior àquele.
§ 2º Outras sanções pelo descumprimento das normas relativas ao direito de
preempção poderão ser estabelecidas em lei específica.

SEÇÃO VI
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DIREITO DE SUPERFÍCIE

Art. 176. Entende-se o direito de superfície como direito real autônomo,


temporário ou perpétuo - conforme previsto nos Artigos 21 a 24, da Lei Federal nº
10.257/2001 e no Art. 1.369, do Código Civil - de fazer ou manter construção ou
plantação sobre ou sob terreno alheio separado do solo, bem como configura-se como
propriedade decorrente da aquisição feita ao dono do solo de construção ou plantação
nele já existente, respeitadas as condicionantes impostas pela legislação Federal,
Estadual e Municipal vigente, em especial, as relacionadas à proteção ambiental e ao
cumprimento da função social da propriedade.

Art. 177. O Município poderá receber em concessão, através da


Administração Direta ou Indireta, o direito de superfície de bens imóveis para viabilizar a
implementação de ações e objetivos previstos nesta Lei Complementar, inclusive
mediante a utilização do espaço aéreo e subterrâneo.

Art. 178. O Município poderá conceder, mediante contrapartida de interesse


público, o direito de superfície de seus bens imóveis, inclusive o espaço aéreo e
subterrâneo, com o objetivo de implantar as ações e objetivos previstos nesta lei,
incluindo instalação de galerias compartilhadas de serviços públicos e para a produção
de utilidades energéticas.

SEÇÃO VII
DIREITO DE CONSTRUIR

Art. 179. Em conformidade com o Art. 1.299, do Código Civil, o direito de


construir é a faculdade pela qual o proprietário pode levantar em seu terreno as
edificações que lhe aprouver, ressalvado o direito de vizinhança e os regulamentos
administrativos, em especial o que está contido nesta Lei Complementar, respeitando a
Função Social da Propriedade e o processo de desenvolvimento urbano sustentável.

Art. 180. O direito de construir é assegurado através da utilização do


potencial construtivo conferido a uma área ou terreno segundo os parâmetros mínimos e
máximos definidos no PDDE-Balneário Piçarras.

Art. 181. O potencial construtivo define os limites mínimos, básicos e


máximos possíveis de serem edificados em uma determinada área ou terreno e são
definidos por Coeficientes de Aproveitamento, sendo garantido a todo
proprietário/possuidor de terreno o Coeficiente de Aproveitamento Básico e nas
hipóteses previstas no PDDE-Balneário Piçarras, poderá receber Coeficiente de
Aproveitamento Adicional.
§ 1º Toda área ou terreno urbano que esteja legalmente cadastrado e
obedeça aos condicionantes básicos que permita a edificação, comportará um potencial
construtivo, cujo coeficiente poderá ser igual ou menor que 1 (uma) vez a área do lote,
respeitados os demais índices urbanísticos e será denominado como Coeficiente de
Aproveitamento Básico.

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§ 2º Em Zonas ou Áreas de Estruturação Urbana onde se pretenda maior


adensamento, o Município de Balneário Piçarras poderá conceder potencial maior que 1
(uma) vez a área do lote, na forma de outorga do direito de construir, mediante
justificativa, onde deverão ser definidos os parâmetros de adensamento e níveis de
urbanização desejados.

Art. 182. O Coeficiente de Aproveitamento Adicional é bem jurídico dominial,


de titularidade do Município de Balneário Piçarras, com funções urbanísticas e
socioambientais previstas no Art. 28 da Lei nº 10.257/2001 - Estatuto da Cidade, cujo
número determina a área edificável em relação à área do terreno, podendo ser único ou
diferenciado em zonas da área urbana municipal, acrescido ao Coeficiente de
Aproveitamento Básico.
§ 1º Almejando atender às premissas, às diretrizes e aos objetivos desta Lei
Complementar, fica estabelecido que em determinadas zonas da área urbana poderá
ser concedido, suplementarmente ao Coeficiente de Aproveitamento Básico, o
Coeficiente de Aproveitamento Adicional, obedecendo-se aos critérios de incentivo aos
adensamentos de áreas urbanas estabelecidos neste PDDE- Balneário Piçarras, bem
como visando extrair contrapartidas para protagonizar a justa distribuição do ônus e do
bônus do processo de urbanização, consoante as seguintes definições:
I. Potencial Construtivo Adicional Incentivado: corresponde ao coeficiente de potencial
construtivo acima do Coeficiente de Aproveitamento Básico, sem a aplicação de
outorga onerosa sobre o solo criado, respeitados os demais índices urbanísticos,
que tenha como propósito incentivar o processo de adensamento controlado, em
determinadas áreas do município onde exista infraestrutura ociosa ou onde se
pretenda incrementar o processo de urbanização de forma controlada e que
protagonize a valorização do espaço urbano, mediante o incremento das atividades
sociais, culturais, econômicas e ambientais;
II. Potencial Construtivo Adicional Oneroso: corresponde ao coeficiente de potencial
construtivo, acima do Coeficiente de Aproveitamento Básico, sujeito à aplicação de
outorga onerosa de solo criado, com valores definidos para cada área ou zona do
território urbano, que tenha como propósito incentivar o processo de adensamento
controlado, em determinadas áreas do município onde já exista infraestrutura
instalada ou ociosa, ou, ainda, onde se pretenda incrementar o processo de
urbanização controlada, protagonizando a compensação para fins urbanísticos e
sociais do processo de mais valia do território, podendo ainda ser utilizado como
parâmetro para a Transferência de Potencial Construtivo;
III. Potencial Construtivo Adicional Especial: corresponde ao coeficiente de potencial
construtivo acima do Coeficiente de Aproveitamento Básico, com a aplicação de
outorga onerosa de solo criado especial, cujos valores serão definidos para uma
área específica, circunscrita num perímetro pré-determinado, que permita a
compensação dos custos de implantação para executar um projeto de estruturação
urbana coordenada, com finalidade específica definida por lei, que tenha como
propósito protagonizar um processo de urbanização, adensamento, qualificação e
valorização do espaço urbano de forma harmônica, controlada e sustentável;
IV. Potencial Construtivo Máximo: corresponde à soma dos coeficientes do potencial
construtivo básico ao coeficiente de potencial construtivo incentivado, ao coeficiente

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de potencial construtivo oneroso e ao coeficiente de potencial construtivo especial,


sendo estes três últimos permitidos de forma isolada ou concomitantes.
V. Potencial Construtivo Mínimo: corresponde ao coeficiente de potencial construtivo
cujo valor, abaixo do Potencial Construtivo Básico, estabelece a quantidade mínima
de área construída, para o qual se define, para fins de tributação, se um terreno é
considerado baldio ou construído.
§ 2º Para o cálculo do potencial construtivo adicional deverão ser utilizados os
coeficientes estabelecidos no Anexo III, atendendo-se aos seguintes critérios:
I. Em toda a área urbana, o Coeficiente de Aproveitamento Básico - CA-B - é igual a
1,00 (um), salvo nas áreas de preservação ambiental ou que ofereçam risco à
ocupação humana, que sejam condicionantes de limites para construir, podendo,
nestes casos, ser menor que 1,00 (um), limitados aos demais parâmetros
urbanísticos de ocupação;
II. O Coeficiente de Aproveitamento Adicional Incentivado (Sem Ônus) contém índices
variáveis, de acordo com as definições de incentivo de adensamento, em zonas cujo
nível de urbanização ainda seja incipiente ou aonde se deseja promover
centralidades, conforme estabelecido nesta Lei Complementar, limitados aos demais
parâmetros urbanísticos de ocupação;
III. O Coeficiente de Aproveitamento Adicional Oneroso contém índices variáveis, de
acordo com os critérios de mais valia, gerada pelos índices de urbanização
projetados, dos fatores sociais e de adensamento, estabelecidos nesta Lei
Complementar, cujo objetivo é promover a justa distribuição do ônus e do bônus do
processo de urbanização, sendo aplicado acima dos limites estabelecidos para o
Coeficiente de Aproveitamento Adicional Incentivado (Sem Ônus), respeitando os
limites dos demais índices urbanísticos, independentemente de atingirem ou não os
limites máximos;
IV. O Coeficiente de Aproveitamento para fins de Transferência de Potencial Construtivo
utilizará índices variáveis, definidos nesta Lei Complementar ou a serem definidos
pelo Poder Público Municipal, podendo ser utilizado até 50% (cinquenta por cento)
do total do potencial do aproveitamento adicional oneroso disponível para cada
zona, cujo valor de contrapartida deverá ser calculado com adicional de 30% (trinta
por cento) sobre os valores aplicados para a Outorga Onerosa ou aqueles definidos
da Tabela TPC-II;
V. Coeficiente de Aproveitamento Especial será resultante de áreas de urbanização
especial, através de Operações Urbanas Consorciadas ou Projetos Especiais de
Urbanização, tendo índices especiais, mediante prévia apresentação e aprovação
pelo Conselho da Cidade, contendo projetos urbanos, memoriais, orçamentos e
estudo de viabilidade, que comprovem e justifiquem a operação, podendo ser
utilizadas a Outorga Onerosa e a Transferência de Potencial Construtivo, de forma
separada ou conjunta e, finalmente, submetido à aprovação da Câmara Municipal de
Vereadores para elaboração de lei específica.
§ 3º Os valores definidos para o potencial construtivo adicional incentivado
não oneroso e oneroso serão variáveis em conformidade com a disponibilidade de
infraestrutura, a vocação territorial pretendida pelo PDDE-Balneário Piçarras e pelo
aumento da densidade populacional desejada, objetivando a construção da cidade
compacta, cujos índices estarão estabelecidos na Tabela de Índices e Parâmetros
Urbanísticos, do Anexo III desta lei.
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§ 4º As zonas urbanas que estão sob o regime de oferta de potencial


construtivo e disponíveis para receber a Transferência de Potencial Construtivo são as
seguintes:
I. ZAV-IA – Zona de Adensamento Vocacionado
II. ZEU-MQ – Zona Especial de Urbanização –Meio de Quadra
III. EV-NR(L1) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Leste 1;
IV. EV-NR(L2) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Leste 2;
V. EV-NR(L3) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Leste 3;
VI. EV-NR(L4) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Leste 4;
VII. EV-NR(O1) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Oeste 1;
VIII. EV-NR(O2) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Oeste 2;
IX. EV-NR(O3) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Oeste 3;
X. EV-EP(1) – Eixo Viário Avenida Emanuel Pinto 1;
XI. EV-JTM(1) – Eixo Viário Avenida José Temístocles de Macedo 1;
XII. EV-JTM(2) – Eixo Viário Avenida José Temístocles de Macedo 2;
XIII. EV-VZ – Eixo Viário Rua Victor Zimmerman;
XIV. EV-MN – Eixo Viário Rua Mario Neto;
XV. EV-AGF – Eixo Viário Rua Alexandre Guilherme Figueredo;
XVI. EV-GV – Eixo Viário Avenida Getúlio Vargas;
XVII. EV-DA – Eixo Viário Rua das Acácias; e
XVIII. EV-JF - Eixo-Viário Av. Vereador João Figueiredo.
§ 5º As leis específicas que criarem as Operações Urbanas Consorciadas
e/ou Áreas de Intervenção Urbana poderão fixar coeficientes de aproveitamento máximo
distintos dos limites estabelecidos nesta Lei Complementar, mediante Projeto de
Intervenção Urbana, mantendo o coeficiente de aproveitamento básico 1,00 (um).
§ 6º O impacto na infraestrutura e no meio ambiente, advindo da utilização do
potencial construtivo adicional, deverá ser monitorado permanentemente pelo Poder
Público, que publicará relatórios periodicamente.
§ 7º O Potencial Adicional de Construção não constitui direito do proprietário
do imóvel, podendo o Município interromper a concessão de outorga onerosa ou não
onerosa a qualquer tempo, mediante edição de Decreto, Instrução Normativa ou
Regulamento Próprio, devidamente justificado, submetido previamente à apreciação do
Conselho da Cidade, conforme os seguintes casos:
I. Anomalias mercadológicas que reduzam o equilíbrio de oferta e procura de imóveis;
II. Impactos negativos na infraestrutura e serviços públicos urbanos, em especial,
quanto ao comprometimento da capacidade da rede de abastecimento de água, de
coleta e tratamento de esgoto, do fornecimento de energia elétrica;
III. Sobrecarga da geração de tráfego, decorrente do adensamento na zona de
influência.

Subseção I
Outorga Onerosa do Direito de Construir

Art. 183. A Outorga Onerosa do Direito de Construir ou Solo Criado, prevista


nos Artigos 28 a 31, da Lei Federal nº 10.257/2001 - Estatuto das Cidades, refere-se à
concessão emitida pelo município, para que o proprietário de um imóvel edifique acima

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do limite estabelecido pelo Coeficiente de Aproveitamento Básico, mediante


contrapartida financeira a ser prestada pelo beneficiário.
§ 1º A Outorga Onerosa do Direito de Construir consiste na aplicação de
preço público, a ser cobrado pelo excedente do direito de construir, acima do Coeficiente
de Aproveitamento Básico e do Coeficiente de Aproveitamento Incentivado, adotados
pelo município, até o limite de pavimentos ou altura máxima definidos para a soma
destes coeficientes de ônus permitidos, independentemente de terem atingido o limite
máximo da soma dos coeficientes, não podendo a edificação exceder à altura máxima
total definida no Anexo III, mesmo que não tenha utilizado todo o potencial permitido
para a Zona em que estiver inserida.
§ 2º A Outorga Onerosa do Direito de Construir será aplicada a partir do limite
aplicável para o terreno, do Coeficiente de Aproveitamento Básico somado ao
Coeficiente de Aproveitamento Incentivado, limitado ao gabarito ou altura
correspondente a estes coeficientes, conforme definido nas Tabelas de Índices e
Parâmetros Urbanísticos - IPU - constantes no Anexo desta Lei;
§ 3º A contrapartida de que trata o caput deste artigo, poderá ser prestada
através de pagamento de preço público, bens, obras ou serviços, conforme disposições
desta lei.
§ 4º A contrapartida poderá ser prestada diretamente pelo beneficiário ou por
terceiro por ele indicado, sendo que eventual inadimplência por parte do terceiro
indicado, implicará na responsabilidade do beneficiário.
§ 5º Os recursos auferidos com as contrapartidas financeiras, oriundas da
outorga onerosa de potencial construtivo adicional, serão destinados ao Fundo Municipal
de Desenvolvimento Urbano - FMDU.
§ 6º A outorga do direito de construir adicional, acima do Coeficiente Básico,
poderá ser “não onerosa”, a título de incentivo ao processo de urbanização nas regiões
onde o adensamento seja desejado, como forma de incentivo parcial, total ou ainda
como forma de regular o mercado, para que o preço dos imóveis se mantenha dentro de
valores atrativos no mercado.
§ 7º O Poder Executivo poderá editar Regulamento Próprio, através de
Decreto ou Instrução Normativa, que interrompa, por tempo determinado, a cobrança da
outorga onerosa sobre o potencial construtivo adicional, por motivo justificado submetido
a prévio parecer e aprovação do Conselho da Cidade.
§ 8º O Poder Executivo poderá ampliar a cobrança da outorga onerosa sobre
o limite do coeficiente adicional de construção incentivado (sem ônus), por Lei
específica, mediante prévio estudo dos objetivos, benefícios e impactos decorrentes e
parecer prévio e aprovação do Conselho da Cidade.

Art. 184. As áreas ou zonas sujeitas à aplicação da Outorga Onerosa do


Direito de Construir são as definidas espacialmente nas seguintes microzonas:
I. ZAV-IA – Zona de Adensamento Vocacionado
II. ZEU-MQ – Zona Especial de Urbanização – Meio de Quadra
III. EV-NR(L1) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Leste 1;
IV. EV-NR(L2) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Leste 2;
V. EV-NR(L3) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Leste 3;
VI. EV-NR(L4) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Leste 4;
VII. EV-NR(O1) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Oeste 1;
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VIII. EV-NR(O2) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Oeste 2;


IX. EV-NR(O3) – Eixo Viário Avenida Nereu Ramos Oeste 3;
X. EV-EP(1) – Eixo Viário Avenida Emanuel Pinto 1;
XI. EV-JTM(1) – Eixo Viário Avenida José Temístocles de Macedo 1;
XII. EV-JTM(2) – Eixo Viário Avenida José Temístocles de Macedo 2;
XIII. EV-VZ – Eixo Viário Rua Victor Zimmerman;
XIV. EV-MN – Eixo Viário Rua Mario Neto;
XV. EV-AGF – Eixo Viário Rua Alexandre Guilherme Figueredo;
XVI. EV-GV – Eixo Viário Avenida Getúlio Vargas;
XVII. EV-DA – Eixo Viário Rua das Acácias; e
XVIII. EV-JF - Eixo-Viário Av. Vereador João Figueiredo.
XIX. EV-EP (2) - Eixo Viário Avenida Emanuel Pinto 2. (Redação acrescida pela Lei
Complementar nº 177/2021)
§ 1º Nas microzonas descritas nos incisos I, II, III, IV, V, VI, IX, XI, XII, XIII. XIV, XV, XVI,
XVII e XIX a outorga onerosa do direito de construir será cobrada sobre o Coeficiente de
Aproveitamento Oneroso - Outorga Onerosa - CAOO até o limite do Coeficiente de
Aproveitamento Máximo - CAMax, podendo ser construído até o gabarito ou altura
máximos da edificação previstos no Anexo III da presente Lei. (Redação acrescida pela
Lei Complementar nº 177/2021)

§ 2º Nas microzonas descritas nos incisos VII, VIII, X e XVIII, a outorga onerosa do
direito de construir poderá ser cobrada sobre a área do perímetro dos pavimentos acima
do limite máximo dos gabaritos ou altura sem a cobrança da outorga onerosa até o limite
máximo dos gabaritos ou altura com a cobrança da outorga onerosa,
independentemente de terem atingido o limite máximo da soma dos Coeficientes de
Aproveitamento Básico - CAB e Coeficiente de Aproveitamento Incentivado - Sem Ônus
previstos no Anexo III da presente Lei. (Redação acrescida pela Lei Complementar nº
177/2021)

Art. 185. Os recursos oriundos da Outorga Onerosa do Direito de Construir


serão destinados para viabilizar:
I. Programas de regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por
população de baixa renda;
II. Programas de provisão de Habitação de Interesse Social;
III. A constituição de reserva fundiária;
IV. A implantação de equipamentos estratégicos para o desenvolvimento urbano;
V. A otimização de áreas envolvidas em intervenções urbanísticas de porte e
reciclagem de áreas considerada subutilizadas;
VI. O ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
VII. A criação de unidades de conservação ou proteção de áreas de interesse ambiental;
VIII. A execução de melhoramento da infraestrutura viária para a implantação de eixos
estruturadores da mobilidade urbana, incluindo os passeios e as ciclovias;
IX. A implantação e a readequação de infraestrutura viária urbana em vias públicas
voltadas à acessibilidade universal, atendendo aos ditames da NBR 9050, da ABNT,
ou norma técnica oficial superveniente que a substitua;

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X. A execução de obras de controle de erosão costeira e de macrodrenagem urbana,


para fins de proteção ao meio ambiente, à infraestrutura urbana, aos bens públicos e
privados;
XI. A requalificação e reabilitação de áreas com características singulares de valor
paisagístico, histórico e cultural;
XII. A valorização e a conservação do patrimônio histórico, arquitetônico, cultural e
paisagístico;
XIII. A renovação e a urbanização de espaços de uso público;
XIV. A construção de Espaços destinados às Artes, ao Esporte e à Cultura;
XV. A construção de Espaços de Cidadania nos Bairros;
XVI. A criação de unidades de conservação ou proteção e de outras áreas de interesse
ambiental, exceto APPs.
Parágrafo único. Os recursos auferidos, destinados ao Fundo Municipal de
Desenvolvimento Urbano - FMDU - deverão ter destinação de, no mínimo:
I. 25% (vinte e cinco por cento) do total recebido em programas de regularização
fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda,
programas de provisão de Habitação de Interesse Social e constituição de reserva
fundiária;
II. 15% (quinze por cento) do total recebido para execução de obras de
macrodrenagem urbana e do controle de erosão costeira para fins de proteção ao
meio ambiente, à infraestrutura urbana, aos bens públicos e privados que estejam
sob condições de risco;
III. 10% (dez por cento) do total recebido para implantação e readequação de
infraestrutura viária urbana em vias públicas voltadas à acessibilidade universal,
atendendo aos ditames da NBR 9050, da ABNT, ou norma técnica oficial
superveniente que a substitua.

Art. 185. Os recursos auferidos com a adoção da outorga onerosa do direito


de construir serão aplicados com as finalidades previstas no artigo 31 da Lei Federal
10.257 de 10 de julho de 2001, mediante aprovação do Conselho da Cidade. (Redação
dada pela Lei Complementar nº 177/2021)

Art. 186. Para o cálculo da contrapartida financeira a ser oferecida na


concessão da Outorga Onerosa do Direito de Construir, considera-se como parâmetro,
na tabela de Preço Público, o valor Referencial do Custo Unitário Básico de Construção -
SC (CUB-SC), definido pelo Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Santa
Catarina - SINDUSCON-SC - e a sua correspondência ao Fator Social definido nesta lei.
§ 1º Para a determinação do valor do metro quadrado a ser cobrado pela
Outorga Onerosa de Potencial Construtivo - “Solo Criado”, a Contrapartida Financeira é
representada pela seguinte fórmula:

Ct = Fs x Fp x B

Onde:
Ct = Contrapartida financeira por m² de área de outorga

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Fs = Fator Social - representa o padrão habitacional e o nível de serviços disponível nas


áreas onde se aplica a Outorga Onerosa de Potencial Construtivo - variável de 0 a 1,
conforme a tabela que segue:

FATOR SOCIAL - FS
Disponibilidade - Uso e Atividade Valor do FS
HABITACIONAL
Habitação de Interesse Social 0,0
Habitação com Área Útil até 50 m2 0,3
Habitação com Área Útil entre 50 m2 e 75 m2 0,7
Habitação com Área Útil acima de 75 m2 1,0
TIPOLOGIA INSTITUCIONAL
Equipamentos Sociais Públicos 0,0
TIPOLOGIA – SERVIÇOS E ATIVIDADES SEM FINS
LUCRATIVOS
Hospitais, Policlínicas e afins 0,5
Escolas 0,5
Faculdades ou Universidades 1,0
Equipamentos Culturais 1,0
TIPOLOGIA – SERVIÇOS E ATIVIDADES PRIVADAS
Hospitais, Clínicas Especializadas 0,5
Escolas 0,6
Faculdades ou Universidades 1,0
Equipamentos Culturais 1,0
Outros Serviços 1,0
Habitação com Área Útil entre 50 m2 e 75 m2 0,7
Habitação com Área Útil acima de 75 m2 1,0

Fp = Capacidade de suporte da infraestrutura, em função das diretrizes de


desenvolvimento urbano e de acordo com o interesse municipal em incentivar o
adensamento, assim como obter maior contrapartida financeira de empreendimentos
localizados em porções já valorizadas do território de Balneário Piçarras - variável de 0,3
a 1,5. Representada pela seguinte tabela:

FATOR DE PLANEJAMENTO - FP
Disponibilidade – Infraestrutura e Serviços Valor do FP
SISTEMA VIÁRIO
Via sem Pavimentação 0,3
Via com Pavimentação Primária 0,5
Via com Pavimentação Completa 1,5
MOBILIDADE URBANA
Passeios sem Revestimento e sem 0,3
Acessibilidade
Passeios com Revestimento Total ou Parcial 1,0
Travessias Seguras 1,0
Ciclovias ou Ciclofaixas 1,2
Sistema de Transporte Coletivo Público 1,5
ÁREAS PÚBLICAS
Pequenas Praças 0,5
Grandes Praças, Parques, Áreas de Lazer 1,0
Calçadões, Promenades 1,2
Áreas Desportivas Cobertas ou Descobertas 1,5
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SANEAMENTO
Rede de Drenagem Urbana 0,5
Sistema de Tratamento Individual 0,6
Coleta e Tratamento 1,0
EQUIPAMENTOS URBANOS
Iluminação Pública 0,5
Lixeiras 0,8
Bancos e Floreiras 0,8
Arborização 1,5
Outros (Teatro, cinema, casa de espetáculos) 1,5

§ 2º Para a determinação do valor do benefício econômico agregado ao


imóvel, aplicar-se-á a seguinte equação:

B= vt ÷ CAb
Sendo:
B = Valor do benefício econômico agregado ao imóvel
vt = valor médio atribuído ao m² do terreno
CAb = Coeficiente de Aproveitamento Básico.

