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Lei Complementar nº 02/2000

De 28 de fevereiro de 2000.

INSTITUI PLANO DIRETOR DE


DESENVOLVIMENTO URBANO DO
MUNICÍPIO DE VALE DO SOL E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.

A PREFEITA MUNICIPAL DE VALE DO SOL.


Faço saber, em cumprimento à Lei Orgânica Municipal, que a Câmara
Municipal de Vereadores aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei:

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS

Art. 1º A promoção do desenvolvimento no Município de Vale do Sol tem como


princípio o cumprimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, nos termos da
lei Orgânica e destas disposições, garantindo:
I- gestão democrática, participativa e descentralizada;
II- promoção da qualidade de vida e do ambiente, reduzindo as desigualdades e a
exclusão social;
III- fortalecimento do papel do poder público na promoção de estratégias de
financiamento que possibilitem o desenvolvimento do município;
IV- articulação das estratégias de desenvolvimento urbano e rural do município no
contexto regional;
V- fortalecimento da regulação pública sobre o solo urbano mediante a utilização dos
instrumentos de controle sobre o uso e ocupação do espaço da cidade;
VI- integração horizontal entre os órgãos municipais e o Conselho Municipal de
Planejamento, promovendo a atuação coordenada no desenvolvimento e aplicação das estratégias
e metas do Plano;
VII- promoção da diversidade cultural no município , em todas as suas manifestações
possíveis.

CAPÍTULO I
DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA

Art. 2º Para cumprir sua função social, a propriedade urbana deve atender,
no mínimo, aos seguintes requisitos:
I- aproveitamento e utilização para atividades de interesse urbano, em
intensidade compatível com a capacidade de atendimento dos equipamentos e
serviços públicos;
II- aproveitamento e utilização compatíveis com a preservação da qualidade do meio
ambiente;
III- aproveitamento e utilização compatíveis com a segurança e a saúde de seus usuários
e propriedades vizinhas.
Parágrafo único. Atividades de interesse urbano são aquelas inerentes às
funções sociais da cidade e ao bem estar de seus habitantes, incluindo a moradia, a
produção e o comércio de bens, a prestação de serviços, a circulação, a preservação
do patrimônio cultural, histórico, ambiental e paisagístico e a preservação dos
recursos necessários à vida urbana, tais como mananciais e áreas arborizadas.

CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES

Art. 3º Para efeitos desta lei, as seguintes expressões ficam assim definidas:
I- Os equipamentos públicos urbanos são os equipamentos que compõem as
redes de abastecimento de água, os serviços de esgoto cloacal e pluvial, de energia
elétrica, comunicação, iluminação pública, gás e transporte público;
II- Os equipamentos públicos comunitários são, dentre outros, os de lazer, cultura,
educação, saúde e segurança;
III- Zonas - são porções do território do Município delimitadas por lei e caracterizadas
pela sua função social diferenciada;
IV- Índice de Aproveitamento (IA) - é o fator que, multiplicado pela área do terreno,
define a área de construção máxima no lote, bem como as densidades populacionais;
V- Área Não-Computável - áreas construídas e computadas para fins de índice de
aproveitamento;
VI- Taxa de Ocupação (TO) - a percentagem da área do lote ocupada pela projeção
horizontal máxima da edificação;
VII- Taxa de Permeabilidade (TP) - a percentagem mínima exigida para permeabilidade
do solo no lote;
VIII- Malha Viária Básica - constituída pelas vias projetadas e existentes que garantem
a continuidade de fluxo e tráfego urbano.
IX- Recuo Viário - o afastamento de quaisquer construções de eixo da via pública;
X- Recuo de Jardim - o afastamento exigido para edificações a partir do alinhamento
definido pelo recuo viário;
XI- Habitação de Interesse Social - habitação resultante de um programa específico
atendendo à população de baixa renda;
XII- Topo de morro: a área delimitada a partir da curva de nível correspondente a ¾
(três quartos) de sua altitude máxima, medida em relação ao nível do mar;
XIII- Nascente ou olho d’água: o local onde se verifica o aparecimento de água por
afloramento ou lençol freático;
XIV- Talvegue: a linha de maior profundidade de um vale;
XV- Curso d’água: a massa líquida que cobre uma superfície, seguindo um curso ou
formando um banhado, cuja corrente pode ser perene, intermitente ou periódica;
XVI- Faixas de Proteção de Águas Superficiais: as faixas de terreno compreendendo o
conjunto de flora, fauna, solo e subsolo, correspondentes a nascentes, talvegues, cursos d’água,
dimensionadas de forma a garantir a manutenção do manancial hídrico;
XVII- Árvore ou Conjunto de Árvores Imunes ao Corte: os exemplares botânicos que se
destacam por sua raridade, beleza, localização, condição de porta-sementes, ameaçadas de
extinção ou de reconhecida utilidade à área que revestem.
TÍTULO II
DAS ESTRATÉGIAS E DAS MACROZONAS

CAPÍTULO I
DAS ESTRATÉGIAS

Art. 4º O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Vale do Sol é o instrumento


básico de definição do modelo de desenvolvimento do município e se compõe de três estratégias,
quais sejam:
I- Estratégia de Desenvolvimento Urbano;
II- Estratégia de Desenvolvimento Rural;
III- Estratégia de Qualificação Ambiental e Cultural.
Parágrafo único. Para implementação de políticas, programas e projetos, públicos ou
privados, são adotadas as diretrizes das estratégias correspondentes.

Seção I
Da Estratégia do Desenvolvimento Urbano

Art. 5º A Estratégia de Desenvolvimento Urbano do município tem como principal


objetivo determinar as diretrizes que orientem a ação do governo municipal para:
I- promover o desenvolvimento econômico local, com o atendimento da infra-estrutura
básica para as diversas atividades correspondentes;
II- promover a preservação, a proteção e a recuperação do meio ambiente, da paisagem
urbana e dos recursos naturais, bem como de sítios, edificações e monumentos de valor histórico,
arquitetônico, cultural e arqueológico;
III- promover o uso e a ocupação do solo urbano em compatibilidade com a infra-
estrutura instalada e projetada, com os equipamentos e serviços públicos, privilegiando a relação
benefício/custo dos investimentos públicos;
IV- distribuir e incentivar a adoção de mecanismos que possibilitem a
atuação conjunta do poder público com a iniciativa privada e comunitária na
promoção de políticas de interesse da coletividade;
V- promover o uso socialmente justo do espaço urbano e a ampliação da oferta de
habitações populares, bem como promover a regularização fundiária e a urbanização das áreas
não-assistidas com a sua integração e a sua articulação à malha urbana;
VI- promover a qualificação do sistema viário e a otimização do transporte coletivo com
a integração do uso e da ocupação destes, com as diversas localidades do município;
VII- assegurar a qualidade de vida urbana, promovendo a otimização do uso e da
qualidade dos equipamentos urbanos e comunitários existentes e a implantação de novos, nas
diversas localidades não-assistidas, nos seguintes aspectos:
a) Saúde (creches e postos de saúde);
b) Educação (ensino fundamental e médio, programas informais de incentivo à cultura e
à cidadania);
c) Lazer e Recreação (parques, espaço para eventos culturais);
d) Infra-estrutura básica.

Seção II
Da Estratégia de Desenvolvimento Rural
Art. 6º A Estratégia de Desenvolvimento Rural tem como objetivo promover a
implantação descentralizada dos equipamentos públicos, no sentido de obter adequada
distribuição das atividades governamentais no território, com vistas a propiciar melhor
atendimento da população.

Art. 7º A promoção econômica, visando ao desenvolvimento rural e sustentável, se dá


através de:
I- estímulo ao crescimento e à diversificação econômica;
II- fomento à organização e à autopromoção de iniciativas empreendedoras;
III- garantia de condições mínimas de abastecimento e de consumo a todos;
IV- incentivo à produção e à socialização de conhecimento técnico na área rural,
visando ao desenvolvimento rural sustentável, incentivando a produção e a comercialização;
V- promoção da qualificação dos produtores rurais, garantindo o conhecimento técnico
(cursos, palestras, pesquisas) para os diversos tipos de atividades produtivas no município, o
incentivo a medidas que orientem para a visão de desenvolvimento sustentável nas empresas, e a
oferta de alternativas de atividades para a população de baixa renda.
VI- estímulo a ações conjuntas dos setores público e privado na produção e na
manutenção de Habitação de Interesse Social, na zona rural;

Seção III
Da Estratégia de Qualificação Ambiental e Cultural

Art. 8º A Estratégia de Qualificação Ambiental e Cultural tem como objetivo geral


qualificar o território municipal, através da valorização do Patrimônio Ambiental, promovendo
suas potencialidades e garantindo sua perpetuação, e da superação dos conflitos referentes à
poluição e à degradação do meio ambiente, saneamento e desperdício energético.

