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Geografia I – Professora Joice Madeira dos Reis – 2º semestre 2023

Climatologia
INTRODUÇÃO

Ao longo do processo evolutivo das espécies, as condições climáticas foram essenciais para a manutenção da
vida e surgimento de novas formas de existência. Dentro desse contexto, a ciência geográfica, pelo viés da climatologia
geográfica passou a utilizar de preceitos estudados na Meteorologia para compreender a influência das variáveis
meteorológicas/climáticas/atmosféricas na organização social e entendimento das paisagens naturais e antrópicas.
A Climatologia emerge das bases conceituais construídas pela Meteorologia, esta última responsável por
estudar os processos e fenômenos da atmosfera, registrando, medindo e armazenando suas variáveis e condições
físicas de formação em uma escala temporal. A escala temporal se configura tanto para a Meteorologia como
para a Climatologia como atributo de significativa importância para interpretação da dinâmica atmosférica.
Para tanto, o tempo é entendido como a soma da ação concomitante de variáveis atmosféricas em um limitado
e curto período temporal. Já o clima é definido como um período variando de meses a milhares ou milhões
de anos (IPCC, 2019), que de forma clássica, trata-se de um período de 30 anos, como já proposto pela
Organização Meteorológica Mundial (OMM, 2012).

ATMOSFERA

A atmosfera terrestre é uma mistura de gases, vapor d’água e partículas sólidas em suspensão. Cerca de 90% da
massa total da atmosfera estão confinados nos primeiros 20 km e 99,9% nos primeiros 50 km. Acima de 100 km de
altitude, existe apenas cerca de um milionésimo da massa total da atmosfera. No geral, destacam-se as seguintes
funções:
a) proteger a biosfera da radiação ultravioleta proveniente do Sol;
b) fornecer O2 para manutenção da vida dos seres aeróbicos (macro e micro-organismos);
c) proteger a Terra de variações excessivas de temperatura, pela incidência direta dos raios solares;
d) equalizar as temperaturas das camadas mais próximas da superfície terrestre através da dinâmica e
movimentação de massas de ar.