§ 3º Os Fatores Sociais e Fatores de Planejamentos definidos para as áreas


sujeitas à Outorga Onerosa de Potencial Construtivo definem o coeficiente de
onerosidade a ser adotado para cada zona, sendo calculados da seguinte forma:

Área ou Zona (Fp x Fs)


EV-NR(O1), EV-NR(O2), EV-
NR(O3)
EV-NR(L1), EV-NR(L2), EV-
NR(L4) (0,75 x 0,40) = 0,30
EV-NR(L3), ZEU-MQ, EV-EP(2) (0,50 x 0,40) = 0,20
EV-EP(1) (0,60 x 0,30) = 0,18
EV-GV, EV-VZ (0,50 x 0,30) = 0,15
EV-MN, EV-DA, EV-AGF (0,60 x 0,20) = 0,12

§ 4º Para a determinação do valor final do metro quadrado de solo virtual a


ser concedido pelo Poder Público Municipal, para fins de concessão da Outorga
Onerosa de Potencial Construtivo, será utilizada como unidade de referência de valor o
CUB-SC, que será multiplicado pelo valor definido no coeficiente de onerosidade para
cada zoneamento, conforme tabela abaixo:

Tabela de Cobrança da - OOPC


Área ou Zona % do CUB-SC
EV-NR(O1), EV-NR(O2), EV- 30%
NR(O3)
EV-NR(L1), EV-NR(L2), EV-
NR(L4)
EV-NR(L3), ZEU-MQ, EV-EP(2) 20%

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EV-EP(1) 18%
EV-GV, EV-VZ 15%
EV-MN, EV-DA, EV-AGF 12%

Tabela de Cobrança da – OOPC - (Redação dada pela Lei Complementar nº 177/2021)

Área ou Zona % do CUB-SC


EV-NR(O1), EV-NR(O2), EV- 30%
NR(O3) EV-NR(L1), EV-NR(L2),
EV-NR(L4), EV-JTM (1), EV-JTM
(2)
EV-NR(L3), ZEU-MQ, EV-EP (2) 20%
EV-EP (1), EV-VJF 18%
EV-GV, EV-VZ, ZAV-1A 15%
EV-MN, EV-DA, EV-AGF 12%

§ 5º O cálculo da contrapartida financeira relativa à Outorga Onerosa do


Direito de Construir, configurando Preço Público, será obtida pela seguinte fórmula:

VOO = (Vm² x VI x QSC),

Onde:
VOO = Valor da Outorga Onerosa de Potencial Construtivo em R$
Vm² = Valor equivalente do metro quadrado da área representada na tabela de preço
público, expresso em % (percentual) - Tabela de Cobrança da OOPC.
VI = Valor do CUB-SC de referência na data da expedição da aprovação do
empreendimento.
QSC = Quantidade de metros quadrados de solo adicional requerido, até o limite
permitido na tabela de Índices – IPU para cada zona.

Art. 187. A contrapartida financeira do valor da Outorga Onerosa do Direito de


Construir será paga pelo requerente em moeda corrente, sendo o primeiro pagamento
correspondente a 20% (vinte por cento) do valor calculado, efetuado no ato da
concessão do Certificado de Potencial Construído Outorgado, coincidente com a
emissão do Alvará de Construção; 25% (vinte e cinco por cento) pago no ato da emissão
do Certificado de Conclusão da Obra ou “Habite-se”; e os 55% (cinquenta e cinco por
cento) restantes do valor total a ser pago parceladamente em até 18 (dezoito) vezes,
bimestralmente, correspondendo ao prazo máximo de pagamentos das parcelas,
totalizando 36 (trinta e seis) meses corridos, sendo admitida a carência de 6 (seis)
meses para pagamento da 1ª Parcela, somando um prazo total de 42 (quarenta e dois)
meses.
§ 1º Não será concedido o Alvará de Construção ou o Certificado de
Conclusão ou “Habite-se” enquanto não for apresentado o Documento de Arrecadação
Municipal - DAM - comprovando a quitação das respectivas parcelas.
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§ 2º Para emissão do Certificado de Conclusão ou “Habite-se” também


deverão ser apresentados os comprovantes de quitação do pagamento dos valores
parcelados relativos à Outorga Onerosa, além das demais exigências pertinentes.
§ 3º O atraso no pagamento de qualquer das parcelas sujeitará o beneficiário
à multa de 10% (dez por cento) sobre a parcela respectiva, acrescida de juros de 1%
(um por cento) ao mês e a correspondente correção monetária pela Taxa SELIC -
Sistema Especial de Liquidação e Custódia, incidindo sobre a parcela inadimplente,
além de outras penalidades previstas em lei.
§ 4º No caso de inadimplência de duas parcelas consecutivas considerar-se-
ão vencidas as demais, cessando a validade do Certificado de Potencial Construtivo
Outorgado.
§ 5º Em nenhuma hipótese o prazo do parcelamento de trinta e seis meses
corridos, correspondente as 18 (dezoito) parcelas bimestrais, relativamente ao
percentual de 55% do valor da Outorga Onerosa, será prorrogado, mesmo que a obra
ainda não tenha sido concluída.
§ 6º Os recursos auferidos com a alienação, pelo município, de bens advindos
da Outorga Onerosa do Direito de Construir, serão revertidos ao Fundo Municipal de
Desenvolvimento Urbano - FMDU.

Art. 188. A Outorga Onerosa do Direito de Construir terá validade de 03 (três)


anos, contados da data de concessão do respectivo Alvará de Construção.
§ 1º Transcorrido o prazo descrito no caput deste artigo, sem que tenha sido
iniciada a obra, e caso haja interesse, o beneficiário poderá, no mesmo projeto, renovar
a outorga, nos termos da legislação vigente.
§ 2º Para fins da renovação de que trata o § 1º deste artigo, o valor da nova
outorga será calculado tomando por base o preço público do mês antecedente ao do
novo pedido, deduzindo-se o montante pago, corrigido pelo CUB-SC.
§ 3º Caso o beneficiário não venha a utilizar a outorga concedida, poderá
valer-se dos valores pagos, corrigidos pelo CUB-SC, como crédito na aquisição de uma
nova outorga, para si ou terceiro, respeitado o prazo prescricional de 05 (cinco) anos,
contados do último pagamento.

Art. 187. Os procedimentos de aquisição de Outorga Onerosa do Direito de


Construir serão apreciados de acordo com a legislação vigente à época do seu
protocolo.

Art. 190. O processo sobre a Outorga Onerosa do Direito de Construir


obedecerá ao seguinte procedimento administrativo:
I. Será iniciado perante a Secretaria de Planejamento, para análise de viabilidade,
aplicando-se a seguinte rotina:
a) Verificação da documentação entregue;
b) Análise dos parâmetros máximos solicitados e o cumprimento das condições
estabelecidas pela legislação municipal de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo
Urbano;
II. Após a análise prévia realizada pelo Secretaria de Planejamento, o procedimento
será encaminhado ao interessado dando-lhe ciência, com a emissão de certidão de
viabilidade;
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III. No caso de parecer favorável, a Secretaria de Planejamento, emitirá Certidão de


Viabilidade da Outorga Onerosa do Direito de Construir, com prazo de validade de
90 (noventa) dias, prorrogável por igual período, documento este que permite ao
requerente a formalização de processo de licenciamento da obra junto ao setor
competente;
IV. Analisando o projeto de edificação segundo a legislação vigente e estando em
condições de aprovação, a Secretaria de Planejamento encaminhará informação à
Secretaria de Fazenda para apuração do valor da outorga e ciência ao interessado
quanto o valor obtido, concedendo o prazo máximo de 30 (trinta) dias para
manifestação da concordância com o valor aferido;
V. Em havendo a concordância do interessado com os termos da Outorga Onerosa do
Direito de Construir, a Secretaria de Planejamento encaminhará o processo à
Secretaria de Fazenda, para lançamento da receita e expedição de notificação de
lançamento do Preço Público;
VI. Analisado o projeto em face da legislação e estando em condições de aprovação, o
interessado será comunicado para efetuar o pagamento, conforme o prazo
estabelecido pelo Art. 187;
VII. Após a quitação da contrapartida financeira relativa à Outorga Onerosa do Direito de
Construir, a Secretaria de Fazenda a informará à Secretaria de Planejamento,
permitindo a expedição do Certificado de Potencial Construído Outorgado, com os
novos parâmetros aprovados.

Art. 191. O pagamento da primeira parcela do parcelamento da contrapartida


financeira será efetuado em até 30 (trinta) dias, a contar da data da retirada do
Documento de Arrecadação Municipal - DAM, referente ao valor da Outorga Onerosa do
Direito de Construir.
§ 1º Em caso de atraso no pagamento das parcelas haverá a incidência de
multa e juros, consoante previsão do § 3º, do Art. 187.
§ 2º O não pagamento da parcela nos prazos indicados será entendido como
perda do interesse em exercer a Outorga Onerosa do Direito de Construir e autoriza o
município a suspender ou cancelar o referido Alvará e efetuar o embargo da obra, a seu
critério, sem direito a ressarcimentos de qualquer natureza.
§ 3º Sob nenhuma hipótese serão ressarcidos valores recolhidos pela
contrapartida financeira correspondente à Outorga Onerosa do Direito de Construir,
mesmo havendo desistência do uso da outorga.

Subseção II
Transferência do Potencial Construtivo - TPC

Art. 192. A Transferência do Potencial Construtivo correspondente a uma


determinada área, passível de ser transferida e utilizada em outro terreno, cujo
zoneamento permita receber o adicional construtivo, modalidade prevista nos termos do
Art. 35, da Lei Federal nº 10.257/2001 - Estatuto da Cidade – a ser disciplinada em lei
específica, observando as disposições, condições e parâmetros estabelecidos neste
PDDE-Balneário Piçarras.

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Art. 193. A utilização dos coeficientes de potencial construtivo adicional


transferido poderá ser exercida apenas nas zonas onde exista a previsão de
adensamento, representada pelo Coeficiente de Aproveitamento Construtivo Oneroso,
aplicado acima do Coeficiente de Aproveitamento Básico e do Coeficiente de
Aproveitamento Incentivado.

Art. 194. O potencial construtivo transferido poderá ser utilizado do limite


admitido para o Coeficiente de Aproveitamento Oneroso, definido para o zoneamento da
área que receberá o potencial transferido, até o limite de 50% (cinquenta por cento) do
total de potencial oneroso permitido no zoneamento, aplicável acima do limite de
pavimentos ou altura máxima definidas para os coeficientes permitidos sem aplicação da
outorga.

Art. 195. Fica autorizada a Transferência do Potencial Construtivo de imóveis


urbanos privados ou públicos, para fins de viabilizar:
I. Programas de provisão de Habitação de Interesse Social;
II. Implantação de sistemas de abastecimento de água e de saneamento em áreas não
atendidas pela rede pública, especialmente, aquelas que são objeto de
regularização fundiária e melhorias habitacionais;
III. Programas de regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por
população de baixa renda;
IV. Preservação de bem de interesse histórico, paisagístico, ambiental, social ou
cultural;
V. Execução de melhoramento da infraestrutura viária para a implantação de eixos
estruturadores da mobilidade urbana, incluindo os passeios e ciclovias, bem como a
desapropriação das faixas viárias;
VI. Execução de obras de macrodrenagem urbana;
VII. Implantação de parques planejados;
VIII. Implantação de praças e parques públicos;
IX. Implantação de acessos públicos para a praia e sua orla;
X. Aquisição de áreas de nascentes que formam o manancial de água potável para o
Município de Balneário Piçarras;
§ 1º O Município de Balneário Piçarras poderá receber imóveis para o
atendimento das finalidades previstas neste artigo, oferecendo como contrapartida ao
proprietário a possibilidade da transferência do potencial construtivo do bem doado, nas
condições previstas nesta Lei Complementar.
§ 2º A transferência de potencial construtivo prevista no caput, nos casos em
que não houver doação do imóvel cedente, fica condicionada às disposições previstas
em lei, em especial ao atendimento das providências relativas à conservação do imóvel
cedente, e caso estas providências não forem tomadas, o proprietário do imóvel ficará
sujeito às sanções cabíveis.
§ 3º O controle da transferência de potencial construtivo será realizado pela
Secretaria de Planejamento e pela Secretaria de Fazenda, que expedirão, mediante
requerimento, a Declaração de Potencial Construtivo Passível de Transferência e a
Certidão de Transferência de Potencial Construtivo.
§ 4º O potencial construtivo passível de transferência poderá ser recebido
unicamente nas Áreas ou Zonas descritas na tabela TPC-II:
93
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TABELA TPC-II: Áreas que podem receber Potencial Transferido – DESTINO


Área ou Zona % do CUB-SC
EV-NR(O1), EV-NR(O2), EV- 40%
NR(O3)
EV-NR(L1), EV-NR(L2), EV-
NR(L4)
EV-NR(L3), ZEU-MQ, EV-EP(2) 26%
EV-EP(1) 23%
EV-GV, EV-VZ 20%
EV-MN, EV-DA, EV-AGF 15%

Art. 196. O potencial construtivo passível de transferência pode ser aplicável


a qualquer imóvel dentro da área urbana e poderá transferir o potencial construtivo
básico definido e calculado em razão de sua localização de origem.

Art. 197. Nos casos de transferência do direito de construir, o potencial


construtivo passível de transferência será calculado segundo a equação a seguir:
III. Valor total do Imóvel na Origem - em CUB-SC:
(Vt-O + Vb-O)=VT-tpcO
Onde:
Vt-O = Valor do terreno objeto de transferência avaliado pela Comissão Municipal de
Valores Imobiliários, convertido em CUB-SC do mês anterior da avaliação.
Vb-O = Valor da benfeitoria existente no terreno, avaliado pela Comissão Municipal de
Valores Imobiliários, convertido em CUB-SC do mês anterior da avaliação.
VT-tpcO = Valor total do imóvel para Transferência do Potencial Construtivo na Origem,
em CUB-SC do mês anterior da avaliação.

IV. Potencial Construído a ser Recebido no Destino – em m² (metros quadrados):


VT-tpcO ÷ Vutpc-D = Atpc-D
Onde:
VT-tpcO = Valor total do imóvel para Transferência do Potencial Construtivo na Origem,
em CUB-SC do mês anterior da avaliação.
VUtpc-D = Valor unitário do potencial de construção a ser recebido no Destino conforme
TABELA TPC-I.
Atpc-D = Potencial de construção transferível em m² (metros quadrados)

III. Valor do Potencial Transferido a ser pago:


Atcp-D x V.CUB-SC – VTPC
Onde:
Atpc-D = Potencial de construção transferível em m² (metros quadrados)
V.CUB-SC = valor do CUB-SC no mês anterior ao da avaliação do Imóvel
VTPC = Valor da Transferência de Potencial a ser pago em R$ (Reais)

§ 1º Na emissão da Declaração de Potencial Construtivo Passível de


Transferência expedida pela Secretaria de Planejamento, deverá constar no mínimo:
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I. O potencial construtivo passível de transferência em m² (metros quadrados);


II. A data de referência;
III. O valor unitário, valor por 1,00 m² (um metro quadrado) do terreno cedente, de
acordo com a Avaliação da Comissão Municipal de Valores Imobiliários para fins de
Outorga Onerosa, vigente na data de referência;
IV. Informação de que o potencial construtivo passível de transferência foi originado
sem doação de terreno.
§ 2º Será considerada como data de referência a data do protocolo da
solicitação da emissão da Declaração de Potencial Construtivo Passível de
Transferência, à Secretaria de Planejamento.

Art. 198. A Transferência do Potencial Construtivo poderá ser utilizada no


caso de desapropriação amigável, visando a viabilização de:
I. Aquisição destinada a preservação de bens de interesse histórico, paisagístico,
ambiental, social ou cultural;
II. Melhoramentos viários para implantação de corredores de ônibus;
III. Programas de provisão de habitação de interesse social;
IV. Programas de regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por
população de baixa renda;
V. Implantação de praças e parques planejados situados na macrozona de
adensamento estratégico e macrozona de adensamento prioritário;
VI. Aquisição de áreas destinadas a parques ambientais e reservas de mananciais de
água.
§ 1º Nos casos em que a doação for proposta pelo proprietário, para uma das
finalidades descritas nos incisos do caput, deverá ser avaliada a conveniência, a
oportunidade e o interesse público no recebimento da área.
§ 2º Nos casos de desapropriação amigável, com a concordância do
proprietário, os bens poderão ser indenizados exclusivamente mediante a transferência
do potencial construtivo, calculado nos termos definidos entre as partes.

Art. 199. Será possível a expedição de sucessivas Certidões de


Transferência de Potencial Construtivo derivadas de uma mesma Declaração de
Potencial Construtivo Passível de Transferência, ficando a expedição das certidões, nos
casos previstos no Art. 198, condicionadas à comprovação do estado de conservação e
preservação do imóvel.

Art. 200. Mediante avaliação do Conselho da Cidade e prévia audiência


pública, o Poder Executivo poderá, por decreto, redefinir os fatores de incentivo, seus
critérios de aplicação, bem como rever os perímetros de aplicação do potencial
construtivo passível de transferência estabelecidos nesta Lei Complementar.

SEÇÃO VIII
INSTRUMENTOS DE ORDENAMENTO E REESTRUTURAÇÃO URBANA

Art. 201. Com o objetivo de promover transformações estruturais, o Município


de Balneário Piçarras poderá desenvolver Projetos de Intervenção Urbana para
promover o ordenamento e a reestruturação urbana em áreas subutilizadas e com
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potencial de transformação, para maior aproveitamento da terra urbana e o consequente


aumento nas densidades construtivas e demográficas, a geração de centralidades e a
implantação de novas atividades econômicas e emprego, bem como o atendimento às
necessidades de habitação e de equipamentos sociais para a população.
§ 1º As intervenções a serem realizadas nas áreas referidas no caput deste
artigo deverão estar baseadas em Projetos de Intervenção Urbana, a serem elaborados
de forma participativa, sob responsabilidade do Poder Público Municipal.
§ 2º Nas áreas contidas nos perímetros dos Projetos de Intervenção Urbana,
a Administração Pública Municipal poderá promover, a pedido dos proprietários ou por
iniciativa própria, o Reordenamento Urbanístico Integrado, que trata do processo de
reorganização fundiária associado à implantação de projetos de reconhecido interesse
público, no qual os registros imobiliários dos terrenos afetados poderão ser objeto de
unificação para posterior reparcelamento, com a implantação do projeto urbanístico
autorizador da medida, sendo que este instrumento deverá ser regulamentado por lei
específica, que deverá conter no mínimo:
I. Definição de percentual mínimo de adesão ao projeto de Reordenamento
Urbanístico Integrado, referenciado preferencialmente no número de proprietários e
de imóveis contidos no perímetro de intervenção;
II. Definição do conteúdo mínimo do projeto de Reordenamento Urbanístico Integrado;
III. Definição dos mecanismos de execução do projeto de Reordenamento Urbanístico
Integrado, em especial, as formas de financiamento;
IV. Previsão de contrapartida a ser exigida de forma isonômica a todos os proprietários
dos imóveis contidos no perímetro de intervenção;
V. Previsão de mecanismos de participação, monitoramento e controle envolvendo
obrigatoriamente a sociedade, os proprietários afetados e a Administração Pública
Municipal;
VI. Previsão de solução habitacional definitiva dentro do perímetro para a população de
baixa renda que estiver inserida no perímetro do projeto de Reordenamento
Urbanístico Integrado.
§ 3º Lei específica poderá autorizar o Município de Balneário Piçarras a
estabelecer, nos perímetros definidos pelos Projetos de Intervenção Urbana, medidas
preventivas destinadas a evitar a alteração das circunstâncias e das condições de fato
existentes, que possam comprometer ou tornar mais onerosa a intervenção prevista
para o local.
§ 4º As medidas preventivas referidas no § 3º serão apenas as necessárias
para a garantia da integridade dos Projetos de Intervenção Urbana, respeitando-se os
alvarás de execução já expedidos pela municipalidade.
§ 5º Para implementar os Projetos de Intervenção Urbana, previstos no § 1º, o
município poderá utilizar os seguintes instrumentos:
I. Operações Urbanas Consorciadas;
II. Concessão Urbanística;
III. Áreas de Intervenção Urbana.

Art. 202. Para promover os objetivos estabelecidos no Art. 201, fica a


Administração Pública Municipal autorizada a constituir ou delegar instituição de fundo
de investimento imobiliário, consoante termos da Lei Federal nº 8.668, de 25 de junho de
1993, ou legislação que venha a sucedê-la, com as seguintes finalidades:
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I. Viabilizar a utilização do Reordenamento da Estrutura Urbana incluindo o transporte


coletivo;
II. Gerar novas centralidades urbanas através de investimentos em infraestrutura,
implantação de atividades mistas e valorização do território mediante melhoria da
urbanização;
III. Instalar a infraestrutura necessária à implantação dos planos urbanísticos e projetos
de intervenção urbana;
IV. Viabilizar eventuais desapropriações;
V. Realizar incorporações imobiliárias;
VI. Implantar projetos de Habitação de Interesse Social e equipamentos sociais.

