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ESZU022-17 CIÊNCIAS ATMOSFÉRICAS

As Principais Camadas da Atmosfera e Suas


Propriedades
AULA 2
Profa. Dra. Cláudia Boian
Claudia.boian@ufabc.edu.br
13-06-2022
Quadrimestre II
TÓPICOS DA AULA
 Apresentação das principais camadas da atmosfera;

 Detalhamento das camadas verticais da atmosfera, suas


propriedades e o perfil de temperatura associado à elas.
· Sol principal fonte de energia;
· Atmosfera filtro para a radiação
solar;
· Interação Sistema Terra-Atmosfera.

https://forbes.uol.com.br/colunas/2016/08/por-que-a-terra-tem-a-atmosfera-
diferente-dos-outros-planetas/
A ATMOSFERA ATUAL

A atmosfera terrestre é uma fina camada de gases insípidos,


incolores e inodoros, acondicionados à Terra pela força da
gravidade.
AS CAMADAS DA ATMOSFERA
As camadas da atmosfera são caracterizadas pelas variações de
temperatura e pressão com a altitude. A variação do perfil de
temperatura média com a altitude é a base para distinguir as
camadas da atmosfera. A pressão atmosférica tem um declínio
exponencial com a altitude em função da diminuição da
densidade do ar.
PERFIL DE TEMPERATURA NA ATMOSFERA
Atmosfera da Terra, como se divide o ar em camadas

https://www.youtube.com/watch?v=GaQ0r4PXRrc
3min45s
RADIOSSONDAS METEOROLÓGICAS

Temperatura
Umidade
Pressão
Vento
ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO

E=h

Ondas de rádio
Frequência: 3 kHz a 300 GHz
Comprimento de onda: 10 km a
1 mm
TROPOSFERA
Troposfera – Camada atmosférica imediatamente acima da
superfície. Extende-se da superfície da Terra até a tropopausa, a
qual está em média entre 10 a 15 km de altitude, dependendo da
latitude e do período do ano. Por exemplo: em médias latitudes a
troposfera está a uma altitude de cerca de 12 km e em regiões
tropicais em cerca de 16 km e nos pólos em torno de 8 km.

Caracteriza-se pelo decréscimo da temperatura com a altitude.


Esta taxa de variação da temperatura com a altitude designa-se por
gradiente térmico e assume valores médios de 6 a 7 oC/km na
metade inferior da troposfera e 7 a 8 oC/km na metade superior.

Frequentemente ocorrem zonas onde a temperatura aumenta com


a altitude, denominadas Inversões Térmicas. A maior parte dos
fenômenos meteorológicos (chuva, trovoadas, tornados, etc.)
ocorrem nesta camada. Não obstante ser a camada atmosférica
mais fina, e nela que se concentram cerca de 80 % da massa total
da atmosfera e praticamente a totalidade do vapor de água.
CAMADA LIMITE PLANETÁRIA

A Camada Limite Planetária (CLP) é a região da atmosfera


adjacente à superfície cuja as estruturas dinâmica e
termodinâmica são determinadas pela interação entre a
atmosfera e a superfície em uma escala de tempo inferior a
1 hora.
Caracteriza-se por uma camada de mistura durante o dia e
uma camada de inversão térmica durante a noite.
CARACTERÍSTICAS DA CAMADA LIMITE PLANETÁRIA (CLP) OU
BOUNDARY LAYER
A ocorrência de turbulência próximo ao solo é uma das características
que faz com que a CLP seja diferente do restante da atmosfera. Os
movimentos (verticais) turbulentos podem ter duas origens: mecânica
devido à presença de cisalhamento, provocado pelos ventos escoando
sobre a superfície, e térmica, devido ao aquecimento da superfície
terrestre (que provoca o aparecimento de termas, que fazem com que
a CLP responda rapidamente às variações dos forçantes de superfície).

A rugosidade natural da atmosfera provoca atrito, afetando bastante


o escoamento do ar, tornando-o essencialmente turbulento nesta
camada.

Os movimentos turbulentos controlam as trocas de calor, massa e


momentum entre a superfície e a atmosfera na camada limite
planetária.
Na atmosfera, a parcela de ar que sobe expande e resfria e
a parcela de ar que desce é comprimida e aquece.

Desenvolvimento de uma terma. Uma terma é uma bolha de


ar que sobe, levando energia na forma de calor por
convecção.
Quando cessa a formação das termas, aproximadamente meia
hora depois do pôr do sol, a turbulência também decai e a
camada de ar resultante é chamada de Camada Residual (CR).
Esta camada não tem contato com o solo, pois se encontra acima
da Camada Limite Estável.
SIMULAÇÃO DA VARIAÇÃO DA ALTURA DA CLP
A altura da camada limite atmosférica não
é constante, variando com o tempo e a
localização geográfica;

Esta cinética da camada limite, possui uma


variação marcante com relação às
estações do ano;

Malheiros e Dias, 2015.


Altura média horária da camada limite para
o mês de janeiro.

