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Tema 1: Construção e Arquitetura
Definição de urbanismo
De uma forma simplificada define-se urbanismo como o desenho e estudo das cidades.
O urbanismo é uma operação cujo objetivo é a transformação do espaço visando uma melhoria estética e
da qualidade de vida, transmitindo sensações de segurança e conforto. Define as regras de interligação entre
os elementos construídos e as várias partes da cidade, ou seja a forma urbana.
Para além de um instrumento de projeto, o urbanismo é uma ação política, económica e social, prolongada
no tempo. Os instrumentos de gestão urbanística pressupõem, hoje em dia, uma rentabilização do espaço e a
geração de lucros.
Em arquitetura o estudo da
urbanística recai sobre a análise
da forma urbana. No entanto,
para se poder analisar uma
cidade é preciso o contributo de
outras disciplinas tais como a
história, a sociologia, a geografia
e a ecologia. O urbanismo é,
assim, uma área multidisciplinar.
Devido a esta
interdisciplinaridade e à
dependência do poder político e
económico, a diferentes períodos
históricos correspondem
diferentes formas de fazer
cidade. Assim, nas cidades atuais
portuguesas, com largos séculos
de história, encontramos
diferentes malhas urbanas Cidade de Santo Tirso, zona envolvente à Praça 25 de Abril.
Imagem disponível em: http://santotirsodigital.pt/3-horas-noturnas-de-btt-em-santo-tirso/
correspondentes a estratos
históricos diferenciados
O urbanismo enquanto disciplina surge no final do séc. XIX, num período pós revolução industrial, em que
se verifica um grande êxodo rural, com a população a fixar-se nos meios urbanos em busca de oportunidades
de trabalho e de uma melhor qualidade de vida.
Face ao aumento populacional, as condições de vida, especialmente a das classes operárias, deterioram-se.
Existe uma franja de população a viver em casas insalubres e sem condições de higiene. A taxa de mortalidade
torna-se mais elevada.
O urbanismo surge como um meio de resolver os problemas que afetam as cidades, qualificando os
espaços, criando infraestruturas e promovendo a melhoria das condições de vida.
A nível europeu, destaca-se duas grandes operações urbanísticas: a intervenção de Haussmann em Paris e a
de Cerdá em Barcelona. Estas tornam-se modelos de intervenção copiados noutras cidades europeias, como
Lisboa. Têm em comum a criação de vias de comunicação como elementos de organização do espaço; mas
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enquanto que em Paris se reordena a cidade existente, em Barcelona elabora-se um plano de expansão da
nova cidade. (...)
O urbanismo contemporâneo analisa e estuda estas diferentes formas de fazer cidade, da urbe histórica à
cidade moderna. Procura integrá-las numa estratégia de planeamento que valorize o que elas têm de melhor,
requalificando as áreas que entretanto se degradaram por ação do tempo, do uso ou pela desarticulação com
novas exigências funcionais.
As várias intervenções devem interligar-se entre si e com os planos de ordenamento vigentes, tendo como
base o desenho e preocupações sócio-económicas e ambientais.
Hoje procura-se criar espaços esteticamente apelativos, capazes de constituir-se como polos dinamizadores
e de atração a atividades economicamente lucrativas e promotores de uma convivência social equilibrada.
O urbanismo em Portugal
(...) O início do séc. XX marca a consolidação do urbanismo como disciplina autónoma. A prática urbanística
desta altura designa-se urbanística formal.
Em Portugal o Ministro das Obras Públicas Duarte Pacheco cria, em 1934, os “Planos Gerais de
Urbanização” a serem aplicados a cidades com mais de 2500 habitantes. Pretende-se instalar infraestruturas,
construir equipamentos e simultaneamente transformar cidades de crescimento orgânico em urbes com uma
imagem representativa da ideologia do Estado Novo.