Subseção I
Projetos de Intervenção Urbana

Art. 203. Os Projetos de Intervenção Urbana, elaborados pelo Poder Público


objetivam subsidiar e apresentar as propostas de transformações urbanísticas,
econômicas e ambientais nos perímetros onde forem aplicados os instrumentos de
ordenamento e reestruturação urbana, como as operações urbanas, as áreas de
intervenção urbana, áreas de estruturação local e concessão urbanística.
§ 1º O Projeto de Intervenção Urbana deverá indicar os objetivos prioritários
da intervenção, as propostas relativas a aspectos urbanísticos, ambientais, sociais,
econômico-financeiros e de gestão democrática, dentre os quais:
I. Estudo e definição do perímetro para a realização do Projeto de Intervenção Urbana;
II. Elaboração de mapas, desenhos e representações visuais, das intervenções
propostas;
III. Indicações dos parâmetros de controle do uso, ocupação e parcelamento do solo,
propostos, quando aplicável, para o perímetro do Projeto de Intervenção Urbana;
IV. Propostas das intervenções urbanas que visam melhorar as condições ambientais,
morfológicas, paisagísticas, físicas e funcionais dos espaços públicos;
V. Atendimento das necessidades habitacionais e sociais da população de baixa renda
residente na área, afetada ou não pelas intervenções mencionadas no inciso IV, com
prioridade para o atendimento das famílias moradoras de áreas de risco
socioambiental, que possam ser realocadas;
VI. Instalação de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas a serem ofertados a
partir das demandas existentes, do incremento de novas densidades habitacionais e
construtivas e da transformação nos padrões de uso e ocupação do solo;
VII. Estudo sobre a viabilidade econômica das intervenções propostas na modelagem
urbanística com estimativas de custo, mensuração das dificuldades de execução e
avaliação dos impactos positivos e negativos decorrentes das intervenções
propostas sobre a economia local;
VIII. Estratégias de financiamento das intervenções previstas na modelagem urbanística,
com identificação de fontes de recursos passíveis de serem utilizadas e, se for o
caso, propor-se parcerias com outras esferas do setor público e com o setor privado,
para a implantação das intervenções previstas;
IX. Priorização do atendimento das necessidades sociais, da realização das
intervenções urbanas e da realização dos investimentos previstos;
X. Etapas e fases de implementação da intervenção urbana;
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XI. Instrumentos para a democratização da gestão da elaboração e implementação dos


projetos de intervenção urbana, com mecanismos de participação e controle social;
XII. Instrumentos para o monitoramento e a avaliação dos impactos da intervenção
urbana.
§ 2º Os instrumentos de ordenamento e reestruturação urbana poderão
estabelecer requisitos adicionais para os Projetos de Intervenção Urbana, a depender
das características e da escala de cada intervenção proposta.

Art. 204. O município poderá receber em concessão, através da


Administração Direta ou da Indireta, nos termos da legislação em vigor, o direito de
superfície de bens imóveis, para viabilizar a implementação de ações e objetivos
previstos nesta Lei Complementar, inclusive mediante a utilização do espaço aéreo e
subterrâneo.

SEÇÃO IX
OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS

Art. 205. A Operação Urbana Consorciada (OUC) é um instrumento do Direito


Urbanístico, instituído pelos Artigos 32, 33 e 34, do Estatuto da Cidade - Lei Federal nº
10.257/2001, utilizada para requalificar uma determinada área delimitada da cidade,
visando gerar uma nova dinâmica econômica, habitacional, ambiental ou voltada à
mobilidade, com a implantação ou ampliação da oferta de infraestruturas urbanas, onde
haja interesse imobiliário com demanda acima dos limites estabelecidos pela legislação
urbanística, mediante outorga onerosa dos direitos urbanísticos adicionais.

Art. 206. A Operação Urbana autoriza o Município de Balneário Piçarras a


conceder, dentro de um perímetro definido em lei própria, índices e parâmetros
urbanísticos adicionais àqueles previstos na legislação de uso e ocupação do solo, em
troca de contrapartidas a serem realizadas e/ou pagas pelos interessados.

Art. 207. O Município de Balneário Piçarras poderá realizar Operações


Urbanas Consorciadas, em conformidade com a Lei Federal nº 10.257/de 2001, com o
objetivo de promover, em um determinado perímetro, transformações urbanísticas
estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental, previstas no Projeto de
Intervenção Urbanística elaborado para a área.

Art. 208. As Operações Urbanas Consorciadas têm por finalidade:


I. Otimizar a ocupação de áreas subutilizadas, por meio de intervenções urbanísticas;
II. Implantar equipamentos estratégicos para o desenvolvimento urbano;
III. Ampliar e melhorar o sistema de mobilidade urbana, as redes de infraestrutura, o
sistema viário estrutural e o sistema de transporte coletivo urbano;
IV. Promover a recuperação ambiental de áreas contaminadas, áreas sujeitas a risco e
áreas passíveis de erosões, deslizamentos e inundações;
V. Implantar equipamentos públicos sociais, espaços públicos e áreas verdes;
VI. Promover empreendimentos de Habitação de Interesse Social e urbanizar e
regularizar assentamentos precários;
VII. Proteger, recuperar e valorizar o patrimônio ambiental, histórico e cultural;
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Promover o desenvolvimento econômico e a dinamização de áreas, visando à


VIII.
geração de empregos.
IX. Desenvolver atividades relacionadas ao turismo náutico e à ampliação da oferta de
empreendimentos voltados à hospedagem e à gastronomia.

Art. 209. As Operações Urbanas Consorciadas deverão ser criadas por lei
específica.
§ 1º Fica, desde já, definida como área de interesse para o desenvolvimento
de projetos de intervenção urbana, a Operação Urbana da Área de Estruturação Urbana
da Foz do Rio Piçarras - que tem por objetivo atender os incisos I, II, III, IV, V, VII, VIII e
IX do Art. 208;
§ 2º A Operação Urbana Consorciada de que trata o § 1º será estruturada e
apresentada ao Conselho da Cidade de Balneário Piçarras para aprovação e posterior
implementação, respeitadas as condicionantes estabelecidas nos Art. 212, Art. 213 e
Art. 214, num prazo máximo de 1 (um), ano contado da publicação desta Lei
Complementar.
§ 3º No perímetro definido para as Operações Urbanas Consorciadas,
enquanto estiverem em processo de estruturação, serão válidos os parâmetros e índices
urbanísticos básicos, igual a 1 (uma) vez a área do lote, para qualquer tipo de atividade
excetuando-se os usos institucionais e de hotelaria.
§ 4º Passado o período previsto no § 2º deste artigo, sem que o Poder
Público tenha regulamentado a Operação Urbana Consorciada, o perímetro definido
assumirá o zoneamento contíguo ou de fundo.

Art. 210. A lei específica que regulamentar cada Operação Urbana


Consorciada poderá prever, mediante contrapartida:
I. A modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo
e subsolo, bem como alterações das normas edilícias;
II. Formas de regularização de edificações executadas em desacordo com a legislação
vigente.

Art. 211. Nos perímetros de abrangência delimitados pelas leis específicas de


criação das Operações Urbanas Consorciadas, a outorga onerosa do potencial
construtivo adicional será regida exclusivamente pelas disposições daquela norma.

Art. 212. A lei específica que regulamentar cada Operação Urbana


Consorciada deve atender aos objetivos e diretrizes estabelecidos nesta Lei
Complementar e conter, no mínimo:
I. A delimitação do perímetro de abrangência da Operação Urbana Consorciada;
II. A delimitação do perímetro expandido, no qual serão realizados investimentos, com
recursos da própria Operação Urbana Consorciada, que atendam às necessidades
habitacionais da população de baixa renda e melhorem as condições dos sistemas
ambientais, de drenagem, de saneamento e de mobilidade, entre outros;
III. A finalidade da Operação Urbana Consorciada;
IV. O plano urbanístico;
V. O programa básico de intervenções urbanas, articulado com as finalidades da
Operação Urbana Consorciada e com o seu plano urbanístico;
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VI. O estudo prévio de impacto ambiental e o de vizinhança, quando couber, associados


aos estudos necessários à área de intervenção;
VII. O programa de atendimento econômico, social e habitacional para a população
diretamente afetada pela operação;
VIII. A previsão de glebas e terrenos para a produção habitacional de interesse social,
dentro de seu perímetro de abrangência ou perímetro expandido, quando for o caso;
IX. A regulamentação das condições específicas de aplicação do parcelamento,
edificação e utilização compulsórias para glebas, lotes e edificações subutilizadas,
não utilizadas e não edificadas, de acordo com o previsto nesta norma;
X. Os mecanismos de garantia de preservação dos imóveis e espaços urbanos de
especial valor histórico, cultural, arquitetônico, paisagístico e ambiental, protegidos
por tombamento ou lei;
XI. Os instrumentos urbanísticos complementares e de gestão ambiental a serem
utilizados na implantação da Operação Urbana Consorciada;
XII. As contrapartidas a serem exigidas dos proprietários, usuários permanentes e
investidores privados, em função dos benefícios recebidos;
XIII. Os estoques de potencial construtivo adicional;
XIV. A forma de controle e gestão da operação urbana consorciada, com a previsão de
um conselho gestor paritário, formado por representantes do Poder Público e da
sociedade civil;
XV. O fundo específico que deverá receber os recursos de contrapartidas financeiras e
correntes dos benefícios urbanísticos concedidos;
XVI. As regras de transição do regime jurídico da operação urbana consorciada para o
regime jurídico ordinário da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo,
aplicáveis ao final de cada Operação Urbana Consorciada.

Art. 213. Os recursos obtidos pelo Poder Público na forma do inciso XII, do
Art. 212, serão aplicados exclusivamente na implantação do Programa de Intervenções
Urbanas, previsto na lei de criação da Operação Urbana Consorciada.
§ 1º No mínimo 20% (vinte por cento) dos recursos arrecadados deverão ser
aplicados em Habitação de Interesse Social, no perímetro de abrangência ou em área
definida como Zona Especial de Interesse Social, fora do perímetro da Operação Urbana
Consorciada, preferencialmente na aquisição de glebas e lotes.
§ 2º Os recursos a que se refere o § 1º deverão ser em sua origem
depositados em conta específica.

Art. 214. A lei específica que criar a Operação Urbana Consorciada poderá
prever a emissão, pelo município, de quantidade determinada de Certificados de
Potencial Adicional de Construção, que deverá ter o controle da destinação e do
detentor futuro dos Certificados de Construção, que serão alienados por chamada
pública (edital de venda de potencial construtivo), ou utilizados diretamente no
pagamento das obras, das desapropriações necessárias à implantação do programa de
intervenções, bem como oferecidos em garantia para obtenção de financiamentos para a
implementação da operação.
§ 1º Os Certificados de Potencial Adicional de Construção poderão ser
livremente negociados, mas convertidos em direito de construir unicamente na área
objeto da Operação Urbana Consorciada.
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§ 2º A vinculação dos Certificados de Potencial Adicional de Construção


poderá ser realizada no ato da aprovação de projeto de edificação específico para o
terreno.
§ 3º A pedido do interessado, os Certificados de Potencial Adicional de
Construção poderão ser vinculados diretamente ao terreno, de modo desvinculado da
aprovação da edificação, o que deverá ser objeto de certidão.
§ 4º Apresentado pedido de licença para construir ou para modificação de
uso, os Certificados de Potencial Adicional de Construção serão utilizados no
pagamento da contrapartida correspondente aos benefícios urbanísticos concedidos,
respeitados os limites estabelecidos nas leis de cada Operação Urbana Consorciada.
§ 5º A lei a que se refere o caput deverá estabelecer:
I. A quantidade de Certificados de Potencial Construtivo Adicional de Construção a ser
emitida, obrigatoriamente proporcional ao estoque de potencial construtivo adicional
previsto para a Operação Urbana Consorciada e de acordo com critérios de
flexibilização de parâmetros e regularizações previstas na OUC;
II. O valor mínimo dos Certificados de Potencial Construtivo Adicional de Construção;
III. As formas de cálculo das contrapartidas;
IV. As formas de conversão e equivalência dos Certificados de Potencial Construtivo
Adicional de Construção em metros quadrados de potencial construtivo adicional e
de metros quadrados de terreno de alteração de uso;
V. O limite mínimo dos recursos destinados para aquisição de terrenos para
implantação de empreendimentos de Habitação de Interesse Social.
§ 6º O Poder Executivo editará, mediante decreto, as normas gerais
regulamentando a emissão, a forma de alienação e a operação relativas aos Certificados
de Potencial Construtivo Adicional de Construção.

SEÇÃO X
CONCESSÃO URBANÍSTICA

Art. 215. A Concessão Urbanística é um instrumento de intervenção urbana


estrutural destinado à realização de urbanização ou de reurbanização de parte do
território municipal, a ser objeto de requalificação da infraestrutura urbana e de
reordenamento do espaço urbano, com base em projeto urbanístico específico em área
de operação urbana ou área de intervenção urbana, vislumbrando o atendimento de
objetivos, diretrizes e prioridades estabelecidas no PDDE-Balneário Piçarras.
§ 1º A concessão poderá ser delegada a empresa estatal municipal ou
mediante contrato administrativo precedido de licitação, na modalidade concorrência de
concessão urbanística, para empresa ou conjunto de empresas em consórcio, por meio
do qual o poder concedente, delega a pessoa jurídica ou a consórcio de empresas a
execução de obras urbanísticas de interesse público, por conta e risco da
concessionária.
§ 2º Os investimentos realizados pela concessionária serão remunerados e
amortizados mediante a exploração dos imóveis resultantes, destinados a usos privados,
nos termos do contrato de concessão, com base em prévio e específico projeto
urbanístico e em cumprimento de objetivos, diretrizes e prioridades do PDDE-Balneário
Piçarras.
§ 3º As fontes de remuneração da empresa concessionária compreendem:
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I. A exploração dos imóveis, resultantes da obra de reurbanização, destinados a usos


privados;
II. O potencial construtivo a ser utilizado na implantação do projeto de intervenção
urbana;
III. A exploração direta ou indireta de áreas públicas abrangidas pela intervenção
urbana;
IV. A renda derivada da exploração de espaços públicos;
V. Receitas alternativas e/ou projetos associados.
§ 4º A intervenção nos imóveis particulares para a implantação do Projeto de
Intervenção Urbana, elaborado pelo Poder Executivo, dependerá de prévia negociação
com os proprietários dos imóveis diretamente atingidos que, quando houver
compatibilidade com a intervenção planejada, poderão ser convidados a realizar, por
conta própria, nos termos e condições determinadas pela delegação realizada pelo
Poder Público ou do competente edital de licitação, a intervenção proposta.

Art. 216. A Concessão Urbanística necessita de autorização legislativa


específica, que fixará os critérios para a implantação do Projeto de Intervenção Urbana
elaborado pelo Poder Público, sempre consideradas as diretrizes do PDDE-Balneário
Piçarras.

Art. 217. A Concessão Urbanística fica sujeita ao regime jurídico federal das
concessões comuns e das parcerias público-privadas, com as complementações
constantes da legislação específica estadual e municipal.

Art. 218. Deverá ser constituído Conselho Gestor próprio, paritário, com
representantes do Poder Público e da sociedade civil, vislumbrando o controle social e o
acompanhamento contínuo de cada concessão urbanística.

SEÇÃO XI
ÁREAS DE INTERVENÇÃO URBANA - AIU

Art. 219. São territórios passíveis de serem qualificados como Áreas de


Intervenção Urbana - AIU - os perímetros que se caracterizem como:
I. Áreas urbanizadas que demandem recuperação, reabilitação ou requalificação, para
aplicação de programas de desenvolvimento econômico;
II. Áreas com existência de relevantes concentrações de imóveis não utilizados ou
subutilizados;
III. Áreas com processos de expansão urbana e de mudanças nos padrões de uso e
ocupação do solo em larga escala;
IV. Áreas compatíveis com processos de remodelagem e reestruturação urbana,
econômica, social e ambiental;
V. Áreas com relevantes conjuntos arquitetônicos e urbanísticos com valor histórico e
cultural;
VI. Perímetros de ZEIS, destinados à requalificação urbana, com prioridade para a
implantação de Habitação de Interesse Social - HIS;
VII. Qualificação de áreas de acordo com os objetivos da rede hídrica e ambiental,
incluindo os parques propostos e seus entornos.
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§ 1º As áreas de intervenção urbana deverão ser propostas pelo Poder


Executivo e geridas com a participação dos proprietários, moradores, usuários
permanentes e investidores públicos e privados, promovendo formas de ocupação mais
intensa, qualificada e inclusiva do espaço urbano, combinadas com medidas que
promovam o desenvolvimento econômico, racionalizem e democratizem a utilização das
redes de infraestrutura e a preservação dos sistemas ambientais.
§ 2º O Poder Executivo editará decreto com a regulamentação das Áreas de
Intervenção Urbana - AIU, prevendo:
I. Finalidade e delimitação do perímetro de abrangência da AIU;
II. Projeto de Intervenção Urbana, com a definição das intervenções propostas que
atendam às demandas sociais e equacionem os problemas urbanísticos existentes
ou decorrentes da implantação de novas infraestruturas, respeitando e integrando as
áreas de valor histórico, cultural e ambiental;
III. Parâmetros específicos para o controle do uso e ocupação do solo no perímetro da
área de intervenção urbana;
IV. Mecanismos de recuperação, para a coletividade, de parte da valorização de
imóveis urbanos decorrentes dos investimentos realizados pelo Poder Público e para
a promoção da justa distribuição dos ônus e benefícios decorrentes do processo de
urbanização;
V. Instrumentos de controle social para a democratização da gestão, com a previsão de
um conselho gestor paritário, formado por representantes do Poder Público e da
sociedade civil;
VI. Propostas para ofertar serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas articuladas
com o incremento de novas densidades habitacionais e construtivas e com a
transformação nos padrões de uso e ocupação do solo;
VII. Mecanismos para integração de políticas setoriais de diferentes níveis de governo,
em especial, relacionados com os elementos estruturadores do território;
VIII. Mecanismos para a implantação compartilhada das intervenções propostas e de
arrecadação de receitas mediante parcerias do Poder Público com o setor privado;
IX. Soluções para a provisão de Habitação de Interesse Social - HIS - para a população
de baixa renda, residente dentro das áreas de intervenção urbana ou em sua
vizinhança, com prioridade para o atendimento das necessidades habitacionais das
famílias moradoras de favelas e cortiços, que possam ser realocadas, e das pessoas
que ocupam áreas de logradouros e praças públicas;
X. Regulamentação das condições específicas de aplicação do parcelamento,
edificação e utilização compulsórias para glebas, lotes e edificações subutilizadas,
não utilizadas e não edificadas, de acordo com o previsto nesta lei;
XI. Mecanismos de garantia de preservação dos imóveis e dos espaços urbanos de
especial valor histórico, cultural, arquitetônico, paisagístico e ambiental, protegidos
por tombamento ou lei específica, quando couber.
§ 3º Até a regulamentação específica de cada Área de Intervenção Urbana -
AIU, prevalecem as condições estabelecidas pela legislação de Parcelamento, Uso e
Ocupação do Solo.
§ 4º A regulamentação das Áreas de Intervenção Urbana - AIU - deverá
definir:
I. Valor específico para a outorga onerosa do direito de construir, mediante critérios
próprios;
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II. Possibilidade de realização de edital para alienação de Certificado de Potencial


Construtivo de outorga onerosa do direito de construir;
III. Conta vinculada no Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU - para a
qual será destinado o investimento do valor arrecadado nos perímetros de
abrangência e expandido;
IV. Delimitação do perímetro expandido no qual serão realizados investimentos, com
recursos da própria AIU, que atendam às necessidades habitacionais da população
de baixa renda e melhorem as condições dos sistemas ambientais, de drenagem, de
saneamento e de mobilidade, entre outros.

Art. 220. No caso de criação de conta vinculada, os recursos serão aplicados


exclusivamente na implantação do Plano de Intervenções Urbanas previsto na criação
da Área de Intervenção Urbana.

Art. 221. Cada Área de Intervenção Urbana poderá prever a quantidade de


potencial construtivo adicional utilizável em seu perímetro de intervenção, com base na
estrutura, forma, paisagem, características e funções urbanas previstas para o local,
bem como nos parâmetros de uso, ocupação, parcelamento e edificação propostos.

Art. 222. Os Projetos de Intervenção Urbana poderão ser elaborados e


implantados utilizando-se quaisquer instrumentos de política urbana e de gestão
ambiental previstos neste PDDE-Balneário Piçarras, além de outros deles decorrentes.

SEÇÃO XII
ESTUDO E RELATÓRIO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA - EIV/RIV

Art. 223. A construção, ampliação, instalação, modificação e operação de


empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas causadoras de impactos
ambientais, culturais, urbanos e socioeconômicos estarão sujeitos à avaliação do Estudo
de Impacto de Vizinhança e seu respectivo Relatório de Impacto de Vizinhança (EIV /
RIV) por parte do órgão municipal competente, previamente à emissão das licenças ou
alvarás de construção, reforma ou funcionamento.

Art. 224. O Estudo - EIV - e o Relatório de Impacto de Vizinhança - RIV - têm


por objetivo:
I. Definir medidas mitigadoras e compensatórias em relação aos impactos negativos
de empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas;
II. Definir medidas intensificadoras em relação aos impactos positivos de
empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas;
III. Democratizar o processo de licenciamento urbano e ambiental;
IV. Orientar a realização de adaptações aos projetos objeto de licenciamento urbano e
ambiental, de forma a adequá-los às características urbanísticas, ambientais,
culturais e socioeconômicas locais;
V. Assegurar a utilização adequada e sustentável dos recursos ambientais, culturais,
urbanos e humanos;
VI. Subsidiar processos de tomadas de decisão relativos ao licenciamento urbano e
ambiental;
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VII. Contribuir para a garantia de boas condições de saúde e segurança da população;


VIII. Evitar mudanças irreversíveis e danos graves ao meio ambiente, às atividades
culturais e ao espaço urbano.

Art. 225. O Estudo - EIV - e o Relatório de Impacto de Vizinhança - RIV -


deverão contemplar os efeitos positivos e negativos do empreendimento, atividade e
intervenção urbanística sobre a qualidade de vida da população residente, usuária e
circulante na área e em suas proximidades, incluindo, no mínimo, a análise sobre:
I. O adensamento populacional e seus efeitos sobre o espaço urbano e a população
moradora e usuária da área;
II. As demandas por serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas e comunitárias;
III. As alterações no uso e ocupação do solo e seus efeitos na estrutura;
IV. Os efeitos da valorização imobiliária no perfil socioeconômico da área e da
população moradora e usuária;
V. Os efeitos na valorização ou desvalorização imobiliária;
VI. A geração de tráfego e de demandas por melhorias e complementações nos
sistemas de transporte coletivo e de circulação não motorizada, em especial, de
bicicletas e pedestres;
VII. Os efeitos da volumetria do empreendimento e das intervenções urbanísticas
propostas sobre ventilação, iluminação, paisagem urbana, recursos naturais e
patrimônios culturais do entorno;
VIII. A geração de poluição ambiental e sonora na área;
IX. As águas superficiais e subterrâneas existentes na área;
X. O acúmulo de impactos urbanos, ambientais, socioeconômicos e culturais gerados,
tanto pelos empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas propostas
quanto à estrutura já existente.

