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A rede urbana

e as novas relações cidade-campo


A. O que é uma rede urbana?
B. Como se caracteriza a rede urbana
em Portugal?
C. Como poderá ser reorganizada
a rede urbana portuguesa?
D. Que relações se estabelecem entre
a rede urbana e o mundo rural?

2
O QUE É UMA REDE
URBANA?

3
As cidades como organizadoras do território
O conceito de cidade varia de país para país, mas é fundamental
na organização do território. Cada cidade tem funções diferenciadas
e uma hierarquização que resulta dessas funções.

Cidade do Porto Cidade de Lisboa


4
Rede urbana e sistema urbano
A hierarquização urbana pressupõe a relação entre a dimensão geográfica,
a especialização regional e a capacidade de interação das cidades.

Rede urbana Sistema urbano

Conjunto de aglomerações urbanas localizadas


Relações entre as diferentes aglomerações,
numa determinada área, que se diferenciam
e interações e interdependências que se
pela dimensão e pela função e que estão
estabelecem por via da diversidade de fluxos
ligadas entre si por vias de comunicação e por
e de ligações existente.
fluxos diversificados.

5
Rede urbana quanto à morfologia

Rede bipolar: quando existem duas cidades


de grande dimensão que comandam a rede.

Rede polarizada articulada: quando existe


polarização de centros importantes e
articulação entre eles numa dada área.

Rede polarizada: quando as cidades se


dispõem em torno de uma grande cidade. 6
Rede urbana quanto à morfologia

Rede articulada: quando existem várias Rede linear: quando as cidades se alinham
cidades com níveis de importância próximos. segundo uma dada orientação.
7
O estudo das redes urbanas

A caracterização da rede urbana é


feita tendo em conta:
•a distribuição das áreas urbanas no
território;
•a importância demográfica;
•a importância económica.

Rede urbana francesa


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Rede monocêntrica
A rede monocêntrica (macrocefalia) é dominada por uma metrópole,
normalmente a capital do país, que se sobrepõe às restantes cidades.

Cidades População
do Uruguai em 2011
Montevideu 1 319 108
Canelones 520 187
Maldonado 164 300
Salto 124 878
Colónia 123 203
Fonte: http://www.citypopulation.de/php/uruguay.php

Uruguai com rede urbana


monocêntrica
9
Rede policêntrica
Na rede policêntrica, identificam-se duas ou mais cidades de grande dimensão
com funções urbanas de nível superior de tipos diferentes, mas que se
complementam. Estas cidades polarizam as restantes, de dimensão inferior.

Milão
Roma

Ação polarizadora exercida por duas metrópoles (bicefalia) em Itália 10


A centralidade dos lugares

As áreas urbanas estabelecem interações espaciais e interdependências


através dos bens e das funções que oferecem, o que gera uma
complementaridade.

Lugar central: concentração populacional num determinado espaço


geográfico que oferece bens e serviços com maior ou menor grau
de especialização não só às pessoas que vivem na área ocupada pelo
núcleo populacional como também à população da área envolvente.

Complementaridade: princípio que se baseia numa relação inicial


de oferta e de procura entre dois lugares, em que o lugar A fornece
um determinado bem ou serviço que o lugar B necessita e, por sua vez,
o lugar B fornece outro bem ou serviço do qual o lugar A carece.

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Área de influência
Cada uma das funções existentes na cidade exerce uma atração que abrange
uma área mais ou menos vasta. A variabilidade desta área de influência
depende, fundamentalmente, da categoria dos bens ou das funções
oferecidas.
Área de influência ou hinterland: área
servida por um lugar central, que
corresponde à área circundante sobre a qual
o lugar central exerce a sua força atrativa e
polarizadora.
É tanto maior quanto mais importante
for o lugar central, ou seja, quanto maior for
a quantidade de bens e serviços oferecidos
pelo lugar central. Exemplo de área de influência

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Bens e funções

Bens vulgares ou funções vulgares Bem raros ou uma função raras


(não especializadas): bens ou (muito especializadas): bens ou
funções de uso comum que podem funções encontrados apenas em
ser encontrados nos locais de lugares mais afastados por serem
residência ou de trabalho ou em de utilização pouco frequente.
lugares próximos. Exemplos: instrumento musical,
Exemplos: pão, fruta ou telefone automóvel ou consulta de
público. especialidade. 13
Raio de eficiência
Existe uma distância que a população está predisposta
a percorrer para usufruir de uma função, ou seja, cada
função urbana tem um raio de eficiência.
À medida que aumenta a distância em relação ao lugar
em que se adquire um bem ou uma função, aumentam
o tempo e o custo de deslocação, pelo que as
populações mais afastadas podem adquiri-los noutros
lugares.

