Você está na página 1de 71

PLANO DIRETOR PARTICIPATIVO DE VINHEDO - PDPV

Município de Vinhedo

2022

1
SUMÁRIO

TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS, CONCEITOS, PRINCÍPIOS E OBJETIVOS

CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS E DOS CONCEITOS

CAPÍTULO II - DOS PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E OBJETIVOS

TÍTULO II - DOS EIXOS ESTRUTURAIS E ESTRATÉGICOS

CAPÍTULO I - ORDENAMENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL

CAPÍTULO II - DAS NORMAS COMPLEMENTARES AO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO

CAPÍTULO III - DOS SETORES TEMÁTICOS DE POLÍTICA URBANA NO TERRITÓRIO

Seção I - DO MEIO AMBIENTE E ÁREAS VERDES

Seção II - DA SAÚDE

Seção III - DA EDUCAÇÃO

Seção IV - DA MORADIA

Seção V - DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Seção VI - DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E


AGRICULTURA

Seção VII - DO ESPORTE E LAZER

Seção VIII - DA CULTURA E TURISMO

Subseção I - Da Cultura

Subseção II - Do Turismo

Seção IX - DA SEGURANÇA, MOBILIDADE E DEFESA CIVIL

Subseção I - Segurança

Subseção II - Sistema de Mobilidade

Subseção III - Defesa Civil

Seção X - DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

Seção XI - DO SANEAMENTO BÁSICO

Subseção I - Dos Serviços de Abastecimento de Água

Subseção II - Dos Serviços de Esgotamento Sanitário

Subseção III - Dos Serviços de Drenagem Urbana

Subseção IV - Dos Serviços de Coleta de Resíduos Sólidos

2
TÍTULO III - ORDENAMENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL

CAPÍTULO I - DO ORDENAMENTO TERRITORIAL NAS MACROZONAS

Seção I - Da Macrozona de Consolidação Urbana

Seção II - Da Macrozona de Proteção Ambiental Leste

Seção III - Da Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste e Turística

Seção IV - Da Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste

CAPÍTULO II - DO ZONEAMENTO

Seção I - Zona Central;

Seção II - Zona de Expansão Urbana 1;

Seção III – Zona de Expansão Urbana 2;

Seção IV – Zona de Desenvolvimento Diversificado 1;

Seção V – Zona de Desenvolvimento Diversificado 2;

Seção VI – Zona de Desenvolvimento Diversificado 3;

Seção VII – Zona Residencial 1;

Seção VIII – Zona Residencial 2;

Seção IX – Zona de Desenvolvimento Industrial 1;

Seção X - Zona de Desenvolvimento Industrial 2;

Seção XI - Zona de Conservação Ambiental Urbana;

Seção XII - Zona de Conservação Ambiental e Hídrica Urbana;

Seção XIII - Zona de Conservação Ambiental e Hídrica Rural;

Seção XIV - Zona de Desenvolvimento Turístico e Lazer;

Seção XV - Zonas de Corredores; e,

Seção XVI - Zonas de Especial Interesse

Subseção I - Zona Especial de Interesse Social (ZEIS)

Subseção II - Zona Especial de Interesse Ambiental (ZEIA)

Subseção III - Zona Especial de Interesse Agrícola (ZEIAG)

Subseção III - Zona Especial de Interesse Cultural (ZEIC)

CAPÍTULO III - DAS CENTRALIDADES

Seção I - Dos Polos de Fomento e Desenvolvimento - PFD

3
CAPÍTULO IV - DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Seção I - Das Condicionantes

Seção II - Dos Usos Geradores de Incomodidade

Seção III - Dos Usos Geradores de Impacto de Vizinhança

TÍTULO IV - DA GESTÃO DEMOCRÁTICA E DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO


URBANO

CAPÍTULO I - DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO, GESTÃO E CONTROLE

CAPÍTULO II - DAS INSTÂNCIAS E INSTRUMENTOS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR

Seção I - Dos Órgãos da Administração Direta e Indireta

Seção II - Do Sistema de Informações Municipais

Seção III - Do Conselho Municipal de Política Urbana

Seção IV - Do Conselho Municipal de Meio Ambiente

Seção V - Do Conselho Municipal de Saneamento

Seção VI - Dos Instrumentos de Democratização da Gestão

CAPÍTULO III - DOS INSTRUMENTOS URBANÍSTICOS

Seção I - Dos Instrumentos Indutores do Uso Social Da Propriedade

Seção II - Do Parcelamento, Edificação Ou Utilização Compulsória

Seção III - Do Imposto Predial e Territorial Progressivo

Seção IV - Da Desapropriação com Pagamento em Título da Dívida Ativa

Seção V - Do Direito de Preempção

Seção VI - Do Direito de Superfície

Seção VII - Da Transferência do Direito de Construir

Seção VIII - Da Outorga Onerosa do Direito de Construir

Seção IX - Do Consórcio Imobiliário

Seção X - Do Estudo de Impacto de Vizinhança

Seção XI - Da Concessão Urbanística

TÍTULO V - DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES

TÍTULO VI - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

4
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR N.º XX, DE XX DE AGOSTO DE 2022.

Dispõe sobre o Plano Diretor Participativo de Vinhedo - PDPV, e dá


outras providências.

TÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS, CONCEITOS, PRINCÍPIOS E OBJETIVOS

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS E DOS CONCEITOS

Art. 1º - Fica instituído, nos termos da Constituição Federal, da Lei Federal n.º
10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade, da Lei Orgânica Municipal, e desta Lei
Complementar, o Plano Diretor Participativo de Vinhedo - PDPV, como instrumento básico da
política de desenvolvimento urbano que deve ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e da propriedade, devendo o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e o
Orçamento Anual, incorporar as diretrizes e as prioridades nele contidas, garantindo o bem-estar
e a melhoria da qualidade de vida da população vinhedense, observados os termos.

§ 1º - A Política de Desenvolvimento Urbano é o conjunto de planos e ações que


tem como objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e o uso
socialmente justo e ecologicamente equilibrado e diversificado de seu território, de forma a
assegurar o bem-estar e a qualidade de vida de seus habitantes.

§ 2º - O Sistema de Planejamento Urbano corresponde ao conjunto de órgãos,


normas, recursos humanos e técnicos que tem como objetivo coordenar as ações referentes ao
desenvolvimento urbano, de iniciativa dos setores público e privado, integrando-as com os
diversos programas setoriais, visando à dinamização e à modernização da ação governamental.

§ 3º - O Plano Diretor Participativo é o instrumento básico da Política de


Desenvolvimento Urbano do Município de Vinhedo, determinante para todos os agentes
públicos e privados que atuam em seu território.

§ 4º - A Política de Desenvolvimento Urbano do Município deverá garantir a


construção de uma cidade mais compacta, justa e sustentável, bem como a proteção,
preservação e o acesso equilibrado aos bens naturais comuns, mediante os seguintes objetivos
gerais:

I - promover a qualidade de vida e do meio ambiente através da sustentabilidade,

II - reduzir as desigualdades e a exclusão social;

III - promover o desenvolvimento social, com oportunidade de acesso a bens,


serviços e políticas públicas;

5
IV - integrar a complementaridade das ações públicas e privadas, locais e regionais
através de programas e projetos de atuação;

V - articular estratégias de desenvolvimento da cidade no contexto regional,


promovendo, no âmbito da competência municipal, a governança interfederativa
entre os municípios da Região Metropolitana de Campinas e das Bacias
hidrográficas que compõe a PCJ;

VI - promover a integração e a cooperação com os governos estadual e federal,


com os municípios vizinhos e com os municípios integrantes da Região
Metropolitana de Campinas, no processo de planejamento e gestão das funções
públicas de interesse comum;

VII - integrar a política físico territorial e ambiental com a política


socioeconômica;

VIII - controlar o uso e ocupação do território através de planejamento urbano por


meio dos instrumentos de políticas públicas;

IX - Integrar os órgãos e conselhos municipais para promover a atuação


coordenada no desenvolvimento e aplicação das estratégias e metas de planos,
programas e projetos;

X - universalizar a mobilidade e a acessibilidade;

XI - estimular a ampliação do patrimônio ambiental e cultural, promovendo suas


potencialidades, garantindo sua perpetuação;

XII - fortalecer a identidade e a paisagem urbana, mantendo escalas de ocupação


compatíveis com seus valores naturais, culturais, históricos e paisagísticos;

XIII - promover estratégias de captação de recursos que possibilitem o


cumprimento dos planos, programas e projetos, inclusive através da criação de
incentivos fiscais;

XIV - promover e implementar a universalização do saneamento municipal;

XV - reduzir os impactos sociais, econômicos e ambientais em áreas de risco e


aumentar a resiliência do município frente a eventos climáticos severos decorrentes
das mudanças climáticas;

XVI - promover a conservação e a recuperação dos ambientes naturais.

Art. 2º - A presente lei tem como base os fundamentos expressos nos artigos 182 e
183, da Constituição Federal de 1988, o art. 4.º da Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001
– Estatuto da Cidade e o Título IV, Capítulo VIII, da Lei Orgânica do Município de Vinhedo.

§ 1º - O Plano Diretor deverá considerar o disposto nos planos e leis nacionais e


estaduais relacionadas às políticas de desenvolvimento urbano, incluindo saneamento básico,
habitação, mobilidade e ordenamento territorial, e à política de meio ambiente.

§ 2º - O Plano Diretor deve se articular com o Plano de Desenvolvimento Urbano


Integrado da Região Metropolitana de Campinas - PDUI.

6
Art. 3º - O Plano Diretor Participativo orienta o planejamento urbano municipal, e
seus objetivos, diretrizes e prioridades devem ser respeitados pelos seguintes planos e normas:

I - Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS);

II - Legislação de Regulamentação dos Instrumentos de Política Urbana;

III - Projetos de Intervenção Urbana;

IV - Plano de Mobilidade Urbana;

V – Código Ambiental;

VI – Código de Obras; e,

VII – Lei de Instrumentos Urbanísticos.

Parágrafo Único - O Plano Diretor deverá observar, também, as legislações e


normas de âmbito nacional, estadual e regional.

Art. 4º - Os objetivos previstos neste Plano Diretor devem ser alcançados em até
10 anos, mesma data em que deverá ser revisto de forma participativa a presente norma.

CAPÍTULO II

DOS PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E OBJETIVOS

Art. 5º - Os princípios que regem a Política de Desenvolvimento Urbano e o Plano


Diretor Participativo são:

I - a água, o verde, o crescimento sustentável, a linha do horizonte (skyline) do


centro histórico e o não retrocesso ambiental;

II - o direito à cidade e ao meio ambiente sustentável e equilibrado do município;

III - o respeito à função social e ambiental da cidade;

IV - o incentivo à política de desenvolvimento municipal e regional;

V - o respeito e colocação em prática da função social da propriedade;

VI - o acesso democrático e participativo da população às políticas públicas;

VII - a busca da equidade e acessibilidade à inclusão social, ambiental e territorial


e ao pleno acesso a cidade e aos seus espaços públicos e privados, assim como, aos
equipamentos urbanos e aos serviços municipais;

VIII - a consolidação do plano urbanístico-ambiental, territorial, e de preservação


histórica e cultural;

IX - participação efetiva da política e articulação do desenvolvimento regional e


integrado da Região Metropolitana de Campinas;

X - participação democrática na gestão e planejamento;

7
XI.- priorização do transporte público de qualidade;

XII - a universalização do abastecimento de água e saneamento; e,

XIII - consolidar a importância cultural e histórica da cidade.

