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Direito
Urbanístico
Direito Ambiental
Direito Urbanístico
Selma Freitas
Direito Urbanístico
Coordenação Geral
Nelson Boni
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Professor Responsável
Marcelo Augusto Travezani
Revisão Ortográfica
Vanessa Almeida
F866dFreitas, Selma.
Direito urbanístico. / Selma Freitas. - São Paulo :
Know How, 2013
000 p. : 22 cm..
Inclui bibliografia
ISBN :
1. Direito urbanístico. 2. Estatuto da cidade.
3. Plano diretor. I. Título.
CDD – 346.81045
Capítulo 1
. ....................................................... 7
1 O Direito Urbanístico
2. Necessidade do surgimento do Direito Urbanístico
2.1. Civilizações antigas e clássicas
2.2. Idade Média e Renascimento
2.3. Fase pré-industrial
2.4. Urbanismo Moderno
2.5. O Direito Urbanístico no Brasil
2.6. Objeto do Direito Urbanístico
3. Os Princípios Constitucionais e a autonomia
do Direito Urbanístico
4. Vitórias na Política Urbana
Capítulo 2 .................................................... 32
1. A cidade e sua função social
2. Estatuto da cidade
- O desenvolvimento sustentável
- A gestão democrática da cidade
- O planejamento do desenvolvimento das cidades
3. Instrumentos urbanísticos municipais
3.1. Instrumentos jurídicos de regularização fundiária
3.2. Instrumentos de democratização da gestão urbana
4. Gestão urbana e gestação municipal
4.1. Aplicabilidade das Normatizações
Capitulo 1
O direito urbanístisco
1. O direito urbanístisco
1. O direito urbanístisco
10
nistrativo e há, ainda, aqueles que o compreendem
como uma disciplina de síntese, multidisciplinar.
11
2. Necessidade do surgimento do
direito urbanístico
12
Na Mesopotâmia, o mais antigo mapa urbano
foi descoberto pela arqueologia, de Nippur (1.500
a.C.), a exemplo do que deu origem à Babilônia.
Na Grécia, a “pólis” estruturava-se em torno
de dois polos, a ágora, ponto focal da vida política, e
a acrópole, conjunto fortificado, onde se concentra-
vam os templos principais e as sedes dos conselhos
e tribunais.
As cidades romanas, nascidas, muitas vezes, de
acampamentos militares, um dos grandes progressos
foi a construção de um sistema de abastecimento de
água, transportada por grandes aquedutos em Roma.
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Papas, reis, príncipes ou nobres, para simbolizar
seu crescente poderio, entre os séculos XV e XVII,
projetaram a construção de novas cidades ou a reforma
urbana de outros centros. Versalhes teve a origem de
seu traçado nos bosques de caça medievais, cujo plano
partiu do princípio da radiação de 12 avenidas, que con-
vergem para o palácio real, e São Petersburgo, talvez a
mais importante criação urbanística do século XVIII.
A reforma da sede do papado em Roma, realiza-
da nos pontificados de Sisto IV e Sisto V tornaram-se
importantes elementos da estética urbana. No sécu-
lo XVI, Michelangelo consolidou o primeiro projeto
urbanístico a apresentar uma ruptura com o sistema
medieval com o Capitólio.
Nas cidades italianas e em Paris, ficaram destaca-
das pelo papel importante no processo de formação
da urbanística contemporânea.
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Nomeado prefeito do departamento de Sena por
Napoleão III, Haussmann encarregou-se da tarefa de
transformar uma Paris, ainda medieval em sua estru-
tura urbana, numa cidade moderna com reformas
realizadas em diversas cidades da França, em Roma,
Viena, Madri, Barcelona, Cidade do México, Chicago,
Nova Delhi e outras.
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Em 1.824, surge a Constituição Imperial, é como
marco importante da época a Lei de 1.10.1.828, que
enumerou as matérias que as Câmaras Municipais
brasileiras poderiam tratar, cabe destacar também as
leis de 1.826 e 1.855 sobre matérias, que estabelece-
ram bases para as disciplinas da utilidade pública, nas
quais se fundamentavam as desapropriações.
Desde a 1.ª Constituição da República de 1.891
até a Emenda Constitucional n.º 01/69, o papel da
União não se expandiu no que toca a determinações
de diretrizes urbanísticas.
O Plano Nacional da época tratava de Viação
Férrea e de Estradas de Rodagem, e o principal enca-
minhamento constitucional era o de reforçar o papel
histórico dos municípios no tratamento das questões
locais, incluídas aí, àquelas que dissessem respeito ao
ordenamento das cidades.