As intervenções efetuadas pelo Estado Novo implicam expropriações de vastas áreas, transformando solo
privado em propriedade pública, sendo uma intervenção de grande escala e de caráter unitário. A destruição
Alta de Coimbra, antes da intervenção do Estado Novo (à esq.) e atualmente numa imagem google maps (à dta.)
de parte da Alta de Coimbra, o seu centro histórico, para a instalação do campus universitário é um exemplo
paradigmático deste tipo de operação urbanística.
Nos anos 50, em Portugal, a urbanística formal é abandonada com a adesão ao movimento moderno. O
desenho urbano denota preocupações funcionalistas, com a hierarquização de vias e a criação de quarteirões
formados por blocos paralelos, ou torres, baseados na Carta de Atenas.
A partir das décadas de 60/70 começam a surgir críticas à cidade moderna, em particular quando este
modelo é aplicado em larga escala, o que faz com que o conjunto se torne monótono. Outra crítica apontada é
de que a construção em altura prejudica a relação do Homem com o meio envolvente.
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Verifica-se então uma redescoberta da cidade histórica e das formas urbanas tradicionais. Os autores pós
modernistas privilegiam o desenho de pormenor e a pequena escala para conseguir ambientes qualificados e
atraentes. Nas intervenções são preservados os edifícios de maior valor arquitetónico e procura-se respeitar a
morfologia e cérceas tradicionais.
A partir da década de 80 enceta-se uma nova etapa na forma de desenhar a cidade a que Garcia Lamas,
autor do livro “Morfologia urbana e desenho da cidade”, chama novo urbanismo. Verifica-se uma conciliação
do Homem com a natureza e uma relação harmoniosa com o espaço construído. Em termos morfológicos são
aplicados elementos da cidade tradicional tanto na reabilitação dos centros históricos como em novas
realizações.
Com algum distanciamento temporal e crítico consegue-se avaliar os contributos dos vários estratos
históricos e retirar lições a aplicar ao projeto da cidade atual. Contudo, a cidade atual integra uma nova
dimensão, a ecologia urbana. São valorizadas questões ambientais, com o aproveitamento de recursos
naturais e a construção de edifícios inteligentes. Procura-se encontrar um equilíbrio entre o Homem e o Meio,
entre o natural e o artificial.
Surge o conceito de ecourbanismo, o desenvolvimento de comunidades sustentáveis em ambientes
edificados harmónicos e equilibrados.
A cidade atual apresenta problemas relacionados com a sua grande extensão e o uso massivo do
automóvel. Há um conflito entre peões e veículos. As vias rápidas, circulares externas e internas e IP’s são
verdadeiros cortes na paisagem, constituindo-se limites e obstáculos da cidade.
Outro problema enfrentado pelas cidades é a especulação imobiliária que leva a que as zonas centrais
detenham um elevado valor de preço de solo e de construção por m2, que empurra as populações para a
periferia. Estas crescem em mancha de óleo, muitas vezes desordenadas, desqualificadas e com confronto de
tipologias e escalas. Por outro lado, a desertificação dos centros históricos, com reduzida função residencial,
introduz problemas de segurança pela propagação de atividades marginais.
Face a estes problemas têm surgido planos de intervenção na cidade existente, reabilitando as zonas
centrais e na medida do possível promovendo uma distribuição equilibrada de habitação, comércio e serviços
na malha urbana. Para além da recuperação de monumentos são criados programas de incentivo à
reabilitação dos edifícios particulares.
A Expo 98 foi um marco importante na renovação urbana de grande escala promovida pelo Estado. Este
programa no Parque das Nações permitiu a conversão de uma zona industrial desativada, junto ao Tejo,
primeiro num parque de exposições e depois numa qualificada área residencial, de equipamentos comerciais,
culturais e amplas áreas de lazer.
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Em 2000 foi lançado o programa Polis que permite a reabilitação urbana em muitas cidades portuguesas e
contribui para criação de espaço público, que melhora significativamente a imagem e qualidade de vida.