Art. 6º - O Plano Diretor Participativo se orienta pelas seguintes diretrizes:

I - utilização racional dos recursos naturais, em especial da água e do solo, de


modo a garantir uma cidade sustentável para as presentes e futuras gerações;

II - proteção da paisagem dos bens e áreas de valor histórico, cultural e religioso,


dos recursos naturais e dos mananciais hídricos superficiais e subterrâneos de
abastecimento de água do Município;

III - distribuição de usos e intensidades de ocupação do solo de forma equilibrada,


para evitar ociosidade ou sobrecarga em relação à infraestrutura disponível, aos
transportes e ao meio ambiente, e para melhor alocar os investimentos públicos e
privados;

IV - justa distribuição dos benefícios e ônus do processo de urbanização;

V - retorno para a coletividade da valorização de imóveis decorrente dos


investimentos públicos e das alterações da legislação de uso e ocupação do solo;

VI – o uso e ocupação do solo devem ser compatíveis com a oferta de


infraestrutura, saneamento e serviços públicos comunitários;

VII - adequação das condições de uso e ocupação do solo às características do meio


físico, para impedir a deterioração e degeneração de áreas do Município;

VIII - adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços compatíveis


com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município;

IX - planejamento da distribuição espacial da população e das atividades


econômicas de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus
efeitos negativos sobre o meio ambiente, a mobilidade e a qualidade de vida
urbana;

X - incentivo à produção de Habitação de Interesse Social, de equipamentos sociais


e culturais e a proteção e ampliação de áreas livres e verdes;

XI - prioridade no sistema viário para o transporte coletivo e modos não


motorizados;

XII - revisão e simplificação da legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do


Solo e das normas edilícias, com vistas a aproximar a legislação da realidade
urbana, assim como facilitar sua compreensão pela população;

XIII - ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:

a) a proximidade ou conflitos entre usos incompatíveis ou inconvenientes;

b) o parcelamento, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados do solo


em relação à infraestrutura urbana;

8
c) a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar
como polos geradores de tráfego, sem a previsão da infraestrutura
correspondente;

d) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulta na sua subutilização


ou não utilização;

e) a deterioração das áreas urbanizadas e os conflitos entre usos e a função


das vias que lhes dão acesso;

f) a poluição e a degradação ambiental;

g) a excessiva ou inadequada impermeabilização do solo; e,

h) o uso inadequado dos espaços públicos;

XIV - cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da


sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social.

Art. 7º - O Plano Diretor Participativo de Vinhedo se orienta pelos seguintes


objetivos:

I - assegurar a universalização do abastecimento de água com garantias de


continuidade e qualidade da prestação do serviço;

II - reduzir a necessidade de deslocamento, equilibrando a relação entre as ofertas


de serviços, comércios e moradia;

III - ampliar e requalificar os espaços públicos, as áreas verdes e permeáveis e a


paisagem;

IV - proteger, preservar e restaurar as áreas de interesse ambiental e hídrico, quais


sejam: as áreas de preservação permanentes, áreas de proteção dos mananciais, os
fragmentos de vegetação nativa e os corredores de biodiversidades;

V - contribuir para mitigação de fatores antropogênicos que contribuem para a


mudança climática, inclusive por meio da redução e remoção de gases de efeito
estufa, da utilização de fontes renováveis de energia e da construção sustentável, e
para a adaptação aos efeitos reais ou esperados das mudanças climáticas;

VI - proteger o patrimônio histórico, cultural e religioso e valorizar a memória, o


sentimento de pertencimento à cidade e a diversidade;

VII. reduzir as desigualdades socioterritoriais para garantir, em todas as regiões da


cidade, o acesso a equipamentos sociais, a infraestrutura e serviços urbanos;

VIII - fomentar atividades econômicas sustentáveis, fortalecendo as atividades já


estabelecidas e estimulando a inovação, o empreendedorismo e a redistribuição das
oportunidades de trabalho no território, tanto na zona urbana como na rural;

IX - fortalecer uma gestão urbana integrada, descentralizada e participativa;

X - fortalecer o centro da cidade; e,

XI - garantir que os planos setoriais previstos neste Plano Diretor Participativo


sejam articulados de modo transversal e intersetorial.

9
TÍTULO II

DOS EIXOS ESTRUTURAIS E ESTRATÉGICOS

CAPÍTULO I

ORDENAMENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL

Art. 8º - O ordenamento territorial sustentável no Município de Vinhedo, se dará


com responsabilidade, permitindo um desenvolvimento econômico qualitativo, com espaços
para a ampliação de oferta de moradias, com plenas condições de mobilidade, em consonância
com a capacidade hídrica da região, de forma a garantir a sustentabilidade ambiental,
objetivando otimizar a infraestrutura instalada e os investimentos públicos já realizados, tendo
como princípios:

I - desestimular o espraiamento da ocupação, de forma a permitir a implementação


de novas expansões urbanas a partir de planos urbanísticos com os seguintes
critérios e diretrizes:

a) os planos de parcelamento do solo deverão prever acesso público às áreas


públicas institucionais e verdes, ressalvados as regras específicas constante
em legislação própria;

b) vias públicas podem ser objeto de concessão, a partir de compensação;

c) definir critérios de ocupação diferenciados por macrozonas; e,

d) definir parâmetros de controle de densidade para novas ocupações.

II - incentivar o melhor aproveitamento do solo, de forma a:

a) estimular a ocupação dos terrenos não edificados, não utilizados ou sub-


utilizados, sendo sua finalidade o cumprimento da Função Social da
Propriedade estabelecida através do Art. 182 da Constituição Federal e Art.
39 do Estatuto da Cidade;

b) estimular maior adensamento nas áreas já dotadas de infraestrutura, de


forma a evitar o espraiamento da ocupação urbana nas áreas rurais e zonas de
conservação ambiental;

c) definir destinações para terrenos públicos desocupados;

d) criar fundo de desenvolvimento urbano com critérios para sua utilização


em ações de interesse público; e,

e) responsabilizar o empreendedor pela realização das medidas necessárias à


extensão e instalação da infraestrutura correspondente às redes de drenagem,
água, esgoto e energia elétrica, redes físicas de abastecimento de água
potável, coleta e disposição de esgotos sanitários, distribuição de energia
elétrica e sistema de manejo de águas pluviais, eletrificação e iluminação
pública, guias, sarjetas, arborização, sinalização viária conforme estabelecido
no Código Nacional de Trânsito, e acesso viário para a implantação de
empreendimentos em imóveis não integrados à malha urbana ou que não

10
possuam estes melhoramentos no perímetro do imóvel a ser parcelado ou
edificado.

III – reorganização das atividades urbanas, visando:

a) permitir Indústrias não incômodas considerando a capacidade do sistema


viário e infraestrutura ao redor do local pretendido e comprovação de
compatibilidade com os usos consolidados no entorno;

b) Permitir maior mescla de usos concomitantes, desde que não conflitantes


e incômodos, para refletir de forma mais realista a complexidade do fluxo de
pessoas, bens e serviços e evitar demandas excessivas de deslocamentos
urbanos;

c) ampliar as atividades de comércio e serviços na área central e em centros


de bairro, em consonância com o sistema viário;

d) coibir a instalação de atividades incômodas junto às áreas residenciais;

e) permitir atividades culturais e noturnas no centro, bem como, incentivar


moradias como uma forma de reabilitá-lo, cumprindo os parâmetros de
incomodidade;

f) compatibilizar a capacidade de suporte do sistema viário ao uso do solo;

g) delimitar corredores industriais, comerciais e de turismo; e,

h) permitir loteamento industrial para indústrias de amortecimento ambiental


gradativo entre às áreas da Zona de Desenvolvimento Industrial 1 e da Zona
de Desenvolvimento Industrial 2, sendo permitido para este zoneamento o
adensamento de indústrias com características não poluentes e com auto
sustentabilidade.

CAPÍTULO II

DAS NORMAS COMPLEMENTARES AO PLANO DIRETOR ESTRATÉGICO

Art. 9º – São normas complementares ao Plano Diretor, aquelas descritas nos


termos do art. 3.º desta Lei Complementar e suas respectivas regulamentações.

§1º – Para efeitos das normas complementares que trarão assistência material e
exequibilidade a presente Lei Complementar, incluir-se-á também as normas atinentes ao
REURB do Município e normas que disciplinam a ocupação urbana de espaços vazios no
município através da progressividade do Imposto Sobre Propriedade Urbana.

§2º - As normas complementares citadas no presente artigo deverão ser editadas


em um prazo máximo de até 18 (dezoito) meses a contar da promulgação da presente Lei
Complementar.

Art. 10 - O território do Município será ordenado por meio do Macrozoneamento,


pelo Zoneamento, Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo visando atender as funções
econômicas e sociais da cidade, compatibilizando o desenvolvimento urbano, o sistema viário,

11
as condições ambientais, a oferta de transporte coletivo, o saneamento básico e os demais
serviços urbanos.

Art. 11 - A legislação municipal que trata do zoneamento, uso e ocupação do solo


definirá coeficientes básicos e máximos, usos permitidos, permissíveis e proibidos, as
dimensões mínimas dos lotes nos parcelamentos, como também demais parâmetros urbanísticos
de forma a cumprir a função social da propriedade e da cidade.

Parágrafo Único - Para efeitos desta lei, coeficiente de aproveitamento é a relação


entre a área do terreno e a área construída computável, conforme Anexos XIV, XV, XVI e XVII,
considerando-se:

I - coeficiente mínimo é o limite mínimo admissível de área de construção de um


lote com base na área total do terreno;

II - coeficiente básico é aquele definido na lei de zoneamento e uso do solo para


cada zona e setor; e,

III - coeficiente máximo é o resultado da soma do coeficiente básico mais o


acréscimo estabelecido para cada zona ou setor definido em legislação específica
dos instrumentos urbanísticos.

Art. 12 - A legislação de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo deverá apresentar


estratégia para controle de:

I - parcelamento do solo;

II - densidades construtivas;

III - densidades demográficas;

IV - volumetria;

V - gabarito das edificações;

VI - relação entre espaços públicos e privados;

VII - movimento de terra e uso do subsolo;

VIII - circulação viária, polos geradores de tráfego e estacionamentos;

IX - insolação, aeração, permeabilidade do solo e cobertura vegetal significativa;

X - usos e atividades;

XI - funcionamento das atividades incômodas; e,

XII - áreas não edificantes.

Art. 13 - A legislação de Parcelamento, Uso e ocupação do Solo deverão


considerar ainda:

I - a topografia conforme a declividade e a situação do terreno, ou seja, em várzea,


à meia encosta e em topo de morro;

12
II - a drenagem das águas pluviais conforme a localização do terreno, ou seja, em
área inundável, non aedificandi ou necessária à recuperação ambiental do entorno
da Rede Hídrica Estrutural;

III - as condições do solo quanto à sua permeabilidade, erodibilidade, nível do


lençol freático e outros aspectos geotécnicos;

IV - a existência de vegetação arbórea significativa; e,

V - as áreas de ocorrências físicas, paisagísticas, seja de elementos isolados ou de


paisagens naturais, seja de espaços construídos isolados ou de padrões e porções de
tecidos urbanos que passíveis de preservação por suas características,
excepcionalidade ou qualidades ambientais.

Art. 14 - Além das disposições desta Lei, a legislação de Parcelamento, Uso e


Ocupação do Solo e dos Projetos de Centralidades e dos Polos de Desenvolvimento poderão:

I - delimitar áreas para fins especiais com parâmetros diferenciados de uso e


ocupação do solo, em todo o território do Município;

II - delimitar reservas de terra para habitação de interesse social;

III - delimitar áreas de preservação permanente, em função da exigência de manejo


sustentável dos recursos hídricos e outros recursos naturais, para assegurar o
bem-estar da população do Município;

IV - delimitar perímetros onde poderão ser aplicados quaisquer dos instrumentos


especificados nesta Lei;

V - definir categorias de uso e, quando necessário, fixar parâmetros de desempenho


para controle da localização de atividades urbanas, definindo critérios de
compatibilidades entre si e com o meio físico, e ainda com as características das
vias de acesso e da vizinhança próxima;

VI - fixar incentivos para implantação de usos diferenciados, residenciais e


não-residenciais, na mesma área e no mesmo imóvel, quando permitido;

VII - fixar parâmetros para controle das condições ambientais locais e físicas, por
meio da taxa de ocupação, gabaritos, índices de áreas verdes, de permeabilidade e
outros previstos em Lei;

VIII - fixar novos parâmetros de utilização das áreas públicas e particulares que
constituem os Espaços Verdes do Município.