Somente a partir do fim do século XIX é que o
urbanismo passou a ser usado efetivamente no Bra-
sil, com a fundação de Belo Horizonte. O plano da
cidade, construída para substituir Ouro Preto, como
capital de Minas Gerais. Outros exemplos de cidades
planejadas, no Brasil, são Goiânia e Brasília.
A política urbanizadora, que se operou no Bra-
sil desde a época do seu descobrimento e da criação
das primeiras cidades, caracterizou-se pelo esforço de
controlar e influir as transformações, que ocorreram
num processo como a urbanização das cidades.
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Com a necessidade de Portugal tomar posse das
novas terras descobertas no Brasil, o processo de po-
voamento gerou o que chamamos de colonização,
onde se fazia necessária uma política estratégica de
apropriação do espaço, e há autores que disseram que
"a ordem era ignorada pelos portugueses, no planeja-
mento de cidades em países novos".
A política urbanizadora, aplicada até meados do
século XVII pelos portugueses, consistia na formação
de vilas nos territórios dos donatários, enquanto nos
territórios da coroa havia uma despovoação.
Os centros urbanos compõem o sistema social
e espacial da colônia. As colônias funcionavam como
uma retaguarda rural para o mundo europeu e seus
núcleos, como sede de ações político-administrativas.
A dispersão da população causada pela decadência
da agricultura conduziu a uma mudança da política e no
programa de criação das cidades, bem como o controle
estreito sobre as vilas fundadas pelos donatários.
Século XIX - poucas alterações no contexto ur-
bano brasileiro, o progresso industrial e as consequ-
ências continuavam ocorrendo sempre com o intuito
de ocupação e apropriação do espaço.
Até início do século XX, a sociedade brasileira
estava, ainda, muito ligada às influências da coloniza-
ção. Já, neste século, forçados pelo crescimento acele-
rado, surgiram às necessidades de uma concentração
de normas propostas de um programa mais comple-
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xo, que contempla o Direito Urbanístico.
A partir da Constituição de 1.988, podemos desta-
car dois elementos marcantes desse período de evolução:
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decisões básicas quanto ao destino das propriedades
urbanas, onde se observa o fator - Função Social da
Propriedade.
A partir da década de 70 o Direito Urbanísti-
co conquistou uma identidade, que foi sendo ditada
com urgência, em razão da explosão e surgimento das
grandes cidades, trazendo consigo todos os proble-
mas inerentes às mesmas.
A emergência da necessidade de uma previsão
de caráter geral sobre o tema “urbanismo”, pressiona-
va a Constituinte de 1.988; e esta assinalou ao Direito
Urbanístico, então, o papel de servir à definição e apli-
cação de uma “política de desenvolvimento urbano”,
a qual tem por finalidade “ordenar o pleno desenvol-
vimento das funções sociais da cidade e garantir o
bem-estar dos seus habitantes”.
Cabe destacar, inicialmente, as definições de
competências em matéria de ordenamento urbano na
Constituição de 1.988 de competências da União Fe-
deral sobre a matéria:
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Aos Estados ficou reservada importante maté-
ria de ordenamento territorial, principalmente com
o avanço do processo de urbanização brasileira e as
possibilidades de ocorrência do fenômeno conhecido
como conurbação:
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funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de
seus habitantes.
21
I. - direito tributário, financeiro, penitenciá-
rio, econômico e urbanístico.”
22
Estado exerce papel preponderante, uma vez que a
utilização da propriedade deixa de ser uma decisão
individual do proprietário, para tornar-se uma deci-
são, que envolva também o Estado.
Hely Lopes Meirelles, ainda, manifestam-se
dois aspectos do Direito Urbanístico:
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ços aos direitos e limitações inerentes à propriedade
urbana, sua regulação e organização, indispensável
diante do premente fenômeno da concentração ur-
bana iniciada a partir das revoluções burguesas e
industriais ocorridas na Europa Ocidental e, logo,
refletidas no Brasil.
A Constituição Federal impõe que para compa-
tibilizar a política urbanística da cidade tem que ter
sua validade condicionada ao respeito às normas e
decisões de maior abrangência, tanto no tocante aos
territórios, quanto com vistas a uma política de cará-
ter genérico voltada para o desenvolvimento.
3. Os princípios constitucionais e
a autonomia do direito urbanístico
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“(...) conjunto de técnicas, regras e instrumen-
tos jurídicos, sistemáticos e informados por princípio
apropriados, que tenha por fim a disciplina do com-
portamento humano relacionado aos espaços habi-
táveis, ou seja,(...) arte e técnica social de adequar o
espaço físico às necessidades e à dignidade da mora-
dia humana.”