Art. 9º Integra o Patrimônio Cultural, para efeitos desta Lei, o conjunto de bens imóveis
de valor histórico, arquitetônico e cultural - edificações isoladas ou não – ambiências, parques
urbanos e naturais, praças, sítios e paisagens.
Parágrafo único. As edificações que integram o Patrimônio Cultural são identificadas,
nos termos de lei específica.

Art. 10. A implementação da Estratégia de Qualificação Ambiental e Cultural se dá


através de:
I- conceituação, identificação e classificação dos espaços representativos do Patrimônio
Ambiental e Cultural, os quais devem ter sua ocupação e utilização disciplinadas;
II- valoração do Patrimônio Ambiental e Cultural como espaços diversificados na
ocupação do território, constituindo elementos de fortalecimento das identidades cultural e
natural, com base na Lei de Parcelamento do Solo presente neste Plano e em lei específica;
III- caracterização do Patrimônio Ambiental e Cultural como elemento significativo da
valorização da paisagem e da estruturação dos espaços públicos e privados;
IV- promoção da gestão ambiental através de programas de saneamento, gerenciamento
de recursos hídricos, monitoramento ambiental, reflorestamento, de redução do consumo
energético, de educação ambiental, turismo e desenvolvimento rural sustentável.

CAPÍTULO II
DOS MACROZONEAMENTOS
Art. 11. O ordenamento físico-territorial do município de Vale do Sol é constituído das
Macrozonas urbana e rural, indicadas no Mapa I, parte integrante desta lei.

Seção I
Da Macrozona Rural

Art. 12. A macrozona rural é a porção do território municipal compreendido de toda


área não-urbana.
Parágrafo único. A delimitação e as normas urbanísticas convenientes aos povoados
devem constar em legislação municipal específica, assegurando sempre a integração urbano-rural
e evitando o despovoamento das áreas agrícolas ou pecuárias.

Seção II
Da Macrozona Urbana

Art. 13. A Macrozona Urbana é o território municipal que compreende as áreas


destinadas à ocupação e aos usos compatíveis com a realidade urbana, delimitadas pelo
perímetro urbano.

Art. 14. O Perímetro Urbano da sede do município de Vale do Sol, conforme Mapa
II, está delimitado da seguinte forma:
I- Ponto inicial: ponto localizado no alinhamento direito da estrada municipal de acesso
à RST - 287, no sentido norte-sul, a 50,00m ao sul da ponte sobre o arroio Cristina;
II- Perímetro Urbano:
a) Do ponto inicial, segue em direção sudoeste, numa extensão de 50m;
b) Desse ponto, segue em direção noroeste, sempre afastado 50m, do alinhamento da
Av. 15 de Setembro, até atingir um ponto localizado 50m ao sudeste do alinhamento da estrada
de acesso à Linha Rio Pardense;
c) Desse ponto, segue paralelo à estrada Rio Pardense afastado 50 metros do
alinhamento dessa, em direção ao sul, numa extensão de 250 metros;
d) Desse ponto, segue por uma linha paralela à Av. 15 de Setembro, em direção
noroeste, sempre afastada 300 metros do alinhamento dessa por uma extensão de 800 metros;
e) Desse ponto, segue em direção noroeste até atingir o ponto localizado no eixo da Rua
Ver. Helmuth Bernhard, que está distanciado 650 metros da Rua Arno Ullmann;
f) Desse ponto, segue na mesma direção, até atingir um ponto afastado 50 metros do
alinhamento, pelo lado esquerdo, da estrada de acesso à Linha Alto Trombudo;
g) Desse ponto, segue a estrada de acesso à Alto Trombudo, sempre afastado 50 metros
do alinhamento, até atingir a segunda ponte sobre o arroio Fontes do Vale;
h) Desse ponto, segue pelo arroio Fontes do Vale, até atingir um ponto afastado 50
metros da margem esquerda do Arroio Passa Sete;
i) Desse ponto, segue acompanhando o arroio Passa Sete, sempre afastado 50 metros da
sua margem esquerda, em direção leste, até atingir um ponto também afastado 50 metros do
alinhamento da estrada de acesso à Linha Bernardino;
j) Desse ponto, segue uma linha paralela à estrada de acesso à Linha Bernardino, sempre
afastada 50 metros do alinhamento desta, até encontrar o alinhamento da ponte sobre o arroio
Francisco Alves;
l) Desse ponto, segue por esse alinhamento da ponte, na direção leste, até atingir 50
metros da margem esquerda do Arroio Francisco Alves;
m) Desse ponto, segue afastado 50 metros da margem esquerda do arroio Francisco
Alves, na direção sudeste, até atingir um ponto afastado 50 metros após o encontro deste arroio
com a estrada de acesso à Linha Formosa;
n) Desse ponto segue, em direção sudoeste, acompanhando a estrada de acesso à
Formosa, sempre afastado em 50 metros, até atingir um ponto distanciado 300 metros da Av. 15
de Setembro;
o) Desse ponto segue, em direção sudeste, numa extensão de 250 metros, paralelo à Av.
15 de setembro distanciado 300 metros desta;
p) Desse ponto segue, em direção sudoeste, até atingir um ponto afastado 50m do
alinhamento da Av. 15 de setembro;
q) Desse ponto segue, em direção sudeste, sempre afastado 50m do alinhamento da Av.
15 de setembro, até atingir um ponto afastado 50m da margem direita do arroio Cristina;
r) Desse ponto segue, em direção sudoeste, até atingir o ponto inicial, fechando o
perímetro.

TÍTULO III
DOS ZONEAMENTOS

CAPÍTULO I
DA ZONA RURAL

Art. 15. A Zona Rural é constituída de áreas que se destinam às atividades


agropecuárias, de reflorestamento e turismo rural.
§ 1° A política de uso do solo agrícola com o objetivo de estimular a adequada
conservação do solo é elaborada atendendo a estudos específicos.
§ 2° Fica facultado ao Poder Público, ouvido o Conselho Municipal de Planejamento, a
definição e a instituição de Zonas Especiais.

CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DA ZONA URBANA

Art. 16. A Organização da Zona Urbana do município de Vale do Sol deve observar as
disposições desta lei e as regras de zoneamento.
Parágrafo único. Zoneamento, para fins desta lei, é a divisão do município em zonas de
usos diferentes segundo sua principal destinação, objetivando o desenvolvimento harmônico da
comunidade e o bem-estar social de seus habitantes.

Art. 17. Tendo em vista o desenvolvimento e ordenação da expansão urbana, a zona


urbana é constituída de :
I- Zona Adensável: aquela onde as condições do meio físico e disponibilidade da
infra-estrutura instalada permitem a intensificação do uso e da ocupação do solo, nos termos
desta lei;
II- Zona Não-Adensável: aquela onde as condições do meio físico e a carência de
infra-estrutura instalada restringem as possibilidades de ocupação e de uso do solo.

Art. 18. Os perímetros da Zona Adensável e não-adensável poderão ser alterados por lei
proposta pelo Executivo, ouvido o Conselho Municipal de Planejamento Urbano e Ambiental,
em função de alterações da capacidade efetiva de suporte da infra-estrutura instalada.
Seção I
Da Zona Adensável

Art. 19. A Zona Adensável (ZA) é constituída pelas áreas delimitadas dentro da Zona
Urbana pelas vias indicadas, conforme Mapa IIa, sempre a uma distância de 50 metros do
alinhamento das vias referenciadas, excetuando-se:

a) o lado norte da via de acesso a Alto Trombudo e da Av. 15 de Setembro onde


confrontam-se com a Zona Especial de Preservação Permanente do Arroio Passa Sete;
b) À Sudoeste, onde a Zona Adensável estende-se até à Rua Projetada V, não
ultrapassando os 50 metros além do alinhamento dessa via.

