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GRS 121 – ELEMENTOS

DE POLUIÇÃO DO AR

ATMOSFERA TERRESTRE

https://sites.google.com/site/educacaoufgd/

Profa. Sílvia Monteiro


Atmosfera terrestre
A atmosfera é uma fina camada que envolve o planeta Terra. É composta
basicamente por gases, vapor d’água e partículas, retidos pela ação da
força da gravidade. A atmosfera protege a vida na Terra, absorvendo
radiação solar ultravioleta e reduzindo as variações extremas de
temperaturas entre o dia e a noite.

A massa total da atmosfera (5,1x1018


kg) representa 0,0001% da massa total
da Terra (5,97x1024 kg).

Não existe limite superior para a


atmosfera somente rarefação do ar
com a altitude.
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A atmosfera pode ser considerada como um gás perfeito (Lei de Clayperon)

P.Vol = n.R.T
À medida que uma massa de gás se eleva na atmosfera, terá sua pressão
interna reduzida, proporcionando um aumento de volume. Essa expansão
promove um resfriamento da massa de ar, principalmente na primeira
camada da atmosfera (Troposfera).

A atmosfera do planeta Terra é essencial na ocorrencia de varios


fenômenos superfícial, como os ventos, as chuvas, deslocamentos de
massas de ar e as alterações climáicas.

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Santos et al. (2013). http://urlib.net/
DEFININDO PRESSÃO
• Pressão : força exercida em uma determinada área
• Pressão atmosférica: força exercida pelo peso do ar sobre uma
http://www.dca.iag.usp.br/material/mftandra2/ACA0225/aula5_pressao.pdf

determinada área.
• Pressão = Peso do ar/área
• Quanto maior a altura menos moléculas de ar existem.

Ex.: há menos moléculas sobre uma superfície a 50km do que sobre uma
superfície a 12 km da superfície. Pressão à 50 km é menor que a 12 km.
1 hPa (hectopascal) = 1 mb (milibar)
Definindo densidade

• Densidade ()
 = massa/Volume
• Quanto maior o número e o peso molecular de moléculas num
determinado volume, maior a densidade.
• Tanto a densidade do ar quanto a pressão atmosférica diminuem
com a altitude
Temperatura e as camadas atmosféricas

- A temperatura da atmosfera da Terra varia entre as camadas em diferentes


altitudes, sendo uma das bases da classificação das camadas da atmosfera.

- A atmosfera está estruturada em 4 camadas, sendo duas camadas


relativamente quentes, separadas por 2 camadas relativamente frias. Os
contatos entre essas camadas são áreas de descontinuidade, e recebem o
sufixo "pausa” .

https://pt.wikipedia.org/wiki/Densidade_do_ar
Varejão (2006)
Estrutura vertical da atmosfera

variável quanto a inúmeros aspectos:


composição, temperatura, umidade,
pressão, movimento, etc;
 divisão à medida que se afasta da terra :
quatro camadas: troposfera, estratosfera,
mesosfera e termosfera;
três zonas de transição (isotérmicas):

Varejão (2006)
tropopausa, estratopausa e mesopausa;

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Camada limite Planetária (~ 1 km)
Estrutura vertical da atmosfera

Troposfera
se encontra nos primeiros 10 km;
camada em contato com a superfície da Terra;
é a única camada em que os seres vivos podem respirar normalmente;
ocorre os principais fenômenos meteorológicos (formação de nuvens,
chuvas, furacões, turbulência, etc.);
concentra a maior parte da massa total da atmosfera (80%) e totalidade do
vapor d´água e aerossóis (99%);
 temperatura diminui com altitude: taxa média de 6,5º C/Km;
 ocorre a inversão térmica.

Ambiental
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Estrutura vertical da atmosfera
Estratosfera
 limite superior chega a 50 km de altitude;
 contém ozônio: gás que absorve os prejudiciais raios ultravioleta do Sol e
atua no equilíbrio térmico da atmosfera inferior, por ser opaco à radiação
terrestre (ondas longas);
temperatura atinge no topo valores máximos próximo a 0o C;
 pouco ou nenhum vapor d´água;
 movimentos atmosféricos: ausência de movimentos verticais;
temperatura aumenta com altitude (inverso da troposfera);
poluição está ocasionando "buracos" na camada de ozônio.

