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URBANISMO

Dinâmica das Cidades Actuais


Dinâmica das Cidades Actuais

Lewis Mumford

“A cidade é o símbolo e a forma de uma relação social integrada”.

Uma cidade pode ser entendida por meio como uma identidade
coletiva de pessoas que nela vivem, estabelecida por meio de suas
tradições práticas sociais e modo de vida.

As cidades são compostas de edificações, e cada um desses prédios


contribui para a estrutura geral das suas interações sociais,
programas de necessidades, zoneamentos e comunidades.

A cidade é caracterizada pela densidade, conjunto de edificações,


infraestruturas e instituições públicas.

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Dinâmica das Cidades Actuais

Em geral, quando olhamos para o mapa de uma cidade, a primeira


coisa que vemos é o tecido urbano, a malha viária.

Todavia, uma cidade não é uma composição de ruas, mas um


conjunto de estruturas.

Uma faceta importante da vida urbana é o bairro. A cidade


depende não apenas de um centro voltado para o comércio, mas
também de uma área suburbana bem conectada.

Uma cidade bem-sucedida geralmente será aquela que


desenvolveu uma relação interdependente entre seu núcleo de
equipamentos urbanos e seus bairros predominantemente
habitacionais.

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Dinâmica das Cidades
Actuais
Tipologia urbana baseada na densidade da
população
Zona Urbana
Os ambientes urbanos se caracterizam pela
alta densidade tanto de suas populações
como de seus prédios.
A fim de manter tal densidade, a tipologia
urbana conta com sistemas sobrepostos:
▪ Edifícios de uso mistos oferecem uma
oportunidade para tipos múltiplos de
programas de necessidades ocupam a
mesma área geográfica.
▪ As oportunidades múltiplas de
transportes (transporte de massa,
veículos particulares, pedestres, etc.)
permite o movimento eficiente de
pessoas, bens e serviços.
▪ Os prédios altos permitem uma maior
densidade urbana.
▪ A densidade oferece acesso a pé a todo
tipo de bem ou serviço.
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Tipologia urbana baseada na densidade da população

Zona Suburbana
A zona suburbana é menos densa que o meio urbano.
Ele tende a ter uma maior proporção de funções habitacionais e
domesticas do que o ambiente urbano propriamente dito.
Sua principal característica é uma relação interdependente com um
centro urbano, dai seu nome de zona suburbana.
Apesar de sua natureza essencialmente habitacional, o subúrbio
ainda se baseia em uma diversidade de funções, a fim de oferecer
vários recursos a sua comunidade.
Edifícios de uso mistos oferecem uma oportunidade para tipos
múltiplos de programas de necessidades ocupam a mesma área
geográfica.

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Zona Suburbana

▪ Essencialmente habitacional;

▪ Menos denso que o ambiente


urbano, mas ainda mantendo
pequenos lotes ou mesmo
partilhando paredes-meias (casas
geminadas ou em fila), a fim de
acomodar um grande número de
moradores.

▪ Algumas zonas de uso misto, para


comercio de pequena escala e
equipamentos urbanos, e
infraestruturas necessárias para
atender aos residentes do bairro.

▪ Acesso fácil a um centro urbano. A


maioria dos moradores dependerá
dele para empregos e outros recursos
não encontrados nos subúrbios.

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Bairro

O bairro é uma unidade morfológica e estrutural, caracterizado por


uma determinada paisagem urbana, conteúdo social e por uma
função.

O bairro também pode ser entendido como unidade político-


administrativa, usada para facilitar a orientação das pessoas e o
controlo administrativo de serviços públicos, bens como para
identificar áreas de planeamento e gestão.

Representa uma área urbana com características comuns, onde se


pode identificar um conjunto de quarteirões, um sistema viário,
praças e áreas verdes, edifícios, mobiliários urbanos, etc. (Lamas, 2004; e
Rossi, 2001).

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Bairro

Assim, não é possível estudar o bairro sem considerar a cidade em


que ele esta inserido, da mesma forma em que não é viável planear
sem ter em mente as características dos elementos que
conformam a escala da rua.

A construção de bairros compactos e densos, ligados a uma rede de


transporte público qualificada, melhora a acessibilidade aos
serviços, permite que os deslocamentos sejam menores, garantem
uma maior interação social da população e a criação de espaços
mais qualificados (Hidalgo, 2015).