Também a candidatura a Capital da Cultura de algumas cidades, como o Porto em 2001 e Guimarães em
2012, é uma forma de promover uma reabilitação urbana em larga escala.
Em 2008 o polis litoral é um programa lançado com o objetivo de requalificar e valorizar a orla costeira. São
recuperadas zonas de risco e áreas degradadas na faixa costeira, em particular no litoral norte.
Todos estes programas são financiados pela administração central e pelas autarquias.
Dado que a população portuguesa é predominantemente urbana, intervir na cidade é melhorar a qualidade
de vida de todos nós.
In Arquitetura portuguesa. “Urbanismo em Portugal” (2012) disponível na Internet em:
http://www.arquiteturaportuguesa.pt/urbanismo-em-portugal/
Construção sustentável
“Um edifício bom não é aquele que fere a paisagem, mas aquele que faz a
paisagem mais bonita do que era antes da construção do edifício.”
Frank Lloyd Wright
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- usar materiais ecoeficientes, isto é, materiais não nocivos à camada de ozono, duráveis, com baixa
manutenção, com baixa energia primária, localizados próximo do local da obra e serem fabricados a
partir de materiais reciclados ou que no futuro possam a vir a ser reciclados
- aproveitar as condições e recursos locais;
- diminuir a área de implantação e o volume de construção;
- apostar em inovações tecnológicas amigas do ambiente;
- proceder a uma gestão sustentável da obra;
- reduzir, reutilizar e reciclar resíduos sólidos;
- promover um custo de obra economicamente vantajoso.
O desafio atual para a arquitetura é então procurar criar soluções inovadoras que aliem uma estética
atraente, a uma boa eficiência energética e um impacte ambiental reduzido.
Novembro 15, 2012 In Arquitetura portuguesa. “Construção Sustentável” (2012) disponível na Internet em:
http://www.arquiteturaportuguesa.pt/construcao-sustentavel/
Vou construir uma casa. O que é que devo fazer para que seja um edifício
mais sustentável?
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Para começar dever-se-á ter em consideração essa pretensão logo na fase de projeto, pois é o principal
para que a jusante tenha uma casa mais sustentável. Antes de mais, logo na fase de estudo prévio, é
necessário ter em consideração a envolvente, nomeadamente a topografia do terreno, para dela poder tirar
partido, bem como a vegetação existente, tendo em conta que a devemos conservar e aproveitar se
necessário para técnicas de sombreamento, por exemplo. A exposição solar, será senão o mais importante, um
fator determinante na eficiência energética da casa.
Na fase de projeto dever-se-á então apontar sempre para uma iluminação natural das áreas habitáveis,
equilibrando as proporções entre aberturas para o exterior (vãos) e superfícies opacas da fachada. Deve
igualmente promover-se o aquecimento e arrefecimento passivos (através da luz solar), conseguindo-o
abrindo vãos envidraçados com exposição solar a sul, aproveitando a orientação Norte para instalações
sanitárias, circulações e arrecadações, não descuidando igualmente o controle de encandeamento e o
sobreaquecimento, especialmente nas fachadas a Este e Oeste. É muito importante que este controle seja
feito através de proteções solares colocadas do lado exterior das janelas (estores, persianas, palas ou recuos
nas fachadas), para evitar o chamado efeito de
estufa.
Na fase de construção é importante que o
isolamento seja aplicado de forma eficaz,
isolando a casa num todo e de forma
continuada. Há no entanto mais alguns fatores
que influenciam a habitação: a existência ou
não de água no terreno, que possa ser
aproveitada para usos diversos, a previsão de
canalizações duplas para que as águas dos
banhos e lavatórios águas cinzentas, possam ser
reutilizadas nas descargas de autoclismos. No
A autarquia de Idanha-a-Nova apostou no desenvolvimento de uma
planeamento da habitação deve-se ter sempre casa sustentável, económica e 100% portuguesa. A pensar nos jovens
em consideração a área de implantação, e que procuram um novo estilo de vida e querem instalar-se na região,
a 'Casa Sustentável Modelo Idanha' tem um custo entre 25.000 e
consequentemente a proporção de terreno a 30.000 euros e é construída em menos de duas semanas.
impermeabilizar, bem como a boa drenagem da Imagem disponível em: http://boasnoticias.pt/mobile/noticias.php?id=16820
água que passaria no terreno que vai ser
ocupado. Há também a opção de reencaminhar a água para um depósito de forma a aproveitá-la para rega ou
outros fins.