A estrutura vertical da atmosfera é comumente apresentada tendo-se como principal critério a variação da temperatura
com a altitude. Nesse sentido, os estratos da atmosfera são: Troposfera, Tropopausa, Estratosfera, Estratopausa,
Mesosfera, Mesopausa e Termosfera. Cada estrato ou camada apresenta regime térmico e composição química
específicos. A temperatura apresenta em cada estrato uma variação predominantemente linear com a altura. A
Tropopausa, Estratopausa e Mesopausa são camadas de transição.
Troposfera → é a camada mais próxima do solo, é conhecida como a “camada do tempo”, pois praticamente todos os
fenômenos meteorológicos e climáticos que afetam aos seres vivos têm lugar nesta camada. a temperatura do ar
diminui com a altitude (de –6 a –8ºC a cada 1.000 m). Causa: emissão radiativa terrestre que aquece a camada de
baixo para cima. Temperatura decrescente com a altura constitui situação normal, podendo, no entanto, sob certas
condições haver inversão do gradiente, com a temperatura do ar aumentando com a altura, o seu limite superior é a
Tropopausa. É a camada atmosférica mais importante para a vida em suas diferentes formas. Os seres vivos, sejam
estes terrestres ou aquáticos, são grandemente afetados tanto pela composição química quanto pela dinâmica desta
camada.
É a camada mais baixa da atmosfera, estendendo-se até mais ou menos 12 km. Esta camada se estende “a partir da
superfície até a altura de 14/16 km nas zonas equatoriais e até 8/10 km nas zonas polares, pois nessas últimas as
baixas temperaturas promovem a contração dos componentes atmosféricos” (DOMINGUEZ, 1979). Nela se passa a
maior parte dos “meteoros”, ou seja, os fenômenos ocorridos na atmosfera que podem ser aéreos ou mecânicos
(ventos), acústicos (trovão), aquosos (chuva), óticos (arco-íris) ou elétricos (raios). Contém cerca de 75% e a quase
totalidade do vapor d’água e dos aerossóis.
Tropopausa → camada de transição, corresponde ao limite superior da Troposfera e inferior da Estratosfera, não há
variação de temperatura com a altura (gradiente térmico = zero).
Estratosfera → não apresenta condensação de água, com exceção de certos tipos de nuvens, os ventos alcançam
velocidades maiores que 100 km/h, a temperatura do ar aumenta com a altura, alcançando um máximo em torno de
0ºC no seu limite superior, a Estratopausa. O ozônio O3, um dos principais constituintes da atmosfera, é
encontrado em maior concentração na Estratosfera/Estratopausa.
A Estratosfera (região de estratificação) estendesse da Tropopausa até uns 50 km (SOARES e BATISTA, 2004). Nesta
camada, a temperatura aumenta com a altitude chegando a 17 ºC na Estratopausa (DOMINGUEZ, 1979). Outros
autores como Ross (1995), mencionam que na camada de ozônio a temperatura chega a 50ºC, devido à absorção da
radiação ultravioleta do sol, pelo ozônio (O3), que a transforma em energia térmica. O ozônio é encontrado, de acordo
com Soares e Batista (2004), em concentrações variáveis dentro desta camada nas altitudes entre 20 e 50 km, com
forte concentração por volta dos 25 km de altitude. Por conseguinte, “a Estratosfera possui em suas camadas
superiores, uma fonte de calor, em contraste com a Troposfera que é aquecida principalmente por baixo” (RETALLACK,
1977).
Estratopausa → é o limite superior da Estratosfera e inferior da Mesosfera, não há variação de temperatura com a
altura
Mesosfera → encontra-se entre 50 e 80 km de altitude, volta a predominar uma variação decrescente de temperatura,
no limite superior, a temperatura alcança valores próximos a −95ºC.
Camada que se estende da Estratopausa até cerca de 80 km de altitude, apresentando queda de temperatura de -3,5
ºC por quilômetro. No seu limite superior (Mesopausa) observa-se a temperatura mais baixa da atmosfera, cerca de -
90 ºC (SOARES e BATISTA, 2004). “No que se refere à sua composição, a Mesosfera contém uma pequena parte de
ozônio e vapores de sódio, os quais desempenham um importante papel nos fenômenos luminosos da atmosfera”
(DOMINGUEZ, 1979), como as auroras.
Termosfera → nesta camada os gases não estão homogeneamente misturados, mas formam camadas, a camada
inferior é constituída por N2 que é o gás mais pesado; encima se encontram de forma sucessiva uma camada de
oxigênio atômico, gás hélio e hidrogênio. O aumento da temperatura é rápido com o aumento da altura, justificando o
termo Termosfera.
Estende-se da Mesopausa até uns 500 km de altitude, sendo bastante rarefeita. Aqui, a atmosfera é muito afetada
pelos Raios X e pela radiação ultravioleta, o que provoca a ionização ou carregamento elétrico. “As camadas inferiores
da Ionosfera, desempenham um papel muito importante nas transmissões de rádio e televisão, já que refletem ondas
de diversos comprimentos emitidas da Terra, o que possibilita sua captação pelas emissoras. O limite da superior
denomina-se Termopausa” (DOMINGUEZ, 1979). “Aqui, a temperatura aumenta com a altitude devido à absorção da
radiação ultravioleta pelo oxigênio atômico” (AYOADE, 2003).
Exosfera → Estende-se da Termopausa até uns 800 a 1.000 km de altitude. Predominam os átomos de Hidrogênio e
Hélio (mais leves). Aqui, a atmosfera vai se rarefazendo, tendendo ao vácuo. A densidade atmosférica é igual à do gás
interespacial que a circunda. Ocorrem elevadíssimas temperaturas e grande incidência de poeira cósmica.
A atmosfera terrestre, tanto em estrutura física quanto química, evoluiu ao longo dos milênios até alcançar o
estado atual. A atmosfera é uma mistura de gases. A concentração individual desses gases vem sendo alterada
principalmente depois do advento da revolução industrial no século passado (XIX) e especialmente nas últimas décadas
do século XX com a intensificação da industrialização e desmatamento e queima da vegetação natural em grandes
extensões de terra, principalmente nas regiões tropicais do mundo.
A agricultura em todas as partes do mundo é extremamente dependente das condições atmosféricas locais,
bem como de sua dinâmica temporal. Essa dinâmica não é passível de ser controlada pelo homem, de forma que
tecnologias para aumentar a produção agrícola são desenvolvidas com o objetivo de reduzir os impactos negativos do
tempo meteorológico sobre as plantas.
O clima intervém ainda na formação dos solos, na decomposição das rochas, na elaboração das formas de
relevo, no regime dos rios e das águas subterrâneas, no aproveitamento dos recursos econômicos, na natureza e no
ritmo das atividades agrícolas, nos tipos de cultivos praticados, nos sistemas de transportes e na própria distribuição
dos homens na Terra.
FENÔMENOS CLIMÁTICOS

São aqueles que de alguma forma contribuem para caracterizar o comportamento da atmosfera em determinada região.
São eles: Chuvas, neve, ventos, geadas, granizo, nevoeiros, entre outros. Estudados isoladamente, são denominados
meteorológicos, mas quando considerados integradamente e em sucessão habitual, caracterizam o clima do lugar.
Eles são ativados pela chegada da radiação solar ao topo da atmosfera, e pela distribuição dessa energia em toda a
massa gasosa que envolve o planeta e nos outros ambientes, tais como oceanos e continentes.

Granizo – Precipitação de grãos redondos ou cônicos de gelo (SOARES e


BATISTA, 2004). Quando a solidificação é muito rápida, ou seja, quando ocorre
a Sublimação (passagem do estado gasoso diretamente para o estado sólido),
ou quando se produz em um meio contendo pequenas gotas super-resfriadas,
como resultado de um resfriamento muito rápido a temperaturas entre -12ºC e -
40ºC, o gelo se forma em massas amorfas ou apresenta pequenos traços de
cristalização, precipitando em forma de granizo.
Neve – Se a condensação (sublimação) se dá a temperaturas muito baixas (em
torno ou abaixo de -40ºC) e de forma lenta e progressiva, o vapor d’água
também passa diretamente para o estado sólido, e aqui o gelo toma formas
cristalinas mais ou menos regulares, simples ou complexas, constituem a neve.
Observa-se que a precipitação de neve demanda mesmo junto à superfície,
temperaturas bastante baixas (0ºC ou menor) e por isso este tipo de
precipitação é mais comum em áreas de altas latitudes e altas montanhas.
Caso contrário “se a temperatura entre o nível das nuvens e o solo estiver
suficientemente elevada, a neve derreterá na sua queda e será transformada
em chuva” (FORSDYKE, 1969). Como citado por Atkinson e Gadd (1990) “a formação da neve é diferente da formação
da chuva. As gotículas de água juntam-se e congelam sobre cristais de gelo microscópicos que, assim, aumentam de
tamanho. Estes cristais formam então agregados característicos que caem no solo em forma de flocos de neve”.