Art. 226. A elaboração do Estudo e do Relatório de Impacto de Vizinhança


não substitui a elaboração do Estudo e do Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA.

Art. 227. Fica mantida a exigência de elaboração de EIV/RIV para


empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas, mesmo que estejam inseridos
em áreas de Operações Urbanas Consorciadas e Áreas de Intervenção Urbana que já
tenham sido licenciadas por meio de Estudo e de Relatório de Impacto Ambiental -
EIA/RIMA ou outro instrumento de licenciamento ambiental.

Art. 228. A Administração Pública Municipal deverá exigir dos responsáveis


pela realização dos empreendimentos, da instalação de atividades e da implantação das
intervenções urbanísticas, públicas e privadas, além da apresentação do estudo e do
relatório definidos no Art. 225, a competente execução das medidas mitigadoras,
compensatórias e adaptativas definidas no EIV/RIV.

Art. 229. O EIV/RIV deverá ser objeto de audiência pública promovida pelo
Município de Balneário Piçarras, previamente à decisão final sobre o efetivo
licenciamento urbano e ambiental do empreendimento.

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Art. 230. Os empreendimentos, atividades e intervenções urbanísticas,


públicos ou privados, referidos no caput, que deverão ser objeto de Estudos e Relatórios
de Impacto de Vizinhança durante o seu processo de licenciamento urbano e ambiental,
são os seguintes:

Tabela (EIV-01)
USOS E ATIVIDADES QUE ESTÃO SUJEITOS AO ESTUDO DE IMPACTO DE
VIZINHANÇA
USO / ATIVIDADE CONDICIONANTE ANÁLISE E POSSÍVEIS
MÍNIMA IMPACTOS
Uso Residencial multifamiliar Área construída superior a 15.000m²  Adensamento Populacional
e/ou hoteleiro ou acima de 150 unidades Alterações na dinâmica populacional da
habitacionais/hospedagem área afetada
Loteamentos Superior a 200 lotes por gleba Alterações na dinâmica socioeconômica
parcelada da área afetada
(consumo, emprego, renda, produção)
 Valorização imobiliária
Alteração
Geração de impostos
 Equipamentos Urbanos e
Condomínios Residenciais Superior a 100 frações ideais de Comunitários
Horizontais uso residencial. Sobrecarga
 Geração de tráfego e demanda por
transporte público
Redução do tempo de deslocamento,
Prejuízos à segurança
Sobrecarga no sistema de transporte
 Ventilação e iluminação
 Geração de tráfego e demanda por
transporte público
Redução do tempo de deslocamento,
Prejuízos à segurança
Sobrecarga no sistema de transporte
Superior a 25.000m² de área total  Suporte natural e ambiental
Condomínios Industriais e/ou ou que tenha mais de 10 frações Impacto sobre recursos hídricos,
logísticos ideais que somem 20.000m² de geológicos ou atmosféricos
área, independentemente do  Uso e ocupação do solo
tamanho de cada fração ideal. Polarização/expulsão
 Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
 Suporte natural e ambiental
Impacto sobre recursos hídricos,
geológicos ou atmosféricos
Pistas de testes ou corrida de  Geração de tráfego e demanda por
Qualquer área transporte público
veículos automotores
Redução do tempo de deslocamento,
Prejuízos à segurança
Sobrecarga no sistema de transporte
 Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
 Geração de tráfego e demanda por
transporte público
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Redução do tempo de deslocamento,


Prejuízos à segurança
Ginásios esportivos ou Assentos ou lugares acima de Sobrecarga no sistema de transporte
estádios 3.500 espectadores  Uso e ocupação do solo
Polarização/expulsão
 Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
 Geração de tráfego e demanda por
transporte público
Comércio, serviços e Área Construída acima de 2.500 m² Redução do tempo de deslocamento,
instituições financeiras Prejuízos à segurança
Sobrecarga no sistema de transporte
 Uso e ocupação do solo
Polarização/expulsão
 Geração de tráfego e demanda por
transporte público
Redução do tempo de deslocamento,
Prejuízos à segurança
Sobrecarga no sistema de transporte
Depósitos, armazéns,
 Uso e ocupação do solo
entrepostos, transportadoras, Área Construída acima de 10.000m² Polarização/expulsão
empresa de transporte coletivo  Suporte natural e ambiental
e assemelhados Impacto sobre recursos hídricos,
geológicos ou atmosféricos
 Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
Terminais rodoviários urbanos Mais de 10 vagas (ônibus)  Uso e ocupação do solo
ou interurbanos e similares Polarização/expulsão
Geração de ruídos
Estacionamentos isolados Mais de 250 vagas estáticas  Geração de tráfego e demanda por
transporte público
Redução do tempo de deslocamento,
Prejuízos à segurança
 Uso e ocupação do solo
Polarização/expulsão
 Geração de tráfego e demanda por
Estabelecimentos de saúde Área Construída superior a 5.000m² transporte público
Redução do tempo de deslocamento,
Prejuízos à segurança
Sobrecarga no sistema de transporte
Estabelecimentos veterinários, Área Construída superior a 5.000m²  Geração de incomodidades aos
vigilância epidemiológica, Vizinhos
centro de zoonoses Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
 Geração de tráfego e demanda por
transporte público
Casas de espetáculos, boates, Redução do tempo de deslocamento,
danceterias e similares Área Construída superior a 1.000m² Prejuízos à segurança
Sobrecarga no sistema de transporte
 Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
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 Geração de tráfego e demanda por


transporte público
Redução do tempo de deslocamento,
Teatros, cinemas, igrejas e Área Construída superior a 1.000m² Prejuízos à segurança
Sobrecarga no sistema de transporte
templos
 Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
 Uso e ocupação do solo
Polarização/expulsão
 Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Parques de diversão não Poluição sonora
Área Terreno superior a 20.000 m² Poluição hídrica
itinerantes Poluição atmosférica
 Geração de tráfego e demanda por
transporte público
Redução do tempo de deslocamento,
Prejuízos à segurança
Sobrecarga no sistema de transporte
 Geração de tráfego e demanda por
transporte público
Redução do tempo de deslocamento,
Prejuízos à segurança
Área Construída superior a 2.500 Sobrecarga no sistema de transporte
Estabelecimentos m²  Uso e ocupação do solo
Educacionais Polarização/expulsão
 Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
 Uso e ocupação do solo
Cemitérios e Crematórios Qualquer área Polarização/expulsão
 Valorização imobiliária
Alteração Geração de impostos
 Geração de tráfego e demanda por
transporte público
ZOVs - acima de 15.000m² de área Redução do tempo de deslocamento,
construída Prejuízos à segurança
Sobrecarga no sistema de transporte
Indústrias
 Suporte natural e ambiental
Impacto sobre recursos hídricos,
geológicos ou atmosféricos
Nas demais zonas - acima de  Geração de incomodidades aos
5.000m² de área construída Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
Atividade de geração ou Qualquer área  Valorização imobiliária
transmissão de energia Alteração Geração de impostos
 Valorização imobiliária
Aterros Sanitários, Estações Alteração Geração de impostos
de Tratamentos de Esgotos ou Qualquer área  Geração de incomodidades aos
Resíduos Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica

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 Valorização imobiliária
Alteração Geração de impostos
Presídios/Penitenciárias Qualquer área  Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
 Geração de tráfego e demanda por
transporte público
Redução do tempo de deslocamento,
Clubes Esportivos Área Terreno superior a 20.000m² Prejuízos à segurança
Sobrecarga no sistema de transporte
 Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
 Valorização imobiliária
Alteração Geração de impostos
 Equipamentos Urbanos e
Comunitários
Área Construída acima de Sobrecarga
Empreendimentos de uso 18.000m² e /ou mais de 250 vagas  Geração de tráfego e demanda por
misto de automóveis transporte público
Redução do tempo de deslocamento,
Prejuízos à segurança
Sobrecarga no sistema de transporte
 Ventilação e iluminação
Shopping center, lojas de Área Construída acima de 15.000m²  Uso e ocupação do solo
departamento e similares e/ou mais de 250 vagas de Polarização/expulsão
estacionamento  Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
 Poluição atmosférica
 Geração de tráfego e demanda por
transporte público
Redução do tempo de deslocamento,
Prejuízos à segurança
Sobrecarga no sistema de transporte
Torres de telefonia celular e Qualquer área  Valorização imobiliária
similares Alteração Geração de impostos
Estação Telefônica / Centro de Qualquer área  Valorização imobiliária
Comutação e Controle Alteração Geração de impostos
 Valorização imobiliária
Implantação de torres com Alteração Geração de impostos
cabos de alta tensão em área Qualquer área  Suporte natural e ambiental
urbana consolidada Impacto sobre recursos hídricos,
geológicos ou atmosféricos
 Valorização imobiliária
Alteração Geração de impostos
 Suporte natural e ambiental
Volume armazenado superior a Impacto sobre recursos hídricos,
100.000 litros geológicos ou atmosféricos
Postos de Combustíveis
 Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
 Suporte natural e ambiental
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Depósitos de combustíveis, Impacto sobre recursos hídricos,


gases inflamáveis, produtos Qualquer área geológicos ou atmosféricos
inflamáveis a granel ou  Geração de incomodidades aos
similares Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
 Valorização imobiliária
Alteração Geração de impostos
 Suporte natural e ambiental
Depósitos de fertilizantes Qualquer área Impacto sobre recursos hídricos,
inflamáveis geológicos ou atmosféricos
 Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica
 Valorização imobiliária
Alteração Geração de impostos
Fábrica ou depósitos de armas  Suporte natural e ambiental
de fogo, explosivos ou fogos Qualquer área Impacto sobre recursos hídricos,
de artifícios geológicos ou atmosféricos
 Geração de incomodidades aos
Vizinhos
Poluição sonora
Poluição hídrica
Poluição atmosférica

Art. 231. O Poder Executivo deverá editar decreto, num prazo de até 180
(cento e oitenta dias) a partir da entrada em vigor da presente Lei Complementar,
regulamentando e detalhando os objetivos do EIV/RIV e definir os seus parâmetros,
procedimentos, prazos de análise, competência, conteúdos e formas de gestão
democrática a serem adotadas na sua elaboração, análise e avaliação.

SEÇÃO XIII
ESTUDO E RELATÓRIO DE POLO GERADOR DE TRÁFEGO - EGT/RIT

Art. 232. A construção, ampliação, instalação, modificação e operação de


empreendimentos e intervenções urbanísticas, público ou privado, cujas atividades
atraem ou geram grande número de viagens, causando impactos negativos à mobilidade
urbana, ao meio ambiente, à segurança, à acessibilidade na circulação de pedestres,
aos ciclistas, ao transporte coletivo, ao transporte de mercadorias e ao sistema viário,
sobrecarregando a infraestrutura urbana pública e a rede viária básica, estarão sujeitos
à avaliação, por parte do órgão municipal competente, do Estudo de Impacto de
Geração de Tráfego - EGT e seu respectivo Relatório de Impacto de Tráfego - RIT,
previamente à emissão das licenças ou alvarás de construção, reforma ou
funcionamento.

Art. 233. Definem-se como Polos Geradores de Tráfego - PGT - os grandes


empreendimentos ou atividades urbanas que pela sua natureza ou capacidade de
atração de viagens e/ou seu nível de abrangência, gerem interferências no trânsito do
entorno, demandando parâmetros diferenciados para sua implantação, sendo que a

110
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aprovação dos projetos e posterior implantação de um PGT envolvem basicamente seis


etapas de tramitação entre o empreendedor e a Prefeitura Municipal, descritas a seguir:
I. Etapa 1 - Solicitação de Certidão de Diretrizes Viárias - CDV - do PGT
(Responsabilidade do Empreendedor): Após obter a consulta prévia de Zoneamento,
o empreendedor que pretende construir uma edificação classificada como PGT
(conforme Tabela EGT/RIT) deverá solicitar, através do competente processo
administrativo, o fornecimento de Certidão de Diretrizes Viárias (CDV), documento
que orientará a elaboração do projeto arquitetônico ou as adequações necessárias;
II. Etapa 2 - Avaliação do PGT (Responsabilidade da Administração Pública): A
Secretaria Municipal de Planejamento, com base nas informações prestadas e nos
demais documentos e projetos entregues pelo empreendedor, analisará o PGT
quanto ao porte, às atividades que serão desenvolvidas e à região em que está
inserido, avaliará e classificará o tipo de PGT, que será categorizado como:
a) P0 - Polo de Baixa Geração de Impacto: Mediante prévia análise, poderão ser
exigidas medidas mitigadoras, que deverão ser consideradas no alvará de
construção e no projeto de implantação do empreendimento;
b) P1 - Polo Gerador de Médio Impacto: Mediante prévia análise, poderá ser
solicitado o RIT - Relatório de Impacto de Tráfego, desde que tecnicamente
justificável, podendo ser exigidas medidas mitigadoras, que deverão ser
consideradas no alvará de construção e no projeto de implantação do
empreendimento;
c) P2 - Polo Gerador de Grande Impacto: Mediante prévia análise, poderá ser
solicitado o RIT - Relatório de Impacto de Tráfego, desde que tecnicamente
justificável, podendo ser exigidas medidas mitigadoras, que deverão ser
consideradas no alvará de construção e no projeto de implantação do
empreendimento.
III. Etapa 3 - Informações Complementares e RIT (Responsabilidade do
Empreendedor): A Avaliação da Secretaria de Planejamento deverá ser atendida em
sua íntegra, obedecendo-se às solicitações efetuadas, sendo que, quanto aos PGT’s
do Tipo P1 (quando necessário) e Tipo P2, as solicitações e informações fornecidas
pelo órgão público servirão de orientação para devida elaboração do RIT;
IV. Etapa 4 - Avaliação do PGT (Responsabilidade da Administração Pública –
Secretaria de Planejamento - SP): A equipe técnica da Secretaria de Planejamento -
SP - fará uma avaliação dos estudos executados pelo empreendedor – projeto e
RIT, definindo, quando necessário, as medidas mitigadoras a serem implantadas e
elaborará a Certidão de Diretrizes Viárias - CDV - do PGT, que orientará o
desenvolvimento e a adequação do projeto do empreendimento;
V. Etapa 5 - Desenvolvimento e Adequações de Projetos - (Responsabilidade do
Empreendedor): O projeto, para obter o alvará de construção, deverá ser elaborado
ou readequado às exigências da Certidão de Diretrizes Viárias e às medidas
mitigadoras definidas pela Secretaria de Planejamento, apontadas na CDV, cabendo
ao empreendedor a elaboração dos projetos executivos, bem como aprová-los junto
à Prefeitura Municipal de Balneário Piçarras - PMBP - mediante protocolo de
processo administrativo intitulado Processo de Melhorias Viárias/Mitigações do
Estudo de Impacto de Geração de Tráfego - EGT;
VI. Etapa 6 - Análise dos Projetos - (Responsabilidade da Administração Pública –
Secretaria de Planejamento - SP): A equipe técnica fará a avaliação dos projetos
111
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executados pelo empreendedor e efetuará a aprovação do Processo de Melhorias


Viárias/Mitigações do EGT e pareceres quanto ao atendimento da CDV no processo
de Alvará de Construção e no processo de Doação de Áreas, quando for o caso.
§ 1º Os pedidos de Alvará de Construção, Reforma, Mudança de Uso e
Regularização de todos os usos caracterizados como P0, P1 e P2 somente serão
aprovados mediante a apresentação da Certidão de Diretrizes Viárias - CDV - com
parecer favorável do órgão competente quanto ao seu efetivo cumprimento, do Termo
de Compromisso e Cronograma de Obras Viárias, devidamente firmado pelas partes
legítimas, e do registro da Doação de Área junto ao Cartório de Registro de Imóveis, se
for o caso.
§ 2º A execução das medidas mitigadoras aprovadas através do Processo de
Melhorias Viárias/Mitigações do Estudo de Impacto de Geração de Tráfego - EGT - terá
acompanhamento da equipe técnica da Administração Pública Municipal e, quando
finalizada a execução dos trabalhos, o empreendedor deverá obter junto à Secretaria de
Planejamento o Termo de Recebimento de Obras Viárias.
§ 3º A concessão de Habite-se dos PGT’s é condicionada à execução das
medidas mitigadoras previstas na Certidão de Diretrizes Viárias e apresentação do
Termo de Recebimento de Obras.
§ 4º As obras viárias deverão estar concluídas em até 90 (noventa) dias da
solicitação do Habite-se, para que haja tempo hábil para verificação e recebimento das
obras implementadas.
§ 5º O procedimento administrativo que regerá as etapas descritas neste
artigo será regulamentado por Decreto devidamente editado pelo Poder Executivo.

Art. 234. O Relatório de Impacto de Tráfego - RIT - consiste no documento


técnico que traduz o resultado do Estudo de Impacto de Geração de Tráfego - EGT,
através de critérios previamente conhecidos que atestem a condição de geração de
tráfego de um determinado empreendimento, os seus impactos nos locais ou região de
influência e as medidas mitigadoras a serem providenciadas.
§ 1º O roteiro básico para a elaboração do Relatório de Impacto de Tráfego -
RIT - será editado através de Instrução Normativa a ser elaborada pela Secretaria de
Planejamento.
§ 2º O RIT deverá ser desenvolvido nos moldes do Roteiro Básico a ser
editado, no entanto, poderão ser exigidas informações complementares ao roteiro, bem
como poderão ser dispensadas, mediante motivação, algumas das informações exigidas
em função do porte, complexidade e/ou localização do empreendimento.

Art. 235. São classificados como empreendimentos sujeitos ao Estudo de


Impacto de Geração de Tráfego - EGT e seu respectivo Relatório de Impacto de Tráfego
- RIT:
Tabela EGT/RIT
CATEGORIA CARACTERIZAÇÃO DO PARÂMETROS LIMITE UNIDADE
EMPREENDIMENTO DE REFERÊNCIA MÍNIMO DE
MEDIDA
EGT-1 Todos aqueles que exijam EIA/RIMA
Terminais rodoviários, ferroviários,
EGT-2 aeroviários, hipódromos, estádios

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esportivos, shopping center,


hipermercado, condomínios ou
loteamentos industriais
EGT-3 Geração de viagens horárias máximas Volume e horário
(entradas + saídas do empreendimento máximo de tráfego misto 120 Veículos/hora
no horário de “pico”) na hora do “pico”.
EGT-4 Conjuntos habitacionais/condomínios Unidades Habitacionais 200 Unidades
unifamiliares e multifamiliares
EGT-5 Necessidade ou geração de vagas de Vagas 200 Vagas
garagem/estacionamento temporários
e rotativos
EGT-6 Empreendimentos localizados às Volume tráfego misto 240 Veículos/hora
margens das rodovias diário pico
Postos de serviços, oficinas, lojas de
EGT-7 automóveis, oficinas, alimentação, Área Terreno 5.000 m²
hospedagem.
EGT-8 Estabelecimentos Não Residenciais Área Construída 10.000 m²
EGT-8 Hospitais, centros de saúde e clínicas Área Construída 5.000 m²
EGT-8 Universidades, escolas e similares. Área Construída 5.000 m²

Art. 236. Após a definição das medidas mitigadoras a serem providenciadas


pelo empreendedor, a Secretaria de Planejamento deverá emitir, junto ao processo de
licenciamento, uma Certidão de Redução de Impacto - CRI - que estabelece as medidas
mitigadoras de impacto no tráfego, necessárias para a implantação, reforma ou
funcionamento de empreendimentos e atividades classificados como Polos Geradores
de Tráfego.
§ 1º Medidas Mitigadoras são compreendidas como execução de obras,
serviços ou ações, exigidos pela Secretaria Planejamento ao empreendedor, com o
objetivo de minimizar os impactos da implantação ou do funcionamento de atividades
caracterizadas como Polo Gerador de Tráfego.
§ 2º As medidas mitigadoras deverão estar totalmente cumpridas para que
seja emitido alvará de conclusão de obra e/ou alvará de funcionamento.
§ 3º O Poder Executivo deverá editar decreto que contenha as normas
complementares para a aplicação e a regulamentação do Estudo de Impacto de
Geração de Tráfego - EGT e seu respectivo Relatório de Impacto de Tráfego - RIT.

SEÇÃO XIV
INSTRUMENTOS DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

Art. 237. O Município de Balneário Piçarras, consubstanciado nas atribuições


previstas no inciso VIII, do Art. 30, da Constituição da República, na Lei Federal nº
10.257/2001 - Estatuto da Cidade, na Lei Federal nº 11.977/2009, e na legislação
municipal que trata de regularização de loteamentos, parcelamentos do solo e
edificações, incorporará os assentamentos precários, favelas, loteamentos irregulares e
áreas de ocupação irregular, visando à sua regularização urbanística e fundiária,
mediante a utilização dos seguintes instrumentos urbanísticos:
I. Criação de Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS;
II. Concessão do Direito Real de Uso;
III. Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia;
IV. Usucapião Especial de Imóvel Urbano, Individual ou Coletivo;
V. Demarcação Urbanística;
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VI. Legitimação de Posse;


VII.Assistência Técnica, Jurídica e Social Gratuita.
Parágrafo único. Também são consideradas passíveis de regularização
fundiária as propriedades agrícolas localizadas na Área Rururbana e nas Áreas de
Interesse Ambiental, desde que não estejam localizadas em áreas ou parcela de glebas
produtivas, áreas de relevante interesse ambiental, áreas de risco de deslizamentos ou
inundações ou áreas que compreendem os entornos de nascentes.