A importância dos projetos na execução de obras tem vindo a ser reconhecida como um meio de garantir a
qualidade, a prevenção de anomalias e o controlo do custo final da obra.
Um projeto é constituído por diferentes fases, em que cada uma detém uma importância específica para
que a obra final seja bem executada do ponto de vista técnico e corresponda às expectativas do dono de obra
em termos estéticos, funcionais e económicos.
As principais fases de um projeto são: programa, estudo prévio, licenciamento, projeto de execução e
assistência técnica.
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Programa
Definição por parte do cliente do programa de projeto, ou seja, definição do que vai ser projetado: tipo de
edifício, tipologia, limite orçamental e localização.
Cabe ao arquiteto fazer uma análise sumária da pretensão e elucidar o cliente sobre as condicionantes
técnicas e legais. Apresentará uma proposta de honorários sendo celebrado um contrato onde constem os
valores da arquitetura e especialidades incluídas, faseamento de pagamentos e prazo de elaboração do
projeto.
O cliente deverá fornecer levantamento topográfico do terreno e em caso de reabilitações, levantamento
do existente.
Estudo prévio
Desenvolvimento, pelo arquiteto, da ideia do projeto. Reuniões com o cliente para apresentação de
desenhos, maquete ou simulação 3D para acerto da solução final.
Pode ser pedido à Câmara Municipal um parecer – Pedido de Informação Prévia – que, ao ser favorável,
tem caráter vinculativo pelo período de um ano.
Projeto base
Também denominado como pedido de licenciamento, é a fase em que o arquiteto elabora todas as peças
escritas e desenhadas exigidas pela Câmara com vista à aprovação do projeto.
Em simultâneo ou após a aprovação da arquitetura serão entregues todas as especialidades, algumas das
quais terão que ser pré-aprovadas por entidades exteriores à Câmara Municipal.
Projeto de execução
Após a aprovação do pedido de licenciamento, o arquiteto prepara o projeto de execução, destinado a
constituir o processo a apresentar a concurso para adjudicação da empreitada.
É constituído por:
– plano de trabalhos
– memória descritiva
– mapa de quantidades / medições
– caderno de encargos com especificações técnicas (condições a que devem obedecer os materiais e
execução de trabalhos)
– peças desenhadas com representação pormenorizada (arquitetura)
– peças desenhadas e escritas das várias especialidades
Este projeto, ao definir e quantificar de antemão todos os materiais e equipamentos constituintes da obra,
permite um ajuste da obra ao limite orçamental do cliente e evita grandes derrapagens em fase de obra.
Se até há pouco tempo esta fase só era normalmente feita para obras públicas, hoje cada vez mais se
percebe que a sua importância é fundamental mesmo para pequenas obras privadas.
Assistência técnica
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Escolhido o empreiteiro que irá realizar a obra deve efetuar-se junto à Câmara o pedido de emissão da
licença de construção e posteriormente comunicar ao Autoridade para as condições de trabalho (ACT) a
abertura do estaleiro de obra.
Deverá ser designado um diretor técnico de obra, pertencente ao quadro da empresa de construção, e um
diretor de fiscalização.
No âmbito da assistência técnica, o arquiteto que realizou o projeto deverá preparar o processo descrito
anteriormente prestará esclarecimentos sobre dúvidas de projeto e dará assistência na verificação da
qualidade dos materiais utilizados e execução de trabalhos. Não inclui direção técnica, fiscalização ou
administração de obra.