Art. 20. Na Zona Adensável impõe-se urbanização e edificação compulsórias ou de


imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo, naqueles terrenos
não utilizados, subutilizados ou não-edificados.

Art. 21. Tendo em vista a qualidade de vida urbana, é necessário que, na Zona
Adensável, seja prioritário, no mínimo, o atendimento dos seguintes requisitos:
I- pavimentação das vias e passeios;
II- rede de energia elétrica e de iluminação pública;
III- rede de abastecimento de água potável;
IV- rede de escoamento sanitário;
V- rede de escoamento das águas pluviais.

Art. 22. A Zona Adensável é destinada a múltiplos usos, desde que estes sejam
adequados à capacidade instalada ou projetada de infra-estrutura e que não causem prejuízos à
qualidade ambiental, sendo compatíveis com a segurança e a saúde da coletividade.

Art. 23. Os usos e a ocupação permitidos na Zona Adensável estão estabelecidos no


Anexo II , Mapa IIa.

Art. 24. Para ordenar o pleno desenvolvimento das funções urbanas, a zona adensável
pode ser dividida em diferentes áreas de uso e ocupação.

Seção II
Das Zonas Não-Adensáveis

Art. 25. A Zona Não-Adensável é constituída pelas áreas destinadas à expansão da


ocupação urbana, dentro do perímetro urbano legal, conforme Mapa IIa.

Parágrafo Único. As definições de uso e de ocupação do solo da Zona Não-Adensável


encontram-se no Anexo II.

Art. 26. A transformação de áreas não-adensáveis em áreas adensáveis depende do


atendimento dos requisitos indicados no artigo 21.

Art. 27. As licenças para projetos de parcelamento do solo localizados nas zonas não-
adensáveis só podem ser aprovados após o comprometimento por parte do empreendedor da
execução prévia de:
I - todo o arruamento de acesso aos lotes;
II - a rede de energia elétrica e de iluminação pública;
III - o sistema de saneamento básico, incluindo esgotamento em separado das águas
pluviais e dos esgotos sanitários.

CAPÍTULO III
DAS ZONAS ESPECIAIS

Art. 28. Zonas Especiais são porções do território com destinação específica e normas
próprias de uso e ocupação do solo, compreendendo:
I- Zonas Especiais de Preservação;
II- Zonas Especiais Industriais;
III- Zonas Especiais de interesse Comunitário;
IV- Zonas Especiais de Resíduos.

Art. 29. As Zonas Especiais podem ser instituídas tanto na Zona Urbana como na Rural.

Seção I
Das Zonas Especiais de Preservação

Art. 30. As Zonas Especiais de Preservação - ZEPs - são porções do território definidas
em função do interesse social de preservação, manutenção e recuperação do patrimônio
ambiental, histórico, cultural ou paisagístico.

Art. 31. As Zonas Especiais de Preservação podem ser:


I- Zonas Especiais de Preservação Permanente - ZEPPs;
II- Zonas Especiais de Preservação Ambiental - ZEPAs;
III- Zonas Especiais de Preservação Cultural - ZEPCs.

Subseção I
Das Zonas Especiais de Preservação Permanente - ZEPPs

Art. 32. Para efeito desta Lei, considera-se como área de Preservação Permanente:
I- as Zonas de Preservação Permanente: aquelas definidas em lei, que não estejam
prejudicadas em seus atributos e funções essenciais e que deva receber apenas o manejo
indispensável para a recuperação do equilíbrio e de sua perpetuação, tais como: topos de morro;
nascente ou olho d’água; talvegue; curso d’água; faixas de proteção de águas superficiais; árvore
ou conjunto de árvores imunes ao corte; encostas com declividade igual ou superior à 30%.
II- as áreas tombadas ou de preservação permanente, definidas por legislação municipal,
estadual ou federal que se enquadram como Zona Especial de Preservação.

Subseção II
Das Zonas Especiais de Preservação Ambiental (ZEPAs) e Das Zonas Especiais de
Preservação Cultural (ZEPCs)

Art. 33. As Zonas de Preservação Ambiental - ZEPAs são áreas que podem receber
atividades destinadas à educação ambiental, ao lazer, à recreação, e à produção primária,
podendo ter habitação vinculada, desde que tais atividades não impliquem comprometimento dos
elementos naturais e da paisagem ou favorecimento de sua recuperação.
Art. 34. As ZEPAs compreendem as seguintes áreas:
I- as áreas impróprias para ocupação do ponto de vista geotécnico, geomorfológico e
biológico, cobertas por vegetação ou onde seja necessária a reposição vegetal;
II- Reservas, parques ou praças públicas;
III- As áreas alagáveis ou sujeitas a inundações.

Art. 35. Somente é permitida a ocupação e o uso das áreas sujeitas a risco ambiental tais
como deslizamento e áreas de risco geológico, inundações, desde que, além das exigências
normais, sejam também apresentadas:
I- laudo geológico, hidrológico, sondagem e cobertura vegetal, acompanhado por
anotação de responsabilidade técnica de profissional devidamente habilitado;
II- laudo conclusivo indicando as áreas edificáveis, os tipos de fundações recomendadas
e aquelas efetivamente impróprias para ocupação, acompanhado de anotação de responsabilidade
técnica, de profissional devidamente habilitado;
III- projeto definindo o tipo de fundação a ser utilizada para obra específica com análise
acompanhada por anotação de responsabilidade técnica de profissional devidamente habilitado.

Art. 36. São consideradas, dentre outras, Zonas Especiais de Preservação Cultural -
ZEPCs, os edifícios, conjuntos urbanos, ou sítios considerados de valor histórico, arquitetônico,
paisagístico ou cultural.

Subseção III
Das Zonas Especiais Instituídas

Art. 37. Ficam instituídas por esta lei as seguintes Zonas Especiais de Preservação na
área urbana da sede do município:
I- Zona Especial de Preservação Permanente - ZEPP1: localizada nas faixas marginais
do arroio Francisco Alves em uma largura de cinqüenta metros de cada lado e do arroio Passa
Sete, em uma largura de trinta metros de cada lado, conforme Mapa e Anexo IIa;
II- Zona Especial de Preservação Ambiental – ZEPA1: constituída pelas áreas de risco
geológico e de cobertura florestal, conforme Mapa e Anexo IIa;

III- Zona Especial de Preservação Ambiental – ZEPA2: constituída pelas áreas de risco
geológico e de cobertura florestal, conforme Mapa IIa e Anexo IIb;
IV- Zona Especial de Preservação Ambiental – ZEPA3: constituída pelas áreas
alagáveis ou sujeitas a inundações do arroio Francisco Alves, conforme Mapa II-a e Anexo
IIb.

Art. 38. Os terrenos localizados em Zonas Especiais ficam sujeitos as restrições


estabelecidas por Lei Específica.

Seção II
Das Zonas Especiais Industriais

Art. 39. Zonas Especiais Industriais - ZEIs: são porções do território destinadas
predominantemente ao uso industrial, constituindo local de instalação de atividades cujos
resíduos sólidos, líquidos, gasosos, ruídos, vibrações, emanações e radiações podem causar
danos à saúde, ao bem-estar e à segurança da população, mesmo depois da aplicação obrigatória
de mecanismos de controle de efluentes, de acordo com a legislação vigente.
§ 1° Para os estabelecimentos industriais e de armazenagem somente são permitidas
instalações que obedeçam a legislação específica e ambiental, as normas técnicas e os métodos
de combate à poluição e que se adeqüem à capacidade instalada ou projetada da infra-estrutura.
§ 2° Além das indústrias e dos depósitos, somente deve ser licenciada a instalação de
atividades essenciais às funções básicas das respectivas indústrias ou as que venham a sofrer os
efeitos danosos de seu funcionamento.
§ 3° É vedado o parcelamento do solo para fins residenciais e o uso residencial nas
ZEIs.

Art. 40. Nas Zonas Especiais Industriais, os efluentes devem ser tratados e reciclados de
forma integrada pelas empresas através de condomínio de tratamento de resíduos, assegurado
que não sejam lançados esgotos ou qualquer tipo de resíduo nos mananciais d’água.