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URBANISMO
Serviços Públicos Urbanos
Serviços Públicos Urbanos

De forma genérica, entende-se que o serviço públicos deva atender


as necessidades coletivas.

Serviços públicos propriamente ditos são os que a Administração


presta diretamente à comunidade, por reconhecer que sua
utilização é uma necessidade coletiva e perene.

Por exemplos: serviço de defesa nacional, polícia, justiça,


preservação da saúde pública e outros privativos do Poder Público
(Lopes Meirelles, 2008; Gasparini, 2010).

Serviços de utilidade pública são os que o Poder Público,


reconhecendo sua utilidade para os indivíduos componentes da
sociedade, presta diretamente ou por delegação a quem deles
quiser utilizar-se, mediante remuneração.

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Serviços Públicos Urbanos

Por exemplo: os serviços de transporte coletivo, fornecimento de


energia elétrica, distribuição de água, coleta de lixo, gás, telefone e
vários outros.

Os serviços públicos têm fundamental importância para o


desenvolvimento social e econômico de uma sociedade.

Pode-se considerar o serviço público como um instrumento para o


desenvolvimento econômico, para a melhoria da qualidade de vida
e para a proteção e a melhoria das condições de saúde e de higiene
da população.

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Serviços Públicos Urbanos

A infraestrutura urbana compreende


a rede física propriamente dita; no
caso, por exemplo, de
abastecimento de água, a rede de
tubulações representa a
infraestrutura urbana.
Já o serviço de gestão do
abastecimento de água, a operação,
a tarifação e a manutenção da rede
representam o serviço público de
abastecimento de água.

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Serviços Públicos Urbanos

No caso dos equipamentos urbanos


também se pode fazer a mesma
distinção, isto é, os equipamentos
são os edifícios, as instalações
pontuais; no caso da educação, o
edifício da escola representa o
equipamento urbano.
A gestão do sistema educacional e o
gerenciamento das atividades
escolares representam o serviço
público de educação.
São equipamentos urbanos os
hospitais, as escolas, os postos
policiais, os centros comunitários
etc.

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Serviços Públicos Urbanos

CONTROLO DE SERVIÇOS PÚBLICOS

No interesse coletivo, a instituição, a regulamentação, a execução e


o controlo dos serviços públicos cabem sempre ao Poder Público,
qualquer que seja a espécie ou modalidade de oferecimento aos
usuários.
O fato de alguns serviços serem delegados a terceiros,
eventualmente à iniciativa privada, obriga a que a Administração
Pública tenha uma papel de regulação sobre todas as atividades a
ela subordinadas.

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Serviços Públicos Urbanos

REQUISITOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS


Os serviços públicos devem ser prestados ao usuário, conforme cinco princípios:

❑ PERMANÊNCIA: impõe a continuidade do serviço, isto é, os serviços públicos


não podem ser interrompidos.

❑ GENERALIDADE: impõe serviço igual para todos, sem nenhuma discriminação


a quem o solicita.

❑ EFICIÊNCIA: obriga a atualização do serviço, procurando sempre a


maximização de resultados com a melhor técnica possível; isso envolve a
modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua
conservação, bem como a melhoria e a expansão do serviço.

❑ MODICIDADE: exige tarifas razoáveis e justas. Entende-se que os serviços


públicos não devem ser prestados com lucros ou prejuízos, e as tarifas devem
ser suficientes para manter, de forma saudável, a estrutura pública.

❑ CORTESIA: se traduz em bom tratamento para o usuário.


❑ Se algum desses requisitos não for observado, é dever da Administração
Pública intervir para restabelecer ou regular o funcionamento do serviço.
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Principais serviços urbanos

▪ Água e esgoto sanitário ▪ Distribuição de gás

▪ Coleta de lixo e limpeza de ▪ Educação e ensino;


vias e de logradouros públicos ▪ Saúde e higiene
▪ Drenagem de águas pluviais; ▪ Assistência social;
▪ Pavimentação ▪ Mercados, feiras e
▪ Trânsito e tráfego; matadouros

▪ Transporte coletivo ▪ Segurança pública;

▪ Iluminação pública; ▪ Exporte, lazer, cultura e

▪ Energia elétrica recreação

▪ Serviços telefônicos; 17
Mobilidade Urbana

“É a facilidade de A mobilidade urbana é


deslocamento das pessoas mais do que um conjunto
na cidade, utilizando de serviços e meios de
meios diferentes, vias e deslocamento das pessoas
toda a infraestrutura e bens.
urbana”.