In Arquitetura portuguesa. “Construção sustentável” (2012) disponível na Internet em:
http://www.arquiteturaportuguesa.pt/fases-de-projeto/
mais justo.
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Casas certificadas com classificações de A ou A+ garantem no IRS um aumento de 10% no limite de
estabelecido para dedução à coleta no item “Juros e amortizações de dívidas” ou “Juros e amortizações de
dívidas contraídas com a aquisição”.
Em termos de IMI (para imóveis no concelho de Lisboa), obtém uma redução de 10% no valor a pagar e 5 a
10% de diminuição no valor da avaliação por altura do primeiro registo nas Finanças.
Em alguns casos, e falamos de edifícios cuja eficiência energética é baixa, os ganhos na poupança de
energia podem ir até os 80%. Tal deve-se essencialmente a fatores de construção energeticamente eficiente
que antes não eram tidas em consideração em muitas habitações.
Assim, Ao certificarmos a nossa casa e procedermos a obras que conduzam à melhoria da sua eficiência
energética, podemos esperar enormes poupanças no que toca ao consumo de energia. Essas indicações serão
fornecidas pelo perito ou empresa de certificação aquando da requisição do seu certificado energético.
Obviamente poupar energia diminui as emissões de carbono para a atmosfera, e, desta forma contribuiu para
a proteção do ambiente. Espera-se com esta medida aumentar os níveis de eficiência energética em cerca de
30%, fazendo com que consigamos respeitar o Protocolo de Kyoto, ou cuja margem de incumprimento seja
muito baixa.
Na perspetiva de venda ou arrendamento de um imóvel, ter um certificado energético por si só não
valoriza o nosso imóvel. Mas, dispor de um que seja por exemplo A+, A, ou até B, garante-nos como
proprietários uma maior valorização do nosso imóvel, colocando-o ao preço justo de mercado. Assim imóveis
de semelhante configuração (tipologia, áreas e até localização) e pior desempenho energético, terão de ser
necessariamente transacionados a preços inferiores.
Além disso, o comprador estará mais confiante ao saber que o imóvel que irá adquirir está de acordo com
as mais modernas normas de respeito ambiental e eficiência energética, dando ao vendedor maiores
probabilidades de consumar o negócio.
Como é de conhecimento geral, o mercado imobiliário é muito atreito à especulação. É muito frequente
comprar um imóvel que está sobrevalorizado. Tal deve-se essencialmente aos muitos agentes do setor que de
forma algo injusta, elevam os preços dos imóveis que transacionam, sem que haja uma justificação plausível
para tal.
Ora, a certificação energética de edifícios, embora não signifique de todo a eliminação da especulação,
afinal não será este o método para a combater, nem é o propósito da certificação, acaba por criar no mercado
imobiliário relações comerciais mais justas. Assim ao adquirir uma habitação, terá outro poder negocial caso o
certificado energético da mesma não corresponda ao que pretende e compra sabendo o que está a adquirir e
valorizará o imóvel em conformidade com as suas reais características.
1. Antes do projeto
Alguém tem um terreno e quer construir. Como pode saber se pode construir, o que pode construir
e as regras para o fazer?
A capacidade construtiva de um terreno depende da conjugação de vários fatores, de ordem técnica, que
impossibilita uma resposta imediata. Para saber sobre a viabilidade de construção é necessário conhecer o
terreno onde se pretende construir e consultar os instrumentos de gestão territorial, designadamente o PDM.
1. Projeto
O que é um anteprojeto?
O anteprojeto é um conjunto de desenhos técnicos de plantas, layout, setorizações, cortes, fachadas,
implantação, animações 3D tipo maquete eletrónica ou seja todos os desenhos necessários para que o cliente
tenha a real perceção do projeto.
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É nesta fase que nasce o projeto, uma fase muito importante onde o cliente participa ativamente no processo,
onde se definem os traços gerais do edifício, como volumetrias, compartimentação, funcionalidades, tendo
como plataforma de trabalho o levantamento topográfico ao terreno e sua envolvente.