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A matéria de Direito Urbanístico, longe de es-
gotar-se no artigo 24.º da Constituição Federal, tam-
bém encontra relevante disposição no artigo 182.º,
que trata da política de desenvolvimento urbano
executada pelo Poder Público Municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, com o objetivo orde-
nar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
O princípio da “função social da propriedade”
constitui o núcleo central do Direito Urbanístico.
Outros, ainda, são os princípios Constitucionais, que
conferem ao Direito Urbanístico autonomia e rele-
vância material.
Diante do tema “Direito Urbanístico”, deve-
mos destacar os princípios:
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não é dever garantir apenas a vida, mas a vida com
dignidade. Considerando o respeito pelas virtudes e
qualidades humanas, o Direito Urbanístico, apresen-
ta-se como ciência das mais relevantes para a con-
cretização do direito à dignidade da pessoa humana.
Não há dignidade sem moradia, sem condições de
habitação, sem instrumentos urbanos que garantam
a circulação, o lazer e o trabalho.
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• Princípio da legalidade traduz a supremacia
do interesse público, o da publicidade e o da eficiência
dada inquestionável ligação umbilical existente entre o
Direito Urbanístico e o Administrativo, visto que são
integrantes do regime jurídico administrativo consti-
tucional e também estarão "a serviço" da legalidade.
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Tentamos demonstrar que não se trata de uma
nova matéria, mas sim, de uma matéria amadurecida
ao longo do despertar legislativo e doutrinário, bem
como de uma disciplina necessária para o tratamento
dos fatos sociais irredutíveis.
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Art. 183 – “Aquele que possuir como sua
área urbana de até duzentos e cinquenta metros
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem
oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural.”
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de impacto ambiental, a que se dará publicidade.
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• A Lei 9.605/98 - Meio Ambiente - regula-
mentada pelo Decreto 6.514/2008, que dispõe sobre
sanções penais e administrativas derivadas de con-
dutas e atividades lesivas ao meio ambiente, trouxe
novidades nas normas ambientais. Entre elas, está a
desconsideração da pessoa jurídica, que foi estabele-
cida para responsabilizar a pessoa física sempre que
sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de
prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
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cias aconteceram em 2.005 e 2.007).
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O PAC constitui um plano keynesiano ou simplesmen-
te um conjunto de obras que pretende recuperar parte
da infraestrutura voltada à produção (portos, ferrovias,
rodovias, usinas geradoras de energia) e parte da infra-
estrutura social e de habitação entre 2.007 e 2.010. O
programa de urbanização de favelas é prioritário para
o investimento dos recursos orçamentários federais no
contexto do PAC; e ainda a Lei 11.445/2007 (Plano
Nacional de Saneamento Básico).
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Questões
1. Analise e assinale a alternativa correta.
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vância material:
a) Princípio da função social, princípio da dig-
nidade da pessoa humana e o princípio da igualdade.
b) Princípio da legalidade, princípio da razoabi-
lidade e o princípio da moralidade.
c) Princípio da proporcionalidade, princípio da
ampla defesa e o princípio do contraditório.
d) Princípio da segurança jurídica, princípio da
função social e o princípio da eficiência.
e) Princípio da função social, princípio da mo-
ralidade e o princípio do interesse público.
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tematizado sobre essa realidade jurídica.
e) Todas estão corretas.
a) da União.
b) dos Municípios.
c) dos Estados e do Distrito Federal.
d) da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.
e) da União, dos Estados e do Distrito Federal.
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Capitulo 2
A Cidade e sua função social
1. A 1.Cidade
A Cidade e e
suasua função
função social social
Os registros históricos denotam que desde
os primórdios a necessidade de existência da ci-
dade é marcada pela vontade que os seres huma-
nos têm de agregar-se, para inter-relacionar-se,
para proteger-se, para produzir e trocar bens e
serviços, cultura e arte, pois a cidade é um lugar
de realização do bem comum, pois há sentimen-
tos e anseios que só se concretizam na diversida-
de, que a vida urbana proporciona.
Mesmo que, utopicamente, todos procura-
ram uma cidade mais justa e mais democrática,
socialmente inclusiva, construída para todos e
com a participação de todos, para que possamos
de alguma forma realizar dos nossos sonhos.
Temos que lembrar que existem desvan-
tagens e que, seguramente, o urbanismo segre-
gador, geralmente cria uma cidade legal e outra
marginal; esta não tem acesso aos serviços e ao
progresso da cidade legal; é periférica, constrói-
-se nas encostas e beiras de rio.