Fluxos de acesso a funções


Raio de eficiência muito especializadas 14
Grau de centralidade
A quantidade de bens e funções que cada cidade
ou lugar central disponibiliza aos seus habitantes
relativamente à quantidade de que os mesmos
necessitam determina o seu grau de centralidade.
Uma cidade detém uma centralidade que é o
resultado da quantidade, da diversidade e do
nível das suas funções, e tem, por isso, uma dada
área de influência, ou seja, um espaço que fica na
sua dependência em relação a essas funções.
Quanto mais rara for a função, maior será a
área de influência da cidade relativamente a essa
função. As populações são obrigadas a percorrer
grandes distâncias para acederem a funções deste
tipo.

Índice de centralidade
dos centros urbanos em Portugal 15
Funções e capacidade polarizadora
Cada cidade concentra um número variável de atividades e de população
ativa com diferentes qualificações profissionais. A capacidade polarizadora
de cada cidade será o resultado da diversidade e do nível das funções que
exerce.

1 — Aldeia (funções de nível inferior).


2 — Vila.
3 — Cidade (funções de nível
superior)  As grandes cidades,
contrariamente às de menor
dimensão, desempenham um
conjunto de funções urbanas mais
diversificado e também de níveis
superiores.

16
COMO SE
CARACTERIZA
A REDE
URBANA EM
PORTUGAL?

17
As características das cidades em Portugal
A rede urbana portuguesa resulta dos seguintes fatores:
•Um modelo de desenvolvimento económico baseado na industrialização e
na terciarização, com especial incidência no litoral;
•Movimentos internos e externos da população;
•Condições naturais;
•Condições históricas.

Existem atualmente 159 cidades em Portugal.


18
Demografia das cidades em Portugal
O espaço urbano nacional é
O número de aglomerados Faltam cidades de média
dominado por cidades de
com mais de 100 mil dimensão (entre 50 e 100
pequena e de muito
habitantes é baixo. mil habitantes).
pequena dimensão.

Número de cidades de acordo Cidades portuguesas


com a dimensão populacional com mais de 50 mil habitantes 19
O território continental
O maior número de cidades
e as cidades de maior dimensão
encontram-se no litoral do
território continental.
A população urbana
concentra-se nas áreas
metropolitanas de Lisboa
e do Porto.

As regiões do interior do
território continental, além
do reduzido número de cidades,
apresentam valores de
população reduzidos.

População residente nas cidades em 2011 20


Áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto
Nestes territórios, encontram-se algumas das maiores cidades do País, que,
embora apresentem um forte dinamismo demográfico, estão dependentes
das duas metrópoles em termos funcionais.

21
As regiões autónomas
Nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira,
as cidades que polarizam os espaços urbanos são de
pequena dimensão, com a exceção do Funchal (112 mil
habitantes) e de Ponta Delgada (46 mil habitantes). A
sua localização no litoral deve-se:
•ao turismo;
•à atividade piscatória;
•ao transporte marítimo;
•a razões físicas — relevo mais acidentado no interior;
•a razões históricas — povoamento começou no litoral.

22
A rede urbana portuguesa
O espaço urbano português é desequilibrado devido a aspetos sociais,
demográficos, económicos e a razões relativas a infraestruturas de transportes.

23
Desequilíbrios funcionais
Os desequilíbrios da rede urbana são
evidentes do ponto de vista funcional.
• A estruturação do território baseia-se
nas cidades com decisão política e
administrativa e nas suas áreas de
influência, sobretudo as metrópoles,
as capitais de distrito e algumas sedes
de concelho.
• A urbanização tem um carácter difuso.
• Existem áreas urbanas muito dinâmicas
e internacionalizadas no litoral, com forte
concentração de população e de funções.
• Algumas cidades, nomeadamente
do interior, assumem-se como
cidades-âncora, polarizando vastos territórios. Dinâmicas urbanas e territoriais
• Não há cidades de cariz regional com capacidade polarizadora nas áreas
do interior e as cidades fronteiriças estão em regressão demográfica.
• Existem vários subsistemas regionais. 24
O sistema urbano
em Portugal
O sistema urbano
português é assimétrico
e divide-se em vários
subsistemas.