É importante que todas as solicitações e mudanças sejam realizadas nesta fase, pois mudanças à posterior podem
implicar alterações em todos os projetos.
Qual o valor das taxas a pagar na Câmara Municipal pela apreciação do meu projeto?
Os valores a pagar constam no RMEU – Regulamento Municipal de Urbanização e de Edificação ou no
Regulamento Geral de Taxas Municipais. Constituindo estes regulamentos legislação Municipal, não existe
uma linha diretriz, contudo existem Municípios em que este procedimento é isento de qualquer taxa.
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A Câmara Municipal aprova um projeto de uma só vez?
Não. Não obstante existir a possibilidade de dar entrada do projeto de arquitetura e das especialidades
simultaneamente, o que se traduz numa maior celeridade de aprovação geral do processo, a Câmara
Municipal, numa primeira fase, aprova o projeto de arquitetura, e só após receber o despacho de aprovação do
projeto de arquitetura é que são apreciados os projetos de especialidades, sendo-lhe comunicado também o
resultado da sua apreciação.
Existe algum prazo para solicitar a emissão do Alvará de Construção (licença de construção)?
Sim. Deve-se, no prazo de um ano a contar da data da notificação do ato de licenciamento, requerer a emissão
do respetivo alvará, apresentando para o efeito os elementos solicitados pela Câmara Municipal.
Se ao fim de um ano após notificação da aprovação do projeto, não se solicitar a emissão do Alvará
de Construção, o processo pode caducar?
Sim. Contudo, antes de terminar o referido prazo poder-se-á, por uma única vez, solicitar através de
requerimento fundamentado a prorrogação do referido prazo, mantendo-se o processo válido após despacho
favorável.
Qual o valor das taxas a pagar na Câmara Municipal pela emissão do Alvará de Construção?
Os valores a pagar constam no RMEU – Regulamento Municipal de Urbanização e de Edificação ou no
Regulamento Geral de Taxas Municipais. Constituindo estes regulamentos legislação Municipal, não existe
uma linha diretriz, contudo o valor a pagar depende de vários fatores, dos quais a áreas e o prazo para
execução das obras.
Após emissão do Alvará de Construção por parte da Câmara Municipal, há alguma obrigação que se
deva cumprir?
Sim. No prazo de 10 dias deve proceder à afixação de um aviso que deverá ficar visível do exterior, e ali
permanecer até à conclusão das obras.
Que cuidados deve o proprietário do prédio ter enquanto as obras estão a ser executadas?
Entre vários deveres impostos por lei, e além daqueles que decorrem da obra em si, há dois que são muito
importantes:
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1. Não se deverá proceder à execução de obras de alteração da implantação ou do projeto aprovado sem
que as mesmas sejam previamente sujeitas a licenciamento ou a comunicação prévia na Câmara Municipal.
2. Deve-se ainda ter sempre presente o prazo para concluir as obras, o qual consta do alvará ou da
admissão da comunicação prévia, devendo solicitar sempre, antes do seu termo, a respetiva prorrogação,
sob pena de ter de se efetuar novo licenciamento.
Quer-se construir uma moradia, tem de se instalar Painéis Solares ou pode-se optar por um outro
sistema de energia renovável?
A instalação de painéis solares não é obrigatória, poderá substituir essa fonte de energia por uma outra
renovável, o que á priori se traduzirá em custos de instalação superiores.
O que é mais vantajoso em termos de painéis solares, o sistema de KIT com coletor e
termoacumulador instalado na cobertura, ou os coletores na cobertura e o termoacumulador num
outro local da habitação (ex: cave)?
Cada solução deverá responder às exigências de cada edifício, cada sistema tem prós e contras em função do
outro.
Pode-se beneficiar em termos de IMI por ter uma habitação com a classe A ou A+ ?