Art. 238. O Poder Executivo poderá outorgar título de concessão de uso


especial para fins de moradia àquele que, até 30 de junho de 2001, residia em imóvel
público situado em área urbana com até 240m² (duzentos e quarenta metros
quadrados), por 5 (cinco) anos, ininterruptamente e sem oposição, desde que não seja
proprietário ou concessionário de outro imóvel urbano ou rural, nos moldes delineados
no Art. 1º, da Medida Provisória nº 2.220, de 04 de setembro de 2001.
§ 1º O Poder Executivo assegurará o exercício do direito de concessão de
uso especial para fins de moradia, individual ou coletivamente, em local diferente
daquele que gerou esse direito, nas hipóteses de a moradia estar localizada em área de
risco cuja condição não possa ser equacionada e resolvida por obras e outras
intervenções.
§ 2º O Poder Executivo poderá assegurar o exercício do direito de concessão
de uso especial para fins de moradia, individual ou coletivamente, em local diferente
daquele que gerou esse direito, nas hipóteses de:
I. Ser área de uso comum do povo com outras destinações prioritárias de interesse
público, definidas no Plano Diretor;
II. Ser área onde houver necessidade de redução do adensamento por motivo de
projeto e obra de urbanização;
III. Ser área de comprovado interesse da defesa nacional, da preservação ambiental e
da proteção dos ecossistemas naturais;
IV. Ser área reservada à construção de represas e obras congêneres.
§ 3º Para atendimento do direito previsto nos parágrafos anteriores, a moradia
deverá estar localizada próxima ao local que deu origem ao direito de que trata este
artigo, e em casos de impossibilidade, em outro local, desde que haja manifesta
concordância do beneficiário.
§ 4º A concessão de uso especial para fins de moradia poderá ser solicitada
de forma individual ou coletiva.
§ 5º Buscar-se-á respeitar, quando de interesse da comunidade, as atividades
econômicas locais promovidas pelo próprio morador, vinculadas à moradia, como
pequenas atividades comerciais, indústria doméstica, artesanato, oficinas de serviços e
outros.
§ 6º Extinta a concessão de uso especial para fins de moradia, o Poder
Público recuperará o domínio pleno do terreno.
§ 7º É responsabilidade do Poder Público promover as obras de urbanização
nas áreas onde foi obtido título de concessão de uso especial para fins de moradia.
§ 8º O atendimento habitacional em programas de apoio habitacional, tais
como bolsa-aluguel, aluguel social, parceria social, ou por intermédio de indenização por
benfeitorias, dentre outros, será realizado por período determinado e vinculado ao

114
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atendimento definitivo em programa de produção de Habitação de Interesse Social -


HIS.

Art. 239. A concessão de uso especial para fins de moradia poderá ser
outorgada mediante requerimento do interessado, dirigido à Secretaria Municipal de
Assistência Social, a qual iniciará o trâmite do procedimento.

Art. 240. O Poder Executivo promoverá o plano de urbanização com a


participação dos moradores de áreas usucapidas, visando à melhoria das condições
habitacionais e de saneamento ambiental nas áreas habitadas por população de baixa
renda, em especial, as usucapidas coletivamente, para fins de moradia, nos termos da
Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade.

Art. 241. A regularização fundiária de interesse social que envolva apenas a


regularização jurídica da situação dominial do imóvel poderá ser efetivada apenas com
os documentos necessários à viabilização do registro do projeto de regularização.

Art. 242. A regularização fundiária em áreas ambientalmente protegidas


deverá observar os dispositivos previstos em legislação pertinente.

Art. 243. Caberá ao Município de Balneário Piçarras garantir assistência


técnica, jurídica, urbanística e social gratuita à população, a indivíduos, a entidades, a
grupos comunitários e a movimentos na área de Habitação de Interesse Social e de
Agricultura Familiar, buscando promover a inclusão social, jurídica, ambiental e
urbanística da população de baixa renda à cidade, na garantia da moradia digna e no
reconhecimento dos serviços ambientais e sociais prestados pelos agricultores
familiares, particularmente nas ações visando à regularização fundiária e à qualificação
dos assentamentos precários existentes, bem como à regularização fundiária e
ambiental dos imóveis rurais.

CAPÍTULO II
DA INTEGRAÇÃO E DA INTER-RELAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Art. 244. O PDDE-Balneário Piçarras se complementa pelas políticas setoriais


relacionadas ao desenvolvimento municipal sustentável, em especial, para as áreas
urbanizadas ou em processo de urbanização, cuja integração e inter-relação devem ser
coordenadas e implementadas pela Administração Pública Municipal, através de planos
setoriais, vislumbrando o cumprimento dos objetivos e diretrizes desta Lei
Complementar.
Parágrafo único. As políticas do desenvolvimento municipal sustentável,
tratados nesta lei, no âmbito do ordenamento territorial, devem estas relacionadas ou
devem fazer parte, de forma direta ou indireta, nos planos cujos objetivos setoriais
tratem das seguintes estratégias:
I. Promoção do Desenvolvimento Social
II. Promoção da Inovação e do Desenvolvimento Econômico Sustentável;
III. Promoção da Habitação Social;
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IV. Disponibilidade de Infraestrutura e de Equipamentos Urbanos e Sociais;


V. Gestão do Sistema Ambiental;
VI. Promoção do Saneamento Básico e Ambiental;
VII. Estruturação da Mobilidade Urbana;
VIII. Estruturação do Sistema de Unidades de Conservação, das Áreas Verdes e dos
Espaços Livres;
IX. Proteção ao Patrimônio Material e Imaterial.

Art. 245. O Poder Executivo deverá promover a atualização dos planos


setoriais já existentes e elaborar os ainda não existentes, elencados no Art. 279, num
prazo máximo de até 2 (dois) anos, a contar da promulgação da presente Lei
Complementar.
Parágrafo único. A atualização ou a formulação dos planos setoriais deverão
seguir fielmente as diretrizes e os objetivos estabelecidos na presente norma.

TÍTULO VI
ESTRUTURA URBANA E AMBIENTAL

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 246. A estrutura urbana e ambiental do Município de Balneário Piçarras é


integrada pelos seguintes sistemas:
I. Sistema de Mobilidade e Acessibilidade Urbana;
II. Sistemas Municipais de Áreas Verdes e de Espaços Livres;
III. Sistema Municipal de Saneamento Ambiental;
IV. Sistema Municipal de Equipamentos Urbanos e Sociais;

CAPÍTULO II
SISTEMA MUNICIPAL DE MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE URBANA

Art. 247. O Sistema de Mobilidade e Acessibilidade Urbana é definido pelo


conjunto de serviços, equipamentos, infraestruturas e instalações operacionais
necessárias à ampla mobilidade de pessoas, bens, mercadorias e cargas pelo território
municipal.

Art. 248. São componentes do Sistema de Mobilidade e Acessibilidade


Urbana:
I. Sistemas viário e hidroviário;
II. Sistema de transporte coletivo público;
III. Sistema cicloviário.

SEÇÃO I
ESTRUTURAÇÃO DOS SISTEMAS VIÁRIO E HIDROVIÁRIO

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Art. 249. O Sistema Viário Municipal compõe-se do conjunto de vias


terrestres, que obedecerá à hierarquia e às diretrizes a serem regulamentadas em leis
específicas, atendendo ao disposto no Plano Municipal de Mobilidade Urbana e na Lei
Federal nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, sendo
assim elencadas:
I. Vias de trânsito rápido;
II. Vias arteriais;
III. Vias coletoras;
IV. Vias locais;
V. Ciclovias;
VI. Vias de circulação de pedestres.

Art. 250. As prioridades para melhoria e implantação de vias serão


determinadas pelas necessidades do transporte coletivo, pela complementação de
ligações entre bairros e pela integração entre os municípios limítrofes e os da Região da
Foz do Rio Itajaí.

Art. 251. O município deverá regulamentar o estacionamento de veículos


privados e de transporte fretado nas vias, o serviço de táxis e lotações, a implantação de
vias destinadas ao trânsito de bicicletas, bem como a circulação de veículos de
transporte de cargas, obedecendo as diretrizes estabelecidas no Plano Municipal de
Mobilidade Urbana.

Art. 252. Os passeios, calçadas e calçadões são espaços de uso coletivo e


parte integrante da via pública, compreendidos como vias que se destinam
exclusivamente à circulação dos pedestres, com segurança e conforto, nelas sendo
garantida a acessibilidade universal.
Parágrafo único. A forma de utilização das vias de pedestres, incluindo a
instalação de mobiliário urbano, deverá ser objeto de lei específica.

Art. 253. A realização de atividades temporárias que sejam geradoras de


tráfego e a implantação e o funcionamento de polos de atração para o trânsito e
transporte, que demandem transporte coletivo ou individual, de pessoas ou de cargas,
serão regulamentadas por lei ou código específico.
Parágrafo único. A realização de eventos ou manifestações e a implantação
e o funcionamento polos de atração de trânsito e transporte deverão estar condicionados
ao equacionamento do serviço de transporte coletivo e do sistema viário.

Art. 254. A circulação e a presença de cargas perigosas transitórias ou em


trânsito, em locais públicos ou privados, no território do município, deverão ser objeto de
regulamento específico.

Art. 255. A instalação ou a reforma de aeródromos, heliportos, terminais


rodoviários, terminais hidroviários (marítimos ou fluviais), pátios de contêineres e
estações aduaneiras de interior, ficarão condicionadas à apresentação de Estudo e
Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA e Estudo de Geração de Tráfego - EGT.

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Art. 256. O Sistema Hidroviário Municipal comporá um conjunto de vias


navegáveis, naturalmente ou após a realização de obras, compostas pelos canais
fluviais e estuarinos, que obedecerão à hierarquia e às diretrizes a serem definidas e
regulamentadas pelo município em leis específicas, atendendo às diretrizes locais, às da
Política Nacional de Transporte Hidroviário, elaborada a partir das metas do Plano
Nacional de Logística e Transportes, em alinhamento com o Plano Nacional sobre
Mudanças do Clima e do Plano de Mobilidade Regional.

Art. 257. O município regulamentará o Sistema Hidroviário Municipal para o


fomento à navegação interior, visando à atividade náutica, ao transporte de passageiros,
ao tráfego de embarcações diversas, em consonância com o plano nacional, regional ou
metropolitano, bem como com a navegação de lazer, viabilizando a implantação de
marinas, garagens náuticas e iates clubes, como garantia dos usos múltiplos das águas
e do planejamento integrado dos recursos hídricos em integração com as esferas de
governo para o setor.

SEÇÃO II
ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE TRANSPORTE COLETIVO

Art. 258. O Sistema de Transporte Coletivo é composto pelo conjunto de


modais de transporte e serviços que realizam o serviço público de transporte de
passageiros, acessível a toda a população, mediante pagamento individualizado, com
itinerários e preços fixados pelo Poder Público, conforme as definições da legislação
federal pertinente.

Art. 259. São componentes do Sistema de Transporte Coletivo:


I. Modais de deslocamento (tipos de veículos) que realizam o serviço de transporte
público coletivo;
II. Estações, pontos de parada e terminais de integração e transbordo;
III. Vias específicas e faixas de rolamento;
IV. Pátios de manutenção e estacionamento;
V. Instalações e edificações de apoio ao sistema.

SEÇÃO III
ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA CICLOVIÁRIO

Art. 260. O Sistema Cicloviário é caracterizado pela circulação de veículos


não motorizados e movidos à tração humana, que devem ser articulados ao sistema de
transporte coletivo público e a programas de incentivo ao uso de bicicletas, como meio
de transporte urbano.

Art. 261. O Sistema Cicloviário compõe-se de:


I. Ciclofaixas, ciclovias e ciclorrotas;
II. Equipamentos urbanos como bicicletários e paraciclos;
III. Estações de integração com o sistema de transporte público.

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CAPÍTULO III
SISTEMA MUNICIPAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, DAS ÁREAS VERDES E
DOS ESPAÇOS LIVRES

Art. 262. O Sistema Municipal de Unidades de Conservação - SMUC, das


Áreas Verdes e dos Espaços Livres é definido pelo conjunto de espaços de proteção
ambiental, de interesse ambiental, de áreas verdes, de espaços vegetados ou não,
destinados à implantação de áreas verdes e/ou de áreas livres sem vegetação, de
propriedade pública ou privada, delimitados em lei específica, tendo como objetivos a
proteção e a preservação da qualidade ambiental e o desenvolvimento sustentável do
Município de Balneário Piçarras.

Art. 263. O Sistema Municipal de Unidades de Conservação, das Áreas


Verdes e de Espaços Livres compõe-se de:
I. Unidades de Conservação de Interesse e Proteção Integral, definidos no Sistema
Nacional de Unidades de Conservação ou pelo Plano Estadual de Gerenciamento
Costeiro de Santa Catarina, compreendendo as APPs das margens dos rios, dos
manguezais, da restinga da orla marítima e das RPPNs - Reservas Particulares do
Patrimônio Natural;
II. Áreas verdes e espaços livres de propriedade pública:
a) Parque Ecológico da Cidade;
b) Quadras, praças e parques da praia;
c) Canteiros, áreas verdes e livres do sistema viário;
d) Áreas verdes e livres de instituições e serviços públicos;
e) Áreas verdes originárias de parcelamento do solo;
f) Áreas verdes e espaços livres de propriedade particular:
g) Unidades de conservação de uso sustentável;
h) Áreas verdes e espaços livres de instituições e serviços privados;
i) Áreas verdes e espaços livres de imóveis isolados;
j) Áreas verdes e espaços livres de imóveis em condomínios;
k) Clubes esportivos sociais.

Art. 264. As áreas de proteção ambiental, as áreas de proteção permanente,


as reservas privadas de parques naturais - RPPNs, os parques, as áreas verdes e os
espaços livres, a serem implantados, integrarão o Sistema Municipal de Unidades de
Conservação, das Áreas Verdes e dos Espaços Livres.

Art. 265. Nos espaços livres de arruamento e de áreas verdes públicas,


existentes e futuras, integrantes do Sistema Municipal de Unidades de Conservação,
das Áreas Verdes e dos Espaços Livres, poderão ser implantadas instalações de lazer e
recreação de uso coletivo, obedecendo-se aos parâmetros urbanísticos fixados em lei
específica.

CAPÍTULO IV
SISTEMA MUNICIPAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL

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Art. 266. O Sistema de Saneamento Ambiental é composto pelos serviços,


equipamentos, infraestruturas e instalações operacionais necessárias para viabilizar:
I. O abastecimento público de água potável, desde a captação, passando pelo sistema
de tratamento, pela rede de distribuição, até as ligações prediais, com seus
respectivos instrumentos de medição;
II. A coleta, a condução, o tratamento dos efluentes coletados, os tratamentos dos
resíduos resultantes do tratamento, desde as ligações prediais até o lançamento do
efluente final tratado no meio ambiente;
III. A coleta, o transporte, a detenção ou retenção de águas pluviais;
IV. A coleta, inclusive a seletiva, o transporte, o transbordo, o tratamento e/ou a
valorização e a destinação final dos resíduos sólidos e dos resíduos originários da
varrição e limpeza de logradouros e vias públicas.

SEÇÃO I
ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Art. 267. O Sistema de Abastecimento de Água é composto pelos sistemas


necessários ao abastecimento de água potável.

Art. 268. O Sistema de Abastecimento de Água compõe-se de:


I. Mananciais hídricos;
II. Infraestrutura de captação, tratamento, adução, armazenamento e distribuição de
água potável.

SEÇÃO II
ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Art. 269. O Sistema de Esgotamento Sanitário é composto pelos sistemas e


redes públicas necessárias à coleta, à condução, ao tratamento e à emissão dos
efluentes sanitários.
§ 1º Enquanto o Município de Balneário Piçarras não dispuser de sistema de
coleta e tratamentos público dos esgotos sanitários na totalidade do território, deverá
exigir e fiscalizar, diretamente ou através da empresa ou organização responsável, a
implantação de sistemas individuais ou coletivos de tratamento de esgotos domésticos,
observando as normas NBR 7229/93 e 13969/97, em especial, atendendo aos seguintes
índices:
I. Eficiência de redução de DBO (Demanda Biológica de Oxigênio), que pode variar
de, no mínimo, 70%, para DQO (Demanda Química de Oxigênio) de 70%;
II. Para sólidos suspensos 80% e para sólidos sedimentáveis 70%.
§ 2º Nos projetos de parcelamento do solo e de edificações multifamiliares,
edificações de uso misto, edificações de uso industrial, edificações destinadas a
hospedagem, terminais de passageiros, edificações com fins logísticos, edificações com
finalidade institucional e, ainda, aquelas edificações que sejam utilizadas de forma
temporária ou em caráter precário, mas que reúnam pessoas, as instalações de esgoto
sanitário deverão ser submetidas previamente às normas e à aprovação do órgão
responsável pelo licenciamento ambiental no município.

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§ 3º Para tratamento residencial unifamiliar são admitidos tratamentos


biológicos a nível secundário, podendo, além de outros de comprovada eficiência,
adotar-se os seguintes sistemas:
I. Fossa/tanque séptico, filtro anaeróbio e clorador;
II. Fossa séptica e biodigestor;
III. Tanque séptico e zona de raízes ou método biológico similar.

SEÇÃO III
ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM

Art. 270. O Sistema de Drenagem é definido pelo conjunto formado pelas


características geológicas-geotécnicas e do relevo e pela infraestrutura de macro e
microdrenagem instaladas e projetadas.

Art. 271. O Sistema de Drenagem compõe-se de:


I. Rios, ribeirões, lagoas, fundos de vale, talvegues e linhas naturais de drenagem;
II. Elementos de macrodrenagem, como canais naturais e artificiais, galerias, estações
elevatórias e reservatórios de retenção ou contenção;
III. Elementos de microdrenagem, como vias, sarjetas, meio fio, bocas de lobo, galerias
de água pluvial, escadas hidráulicas, entre outros.

SEÇÃO IV
ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Art. 272. O Sistema de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é definido pelo


conjunto de serviços públicos relacionados à coleta, à disposição e ao tratamento de
resíduos sólidos, bem como à sua gestão.

Art. 273. O Sistema de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos compõe-se,


entre outros, de:
I. Sistemas de coleta de resíduos sólidos;
II. Sistema de coleta seletiva de resíduos recicláveis;
III. Centrais valorização para separação e triagem para coleta seletiva;
IV. Centrais de compostagem;
V. Estações de transbordo;
VI. Aterros sanitários;
VII. Usinas geradoras de energia, a partir do aproveitamento dos gases de aterros
sanitários.

CAPÍTULO V
SISTEMA MUNICIPAL DE EQUIPAMENTOS URBANOS E SOCIAIS

Art. 274. O Sistema Municipal de Equipamentos Urbanos e Sociais é


composto pelas redes de equipamentos públicos operados pelas políticas sociais
setoriais, voltado para a efetivação e a universalização de direitos sociais,
compreendidos como direito do cidadão e dever do Estado, com participação da
sociedade civil nas fases de decisão, execução e fiscalização dos resultados.
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Art. 275. São componentes do Sistema de Equipamentos Urbanos e Sociais:


I. Equipamentos de educação;
II. Equipamentos de saúde;
III. Equipamentos de esportes, lazer e recreação;
IV. Equipamentos de artes e cultura;
V. Equipamentos de assistência social;
VI. Equipamentos de segurança;
VII. Equipamentos de turismo;
VIII. Equipamentos de meio ambiente.

Art. 276. O Poder Executivo deverá realizar coleta, inventário, sistematização,


produção de indicadores georreferenciados e formulação de diagnósticos dos
equipamentos urbanos e sociais, bem como dos bens públicos municipais, de forma
articulada ao Sistema de Informações Geográficas do Município - SIG/Balneário
Piçarras, visando implementar a gestão democrática, conforme disposto no Título VIII,
desta norma, garantindo a transparência sobre os serviços públicos oferecidos no
município, disponibilizando dados, indicadores e metas de resultado, ampliando, assim,
a cultura de cidadania.

Art. 277. A política municipal de desenvolvimento urbano deve priorizar a


oferta e o funcionamento dos equipamentos urbanos e sociais de que trata este capítulo,
adequados às necessidades dos moradores de cada bairro.

TÍTULO VII
POLÍTICAS E PLANOS SETORIAIS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 278. Os projetos, programas, objetivos, diretrizes, ações e metas criados


de acordo com os planos setoriais definidos nesta Lei Complementar, compõem as
políticas públicas setoriais.

Art. 279. Para fins de aplicação desta Lei Complementar, serão utilizados
como elementos de orientação das Políticas e Planos Setoriais, os seguintes
instrumentos:
I. Plano Municipal de Habitação e Regularização Fundiária;
II. Plano de Mobilidade Urbana - PLANMOB - e os seguintes planos complementares:
a) Plano de Transportes;
b) Plano Viário e Cicloviário;
c) Plano de Acessibilidade e Passeios;
d) Plano para Logística e Distribuição de Cargas
III. Plano Municipal de Saneamento Básico;
IV. Plano Municipal de Proteção e Defesa Civil;
V. Plano Municipal de Conservação e Recuperação das Matas e Áreas Verdes;
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VI. Plano Municipal de Arborização Urbana;


VII. Plano Climático Territorial.

CAPÍTULO II
HABITAÇÃO E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 280. A Política Municipal de Habitação e Regularização Fundiária é uma


exigência estabelecida no Art.12, da Lei Federal nº 11.124/2005, oriunda do Programa
Nacional de Habitação de Interesse Social, lançado pelo Ministério das Cidades em
2007.

Art. 281. O Plano Municipal de Habitação, o Plano Municipal de


Regularização Fundiária e a Conferência Municipal de Habitação, são as principais
instâncias de planejamento e gestão da Política Municipal de Habitação de Interesse
Social e deverão atender ao princípio de plena participação da sociedade civil em suas
definições e implementações.

SEÇÃO II
POLÍTICA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO

Art. 282. A Política Municipal de Habitação tem como princípio a moradia


digna como direito e vetor de inclusão social, garantindo um padrão de habitabilidade,
com inserção urbana que permita o atendimento pelos sistemas de infraestrutura,
saneamento ambiental, mobilidade e equipamentos públicos que assegurem o exercício
pleno da cidadania.
§ 1º O PDDE-Balneário Piçarras, em suas definições de ordenamento de Uso
e Ocupação do Solo, o Plano Municipal de Habitação e demais leis que integram o
Sistema de Planejamento, deverão garantir o acesso à terra urbanizada, devendo tratar
de forma prioritária a Habitação de Interesse Social - HIS, como também a questão da
Habitação de Mercado Popular – HMP.
§ 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, considera-se:
I. Empreendimento Habitacional de Interesse Social - EHIS: corresponde ao
parcelamento do solo, uma edificação ou um conjunto de edificações, destinado total
ou parcialmente à Habitação de Interesse Social - HIS;
II. Empreendimento Habitacional de Mercado Popular - EHMP: corresponde ao
parcelamento do solo, uma edificação ou um conjunto de edificações, destinado total
ou parcialmente à Habitação de Mercado Popular - HMP;
III. Habitação de Interesse Social - HIS: destinada ao atendimento habitacional das
famílias de baixa renda, podendo ser de promoção pública ou privada, com padrão
de unidade habitacional com um sanitário, até uma vaga de garagem e área útil de,
no máximo, 60,00m² (sessenta metros quadrados), com possibilidade de ampliação
quando as famílias beneficiadas estiverem envolvidas diretamente na produção das
moradias, classificando-se em dois tipos:
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a) HIS 1: destinada a famílias com renda bruta igual ou inferior a 3 (três) salários
mínimos nacionais;
b) HIS 2: destinada a famílias com renda bruta igual a 3 (três) até 7,5 (sete e meio)
salários mínimos nacionais;
IV. Habitação de Mercado Popular - HMP: destinada a famílias com renda bruta igual a
7,5 (sete e meio) até 10 (dez) salários mínimos nacionais, podendo ser de promoção
pública ou privada, com padrão de unidade habitacional com até dois sanitários, até
uma vaga de garagem e área útil de, no máximo, 70,00m² (setenta metros
quadrados);
§ 3º A produção de novas unidades de Habitação de Interesse Social - HIS e
de Habitação do Mercado Popular - HMP deverá atender às disposições estabelecidas
por legislação específica de EHIS, EHMP, HIS e HMP, para as zonas de uso ZEIS-SP e
ZEIS-BR.