Ambiental
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Estrutura vertical da atmosfera

Mesosfera
 topo da mesosfera fica a 80 km de altitude;
 temperatura diminui com altitude: cerca de 3,5º C/Km.
 muito fria, com temperaturas abaixo de -100ºC negativos (valor mais
baixo de toda atmosfera, em média -90º C no topo);
 parte inferior é mais quente - absorve calor da estratosfera (pela
camada de ozônio).
 a partir ~ 60 km: inexistência de vapor d´água e CO2;

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Estrutura vertical da atmosfera

Termosfera
 a partir dos 90 km de altitude;
limite superior – topo da atmosfera (~ 1000 km de altitude);
 mais quente, uma vez que as raras moléculas de ar absorvem a
radiação do Sol;
 temperaturas no topo chegam a ~ 2.000ºC;
Primeiros 50 km de altitude – camada ionosfera (presença de partículas
carregadas eletricamente, baixa densidade do ar, pressão próxima de
zero).

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Estrutura vertical da atmosfera

Exosfera
 parte externa da atmosfera;
 camada superior da atmosfera
~ 1000 km acima da Terra;

troposfera-termosfera-exosfera-mesosfera-e-eestratosfera/
ar é muito rarefeito e as

https://www.estudofacil.com.br/camadas-da-atmosfera-
moléculas de gás "escapam"
constantemente para o espaço.

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Estabilidade da atmosfera (condição de equilibrio)

O gradiente térmico na troposfera é dependente das condições


termodinâmicas que regem o comportamento dos gases nesta camada.

Para uma massa de ar, a estabilidade é dada pela resultante entre o peso
da massa de ar (W) e o empuxo (E) que permite sua sustentação.

R=E–W
E = W, a resultante é nula caracterizando uma condição de estabilidade;

E > W, haverá uma condição de instabilidade que promove a ascensão


da massa de ar;

E < W, a gravidade atuará na massa de ar, deslocando-a para próxima a


superfície do solo. No caso de uma atmosfera com alta umidade relativa,
nesta última situação, poderá ocorrer a precipitação. 13
http://ftp.cptec.inpe.br/ariane/biblio/apostila_estabilidade_atm_itajuba.pdf
Santos et al. (2013). http://urlib.net/

Expande Comprime
e e
Esfria Aquece

Parcela de ar

massa de ar seca (isenta de umidade) em ascensão sofrerá uma expansão


volumétrica, devido à redução da pressão atmosférica com a altitude. Essa expansão
promove uma redução na temperatura da massa de ar com a altitude, sem a
ocorrência da troca de calor da massa de ar ascendente com a atmosfera que a
circunda (processo adiabático). 14
- 10ºC a cada 1000m
Atmosfera padrão
altura (km) temperatura (oC) g (m.s-2) pressão (hPa) densidade (kg.m-3)
0 15,0 9.807 1.013 1,225
1 8,5 9.804 899 1,112
2 2,0 9.801 795 1,007
3 -4,5 9.797 701 0,9093
4 -11,0 9.794 617 0,8194
5 -17,5 9.791 541 0,7364
6 -24,0 9.788 472 0,6601
7 -30,5 9.785 411 0,59
8 -36,9 9.782 357 0,5258
9 -43,4 9.779 308 0,4671
10 -49,9 9.776 265 0,4135
15 -56,5 9.761 121 0,1948
20 -56,5 9.745 55 0,08891
25 -51,6 9.730 25 0,04008
30 -46,6 9.715 12 0,01841
40 -22,8 9.684 3 0,003996
50 -2,5 9.654 0,8 0,001027
60 -26,1 9.624 0,22 0,0003097
70 -53,6 9.594 0,05 0,00008283
80 -74,5 9.564 0,01 0,00001846
Radiossonda:
Fornece dados de
temperatura no perfil
vertical, também
denominado
de sondagem.
Santos et al. (2013). http://urlib.net/

Figura. Radiossonda com


paraquedas e balão.