Art. 15 – Será definido por legislação própria e/ou atualização da existente, além
da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, os Instrumentos Urbanísticos que regerão o
território, assim como, Plano de Mobilidade Urbana, Código Ambiental, e Código de Obras do
Município.

Art. 16 – A Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, como o Código de


Obras do Município, Lei de Instrumentos Urbanísticos que regerão o território, assim como,

13
Plano de Mobilidade Urbana e Código Ambiental, deverão ser editadas em um prazo máximo
de 18 (dezoito) meses a contar da promulgação da presente Lei Complementar.

CAPÍTULO III

DOS SETORES TEMÁTICOS DE POLÍTICA URBANA NO TERRITÓRIO

Seção I

DO MEIO AMBIENTE E ÁREAS VERDES

Art. 17 - O Eixo Estratégico para o Meio Ambiente de Vinhedo tem caráter


transversal, se articulando com as diversas políticas públicas, sistemas e estratégias de
desenvolvimento econômico e ordenamento territorial que integram esta lei, conforme os
anexos integrantes desta Lei, adotando o meio físico como orientador natural das novas
ocupações, com critérios de ocupação diferenciados por Macrozonas, condicionando a ocupação
das Macrozonas de Proteção Ambiental a parâmetros mais rígidos, compatíveis com as suas
características físicas, objetivando:

I - garantir a quantidade e qualidade da produção de água e a preservação dos


mananciais hídricos;

II - implementação, no território municipal, das diretrizes contidas na Política


Nacional de Meio Ambiente, Política Nacional de Recursos Hídricos, Política
Nacional e Municipal de Saneamento Básico, Política Nacional e Municipal de
Resíduos Sólidos, Política Nacional e de Mudanças Climáticas, Lei Federal da
Mata Atlântica, Sistema Nacional de Unidades de Conservação e demais normas e
regulamentos federais, estaduais e municipais, no que couber;

III - proteção dos recursos hídricos, mananciais e reservas de abastecimento;

IV - conservação e recuperação do meio ambiente e da paisagem;

V - proteção dos serviços ambientais prestados pelos ecossistemas;

VI - redução da contaminação ambiental em todas as suas formas;

VII - incentivo à adoção de hábitos, costumes e práticas que visem à proteção dos
recursos ambientais;

VIII - produção e divulgação ampla de informações ambientais organizadas e


qualificadas de fácil acesso e entendimento a toda população;

IX - preservar e restaurar o patrimônio ambiental de Vinhedo, de forma a:

a) manter e recuperar Áreas de Preservação Permanentes – APP’s;

b) recuperar os passivos ambientais com instrumentos de sanção;

c) manter desocupadas as planícies de inundação ordinárias anuais;

d) criar fundo de compensação ambiental com critérios para sua utilização


em ações de proteção e restauração do meio ambiente; e,

14
e) toda e qualquer compensação ambiental deverá ocorrer preferencialmente
dentro do território do município de Vinhedo.

Art. 18 - O Eixo Estratégico para o Meio Ambiente de Vinhedo, para cumprimento


dos objetivos mencionados, deve seguir as estratégias:

I - Dar prioridade à provisão de recursos materiais e humanos necessários à


conclusão, ao prazo máximo de 18 (dezoito) meses a contar da promulgação desta
Lei, do Código Ambiental, submetendo-o à aprovação do Conselho Municipal de
Meio Ambiente de Vinhedo – COMDEMA;

II - Concluir e implementar ações resultantes do estudo técnico de Sustentabilidade


Hídrica de forma a:

a) caracterizar todas as microbacias do município com identificação de suas


características hidrogeológicas visando sua proteção e restauração quando
for o caso;

b) evitar acidentes potenciais de contaminação da água com especificação de


Plano de Ação de Emergência e Contingência em caso de derramamento de
produtos tóxicos em curso d'água; e,

c) promover a recuperação e preservação dos mananciais, bem como a


conservação dos solos, de forma a facilitar a infiltração da água da chuva, e
com isso, possibilitando ampliar a regularização das vazões dos cursos dos
rios e córregos.

III - Garantir que o crescimento urbano e ordenamento territorial se deem em


função da infraestrutura e dos recursos naturais disponíveis, assegurando o
crescimento sustentável;

IV - Incentivar o reuso de água nos processos industriais e de irrigação, sem


prejuízo de outras medidas;

V - Priorizar a instalação de atividades industriais de baixa necessidade hídrica


comprovada para funcionamento de suas atividades;

VI - Regulamentar e provisionar recursos orçamentários para implantação da Lei


Municipal 3.501/2012 - Programa Municipal de pagamento por serviços ambientais
e da Lei Municipal 3.604/2014 – Sistema Municipal de Preservação das Nascentes
e Mananciais, priorizando as bacias de abastecimento público de água;

VII - Incentivar a criação de Área de Proteção e Recuperação de Mananciais -


APRM do Bom Jardim, do Capivari e Pinheirinho, Região Oeste (córrego do
Moinho e Santa Cândida) e a da Região do Paiol Velho;

VIII - Indicar e reservar áreas prioritárias para a restauração ambiental e manejo do


solo com vistas à infiltração de água e, consequente, aumento da disponibilidade
hídrica;

IX - Implementar as ações de preservação nas zonas de conservação ambiental


priorizando as APP’s, sua manutenção e conservação, as Reservas Legais, bem
como qualquer área relevante para o abastecimento de água à população de
Vinhedo;

15
X - Prever a implementação dos corredores ecológicos do projeto RECONECTA/
RMC, a implantação do Parque Linear do Rio Capivari, bem como a
implementação do Cinturão Verde e criação de novos corredores com a finalidade
da preservação da biodiversidade;

XI - Planejar a reestruturação dos tecidos urbanos em função da preservação e


sustentabilidade das microbacias e do meio ambiente de Vinhedo, visando a
mitigação dos impactos ambientais decorrentes das ações antrópicas, através de:

a) Implantação de microdrenagem urbana com sistema de retenção de águas


pluviais;

b) Buscar a arborização urbana adequada em ruas parques e praças, bem


como a definição de corredores de adensamento arbóreo às margens dos
córregos urbanos, ligando-os a praças, parques, reservas florestais e áreas
rurais, com utilização, para tal, de vegetação nativa do bioma local; e,

c) Aplicar técnicas de “Soluções Baseadas na Natureza” – SBN;

XII - Seguir as diretrizes e determinações da Política Nacional de Resíduos


Sólidos, instituída pela legislação federal e implementar o Plano Municipal de
gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos de Vinhedo, vigente pela Lei
Complementar 135/2015 em integração à Política Municipal de Saneamento
Básico.

Seção II

DA SAÚDE

Art. 19 - A Política de Saúde Municipal deve estar em consonância com a Política


Nacional e Estadual de Saúde, compondo o Sistema Único de Saúde (SUS).

Parágrafo Único - São diretrizes da Política Municipal de Saúde as constantes no


Plano Municipal de Saúde, em especial a ampliação e qualificação do acesso aos serviços de
saúde de qualidade, aprimorando as Redes de Atenção à Saúde e promoção do cuidado integral
às pessoas nos diversos ciclos de vida, com redução e prevenção de riscos e agravos à saúde da
população, e fortalecimento do papel do Estado na regulação do trabalho em saúde e ordenação,
para as necessidades do SUS.

Art. 20 – Para a consecução das diretrizes acima deverá:

I - identificar e divulgar os fatores condicionantes e determinantes da saúde,


analisando os indicadores de saúde, IDH-M em concomitância com o Plano
Municipal de Saúde e sua eventual ampliação da oferta de Serviços de Saúde;

II - Aprimoramento das Redes de Atenção à Saúde e promoção do cuidado integral


às pessoas;

III - Construção de nova unidade para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS);

IV - Ampliação das Unidades de Saúde; e,

V - Ampliação de novo espaço físico específico para a farmácia municipal;

16
Seção III

DA EDUCAÇÃO

Art. 21 - A educação, enquanto direito de todos, é um dever do Poder Público e da


sociedade e deve ser balizada nos princípios da democracia, da liberdade de expressão, da
solidariedade e do respeito aos direitos humanos.

Art. 22 – São diretrizes e objetivos da Educação:

I - garantir o acesso e a permanência de todas as crianças e adolescentes, em idade


obrigatória, na rede pública municipal, proporcionando-lhes ensino de qualidade;

II - garantir infraestrutura física com construção, ampliação e adequação dos


equipamentos, recursos e materiais básicos necessários ao desenvolvimento e à
prática pedagógica; e,

III - criar infraestrutura física técnico-pedagógica e condições de permanência dos


estudantes para continuidade dos estudos.

Art. 23 – No âmbito da Educação, caberá à municipalidade traçar objetivos


referentes aos Projetos desenvolvidos e o conceito que se tem sobre a utilização de espaços no
entorno das escolas, com a proposta de desemparedamento das estruturas existentes no território
de Vinhedo.

Art. 24 – Deverão ser adotadas medidas que visem à organização físico territorial
para que os recursos voltados para a Educação sejam bem utilizados, tais como: estudos
setoriais do município para avaliar a necessidade de vagas, definindo as prioridades de
atendimento à demanda de cada território, com implantação de novas unidades educacionais ou
reorganização das escolas/instituições já existentes.

Seção IV

DA MORADIA

Art. 25 - A oferta de moradia do Município de Vinhedo se pautará na demanda


existente, devendo ser planejada e dimensionada em conformidade ao crescimento populacional.

Parágrafo Único - Para a consecução do constante no caput deste artigo, deverão


ser adotadas as diretrizes e objetivos constantes no Plano Municipal de Habitação, dentre elas:

I - indicar e dimensionar áreas para habitação social;

II - estabelecer o Fundo Municipal de Habitação com critérios para sua utilização


em ações de interesse público;

17
III - Manter monitoramento para as situações de vulnerabilidades na situação de
moradia, encaminhando-se de forma a trabalhar e modificar as situações
apresentadas, prevenindo-se as questões de sub moradias no Município.

Seção V

DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 26 – O Município de Vinhedo definirá instrumentos capazes de captar as


diferenças sociais, levando-se em consideração três vertentes principais:

I - as pessoas;

II - as suas circunstâncias e dentre elas seu núcleo de apoio; e,

III - a família.

§ 1º - Para consecução do disposto no caput, deverá o Município de Vinhedo


relacionar as pessoas e seus territórios, para o planejamento da oferta de serviços, devendo tais
parâmetros serem traçados visando mobilidade, acesso, respeito à cultura e a convivência
comunitária.

§ 2º - São equipamentos Sociais da Política de Assistência Social o Centro de


Referência de Assistência Social - CRAS, e o - Centro Referência Especializado de
Assistência Social - CREAS.

§ 3º - A distribuição de equipamentos e serviços sociais deve respeitar as


necessidades territoriais e as prioridades definidas a partir da demanda, privilegiando as áreas de
urbanização precária, com atenção para as Zonas Especiais de Interesse Social, conforme anexo
VII.

Seção VI

DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL DA INDÚSTRIA,


COMÉRCIO E AGRICULTURA

Art. 27 - O Poder Público e a iniciativa privada deverão incentivar o


aproveitamento do solo, no estabelecimento de densidades compatíveis para uma economia
urbana sustentável, devendo para isso, induzir a ocupação dos terrenos não edificados, não
utilizados ou subutilizados, e estimular um maior adensamento nas áreas dotadas de
infraestrutura.