Art. 283. Os promotores da Habitação de Interesse Social - HIS são os


seguintes:
I. Órgãos da administração direta;
II. Entidades representativas dos moradores ou cooperativas habitacionais,
conveniadas ou consorciadas com o Poder Público;
III. Entidades ou empresas que desenvolvam empreendimentos conveniados ou
consorciados com o Poder Público para execução de empreendimentos de
Habitação de Interesse Social - HIS;
IV. Empresas ou entidades sem fins lucrativos, quando atuando, respectivamente, como
executoras ou organizadoras de EHIS, no âmbito de programa habitacional
subvencionado pela União, Estado ou Município.

Art. 284. Poderá ser estabelecida, em lei, como exigência para o


licenciamento de empreendimentos imobiliários ou atividades econômicas de grande
porte ou implantação de planos e projetos urbanísticos, a doação de áreas ao município,
para fins de produção de HIS na Macroárea do empreendimento.
§ 1º A doação prevista no caput não afasta a necessidade de destinação de
áreas ao município, nos termos do exigido na Lei Federal nº 6.766, de 19 de dezembro
de 1979, e na legislação municipal de parcelamento do solo.
§ 2º A concessão de incentivos à doação prevista no caput poderá ser
prevista em lei específica.

Art. 285. Cabe ao município garantir assistência técnica, jurídica, urbanística


e social gratuita à população, aos indivíduos, às entidades, aos grupos comunitários e
aos movimentos na área de Habitação de Interesse Social - HIS, buscando promover a
inclusão social, jurídica, ambiental e urbanística da população de baixa renda,
particularmente, nas ações que visem à regularização fundiária e à qualificação de
assentamentos precários existentes.
Parágrafo único. A assistência técnica pública e gratuita será implementada
por lei específica, conforme disposto na Lei Federal nº 11.888, de 24 de dezembro de
2008.

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Art. 286. Na implementação da Política Municipal de Habitação de Interesse


Social deverá ser garantida a integração dos cadastros das famílias atendidas pelos
projetos de provisão habitacional e de regularização fundiária, objetivando impedir a
duplicidade de atendimento.

SEÇÃO III
POLÍTICA MUNICIPAL DE REGULARIZAÇÃO FUNDÁRIA

Art. 287. A Regularização Fundiária consiste no conjunto de medidas


jurídicas, urbanísticas, ambientais e sociais, que visam à regularização de
assentamentos irregulares e à titulação de seus ocupantes, de modo a garantir o direito
social à moradia, o pleno desenvolvimento das funções sociais da propriedade urbana e
o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, conforme disposto na Lei
Federal nº 11.977, de 07 de julho de 2009 e legislação pertinente.

Art. 288. A regularização fundiária será implementada nos termos do Capítulo


III, da Lei Federal nº 11.977/2009, e da legislação pertinente que disciplina os
procedimentos para regularização de assentamentos urbanos consolidados no Município
de Balneário Piçarras, inseridos em zonas urbanas ou de expansão urbana.

Art. 289. A regularização fundiária e urbanística dos assentamentos urbanos


deve atender às políticas ambientais, de redução de risco e de habitação, garantindo a
função social da propriedade urbana.

Art. 290. Para cada assentamento urbano deverá ser elaborado um projeto
específico de regularização fundiária, segundo procedimentos previstos na legislação
municipal.

Art. 291. Os projetos de regularização fundiária de Interesse Social e de


Interesse Específico deverão considerar as características da ocupação e da área
ocupada para definir parâmetros urbanísticos e ambientais, nos termos da Lei Federal nº
11.977, de 07 de julho de 2009 e da Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012.

Art. 292. Os projetos de regularização fundiária de Interesse Social deverão


ser coadunados a estratégias de controle da ocupação irregular, articulados e
coordenados pelo Conselho Municipal de Habitação.

CAPÍTULO III
MOBILIDADE URBANA

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 293. A Mobilidade Urbana é a condição em que se realizam os


deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano do Município de Balneário
Piçarras, obtida por meio de políticas e do planejamento do sistema viário, do sistema de
transporte e da circulação, que visam à melhoria da acessibilidade das pessoas e das
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cargas, através da priorização da utilização do espaço público para os meios e modos


não motorizados e de transporte coletivo de maneira efetiva, socialmente inclusiva e
ecologicamente sustentável.

Art. 294. A Lei Federal nº 12.587/2012 estabeleceu as diretrizes da Política


Nacional de Mobilidade Urbana, que devem ter sua correlação no planejamento
municipal através do Plano Municipal de Mobilidade Urbana, levando em consideração
as seguintes diretrizes:
I. Integração com a política de desenvolvimento urbano e respectivas políticas
setoriais de habitação, saneamento básico, planejamento e gestão do uso do solo
no âmbito dos entes federativos;
II. Prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos
serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado;
III. Integração entre os modos e serviços de transporte urbano;
IV. Mitigação dos custos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de
pessoas e cargas na cidade;
V. Incentivo ao desenvolvimento científico-tecnológico e ao uso de energias renováveis
e menos poluentes;
VI. Priorização de projetos de transporte público coletivo, estruturadores do território e
indutores do desenvolvimento urbano integrado.

SEÇÃO II
POLÍTICA MUNICIPAL DE MOBILIDADE URBANA

Art. 295. A Mobilidade Urbana compreende instrumentos da política de


desenvolvimento urbano, de forma a integrar os diferentes modos de transporte e a
melhoria da mobilidade e da acessibilidade das pessoas e das cargas no território do
Município de Balneário Piçarras.
Parágrafo único. A Política de Mobilidade Urbana deve atender ao previsto
na Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade, e na Lei Federal
nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012, que instituiu as diretrizes da Política Nacional de
Mobilidade Urbana, consubstanciada na implementação e na constante atualização do
PLANMOB - Plano de Mobilidade Urbana de Balneário Piçarras.

Art. 296. A Mobilidade Urbana tem por objetivo contribuir para o acesso
universal à cidade, o fomento e a concretização das condições que contribuam para a
efetivação dos princípios, objetivos e diretrizes da política de desenvolvimento urbano,
de forma a:
I. Promover a mobilidade sustentável, reconhecendo a interdependência entre os
transportes, a saúde, o ambiente e o direito à cidade;
II. Reduzir a necessidade de utilização do transporte individual motorizado e promover
meios de transportes coletivos acessíveis a todos, a preços módicos;
III. Aumentar a parcela de viagens realizadas em transportes públicos, a pé ou de
bicicleta;
IV. Desenvolver e manter uma boa infraestrutura para locomoção de pedestres e
pessoas com deficiências, com calçadas e travessias adequadas;
V. Acelerar a transição para veículos menos poluentes;
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VI. Reduzir o impacto dos transportes sobre o ambiente e a saúde pública;


VII. Implantar o PLANMOB - Plano de Mobilidade Urbana de Balneário Piçarras;
VIII. Desenvolver um Plano Viário Municipal;
IX. Priorizar investimentos, no que tange aos equipamentos de gerenciamento de
trânsito, sinalização, operação, fiscalização, acessibilidade e infraestrutura
propriamente dita, visando à estruturação e integração municipal e regional;
X. Priorizar as obras de organização do sistema viário estrutural, com base no “Plano
Viário Municipal”, bem como a correção da geometria, visando à eliminação dos
problemas de fluidez e segurança viárias, ou sem mobilidade universal;
XI. Incentivar a iniciativa privada a viabilizar a implantação de dispositivos de
sinalização e obras viárias e de mobilidade universal, necessários ao sistema viário,
com recursos próprios;
XII. Incentivar a integração intermodal do transporte de cargas e de passageiros;
XIII. Ordenar um sistema de circulação de cargas, de forma a minimizar a interferência
com o sistema viário intraurbano, em especial na área central;
XIV. Regulamentar o fracionamento de cargas destinadas ao abastecimento urbano e os
horários de utilização do sistema viário central;
XV. Regulamentar o trânsito e as áreas permitidas e permissíveis para a utilização de
meios de transporte por tração animal;
XVI. Estabelecer um sistema de transporte coletivo de uso universal integrado física,
operacional e tarifariamente;
XVII. Inserir, no âmbito do procedimento de regularização fundiária e urbanística, obras
tendentes a proporcionar o acesso de veículos de transporte coletivo aos
assentamentos abrangidos pelo citado procedimento;
XVIII. Integrar projetos e o Plano Municipal de Mobilidade Urbana aos respectivos planos
dos municípios limítrofes, considerando as demandas regionais;
XIX. Priorizar a ligação entre Balneário Piçarras e os Municípios de Barra Velha, Penha,
Navegantes e Luiz Alves por meio de articulações entre as Administrações Públicas
e as demais esferas de governo;
XX. Elaborar plano para implantação de estacionamento rotativo.
Parágrafo único. As definições de desenho universal e adaptações,
mobilidade e comunicação, para os efeitos desta Lei Complementar, são aquelas que
constam da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, da Lei Federal nº
10.098/2000, da Norma NBR 9050 e das demais normas pertinentes.

CAPÍTULO IV
SANEAMENTO BÁSICO E GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

SEÇÃO I
POLÍTICA MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

Art. 297. A Política Municipal de Saneamento tem por objetivo contribuir para
o acesso universal à água potável e ao saneamento básico, viabilizando a efetivação
dos princípios, objetivos e diretrizes da política de desenvolvimento urbano, de forma a:
I. Monitorar e atualizar o “Plano Municipal de Saneamento Básico”, ampliando ações
para antecipação das metas de redução de perdas;
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II. Implementar política permanente para conscientização sobre consumo consciente


da água;
III. Ampliar os serviços para melhoria e controle da balneabilidade das praias, através
da elaboração de Plano de Drenagem e de execução de ações voltadas ao controle
da poluição difusa;
IV. Fomentar ações de infraestrutura, como a extensão da rede de saneamento básico
nas áreas urbanas e de expansão urbana;
V. Priorizar serviços em áreas sem atendimento ou com atendimento parcial do
Sistema Municipal de Saneamento Ambiental;
VI. Estimular a realização de ligações residenciais e não residenciais em locais onde
estão disponíveis as redes de abastecimento de água e de coleta de esgotos;
VII. Criar instrumentos para garantir que a implantação de novos empreendimentos e
atividades não provoque a redução da capacidade dos sistemas de micro e
macrodrenagem nas respectivas bacias.

SEÇÃO II
POLÍTICA MUNICIPAL DE GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Art. 298. A Política Municipal de Resíduos Sólidos tem por objetivo contribuir
para a ampliação da melhoria de qualidade de vida dos cidadãos, visando ao
atendimento das diretrizes preconizadas pela Lei Federal n° 12.305, de 2 de agosto de
2010, que estabelece a política nacional de resíduos sólidos, contribuindo para a
efetivação dos princípios, objetivos e diretrizes da política de desenvolvimento urbano,
de forma a:
I. Monitorar e atualizar o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos,
ampliando as ações e metas definidas;
II. Promover a inserção de associações e cooperativas de catadores na política pública
de gestão de resíduos;
III. Elaborar um programa de ampliação, fortalecimento e divulgação maciça da rede de
ecopontos na cidade;
IV. Realizar ações para gestão do resíduo da construção civil coletado na cidade,
aperfeiçoando o sistema de triagem e destinação ambientalmente correta;
V. Ampliar a instalação de contentores públicos para resíduos orgânicos e recicláveis;
VI. Realizar campanha municipal permanente de educação ambiental, visando ao
cumprimento da política nacional de resíduos sólidos;
VII. Criar cursos públicos ou mediante em parcerias, vislumbrando a capacitação e a
inclusão social de profissionais dedicados à área da reciclagem.

CAPÍTULO V
REDUÇÃO DE RISCOS E RESPOSTA A DESASTRES - CIDADE RESILIENTE

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 299. A Gestão de Riscos e Resposta a Desastres tem por objetivo gerar
uma Cidade Resiliente, dotando-a de uma capacidade sistêmica para resistir, absorver,
adaptar-se e recuperar-se dos efeitos dos riscos a que está exposta, de maneira
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tempestiva e eficiente, através da preservação e restauração de suas estruturas básicas


e funções essenciais.

Art. 300. A Gestão de Riscos abrange as ações de prevenção, mitigação,


preparação, resposta e recuperação, em situações de ameaça e de ocorrência de
desastres naturais e antrópicos, as quais são desenvolvidas de maneira articulada por
diversos órgãos do governo municipal, estadual e da sociedade civil, compreendendo:
I. Colocar em prática ações de organização e coordenação para compreender e
aplicar ferramentas de redução de riscos de desastres, com base na participação de
grupos de cidadãos e da sociedade civil organizada;
II. Construir alianças locais visando assegurar que todos os envolvidos compreendam
o seu papel na redução de risco de desastres e na eficiente preparação;
III. Prever um orçamento para a redução de riscos de desastres e fornecer incentivos
para proprietários em áreas de risco, famílias de baixa renda, comunidades,
empresas e setor público para o efetivo investimento na redução dos riscos que
enfrentam;
IV. Manter os dados sobre riscos e vulnerabilidades atualizados, incluindo as avaliações
de risco, como base para planos de desenvolvimento urbano e tomadas de decisão;
V. Investir e manter uma infraestrutura para redução de risco, com enfoque estrutural,
em especial, para as obras de macrodrenagem, visando evitar inundações;
VI. Avaliar a segurança de todas as instalações de escolas e centros de saúde, com
vistas a utilizá-los como estruturas de apoio no caso de eventos e desastres;
VII. Estabelecer regulamentos realistas com os níveis de risco na construção e nos
princípios de planejamento do uso do solo;
VIII. Implantar programas de educação e treinamento sobre a redução de riscos de
desastres, em especial, nas escolas e nas organizações sociais comunitárias;
IX. Proteger os ecossistemas e barreiras naturais para mitigar inundações, tempestades
e outros perigos a que a cidade esteja vulnerável;
X. Instalar sistemas de alerta e alarme, bem como ampliar a capacidade de gestão de
emergências e realizar regularmente exercícios públicos de preparação;
XI. Projetar e ajudar a implementar ações de resposta e recuperação, incluindo a
reconstrução de casas e dos meios de subsistência para a sociedade, em caso de
desastres.

SEÇÃO II
POLÍTICA MUNICIPAL DE REDUÇÃO DE RISCOS

Art. 301. O Plano Municipal de Redução de Riscos - PMRR, caso ainda não
exista, deverá ser elaborado num prazo de 1 (um) ano, contado da entrada em vigor
desta Lei Complementar, contendo mapeamento e classificação de áreas e de moradias
em situação de risco, sendo atualizado anualmente, sob coordenação do órgão
municipal de defesa civil, de forma a subsidiar e orientar as ações de redução de risco,
que incluem ações estruturais, como execução e manutenção de adequados sistemas
de macrodrenagem, intervenções de estabilização de taludes e de encostas, proteção
da orla, remoção de moradias em situações de risco alto ou muito alto e ações e obras

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de recuperação de áreas degradadas, além das medidas não estruturais cabíveis a cada
situação.
§ 1º O Plano Municipal de Redução de Riscos - PMRR atenderá à abordagem
preventiva para a gestão do risco, preconizada pela legislação federal e estadual, e
incluirá as etapas de identificação, análise e cartografia dos riscos, definição de medidas
estruturais e não estruturais de prevenção de desastres, planejamento e treinamento
para situações de emergência, além da divulgação de informações e da elaboração de
cadastro socioeconômico das famílias e ocupações em áreas de risco.
§ 2º O Plano Municipal de Redução de Riscos - PMRR deverá articular-se aos
Planos setoriais correspondentes, incluídos os Planos Municipais de Habitação, de
Recuperação e Conservação das Áreas de Preservação e de Interesse Ambiental, de
Regularização Fundiária e de Saneamento.

SEÇÃO III
POLÍTICA MUNICIPAL DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL

Art. 302. A Política Municipal de Proteção e Defesa Civil terá por objetivo
realizar o planejamento e a promoção da proteção e da defesa permanente contra
desastres naturais, antropogênicos e mistos, bem como atuar na iminência e em
circunstâncias de desastres, prevenindo ou reduzindo danos, socorrendo e assistindo
populações afetadas, assim como reabilitando e recuperando os cenários dos desastres.

Art. 303. A Política Municipal de Proteção e Defesa Civil deverá ser


implantada mediante a elaboração de um “Plano Municipal de Proteção e Defesa Civil”,
abrangendo ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação,
devendo integrar-se às políticas de ordenamento territorial, desenvolvimento urbano,
meio ambiente, saúde, recursos hídricos, mudanças climáticas, educação, ciência e
tecnologia e demais políticas setoriais, promovendo a segurança da comunidade e
minimizando os danos decorrentes de eventos adversos, sempre visando ao
desenvolvimento sustentável.
Parágrafo único. A Gestão dos Riscos, coordenada pelo órgão municipal de
proteção e defesa civil, é entendida como o conjunto de medidas jurídicas e de ações do
setor público e da sociedade, devendo ser baseada em estudos técnicos, incluindo
Monitoramento Meteorológico, Mapas de Suscetibilidades, Cartas Geotécnicas e Plano
Municipal de Redução de Riscos - PMRR, dentre outros, que visam garantir a redução
dos riscos de desastres em todo o território municipal e a minimização dos impactos
adversos decorrentes de atividades humanas e dos processos naturais.

CAPÍTULO VI
MEIO AMBIENTE

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 304. O Meio Ambiente, enquanto bem jurídico tutelado, pode ser
enquadrado sob quatro classificações diferenciadas:

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I. Meio ambiente natural: composto pelos recursos naturais como a água, o solo, o ar
atmosférico, a fauna e a flora;
II. Meio ambiente artificial, modificado ou construído: formado pelos espaços
antropicamente alterados, para fins de cultivo e para fins de moradia, nas áreas
rurais ou urbanas, incluindo as edificações, os equipamentos públicos dentre outros;
III. Meio ambiente cultural: o patrimônio cultural do município, incluindo as relações
culturais, turísticas, arqueológicas, paisagísticas e naturais;
IV. Meio ambiente do trabalho: local onde homens e mulheres desenvolvem suas
atividades laborais.

Art. 305. Para que o PDDE-Balneário Piçarras alcance o Desenvolvimento


Sustentável é fundamental que a inserção do Ambiente Construído no Ambiente Natural
venha a ser protagonizada de forma equilibrada, tendo por base a análise do ambiente
natural quanto aos parâmetros topográficos, geológicos, hidrológicos, climáticos, dentre
outros.

Art. 306. A integração do Meio Ambiente no PDDE-Balneário Piçarras, nas


suas diversas formas de definição, se dará mediante a integração das seguintes
políticas:
I. Política Municipal de Meio Ambiente;
II. Política Municipal de Arborização Urbana;
III. Política Municipal de Gestão Climática;
IV. Política Municipal da Paisagem Urbana e Natural;
V. Política Municipal do Patrimônio Cultural.

SEÇÃO II
POLÍTICA MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 307. É dever do Poder Público e da coletividade proteger o meio


ambiente, para a presente e as futuras gerações, garantindo:
I. A implantação de políticas de crescimento urbano ambientalmente sustentável, com
suporte na definição clara de diretrizes, objetivos, normas, critérios e padrões;
II. A integração de políticas públicas com o licenciamento, o controle, a preservação e
a fiscalização ambiental;
III. A melhora da qualidade de vida e a manutenção do equilíbrio ecológico da cidade.

Art. 308. A elaboração e a implementação do “Plano Municipal de


Conservação e Recuperação das Matas e Áreas Verdes” deve ter como diretriz a
valorização da paisagem e da estruturação dos espaços públicos, ampliando a
qualidade e a caracterização do patrimônio ambiental.

Art. 309. A Política de Meio Ambiente deve buscar a otimização do consumo


energético, a partir do estabelecimento de metas para a redução do consumo de energia
e do fomento ao uso de energia gerada através de outras fontes renováveis, por meio do
Plano de Eficiência Energética.

SEÇÃO III
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POLÍTICA MUNICIPAL DE ARBORIZAÇÃO URBANA

Art. 310. O “Plano Municipal de Arborização Urbana” deverá ser o principal


instrumento da política municipal de arborização, e terá os seguintes objetivos:
I. Criar condições para a rápida implantação dos Planos de Arborização e Manejo e do
Código Municipal de Meio Ambiente;
II. Ampliar as Áreas Verdes Urbanas por meio da implantação de adensamento da
arborização pública, da implantação de áreas ajardinadas e arborizadas, seja por
atos diretos do Poder Público ou através de compensações originadas de fontes
causadoras de impacto ambiental e de vizinhança, com mecanismos criados para
este fim;
III. Incentivar a criação de áreas verdes particulares;
IV. Ampliar a arborização de praças, parques e espaços livres de uso público, bem
como de calçadas e canteiros centrais e incrementar a criação de parques lineares;
V. Atuar como instrumento de planejamento para a implantação de uma política de
plantio, preservação, manejo e expansão da arborização da cidade;
VI. Inventariar, através de georreferenciamento, a arborização existente para ser a base
da ampliação da arborização pública, que se iniciará pelas áreas mais carentes de
vegetação arbórea;
VII. Elaborar cadastro de cada espécime da Arborização Pública, com base no
Inventário, servindo este como histórico das ações empreendidas em cada vegetal,
de modo a facilitar as ações de manejo.

SEÇÃO IV
POLÍTICA MUNICIPAL DE GESTÃO CLIMÁTICA

Art. 311. Em função de sua localização, como território estratégico para o


monitoramento das atividades relativas ao clima, o Município de Balneário Piçarras
deverá estabelecer parcerias locais e regionais para desenvolver, num prazo máximo de
60 (sessenta) meses após entrada em vigor da presente Lei Complementar, o “Plano
Climático Territorial”, com a finalidade de diagnosticar o perfil climático, a previsão de
eventos climáticos e a qualidade do ar na cidade, em conjunto com a implantação do
sistema de monitoramento ambiental e climático, com o objetivo de assegurar a
qualidade ambiental do território.

Art. 312. O desenvolvimento das atividades de implantação do “Plano


Climático Territorial” será feito por meio de:
I. Diagnóstico climático do município, abordando a situação atual, as tendências, as
vulnerabilidades e a análise da capacidade de adaptação;
II. Elaboração de programa de cenários futuros para planejamento e gestão ambiental
de investimentos, uso do solo e desenvolvimento urbano;
III. Indicadores de qualidade climática e de controle da poluição.