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Gradiente adiabático
variação da temperatura com a altitude (dT/dZ)- deslocamento de
massas de ar na vertical;

toda massa de ar que se eleva na atmosfera expande-se, pois a pressão


atmosférica exercida sobre a massa diminui com a altura.

trabalho realizado na expansão provém decréscimo na energia interna da


parcela de ar, diminuindo a temperatura.

parcela descendente comprime-se, e a atmosfera realiza trabalho


mecânico sobre ela, aumentando a sua energia interna e sua temperatura.

movimentos verticais rápidos - mudanças de temperatura na parcela de


ar sem ocorrer trocas de calor com o ambiente.

as variações de temperatura da parcela de ar são chamadas de


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adiabáticas ou “sem transferência de calor”.
Gradiente adiabático

parcela de ar não é saturado de vapor d’água, a taxa de variação


adiabática de sua temperatura com a altura é de 10oC/1000 m, sendo este
valor denominado de gradiente adiabático seco.

parcela saturada de vapor d’água, a ocorrência de calor latente de


condensação (na ascensão) ou de evaporação (na descida), faz com que a
taxa de variação adiabática da temperatura com a altura seja menor que o
gradiente adiabático seco, variável de 4 a 10 oC/1000 m, e valor médio
5oC/1000 m, denominado de gradiente adiabático úmido.

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ESTABILIDADE E INSTABILIDADE CONVECTIVA

ar aquecido, decresce em densidade e tende a se tornar mais leve;

superfície terrestre não é homogênea , logo, o ar é aquecido de forma


desigual;

resulta em camadas de ar com diferentes densidades;

surgem forças ascendentes que elevam o ar mais quente (mais leve)


através do ar vizinho mais frio (mais denso).

 gradiente de temperatura (dT/dZ) dentro de uma camada atmosférica é


diferente daqueles referentes a adiabática seca e a adiabática saturada.

A relação entre o  = dT/dZ do ambiente atmosférico e o Γ = dT/dZ da


adiabática seca é que determina a umidade convectiva do ar.
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Estabilidade da atmosfera

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http://thiagoazeredoclimatologia.blogspot.com/2011/07/estabilidade-atmosferica.html Fonte: Google imagens
Estabilidade da atmosfera

d d a

a>d
a

Condição instável Condição inversão

a=d d a

a<d

Condição neutra Condição estável


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http://thiagoazeredoclimatologia.blogspot.com/2011/07/estabilidade-atmosferica.html Fonte: Google imagens
gradiente de temperatura ocorre quando a temperatura
adiabático seco, fronteira entre do ar decresce menos de
o ar estável e o instável. 1ºC/100m;
2
caracterizadas por poucos
movimentos verticais e por
2 mistura vertical limitada.
1
3

1
ocorre quando a
temperatura do ar
decresce mais que
1ºC/100m;
caracterizadas por
movimentos verticais e
3 taxa de variação fraca
Turbulência.
condição subadiabática extrema
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movimento do ar praticamente nulo
Camada Instável: ocorre quando a taxa de variação da temperatura do
ambiente é maior que a taxa adiabática seca (> d).

Ex: Em uma altitude de 1000 m a temperatura do ar ambiente é 10° C e a


parcela ascendente a 20° C, portanto, parcela de ar ascendente é sempre
mais quente que o ar ambiente e continuará a subir devido a sua flutuação.

1000 m

10º C 20º C

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Figura: Instabilidade Convectiva (Fonte: VILLELA,1975)
Camada Estável: ocorre quando a taxa de variação da temperatura do
ambiente é menor que a taxa adiabática seca ou saturada (< s).

Ex: Em uma altitude de 1000 m a temperatura do ar ambiente é 20° C e


a parcela ascendente se resfriou a 10° C, portanto, mais densa que o ar
ambiente.

1000 m

10º C 20º C

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Figura: Estabilidade Convectiva (Fonte: VILLELA,1975)
Fonte: CETESB, 2012
Inversão térmica
(A) (B)

Situação normal de dispersão dos poluentes atmosféricos (A) e


sob o efeito de inversão térmica (B)

tipo mais comum: causada pela radiação de calor para a atmosfera.


noite: terra resfria, o ar próximo ao solo perde calor e causa inversão;
poluição emitida durante a noite fica retida em baixo dessa camada e não
escapa até que a Terra se aqueça suficiente p romper a inversão.
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Tabela 1. Constituintes não- variáveis e variáveis do ar atmosférico segundo
Fleagle e Businger (1980) (Fonte: Vianello e Alves, 2002).