Chuvas – as chuvas podem ser classificadas em 3 tipos principais, de acordo com sua gênese: Chuvas Convectivas
ou de Convecção, Frontais ou Ciclônicas e Chuvas Orográficas ou de Relevo.
• Chuvas convectivas – as nuvens de convecção (grandes Cúmulos ou Cumulonimbos) são formadas a partir
da ascensão de uma massa de ar úmido em regiões quentes, sendo, pois, comuns em áreas quentes e úmidas.
Com o aumento da concentração de vapor d’água ou com o resfriamento dessa massa de ar (seja em função
da altitude, seja pela presença de ventos mais frios), ocorre a saturação do ar, resultando em chuvas pesadas
e intensas, embora de duração mais curta. Nas regiões equatoriais, onde ocorrem baixas pressões e a
evaporação é constante e intensa, devido às elevadas temperaturas, ocorrem, comumente, chuvas de
convecção, também provocadas pela ação dos ventos Alísios oriundos das áreas de alta pressão das latitudes
dos 30ºC na região Tropical. Estas chuvas são comuns no verão, quando, depois de atingida a temperatura
máxima do dia, com o decréscimo dela no final da tarde ou início da noite, “despencam” um forte aguaceiro,
em geral de curta duração e acompanhadas de raios, relâmpagos e trovões.
• Chuvas frontais – este tipo de chuva, também chamada de ciclônica, está associada à instabilidade causada
pelo encontro de duas massas de ar de características térmicas diferentes (uma massa de ar quente e outra
de ar frio). É uma precipitação moderadamente intensa, contínua e que afeta áreas bastante extensas. São
comuns nas áreas de médias latitudes, onde ocorrem, normalmente (principalmente no período do inverno) o
encontro de massas de ar de característica opostas. Com o lento resfriamento do ar, ocorre a saturação e
posterior condensação do vapor d’água, e consequentemente, as chuvas frontais.
• Chuvas orográficas – as chuvas orográficas (orogênicas ou de relevo) ocorrem devido à ascensão forçada
de ventos úmidos ante um obstáculo do relevo. O ar, obrigado a se elevar para transpor o obstáculo, resfria-
se (com a altitude), podendo saturar-se. As vertentes do obstáculo voltadas para o vento, ficam cobertas de
nuvens das quais cai a chuva. Do outro lado do obstáculo, o ar descendente é seco e, em geral, frio, com suas
características iniciais modificadas.
Fatores geográficos, como latitude, relevo,
distribuição de terras e águas, concorrem
para que a absorção, a reflexão e a difusão
da energia solar se realizem diferentemente
em cada ponto do globo, dando origem a
parcelas de atmosfera com características
mais ou menos homogêneas, chamadas de
massas de ar. Elas podem ser quentes,
frias, secas ou úmidas, e se movimentam
em diversas direções, determinando
mudanças de tempo nas regiões pelas quais
circulam. Duas massas de ar são separadas
entre si por linhas de descontinuidade
chamadas de frentes, que sempre vêm
associadas a alterações das condições
atmosféricas.
As massas de ar frio se formam nas regiões
polares e subpolares, já as massas de ar
quente se originam nas áreas equatoriais
tropicais.

Principais massas de ar que atuam no Brasil.

Imagem de satélite, mostrando o avanço de uma frente


fria sobre o sul do Brasil.

Ciclo da água

A água originada na superfície da Terra, está presente na atmosfera e influi de forma relevante nas condições do tempo.
O oceano é a principal fonte de água para a atmosfera, embora também contribuam também os corpos líquidos
formados por rios e lagos. Uma massa líquida, quando aquecida pela radiação solar, sofre elevação de temperatura,
pondendo ocorrer a evaporação, processo que absorve parte da energia térmica da atmosfera, transformando-a em
calor latente. O vapor permanece em suspensão na atmosfera até retornar ao estado líquido pela condensação, na
qual libera o calor latente. Atingindo certas condições, precipita-se de volta ao solo sob forma de chuva, granizo, neve
etc., completando o ciclo hidrológico. A chuva, portanto, nada mais é do que uma das etapas desse processo.

Um fator que pode acelerar a condensação e agravar os


índices de poluição é a presença de micropartículas em
suspensão na atmosfera. Tais corpos (de origem
orgânica, mineral ou industrial) desempenham o papel de
núcleos de condensação em um ambiente de atmosfera
saturada (100% de umidade relativa), estimulam a
formação, em seu entorno, de minúsculas esferas de
água, induzindo o processo de condensação e formação
de nuvens.