Parágrafo Único - A realização das atividades econômicas de forma sustentável no


Município deverá estar articulada a políticas públicas prioritárias, considerando, por um lado, o
crescimento populacional do Município nas projeções esperadas pela taxa geométrica atual, e
por outro, a preservação do patrimônio ambiental existente, garantindo a manutenção dos
recursos naturais para as gerações futuras e realizando um sistema de saneamento ambiental
compatível ao desenvolvimento econômico.

18
Art. 28 - São diretrizes e objetivos do eixo de Desenvolvimento Econômico
Sustentável diversificar as atividades econômicas no território do Município de Vinhedo
visando:

I - promover atividades econômicas sustentáveis, de baixo impacto ambiental;

II - buscar equilíbrio na relação emprego/moradia;

Parágrafo Único - Para alcançar o objetivo descrito no caput deste artigo, o


Município deverá buscar articulação com os Municípios lindeiros e demais instâncias do
governo estadual e federal.

Art. 29 - O Eixo de Desenvolvimento Econômico Sustentável tem como diretrizes


e objetivos:

I - proteger as áreas industriais em funcionamento e estimular sua expansão em


moldes compatíveis com a sustentabilidade hídrica buscada por esta Lei;

II - induzir uma distribuição mais equitativa do emprego, desconcentrando as


atividades econômicas de baixo impacto;

III - fomentar a ida, das empresas de logística, instaladas na área urbana da cidade,
para a região do distrito industrial;

IV - incentivar implantação de Escola técnica profissionalizante que busque


atender à demanda por mão de obra específica no Distrito Industrial, bem como das
novas atividades de serviço ligadas à tecnologia;

V - Incentivar expansão da oferta de cursos profissionalizantes nas mais diversas


regiões da cidade;

VI - incentivar o desenvolvimento sustentável da zona rural com o apoio à


agricultura familiar e ao turismo sustentável; e,

VII - criar as condições para o desenvolvimento do turismo apropriado às


características de Vinhedo, gerando sinergias entre eventos, negócios, cultura,
gastronomia, compras e agro ecoturismo para aumentar a permanência do visitante
no Município.

Art. 30 - Criar política agrícola consistente, de forma a:

I - fomentar dispositivos para incentivo do crescimento do setor agrícola, inclusive


com integração institucional com a Casa da Agricultura do Governo do Estado de
São Paulo;

II - integrar o turismo rural como parte da economia agrícola do Município;

III - estabelecer planos de manejo para atividades agrícolas já existentes situadas


em áreas de restrição ao uso pelo interesse ambiental;

IV - estimular a produção da uva e do vinho como produtos de excelência na


manutenção da identidade cultural do município;

V - criar incentivos agrícolas e comerciais no próprio imóvel dos pequenos

19
agricultores;

VI - criar um Fundo Municipal de Incentivo Agrícola.

Seção VII

DO ESPORTE E LAZER

Art. 31 – A Política Municipal de Esporte e Lazer tem como diretrizes e objetivos


desenvolver e gerenciar ações que possibilitem práticas esportivas, de lazer, protagonismo
juvenil, promoção da saúde e inclusão do idoso e da pessoa com deficiência por meio da
atividade física e sociabilização, objetivando a expansão, ampliação ou implantação de
equipamentos de esporte e lazer, visando:

I – fomentar o esporte nas manifestações estudantis, de participação e de


rendimento;

II – desenvolver e fomentar práticas de lazer junto à população, estimulando a


cultura do lazer ativo e hábitos saudáveis, fortalecendo a integração com a natureza
e sua identificação com a cidade;

III – contribuir para a formação integral do jovem, articulando ações para o


fortalecimento do protagonismo juvenil;

IV – facilitar o acesso aos equipamentos municipais esportivos, de lazer ativo e de


atividades físicas, bem como às suas práticas.

Seção VIII

DA CULTURA E TURISMO

Subseção I

Da Cultura

Art. 32 - O Eixo estratégico do patrimônio de Vinhedo visa estabelecer e proteger


o conjunto de bens e de instrumentos que objetivam a preservação, valorização, integração e
articulação ao sistema de gestão cultural e ordenação territorial do Município.

Parágrafo único – Fica definido nos termos do Anexo VII, as áreas de interesse
histórico municipal de equipamentos e áreas ligados à cultura.

Art. 33 - As diretrizes e objetivos do Eixo estratégico do patrimônio de Vinhedo no


âmbito da Cultura são:

I - preservação, proteção, conservação, restauração e valorização;

II - preservação da identidade de bairros e áreas de interesse histórico e cultural;

20
III - incentivo à participação social na pesquisa, identificação, proteção e
valorização do patrimônio histórico e cultural;

IV - desenvolvimento de infraestrutura de turismo nas áreas de interesse histórico e


cultural;

V - proteção e documentação do patrimônio imaterial;

VI - desenvolvimento e aplicação de programa de educação patrimonial;

VII - Criação e manutenção dos espaços públicos municipais devidamente


equipados e acessíveis à população para as diversas manifestações culturais e
artísticas;

VIII - mapeamento, identificação e registro, nos suportes adequados, dos bens


culturais materiais e imateriais do município de Vinhedo;

IX - Incrementar os mecanismos de transferência do potencial construtivo (Estatuto


das Cidades) como forma de viabilizar a recuperação de bens tombados;

Subseção II

Do Turismo

Art. 34 - A indústria do turismo em Vinhedo deverá privilegiar as principais


vocações econômicas do Município, com diretrizes e objetivos voltados a:

I – incentivar as atividades de turismo em todas suas segmentações presentes no


município, especialmente o turismo de negócios e eventos, turismo cultural,
turismo rural, ecoturismo, turismo de lazer, ciclo turismo e turismo gastronômico;

II – incentivar a instalação de parques ecológicos nas áreas preservadas, no entorno


de áreas de mananciais e em áreas passíveis de restauração, e exploração
econômica sustentável;

III – incentivar a instalação de comércios, serviços, restaurantes e atividades


noturnas, de apoio ao turismo;

IV – incentivar o turismo cultural e de negócios; e,

V – preservar e incentivar o desenvolvimento de atividades agrícolas produtivas


voltadas ao agroturismo.

VI - regulamentar a nível municipal o “Distrito Turístico Serra Azul” em parceria


com os municípios de Louveira, Itupeva e Jundiaí por intermédio do Governo do
Estado de São Paulo.

VII - criar programas que visem fomentar a preservação e conservação das estradas
e caminhos existentes, que possam se conectarem com estradas intermunicipais
com potencial para o turismo rural.

VIII - incentivar à atividade turística, como ferramenta de geração de emprego e


renda, conservação e preservação do ambiente rural, natural e do patrimônio
cultural e histórico da cidade;

21
IX - preservar a valorização dos bens tangíveis, naturais ou construídos, assim
como dos bens intangíveis, considerados patrimônios ou referências históricas da
cultura Italiana e Brasileira no âmbito do Município;

X - implantar corredores de turismo nas estradas da fazenda Monte Alegre,


Vinhedo-Louveira, Vinhedo – Itatiba e Vinhedo – Valinhos.

Seção IX

DA SEGURANÇA, MOBILIDADE E DEFESA CIVIL

Subseção I

Segurança

Art. 35 - São diretrizes e objetivos da Política de Segurança Pública do Município:

I - atuar de forma integrada e conjunta com outros setores das esferas municipal,
estadual, federal e sociedade civil na promoção da segurança pública no
município;

II - assegurar a integridade física e patrimonial dos próprios municipais, tais


como escolas, unidades de saúde, parques, jardins, teatros, museus, bibliotecas,
cemitérios, mercados, feiras livres, Paço Municipal e Câmara Municipal;

III - garantir os serviços de responsabilidade do Município no desempenho da


atividade de polícia administrativa, em especial nos serviços de educação, saúde
pública, assistência social, habitação, transportes coletivos, arrecadação tributária
e urbanismo;

IV - planejar as ações com base na lógica da antecipação e prevenção;

V - orientar a população sobre os cuidados necessários para a sua segurança,


diretamente ou pelos meios de comunicação;

VI - priorizar a prestação do serviço de patrulhamento e integração com a


comunidade, objetivando a eficiência do serviço por meio da redução de estrutura
física e burocrática;

Subseção II

Sistema de Mobilidade

Art. 36 - Entende-se por Sistema de Mobilidade a articulação e integração dos


componentes estruturadores do transporte, serviços, equipamentos, infraestruturas e instalações
operacionais, de forma a assegurar ampla mobilidade às pessoas e transporte de cargas pelo
território.

22
Parágrafo único - O Sistema de Mobilidade será definido no Plano Municipal de
Mobilidade, a ser elaborado no prazo máximo de 18 (dezoito) meses, a partir da publicação
desta Lei.

Art. 37 - São objetivos e diretrizes da Política de Mobilidade:

I - melhoria das condições de mobilidade da população urbana e rural, com


conforto, segurança e modicidade, garantindo a acessibilidade às pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida em todo o sistema de circulação de pedestres;

II - aumento da participação do transporte público coletivo e não motorizado;

III - implantação e melhoria do sistema cicloviário;

IV - melhoria das condições de circulação das cargas no Município, com definição


de horários e caracterização de veículos e tipos de carga;

V - desenvolvimento de programas específicos referentes à educação para a


mobilidade; e,

VI - articulação do Sistema de Mobilidade Urbana Municipal com o Regional e o


Estadual, existente e planejado.

VII - aprimorar e adequar legislação vigente acerca do passeio público, buscando a


melhoria da mobilidade

VIII - aumentar a eficiência das vias estruturais, buscando aliviar o tráfego intenso
nas vias complementares; e,

IX - incentivar a utilização de veículos movidos com fontes de energias renováveis


ou combustíveis menos poluentes.

Parágrafo Único - As diretrizes para a implantação e ampliação do Sistema de


Mobilidade se darão nos termos dos Anexos X e XI, com referência no Desenvolvimento
Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS).

Art. 38 - Entende-se por Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável –


DOTS - a estratégia de planejamento que integra o uso do solo à mobilidade urbana, com o
objetivo de promover a transformação urbana junto aos eixos de transporte.

Parágrafo único - O DOTS prevê a garantia de acesso ao transporte, aos serviços


urbanos, aos espaços de lazer e de convivência e às oportunidades oferecidas no Município.

Art. 39 - O DOTS é composto por 5 (cinco) elementos necessários para promover


um desenvolvimento urbano mais sustentável, quais sejam:

I - densidades adequadas para intensificar o adensamento e o uso do solo ao longo


dos eixos de transporte coletivo;

II - uso misto do solo para combater a ociosidade do uso do solo em áreas com
oferta de transporte coletivo e promover a criação de policentralidades;

23
III - espaços públicos e infraestrutura para promover espaços de permanência em
áreas verdes estratégicas;

IV - transporte coletivo de qualidade para articular e conectar os equipamentos


sociais à rede do transporte;

V - suporte e incentivo ao transporte alternativo.

Art. 40 - A classificação das vias territoriais se dará nos termos a seguir:

I - Vias estruturais: predominam fluxos de passagem; atendem grandes


deslocamentos;

a) Expressas: controle de acesso segrega fluxo que entra/sai da via;

b) Arteriais: privilegia deslocamentos ao longo da via, sem controle de acesso;

II - Vias complementares:

a) Coletoras: ligam vias locais às vias arteriais;

b) Locais: restringe fluxo de passagem.

II - Vias rurais:

a) estradas: interligam propriedades rurais ao meio urbano.

§ 1.º - As larguras mínimas das vias, serão definidas na Lei de Parcelamento, Uso e
Ocupação do Solo.

§ 2.º - A abertura de novas vias deverá obedecer às diretrizes definidas pelo


Município quanto ao traçado, aos alinhamentos, às larguras mínimas e aos raios das curvas de
concordância, observadas as condições mínimas estabelecidas nos termos do parágrafo anterior.