A questão urbanismo X pobreza não ficou
alheia à preocupação do legislador, pois suas re-
lações oscilaram sempre entre o desprezo mútuo
e o conflito. A impossibilidade de largas camadas
da população não ter acesso à propriedade sem-
pre foi tratado como um problema meramente
econômico e sem solução urbanística, como se o
urbanismo só se fizesse na abundância.
Esse urbanismo, que poderíamos denominar
urbanismo de exclusão, e ainda hoje vigente, leva
o solo urbano a ser objeto de ações clandestinas.
Em uma sociedade, onde o urbanismo é
dissociado da questão social e econômica, não se
pode constatar um papel reformador, que abra
caminho para os excluídos do direito à cidade.
No Brasil, o urbanismo fugiu à política e re-
vestiu-se de pura técnica de controle dos proble-
mas produzidos pela “disfunção” urbana. Aos
administradores e urbanistas passou despercebi-
da a visão que a cidade desejada tem que ser fru-
to do trabalho e participação coletivos de uma
sociedade, e o lugar onde se materializa a histó-
ria de um povo, pela via das suas relações sociais,
políticas, econômicas, artísticas e religiosas.
A nova visão de cidade busca a luz do Di-
reito Urbanístico, ser o espaço onde a vida mo-
derna desenrola-se e tem suas funções sociais de
fornecer as pessoas: moradia, trabalho, saúde,
educação, cultura, lazer, transporte, saneamen-
to ambiental, serviços públicos em geral, enfim
toda infraestrutura urbana, pois tem a missão de
viabilizar o pleno desenvolvimento das funções
sociais do todo (a cidade) e das partes (cada pro-
priedade em particular).
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Tudo isso se tornou possível através de uma
ordenação, cujo objetivo foi precisamente corrigir
o crescimento urbano distorcido, desordenado. A
política urbana teve que buscar, através dessa or-
dem, o pleno desenvolvimento de todas as fun-
ções sociais da cidade, da propriedade e da posse,
concretizando-se de múltiplas formas observadas
as características e particularidades locais.
Com essa nova ordem urbanística formou-
-se o conceito do Estatuto da Cidade onde re-
vela que o Direito Urbanístico está claramente
vinculado a uma visão totalizante de mundo em
oposição ao individualismo.
Com suas diretrizes gerais, o Estatuto expres-
sa a convicção de que nas cidades o equilíbrio é
possível e, por isso necessário, com vistas ao pre-
sente e ao futuro, já que a população tem direito
a uma cidade sustentável, e pode ser vista sob um
prisma de totalidade para possibilitar a fruição das
vantagens individuais dela decorrentes.
O Estatuto da Cidade introduziu mecanis-
mos de defesa para que tais políticas não sofres-
sem uma estatização, o que a distanciaria das
peculiaridades de cada locus, e afrontaria os ob-
jetivos do Direito Urbanístico, expressos na ges-
tão participativa e democrática que impede que
modelos fechados sejam obstáculos à execução
de uma política de desenvolvimento urbano ade-
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quada às necessidades de cada município.
A política urbanística agrega princípios da
cooperação entre os governos, iniciativa priva-
da e demais setores da sociedade, e da isonomia
de condições para agentes públicos e privados,
apresentando-se o Estatuto da Cidade como
a primeira tentativa de uma resposta jurídica
abrangente a esse conflito, através da instituição
de um Direito Urbanístico popular.
Para tanto adotou políticas de transferência dos
grupos marginalizados para dentro do mundo jus-
-urbanístico, ao mesmo tempo em que buscou ade-
quar essa política a real situação urbanística da popu-
lação por via de normas especiais.
buída pela Constituição à cidade, tem uma fun-
ção social que só se realizará na medida em que a
pessoa humana seja a prioridade da política urba-
nística, assegurando aos seus moradores condições
mais justas, humanas e democráticas de nelas viver.
O exercício do Direito às cidades sustentáveis
compreende plenamente condições de vida dignas,
de exercitar a cidadania e os direitos humanos, de
participar da gestão da cidade, de habitar uma ci-
dade com qualidade de vida sob todos os aspectos
antes mencionados.
A função social da cidade e da propriedade, so-
mente, será alcançada quando observadas pelo Poder
Público, as normas inseridas no Estatuto da Cidade,
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que fazendo uso de instrumentos ali previstos, tais
como o plano diretor, garante a ampla participação
popular que traduza a gestão democrática da cidade
e legitima a administração pública da cidade.
2. Estatuto da cidade
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histórica de reconhecimento de direitos individuais
de propriedade sem uma maior qualificação.
A Constituição Federal de 1.988 exigiu uma lei
complementar, o Estatuto da Cidade que foi aprova-
da apenas 13 anos depois.