Precipitação – deposição em forma líquida ou sólida


derivada da atmosfera. Neste caso, as formas líquidas e
congeladas da água, como chuva, granizo, neve. A água
é sem dúvidas, um dos principais, senão o mais
importante elemento natural da manutenção da vida no
Planeta. De acordo com Soares e Batista (2004), a
precipitação é o resultado de um estado avançado de
condensação. Ela ocorre quando a força gravitacional
supera a força que mantém a umidade suspensa e esta
atinge o solo sob a forma líquida (chuva ou
chuvisco/garoa) ou sólida (granizo, saraiva e neve).
Inicialmente, torna-se necessário destacar o ciclo
hidrológico, que de forma geral, pode-se dizer, tem
origem na evaporação das águas, com posterior formação de nuvens (condensação) e finalmente, a precipitação
quando novamente o ciclo tem início.
Percepção: visão, tato, audição
Instrumento: pluviômetro, pluviógrafo

Para entender melhor o clima, quatro aspectos são necessários:

1) Inclinação do eixo de rotação sobre o plano da eclíptica, assim


como o movimento de translação em torno do Sol. Eles permitem
entender o ciclo anual dos fenômenos do clima, ou seja, a sucessão
das estações do ano nos diferentes pontos do globo.
2) Estrutura vertical da atmosfera, isto é, sua composição e
características em razão dos níveis de altitude.
3) Interação atmosfera-oceano, já que este é uma vasta massa
líquida espalhada por 73% da superfície do planeta, exercendo
influência muito significativa em todo o funcionamento do sistema
natural.
4) Movimentação das massas de ar, cujo padrão é determinado, em
escala global, pela forma e movimentos do planeta e, em escalas
menores, pela distribuição das terras e águas, relevo e
características da superfície.

Incidência dos raios solares de acordo com o período do ano.


ELEMENTOS DO CLIMA
São grandezas atmosféricas que comunicam ao meio atmosférico suas propriedades e características particulares.
São no tempo e no espaço sendo perceptíveis pelos sentidos humanos e medidos por instrumentos específicos.
• Pressão atmosférica;
• Temperatura;
• Precipitação;
• Insolação;
• Radiação;
• Vento;
• Nebulosidade;
• Evaporação;
• Umidade;
• Visibilidade.

Pressão atmosférica – peso que a atmosfera exerce


por unidade de área. Sabendo que o ar é um fluido, a
tendência é que se movimente em direção às áreas
de menor pressão. Assim, a movimentação da
atmosfera está ligada à distribuição da pressão
atmosférica.
Esta pressão, chamada de pressão atmosférica,
representa papel muito importante no clima, pois suas
variações estão intimamente relacionadas aos
diferentes estados do tempo. Em outras palavras, de
acordo com Soares e Batista (2004), o ar atmosférico
tem peso e este se manifesta sob a forma de uma
pressão que a atmosfera exerce em todas as
direções, especialmente sobre a superfície terrestre.
Percepção: audição
Instrumento: barômetro (mm Hg e hPa)
barógrafo (mm Hg ou mb)
Fonte: INMET, 2018

VENTOS

O vento é o movimento do ar em relação à superfície terrestre, movimento


este, que se processa tanto no sentido horizontal, quanto no sentido vertical
(AYOADE, 2003).
Com maior temperatura, ou seja, com maior grau de calor, o ar é aquecido,
se expande, fica mais leve e sobe (ascende) dando “lugar” a outro ar (vento),
em geral de características mais frias, que vem para ocupar o “espaço” então
criado. Assim, nota-se que o ar quente “viaja” pelas camadas superiores da
Troposfera, enquanto o ar mais frio (mais denso e mais pesado) se desloca
pelas partes mais baixas. Em geral, o vento é mais forte e de maior velocidade
nas partes mais altas, pois a velocidade próxima ao solo é diminuída pela
fricção ou atrito do mesmo com os obstáculos da superfície (LEINZ e
AMARAL, 1989). Direção do vento, ainda de acordo com os autores, é o ponto cardeal de onde o vento vem. No Brasil,
são adotadas oito direções fundamentais: N, NE, S, SE, W, NW, E e “calmaria”, para a ausência de qualquer movimento.

Brisas

As brisas terrestres e marítimas são ventos


locais que ocorrem principalmente nas costas
tropicais, são causadas pela diferença de
pressão existente entre o continente e o mar, e
esta, por sua vez, tem origem nas diferenças
térmicas (calor específico) entre a superfície
terrestre e a superfície hídrica.
Durante o dia, a terra se aquece mais
rapidamente que o mar, e assim, o ar sobre o
continente se aquece mais rapidamente, se
expandindo, tornando-se mais leve e determinando uma área de Baixa Pressão, receptora de ventos. Dessa forma,
durante o dia, o continente funciona como um centro de baixa pressão e os ventos sopram do mar (ou de grandes
lagos) para a terra, é a brisa Marítima ou Lacustre. À noite, ocorre um fenômeno oposto, ou seja, a terra se resfria
rapidamente, enquanto o mar (ou um grande lago) permanece mais tempo aquecido, havendo assim uma inversão dos
centros de pressão, funcionando o oceano como área de Baixa Pressão, receptora de ventos, e o vento, agora mais
fraco, sopra da terra para o mar, é a brisa Terrestre.
Ventos de Vale ou de Montanha
Esses ventos também, em parte, são de origem térmica. Durante o dia, quando a radiação do Sol é intensa, algumas
vertentes montanhosas mais expostas, são aquecidas mais rapidamente que os fundos dos vales, formando-se assim,
uma área de Baixa Pressão receptora de ventos nas partes mais elevadas e, com isso, os ventos deslocam-se vertente
acima, são os ventos de Vale ou Anabáticos. “Que são muitas vezes acompanhados pela formação de nuvens cúmulos
sobre as montanhas ou perto delas” (AYOADE, 2003). Com o decorrer das horas do dia, ocorre o inverso, ou seja, as
áreas mais elevadas esfriam-se, perdem calor muito rapidamente em função das perdas de radiação. Assim, forma-se
no vale uma área mais aquecida, de Baixa Pressão, e então, o ar se desloca vertente abaixo, em direção às depressões
e vales, são ventos frios, conhecidos como ventos de Montanha ou Catabáticos.