Subseção III

Defesa Civil

Art. 41 - São diretrizes e objetivos voltados a Defesa Civil do Município:

I – realização de avaliação preventiva de exemplares arbóreos em situação de risco


com a substituição gradativa de exemplares arbóreos adequados ao meio urbano;

II – realização de ações articuladas entre as áreas competentes, processos de ação


preventiva em córregos, rios, áreas de preservação e sistema de drenagem urbana
com o intuito de evitar, reduzir e/ou mitigar alagamentos, enxurradas,
deslizamentos, erosões de margens e perda parciais e/ou totais de biomas;

III – proteção dos pontos de captação e preservação de água visando evitar


acidentes que contaminem a água;

IV – definição e implementação de plano de ação de emergência em caso de


derramamentos tóxicos em cursos d’água;

24
V - planejamento a reestruturação do tecido urbano visando a mitigação dos
impactos ambientais devidos às mudanças climáticas, escassez hídrica, enchentes,
deslizamento e escorregamento e demais intervenções antrópicas; e,

VI – incentivar a criação de brigadas rurais de incêndio em conjunto com o corpo


de bombeiros e defesa civil.

Seção X

DOS SERVIÇOS PÚBLICOS

Art. 42 – O Sistema de Serviços Públicos e Oferta à Qualidade de Vida é composto


pelas redes de equipamentos urbanos voltados para a efetivação e universalização de direitos,
compreendidos como direito do cidadão e dever do Estado, com participação da sociedade civil
nas fases de decisão, execução e fiscalização dos resultados, tendo por diretrizes e objetivos:

I - a redução das desigualdades sócio espaciais, suprindo carências de


equipamentos e infraestrutura urbana nos bairros com maior vulnerabilidade social;
e,

II - O suprimento de todas as áreas habitacionais com os equipamentos necessários


à satisfação das necessidades básicas de saúde, educação, lazer, esporte, cultura e
assistência social de sua população;

Seção XI

DO SANEAMENTO BÁSICO

Art. 43 - São diretrizes e objetivos da Política de Saneamento Básico dentro do


território do Município de Vinhedo:

I - integrar as políticas, programas, projetos e ações governamentais relacionadas


com o saneamento, como saúde, recursos hídricos, desenvolvimento urbano e rural,
habitação, uso e ocupação do solo;

II - integrar os sistemas componentes da Política, inclusive os de responsabilidade


privada;

III - estabelecer ações preventivas para a gestão dos recursos hídricos, realização
da drenagem urbana, gestão integrada dos resíduos sólidos e conservação das áreas
de proteção e recuperação de mananciais;

IV - melhorar a gestão dos sistemas existentes;

V - definir parâmetros de qualidade de vida da população a partir de indicadores


sanitários, epidemiológicos e ambientais que deverão nortear as ações relativas ao
saneamento;

VI - formular política de controle de cargas difusas, particularmente daquela


originada do lançamento de resíduos sólidos e de esgotos clandestinos domésticos
e industriais; e,

25
VII - articular o Plano Municipal de Saneamento ao Plano Municipal de Habitação
de Interesse Social e ao Plano Municipal de Desenvolvimento Rural.

VIII - monitorar e atualizar o Plano Municipal de Saneamento Básico, ampliando


as ações para antecipação de metas;

IX - implementar política permanente para monitoramento, fiscalização e


conscientização sobre consumo e uso consciente da água e das redes de
esgotamento sanitário, por meio de programas de educação ambiental;

X - fomentar ações de infraestrutura, como a extensão da rede de saneamento


básico nas áreas urbanas e de expansão urbana;

XI - priorizar o atendimento de áreas sem atendimento ou com atendimento parcial


pelo Sistema Municipal de Saneamento Ambiental;

XII - estimular a realização de ligações residenciais e não residenciais em locais


onde estão disponíveis as redes de abastecimento de água e de coleta de esgotos;

XIII - criar instrumentos para garantir que a implantação de novos


empreendimentos e atividades não provoque a redução da capacidade hídrica e dos
sistemas de macrodrenagem nas respectivas bacias.

XIV - participar de forma efetiva nos programas e ações, a nível federal e estadual,
voltadas ao saneamento;

XV - participar das câmaras técnicas do ARES - PCJ;

XVI - incentivar a formação e a participar de consórcios intermunicipais para


formular ações regionais voltadas exclusivamente ao saneamento.

XVII - organizar eventos e seminários, com ênfase ao saneamento, no âmbito


regional;

XVIII - incentivar a implantação de usina fotovoltaica para suprir a demanda de


energia; e,

XIX - elaborar e participar do Plano de Recuperação das Nascentes do município.

§1º – Para todos os efeitos desta Lei Complementar, a Administração Direta e


Indireta do Município, deverá buscar meios para a consecução e viabilização de ampliação das
represas de captação existentes, assim como, a criação de novos espaços destinados a tal
finalidade, nos termos do Anexo V, visando a melhora no armazenamento de água do território,
e por consequência uma maior oferta de água aos munícipes.

§2º – Sem prejuízo das medidas a serem adotadas no parágrafo anterior, deverá as
Lei Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, assim como, o Código de Obras do Município e
Código Ambiental, preverem meios alternativos de captação de águas pluviais e enriquecimento
do lençol freático em novos empreendimentos como condição sine qua non para aprovação,
assim como, criação de legislação própria, visando benefícios tributários para aquelas
edificações e empreendimentos (novos ou já existentes) que possuem em sua estrutura, meios de
sustentabilidade benéficos ao meio ambiente e a captação de água.

Art. 44 - Considera-se saneamento o conjunto de ações voltadas para saúde pública


e proteção ao meio ambiente, compreendendo:

26
I - Sistema de Abastecimento de Água;

II - Sistema de Esgotamento Sanitário;

III - Sistema de Drenagem; e,

IV - Sistema de Coleta de Resíduos Sólidos.

Subseção I

Dos Serviços de Abastecimento de Água

Art. 45 - O Sistema de Abastecimento de Água é composto pelos serviços


administrativos, serviços operacionais, equipamentos, infraestruturas e instalações necessárias
para viabilizar os seguintes itens:

I – captação de água bruta nos mananciais outorgados na cidades ou em cidades


vizinhas, para abastecimento das represas de reservação ou abastecimento das
estações de tratamento de água – ETAs;

II - tratamento de água bruta e distribuição de água potável através das redes de


adutoras e dutos;

III - ligações prediais com seus respectivos instrumentos de medição;

IV - sistemas alternativos de abastecimento público através de poços artesianos


públicos ou particulares;

V - abastecimento público, em regime emergencial através de caminhões pipas.;

VI - fiscalização e manutenção do funcionamento permanente em todos os dias, 24


horas por dia, de todo o sistema de abastecimento da cidade.

Art. 46 - Visando à saúde pública e a melhoria da qualidade de vida da população e


proteção ambiental o serviço de abastecimento de água terá como objetivos:

I - melhorias e ampliação do sistema de abastecimento público de água,


contemplando captação, adução, sub adução, reservação e distribuição de água, de
forma a atingir cem por cento de cobertura da zona urbana do município;

II - realização de estudos, projetos para ampliação das vazões captadas e


consequente aumento da segurança hídrica, envolvendo os barramentos dos Rios e
Riachos que compõe o sistema de abastecimento da cidade em especial aos dos
Rios Capivari, Bom Jardim, Pinheirinho, Xoxó, Santa Fé, Moinho e Santa Cândida
e possíveis interligações com outros sistemas a serem projetados;

III - elaboração de estudos hidrológicos das micros e macros bacias do município;

IV - ampliação do sistema de reservação de água bruta, com a ampliação dos


barramentos existentes e a implantação de novos barramentos;

V - desassoreamento e monitoramento das nascentes dos cursos dos rios e das


represas;

27
VI - implantar melhorias visando a eficiência energética e redução de custo;

VII - implementar a automação de todo o sistema com leituras de telemetria;

VIII - implantar as setorizações nas redes de distribuição dos bairros com controle
de vazões e pressões com leitura por telemetria;

IX - priorizar as ações de Combate e Controle das Perdas;

X - obtenção de recursos financeiros junto aos governos federal e estadual e


instituições financeiras nacionais e internacionais para a realização das obras
necessárias a melhorias da infraestrutura.

Subseção II

Dos Serviços de Esgotamento Sanitário

Art. 47 - O Sistema de Esgotamento Sanitário é composto pelos serviços


administrativos, serviços operacionais, equipamentos, infraestruturas e instalações necessárias
para viabilizar os seguintes itens:

I – interligação do esgotamento sanitário doméstico na rede pública;

II - coleta e afastamento de esgoto doméstico, através de dutos, emissários e


estações elevatórias até a estação de tratamento;

III - tratamento dos efluentes e a disposição final do esgoto tratado e dos resíduos
sólidos oriundos do mesmo; e,

IV - fiscalização e manutenção do funcionamento permanente em todos os dias, 24


horas por dia, de todo o sistema de esgotamento sanitário da cidade.

Art. 48 - Visando à saúde pública e a melhoria da qualidade de vida da população e


proteção ambiental o esgotamento sanitário terá como objetivos:

I - melhoria das condições sanitárias da população, implantando redes de


esgotamento sanitário, nas regiões não servidas, visando atingir a cobertura de cem
por cento de coleta e afastamento de esgotos e cem por cento do tratamento de
esgoto na zona urbana do município;

II - aplicar a utilização de softwares no sistema de dimensionamento das redes,


dutos e emissários;

III - melhorias na forma de cadastro técnico das redes e ligações com sistemas
georreferenciamento;

IV - dimensionar o sistema para atendimento da futura demanda do município, com


a priorização de ações;

V - incentivar e investir em programas de reuso da água;

VI - atualizar e aprimorar as estações de tratamento de esgoto visando a


implantação do sistema terciário de tratamento de efluentes;

28
VII - aprimorar e melhorar a eficiência energética dos sistemas de recalque e
tratamento;

VIII - avançar nos estudos para a implantação de novos emissários visando a


eliminação das estações de recalque.

Subseção III

Dos Serviços de Drenagem Urbana

Art. 49 - O Sistema de Drenagem Urbana é composto pelos serviços


administrativos, serviços operacionais, equipamentos, infraestruturas e instalações necessárias
para viabilizar os seguintes itens:

I – captação de águas pluviais através de rede de galerias e dutos;

II - detenção ou retenção de águas pluviais em represas ou lagos;

III - escoamento das águas pluviais por meio da utilização de estruturas adequadas
de condução e amortecimento até os cursos d’águas e rios;

IV - fiscalização e prevenção de ocupação ilegal em áreas sujeitas a inundações e


alagamentos;

V - fiscalização e manutenção do funcionamento permanente em todos os dias, 24


horas por dia, de todo o sistema de drenagem superficial da cidade.