O Estatuto da Cidade, Lei Federal n.º
10.257/2001, trata como deve ser feita a política ur-
bana em todo o país. Tem como objetivo garantir o
Direito à Cidade para todos e traz regras para orga-
nizar o território do município. É ele que detalha e
desenvolve os artigos 182.º e 183.º, do capítulo de
política urbana da Constituição Federal de 1.988.
O Estatuto da Cidade regulamentou e ampliou
os dispositivos constitucionais sobre política urbana,
além de ter reconhecido o “direito à cidade susten-
tável” no Brasil.
Conforme prevê a Lei 10.257/2001 (Estatuto
das Cidades): “normas de ordem pública e interesse
social que regulam o uso da propriedade urbana em
prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar
dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental”
(artigo 1.º, parágrafo único).
Essa Lei Federal n.º 10.257/2001 resultou de
um intenso processo de negociação, entre as forças
políticas e sociais, e confirmou o papel fundamen-
tal jurídico-político dos municípios na formulação
de diretrizes de planejamento urbano, bem como na
condução dos processos de desenvolvimento e ges-
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tão urbana.
As virtudes do Estatuto da Cidade não se es-
gotam na qualidade técnica ou jurídica de seu tex-
to, que embora fundamental, não é suficiente para
resolver problemas estruturais de uma sociedade,
historicamente, desigual e voltada para óptica rural.
Aplicar o Estatuto da Cidade em um contexto,
culturalmente excludente, tradicionalmente conser-
vador, nunca foi e, ainda, continua não sendo uma
tarefa simples, especialmente porque nessas socieda-
des chamadas de emergentes, não desenvolvidas ou
em desenvolvimento (periféricas), o poder político e
social vem associado à propriedade patrimonial.
A cidade cumpre efetivar a sua função social
para tornar-se acessível para todos os seus cidadãos.
Os municípios cabem, portanto, utilizar as diretrizes
e instrumentos do Estatuto da Cidade com o obje-
tivo de estabelecer as regras que propiciem o ple-
no desenvolvimento econômico, social e ambiental,
com vistas a garantir o direito à cidade para todos os
que nela vivem.
O Estatuto da Cidade procura estabelecer um
modelo de desenvolvimento a ser seguido pelos muni-
cípios, obedecidas às características e as diretrizes ge-
rais contidas em seu artigo 2.º E.C., Lei 10.257/2001
que devem ser destacadas três principais:
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• O Desenvolvimento sustentável
O desenvolvimento sustentável é o modelo
de desenvolvimento que defende a harmonia entre
a produtividade econômica, os seres humanos e o
meio ambiente, ou seja, a busca pelo equilíbrio entre
o econômico, o social e o ambiental.
A importância do plano diretor para o desen-
volvimento municipal, assim, por cidades sustentá-
veis, deve ser estendida àquelas, que implementam
políticas urbanas baseadas no conceito de desenvol-
vimento sustentável, e que possui mecanismos de
gestão que possibilitam o acesso de todos os cida-
dãos, desta e das futuras gerações, aos bens e equi-
pamentos públicos e às riquezas naturais.
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• O Planejamento do desinvolvimento das cidades
O Planejamento do desenvolvimento das ci-
dades tem como finalidade promover a justa distri-
buição espacial da população e das atividades eco-
nômicas, não somente do território do município,
mas também da área sob sua influência, com vistas a
evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano
e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente.
Os instrumentos disponibilizados aos municí-
pios para implementar a política urbana são outro as-
pecto importante do Estatuto da Cidade, que são clas-
sificados em: Urbanísticos, Jurídicos de Regularização
Fundiária e de Democratização da Gestão Urbana.
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3.1. Instrumentos jurídicos
de regularização fundiária
50
nantes da política urbana;
• uma instrumental, que cria uma série de ins-
trumentos para materialização de tais princípios de
política urbana;
• uma institucional, que estabelece mecanis-
mos, processos e recursos para a gestão urbana; e,
finalmente, uma dimensão de regularização fundiária
dos assentamentos informais consolidados.
51
Expressando a ideologia própria da tradição de
legalismo liberal, o Código Civil defendia o direito de
propriedade individual de maneira quase que absoluta.
Ao longo do processo de urbanização no País,
e em que pesem as mudanças drásticas ocorridas na
sociedade brasileira nesse período, a ação do poder
público no controle do desenvolvimento urbano en-
controu enormes obstáculos nessa interpretação civi-
lista. Culminando um lento e contraditório processo
de reforma jurídica que começou na década de 1.930,
o que a Constituição de 1.988 e o Estatuto da Cidade
propõem é uma mudança de “olhar”, substituindo o
princípio individualista do Código Civil pelo princípio
das funções sociais da propriedade e da cidade.