•Norte Litoral
•Nordeste
•Centro
•Lisboa e Vale do Tejo
•Alentejo
•Algarve
•Regiões autónomas

Sistema urbano de Portugal 25


O sistema urbano em Portugal
Norte Litoral

A ocupação do território é densa


e difusa quer no que respeita à
população quer no que concerne
às atividades praticadas.
A aglomeração do Porto é o centro
polarizador deste espaço que se
estende de Viana do Castelo a Aveiro.
Trata-se de uma região de grande
dinamismo que se articula numa lógica
de valorização de complementaridades
e especificidades e que se caracteriza
também pelo relacionamento
transfronteiriço com a Galiza.

26
O sistema urbano em Portugal
Nordeste

Articula-se em dois eixos (Lamego/Peso


da Régua/Vila Real/Chaves e Vila
Real/Mirandela/Bragança) coincidentes
com importantes eixos viários.
É um subsistema de fraca dimensão
económica e social, tendo o seu potencial
estratégico no Douro vinhateiro
(património mundial e recurso turístico com
forte identidade cultural e natural).
As cidades fronteiriças são polos de criação
de emprego e de retenção da população
num território rural em perda.

27
O sistema urbano em Portugal
Centro

Subsistema policêntrico estruturado


por Viseu e Coimbra que poderá
assumir-se como polo regional.
São eixos importantes:
Coimbra/Figueira da Foz; Leiria/
/Marinha Grande/Alcobaça/ Caldas
da Rainha; e, no interior,
Guarda/Covilhã/ Castelo Branco.
Estes eixos constituem-se como
a base social e económica de um
vasto território rural em declínio,
mas que apresenta potencialidades
no relacionamento transfronteiriço.

28
O sistema urbano em Portugal
Lisboa e Vale do Tejo
Fortemente polarizada pela área
metropolitana, muito densa e dinâmica,
é o núcleo do sistema urbano português,
representando a maior concentração
de população e a maior diversidade de
atividades de base tecnológica, de
indústrias, de serviços e de investigação
e desenvolvimento.
Aqui, os processos de suburbanização
das periferias intensificam-se.
Tende a integrar a dinâmica das cidades
mais próximas: Santarém, Rio Maior
e Torres Vedras.
É ainda estruturada pelo eixo Torres
Novas/Tomar/Abrantes/Entroncamento.
29
O sistema urbano em Portugal
Alentejo

Subsistema de fraca densidade, com


um modelo de povoamento muito
concentrado e dinâmicas regressivas
significativas.
Évora assume-se como a cidade-
-âncora pela sua localização no eixo
de forte acessibilidade
Lisboa/Elvas/Badajoz. As cidades de
Beja e Portalegre são outros centros
polarizadores.
Integra ainda dois pequenos eixos
com fraca capacidade polarizadora:
Estremoz/Vila Viçosa e Santiago do
Cacém/Sines/Santo André.

30
O sistema urbano em Portugal
Algarve

Subsistema de forma linear,


polinucleado e polarizado pelos eixos
Faro/Olhão/Loulé e Portimão/Lagos.
É determinado por um processo de
forte urbanização da faixa litoral e um
esvaziamento do interior da serra.
Apresenta características de
internacionalização de perfil turístico e
de relacionamento transfronteiriço.

31
O sistema urbano em Portugal
Regiões autónomas

As Regiões Autónomas caracterizam-se


pelo crescimento urbano muito acentuado e
pela localização das cidades junto ao litoral. O
modelo de urbanização aproxima-se dos
padrões do continente, do ponto de vista
social e funcional.