No verão, pela manhã com o rápido


aquecimento do solo, a evolução da
camada limite convectiva ocorre
rapidamente e, ao final da tarde, com o
esfriamento lento, inicia a evolução da
camada limite estável. No inverno, o
processo se inverte: a camada evolui
lentamente pela manhã, devido ao lento
aquecimento da superfície do solo e se
dissipa rapidamente a tarde dando lugar a Altura média horária da camada limite
camada limite estável. para o mês de julho.
ESTABILIDADE ATMOSFÉRICA
Imagine uma bola em repouso numa superfície côncava. Se lhe
aplicarmos uma força, causamos-lhe movimento mas ela tenderá para
a posição inicial:

Imagine agora que a bola se encontra em repouso sobre uma superfície


convexa. Se lhe aplicarmos uma força, causamos-lhe movimento e ela
já não tenderá para a posição inicial:
INVERSÃO TÉRMICA

Estabilidade atmosférica
condição desfavorável a
dispersão de poluentes
na atmosfera
ESTRATOSFERA
Estratosfera – Estende-se da tropopausa até a estratopausa (cerca
de 50 km de altitude). Nesta camada a temperatura aumenta com
a altitude, sendo, portanto, uma camada na qual a mistura vertical
é lenta e onde prevalecem os movimentos horizontais do ar
(camada estável). Aviões supersônicos e balões de medição
climática podem atingir esta camada;

Apresenta pequena concentração de vapor d'água. É nesta


camada que começa a difusão da luz solar (que origina o azul do
céu);

Na sua parte inferior, flui uma corrente de ar em jato, conhecida


como jet stream (corrente de ar veloz), que exerce influência na
meteorologia das zonas temperadas;
ESTRATOSFERA

Entre 20-35 km de altitude,


encontra-se a camada de ozônio,
onde as moléculas de ozônio
absorvem a radiação ultravioleta
(100 a 280 nm UVC; 280 a 320 nm
UVB e 320 a 400 nm UVA) do Sol
devido às reações fotoquímicas,
filtrando-as e protegendo-nos dos
seus efeitos nocivos; neste ponto
da estratosfera, o ar se aquece
até a temperatura atingir cerca
de 10 °C.
MESOSFERA

Mesosfera – Extende-se da estratopausa até a mesopausa


(cerca de 90 km de altitude). Nesta camada a temperatura
decresce com a altitude (este decréscimo pode chegar até
a -90 0C no seu topo). A mesosfera é uma região
extremante fria com temperaturas que variam de -10 a
-100°C. Assim, a mesosfera é considerada a camada mais
fria da atmosfera;

Na mesosfera a queda de temperatura passa a ocorrer em


virtude da baixa concentração de moléculas e da
diminuição do calor oriundo da camada de ozônio, que
ficou pra baixo.

Apesar da baixa concentração, o ar presente na mesosfera


é suficiente para oferecer resistência a objetos que
entrem em nossa atmosfera.
MESOSFERA
O calor gerado pela resistência do ar a diversas rochas que
colidem com a Terra (ex.: meteoróides) faz com que os
objetos sejam incendiados dando origem ao que é
conhecido como estrelas cadentes.
TERMOSFERA

Termosfera – É a região acima da mesopausa,


caracterizada por altas temperaturas como resultado da
absorção da radiação de onda curta pelo N2 e O2;

Caracterizada pelo aumento da temperatura com a


altitude, nesta região ocorre rápida mistura vertical;

A ionosfera se localiza entre 60 km e 1000 km de altitude


(mesosfera e termosfera) e é composta de íons, plasma
ionosférico e, devido à sua composição, reflete ondas de
rádio até aproximadamente 30 MHz.
Nesta região os íons são produzidos por fotodissociação.
IONOSFERA

Ionosfera – A ionosfera se divide basicamente em três

camadas iônicas (D, E, F), onde a densidade de elétrons e

de íons varia conforme sua natureza física. Essas camadas

têm algumas particularidades que influem diretamente

nos meios de comunicações, e no clima eletromagnético

planetário.
FENÔMENOS QUE OCORREM NA IONOSFERA
Aeroluminescência, ou quimiluminescência é o fenômeno
óptico da atmosfera terrestre que ocorre entre 80 e 300 km de
altitude, consistindo na emissão da radiação eletromagnética
pelos constituintes atmosféricos, em especial o oxigênio, em
decorrência de processos de reações fotoquímicas e iônicas.

Aeroluminescência ao pôr do sol.


FENÔMENOS QUE OCORREM NA IONOSFERA

Aurora Austral em Wellington, Nova Zelândia.

A aurora é um fenômeno óptico composto de um brilho observado


nos céus noturnos nas regiões polares, em decorrência do impacto
de partículas de vento solar e a poeira espacial encontrada na Via
Láctea com a alta atmosfera da Terra, canalizadas pelo campo
magnético terrestre.
Em latitudes do hemisfério norte é conhecida como aurora boreal
e em latitudes do hemisfério sul é conhecida como aurora austral.

Aurora Boreal no Alasca.


VENTO SOLAR
O vento solar corresponde à emissão contínua de
partículas carregadas, como por exemplo prótons,
elétrons, neutrinos, provenientes da coroa solar.

http://lilith.fisica.ufmg.br/~cristina/climaespacial/2pagvento.html
AURORA BOREAL (VENTO SOLAR)

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=nkAdYtYJzXg
FENÔMENOS QUE OCORREM NA IONOSFERA
Luminescência Noturna - Geralmente é confundida com as
auroras, porém a origem da luminescência noturna se deve ao
fato dos átomos ou moléculas excitadas pela radiação solar
durante o dia acumularem energia que vai sendo liberada
durante a noite, interagindo com o campo magnético da Terra.
EXOSFERA
A Exosfera é a camada mais externa da atmosfera, situada
acima da termosfera, mede de 500 a 1000Km e é a zona de
transição com o espaço interplanetário. Extremamente
rarefeita, composta por 50% de hidrogênio e 50% de hélio. As
suas temperaturas são em torno de 1000 C, devido à grande
presença de plasma (um dos estados físicos da matéria, similar
ao gás, no qual certa porção das partículas é ionizada).

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