A mobilidade urbana é o
resultado da interação Acesso universal aos
desses deslocamentos, por meios de deslocamento
isso que pensar a disponíveis nas cidades:
mobilidade urbana é o metro, automóveis,
mesmo que pensar sobre ônibus, caminhões,
como se organizam, motocicletas, bicicletas,
ocupam e usam a cidade e etc.
não apenas pensar em
meios de transporte.
Hierarquização da rede Viaria

Artigo 51 do Regulamento do PPUZ

A rede viária do PPUZ, estruturada e hierarquizada de acordo com as


funções e características das rodovias, é constituída pelas seguintes
categorias, conforme planta da hierarquização da rede viária:

▪ Rede Viária Distribuidora Principal – associada a fluxos externos


de acesso e com funções de acesso e atravessamento;

▪ Rede Viária Distribuidora Secundária – articulada com a rede


viária principal e com funções de distribuição;
▪ Rede Secundária de Acesso Local – com influência ao nível do
quarteirão e que integra as vias de acesso local;
▪ Rede ciclável e pedonal – incluem arruamentos (totais e parciais)
vocacionados para o uso pedonal e ciclável.
Parametros da rede Viaria

a) Rede viária distribuidora principal (1) – dois sentidos de trânsito,


com duas faixas de rodagem em cada sentido, com a largura mínima
de 7,00m por cada sentido; dois passeios com a largura mínima de
2,00m e um separador central com a largura mínima de 0,80m;
b) Rede Viária distribuidora principal (2) – dois sentidos de trânsito,
com uma faixa de rodagem em cada sentido, com a largura mínima
de 3,50m cada e dois passeios com a largura mínima de 2,00m;
c) Rede Viária Secundária – dois sentidos de trânsito, com uma faixa
de rodagem em cada sentido, com a largura mínima de 3,50m cada;
e dois passeios com a largura mínima de 2,40m;
d) Rede Secundária de Acesso Local – dois sentidos de trânsito, com
uma faixa de rodagem, com a largura mínima de 4,00m; e dois
passeios com a largura mínima de 2,00m;
e) Rede ciclável e pedonal – largura mínima de 1,20m.
Tipo de Estrada Velocidade de
Desenho Descrição
Rede Viária 60-80km/h Estrada Nacional que são as rodovias intra ou
Distribuidora Principal internacionais ligando as capitais nacional e
regionais com o controle de acesso integral ou
Parcial.
associada a fluxos externos de acesso e com funções
de acesso e atravessamento.

Rede Viária 30-50km/h Esta rede de estradas de tronco está a funcionar


Distribuidora satisfazendo suas necessidades e transportar o
Secundária trânsito com maior fluxo, excepto a algumas partes
de congestionamento.
Articulada com a rede viária principal e com funções
de distribuição;

Rede Secundária de 20-40km/h Com influência ao nível do quarteirão e que integra


Acesso Local as vias de acesso local;

Rede ciclável e incluem arruamentos (totais e parciais)


pedonal vocacionados para o uso pedonal e ciclável.
“é a possibilidade de acesso ao alcance aos espaços,
mobiliários e equipamentos urbanos para sua utilização de
Acessibilidade forma segura e autónoma”.

Urbanística O direto de usar os espaços e serviços que a cidade


oferece, independentemente da capacidade de cada um.
Acessibilidade Urbanística

ACESSIBILIDADE AS PASSAGENS DE PEDESTRES EM VIAS PUBLICAS


O objectivo é oferecer a possibilidade para que todos possam fazer
a transição entre a calçada e a rua de uma maneira comoda e
sem risco.
Elementos que garantirão a acessibilidade integral
Dimensões
A largura deve ter no mínimo 1,80m, embora se deveria ampliar
para a mesma largura da calçada.
O declive máximo deverá ser em torno de 10% para trechos
inferiores a 3m e, nas transversais em torno de 2%.
Acessibilidade Urbanística

PISO
O piso é um dos componentes mais importante do percurso do
pedestre. As principais características que se devem exigir dos pisos
são:

ESTÁVEL/DUREZA: como as próprias pedras de que é feito ladrilhos


(placa de cerâmica, mármore, porcelana, pedras), evitando
pisos de terra fofa, de pedrisco ou areia.

ANTIDERRAPANTE: tanto seco como molhado, devendo-se fazer um


teste in loco, simulando situações que possam provocar um
resvalo, como o acumulo de pó ou existência de água.