Constituinte Fração molar


Não-variáveis (% do volume)
Nitrogênio (N2) 78,084
Oxigênio (O2) 20,948
Argônio (Ar) 0,934
Neônio (NE) 0,001818
Hélio (He) 0,000524
Metano (CH4) 0,0002
Criptônio (Kr) 0,000114
Hidrogênio (H2) 0,00005
Xenônio (Xe) 0,0000087
Constituinte Fração molar
Variáveis (% do volume)
Vapor d’água (H2O) 0a7
Dióxido de Carbono (CO2) 0,033
Ozônio (O3) 0 a 0,01
Dióxido de enxofre (SO2) 0 a 0,0001
Dióxido de Nitrogênio (NO2) 0 a 0,000002
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Constituintes variáveis da Atmosfera terrestre
Vapor d’água
Ex: Noite claras e sem nuvens
 maiores concentrações – próximo
(pouco vapor d´água) - Geada
a superfície (máximo 4% em
volume)
 matéria prima para a formação
das nuvens;
 veículo para o transporte de
calor na atmosfera, conduzindo-o
sob a forma latente e liberando-o na
forma de calor sensível;
atua como agente
termorregulador, em virtude do
“efeito estufa” que produz;
 interação com ondas longas Radiação do dia e da noite (Biscaro,
2007) 28
(absorção) e curtas (espalhamento);
Constituintes variaveis
variáveis da Atmosfera terrestre

https://www.ufrgs.br/enfitecjunior/2018/11/13/co2
Dióxido de carbono (CO2)
 resulta da respiração aeróbica
dos seres vivos, queima de
combustíveis e queimadas agrícola
e florestais;
principal gás do efeito estufa;
absorvedor de ondas longas
(raios infravermelhos terrestre);
 retém calor - Termorregulador;

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http://toth.net.br/project/56
Constituintes variáveis da Atmosfera terrestre

Dióxido de carbono (CO2)


oceanos principais sumidouros seguido da biota terrestre (florestas tropicais);
emissão elevada de CO2 – queima generalizada de combustíveis fosseis;
 preocupação com o desequilíbrio climático – aquecimento global.

Emissões mundiais de CO2:


Países desenvolvidos (queima
de combustíveis fosseis);
Países em desenvolvimento
(derrubada e queima de
florestas);

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Constituintes variáveis da Atmosfera terrestre
http://www.philozon.com.br/noticias/o-ozonio/
Ozônio (O3)

atua como protetor da vida na Terra;

concentrações máximas ocorrem entre 15 e 30 km de altitude;

absorve radiação ultravioleta na faixa de 200 a 300 nm, impedindo que a


radiação letal chegue a superfície terrestre;

aumento do gás - atividades industriais e queima de combustíveis fósseis;

poluente, oxidante fotoquímico, causa danos à vegetação e à saúde humana;

 desempenha papel no aquecimento da alta atmosfera, absorve UV e VIS.


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Ozônio
estratosférico

https://www.grupoescolar.com/pesquisa/ozonio.html

Ozônio
Troposférico

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Fonte: Imagens Google
GASES ABSORVENTES

O3

Absorvem
H2O + 15%

CO2

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Efeito combinado do O3, H2O e CO2 pode absorver +15% da radiação solar.
Referência Bibliográfica
Biscaro, G. A. Meteorologia Agrícola Básica. Cassilândia: 1ª ed.
UNIGRAF. 2007. 87p. (Versão digital disponível em
www.do.ufgd.edu.br/guilhrmebiscaro/arquivos/meteorologia.pdf).
Carvalho, L. G; , Dantas, A. A. A., Pedro Castro Neto, P. Texto
acadêmico: GNE 109 -Agrometeorologia –Lavras : UFLA, 2010.172p. : il.
(Versão digital disponível em
http://repositorio.ufla.br/jspui/bitstream/1/30452/1/TEXTO%20ACAD%C3
%8AMICO_GNE%20109%20Agrometeorologia.pdf.
Pereira, A. R.; Angelocci, L. R.; Sentelhas, P. C. Agrometeorologia:
fundamentos e aplicações práticas. Guaíba: Agropecuária, 2002. 478 p.
Varejão Silva, M.A. Meteorologia e Climatologia. Brasília: INMET, 2000.
515p. (versão digital disponível em
https://icat.ufal.br/laboratorio/clima/data/uploads/pdf/METEOROLOGIA_E
_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006.pdf).
Vianello, R. L.; Alves, A. R. Meteorologia básica e aplicações. 2. ed., rev. e
ampl. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2012. 460 p. ISBN 9788572694322.
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