Sim. Em termos do Imposto Municipal sobre Imóveis, existem autarquias que por sua iniciativa, premeiam a
eficiência energética dos edifícios. Isto é, no caso de imóveis que disponham de técnicas ambientalmente
sustentáveis, algumas autarquias premeiam tal eficiência energética com reduções no valor do imposto a
pagar que se cifra entre os 5 a 10%.
Pode-se beneficiar em sede de IRS por ter uma habitação com a classe A ou A+?
Se recorreu ao crédito para comprar habitação própria e permanente, pode deduzir anualmente 30% dos
encargos com a amortização de capital e juros até 586 euros. Se o imóvel pertencer às classes A ou A+, aquele
valor é elevado para 10 por cento, ou seja, o fisco deduz até 644,60 euros.
4. Diversos
Precisa-se de pedir cópias do processo de obras para o IMI. Que dados é necessário apresentar?
Para efeitos de IMI são necessárias cópias das plantas do edifício, ou fração do qual é proprietário, com o
carimbo de aprovado, e caso se trate de uma edificação instituída em regime de propriedade horizontal,
precisa de cópia do auto de vistoria e certidão de propriedade horizontal.
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É necessário apresentar algum documento da Câmara se for fiscalizado numa obra/demolição que
não necessita de licença camarária? (Exemplo: alteração de caixilharia)
Não. Este tipo de obras enquadra-se nas obras de escassa relevância urbanística e não é titulada por qualquer
documento. No entanto, é obrigatório comunicar o início dos trabalhos com a antecedência mínima de 5 dias
úteis da data de trabalhos pretendida, mesmo para as obras isentas de licença municipal.
Pode-se realizar obras de conservação, restauro, reparação e limpeza sem pedir licença à Câmara
Municipal?
Sim. Conforme definido no Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, com a redação que lhe foi dada pelo
Decreto-Lei n.º 26/2010, de 30 de Março (RJUE), pode-se realizar obras de conservação sem pedir licença ou
aguardar decisão da Câmara Municipal. Para executar este tipo de obras apenas é necessário comunicar à
Câmara Municipal o início dos trabalhos 5 dias úteis antes do início da obra.
Pode-se fazer obras de alteração no interior de edifícios ou frações sem pedir licença à Câmara
Municipal?
Sim, desde que não impliquem modificações na estrutura de estabilidade, das cérceas, da forma das fachadas
e da forma dos telhados, e não incidam sobre imóveis classificados ou em vias de classificação.
Para executar este tipo de obra apenas é necessário comunicar à Câmara Municipal o início dos trabalhos 5
dias úteis antes do início da obra.
Pode-se realizar pequenas edificações contíguas ou não a outro edifício sem pedir licença à Câmara
Municipal?
Sim, desde que não tenham altura superior a 2.20 m ou, em alternativa, à cércea do rés-do-chão do edifício
principal, com área igual ou inferior a 10.00 m2, e que não confinam com a via pública, se não for previsto
outras disposições no Regulamento Municipal (RMUE). Para executar este tipo de obra apenas necessita de
comunicar à Câmara Municipal o início dos trabalhos 5 dias úteis antes do início da obra.
É possível legalizar uma construção que foi realizada sem se pedir licença à Câmara?
Sim. Há todo o interesse em regularizar as obras clandestinas. Não é possível a venda ou doação de prédios
não licenciados, pois não possuem alvará de utilização, documento obrigatório para poder transmitir o prédio.
Aconselha-se, assim, uma análise prévia da situação a fim de aferir da possibilidade de poder apresentar o
projeto para a legalização das obras.
Que tipo de vistoria se pode fazer nas construções em más condições de conservação?
Poderá ser solicitada vistoria de segurança e salubridade.
No caso de não se ser proprietário de uma edificação pode-se solicitar vistoria de salubridade?
Pode ser solicitada vistoria pelos intervenientes diretos (arrendatários, confrontantes) ou intervenientes
indiretos (vizinhos).
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