Ventos Alísios

Os alísios são ventos constantes que provém das regiões subtropicais, áreas de
alta pressão e dispersoras de ventos, para a faixa equatorial, área quente, de
baixa pressão e receptora de ventos.
Os alísios vêm das regiões subtropicais (do Norte e do Sul) para a região
equatorial (Zona de Convergência), “viajando” pelas camadas mais baixas da
Troposfera. Como viajam pelas camadas inferiores, são fortemente “travados”
pela fricção com a superfície, pelo que a velocidade dos Alísios, normalmente não
ultrapassa 5m/s.
Após perderem sua característica inicial (tépido), e provocarem chuvas na região
equatorial, eles se aquecem, ficam mais leves e ascendem, voltando para as
regiões de origem, “viajando” agora pelas partes mais altas da Troposfera, e com
o nome de Contra-alísios. São ventos permanentes devido à formação constante
dos ciclones no Equador e dos anticiclones nas regiões subtropicais.

A – Ventos Alísios | B – Ventos Contra-alísios

Devido ao Movimento de Rotação da Terra, os ventos Alísios, no Hemisfério Norte, sopram de nordeste para
sudoeste (Alísios de Nordeste), e no Hemisfério Sul, sopram de sudeste para noroeste (Alísios de Sudeste), e não de
norte a sul e de sul para norte, respectivamente, como deveria ser se a Terra estivesse imóvel. Isso se deve à Força
ou Efeito de Coriolis, que “atua à direita do vetor velocidade no Hemisfério Norte e atua à esquerda no Hemisfério
Sul” (VIANELLO e ALVES, 1991).

Temperatura – grau de calor que um corpo possui, sendo a condição que


determina o fluxo de calor que passa de uma substância para outra. O calor
desloca-se de superfícies com maiores temperaturas para as de menor
temperatura. A temperatura pode ser definida em termos do movimento de
moléculas, onde quanto mais rápido este movimento, mais elevada a
temperatura. Podendo ser definida também tomando por base o grau de
calor que um corpo possui. “A temperatura é a condição que determina o
fluxo de calor que passa de uma substância para outra”. O calor desloca-se
de um corpo de maior temperatura para outro com menor temperatura.
Dentro da Meteorologia, têm-se três modalidades principais de temperatura:
do ar, da água e do solo. Este importante elemento do clima sofre influência
de diversos fatores, mas principalmente da altitude, latitude e dos efeitos da
maritimidade e continentalidade.
De forma geral, a temperatura diminui em função do aumento da latitude, ou
seja, a temperatura diminui à medida que se afasta do Equador, indo em direção aos Polos. Essa modificação na
temperatura é basicamente decorrente de dois efeitos: a primeira causa está ligada à forma como se dá a incidência
dos raios solares na superfície terrestre, que é “perpendicular” na faixa equatorial e de forma mais oblíqua em direção
aos Polos. Leva-se em consideração, ainda, que a atmosfera tem uma espessura menor sobre o Equador e maior
sobre os Polos, o que favorece uma incidência maior e mais intensa na faixa tropical, e em especial, na faixa equatorial.
Sabe-se que o ar é mais rarefeito nas regiões mais elevadas, e daí, quanto menos ar, menor quantidade de calor
possível de ser contida nesse ar, ou seja, menor a temperatura.
Percepção: tato
Instrumento: termômetro, termógrafo. (°C, K, F) Fonte: INMET, 2018
Equador Térmico – o equador térmico, não
acompanha a linha do equador geográfico, de
acordo com Varejão-Silva (2006), a distância
entre o equador térmico e o geográfico é
normalmente maior sobre os continentes que
sobre os oceanos. Sobre os continentes, a
oscilação do equador térmico em torno do
geográfico amplia-se consideravelmente e,
dependendo da região e época do ano, chega a
ultrapassar os trópicos. Sobre os oceanos, há
áreas em que o equador térmico permanece,
durante o ano todo, ao norte do equador
geográfico, graças à influência das correntes
marítimas. A posição média do equador térmico
pode ser observada na figura ao lado.
Insolação – quantidade de radiação solar direta que incide em determinada área numa posição horizontal e a um nível
conhecido.
Percepção: visão, tato
Instrumento: heliógrafo (observa o número de horas de brilho solarem determinada localidade e dia do ano).
Radiação – é a propagação de energia de um ponto a outro. Neste caso, o calor recebido pela atmosfera e superfície
terrestre a partir do Sol. O Sol é uma esfera gasosa com temperatura de 6 000000°C que emite a energia em ondas
eletromagnéticas.
Percepção: tato, visão
Instrumento: piranômetro, piranógrafo (cal/cm²/min)

Vento – é o ar atmosférico em movimento a


partir da diferença de pressão e temperatura.
Percepção: audição, tato, visão, direção (de
onde?) pontos cardeais, colaterais, graus (0°a
360º), velocidade ou intensidade (m/s ou Km/h),
países de língua inglesa milha/h ou nós.
Instrumento: cata-vento – direção; velocidade
– anemômetro; direção e rajadas – anemógrafo.