Art. 50 - Visando à saúde pública e a melhoria da qualidade de vida da população e


proteção ambiental a drenagem urbana terá como objetivos:

I - Escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o tráfego por ocasião das
chuvas;

II - Eliminação de águas estagnadas e lamaçais, focos de doenças;

III - Redução de erosões e poluição de rios e lagos;

IV - Redução de custos em manutenção de vias públicas;

V - A possibilidade de circulação de veículos e pedestres em áreas urbanas após


chuvas intensas;

VI - Valorização das propriedades nas áreas em que possuem sistema de drenagem;

VII - Redução de danos às propriedades e risco de perdas humanas;

VIII - Redução de doenças de veiculação hídrica;

Subseção IV

Dos Serviços de Coleta de Resíduos Sólidos

29
Art. 51 - O Sistema de Coleta de Resíduos Sólidos é composto pelos serviços
administrativos, serviços operacionais, equipamentos, infraestruturas e instalações necessárias
para viabilizar os seguintes itens:

I - coleta de lixo doméstico, coleta seletiva de lixo reciclável, coleta de materiais


inservíveis,

II - limpeza e varrição de logradouros e vias públicas;

III- transbordo, tratamento e destinação final do resíduo sólido;

Art. 52 - Visando à saúde pública e a melhoria da qualidade de vida da população e


proteção ambiental o Sistema de Coleta de Resíduos Sólidos terá como objetivos:

I - Redução da extração dos recursos naturais;

II - Diminuição da poluição do solo, da água e do ar;

III - Reciclagem de materiais que iriam para o lixo;

IV - Prevenção de enchentes;

V - Economia de energia e água;

VI - Diminuição os custos da produção, com o aproveitamento de recicláveis pelas


indústrias;

VII - Diminuição o desperdício;

VIII - Criação de cooperativas fortes;

IX - Geração de emprego e renda pela comercialização dos recicláveis;

X - Melhorias e diminuição de gastos na limpeza pública;

TÍTULO III

ORDENAMENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL

CAPÍTULO I

DO ORDENAMENTO TERRITORIAL NAS MACROZONAS

Art. 53 - O ordenamento do território do Município de Vinhedo fica dividido em


04 (quatro) Macrozonas abaixo relacionadas, com vistas a atender aos princípios constitucionais
da política urbana expressos na Lei Federal n.º 10.257/2001 - Estatuto da Cidade:

I – Macrozona de Consolidação Urbana;

II – Macrozona de Proteção Ambiental Leste;

30
III – Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste e Turística;

IV – Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste;

Seção I

Da Macrozona de Consolidação Urbana

Art. 54 - A Macrozona de Consolidação Urbana corresponde à porção urbanizada


do território e sua delimitação objetiva:

I. controlar e direcionar o adensamento urbano, em especial nas áreas centrais


melhor urbanizadas, adequando-o à infraestrutura disponível;

II. estimular a promoção imobiliária com a colocação no mercado de imóveis não


edificados, subutilizados e não utilizados;

III. a instalação de atividades produtivas e terciárias não incômodas, otimizando a


utilização da infraestrutura existente.

Art. 55 - A Macrozona de Consolidação Urbana subdivide-se em:

I - Zona Central;

II - Zona de Expansão Urbana 1;

III - Zona de Expansão Urbana 2;

IV - Zona de Desenvolvimento Diversificado 1;

V - Zona de Desenvolvimento Diversificado 2;

VI - Zona de Desenvolvimento Diversificado 3;

VII - Zona Residencial 1;

VIII - Zona Residencial 2;

IX - Zona de Desenvolvimento Industrial 1; e,

X - Zona de Desenvolvimento Industrial 2.

Seção II

Da Macrozona de Proteção Ambiental Leste

Art. 56 - A Macrozona de Proteção Ambiental Leste corresponde às áreas de


proteção do ambiente natural e de mananciais, e, estão compreendidas nas microbacias dos
córregos Paciência, Cristo e Bom Jardim, tendo por objetivos:

I - a preservação dos corpos hídricos e das nascentes;

31
II - a proteção dos recursos naturais e a sua utilização sustentável, nos limites da
legislação aplicável;

III – a adoção de mecanismos de compensação ambiental ou urbanística como


fonte de recursos destinados às ações de recuperação ambiental de acordo com Lei
Específica;

IV - a implantação de infraestrutura compatível com seu zoneamento; e,

Art. 57 - A Macrozona de Proteção Ambiental Leste subdivide-se em:

I - Zona de Conservação Ambiental Urbana;

II - Zona de Conservação Ambiental e Hídrica Urbana; e,

III - Zona Residencial 1.

Seção III

Da Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste e Turística

Art. 58 - A Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste e Turística correspondem


às áreas de proteção do ambiente natural e de proteção de mananciais, compreendendo a bacia
do Córrego do Moinho, tendo por objetivos:

I - a preservação dos corpos hídricos e das nascentes;

II - a proteção dos recursos naturais e a utilização sustentável dos mesmos;

III - a regulamentação a nível municipal do “Distrito Turístico Serra Azul”; e,

IV - Fomentar as atividades de turismo em todas suas segmentações presentes nesta


Macrozona, especialmente o turismo de negócios e eventos, turismo cultural,
turismo rural, ecoturismo, turismo de lazer, ciclo turismo e turismo gastronômico;

Art. 59 - A Macrozona de Proteção Ambiental Sudoeste e Turística subdivide-se


em:

I - Zona de Conservação Ambiental e Hídrica Rural; e,

II - Zona de Desenvolvimento Turístico e Lazer.

Seção IV

Da Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste

32
Art. 60 - A Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste corresponde às áreas de
proteção do ambiente natural, compreendendo a Bacia dos Córregos da Fazenda Santa Cândida
e parte da Bacia São Bento/Capela, tendo por objetivos:

I - a preservação dos corpos hídricos e das nascentes; e,

II - a proteção dos recursos naturais e a utilização sustentável dos mesmos;

Art. 61 - A Macrozona de Proteção Ambiental Noroeste subdivide-se em:

I - Zona de Conservação Ambiental e Hídrica Rural; e,

II - Zona Residencial 1.

CAPÍTULO II

DO ZONEAMENTO

Art. 62 - Por apresentar diferentes graus de uso e ocupação do solo, densidade,


níveis diversos de infraestrutura, saneamento e serviços públicos, os Zoneamentos se subdivide,
nos termos do Anexo II, em:

I - Zona Central;

II - Zona de Expansão Urbana 1;

III – Zona de Expansão Urbana 2;

IV – Zona de Desenvolvimento Diversificado 1;

V – Zona de Desenvolvimento Diversificado 2;

VI – Zona de Desenvolvimento Diversificado 3;

VII – Zona Residencial 1;

VIII – Zona Residencial 2;

IX – Zona de Desenvolvimento Industrial 1;

X - Zona de Desenvolvimento Industrial 2;

XI - Zona de Conservação Ambiental Urbana;

XII - Zona de Conservação Ambiental e Hídrica Urbana;

XIII - Zona de Conservação Ambiental e Hídrica Rural;

XIV - Zona de Desenvolvimento Turístico e Lazer;

XV - Zonas de Corredores; e,

XVI - Zonas de Especial Interesse.

33
Parágrafo Único - Nos casos em que um único imóvel se enquadra em 02 (duas)
zonas distintas, o zoneamento considerado para ocupação deste imóvel será o zoneamento
predominante em área territorial dentro do imóvel.

Seção I

Zona Central

Art. 63 - A Zona Central - ZC é caracterizada pela presença de residências,


comércio e serviços, com média densidade.

Parágrafo Único - Para efeitos dos próprios públicos municipais, em referido


zoneamento ficará a critério do Poder Executivo a ampliação ou edificação em suas
propriedades em até 12 (doze) pavimentos visando a inserção e/ou ampliação de equipamentos
públicos.

Art. 64 - São objetivos da Zona Central:

I – ampliar as atividades de comércio e serviços, implantando novos usos;

II – ampliar o uso e ocupação habitacional;

III – estimular a ocupação dos vazios urbanos;

IV – requalificar a paisagem;

V – valorizar o patrimônio cultural;

VI – estimular as atividades comerciais e de serviço ligadas ao turismo,


restaurantes, bares, qualificação do comércio varejista, centro cultural, praças e
teatro.

Seção II

Zona de Expansão Urbana “1”

Art. 65 - A Zona de Expansão Urbana “1” – ZEU 1 se caracteriza pelo uso


predominantemente residencial, pela presença de atividades econômicas diversas, distribuídas
em toda a zona, incluindo áreas com produção rural, com ocupação predominantemente
horizontal dispersa no território com média densidade.

Art. 66 - São objetivos da Zona de Expansão Urbana “1” - ZEU -1:

I - controlar e direcionar o adensamento construtivo, compatibilizando-o à


disponibilidade de infraestrutura;

II - ocupação dos vazios urbanos;

34
III - ocupação de média densidade; e,

IV - implantação de novos empreendimentos.

Seção III

Zona de Expansão Urbana “2”

Art. 67 - A Zona de Expansão Urbana “2” – ZEU 2, caracteriza-se pela presença


de pouca urbanização e infraestrutura instalada com baixa densidade, com potencial para
receber novos empreendimentos residenciais, comerciais e de serviços, conforme Anexo II.

Art. 68 - A Zona de Expansão Urbana “2” possui como objetivos:

I - ocupação dos vazios urbanos;

II - complementar e melhorar a infraestrutura;

III - criar novas centralidades, equipamentos e espaços públicos;

IV - conter a ocupação de áreas ambientalmente sensíveis;

VI - promover a manutenção da qualidade ambiental existente; e,

VII - conservar os recursos naturais.

Seção IV

Zona de Desenvolvimento Diversificado “1”

Art. 69 - A Zona de Desenvolvimento Diversificado “1” – ZDD -1 se caracteriza


pela concentração de moradias de média densidade com existência de coabitação em diversos
pontos da região e a presença de sistema viário bastante interrompido e o fechamento de ruas
públicas dentro dos loteamentos, além da transposição da ferrovia concentrada em passagens
subterrâneas subdimensionadas.

Art. 70 - São objetivos da Zona de Desenvolvimento Diversificado “1” – ZDD-1:

I – promover a ocupação dos vazios urbanos;

II – otimizar a infraestrutura existente com média densidade;

III – instalação de infraestrutura, área verde e equipamentos públicos;

IV – melhoria de acessos.

35
Seção V

Zona de Desenvolvimento Diversificado “2”

Art. 71 - A Zona de Desenvolvimento Diversificado “2” – ZDD -2 se caracteriza


pelos altos índices de densidade demográfica, predominantemente do uso residencial, ocupação
horizontal, com moradias de padrão popular, e pela presença de atividades econômicas diversas,
distribuídas em todo seu território, inclusive de indústrias de pequeno porte, inseridas em áreas
residenciais.

Art. 72 - A ZDD -2 têm por objetivos:

I – controlar e direcionar o adensamento construtivo, compatibilizando-o à


disponibilidade de infraestrutura;

II – ampliar os espaços verdes e de lazer;

III – requalificar a paisagem;

IV – estender a infraestrutura e o saneamento; e,

V – compatibilizar a instalação e manutenção de comércios, serviços e pequenas


indústrias.

Seção VI

Zona de Desenvolvimento Diversificado “3”

Art. 73 - A Zona de Desenvolvimento Diversificado “3” – ZDD - 3 caracteriza-se


pelo uso predominantemente residencial com a presença de diversas indústrias de médio e
grande porte localizadas prioritariamente nos corredores, com ocupação predominantemente
horizontal com alta densidade.

Art. 74 - A ZDD - 3 têm por objetivos:

I – controlar e direcionar o adensamento construtivo, compatibilizando-o à


disponibilidade de infraestrutura;

II – direcionar a ocupação para equipamentos de pequeno, médio e grande porte;

III – requalificar a paisagem; e,

IV – estender a rede de infraestrutura e saneamento.

Seção VII

Zona Residencial “1”

36
Art. 75 - A Zona Residencial “1”- ZR-1 é a área caracterizada pela presença de
loteamentos, condomínios e loteamentos fechados residenciais, que apresentam padrão de
ocupação com lotes predominantemente acima de 800 m² (oitocentos metros quadrados).

Art. 76 - A ZR-1 tem como objetivo:

I – manter o uso e as características dos empreendimentos já consolidados, todavia


passando a ser permitido o uso de comércios e serviços de pequeno porte, voltados
exclusivamente à demanda local, ressalvado outras disposições mais restritivas
condominiais ou associativas.

II - as atividades não residenciais poderão ser autorizadas para fins de


endereçamento postal, quando incompatível com o Zoneamento a qual se insere.

Seção VIII

Zona Residencial “2”

Art. 77 - A Zona Residencial “2” – ZR-2 é a área caracterizada pela presença de


loteamentos, condomínios e loteamentos fechados residenciais, que apresentam padrão de
ocupação com lotes predominantemente abaixo de 800m² (oitocentos metros quadrados).