Art. 41. Devem ser previstas áreas verdes de isolamento, que contornem a Zona
Industrial, em largura de no mínimo 30 metros, com o objetivo de proteger as zonas
circunvizinhas contra possíveis efeitos residuais e acidentes.

Art. 42. Devem ser respeitadas as áreas de preservação permanente pela legislação
federal, estadual e municipal.

Art. 43. O poder público municipal deve manter controle, ou manter convênio com
entidades que o faça, sobre a emissão de ruídos ou quaisquer resíduos, sejam sólidos, líquidos ou
gasosos, em condições que possam agredir o meio físico, a saúde ou a segurança da coletividade.

Parágrafo único. A manutenção de controle público sobre a emissão de ruídos ou


quaisquer resíduos estende-se para todo o território do município e para todas as atividades
industriais ou comerciais e de serviços.

Art. 44. Projetos especiais, destinados à implementação de novas ZEIs, devem observar
as disposições desta Lei e contar com a apreciação e deliberação do Conselho Municipal de
Planejamento.

Seção III
Das Zonas Especiais de Interesse Comunitário

Art. 45. As Zonas Especiais de Interesse Comunitário são aquelas destinadas a fins
comunitários ou administrativos, ou ainda a produção e manutenção de habitação de interesse
social, compreendendo as seguintes situações:
I - ZEIC 1 - localidades ou povoados existentes no território do município;
II - ZEIC 2 - loteamentos de interesse social destinados à população de baixa renda,
para fins de implementação de novos loteamentos ou de regularização fundiária.

Art. 46. Os projetos que instituírem Zonas Especiais de Interesse Comunitário, devem
ser aprovados pelo Conselho Municipal de Planejamento - CMP.

Art. 47. O Executivo Municipal deve elaborar plano de urbanização para as Zonas
Especiais de Interesse Comunitário que deve definir:
I- padrões específicos de parcelamento, edificação, uso e ocupação do solo;
II- formas de gestão e de participação da população nos processos de delimitação,
implementação e manutenção das Zonas Especiais de Interesse Comunitário;
III- formas de participação da iniciativa privada, em especial dos proprietários de
terrenos, dos promotores imobiliários e das associações e cooperativas de moradores, na
viabilização do empreendimento;
IV- fixação de preço e forma de financiamento, transferência ou aquisição das unidades
habitacionais a serem produzidas, nas ZEICs 2.

Seção IV
Das Zonas Especiais de Resíduos

Art. 48. As Zonas Especiais de Resíduos - ZER - caracterizam-se por aquelas


destinadas à implantação de estações de tratamento de resíduos sólidos e líquidos de natureza
doméstica, industrial, agrícola e da área da saúde, conforme legislação específica.
§ 1° Os resíduos gasosos deverão ser tratados na própria fonte produtora.
§ 2° O tratamento dos resíduos industriais e da área da saúde é de responsabilidade do
produtor.
§ 3° O tratamento dos resíduos de embalagem de agrotóxicos são de responsabilidade
do fabricante.

TÍTULO IV
DO REGIME URBANÍSTICO DAS ATIVIDADES E DAS EDIFICAÇÕES

Art. 49. O regime urbanístico é definido em função das normas relativas à densificação,
atividades, dispositivos de controle das edificações e parcelamento do solo.

CAPÍTULO I
DO REGIME DAS ATIVIDADES

Art. 50. Ficam classificados, definidos e relacionados os usos do solo, para implantação
do zoneamento no município de Vale do Sol, da seguinte forma:

§ 1° Quanto às atividades:
I- Habitações:
a) Unifamiliares: construções destinadas a servir de moradia a uma só família;
b) Coletivas: construções destinadas a servir de moradia a mais de uma família;
II- Serviços: atividade, remunerada ou não, pela qual fica caracterizado o préstimo da
mão-de-obra ou a assistência de ordem intelectual, espiritual ou lúdica;
III- Comércio: atividade pela qual fica definida uma relação de troca, visando a um
lucro e estabelecendo-se a circulação de mercadorias;
IV- Indústria: atividade da qual resulta a produção de bens pela transformação de
insumos;
V- Agricultura e Criação Animal: atividade pela qual se utiliza a fertilidade do solo para
a produção de planta e animais, para atendimento das necessidades do próprio agricultor ou com
vistas ao mercado;
VI- Institucionais Comunitárias: atividades voltadas à administração pública e de
segurança, saúde, educação; ao atendimento à infância, cultura, pesquisa, esporte, recreação e
lazer, a centros comunitários e de abastecimento de uso público, administradas pelo poder
público ou com ele conveniadas.
§ 2° Quanto à natureza:
I- Inócuos: é considerada inócua aquela que não causa incômodos e ou impactos
significativos ao ambiente, à estrutura e à infra-estrutura urbana.

II- Incômodos: os que possam produzir ruídos, trepidações, gases, poeiras, exalações ou
conturbações no tráfego que venham incomodar a vizinhança;
III- Perigosos: os que possam dar origem a explosões, incêndios, trepidações, produção
de gases, poeiras, exalações e detritos danosos à saúde ou que, eventualmente, possam pôr em
perigo pessoas ou propriedades circunvizinhas;
IV- Nocivos: os que impliquem manipulação de ingredientes, matérias-primas ou
processos que prejudiquem a saúde ou cujos resíduos líquidos ou gasosos possam poluir a
atmosfera ou cursos d’água.

§ 3° Quanto ao grau de adequação à Zona:


I- Usos permitidos: são os usos adequados à zona, cumprida as exigências de controle,
de segurança e de saúde;
II- Usos tolerados: o uso capaz de se adequar à zona, desde que atendidas as exigências
e regulamentações pertinentes, e a critérios do Conselho Municipal de Planejamento;
III- Usos proibidos: são usos inadequados à Zona.

§ 4° Quanto à escala, em relação à área construída:


I- Em se tratando de estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços:
a) Pequeno porte: construções com área máxima de 60m2 (sessenta metros quadrados),
pé-direito mínimo de 3m ( três metros);
b) Médio porte: construções com área máxima de 200m2 (duzentos metros quadrados);
c) Grande porte: construções com área superior a 200m2 (duzentos metros quadrados).
II- Em se tratando de estabelecimentos industriais:
a) Pequeno porte: construções com área máxima de 200m2;
b) Médio porte: construções com área máxima de 600m2;
c) Grande porte: construções com área superior a 600m2;

Art. 51. Os usos permitidos, tolerados e os proibidos, segundo a classificação adotada,


estão designados no ANEXO II desta Lei.

Art. 52. Os usos não-designados são autorizados somente após ouvido o Conselho
Municipal de Planejamento e mediante prévio parecer técnico a cargo do órgão competente,
resguardado o disposto nesta Lei.

Art. 53. Os alvarás de funcionamento comercial, de prestação de serviços ou industrial


são concedidos sempre em caráter experimental ou, no máximo, a título precário.
Parágrafo único. Os alvarás de funcionamento a que se refere o presente artigo podem
ser revistos a qualquer título, desde que o uso demonstre inconvenientes, sem direito a nenhuma
espécie de indenização por parte do Poder Público.

Art. 54. O licenciamento das atividades, em qualquer caso, é fornecido pelo órgão
técnico municipal competente, referente à Zona onde é permitida a atividade, indicando as
medidas de controle e de segurança a serem adotadas.

§ 1° O licenciamento das atividades deve respeitar as normas editadas pela Associação


Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ouvidos os órgãos federal e estadual competentes e a
legislação em vigor, em especial o Código de Meio Ambiente e de Posturas de Vale do Sol.
Art. 55. Os usos e as edificações em desacordo com as zonas onde se localizam,
somente podem ser mantidos se observarem o seguinte:
I- não podem ser substituídos por outros em discordância com os usos designados para a
Zona;
II- não podem ser reestabelecidos após a descontinuidade ou cessamento da atividade;
III- respeitarem o prazo de adequação da atividade às exigências ambientais da
respectiva Zona, conforme definição do Conselho Municipal de Planejamento.

Art. 56. Para o licenciamento de novo uso que altere o uso existente, devem ser
obedecidos os limites de ocupação e demais exigências aqui estabelecidas, bem como as da Lei
do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, do Código de Obras e do Código de Meio
Ambiente e de Posturas de Vale do Sol.