Umidade – quantidade de água na forma gasosa presente na atmosfera.


Relativa – (%)
Significa, em termos simplificados, o quanto de água na forma de vapor existe na
atmosfera no momento em relação ao total máximo que poderia existir, na temperatura
observada. A umidade do ar é mais baixa principalmente no final do inverno e início da
primavera, no período da tarde, entre 12 e 16 horas. A umidade fica mais alta: Sempre
que chove devido à evaporação que ocorre posteriormente, em áreas florestadas ou
próximas aos rios ou represa, quando a temperatura diminui (orvalho).
A umidade relativa é de grande importância meteorológica e agronômica, pois
determina entre outros fatores a taxa de evaporação da água. Assim, para o homem,
considera-se que a faixa de umidade relativa de 40 a 70% proporciona conforto
máximo. Acima de 70%, a umidade relativa é alta, o que se reflete na dificuldade de a
água evaporar: o ambiente fica “abafado”. Abaixo de 40%, a evaporação ocorre com
muita facilidade, refletindo em problemas respiratórios, garganta e nariz secos etc.
Para as plantas, da mesma forma que para o homem, uma umidade relativa baixa
resulta em altas taxas de transpiração; consequentemente, a planta deve extrair a água do solo a taxas maiores.
Absoluta – (gr /cm³)
Específica – (gr /Kg.ar)
Percepção: visão, tato
Instrumento: psicrômetro
Evaporação – processo pelo qual a umidade, líquida ou sólida, passa para a forma gasosa. Perda da água em
superfícies aquáticas ou solo. A evaporação ou vaporização é a passagem da água do estado líquido para o de vapor.
Aqui se inclui a evapotranspiração, ou seja, a evaporação, por transpiração, das águas presentes nos seres vivos
(animais e vegetais). Para haver evaporação, como já dito, dois agentes são fundamentais: água para ser evaporada
e temperatura (calor) para promover a passagem da água do estado líquido para o gasoso.
Percepção: visão (eventualmente)
Instrumento: evaporímetro, tanque de evaporação (mm).

Nebulosidade – cobertura do céu por


nuvens e nevoeiro. Uma nuvem pode ser
definida como “um conjunto visível de
partículas de água líquida e/ou de gelo, em
suspensão na atmosfera”.
Percepção: visão
Instrumento: visão do observador
Visibilidade: (m) percepção e instrumento
– visão do observador.
O nascimento de uma nuvem pode assim
ser resumido: em dias quentes, o Sol
aquece o solo com maior intensidade em
alguns lugares. As bolhas de ar quente que
se formam nos locais de maior incidência
sobem impulsionadas pelo ar mais denso e
mais frio em volta delas. Quando encontram
uma pressão atmosférica mais baixa, as
bolhas se expandem e resfriam – uma
nuvem se forma quando o ar sobe e esfria
tanto que o vapor d’água que ele contém se
condensa em gotículas.

Concluindo, pode-se notar como a Nebulosidade


relaciona-se com a Radiação Solar, com a Insolação e,
indiretamente, com a temperatura do ar e com o
aquecimento da atmosfera. A cobertura de nuvens pode
refletir, difundir e mesmo absorver a radiação solar. Como
já dito, observa-se que dos 100 % da energia do Sol que
se introduzem na atmosfera, uns 40 % incidem sobre as
nuvens, e destes elas absorvem cerca de 1 % (pequena
absorção) e refletem uns 25 %, que se perdem para o
espaço exterior. A reflexão dos raios solares depende de
sua cor, espessura, estrutura e constituição.
FATORES GEOGRÁFICOS DO CLIMA
São fatores geográficos que influenciam no comportamento dos elementos atmosféricos dando lhes certas
regularidades. Possuem ação permanente em escala regional e local.
• Atmosfera
• Latitude
• Altitude
• Correntes marinhas
• Continentalidade e maritimidade
• Vegetação
• Relevo
• Urbanização

Latitude – quanto maior a latitude menor a


temperatura, quanto maior a latitude maior obliquidade
dos raios solares e maior espessura da atmosfera a ser
atravessada pela radiação.
Altitude – à medida que a altitude aumenta a
temperatura diminui, pois em altitudes mais elevadas a
presença de gases atmosféricos que absorvem calor é
menor. De modo geral, a temperatura diminui 6,5°a
cada 1 Km.

Correntes marítimas – Influencia as condições climáticas litorâneas.