Com isso, estabelecem-se as bases de um novo
paradigma jurídico-político, que controle o uso do
solo e o desenvolvimento urbano pelo poder públi-
co e pela sociedade organizada.
Isso foi feito, especialmente, pelo fortalecimen-
to do dispositivo constitucional que reconheceu o
poder e a obrigação do poder público, especialmente
dos municípios, de controlar o processo de desen-
volvimento urbano com a formulação de políticas
territoriais e de uso do solo, nas quais os interesses
individuais de proprietários de terras e propriedades
têm, necessariamente, de coexistir com outros inte-
resses sociais, culturais e ambientais de outros gru-
pos socioeconômicos e da cidade como um todo.
52
Para tanto, foi dado ao poder público o poder
de, por meio de leis e diversos instrumentos jurídi-
cos, urbanísticos e financeiros, determinar a medida
desse equilíbrio possível entre interesses individuais
e coletivos, quanto à utilização desse bem não re-
novável essencial ao desenvolvimento sustentável da
vida nas cidades, qual seja, o solo urbano.
53
tentabilidade ambiental.
Todos esses instrumentos devem ser utilizados de
maneira combinada, devendo promover não apenas a
regulação normativa dos processos de uso, desenvolvi-
mento e ocupação do solo urbano, mas especialmente
induzir ativamente os rumos de tais processos.
Podem interferir, diretamente, na dinâmica dos
mercados imobiliários produtivos formais, informais
e, sobretudo, especulativos que, tal como operam
hoje, têm determinado o processo crescente de exclu-
são social e segregação espacial nas cidades brasileiras.
A combinação de mecanismos tradicionais de
planejamento, como o zoneamento, loteamento/des-
membramento, taxas de ocupação, modelos de assen-
tamento, coeficientes de aproveitamento, gabaritos,
recuos etc., com os novos instrumentos — parcela-
mento/edificação/utilização compulsórios, tributa-
ção extrafiscal progressiva, desapropriação-sanção
com pagamento em títulos da dívida pública, direito
de superfície, direito de preferência para os municí-
pios, transferência onerosa de direitos de construção
etc. — abriu uma nova série de possibilidades para
a construção pelos municípios de uma nova ordem
urbanística, economicamente, mais eficiente, politica-
mente mais justa, e sensível face ao quadro das graves
questões sociais e ambientais nas cidades.
A utilização desses instrumentos e a efetiva-
ção de suas possibilidades de ação pelos municípios
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dependem, fundamentalmente, da definição prévia
de uma ampla estratégia de planejamento e ação,
expressando um “projeto de cidade” que deve ser
explicitado publicamente através da legislação urba-
nística e ambiental municipal, começando com a Lei
do Plano Diretor.
É de fundamental importância que os municípios
promovam ampla reforma de suas ordens jurídicas,
de acordo com os novos princípios constitucionais e
aprovem um quadro de leis urbanísticas e ambientais
condizentes com o novo paradigma da função social
e ambiental da propriedade e da cidade.
Todos os municípios com mais de 20 mil habitan-
tes, dentre outras categorias, receberam o prazo de cin-
co anos para formular e aprovar seus planos diretores.
Fica demonstrado o avanço na qualidade polí-
tica e técnica desses planos municipais das cidades
brasileiras, como podemos verificar:
55
tizar o processo de tomada de decisões e legitimar,
plenamente, a nova ordem jurídico-urbanística de
natureza socioambiental. O reconhecimento pelos
municípios de diversos processos sociopolíticos e
mecanismos jurídicos adequados que garantam a
participação efetiva dos cidadãos e associações re-
presentativas no processo de formulação e imple-
mentação do planejamento urbano-ambiental e das
políticas públicas — via audiências, consultas, cria-
ção de conselhos, estudos e relatórios de impactos
de vizinhança e de impacto ambiental, iniciativa po-
pular na propositura de leis urbanísticas, acesso ao
poder judiciário para defesa da ordem urbanística e,
sobretudo, pela prática do orçamento participativo
— é tido como sendo essencial para democratizar os
processos decisórios locais, não mais apenas como
condição de legitimidade sociopolítica, mas também
como condição de legalidade mesmo das leis e polí-
ticas urbanas.