SEÇÃO V
POLÍTICA MUNICIPAL DA PAISAGEM

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Art. 313. Para fins de aplicação desta Lei Complementar, considera-se


paisagem o espaço aéreo e a superfície externa de qualquer elemento natural ou
construído.
Parágrafo único. Nos termos do caput, configuram-se como paisagem os
morros, bosques, matas, restingas, mangues, arborização, rios, mar, ilhas, edifícios,
anteparos, construções e superfícies aparentes de equipamentos de infraestrutura, de
segurança e de veículos automotores, anúncios de qualquer natureza, elementos de
sinalização urbana, equipamentos de informação e comodidade pública e logradouros
públicos, quando visíveis por qualquer observador situado em áreas de uso comum do
povo.

Art. 314. As ações públicas e privadas com interferência na paisagem urbana


deverão atender ao interesse público, em consonância com os direitos fundamentais da
pessoa humana, com as necessidades de conforto ambiental e com a melhoria da
qualidade de vida urbana, conforme os seguintes objetivos:
I. Garantir a todos o direito à fruição da paisagem, à qualidade ambiental do espaço
público e à possibilidade de identificação, leitura e apreensão da paisagem e de
seus elementos constitutivos;
II. Criar uma identidade visual e assegurar o equilíbrio entre os diversos elementos que
compõem a paisagem urbana, garantindo suas características estéticas e funcionais;
III. Favorecer a preservação do patrimônio ambiental, cultural e ambiental urbano;
IV. Garantir a acessibilidade dos espaços públicos a veículos e a pedestres, por meio
da fluidez, segurança e conforto de seus deslocamentos;
V. Disciplinar o uso dos espaços públicos e privados subordinado a projeto
previamente estabelecido consoante parâmetros normativos específicos;
VI. Elaborar normas e programas específicos para os setores da cidade, considerando a
diversidade da paisagem nas várias regiões que a compõe;
VII. Compatibilizar o uso e a ocupação do solo, bem como a implantação de
infraestrutura visando à preservação da paisagem urbana em seu conjunto;
VIII. Impedir e mitigar a projeção do sombreamento das edificações sobre a faixa da
praia na orla da praia de Balneário Piçarras.

Art. 315. São diretrizes da política municipal para preservação e melhoria da


paisagem urbana:
I. O livre acesso de pessoas e bens à infraestrutura urbana;
II. A priorização da sinalização de interesse público, com vistas a não confundir
motoristas na condução de veículos e garantir a livre e segura locomoção de
pedestres;
III. O combate à poluição visual, bem como à degradação ambiental;
IV. A proteção, a preservação e a recuperação do patrimônio cultural, histórico, artístico,
paisagístico, de consagração popular, bem como do meio ambiente natural ou
construído da cidade;
V. A compatibilização das modalidades de anúncios com os locais onde possam ser
veiculados, nos termos desta Lei Complementar;
VI. A implantação de sistema de fiscalização efetivo, ágil, moderno, planejado e
permanente;

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VII. A elaboração de normas e programas específicos para os distintos setores do


município, considerando a diversidade da paisagem nas várias regiões que a
compõe;
VIII. O regramento dos elementos presentes nas áreas públicas, considerando as normas
de ocupação das áreas privadas e a volumetria das edificações que, no conjunto,
são formadoras da paisagem urbana;
IX. A criação de novos padrões, mais restritivos, de comunicação institucional,
informativa ou indicativa;
X. A adoção de parâmetros de dimensões, posicionamento, quantidade e interferência
mais adequada à sinalização de trânsito, aos elementos construídos e à vegetação,
considerando a capacidade de suporte de cada região;
XI. O estabelecimento de normas e diretrizes para a implantação dos elementos
componentes da paisagem urbana e a correspondente veiculação de publicidade;
XII. A criação de mecanismos eficazes de fiscalização sobre as diversas intervenções na
paisagem urbana.

Art. 316. O uso do espaço aéreo de logradouros públicos será regulamentado


por lei específica, observadas as precauções atinentes aos impactos urbanísticos e
ambientais, bem como a garantia da justa recuperação da valorização imobiliária
resultante deste uso, pelo município, quando esta valorização for constatada mediante
laudo técnico específico.

SEÇÃO VI
POLÍTICA MUNICIPAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL

Art. 317. Ficam definidas como estratégias da Política de Patrimônio Cultural,


nos termos do Art. 216, da Constituição Federal de 1988, a preservação e a proteção
dos bens tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à
identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade
brasileira, nos quais se incluem:
I. As formas de expressão;
II. Os modos de criar, fazer e viver;
III. As criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV. As obras, os objetos, os documentos, as edificações e demais espaços destinados
às manifestações artístico-culturais;
V. Os conjuntos urbanos e os sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

Art. 318. Para a promoção das estratégias descritas no Art. 317, no tocante
ao patrimônio cultural, natural e construído, conforme as cartas patrimoniais da
UNESCO, podem ser implantados os seguintes mecanismos, de acordo com as etapas
do trabalho abaixo elencadas:
I. Diagnóstico:
a) identificação;
b) cadastro;
c) catálogo;
d) pré-inventário;
134
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e) inventário.
II. Intervenção:
a) conservação;
b) demolição;
c) preservação;
d) restauração;
e) reabilitação;
f) requalificação;
g) revitalização.

Art. 319. Constitui objetivo da Política de Patrimônio Cultural promover ações


de incentivo à proteção e à conservação dos bens imateriais, conforme o disposto no
inciso II, do Art. 318, de notório valor reconhecido pelo Conselho Municipal de Defesa
do Patrimônio Cultural de Balneário Piçarras.

TÍTULO VIII
GESTÃO DEMOCRÁTICA E SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO

CAPÍTULO I
COMPONENTES DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO URBANO

Art. 320. A gestão democrática da cidade, direito da sociedade e essencial


para a concretização de suas funções sociais, será realizada mediante processo
permanente, descentralizado e participativo de planejamento, controle e avaliação, e
será o fundamento para a elaboração, revisão, aperfeiçoamento, implementação e
acompanhamento do PDDE-Balneário Piçarras e de planos, programas e projetos
setoriais, regionais, locais e específicos.

Art. 321. O Sistema Municipal de Planejamento será implementado pelos


órgãos da Prefeitura, assegurando a participação direta da população em todas as fases
de planejamento e gestão democrática da cidade, garantindo as instâncias e
instrumentos necessários para a efetivação da participação da sociedade na tomada de
decisões, controle e avaliação da política, sendo composto por:
I. Órgãos públicos;
II. Sistema municipal de informação;
III. Instâncias e instrumentos de participação social.

Art. 322. Além do PDDE-Balneário Piçarras, fazem parte do Sistema


Municipal de Planejamento:
I. O Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual;
II. Os Planos Setoriais de Políticas Urbanas e Ambientais;
III. O Código de Obras e Edificações e demais normas complementares existentes ou
previstas nesta Lei Complementar.
Parágrafo único. As leis e planos citados no caput deverão observar às
diretrizes e prioridades estabelecidas nesta Lei Complementar.

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Art. 323. O Poder Executivo garantirá os recursos e os procedimentos


necessários para a formação e a manutenção dos quadros necessários no funcionalismo
público para a efetiva implementação desta lei.

Art. 324. A gestão democrática compreende a participação dos munícipes no


processo de planejamento da cidade, garantindo a transparência, o acesso à
informação, a participação e os preceitos da gestão democrática.

Art. 325. O Poder Executivo promoverá a cooperação com municípios


vizinhos e com órgãos estaduais, visando formular políticas, diretrizes, planos, projetos e
ações conjuntas, destinados à superação de problemas setoriais ou regionais comuns,
bem como firmar convênios ou estabelecer consórcios para articulação com o Governo
do Estado e com o Governo Federal, no gerenciamento e implementação de projetos
urbanísticos, na aplicação conjunta de recursos e na regularização e administração das
áreas remanescentes.

CAPÍTULO II
INSTÂNCIAS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR

SEÇÃO I
CONFERÊNCIA MUNICIPAL DA CIDADE DE BALNEÁRIO PIÇARRAS

Art. 326. A Conferência Municipal da Cidade de Balneário Piçarras,


convocada pelo Poder Executivo, observará o calendário nacional e será articulada com
o Sistema de Participação do Ministério das Cidades, representando etapa preparatória
para as conferências estadual e nacional, ou no mínimo a cada 5 (cinco) anos.
§ 1º A composição e as atribuições da Comissão Preparatória Municipal
deverão respeitar as resoluções do Conselho das Cidades, do Ministério das Cidades.
§ 2º Caberá à Conferência Municipal da Cidade de Balneário Piçarras:
I. Debater as pautas nacionais, estaduais, metropolitanas e municipais propostas para
a Política de Desenvolvimento Urbano;
II. Avaliar e propor diretrizes para a Política de Desenvolvimento Urbano do Município;
III. Sugerir propostas de alteração do Plano Diretor de Desenvolvimento Estratégico de
Balneário Piçarras - PDDE-BALNEÁRIO PIÇARRAS - e da legislação urbanística
complementar.
§ 3º O Chefe do Poder Executivo poderá convocar extraordinariamente a
Conferência Municipal da Cidade para:
I. Eleger membros da sociedade civil para o Conselho da Cidade de Balneário
Piçarras, a cada 2 (dois) anos.
II. Avaliar ou debater uma pauta da sua competência.

SEÇÃO II
CONSELHO DA CIDADE DE BALNEÁRIO PIÇARRAS

Art. 327. O Conselho da Cidade de Balneário Piçarras, órgão colegiado


integrante da estrutura da Secretaria de Planejamento, tem por finalidade estudar e
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propor diretrizes para a formulação e a implementação da Política Municipal de


Desenvolvimento Urbano, bem como acompanhar e avaliar sua execução, conforme
dispõe a Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001.

Subseção I
Composição do Conselho da Cidade de Balneário Piçarras

Art. 328. O Conselho da Cidade de Balneário Piçarras será composto por 20


(vinte) membros titulares e respectivos suplentes, representantes do Poder Público e da
sociedade civil, organizados por segmentos, com direito a voz e voto, a saber:
I. 8 (oito) membros representantes de órgãos do Poder Público, indicados pelo
Prefeito, sendo no mínimo:
a) 2 (três) membros da Secretaria de Planejamento;
b) 1 (um) membro da Secretaria de Assistência Social;
c) 1 (um) membro da Secretaria de Obras;
d) 1 (um) membro da Secretaria de Fazenda;
e) 1 (um) membro da Procuradoria Geral do Município,
f) 1 (um) membro da Secretaria de Saúde;
g) 1 (um) membro da Secretaria de Educação;
II. 12 (doze) membros da sociedade civil, distribuídos da seguinte forma:
a) 5 (cinco) membros representantes de movimentos sociais e associações de
bairros;
b) 2 (dois) membros representantes do setor empresarial, sendo no mínimo 1 (da
indústria) e 1 (comércio e serviços);
c) 2 (dois) membros representantes dos trabalhadores, por suas entidades sindicais;
d) 1 (um) membro de OSC - Organização da Sociedade Civil;
e) 1 (um) membro de entidades profissionais;
f) 1 (um) membro de entidades acadêmicas e de pesquisa.
§ 1º Terão assento, com direito a voz, no Conselho da Cidade de Balneário
Piçarras:
I. 1 (um) representante de órgãos estaduais com atuação regional;
II. 1 (um) representante da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí - AMFRI -
ou da Federação Catarinense dos Municípios – FECAM;
III. 1 (um) representante de órgãos federais com atuação regional;
IV. 1 (um) representante do Observatório Social de Balneário Piçarras, caso
devidamente instituído;
V. 1 (um) representante da entidade responsável pelo sistema de água e esgoto;
VI. 1 (um) representante do operador de transporte coletivo.
§ 2º O Prefeito Municipal indicará a Presidência do Conselho da Cidade de
Balneário Piçarras.
§ 3º No caso de empate nas deliberações do Conselho, caberá ao Presidente
o voto de qualidade.
§ 4º O Poder Executivo regulamentará por decreto o processo eleitoral para a
eleição dos representantes da sociedade civil.
§ 5º Os representantes da sociedade civil serão eleitos pelos seus pares,
mediante processo coordenado por comissão eleitoral paritária do Conselho da Cidade
de Balneário Piçarras.
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§ 6º Na primeira eleição após a aprovação da presente Lei Complementar, o


Colégio dos Delegados de Balneário Piçarras para Revisão do Plano Diretor, eleito na 1ª
Conferência Extraordinária da Cidade de Balneário Piçarras, será o responsável pela
coordenação eleitoral para escolha dos representantes da sociedade civil que comporão
o Conselho da Cidade.
§ 7º Para eleição dos representantes da sociedade civil, será garantido o
direito ao voto a todo e qualquer cidadão com título eleitoral, sem necessidade de pré-
cadastramento.
§ 8º Para os representantes das esferas governamentais, concessionárias e
observatório social, com direito a voz, a indicação caberá à instituição que
representarem.
§ 9º O mandato dos conselheiros será de 2 (dois) anos, sendo permitida
apenas uma recondução sucessiva.

Art. 329. O Conselho da Cidade de Balneário Piçarras reunir-se-á


ordinariamente a cada 2 (dois) meses e extraordinariamente de acordo com a
necessidade, sendo suas regras de funcionamento estabelecidas em Regimento Interno.
§ 1º As reuniões do Conselho da Cidade de Balneário Piçarras poderão ser
acompanhadas por qualquer munícipe e a documentação decorrente das reuniões
deverá ser publicada no portal eletrônico da Prefeitura, no prazo de 15 (quinze) dias
após a sua realização.
§ 2º As datas, horários e pautas das reuniões serão disponibilizadas no portal
eletrônico da Prefeitura, para pleno acesso público com, no mínimo, 7 (sete) dias de
antecedência de sua realização.

Art. 330. O Conselho da Cidade de Balneário Piçarras deverá ser eleito em


até 1 (um) ano após a promulgação da presente Lei Complementar.
§ 1º Até que o Conselho da Cidade seja eleito, conforme estabelecido no Art.
328, caberá ao Colégio dos Delegados de Balneário Piçarras para Revisão do Plano
Diretor, eleitos na 1ª Conferência Extraordinária de Balneário Piçarras, debater e
resolver:
I. Dúvidas que eventualmente surjam na aplicação da presente norma;
II. Elaborar propostas de ajustes a eventuais conflitos que a lei demonstrar na sua
pratica;
III. Atender às atribuições elencadas no Art. 331.
§ 2º Findo o prazo de um ano de vigência da presente norma, o Colégio dos
Delegados de Balneário Piçarras para Revisão do Plano Diretor se extingue, ficando
excluída a possibilidade de extensão automática do mandato dos delegados e das
funções extraordinárias do Colégio.

Subseção II
Atribuições do Conselho da Cidade de Balneário Piçarras

Art. 331. Competem ao Conselho da Cidade de Balneário Piçarras, dentre


outras, as seguintes atribuições:
I. Acompanhar a execução da Política de Desenvolvimento Urbano do Município,
veiculada por intermédio do PDDE-Balneário Piçarras;
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Gabinete do Prefeito

II. Debater e apresentar sugestões à proposta de alteração do Plano Diretor de


Desenvolvimento Estratégico - PDDE;
III. Debater e elaborar propostas de projetos de lei de interesse urbanístico e
regulamentações decorrentes desta Lei Complementar;
IV. Apreciar relatório emitido pelo Poder Executivo, com a indicação das ações
prioritárias previstas no PDDE e especialmente indicadas para execução no
exercício do ano seguinte, identificando os programas passíveis de serem
financiados pelo Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU - e indicando
a necessidade de fontes complementares;
V. Encaminhar ao Poder Executivo, ao final de cada gestão, para subsidiar a
elaboração do Programa de Metas do próximo Governo, o competente memorial
sugerindo prioridades no tocante à implantação do PDDE-Balneário Piçarras;
VI. Debater as diretrizes para áreas públicas municipais;
VII. Aprovar os projetos que terão como fonte de recursos o Fundo Municipal de
Desenvolvimento Urbano – FMDU;
VIII. Acompanhar a aplicação dos recursos arrecadados pelo Fundo Municipal de
Desenvolvimento Urbano - FMDU;
IX. Acompanhar a prestação de contas do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano
- FMDU;
X. Promover a articulação entre os conselhos municipais, em especial dos Conselhos
de Habitação, de Saneamento, de Meio Ambiente, de Trânsito e Transportes, de
Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental, além dos Conselhos Participativos
Municipais;
XI. Encaminhar ao Poder Executivo orientações, propostas e ações voltadas ao
desenvolvimento urbano;
XII. Apresentar, debater e aprovar sugestões às propostas de Área de Intervenção
Urbana e Operação Urbana;
XIII. Apresentar, debater e aprovar sugestões às propostas de Parcerias Público-
Privadas - PPPs, quando diretamente relacionadas com os instrumentos referentes
à implementação do PDDE-Balneário Piçarras;
XIV. Elaborar e aprovar seu Regimento Interno;
XV. Definir sua estrutura organizacional, tendo, no mínimo, uma secretaria executiva
para dar suporte aos trabalhos do Conselho;
XVI. Constituir Câmaras Técnicas Temáticas.
§ 1º Para cumprir suas atribuições, o Conselho da Cidade de Balneário
Piçarras receberá relatórios anuais de monitoramento da implementação do PDDE-
Balneário Piçarras, produzidos pelo Poder Executivo ou elaborados sob sua
coordenação, com detalhamento dos recursos e das respectivas aplicações realizadas
no período.
§ 2º O Conselho da Cidade de Balneário Piçarras tem o prazo de 2 (duas)
reuniões para apreciar e deliberar sobre as exigências previstas neste artigo e caso o
prazo decorra sem que haja uma decisão, caberá ao Presidente dar os
encaminhamentos necessários.
§ 3º Não cabe ao Conselho da Cidade de Balneário Piçarras:
I. Assumir papel da rotina administrativa para aprovação de projetos, sob qualquer
pretexto;
II. Deliberar sobre assuntos que não estão dentro das suas estritas competências.
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Gabinete do Prefeito

CAPÍTULO III
INSTRUMENTOS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL

SEÇÃO I
AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

Art. 332. A Administração Pública Municipal realizará audiências públicas por


ocasião do processo de licenciamento de empreendimentos, para os quais sejam
exigidos estudos e relatórios de impacto de vizinhança.
§ 1º Todos os documentos relativos ao tema da audiência pública, tais como
estudos, plantas, planilhas e projetos, serão colocados à disposição de qualquer
interessado para exame e extração de cópias, inclusive por meio eletrônico e em
formato aberto, com antecedência mínima de 10 (dez) dias da realização da respectiva
audiência pública.
§ 2º As intervenções realizadas em audiência pública deverão ser registradas
para acesso e divulgação públicos em até 20 (vinte) dias da sua realização e deverão
constar no respectivo processo administrativo.
§ 3º A Administração Pública Municipal dará ampla publicidade aos resultados
advindos das audiências públicas, indicando as medidas adotadas em função das
opiniões e manifestações colhidas junto à população.
§ 4º O Poder Público poderá complementar as audiências públicas com
atividades participativas que ampliem a participação dos munícipes, tais como oficinas,
seminários e atividades formativas.

SEÇÃO II
INICIATIVA POPULAR DE PLANOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE
DESENVOLVIMENTO URBANO

Art. 333. A iniciativa popular de planos, programas e projetos de


desenvolvimento urbano, que consubstanciem impacto estrutural sobre a cidade, poderá
ser instruída por, no mínimo, 2% (dois por cento) dos eleitores do Município.

Art. 334. Qualquer proposta de iniciativa popular de planos, programas e


projetos de desenvolvimento urbano e ambiental deverá ser apreciada pelo Conselho da
Cidade, bem como pelo Poder Executivo, em parecer técnico circunstanciado sobre o
seu conteúdo e alcance, a ser disponibilizado no portal eletrônico da Prefeitura no prazo
de 120 (cento e vinte) dias a partir de sua apresentação, podendo este prazo ser
prorrogado por motivo fundamentado.

SEÇÃO III
INICIATIVA POPULAR DE PROJETOS DE LEI, DO PLEBISCITO E REFERENDO

Art. 335. A iniciativa popular de projetos de lei, de plebiscito e de referendo,


ocorrerá nos termos da legislação federal pertinente, da Lei Orgânica do Município e da
legislação municipal complementar.
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Gabinete do Prefeito

SEÇÃO IV
INSTRUMENTOS DE PROMOÇÃO DA CIDADANIA

Art. 336. O Poder Executivo, através do Conselho da Cidade de Balneário


Piçarras, promoverá atividades de formação para os munícipes, como cursos,
seminários e oficinas, com o objetivo de ampliar a troca de informação sobre as políticas
de desenvolvimento urbano, favorecendo seu contínuo aperfeiçoamento.

CAPÍTULO IV
FUNDO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO

SEÇÃO I
FONTES DE RECURSOS

Art. 337. O Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU - será


constituído de recursos provenientes de:
I. Dotações orçamentárias e créditos adicionais suplementares a ele destinados;
II. Repasses ou dotações de origem orçamentária da União ou do Estado de Santa
Catarina a ele destinados;
III. Empréstimos de operações de financiamento internos ou externos;
IV. Contribuições ou doações de pessoas físicas ou jurídicas;
V. Contribuições ou doações de entidades internacionais;
VI. Acordos, contratos, consórcios e convênios;
VII. Rendimentos obtidos com a aplicação do seu próprio patrimônio;
VIII. Outorga Onerosa e Transferência de Potencial Construtivo;
IX. Contribuição de Melhoria, decorrente de obras públicas realizadas com previsão no
PDDE-Balneário Piçarras;
X. Concessão urbanística;
XI. Retornos e resultados de suas aplicações;
XII. Multas, correção monetária e juros recebidos em decorrência de suas aplicações;
XIII. Outras receitas eventuais.

Art. 338. Os recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano -


FMDU - serão depositados em conta corrente, especialmente aberta para esta
finalidade.

SEÇÃO II
DESTINAÇÃO DE RECURSOS

Art. 339. Os recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano -


FMDU - serão aplicados com base nos objetivos, diretrizes, planos, programas e
projetos urbanísticos e ambientais, integrantes ou decorrentes do PDDE-Balneário
Piçarras, em atendimento às seguintes prioridades:
I. Programas de regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por
população de baixa renda;
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II. Programas de provisão de Habitação de Interesse Social para constituição de


reserva fundiária;
III. Ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
IV. Criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse
ambiental;
V. Execução de melhoramento da infraestrutura viária para a implantação de eixos
estruturadores da mobilidade urbana, incluindo os passeios e ciclovias, bem como a
desapropriação das faixas viárias;
VI. Execução de obras de controle de erosão costeira e de macrodrenagem urbana;
VII. Construção de Espaços destinados às Artes, ao Esporte e à Cultura;
VIII. Construção de Espaços da Cidadania nos Bairros;
IX. Preservação de bem de interesse histórico, paisagístico, ambiental, social ou
cultural;
X. Execução de obras de controle de erosão costeira e de macrodrenagem urbana;
XI. Implantação de parques planejados, situados na Macrozona de Interesse Ambiental;
XII. Implantação de Parques Lineares na margem do Rios;
XIII. Implantação de praças e parques públicos;
XIV. Implantação de acessos púbicos para as praias, costões e orlas;
XV. Preservação de áreas de propriedade particular, de interesse ambiental ou histórico;
XVI. Aquisição de áreas de nascentes que formam o manancial de água potável do
Município de Balneário Piçarras;
XVII. Implantações de sistemas de abastecimento de água e saneamento em áreas não
atendidas pela concessionária pública, especialmente naquelas que são objeto de
regularização fundiária e melhorias habitacionais.
§ 1º É vedada a aplicação dos recursos financeiros do FMDU em despesas
de custeio, ressalvadas aquelas relacionadas com a elaboração de projetos destinados
à execução das obras e intervenções de que trata o caput.
§ 2º Despesas com gerenciamento de obras ou projetos ficam limitadas ao
valor máximo de 5% (cinco por cento) do destinado pelo FMDU para cada obra ou
projeto.
§ 3º Despesas para aquisição de sistemas de georreferenciamento,
cartografia digital e do sistema municipal de informações, para subsidiar o planejamento
e o acompanhamento do PDDE-Balneário Piçarras, poderão ser realizadas, desde que
não ultrapassem 2% (dois por cento) dos recursos destinados anualmente ao FMDU,
oriundos da Outorga Onerosa.