CAPÍTULO II
DOS DISPOSITIVOS DE CONTROLE DAS EDIFICAÇÕES

Art. 57. Para a adequação das edificações às características de cada Zona de uso
urbano, os limites de ocupação do solo são determinados pela aplicação simultânea do Índice de
Aproveitamento, da Taxa de Ocupação, da altura das edificações, dos recuos e da Taxa de
Permeabilidade.

Art. 58. A ocupação e uso do solo permitidos para as edificações nas diversas zonas
urbanas segundo a classificação adotada estão designados no ANEXO II desta Lei.

Art. 59. São isentas do cômputo no Índice de Aproveitamento, as áreas:


I- destinadas a estacionamentos nos prédios não-residenciais;
II- de apoio tais como: reservatórios, casas de bombas, casa de máquinas de elevadores,
área para depósito de lixo, transformadores, geradores, medidores, central de gás, centrais de ar
condicionado;
III- de uso comum destinadas a portarias, circulações, acessos, zeladoria e lazer;
IV- destinadas a sacadas, varandas ou balcões, em prédios residenciais.
Parágrafo único. O somatório das áreas referidas nos incisos III e IV não pode exceder a
50% (cinqüenta por cento) da área compatível no Índice de Aproveitamento.

Art. 60. Os projetos de edificação devem observar os parâmetros definidos no âmbito


das seguintes regras de aplicação:
I- não são computados, para fins de taxa de ocupação, os balanços de até 1,20m (um
metro e vinte centímetros) sobre os recuos de frente, os beirais, as marquises e as abas que
atendam às condições previstas no Código de Edificações e às projeções exigidas pela legislação
de proteção contra incêndios;
II- quanto à altura as edificações devem ter no máximo cinco pavimentos, incluindo-se
os pilotis e a cobertura;
III- os recuos viários são observados em todas as frentes para vias públicas;
IV- quanto a balanços sobre recuos e logradouros públicos: é permitida a construção de
beirais, marquises e abas, desde que observem as disposições da legislação de proteção contra
incêndios;
V- é permitido instalar no recuo viário os medidores de luz e água até o máximo de 2
(dois) relógios respectivamente junto às divisas laterais do terreno, conforme normas da
Secretaria Municipal de Obras e Viação.
Art. 61. É vedada a aprovação de projeto e licenciamento de edificação em imóvel
atingido por previsão de traçado viário e de equipamentos urbanos e comunitários.

Art. 62. Visando à qualificação dos espaços urbanos, o Poder Público pode definir
normas específicas de recuos para ajardinamento, respeitados os recuos viários instituídos por
esta Lei.

CAPÍTULO III
DO PARCELAMENTO DO SOLO

Seção I
Das Disposições Gerais

Art. 63. Parcelamento do solo urbano é a divisão da terra em unidades juridicamente


independentes, com vistas à edificação, podendo ser realizado na forma de loteamento e
desmembramento, sempre mediante aprovação municipal.

Art. 64. O parcelamento do solo deve observar os zoneamentos, os padrões urbanísticos


e o traçado do sistema viário do Plano Diretor, conforme Mapas e ANEXOS II e III, além do
estabelecido a seguir:

§ 1° O Executivo Municipal pode exigir a reserva de “faixa não-edificável”, destinada a


equipamentos públicos urbanos vinculados aos serviços de sua competência, devendo os lotes
nos quais incidirem estas restrições apresentar dimensões tais que permitam a edificação na área
remanescente.

§ 2° As dimensões da “faixa não-edificável são definidas pelo Poder Executivo,


observando os termos indicados pelos órgãos competentes, após compatibilização com as
legislações federal, estadual e municipal pertinentes.

§ 3° Para a aprovação de parcelamentos do solo, o Poder Público pode exigir avaliação


de impacto urbano e ambiental, levando em conta a disponibilidade e repercussão sobre o
transporte público, acesso a escola, saneamento, condições físico-ambientais e outros aspectos
técnicos relevantes nos termos da lei.

§ 4° Os empreendimentos de parcelamento do solo devem ter na sua concepção a


permanência das condições hidrológicas originais da bacia através de alternativas de
amortecimento da vazão pluvial.

Art. 65. No parcelamento do solo são destinadas áreas à malha viária e à implantação
de equipamentos públicos urbanos e comunitários, obedecendo ao traçado e ao regime
urbanístico estabelecidos pelo Plano Diretor.

Parágrafo único. Os percentuais de áreas públicas destinadas no parcelamento do solo,


bem como os padrões e normas técnicas pertinentes, devem atender ao disposto nesta Lei.

Art. 66 - As áreas de destinação pública devem observar o seguinte:


§ 1° Se a destinação de áreas públicas não atingir o percentual de 35% estabelecido, em
Lei Federal, ou ainda, se as áreas forem inadequadas à finalidade pública prevista, a
complementação se dá na forma de terrenos urbanizados, descritos e caracterizados como lotes
destinados à implantação da malha viária ou equipamentos públicos comunitários, podendo ser
objeto de permuta ou venda, visando ao cumprimento da destinação e utilização pública original
constantes do projeto e memorial descritivo do parcelamento do solo.

§ 2° Os lotes referidos no parágrafo anterior poderão ser localizados fora dos limites da
área do parcelamento do solo, desde que mantida a correspondência de valores monetários de
avaliação a critério do Poder Público.

§ 3° O disposto nos parágrafos anteriores aplica-se a todas as áreas de destinação


pública oriundas de parcelamento do solo.

§ 4° No caso de incidência de sistema viário ou equipamentos comunitários previstos no


Plano Diretor sobre objeto de parcelamento do solo, inicialmente se calcula o percentual de áreas
de destinação pública em função da área titulada, nos termos desta Lei e, posteriormente, em
caso de essa incidência ser superior aos padrões estabelecidos, a diferença é adquirida pelo
Município.

Art. 67. O parcelamento do solo, sob qualquer forma, nas Zonas Especiais, pode ter
critérios diferenciados, quanto aos limites mínimos de face e área de quarteirão e destinação de
área pública, definidos pelo Poder Público, ouvido o Conselho Municipal de Planejamento.

Art. 68. O parcelamento de imóvel rural, para fins urbanos, localizado na Zona Urbana,
tal como definida em Lei, depende de aprovação do Executivo Municipal e na forma do artigo 53
da Lei Federal nº 6766, de 19 de dezembro de 1979.

Art. 69. O parcelamento de imóvel rural, para fins urbanos, localizado fora da Zona
Urbana, tal como definida depende de prévia alteração da zona rural para fins urbanos.

Art. 70. Fica vedado o parcelamento do solo, para fins urbanos, nos seguintes casos:
I- em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para
assegurar o escoamento das águas ou a proteção para as cheias e inundações;
II- em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública sem que
sejam previamente saneados;
III- em terrenos ou parcelas de terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta
por cento);
IV- em terrenos onde as condições geológicas e hidrológicas não aconselham a
edificação;
V- em terrenos situados fora do alcance dos equipamentos urbanos, salvo se atendidas
exigências específicas dos órgãos competentes;
VI- nas Zonas de Preservação Permanente;
VII- nas áreas onde a poluição impeça condições sanitárias, até a sua correção;
VIII- em imóveis dos quais resultem terrenos encravados ou lotes em desacordo com
padrões estabelecidos.

Art. 71. Nenhuma construção, reconstrução ou aumento, reforma ou demolição poderá


ser iniciada, em qualquer loteamento, sem prévia licença do Poder Público.

Art. 72. O Poder Público não se responsabiliza por diferenças que se verifiquem, tanto
em áreas, como em dimensões e forma dos lotes e quarteirões, indicados no projeto aprovado.
Art. 73. O Poder Público não licencia o uso dos lotes, sem que as obras e
melhoramentos, previstos pelos projetos, estejam todos concluídos e julgados pela Prefeitura
estarem de acordo com as cláusulas do termo de compromisso assinado.

Art. 74. A aprovação de projeto de parcelamento do solo ocorrerá no prazo de 90


(noventa) dias, a contar da data de apresentação dos projetos urbanísticos e complementares -
quando necessários - desde que, dentro desse prazo, sejam cumpridas as determinações legais.