➢ Leste – quente
➢ Oeste – fria
Quentes – aumenta a temperatura do ar; aumenta a umidade do ar; favorece as precipitações. Litorais com clima
úmido.
Frias – diminui a temperatura do ar; diminui a evaporação; diminui a umidade; dificulta as precipitações. Litorais de
clima seco.
Continentalidade – afastamento do mar, quanto maior a distância do oceano maior o efeito da continentalidade.
Climas continentais possuem aquecimento e resfriamento mais rápido, assim apresentam:
➢ Grandes contrastes de temperatura;
➢ Menor umidade do ar;
➢ Diminuição da pluviometria.
É importante considerar também a existência de obstáculos montanhosos e ventos predominantes.
Maritimidade – aproximação do mar. Litorais e ilhas oceânicas.
Nos climas marítimos o aquecimento e resfriamento são mais lentos. Assim:
➢ Os contrastes térmicos são menores;
➢ Maior umidade;
➢ Favorecimento de chuvas.

Continentalidade e Maritimidade
Litoral – menor amplitude térmica entre as
estações de verão e inverno.
Interior do continente – grande amplitude
térmica entre as estações de verão e
inverno.

Vegetação
Protege a superfície terrestre da insolação direta; Diminui as temperaturas médias; Diminui os contrastes de
temperaturas; Mantém a umidade do solo; Aumentando a umidade do ar e favorece a precipitação.

Relevo
➢ Pode ocasionar obstáculos para a circulação
do ar;
➢ Influencia na umidade do ar;
➢ Influencia na pressão atmosférica;
Ex: vertentes montanhosas à barlavento e à sota-
vento
Barlavento – voltadas em direção do vento (úmidas)
Sota-vento – contrárias a direção do vento (secas),
evaporação por compressão do ar.

Urbanização
➢ Espaço físico construído altera o clima local;
➢ Aumento da superfície de absorção térmica (edifícios,
asfalto etc.);
➢ Impermeabilização do solo;
➢ Concentração de edifícios que interferem nos efeitos
dos ventos e aumentos de trocas térmicas;
➢ Contaminação de poluentes na atmosfera;
Influencia principalmente na temperatura, umidade e ventos.
O grau de influência vai depender da configuração física da
cidade, tais como:
➢ Geometria dos edifícios;
➢ Propriedades dos materiais de construção;
➢ Cor das superfícies;
➢ Condições de sombra;
➢ Distribuição das áreas verdes;
➢ Relação entre o índice de área construída e espaços livres;
Urbanização – Ilhas de calor urbanas.
Dan et al. (2010) definem ilha de calor como o
fenômeno que ocorre quando a temperatura
urbana é maior do que a temperatura encontrada
em ambientes naturais.
Clima

Para facilitar a avaliação da potencialidade da espécie para uma localidade específica, são apresentadas: precipitação
pluvial média anual (amplitude); regime de precipitações (Golfari et al., 1978): chuvas distribuídas uniformemente ou
periódicas; deficiência hídrica (Golfari et al., 1978): nula, pequena, moderada, forte e muito forte; temperatura média
anual (amplitude); temperatura média do mês mais frio (amplitude); temperatura média do mês mais quente (amplitude);
temperatura mínima absoluta; número de geadas por ano (amplitude); tipos climáticos (Koeppen), no Brasil. As
informações climáticas referem-se, principalmente, à ocorrência natural das espécies. Os tipos climáticos segundo
Koeppen (1948) são apresentados nas fichas apenas pelo símbolo de cada um. Para maior clareza descreve-se, a
seguir, seus significados:

• Cfb - Clima temperado, com verão ameno. Chuvas uniformemente distribuídas, sem estação seca e a
temperatura média do mês mais quente não chega a 22ºC. Precipitação de 1.100 a 2.000 mm. Geadas severas
e freqüentes, num período médio de ocorrência de dez a 25 dias anualmente. Esse tipo de clima predomina
no planalto do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, na região de Campos do Jordão, no Estado de São
Paulo (Ventura, 1964), na região da Serra do Itatiaia, no Rio de Janeiro, e no altiplano do Morro do Chapéu,
na Bahia (Mello, 1973).
• Cfa - Clima subtropical, com verão quente. As temperaturas são superiores a 22ºC no verão e com mais de 30
mm de chuva no mês mais seco. Esse tipo de clima predomina no litoral e sul do Rio Grande do Sul, litoral de
Santa Catarina, planalto norte e centro-leste do Paraná, bacias dos rios Uruguai e Paraná (Gollfari et al., 1978),
sudoeste do Estado de São Paulo (Ventura 1964), serra do extremo sul de Mato Grosso do Sul, na região das
matas no altiplano da Chapada Diamantina Setentrional e na Micro Região do Senhor do Bonfim, na Bahia
(Mello, 1973). Na região norte e noroeste do Paraná, o tipo climático também é designado como Cfa (h), sendo
h, clima tropical original modificado pela altitude (Maack, 1968).
• Cwb - Clima subtropical de altitude, com inverno seco e verão ameno. A temperatura média do mês mais
quente é inferior a 22ºC. Predomina, nas Serras do Mar, da Cantareira, da Mantiqueira e da Bocaina, no Estado
de São Paulo (Ventura, 1964). Em Minas Gerais, ocorre nas regiões de altitude mais elevadas das serras da
Canastra, Espinhaço e Mantiqueira, numa pequena área à volta de Araguari e noutra ao sul de Carmo do
Paranaíba (Antunes, 1986). Ocorre, ainda, na Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro; na região serrana do
Espírito Santo, e nas serras e chapadas do Distrito Federal e sul de Goiás (Golfari et al., 1978).
• Cwa – Clima subtropical de inverno seco (com temperaturas inferiores a 18ºC) e verão quente (com
temperaturas superiores a 22ºC). Este é o clima da maior área do Estado de São Paulo, principalmente nas
regiões central, leste e oeste (Ventura, 1964). Predomina nas regiões serranas do centro e sul de Minas Gerais
e no norte nas serras do Espinhaço e Cabral (Antunes, 1986). Ocorre, ainda, no sudoeste do Espírito Santo,
vale superior e médio do Rio Paraíba, no Estado de São Paulo e no Rio de Janeiro; e sul do Mato Grosso do
Sul (Golfari et al., 1978).
• Af - Clima tropical úmido ou superúmido, sem estação seca, sendo a temperatura média do mês mais quente
superior a 18ºC. O total das chuvas do mês mais seco é superior a 60 mm, com precipitações maiores de
março a agosto, ultrapassando o total de 1.500 mm anuais. Nos meses mais quentes (janeiro e fevereiro) a
temperatura é de 24 a 25ºC. Esse tipo de clima predomina no noroeste do Amazonas; arredores de Belém, no
Pará; litoral do Paraná, do Estado de São Paulo, parte do litoral do Rio de Janeiro (Golfari et al., 1978), e litoral
da Bahia, desde o extremo sul da Bahia até arredores de Salvador (Mello, 1973).
• Am - Clima tropical úmido ou subúmido. É uma transição entre o tipo climático Af e Aw. Caracteriza-se por
apresentar temperatura média do mês mais frio sempre superior a 18ºC apresentando uma estação seca de
pequena duração que é compensada pelos totais elevados de precipitação. Esse tipo de clima predomina no
nordeste do Espírito Santo, faixa costeira interior da Bahia, Pará, Amapá, oeste de Roraima, partes do
Amazonas, Acre, Rondônia, norte do Mato Grosso e noroeste do Maranhão (Golfari et al., 1978).
• Aw - Clima tropical, com inverno seco. Apresenta estação chuvosa no verão, de novembro a abril, e nítida
estação seca no inverno, de maio a outubro (julho é o mês mais seco). A temperatura média do mês mais frio
é superior a 18ºC. As precipitações são superiores a 750 mm anuais, atingindo 1800 mm. Este tipo de clima
predomina principalmente no norte e noroeste do Estado de São Paulo (Ventura, 1964); parte oeste do
Triângulo Mineiro, praticamente toda a metade norte de Minas Gerais e no sudeste de Minas, na região de
Muriaé – Cataguases – Leopoldina (Antunes, 1986); litoral e serras do Ceará (Fernandes, 1990); norte do
Maranhão, oeste da Bahia, centro do Mato Grosso, Pantanal Mato-Grossense, nordeste do Rio de Janeiro,
oeste do Espírito Santo, serras do Rio Grande do Norte (Golfari et al., 1978). Ocorre ainda, na faixa amazônica
deste o noroeste do Tocantins, até Roraima; oeste de Mato Grosso e sul de Rondônia.
• As – Clima tropical quente e úmido, com estação seca no inverno. Esse tipo de clima predomina no litoral
oriental do Nordeste, desde o leste da Micro Região de Paulo Afonso, na Bahia (Mello, 1973), faixa costeira de
Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e partes do Rio Grande do Norte (Golfari et al., 1978). É caracterizado
pela ausência de chuvas de verão e sua ocorrência no "inverno" (que corresponde à estação chuvosa e não
ao inverno propriamente dito), com índices pluviométricos por volta de 1.600 mm anuais.
• BSw - Clima seco com chuvas no verão, com precipitações anuais sempre inferiores a 1000 mm e normalmente
inferiores a 750 mm. Esse tipo de clima predomina numa área no norte de Minas Gerais ao redor de Monte
Azul e Espinosa e numa pequena área do Vale do Jequitinhonha junto à Itinga (Antunes, 1986). É também,
encontrado mais ao sul, na Bahia, nas fronteiras com o Nordeste de Minas Gerais (Mello, 1973).
• BSh – Clima Semi-árido quente. É caracterizado por escassez de chuvas e grande irregularidade em sua
distribuição; baixa nebulosidade; forte insolação; índices elevados de evaporação, e temperaturas médias
elevadas (por volta de 27ºC). A umidade relativa do ar é normalmente baixa, e as poucas chuvas - de 250 mm
a 750 mm por ano - concentram-se num espaço curto de tempo, provocando enchentes torrenciais. Mesmo
durante a época das chuvas (novembro a abril), sua distribuição é irregular, deixando de ocorrer durante alguns
anos e provocando secas. A vegetação característica desse tipo de clima é a xerófila (Caatinga). Esse tipo de
clima predomina no interior da Região Nordeste, norte de Sergipe, oeste de Alagoas, Pernambuco, Paraíba,
Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, e centro, noroeste, norte e nordeste da Bahia.

A elaboração do tópico clima requereu a elaboração de dois fichários: o primeiro com fichas individuais descrevendo
os locais em que a espécie ocorre, baseada em ampla literatura consultada; o segundo, com os dados climáticos dos
locais de ocorrência. Para isso foram consultadas as normais de 1961 a 1990 (BRASIL ..., 1992) e dados climáticos de
Municípios não constantes das normais (EMBRAPA, 1986 e 1988).
(Fonte: https://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/efb/clima.htm )

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