Art. 340. Os recursos arrecadados pelo FMDU deverão respeitar anualmente


o limite de:
I. Ao menos 20% (vinte por cento) para a aquisição de terrenos destinados à produção
de Habitação de Interesse Social, preferencialmente classificados como ZEIS;
II. Ao menos 15% (quinze por cento) destinados à mobilidade urbana, em especial ao
transporte público coletivo, ao sistema cicloviário e de circulação de pedestres, com
acessibilidade universal.
§ 1º Os recursos especificados no inciso I, que não sejam executados no
montante mínimo estabelecido, deverão permanecer reservados por um período de um
ano, sendo que, após este prazo, o Conselho Gestor poderá destinar este recurso para

142
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subsídio em programas estaduais e federais de provisão de Habitação de Interesse


Social.
§ 2º Os recursos especificados nos incisos I e II do caput, que não sejam
executados no montante mínimo estabelecido, deverão permanecer reservados por um
período de 2 (dois) anos, sendo que, após este prazo, o Conselho Gestor poderá dar
destinação diversa, nos termos do Art. 339.
§ 3º No exercício seguinte ao ano de promulgação desta Lei Complementar,
ao saldo do FMDU aplica-se os limites estabelecidos no caput.

SEÇÃO III
GESTÃO DO FUNDO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO - FMDU

Art. 341. O Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU será


administrado por um Conselho Gestor paritário, composto por 6 (seis) membros titulares
e respectivos suplentes, assim definidos:
I. 3 (três) representantes de órgãos do Poder Público;
II. 3 (três) representantes da sociedade civil, oriundos do Conselho da Cidade de
Balneário Piçarras
§ 1º O Chefe do Poder Executivo indicará a Presidência do Conselho Gestor
do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FMDU.
§ 2º No caso de empate nas deliberações, caberá ao Presidente do Conselho
Gestor do FMDU o voto de qualidade.
§ 3º O mandato dos conselheiros eleitos será de 2 (dois) anos, sendo
permitida apenas uma recondução.

Art. 342. O plano de aplicação de recursos financeiros do FMDU deverá ser


aprovado pelo Conselho Gestor do Fundo e encaminhado, anualmente, anexo à lei
orçamentária, para aprovação da Câmara Municipal.
§ 1º Além do plano anual de aplicação de recursos aprovado, será
encaminhado ao Conselho da Cidade de Balneário Piçarras, semestralmente, o relatório
detalhado dos recursos e das respectivas aplicações realizadas no período.
§ 2º O Conselho Gestor do Fundo deverá analisar, anualmente, a prestação
de contas do exercício anterior e aprová-la, se a considerar adequada e correta,
garantindo sua publicação no sítio eletrônico da Prefeitura Municipal.
§ 3º Todas as decisões, aplicações e entradas de recursos do FMDU serão
demonstradas através do portal da transparência.

CAPÍTULO V
SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E SISTEMA DE INFORMAÇÕES,
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PDDE-BALNEÁRIO PIÇARRAS

SEÇÃO I
ARTICULAÇÃO DO PLANO DIRETOR COM O PLANO PLURIANUAL E
ORÇAMENTO PROGRAMA

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Art. 343. A legislação orçamentária observará o planejamento urbanístico


estatuído neste PDDE-Balneário Piçarras.
§ 1º As leis do Plano Plurianual, das Diretrizes Orçamentárias, do Orçamento
Anual, incorporarão as ações prioritárias do PDDE-Balneário Piçarras aos seus termos,
respeitadas as restrições legais, técnicas e orçamentário-financeiras.
§ 2º O Conselho da Cidade de Balneário Piçarras poderá sugerir ao Poder
Executivo a complementação ou a suplementação de dotações orçamentárias para a
execução de ações ou programas constantes na relação de ações prioritárias, bem
como solicitar esclarecimentos acerca da execução orçamentária referente à
implementação de tais ações e programas.
§ 3º Ao final do exercício fiscal, o Poder Executivo encaminhará ao Conselho
da Cidade de Balneário Piçarras o relatório de execução orçamentária das ações e
programas previstos no PDDE-Balneário Piçarras.

SEÇÃO II
SISTEMA GERAL DE INFORMAÇÕES

Art. 344. A Prefeitura Municipal de Balneário Piçarras manterá atualizado,


permanentemente, o sistema municipal de informações sociais, culturais, econômicas,
financeiras, patrimoniais, administrativas, físico-territoriais, ambientais, imobiliárias, de
segurança e qualidade de vida e outras de relevante interesse para o município,
progressivamente georreferenciadas em meio digital.
§ 1º O sistema a que se refere este artigo deve atender aos princípios da
simplificação, economicidade, eficácia, clareza, precisão e segurança, evitando-se a
duplicação de meios e instrumentos para fins idênticos.
§ 2º O Sistema Municipal de Informações buscará, progressivamente,
permitir:
I. O mapeamento de investimentos, projetos e programas públicos das diversas
secretarias, órgãos descentralizados e concessionárias, previstos nos respectivos
orçamentos, bem como de seu efetivo dispêndio por etapas de realização;
II. O cadastro e o mapeamento de licenciamentos de projetos, programas e
empreendimentos públicos e privados, com sua localização geográfica e em seus
estágios de aprovação, execução e sua conclusão;
III. O mapeamento do uso e ocupação da terra, de seus usos predominantes e da
distribuição espacial dos parâmetros urbanísticos, como coeficientes de
aproveitamento aprovados;
IV. As séries históricas de dados socioeconômicos que subsidiem a elaboração de
planos setoriais;
V. Os Termos de Compromisso Ambiental, Termos de Ajustamento de Conduta e os
processos de licenciamento e fiscalização ambiental;
VI. As áreas gravadas em cada tipo de ZEIS e os empreendimentos executados e em
processo de licenciamento.
§ 3º O Sistema Municipal de Informações adotará a divisão de bairros do
município, como unidade territorial básica para a organização de todos os dados,
indicadores e cadastros relativos ao território municipal, devendo, quando possível,
dispor de informações desagregadas por setor censitário.

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Gabinete do Prefeito

§ 4º O Sistema Municipal de Informações buscará a compatibilização


topológica entre lotes, quadras, setores censitários e áreas de ponderação do IBGE e
demais divisões territoriais dos órgãos públicos das três esferas de governo.
§ 5º O Município promoverá entendimento para que o Estado, a União e
outras instituições públicas, como Cartórios Eleitorais, Correios e Poder Judiciário,
adotem o distrito como unidade básica do território municipal para fins de organização
de dados, indicadores e cadastros, assim como para a gestão dos serviços.
§ 6º O Sistema Municipal de Informações promoverá a integração de
cadastros públicos, em ambiente corporativo e com a utilização de recursos tecnológicos
adequados, articulando o acesso às informações de natureza imobiliária, tributária,
judicial, patrimonial, ambiental e outras de interesse para a gestão municipal, inclusive
aquelas sobre planos, programas e projetos.
§ 7º O Sistema Municipal de Informações deverá oferecer, por bairros,
indicadores dos serviços públicos, da infraestrutura instalada e dos demais temas
pertinentes a serem anualmente aferidos, publicados no Diário Oficial do Município e
divulgados por outros meios a toda a população e às entidades representativas da
sociedade civil.
§ 8º Os indicadores de monitoramento de que trata o § 7º deverão ser
definidos de forma participativa.
§ 9º Os agentes públicos e privados, em especial os concessionários de
serviços públicos que desenvolvem atividades no município, deverão fornecer à
Administração Pública Municipal, no prazo que esta fixar, todos os dados e informações
que forem considerados necessários ao Sistema Municipal de Informações.
§ 10. O disposto neste artigo aplica-se também às pessoas jurídicas ou
autorizadas de serviços públicos federais ou estaduais, mesmo quando submetidas ao
regime de direito privado.

Art. 345. A Prefeitura Municipal de Balneário Piçarras deverá atualizar e


manter atualizada sua cartografia, criando o Sistema Cartográfico de Referência
Municipal utilizando como parâmetros:
I. Sistema Geodésico de Referência (SGR);
II. “Datum” altimétrico: Marégrafo de Imbituba/SC;
III. Projeção Cartográfica, com os seguintes parâmetros:
a) Meridiano Central (MC);
b) Fator de escala sobre o MC;
c) Latitude de origem: 0° (Linha do Equador);
d) Falso Leste e Falso Norte.

SEÇÃO III
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DIRETOR

Art. 346. A Administração Pública Municipal dará ampla publicidade a todos


os documentos e informações produzidos no processo de elaboração, revisão,
aperfeiçoamento e implementação do PDDE-Balneário Piçarras, de planos, programas e
projetos setoriais, regionais, locais e específicos, bem como no controle e fiscalização de
sua implementação, a fim de assegurar o conhecimento dos respectivos conteúdos à

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Gabinete do Prefeito

população, devendo ainda disponibilizá-los a qualquer munícipe que os requisitar, nos


termos exigidos na legislação municipal.

Art. 347. É assegurado a qualquer interessado, nos termos da lei, o direito à


ampla informação sobre os conteúdos de documentos, informações, estudos, planos,
programas, projetos, processos e atos administrativos e contratos.

Art. 348. Para possibilitar o acompanhamento da implantação do PDDE-


Balneário Piçarras, a Administração Pública Municipal deverá definir e publicar
regularmente os indicadores de monitoramento e avaliação.

Art. 349. O Poder Executivo deverá apresentar a relação de indicadores de


monitoramento e avaliação do PDDE-Balneário Piçarras, bem como publicar anualmente
os relatórios, atualizando os indicadores de monitoramento e avaliação desta lei.

TÍTULO IX
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 350. Em até 1 (um) ano, contado a partir da entrada em vigor da presente
Lei Complementar, deverá ser realizado processo de composição do Conselho da
Cidade de Balneário Piçarras, atendendo às disposições determinadas nesta norma.

Art. 351. Lei específica poderá ser elaborada definindo normas e


procedimentos especiais para regularização de edificações, condicionada, quando
necessário, à realização de obras para garantir estabilidade física, salubridade e
segurança de uso.
§ 1º Poderão ser regularizados, nos termos estabelecidos pela lei específica:
I. Empreendimentos habitacionais promovidos pela Administração Pública Direta e
Indireta;
II. Edificações destinadas aos usos residenciais e não residenciais, executadas e
utilizadas em desacordo com a legislação vigente e concluídas até a data de
publicação desta lei;
III. Edificações destinadas aos usos institucionais e religiosos, em vias com largura
maior ou igual a 8 (oito) metros, sem prejuízo do atendimento às normas técnicas e
à legislação pertinente às condições de acessibilidade.
§ 2º A lei específica, mencionada no caput, deverá prever as condições para a
utilização da Outorga Onerosa do Direto de Construir, vinculada à regularização de
edificações, dentro de um prazo máximo de 2 (dois) anos, contados da aprovação da
presente Lei Complementar, quando da ocorrência das seguintes situações:
I. Aumento de área construída acima do permitido para cada pavimento – o valor da
outorga para regularização, a ser cobrado por m² (metro quadrado) excedente, será
de, no mínimo, 20% (vinte por cento) do valor do CUB-SC, na data da emissão do
documento de arrecadação;
II. Construção de um ou mais pavimentos acima do gabarito permitido - o valor da
outorga para regularização, a ser cobrado por m² (metro quadrado) excedente, será

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de, no mínimo, 30% (trinta por cento) do valor do CUB-SC, na data da emissão do
documento de arrecadação;;
III. Avanço sobre o recuo frontal exigido para a zona ou eixo - valor da outorga, a ser
cobrado por m² (metro quadrado) excedente, será de, no mínimo, 35% (trinta e cinco
por cento) do valor do CUB-SC, na data da emissão do documento de arrecadação;
IV. Desrespeito aos recuos laterais e de fundos, desde que o vizinho expresse
documentalmente a concordância - o valor da outorga, a ser cobrado por m² (metro
quadrado) excedente, será de, no mínimo, 10% (dez por cento) do valor do CUB-SC,
na data da emissão do documento de arrecadação;
V. Uso em desconformidade com o permitido na zona, desde que não gere
incomodidade aos vizinhos – o valor da outorga para alteração do uso, a ser
cobrado por m² (metro quadrado) construído, será de, no mínimo, 20% (vinte por
cento) do valor do CUB-SC na data da emissão do documento de arrecadação.
§ 3º No prazo de vigência deste PDDE-Balneário Piçarras não deverá ser
editada mais de uma lei, que trate da regularização de edificações nas situações
previstas nos incisos II e III, do § 1º, deste artigo.

Art. 352. Salvo disposição em contrário, serão examinados, de acordo com a


legislação em vigor, na época de sua protocolização, os processos administrativos de
projeto de edificação e licenciamento de construção, respeitando o prazo para o início
das obras, bem como o projeto de parcelamento do solo e das suas edificações
aprovadas.
§ 1º As modificações de projeto de edificação, cujas obras foram iniciadas,
serão examinadas de acordo com a legislação em vigor na data de sua aprovação,
devendo ser observada as demais normas, em especial, de prevenção e combate a
incêndios, ressalvados os casos em que se alterem os parâmetros urbanísticos de
ocupação.
§ 2º Obra iniciada é aquela cuja infraestrutura, entendida como
terraplenagem, estaqueamentos, blocos de fundações, vigas baldrames e pilares do
primeiro pavimento, estejam concluídos, e a sua conclusão tenha sido comunicada pelo
responsável técnico ao órgão competente da Administração Pública Municipal, bem
como tenham sido executadas de forma tecnicamente adequada à edificação licenciada.
§ 3º As Certidões de Diretrizes ou de Viabilidade para construção e reforma
terão validade de 90 (noventa) dias, após a data de entrada em vigor da presente Lei
Complementar.
§ 4º Em nenhuma hipótese haverá prorrogação do prazo de validade das
Certidões de Diretrizes ou de Viabilidade.
§ 5º Os projetos de edificação e licenciamento de construções, aprovados e
válidos a partir da publicação desta Lei Complementar, manterão a validade e o prazo
para início de obras, por 12 (doze) meses contados da sua expedição.
§ 6º Os projetos de edificações não iniciados dentro do prazo de validade do
Alvará de Construção ou que não atendam ao estabelecido § 2º, deste Artigo, deverão
ser adequados ao que estabelece a presente Lei Complementar.
§ 7º As edificações que possuírem Alvará de Licença de Construção
aprovados para os usos e atividades estabelecidos na legislação vigente anterior à
presente Lei Complementar, para as zonas em que se instalaram, poderão obter o
respectivo Alvará de Funcionamento, independentemente dos parâmetros urbanísticos
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fixados por esta Lei Complementar, sem prejuízo aos demais requisitos legais em vigor,
especialmente quanto à legislação ambiental.
§ 8º As atividades que possuírem Alvará de Licença de Funcionamento
válidas e regulares, emitidas no período anterior à vigência desta norma, poderão obter
a renovação do respectivo Alvará de Funcionamento dentro do mesmo uso ou atividade,
salvo se houver restrições de ordem ambiental ou de geração de incomodidades.
§ 9º Não será passível de renovação do Alvará de Licença de Funcionamento
o uso de uma edificação já existente, destinada a uma nova atividade que não seja
permitida ou permissível na presente Lei Complementar, para a zona em que estiver
instalada.

Art. 353. Os processos administrativos de modificação de projetos, com


aprovação concedida antes da vigência desta Lei Complementar, serão examinados
segundo o traçado e o regime em vigor anteriormente, desde que a modificação decorra,
comprovadamente, da necessidade de adequação do projeto aprovado à gleba ou lote
de terreno ao qual se destina:
I. Por motivo de divergências com assentamentos registrados, as quais tenham sido
objeto de processo judicial de dúvida, de retificação ou de anulação, na forma dos
Artigos 182 a 216, da Lei Federal nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973;
II. Em razão de superveniente decisão judicial, que altere a configuração da gleba ou
do lote de terreno, ou declare a aquisição de domínio.
Parágrafo único. Para efeitos deste artigo, a construção deverá ser
licenciada e as obras deverão ser iniciadas no prazo de 1 (um) ano, contado da data de
publicação da decisão judicial respectiva.

Art. 354. Serão objeto de leis específicas as matérias que tratem de:
I. Instituição de incentivos fiscais e tributários, bem como o estabelecimento de penas
pecuniárias;
II. Criação, modificação ou extinção de zonas ou macrozonas;
III. Instituição e supressão de Zonas Especiais de Interesse Social;
IV. Transferência de Potencial Construtivo em situações não previstas nesta Lei
Complementar;
V. Alteração e definição de regime urbanístico, à exceção da inclusão e exclusão de
atividades nos grupamentos existentes, conforme Anexo III;
VI. Alteração nos tamanhos de lote, quarteirões e percentual de áreas de destinação
pública em parcelamento do solo;
VII. Plano Viário ou ajustes do Sistema Viário Básico, que envolvam mudanças dos
limites das zonas ou macrozonas;

Art. 355. Serão objeto de Decreto ou Instrução Normativa, editados pelo


Poder Executivo, as matérias que tratem de:
I. Regulamentação do Sistema Municipal de Gestão do Planejamento;
II. Regulamentações normativas referentes ao Parcelamento do Solo, ao Código de
Obras e Edificações e o Código de Posturas do Município de Balneário Piçarras,
especificamente:
a) Padrões para equipamentos comunitários e sua proporcionalidade em face da
densidade;
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b) Normas para aprovação, licenciamento e fiscalização de projetos e obras públicas


e privadas;
c) Normas que contém medidas de polícia administrativa, higiene, segurança, ordem
e costumes públicos e de funcionamento dos estabelecimentos industriais,
comerciais e prestadores de serviços;
d) Normas e padrões para os logradouros públicos e bens públicos;
e) Normas para a apresentação de Estudo de Impacto de Geração de Tráfego e
Relatório de Polo Gerador de Tráfego - EGT/RPGT.
f) Projetos e execução de obras referentes a pavimentação, posteamento e
arborização das vias de circulação e tratamento de praças;
III. Estoques construtivos com base nos parâmetros fixados nesta Lei Complementar,
no prazo máximo de 60 (sessenta) dias após a sua entrada em vigor, bem como a
limitação de estoques construtivos públicos, decorrentes da aplicação da Outorga
Onerosa;
IV. Instituição das Operações Urbanas Consorciadas, bem como definição do regime
urbanístico;
V. Ajuste nos dispositivos de controle das edificações, no que se refere à revisão e à
classificação dos usos;
VI. Parâmetros e critérios de monitoramento não constantes nesta Lei Complementar;
VII. Classificação e definição de padrões para projeto e instalação de depósitos e postos
de revenda de GLP - Gás Liquefeito de Petróleo.

Art. 356. Fica estabelecido o prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias, a
partir da entrada em vigor desta Lei Complementar, para o Poder Executivo colocar em
operacionalização a Outorga Onerosa e a Transferência de Potencial Construtivo.
Parágrafo único. Até que entre em operação a instituição da Outorga
Onerosa e a Transferência de Potencial Construtivo, não serão aprovados projetos ou
concedidos alvarás de construção para os empreendimentos que excedam à soma do
Coeficiente Básico e Incentivado Não Oneroso.

Art. 357. Fica estabelecido o prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, a
partir da entrada em vigor desta Lei Complementar, para o Poder Executivo colocar em
operacionalização o Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV - e o Estudo de Geração de
Tráfego - EGT.
Parágrafo único. Até que o processo de avaliação do EIV e EGT entrem em
operação, serão utilizados os parâmetros de análise, definição de compensações e
mitigações estabelecidas no licenciamento ambiental, quanto aos empreendimentos
sujeitos à tal análise.

Art. 358. O Município de Balneário Piçarras deverá atualizar sua cartografia


após publicação desta Lei Complementar, ajustando as Zonas e as Microzonas
aprovadas.

Art. 359. O Poder Executivo regulamentará, num prazo máximo de 120 (cento
e vinte) dias, contados a partir da data da entrada em vigor desta Lei Complementar, o
processo administrativo referente a análise, aprovação e licenciamento de edificação e

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ESTADO DE SANTA CATARINA
PREFEITURA DE BALNEÁRIO PIÇARRAS
Gabinete do Prefeito

parcelamento do solo, mantendo a rotina existente até sua nova regulamentação,


obedecidos os parâmetros urbanísticos definidos nesta norma.

Art. 360. Ficam revogadas as seguintes Leis Complementares:


I. Lei Complementar nº 3, de 2 de fevereiro de 2009 - Plano Municipal de
Desenvolvimento Urbano Sustentável;
II. Lei Complementar nº 4, de 28 de janeiro de 2009 - Altera o Perímetro Urbano de
Balneário Piçarras;
III. Lei Complementar nº 5, de 28 de janeiro de 2009 - Dispõe sobre o Zoneamento, Uso
e Ocupação do Solo no Município de Balneário Piçarras;
IV. Lei Complementar nº 6, de 28 de janeiro de 2009 - Dispõe sobre o Parcelamento do
Solo; e
V. Lei Complementar n° 41, de 11 de março de 2011 - Dispõe sobre a Instituição de
Condomínios Horizontal de lotes para fins residenciais.

Art. 361. Esta Lei Complementar entra em vigor no prazo de 180 (cento e
oitenta) dias contados da sua publicação.

Art. 361. Esta Lei Complementar entra em vigor no prazo de 270 (duzentos e
setenta) dias contados da sua publicação. (Redação dada pela Lei Complementar nº
171/2020)

Balneário Piçarras(SC), 11 de dezembro de 2019.

LEONEL JOSÉ MARTINS


Prefeito Municipal

A presente Lei Complementar nº 163/2019 encontra-se arquivada na Secretaria de


Administração e Fazenda e publicada no Mural do Edifício Sede da Prefeitura Municipal em 11
de dezembro de 2019.

ANA LÚCIA WILVERT


Secretária de Administração e Fazenda

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