§ 1° Na hipótese da necessidade de complementação de documentação ou realização de


diligência, o prazo é contado da data do atendimento da solicitação.

§ 2° Aprovado o projeto de parcelamento do solo, o interessado deve submetê-lo ao


registro imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade.

Art. 75. Desde a data de registro do parcelamento do solo no Cartório de Registro de


Imóveis, passam a integrar o domínio do Município as vias e outros equipamentos públicos
urbanos e comunitários constantes do projeto e do memorial descritivo.
Parágrafo único - Desde a aprovação do parcelamento do solo, as áreas referidas no
caput deste artigo não podem ter sua destinação alterada pelo loteador, salvo nas hipóteses de
caducidade do ato de aprovação, cancelamento do registro de loteamento ou alteração do
loteamento registrado, nos termos dos artigos 18, 23 e 28 da Lei Federal 6.766, de 19 de
dezembro de 1979.

Seção II
Do Loteamento

Art. 76. Loteamento é a subdivisão do imóvel em lotes destinados à edificação, com a


abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou
ampliação das vias existentes.
Parágrafo único. Não caracteriza loteamento a execução de vias públicas de circulação
compreendendo abertura, prolongamento, modificação ou ampliação - efetivada pelo município,
de acordo com planos de prioridades, com vistas a dar continuidade a sua malha viária.

Art. 77. A destinação de área pública, em loteamento, não pode ser inferior a 35%
(trinta e cinco por cento) do total da gleba, nem superior a 50% (cinqüenta por cento), salvo
acréscimo no limite máximo por proposta do loteador.
Parágrafo Único. A destinação de áreas públicas para fins de implantação de
equipamentos públicos urbanos, não poderá ser inferior a 10% do total da gleba loteada.

Art. 78. Todo projeto de loteamento deve incorporar, no seu traçado viário, os trechos
de avenidas que a Prefeitura indicar, a fim de assegurar a continuidade do sistema viário geral da
cidade.
Parágrafo único. Cabe ao órgão técnico municipal competente determinar a largura,
perfil transversal e rampa máxima das avenidas referidas neste artigo.

Art. 79. É de responsabilidade do loteador a execução e arborização das vias e praças, a


cobertura do arruamento das vias com, no mínimo, cascalho, e a execução dos equipamentos
públicos urbanos (Art. 3º, Título I, Capítulo II), de acordo com as normas técnicas dos órgãos
competentes, além do fornecimento das placas de denominação de logradouros e das obras de
demarcação de lotes e quadras constantes nos projetos aprovados.

§ 1° Na hipótese de incidir malha viária básica, cabe ao loteador a execução das obras
de urbanização, exceto a pavimentação do equivalente a 50% (cinqüenta por cento) da via,
reservando-se ao município a opção pela faixa a ser pavimentada, mediante autorizações do
Legislativo.

§ 2° Os equipamentos públicos urbanos devem ser estendidos até a rede oficial


existente.

§ 3° A malha viária básica deve ter pavimentação compatível com os seus usos
respectivos.

Art. 80. Os loteamentos situados ao longo de estradas federais e estaduais devem conter
ruas locais paralelas e contíguas às faixas de domínio das referidas estradas, com largura mínima
de 20 metros, a critério do Poder Público.

Art. 81. Para efeito de manutenção das condições naturais de equilíbrio de terreno, não
é permitida a implantação de ruas no sentido perpendicular às curvas de nível nas encostas, salvo
casos especiais assim considerados pelo conhecimento prévio das condições de solo e subsolo,
favoráveis aos futuros projetos e às implantações de obras.

Art. 82. Sem prejuízo de outras disposições desta Lei, os projetos de loteamentos
devem obedecer às seguintes normas, referentes às dimensões mínimas e máximas:
I - ZA - Zona Adensável:
a) testada mínima de lote: 12m;
b) área mínima de lote: 360m2;
c) largura mínima de rua: 16m;
d) largura mínima de faixa carroçável: 11m;
e) rampa máxima de faixa carroçavel: 12%;
f) área de quarteirão: máximo, 12.000 m2; mínimo 3.600m2;
g) recuos viários exigidos de 10 metros do eixo nas vias locais e de 12 metros do eixo
nas vias coletoras;
h) face mínima do quarteirão: 60m2;
i) face máxima do quarteirão: 120m;
j) lotes de esquina: testada mínima de 15m e área mínima de lote esquina 450 m2;
II - ZñA - Zona Não-Adensável:
a) testada mínima de lote: 15m;
b) área mínima de lote: 600 m2;
c) largura mínima de rua: 16m;
d) largura mínima de faixa carroçavel: 11m;
e) rampa máxima de faixa carroçavel: 12%;
f) recuos viários exigidos de 10 metros do eixo nas vias locais e de 12m do eixo nas vias
coletoras;
h) face mínima do quarteirão: 60m;
i) face máxima do quarteirão: 240 m.

Art. 83. Nas Zonas Especiais, determinadas por esta lei, as normas mínimas para o
parcelamento do solo ficam instituídas nos Anexos IIa e IIb.

Art. 84 - As obras de urbanização devem obedecer os seguintes prazos:


I - início em 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data do licenciamento;
II - Conclusão no prazo fixado no cronograma aprovado.
Parágrafo único. Os prazos referidos neste artigo podem ser prorrogados, desde que o
pedido de prorrogação se dê na sua vigência, a critério do Poder Público.

Art. 85. A execução das obras de urbanização é objeto de garantia por parte do loteador,
segundo as modalidades previstas em regulamentação: garantia hipotecária, caução em dinheiro
ou em títulos da dívida pública; fiança bancária ou seguro garantia, em valor equivalente ao
custo orçamentado das obras, aceito pelos órgãos técnicos municipais, salvo na garantia
hipotecária, a qual deverá ser, no mínimo, equivalente a 60% (sessenta por cento) da área dos
lotes.

§ 1° A garantia pode ser liberada à medida em que forem entregues as obras, desde que
não desfigure a efetiva garantia para o restante das obras.
§ 2° Não podem ser dadas em garantia hipotecária as áreas de destinação pública
constantes do projeto de loteamento.
§ 3° Fica dispensada a prestação de garantia na implantação de loteamentos pelo
Município.
§ 4° A garantia hipotecária pode ser prestada sob a forma de segunda hipoteca nas
seguintes condições:

I- o valor do bem oferecido para segunda hipoteca deve ser superior ao da dívida
garantida pela primeira hipoteca;
II- comprovação pelo loteador de que a primeira hipoteca vincula-se ao financiamento
para a execução das obras do próprio loteamento e de que haja a anuência da entidade financeira.

Art. 86. Verificando que o loteamento não se acha licenciado ou foi executado em
desacordo com os projetos aprovados, o Município deve notificar o loteador.

§ 1° Desatendida a notificação, pode o Poder Público regularizar o loteamento para


evitar lesões aos seus padrões de desenvolvimento urbano e para defesa dos direitos dos
adquirentes de lotes, na forma do artigo 40 e seus parágrafos da Lei Federal nº 6.766, de 19 de
dezembro de 1979.
§ 2° Sem prejuízo de outras penalidades, o Município, através de seus órgãos técnicos
competentes, deve embargar este loteamento, às expensas dos proprietários, e com os
equipamentos urbanos instituídos em lei.

Seção III
Do Desmembramento

Art. 87. Desmembramento é o parcelamento de imóvel em lotes destinados à edificação


com aproveitamento do sistema viário oficial.

§ 1° No desmembramento, as áreas públicas são destinadas a equipamentos públicos


comunitários, no percentual estabelecido na Lei 6.766, de 19 de dezembro de 1979.
§ 2° As áreas de destinação pública podem, a critério do Poder Público, ser convertidas
em moeda corrente nacional, cujo valor é destinado à aquisição de outras áreas para implantação
de equipamentos públicos comunitários, sendo o pagamento objeto de regulamentação através de
Decreto do Poder Executivo.
Art. 88. Aplicam-se ao desmembramento, no que couber, as disposições urbanísticas
exigidas para o loteamento.

Seção IV
Da Edificação no Parcelamento do Solo

Art. 89. Somente será admitida a edificação em imóveis inscritos junto ao Registro de
Imóveis.