Art. 78 - A ZR-2 tem como objetivo:

I – manter o uso e as características dos empreendimentos já consolidados, todavia


passando a ser permitido o uso de comércios e serviços de pequeno porte, voltados
exclusivamente à demanda local, ressalvado outras disposições mais restritivas
condominiais ou associativas.

II - as atividades não residenciais poderão ser autorizadas para fins de


endereçamento postal, quando incompatível com o Zoneamento a qual se insere.

Seção IX

Zona de Desenvolvimento Industrial 1

Art. 79 - A Zona de Desenvolvimento Industrial 1 – ZDI-1 caracteriza-se pela


existência de diversas indústrias de grande porte instaladas no Município.

Art. 80 - A ZDI-1 tem por objetivos:

I – garantir a ampliação da atividade industrial existente, dada a vocação para tal


uso decorrente da acessibilidade do local;

37
II – permitir a implantação de loteamentos e condomínios industriais adequados à
indústria de médio e pequeno porte, para otimizar e facilitar a logística industrial;
e,

III - permitir outros usos voltados exclusivamente à demanda local.

Seção X

Zona de Desenvolvimento Industrial 2

Art. 81 - A Zona de Desenvolvimento Industrial 2 – ZDI-2 caracteriza-se pela


localização privilegiada entre os eixos estruturais da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348),
Rodovia Miguel Melhado Campos (SP-324), Zona de Desenvolvimento Industrial e
proximidade ao “Distrito Turístico Serra Azul”.

Art. 82 - A ZDI-2 tem por objetivos:

I – garantir o desenvolvimento sustentável da área, sem causar danos às áreas


preservadas, evitando impactos ambientais;

II – receber a instalação de empreendimentos de baixo consumo hídrico e/ou alta


tecnologia;

III – permitir o uso industrial com critérios mais rígidos;

IV – recuperar as áreas de preservação permanente da Bacia do Córrego


Tico/Moinho; e,

V - permitir outros usos voltados exclusivamente à demanda local.

Seção XI

Zona de Conservação Ambiental Urbana

Art. 83 - A Zona de Conservação Ambiental Urbana – ZCA URBANA


caracteriza-se pela presença de nascentes, represas e corpos hídricos, de recursos naturais de
interesse ambiental, e, diversos fragmentos de mata nativa.

Art. 84 - A ZCA URBANA tem por objetivos:

I. Conservar e proteger, em conformidade à Lei Federal, Estadual e Municipal os


recursos naturais existentes;

II - Conservar e proteger o entorno das represas existentes bem como todas as áreas
de preservação permanente e de Reserva Legal;

III - Conservar o patrimônio natural, cultural e arquitetônico;

38
IV - Permitir ocupações, benéficas e facilitadoras à conservação do meio ambiente;

V - Permitir trilhas ecologicamente controladas para turismo ecológico; e

VI - Na implantação de empreendimentos, deverão ser destinados, no mínimo 40%


(quarenta por cento) da gleba, sendo 20% (vinte por cento) da área total da gleba
em Área Verde para preservação ambiental e 20% (vinte por cento) para uso
descrito na Resolução SIMA n.º 80, de 16 de outubro de 2020, ou pela norma que
vier a substituí-la.

Seção XII

Zona de Conservação Ambiental e Hídrica Urbana

Art. 85 - A Zona de Conservação Ambiental e Hídrica Urbana - ZCA HÍDRICA


URBANA caracteriza-se pela presença de nascentes, represas e corpos hídricos, de recursos
naturais de interesse ambiental, e, diversos fragmentos de mata nativa.

Art. 86 - A ZCA HÍDRICA URBANA tem por objetivos:

I. Conservar e proteger, em conformidade à Lei Federal, Estadual e Municipal os


recursos naturais existentes;

II - Conservar e proteger o entorno das represas existentes bem como todas as áreas
de preservação permanente e de Reserva Legal;

III - Conservar o patrimônio natural, cultural e arquitetônico;

IV - Permitir ocupações de baixa densidade, benéficas e facilitadoras à conservação


do meio ambiente;

V - Permitir trilhas ecologicamente controladas para turismo ecológico; e

VI - Na implantação de empreendimentos, deverão ser destinados, no mínimo 40%


(quarenta por cento) da gleba, sendo 20% (vinte por cento) da área total da gleba
em Área Verde para preservação ambiental e 20% (vinte por cento) para uso
descrito na Resolução SIMA n.º 80, de 16 de outubro de 2020, ou pela norma que
vier a substituí-la.

Seção XIII

Zona de Conservação Ambiental e Hídrica Rural

Art. 87 - A Zona de Conservação Ambiental e Hídrica - ZCA HÍDRICA RURAL


caracteriza- se por áreas com alta restrição à ocupação, como as cabeceiras dos córregos, por
recursos naturais de interesse ambiental e área de manancial.

39
Art. 88 - A ZCA HÍDRICA RURAL tem por objetivo:

I - Conservar e proteger, em conformidade à Lei Federal, Estadual e Municipal,


todos os recursos naturais existentes;

II - Conservar e proteger o entorno das represas existentes;

III - Conservar o patrimônio natural, cultural e arquitetônico;

IV - Buscar ocupações residenciais ou comerciais, benéficas e facilitadoras à


conservação do meio ambiente;

V - Permitir trilhas ecologicamente controladas para turismo ecológico;

VI - Conservar, proteger e garantir no mínimo 80% (oitenta por cento) da área


verde e permeável das glebas inseridas dentro de referida Zona.

Seção XIV

Zona de Desenvolvimento Turístico e Lazer

Art. 89 - A Zona de Desenvolvimento Turístico e Lazer – ZDTL possui vocação


para a implantação de equipamentos ligados ao turismo, esporte e lazer, compondo-se como
parte integrante do conglomerado do denominado “Distrito Turístico Serra Azul” criado pelo
Governo do Estado de São Paulo, nos termos do Decreto Estadual 66.273, de 29 de novembro
de 2021.

Art. 90 - A ZDTL tem por objetivo:

I – desenvolvimento da economia local;

II – expansão e qualificação da demanda turística;

III – valorização da cultura regional; e,

IV – preservação e conservação do meio ambiente.

Seção XV

Zonas De Corredores (ZCORs)

Art. 91 – As Zonas De Corredores, são zonas sobrepostas ao zoneamento primário


estabelecido, estão inseridas sobre o sistema viário existente ou a serem construídos, cuja
função é a adequação do uso das áreas lindeiras às vias, cujos parâmetros construtivos são
diferenciados, visando a utilização e ocupação diversificada definida na Zona, divididos nas
seguintes categorias:

40
I – Zona de Corredor Comercial;

II – Zona de Corredor Turístico e Lazer; e,

III – Zona de Corredor Vertical.

Art. 92 – A Zona de Corredor Comercial, definidos no Anexo XII, constituem-se


de áreas cujas características poderão exercer atividades com sobreposição de nível de
incomodidade e parâmetros permitidos para a zona a qual se insere.

Art. 93 – A Zona de Corredor Turístico e Lazer são aqueles definidos no anexo


XII, cujas características são a sobreposição da conexão entre a natureza e vivências com
culturas distintas do meio urbano, podendo haver atividades voltadas ao lazer, turismo,
agricultura e esporte.

Art. 94 – A Zona de Corredor Vertical são aqueles definidos no Anexo XIII,


podendo haver a verticalização, em até 8 (oito) pavimentos mais térreo, conforme parâmetros
urbanísticos estabelecidos na Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.

Seção XVI

Zonas de Especial Interesse (ZEI)

Art. 95 - As Zonas de Especial Interesse – ZEI’s são pequenas porções do território


vinhedense com características próprias ou destinação específica, submetida a normas especiais
de uso e ocupação do solo, disciplinadas em lei municipal, situadas em qualquer macrozona,
sobrepondo-se ao zoneamento, classificadas em:

I - Zona Especial de Interesse Social (ZEIS’s);

II - Zona Especial de Interesse Ambiental (ZEIA’s);

III - Zona Especial de Interesse Agrícola (ZEIAG’s);

IV - Zona Especial de Interesse Cultural (ZEIC’s);

§ 1º Ficam enquadrados como Zonas Especiais de Interesse – ZEI’s os perímetros


destacados nos mapas constantes dos Anexos IV e VII, integrantes desta Lei .

Subseção I

Zona Especial de Interesse Social (ZEIS)

41
Art. 96 - A Zona Especial de Interesse Social – ZEIS’s são porções do território
destinadas a garantir o acesso à moradia digna à população de baixa renda e à produção de
novas unidades de Habitação de Interesse Social - HIS e Habitação de Mercado Popular – HMP.

§ 1.º - Serão permitidos outros usos voltados exclusivamente à demanda local de


pequenos comércios e serviços de apoio às residências.

§ 2.º - A ZEIS descrita no caput deste artigo, têm seus parâmetros definidos no
Anexo XVII.

Subseção II

Zona Especial de Interesse Ambiental (ZEIA)

Art. 97 - A Zona Especial de Interesse Ambiental – ZEIA são porções do território,


públicas ou privadas, com a presença de remanescente vegetal nativo, áreas de preservação
permanente e de manancial hídrico, destinadas à proteção e recuperação da paisagem, do meio
ambiente e de seus mananciais, como formas garantidoras da produção de água no Município,
onde qualquer intervenção será objeto de análise, tendo por objetivos:

I - manutenção da biodiversidade;

II - manutenção da qualidade ambiental e paisagística da cidade;

III - criação de corredores ecológicos para a proteção da fauna e flora;

IV - quantidade e qualidade no abastecimento de água do Município;

V - contribuição para recarga de água do lençol freático do Município; e,

VI - oferecer áreas adequadas ao lazer da população.

Parágrafo Único - O Poder Público Municipal poderá criar mecanismos de


incentivo visando à preservação das áreas inseridas dentro da Zona Especial de Interesse
Ambiental – ZEIA.

Subseção III

Zona Especial de Interesse Agrícola (ZEIAG)

Art. 98 - A Zona Especial de Interesse Agrícola – ZEIAG são áreas destinadas à


produção agrícola de pequeno porte e/ou agricultura familiar, que poderão ser beneficiadas por
incentivos provenientes de políticas estabelecidas pela municipalidade, tendo por objetivos:

I - o fomento da agricultura e do turismo rural; e,

II - o desaparecimento das atividades agrícolas no Município.

§ 1.º - As áreas inseridas na ZEIAG poderão ter em suas propriedades, comércio


local com o intuito de apoiar a distribuição da produção.

42
§ 2.º - Os proprietários das áreas que tiverem interesse em gravar sua propriedade
como Zona de Especial Interesse Agrícola - ZEIAG, deverão o fazer mediante solicitação
própria, comprovando o efetivo exercício agrícola em sua propriedade.

Subseção III

Zona Especial de Interesse Cultural (ZEIC)

Art. 99 - A Zona Especial de Interesse Cultural – ZEIC são áreas formadas por
edifícios, sítios, ruínas e conjuntos de relevante expressão arquitetônica, histórica, cultural e
paisagística, tendo por objetivo:

I - a manutenção e preservação do patrimônio cultural do Município de Vinhedo;

§ 1º - Os imóveis ou áreas tombadas ou preservadas por legislação Municipal,


Estadual ou Federal, enquadram-se como ZEIC.

§ 2º - As áreas e construções inseridos na Zona Especial de Interesse Cultural –


ZEIC do Município de Vinhedo estão destacadas no mapa constante do Anexo VII.

CAPÍTULO III

DAS CENTRALIDADES

Art. 100 - As Centralidades, ou microcentros de adensamento, são pontos de


convergência de parcela da população, localizadas nos bairros, que diariamente circulam,
habitam e utilizam dos seu espaços, distinguindo-se pelo aglomerado de multifuncionalidade,
que constituem uma alternativa geográfica de comércio e serviço da cidade.