32
A rede urbana portuguesa no contexto europeu
Nos últimos trinta anos, verificou-se uma crescente internacionalização da
sociedade portuguesa. A atuação da classe política e dos agentes económicos
é feita, atualmente, à escala da União Europeia ou mesmo à escala global.
A globalização da sociedade tem contribuído para que as cidades tentem
afirmar-se cada vez mais na cena internacional. Procuram, pois, modernizar-se
e promover-se com vista à
captação de investimentos,
nomeadamente por meio
da instalação de
multinacionais.

Índice de globalização mundial —


Portugal ocupa o 33
39.º lugar.
A rede urbana portuguesa no contexto europeu
Constituem exemplos da modernização
referida e de promoção à reconversão
e reestruturação urbanística que é feita
em determinadas áreas problemáticas
a realização de exposições mundiais, feiras
e congressos, bem como a candidatura à
organização de eventos como os Jogos
Olímpicos e outros acontecimentos
desportivos.

Reestruturação urbanística da área da Expo 98,


exposição mundial que se realizou em Lisboa. 34
A rede urbana portuguesa no contexto europeu
As cidades portuguesas não têm um papel relevante na rede urbana europeia
e ibérica.

Tipologia das grandes áreas metropolitanas europeias


35
A rede urbana portuguesa no contexto europeu
As cidades portuguesas de Lisboa e do Porto não possuem um peso
demográfico e funcional significativo na Europa.
A situação periférica das cidades portuguesas tem vindo a agravar-se à medida
que a União Europeia se tem alargado aos países do leste do continente.

Os 28 países da União Europeia Croácia, último país a aderir à União Europeia 36


A rede urbana portuguesa no contexto europeu
Na Península Ibérica, existe o domínio de Madrid e de outras cidades espanholas
como Barcelona, Sevilha, Valência ou Bilbau. Lisboa apresenta uma localização
marginal.
Espanha tem uma rede urbana mais equilibrada do que Portugal, posicionando-se
várias cidades a níveis próximos do da capital. Há também muitas cidades médias,
com as quais estabelecem intensas relações de interdependência.

Rede urbana
da Península Ibérica 37
A rede urbana portuguesa no contexto europeu
A paisagem urbana da União Europeia apresenta desequilíbrios internos,
caracterizando-se pela:
•concentração de centros dinâmicos muito próximos e bem conectados entre
si no centro da Europa;
•rarefação em regiões geograficamente periféricas como a do Sudoeste, em
que a densidade de centros
importantes ea
sua proximidade são
muito menores.

«Banana Azul»: concentração


de cidades na Europa Central com
grande relevância e dinâmica
económica. 38
COMO PODERÁ SER
REORGANIZADA
A REDE URBANA
PORTUGUESA?

39
A concentração urbana e as economias de escala
A litoralização do povoamento
traduziu-se no crescimento das
grandes cidades no litoral em
detrimento das áreas do interior.

Verifica-se uma grande


concentração das atividades
económicas no litoral, nas cidades
de Lisboa e do Porto.

Densidade populacional em Portugal 40


A concentração urbana e as economias de escala
A concentração de atividades económicas nas maiores aglomerações
urbanas provoca:

Economias de aglomeração e de escala

A mão de obra, as instituições de investigação


e desenvolvimento, as infraestruturas e os
equipamentos disponibilizados nas áreas
urbanas são rendibilizados ao máximo, os
custos são reduzidos e os lucros aumentam. 41
A concentração urbana e as economias de escala
O crescimento demográfico associado à falta de planeamento urbano pode
provocar:
•um crescimento acelerado das cidades, não controlado pelas autoridades
locais;
•um desenvolvimento insuficiente de infraestruturas e equipamentos.

Tal pode originar problemas como:


•o aumento do preço do solo urbano;
•o acréscimo de tráfego automóvel, que reduz a mobilidade e aumenta
a poluição, reduzindo a qualidade de vida nas cidades de maior dimensão;
•aumento do desemprego e do emprego precário;
•problemas de cariz social e relacionados com a segurança dos cidadãos.

Este processo conduz a deseconomias de aglomeração. Para se restabelecer


o equilíbrio é necessário criar novas infraestruturas e equipamentos, o que
obriga a acréscimos nos investimentos e pode gerar deseconomias de escala.
42
Consequências da concentração urbana
O processo de urbanização em Portugal traduziu-se num padrão difuso, com
fracas acessibilidades locais e regionais.
As cidades concorrem entre si, em vez de se complementarem.
Portugal desenvolveu uma rede urbana monocêntrica.