• Além disso, a Lei Federal enfatizou a impor-
tância do estabelecimento de novas relações entre o
setor estatal, o setor privado e a comunidade, espe-
cialmente nas parcerias público-privadas, consórcios
públicos e consórcios imobiliários, e das operações
urbanas consorciadas, que têm de se dar dentro de
um quadro jurídico-político claro e, previamente,
definido, incluindo mecanismos transparentes de
controle fiscal e social. Uma preocupação original
56
com o financiamento do desenvolvimento urbano
foi traduzida de diversas formas, em especial pelos
princípios da justa distribuição dos ônus e benefícios
da urbanização e da recuperação, para a comunida-
de, das mais valias urbanísticas geradas pela ação do
poder público, não apenas com obras e serviços, mas
também pela própria legislação urbanística. Tam-
bém, nesse contexto, é preciso para a materialização
dos princípios do Estatuto da Cidade, que os mu-
nicípios promovam uma reforma compreensiva de
suas leis e processos de gestão político-institucional,
político-social e político-administrativa, de forma
a efetivar e ampliar as possibilidades reconhecidas
pelo Estatuto da Cidade.
B. Regularização fundiária de
assentamentos informais consolidados
57
institutos já existentes do usucapião especial urbano,
e da concessão de direito real de uso, que devem ser
preferencialmente usados pelos municípios para a re-
gularização das ocupações respectivamente em áreas
privadas e em áreas públicas, a nova lei avançou no
sentido de admitir a utilização de tais instrumentos
de forma coletiva. Ênfase especial foi colocada na
demarcação das Zonas Especiais de Interesse Social
(ZEIS). Diversos dispositivos importantes foram
aprovados de forma a garantir o registro de tais áreas
informais nos cartórios imobiliários, que, em muitos
casos, têm colocado sérios obstáculos às políticas de
regularização. Deve-se ressaltar que o Estatuto da
Cidade faz repetidas menções à necessidade de que
tais programas de regularização fundiária se pautem
por critérios ambientais.
• A seção do Estatuto da Cidade que propu-
nha a regulamentação de um terceiro instrumento,
qual seja, a concessão de uso especial para fins de
moradia em terras públicas, foi vetada pelo Presi-
dente da República por razões jurídicas, ambientais
e políticas. Contudo, dada, sobretudo à mobilização
do FNRU, em 4 de setembro de 2.001 foi assinada
pelo Presidente a Medida Provisória n.º 2.220, que
reconheceu, em determinadas condições e respeita-
dos certos critérios ambientais, o direito subjetivo (e
não apenas como prerrogativa da administração pú-
blica) dos ocupantes de imóveis de propriedade pú-
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blica — inclusive municipal — à concessão de uso
especial para fins de moradia. A Medida Provisória,
também, estabeleceu em que condições o poder
público municipal pode promover a remoção dos
ocupantes de áreas públicas para outras áreas mais
adequadas, sobretudo do ponto de vista ambiental.
Trata-se de medida de extrema importância social e
política, mas que tem exigido um esforço jurídico,
político e administrativo articulado dos municípios
de forma a responder às situações existentes de ma-
neira juridicamente adequada, e também de forma
condizente com os outros interesses sociais e am-
bientais da cidade como um todo.
O Estatuto da Cidade pode ser visto como uma
grande “caixa de ferramentas” que deve ser utiliza-
da pelos municípios e a utilização dessas diretrizes
e instrumentos é uma missão para o plano diretor.
No artigo 4.º, o Estatuto da Cidade define-se
por um extenso conjunto de instrumentos para que
o Município tenha condições de construir uma po-
lítica urbana que concretize, de fato, a função social
da propriedade urbana e o direito de todos à cidade.
Estabelece que a política urbana deva ser objeto
de um planejamento extensivo, envolvendo planos
de ordenamento do território integrados entre si,
nas escalas nacional, estaduais, regionais, metropo-
litanas, municipais e intermunicipais.
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Especificamente no âmbito municipal, detalha
que o planejamento municipal deve envolver o pla-
nejamento urbano, ambiental, orçamentário, setorial
e o planejamento do desenvolvimento econômico e
social, especificando também que a gestão orçamen-
tária deve ser feita de forma participativa, aberta a
todos os cidadãos.
Inclui os instrumentos tributários, envolvendo
impostos, contribuições, incentivos e benefícios fis-
cais e financeiros, voltados para viabilizar a indução
dos usos e atividades consideradas importantes para
a política urbana.
No inciso sobre os institutos jurídicos e políticos,
fornece ao Município instrumentos que permitem:
60
do processo de urbanização: outorga onerosa do direi-
to de construir e de alteração de uso, transferência do
direito de construir e operações urbanas consorciadas;
• – instrumentos voltados para a democratização
da gestão urbana e do direito à moradia: referendo popu-
lar e plebiscito, assistência técnica e jurídica gratuita para
as comunidades e grupos sociais menos favorecidos.
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O instituto permite, também, que sejam im-
plantados mecanismos que impeçam a posterior
expulsão dos moradores dos núcleos regularizados
por segmentos sociais de maior poder econômico,
atraídos pela valorização desses terrenos.