Art. 90. Nos imóveis situados na Zona Não-Adensável, resultantes de parcelamento do


solo efetuado sob a modalidade de loteamento ou desmembramento, é permitida a construção de
uma economia.
Parágrafo único. Integra uma economia a moradia do proprietário, do zelador e de
empregados, bem como edificações destinadas a depósito de produtos e de maquinário.

Art. 91. As edificações podem ser licenciadas simultaneamente à execução das obras de
urbanização, condicionado o fornecimento da Carta de Habitação à conclusão das obras
vinculadas ao cronograma aprovado.
Parágrafo único. Os lotes hipotecados ao Município, em garantia de obras de
urbanização, não podem ser objeto de aprovação de projeto de edificação.

TÍTULO V
DO SISTEMA VIÁRIO

CAPÍTULO I
DA CIRCULAÇÃO VIÁRIA E DOS TRANSPORTES

Art. 92. A circulação viária e o transporte urbano devem atender às distintas


necessidades da população, através de:
I- prioridade ao transporte coletivo, aos pedestres e às bicicletas;
II- capacitação da malha viária, dos sistemas de transporte, das tecnologias veiculares,
dos sistemas operacionais de tráfego e dos equipamentos de apoio.

CAPÍTULO II
DA MALHA VIÁRIA DO MUNICÍPIO

Art. 93. Malha viária é o conjunto de vias do município, classificadas e hierarquizadas


funcionalmente de acordo com suas características locais e da natureza da circulação a que se
destinam.

Art. 94. As vias, de acordo com os critérios de funcionalidade e hierarquia, classificam-


se em rurais e urbanas.

Art. 95. As vias rurais dividem-se em:


I- Rodovias: definidas como as pertencentes à malha viária estadual ou federal;
II- Estradas municipais: são definidas como as vias existentes de ligação do Centro
Urbano com outros municípios, ou que formam o principal sistema de relações das diversas
localidades do município entre si e com a sede do município.
Parágrafo único. As estrada municipais, indicadas no Mapa I, classificam-se em
principais, secundárias e vicinais.

Art. 96. A largura mínima das estradas municipais e o recuo do eixo para construções,
conforme perfil descrito no Anexo I, é de:
I - Estradas principais: largura de 20 metros e recuo do eixo de 15 metros para
construção;
II - Estradas secundárias: largura de 13 metros e recuo do eixo de 12 metros para
construção ;
III - Estrada vicinal: largura de 8 metros e recuo do eixo de 10 metros.

Art. 97. As vias rurais estão representadas e localizadas conforme sua classificação
hierárquica no Mapa I desta Lei.

Art. 98. As Vias Urbanas dividem-se em:


I- Via Arteriais ou principais: permitem a ligação intra-urbana, com média ou alta
fluidez, sendo vias de primeira grandeza com tráfego de automóveis, carga e ônibus;
II- Vias Coletoras: recebem e distribuem o tráfego entre as vias locais e arteriais,
apresentando equilíbrio entre fluidez de tráfego e acessibilidade, possibilitando sua integração
com o uso e ocupação do solo;
III- Vias locais: promovem a distribuição do tráfego local, apresentando baixa fluidez
de tráfego, alta acessibilidade, caracterizando-se pela intensa integração com o uso e ocupação
do solo;
IV– Travessas/Corredores: acesso eminentemente local com extensão máxima de 100 m
(cem metros);
V- Ciclovias: vias com características geométricas e infra-estruturais próprias ao uso de
bicicletas.

Art. 99. Nos projetos de parcelamento as novas vias devem articular-se com o sistema
viário oficial adjacente, existente ou projetado, dando, sempre que possível, prosseguimento à
malha viária local já implantada e harmonizando-se com a topografia local.
Parágrafo único. A classificação das vias propostas nos projetos de parcelamento do
solo é de competência do órgão técnico municipal, estabelecida por ocasião do fornecimento das
diretrizes.

Art. 100. As vias urbanas bem como a indicação dos projetos de expansão do sistema
viário com respectivas larguras e recuos mínimos exigidos para construção estão representadas
no Mapa e Anexo III desta Lei.

TÍTULO VI
DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DO PLANO

Art. 101. Fica criado o Sistema de Planejamento e Gestão - SPG - como um processo
contínuo, dinâmico e flexível, que tem como objetivos:
I - criar canais de participação da comunidade na gestão municipal;
II - Instituir a implementação e o gerenciamento das estratégias, das políticas e da
atualização permanente do Plano Diretor, garantindo a melhoria da qualidade de vida da
população do município.
CAPÍTULO I
DAS ATRIBUIÇÕES E COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E
GESTÃO DO PLANO

Art. 102. São atribuições do SPG:


I- gerenciar e implementar a normatização necessária ao planejamento urbano, rural e
ambiental, com vistas à melhoria da qualidade de vida da população do município;
II- elaborar e coordenar a execução do Plano, promovendo sua viabilização junto ao
processo de elaboração do orçamento municipal;
III- planejar e ordenar o uso e ocupação do solo do Município de Vale do Sol, através
do monitoramento e revisão do Plano, visando à sua permanente atualização;
IV- articular políticas e ações com os demais órgãos municipais e com outros
organismos governamentais e não-governamentais, estabelecendo formas de integração entre os
participantes do SPG;
V - consolidar e organizar as informações essenciais ao processo de desenvolvimento do
município, informando e orientando acerca da legislação urbanística e ambiental municipal;
VI - estabelecer fluxos permanentes de informação entre as suas unidades componentes,
a fim de facilitar o processo de decisão.

Art. 103. O SPG é implementado e gerenciado pela Secretaria Municipal de Obras e


Viação auxiliada pelo Conselho Municipal de Planejamento, objetivando um processo de
planejamento dinâmico e contínuo, que articule as políticas de administração municipal com os
diversos interesses da comunidade, promovendo instrumentos para o monitoramento do
desenvolvimento urbano.

Art. 104. A fim de dar suporte à decisão técnico-administrativa poderão ser criadas
Comissões Técnicas vinculadas à estrutura do SPG, com características diferenciadas segundo
seu objetivo.

CAPÍTULO II
DO CONSELHO MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO - CMP

Art. 105 - O Conselho Municipal de Planejamento que tem por finalidade deliberar
sobre políticas, planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano e rural, tem como
competências:
I - zelar pela aplicação da legislação municipal relativa ao Plano Diretor;
II - propor, discutir e deliberar sobre planos, complementação, ajustes e alterações do
Plano Diretor;
III - receber e encaminhar para discussão matérias oriundas de setores da comunidade,
que sejam de interesse coletivo e atinentes ao Plano Diretor;

IV - instalar comissões para assessoramento técnico compostas por integrantes do CMP,


podendo se valer de órgãos componentes do Poder Público de Vale do Sol, bem como de
colaboradores externos;
V - propor a programação de investimentos com vistas a assessorar a implantação de
políticas de desenvolvimento urbano ambiental para o Município;
VI - aprovar a implementação de Zonas Especiais, bem como indicar alterações que
entender necessárias;
VII - propor critérios e parâmetros para avaliação de Zonas Especiais pontuais.
Art. 106. O CMP compõe-se de 07 (sete) membros titulares e seus respectivos suplentes
designados pelo Prefeito Municipal, com renovação bienal, de acordo com especificação a
seguir:
I- 2 (dois) representantes do Poder Executivo Municipal;
II- 3 (três) representantes do Poder Legislativo Municipal;
III- 2 (dois) representantes da comunidade.

Art. 107. O CMP, bem como a forma de escolha de seus representantes, é


regulamentado por Decreto do Poder Executivo, no prazo de 120 dias após a vigência da
presente Lei.

CAPÍTULO III
DA TRIBUTAÇÃO

Art. 108. A utilização dos instrumentos tributários deve ser voltada ao desenvolvimento
do município e ao cumprimento da função social da cidade e da propriedade, mediante Lei
específica.

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS

Art. 109. Verificada infração de qualquer dispositivo desta Lei, expede o Poder Público
local uma intimação ao proprietário e ao responsável técnico (arquiteto ou engenheiro), no
sentido de ser corrigida a falha verificada, dentro do prazo que for concedido, o qual não poderá
exceder de vinte dias corridos, contados da data da emissão da intimação.