43
Consequências da concentração urbana
Este padrão tem, na atualidade, um conjunto de consequências, que se traduzem em
deseconomias de aglomeração.

44
A importância das cidades médias
Portugal deve apostar no desenvolvimento urbano mais policêntrico, com
mais cidades de média dimensão e repensar as estratégias de ordenamento
do território com vista a um desenvolvimento mais equilibrado.

Vantagens
das cidades
médias Cidades de
Média
dimensão

45
Ordenamento do território
Os desequilíbrios do sistema urbano levaram
à necessidade de reorganização da rede urbana,
através de uma política de ordenamento do
território que inclui as medidas que se
apresentam abaixo.

•Estruturação de redes de cidades a partir da


existência de clusters de cidades médias.
•Fixação em centros urbanos mais pequenos e
com potencial de crescimento.
•Desconcentração das áreas urbanas do litoral.
•Acessibilidades entre as várias cidades da rede
urbana portuguesa e os grandes eixos de
circulação que ligam às principais cidades
europeias.
Clusters regionais em Portugal 46
Política de cidades
A atual política de ordenamento das cidades — Polis XXI — engloba instrumentos
que se destinam à melhoria da competitividade e à inovação das redes urbanas
(RUCI — Redes Urbanas para a Competitividade e Inovação), bem como medidas que
se destinam aos Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional (EESUN).

47
QUE RELAÇÕES
SE ESTABELECEM
ENTRE A REDE
URBANA
E O MUNDO
RURAL?

48
A complementaridade cidade-campo
O desenvolvimento equilibrado do território nacional supõe a existência de
relações de complementaridade entre as áreas urbanas e as rurais. As áreas
rurais encontram-se em declínio há décadas, devido ao despovoamento que
leva à desertificação. Porém, o desenvolvimento
das áreas rurais é muito importante na
organização territorial do espaço da UE.

Censos 2011, Resultados definitivos, Anabela Delgado, INE, Gabinete de Censos, 20

Complementaridade de novembro de 2012

entre o campo e a cidade Desertificação do interior 49


A complementaridade cidade-campo
O desenvolvimento rural foi condicionado pelas políticas e estratégias para
o setor agrícola.
Para reforçar as relações e criar proximidade entre o campo e a cidade, é
necessário apostar nas cidades de média dimensão, que reúnem um conjunto
de fatores que podem fixar a população e dinamizar as regiões.
A aposta no património natural e cultural e em funções diferenciadas nas áreas
rurais além da agricultura é fundamental.

Proximidade entre Paisagem rural Paisagem urbana


o campo e a cidade 50
A valorização das áreas rurais
Nas áreas rurais com menor densidade populacional localizadas no interior do
País, o abandono por parte da população conduziu à degradação da paisagem
agrária e à diminuição dos serviços oferecidos às populações.

Abandono e degradação dos campos agrícolas 51


A valorização das áreas rurais
As parcerias entre as cidades e o mundo rural têm apostado na valorização
do respetivo património natural e cultural, por meio do fomento do turismo
e do lazer, sendo a cidade o centro polarizador desta dinâmica.

Turismo rural Feiras de artesanato

O objetivo é permitir aos habitantes das áreas rurais beneficiar da oferta de


serviços da cidade, enquanto os habitantes da cidade desfrutam do património
paisagístico e natural, bem como de atividades de lazer e de repouso.
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Os benefícios do aumento da mobilidade
No sentido de um maior aprofundamento das
relações entre as áreas urbanas e as rurais, tem
sido dado um papel importante ao
investimento em equipamentos e
infraestruturação básica do território:
•rede telefónica;
•serviços de correio;
•ligação à sede de concelho por transporte
público;
•serviços bancários e de seguros;
•serviços de apoio sociocultural.

Desenvolvimento dos transportes


públicos 53
O papel das redes de transportes
O desenvolvimento das redes
de transportes tem
contribuído para reduzir
os tempos de deslocação,
aumentando o conforto e
permitindo uma organização
do território mais equilibrada,
que promove a
desconcentração e o
descongestionamento urbano
do litoral do País e dá maior
importância às cidades de
pequena e média dimensão.

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