Exemplos de mecanismos, deste tipo, são a
proibição de desmembramento de lotes (evitando
que alguém adquira vários lotes regularizados, trans-
forme-os todos em um único lote maior e faça nova
edificação, nesta nova condição) e a fixação do tipo
de uso do solo admissível (por exemplo, admitindo
apenas residências unifamiliares).
Quando aplicadas a imóveis vazios ou ociosos,
as ZEIS permitem ao Poder Público reservar áreas
dotadas de infraestrutura, serviços e equipamentos
urbanos para habitação de interesse social, consti-
tuindo-se em importante instrumento para evitar a
expulsão dos pobres para as periferias longínquas
dos centros urbanos.
Cabe destacar que o Estatuto da Cidade não es-
tabelece uma correlação direta entre transformações
urbanas e instrumentos. Cada município escolhe,
regulamenta e aplica os instrumentos, conforme a
estratégia de desenvolvimento urbano desejada.
Diversos instrumentos do Estatuto da Cidade
não apresentam por si só a solução para um deter-
minado problema urbano, ou de modo contrário,
uma determinada transformação urbana pretendida
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depende da aplicação de um conjunto de instrumen-
tos de maneira coordenada e integrada no território.
Assim sendo, a regulamentação dos instrumen-
tos deve ser feita dentro de uma estratégia de desen-
volvimento urbano para sua efetiva aplicação e deve
estar no Plano Diretor.
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produto dos ordenamentos espaciais, através das
normatizações dos planos e leis que o englobam, e,
da provisão dos serviços urbanos básicos efetuados
pela gestão urbana. Entretanto, não podemos esque-
cer que a gestão municipal não pode, e não deve pro-
mover uma administração isolada.
A gestão, essencialmente, deve ser formada com
a participação direta da população, através de fóruns
de discussão, debate e definições de políticas públicas
e acompanhamento na implantação das deliberações.
Cabe à lei orgânica do município, definir a real
participação popular na administração, não apenas
através dos vereadores, representantes legais do
povo, mas também, junto à comunidade, através de
associações de bairros e de serviços, visando a uma
fiscalização direta, evitando assim, os abusos tão co-
muns observados por todo o país.
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informação deve divulgar toda questão de interesse
coletivo, de modo a produzir e suscitar interesse da
comunidade, produzindo vontade de intervir.
As fragmentações dos órgãos municipais e suas
competências administrativas refletem no controle do
uso do solo. Assim, enquanto uma secretaria apresen-
ta, elabora e dá subsídios para aprovação e normatiza-
ção de uma lei, não se pode esperar que outra secreta-
ria, alheia a decisões relativas a esta normatização, faça
a implantação e fiscalização da mesma.
A partir do vínculo estreito entre o poder deci-
sório e o poder reivindicatório uma ampla reforma
administrativa, espera-se, embora não em curto prazo
como todos anseiam, a médio e longo prazo, mudan-
ças que acarretarão um novo conceito de desenvolvi-
mento urbano, caminhando rumo à cidade desejada.
Questões
1. Dentre os instrumentos urbanísticos munici-
pais, qual reserva o direito de preferência?
a) Transferência do direito de construir;
b) Operações urbanas consorciadas;
c) Direito de preempção;
d) Direito de superfície;
e) Consórcio imobiliário.
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2. Podemos afirmar que: o Estatuto da Cidade
estabelece modelo de desenvolvimento a serem se-
guidos pelos municípios, quais sejam:
I - o planejamento do desenvolvimento das cidades.
II - o desenvolvimento sustentável.
III - a gestão democrática da cidade.
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ao lazer, para as presentes e futuras gerações, é uma
das diretrizes da política urbana.
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5. Como deve ser formada, essencialmente,
a “Gestão”?
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Referências
Básicas
CÓDIGO CIVIL COMENTADO - DOU-
TRINA E JURISPRUDÊNCIA – 7.ª Ed. Edito-
ra: Manole, 2.013.
Complementares
AGENDA 21. Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimen-
to. Rio de Janeiro, 3 a 14 de junho de 2.002. AC-
SELRAD, Henri (Org.). A duração das cidades:
sustentabilidade e risco nas políticas urbanas.
Rio de Janeiro: Ed. DP&A, 2.001.
Sites
http://www2.planalto.gov.br/legislacao
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
leis_2001/l10257.htm
http://www.cidades.gov.br/index.php
http://www.tjsp.jus.br/
http://www.cgu.gov.br
http://www.pmsg.rj.gov.br/urbanismo/
planodiretor.php
http://www.prefeitura.sp.gov.br/guiade-
servicos/content/plano