§ 1° A verificação da infração poderá ser feita a qualquer tempo, mesmo após o término
das obras.
§ 2° No caso de não-cumprimento das exigências constantes da intimação, dentro do
prazo cedido, será lavrado o competente auto de infração e de embargo das obras, se estiverem
em andamento, e aplicação de multa, em ambos os casos.

§ 3° Lavrado o auto de embargo, fica proibida a continuação dos trabalhos, podendo ser
solicitado, se necessário, o auxílio das autoridades judiciais e policiais do Estado.

Art. 110. Da penalidade do embargo ou multa pode o interessado recorrer, sem efeito
suspensivo, ao Chefe do Poder Executivo, dentro do prazo de quinze dias corridos, contados da
data do recebimento da notificação, desde que prove haver depositado a multa.

Art. 111. Pelas infrações das disposições da presente Lei, sem prejuízo de outras
providências cabíveis, serão aplicadas, ao proprietário, as seguintes multas, pagas em moeda
corrente:
I- por iniciar a execução das obras sem plano aprovado, ou depois de esgotados os
prazos de execução: dez vezes o salário mínimo nacional;
II- pelo prosseguimento das obras embargadas, excluídos os dias anteriores à aplicação
da primeira multa (item anterior): um salário mínimo nacional por dia;
III- por aterrar, estreitar, obstruir, represar ou desviar cursos de água, sem licença do
Poder Público ou fazer o mesmo sem precauções técnicas, de modo a provocar danos a terceiros
ou modificações essenciais aos escoamentos: vinte vezes o salário mínimo nacional;
IV- por falta de providências para sanar as falhas de que trata o item anterior, por dia,
excluídos os dias anteriores à aplicação da primeira multa: 50% do salário mínimo nacional.

Art. 112. Por infração a qualquer dispositivo desta Lei, não discriminado no artigo
anterior, é aplicada a multa, por dia, de 20% do salário mínimo nacional.

Art. 113. Na reincidência, as multas são aplicadas em triplo.

Art. 114. O pagamento da multa não exime o infrator do cumprimento do dispositivo


legal violado e nem do ressarcimento de danos eventualmente causados.

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 115. Salvo disposição em contrário, são examinados de acordo com o regime
urbanístico vigorante à época de sua protocolização os processos administrativos de:
I- licenciamento de construção de edificações que ainda não haja sido concedido desde
que no prazo de 12 (doze) meses contados da data de aprovação de projeto, seja licenciada a
construção e iniciada a obra;
II- licenciamento de construção de edificações já concedido, desde que no prazo de 6
(seis) meses seja iniciada a obra;
III- licenciamento de parcelamento do solo que ainda não haja sido concedido, desde
que no prazo de 12 (doze) meses seja promovido o seu registro ou averbação no Registro de
Imóveis;
IV- licenciamento de parcelamento do solo já concedido, desde que no prazo de 6 (seis)
meses seja promovido o seu registro ou averbação no Registro de Imóveis;
Parágrafo único. Para efeitos desta Lei, obra iniciada é aquela cujas fundações estejam
concluídas, e cuja conclusão tenha sido comunicada ao Município, desde que lançadas de forma
tecnicamente adequada ao tipo de construção projetada.

Art. 116. Serão objeto de Lei as matérias que tratem de:


I- alteração na concepção do Sistema de Planejamento e Gestão, mediante quórum
qualificado à aprovação desta matéria;
II- instituição de incentivos fiscais e tributários, bem como o estabelecimento de penas
pecuniárias;
III- criação, modificação ou extinção de Zoneamentos Urbanos ou de Zonas Especiais;
IV- alteração e definição de regime urbanístico;
V- alteração nos tamanhos de lote, quarteirões e percentual de áreas de destinação
pública em parcelamento do solo;
VI- empreendimentos de impacto.

Art. 117. São objeto de Decreto do Poder Executivo as matérias que tratem de:
I- regulamentação do Sistema de Planejamento e Gestão - SPG - e criação de comissões
técnicas;
II- regulamentações referentes a parcelamento do solo e a obras em geral,
especificamente:
a) padrões para equipamentos comunitários e sua proporcionalidade em face da
densidade;
b) padrões para projetos e execução de obras referentes à pavimentação, posteamento e
arborização das vias de circulação e ao tratamento de praças;
c) conversão em moeda corrente das áreas de destinação pública conforme Art. 66,
desta Lei;
III - ajuste nos dispositivos de controle das edificações no que se refere à revisão e à
classificação dos usos, observados os princípios estabelecidos por esta Lei;
IV - parâmetros e critérios de monitoramento não constantes nesta Lei.
Art. 118. Esta Lei Complementar entra em vigor no prazo de 30 (trinta) dias a contar da
sua publicação.

Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário, ressalvadas as exceções


expressamente referidas na presente Lei.

GABINETE DA PREFEITA, 28 de fevereiro de 2000.

BEATRIZ KRAINOVIC
Prefeita Municipal

Registre-se e Publique-se

Cleonir Kleinert
Secretário de Administração Interino
SUMÁRIO

TÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS...........................................................................................................................1

CAPÍTULO I
DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA..............................................................1

CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES.........................................................................................................................2

TÍTULO II
DAS ESTRATÉGIAS E DAS MACROZONAS............................................................................3

CAPÍTULO I
DAS ESTRATÉGIAS......................................................................................................................3

Seção I
Da Estratégia do Desenvolvimento Urbano.....................................................................................3

Seção II
Da Estratégia de Desenvolvimento Rural........................................................................................4

Seção III
Da Estratégia de Qualificação Ambiental e Cultural.......................................................................5

CAPÍTULO II
DOS MACROZONEAMENTOS....................................................................................................6

Seção I
Da Macrozona Rural........................................................................................................................6

Seção II
Da Macrozona Urbana.....................................................................................................................6

TÍTULO III
DOS ZONEAMENTOS..................................................................................................................7

CAPÍTULO I
DA ZONA RURAL.........................................................................................................................8

CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DA ZONA URBANA.................................................................................8

Seção I
Da Zona Adensável..........................................................................................................................8

Seção II
Da Zona Não-Adensável..................................................................................................................9

CAPÍTULO III
DAS ZONAS ESPECIAIS............................................................................................................10

Seção I
Das Zonas Especiais de Preservação.............................................................................................10

Subseção I
Das Zonas Especiais de Preservação Permanente.........................................................................11

Subseção II
Das Zonas Especiais de Preservação Ambiental e
Das Zonas Especiais de Preservação Cultural...............................................................................11

Subseção III
Das Zonas Especiais Instituídas.....................................................................................................12

Seção II
Das Zonas Especiais Industriais....................................................................................................12

Seção III
Das Zonas Especiais de Interesse Comunitário.............................................................................13

Seção IV
Das Zonas Especiais de Resíduos..................................................................................................14

TÍTULO IV
DO REGIME URBANÍSTICO DAS ATIVIDADES E
DAS EDIFICAÇÕES....................................................................................................................14

CAPÍTULO I
DO REGIME DAS ATIVIDADES...............................................................................................15

CAPÍTULO II
DOS DISPOSITIVOS DE CONTROLE DAS EDIFICAÇÕES...................................................17

CAPÍTULO III
DO PARCELAMENTO DO SOLO..............................................................................................18

Seção I
Das Disposições Gerais.................................................................................................................18

Seção II
Do Loteamento..............................................................................................................................21

Seção III
Do Desmembramento....................................................................................................................24

Seção IV
Da Edificação no Parcelamento do Solo........................................................................................25
TÍTULO V
DO SISTEMA VIÁRIO.................................................................................................................25

CAPÍTULO I
DA CIRCULAÇÃO VIÁRIA E TRANSPORTES.......................................................................25

CAPÍTULO II
DA MALHA VIÁRIA DO MUNICÍPIO......................................................................................25

TÍTULO VI
DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DO PLANO...............................................27

CAPÍTULO I
DAS ATRIBUIÇÕES E COMPOSIÇÕES DO SISTEMA DE
PLANEJAMENTO E GESTÃO DO PLANO...............................................................................27

CAPÍTULO II
DO CONSELHO MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO.............................................................28

CAPÍTULO III
DA TRIBUTAÇÃO.......................................................................................................................29

CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS......................................................................................................29

CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS......................................................................30

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