SEM RUGOSIDADE: diferente do próprio material que a supõem as


peças do piso estejam perfeitamente apostos , e que haja
sempre uma manutenção para evitar buracos ou fendas.
Acessibilidade Urbanística

SINALIZAÇÃO VERTICAL, SEMÁFOROS E SINAL DE PEDESTRE

Os sinais verticais deverão ser colocados preferencialmente a beira


da calçada, desde que seja deixada livre uma faixa horizontal de
circulação de pedestres de largura mínima de 1,5m. Se não for
possível, fiquem pendurado.

A instalação de semáforos para pedestre, não devem interromper a


circulação.

E contarão com sinalização acústica forte, e que sejam bem distinto


dos sons habituais da rua.
Acessibilidade Urbanística

ACESSIBILIDADE A PRAÇAS , PARQUES E JARDINS

As praças, parques e jardins são lugares especiais dentro do espaço


urbano.
Os cidadãos realizam actividades de distração e lazer, relações sociais e
recreativas.
Estes espaços devem oferecer a todos os usuários a comodidade e a
segurança adequada.
Acessibilidade Exterior
▪ Estacionamentos públicos;
▪ Estar devidamente sinalizada;
▪ Situar-se o mais próximo possível do acesso de pedestres;
Acessibilidade Urbanística
Pelo menos um caminho de acesso deverá liga-lo as paradas de
ónibus, ruas ou passeios com estradas acessíveis.
O acesso principal deve ocorrer sem diferença de nível ou, em caso
de existir, que haja uma rampa com suave inclinação.
Os caminhos que proporcionam acesso aos equipamentos e
espaços de lazer estão entre os factores mais críticos para
assegurar a acessibilidade.
Estes espaços deverão ser acompanhados de uma sinalização sobre
o uso da área, horários, actividades etc.
A iluminação artificial deverá ser uniforme onde se fizer necessária,
sobretudo iluminando alguns equipamentos importantes como
(cabines telefónicas, bancos, lixeiras, painéis informativos etc.
Mobiliários e balcões deverão ser acessíveis nos traçados e nas
áreas do serviços do parque, da praça e jardim.
Exemplo de Mobilidade e Acessibilidade

Desenho urbano, priorização de espaços para pedonais e ciclistas


comparativamente a veículos a motor.
Acessibilidade Urbanística

Bibliografia
Ching, Francis D. K. (2014). Introdução a arquitetura; tradução: Alexandre Salvador - porto
alegre, pp. 421.
Avila, M. & Rosales, L. (2011). Proceso de Diseño Urbano – Arquitectónico. Provincia, 25,pp
93-116.
Instituto de Tecnologia Social (2014). Tecnologia Assistiva e Acessibilidade: como se faz. São
Paulo, Brasil.
Macucule, Domingos e Reis, Benilda (n/d). Mobilidade e acessibilidade urbana: Moblidade
urbana sustentável. Universidade Eduardo Mondlane. Maputo, Moçambique.
Classificação dos Solos (instrumento de OT)
Instrumento que determina o regime político e administrativo de cada
parcela do território em duas categorias fundamentais, a de solo urbano e
a solo rural.

ETAPA 1. Levantamento de Uso do solo

Com o mapa de uso do solo, é possível observar o conjunto de actividades


desenvolvidas nas edificações, lotes e quadras no território urbano.

É preciso fazer analise da taxa de ocupação dos usos predominantes na


área de intervenção, hierarquizando do uso com a maior área de ocupação
e a de menor área.
Mapa de Uso
do Solo
Mapa de Uso
do Solo
Etapa 2. Ocupação do Solo
Com o mapa de ocupação do solo, é fácil observar o conjunto de áreas
construídas, analisando assim a predominância das edificações próximas
entre elas, mas com lotes vazios espalhados pela unidade de vizinhança.
Mapa de
Ocupação do Solo
Classificação do Uso do solo
1. Áreas Residenciais 8. Espaços Livres (Privada)
2. Áreas Comerciais 9. Espaços Livres (Verdes)
3. Área de Proteção
4. Áreas Verdes
5. Áreas de Equipamentos Públicos
6. Espaços Livres de Uso Publico.
7. Rede de Espaços verdes (Arborização, Jardins de chuva,
Praças, terraços jardins)
Legenda
Amarelo – residencial
Vermelho – Comercial
Azul – institucionais
Verde – áreas verdes

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