Art. 101 - As Centralidades consistem de áreas compartimentadas das zonas,


criadas com o intuito de permitir maior adensamento e a ampliação do comércio e serviço
urbano, através da compra de potencial construtivo, desde que a infraestrutura urbana, tanto de
malha viária quanto de capacidade de transporte público, esteja apta a suportar o aumento
populacional e de circulação de veículos e pessoas.

§ 1º - Os empreendimentos a serem construídos que gerarem impacto de


vizinhança, através de estudos de viabilidade técnica e EIV, deverão, como contrapartida,
realizar medidas compensatórias e mitigatórias.

§ 2º As áreas a serem adensadas, conforme o caput deste artigo, serão objeto de


mapeamento em legislação específica, e deverão ser contempladas na Lei de Parcelamento, Uso
e Ocupação do Solo.
§ 3º A compra de potencial construtivo de que dispõe o caput deste artigo será
totalmente destinada ao Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano - FUNDUR;

Seção I
Dos Polos de Fomento e Desenvolvimento - PFD

43
Art. 102 - Os Polos de Fomento e Desenvolvimento - PFD, caracterizado
exclusivamente pela Zona de Desenvolvimento Industrial 1 - ZDI-1 e Zona de Desenvolvimento
Industrial 2 - ZDI-2, são áreas passíveis de requalificação urbana, conforme previsto no art. 29
do Estatuto da Cidade, através de parâmetros urbanísticos, incentivos, contrapartidas, medidas
indutoras e aproveitamento de investimentos públicos e privados em equipamentos e
infraestrutura, conforme demandas necessárias ou existentes.

§ 1º - Os Polos de Fomento e Desenvolvimento - PFD tem o propósito de


estimular o desenvolvimento econômico e social da região, considerando as característica
urbanísticas existentes e do seu entorno.

§ 2º - A lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo estabelecerá critérios


urbanísticos para a implantação dos Polos de Fomento e Desenvolvimento, considerando,
dentre outros, a conectividade futura com o sistema viário e a infraestrutura urbana.

§ 3º - Para implantação dos Polos de Fomento e Desenvolvimento deverá ser


apresentado estudos técnicos e projetos urbanísticos que serão analisados e avaliados pela
Secretaria de Desenvolvimento Urbano, e se necessário por outros órgãos dentro do Poder
Executivo.

Art. 103 - A criação de novos Polos de Fomento e Desenvolvimento, poderão ser


autorizados pelo Poder Executivo mediante justificativa técnica e Lei específica, para atender a
implantação das seguintes demandas:

I - Centros de Logística e Tecnologia;


II - Complexos de Lazer e Hotelaria;
III - Centralidades;
IV - Polos Industriais.

CAPÍTULO IV

DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

Art. 104 - O território do Município será ordenado por meio do parcelamento, uso
e ocupação do solo, em suas diversas modalidades, deverá atender às funções econômicas e
sociais da cidade, sem ônus para o Município, compatibilizando desenvolvimento urbano,
sistema viário, meio ambiente, mobilidade, saneamento básico e demais serviços, abordando
minimamente:

I - articulação com a rede estrutural;

II - adensamento construtivo;

III - mescla da tipologia de uso e ocupação;

IV - construção de equipamento público e/ou doação de áreas;

44
V - recuperação dos recursos hídricos e ambientais.

§ 1.º - A lei de parcelamento, uso e ocupação do solo definirá diretrizes específicas


e parâmetros para implantação de novos projetos.

§ 2.º - Todas as modalidades de parcelamento do solo deverão atender aos


parâmetros urbanísticos definidos por legislações atinentes à matéria.

§ 3.º - Para novos empreendimentos realizados em glebas em que sua área total se
situe além das divisas territoriais deste Município, deverão referidos limites serem compostos
por sistema viário público de forma a caracterizar a divisa intermunicipal.

§ 4.º - Para efeitos do regramento quanto ao Parcelamento, Uso e Ocupação do


Solo do território municipal, deverá ser criado legislação específica em um prazo máximo de até
18 (dezoito) meses.

Art. 105 - Para efeitos do Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, assim como,
para consecução do desenvolvimento ordenado da cidade, consideram-se:

I - Gleba: São considerados glebas os terrenos com área superior a 10.000m2 (dez
mil metros quadrados) e que não resultaram de parcelamento do solo regular que
tenha destinado áreas públicas, de sistema de lazer e equipamentos urbanos ou
comunitários.

II - Lote: São considerados lotes os terrenos com área de até 10.000 m2 (dez mil
metros quadrados) e aqueles que, possuindo área maior, foram objeto de
parcelamento regular do solo com a destinação de áreas públicas, de sistema de
lazer e equipamentos urbanos ou comunitários.

III - Loteamento: divisão da gleba em lotes destinados à edificação, com abertura


de novas vias públicas de circulação de logradouros públicos, ou com
prolongamento, modificação ou ampliação das vias ou logradouros públicos
existentes;

IV - Desmembramento: a subdivisão de glebas em lotes destinados à edificação,


com aproveitamento do sistema viário público existente, desde que não implique a
abertura de novas vias e logradouros públicos, nem o prolongamento, modificação
ou ampliação dos já existentes, exceto as doações de área para alargamentos
definidos em diretrizes;

V - Condomínio urbanístico: divisão do imóvel em unidades imobiliárias


destinadas à edificação, às quais correspondem as partes que são propriedade
exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos, com as
respectivas frações ideais no solo e das áreas de uso comum dos condôminos,
sendo admitida a abertura de vias de domínio privado e vedada a abertura de vias
de circulação e de logradouros públicos internamente ao perímetro do condomínio;

VI - Condomínio de lotes por unidades imobiliárias: tipo de parcelamento do solo


resultante da subdivisão de lotes em unidades imobiliárias destinada à edificação,
mas não vinculadas a ela, onde as áreas de uso comum correspondem a frações
ideais e os serviços básicos são de responsabilidade e custeio dos condôminos,
devendo ocorrer conforme o disposto na Lei Federal nº Lei Federal nº 6.766/1979,
Lei Federal nº 10.406/2002, Lei Federal nº 4.591/1964, e demais legislações
pertinentes;

45
VII – Condomínio Edilício: São edificações ou conjuntos de edificações, de um ou
mais pavimentos, construídos sob a forma de unidades isoladas entre si, destinadas
a fins residenciais ou não-residenciais, e constituindo-se, cada unidade imobiliária,
por propriedade autônoma, podendo ser horizontal, vertical ou misto.

VIII - Plano Integrado de Parcelamento do solo (loteamento ou desmembramento)


ou parcelamento para implantação de Condomínio Urbanístico ou de Lotes:
modalidade em que a construção das edificações nos lotes ou nas unidades
autônomas é realizada concomitantemente às obras de urbanização do
parcelamento ou condomínio;

IX – Infraestrutura básica: corresponde às redes físicas de abastecimento de água


potável, coleta e disposição de esgotos sanitários, distribuição de energia elétrica e
sistema de manejo de águas pluviais, iluminação pública, pavimentação asfáltica,
guias e sarjetas, arborização e sinalização viária;

X - Infraestrutura complementar: rede de telefonia, fibra ótica e outras redes de


comunicação, rede de gás canalizado e outros elementos não contemplados na
infraestrutura básica;

XI - Área institucional: área pública resultante dos processos de parcelamento do


solo destinada à implantação de equipamentos urbanos ou comunitários, sendo que
a doação das áreas institucionais será calculada sobre o total de áreas parceláveis,
ou seja, descontadas da gleba a ser loteada, as áreas de preservação permanente e
outras áreas não parceláveis;

XII - Parcelamento de pequeno porte: o parcelamento de imóvel com área total de


até 10.000m2 (dez mil metros quadrados);

XIII - Sistema de lazer: percentual mínimo de 5% calculados sobre o total de no


mínimo de 20% da Área Verde a ser destinado para espaços públicos ou privados
nos casos de condomínios, com propósitos de recreação, lazer, melhoria da
qualidade ambiental urbana, reservados para implantação de parques, praças, pista
de caminhada/ciclovia e quadras esportivas, respeitando-se o regramento de cada
zoneamento descrito nesta Lei Complementar;

XIV - Área de Preservação Permanente (APP): área protegida urbana, urbana


consolidada ou rural, cobertas ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e
a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humana com índices e percentuais definidos
em legislação específica, respeitados os padrões mínimos esculpidos em legislação
federal;

XV - Área verde: área destinada a preservação de no mínimo 20% ou conforme


determinado pelo zoneamento, nos termos da Resolução SIMA 80/2020, ou
legislação que vier a substituí-la.

XVI – Desdobro: subdivisão de lote para a formação de 02 (dois) novos lotes, com
acesso direto para via pública oficial;

XVII – Unificação ou Remembramento: unificação das áreas de duas ou mais


glebas ou lotes para a formação de uma nova gleba ou lote;

XVIII – Vila: parcelamento de pequeno porte, caracterizado pela edificação de


unidades autônomas, às quais correspondem frações ideais das áreas de uso comum

46
dos condôminos, com abertura de via(s) interna(s) de acesso às unidades de
domínio privado;

XIX – Loteamento de Acesso Controlado: modalidade especial de loteamento


definida nos termos do §8.º do art. 2.º da Lei Federal n.º 6.766/1979, cujo controle
de acesso será autorizado pelo Poder Executivo;

XX - Ocupação Sustentável: é a implantação de empreendimentos que apresentam,


desde o projeto, interesse pela preservação e recuperação do meio ambiente que se
inserir, que a qualidade se sobreponha à quantidade, primando pela redução do uso
de matérias-primas e produtos, bem como, pelo aumento da reutilização e da
reciclagem, devendo tal medida se estender à execução da obra, incluindo a
diminuição e reaproveitamento dos resíduos da construção civil;

XXI – Contrapartida: índice estabelecido em contraprestação a ser aplicada em


obras ou pecúnia a ser definida pelo executivo quando da aprovação do
empreendimento conforme Lei Específica a ser elaborada.

XXII – Unidade Imobiliária: é o lote condominial, cuja área total, composta pela
junção da parte do terreno de propriedade exclusiva com a parte de terreno de
propriedade comum, atenda ao índice urbanístico definido em lei para a zona em
que se situe e que seja servida de infraestrutura básica;

XXIII - Áreas livres de uso público – área resultante do processo de parcelamento


do solo, compreendendo as áreas verdes e o sistema de lazer, no percentual mínimo
de 20% (vinte por cento) da área total a ser parcelada, dos quais no mínimo 5%
(cinco por cento) deverão ser destinados ao sistema de lazer;

XXV - Índice Urbanístico: são os parâmetros definidos para nortear o uso e


ocupação do solo no território do Município, sendo eles: taxa de ocupação,
coeficiente de aproveitamento, taxa de permeabilidade, quota de terreno ou outros
estabelecidos;

XXIV – Quota de terreno: disciplina o número máximo de unidades possíveis de


serem lançadas em um empreendimento, a partir da divisão do lote pelo valor da
quota determinada para cada zoneamento;

XXVI - Taxa de ocupação: área de projeção máxima ocupada pela(s)


edificação(ões) no lote ou gleba;

XXVII - Coeficiente de aproveitamento: área máxima a ser edificada em um lote


ou gleba; e,

XXVIII - Taxa de permeabilidade: área mínima permeável destinada à


permeabilidade do solo ou sistema equivalente (poço de absorção).

Seção I

Das Condicionantes

Art. 106 – As diretrizes para empreendimentos horizontais, verticais, loteamentos ou


condomínios de lotes, acima de 15 (quinze) unidades autônomas para uso residencial, ou para
construções comerciais, de serviços, ou industriais, acima de 1.000 m² (mil metros quadrados) e

47
ou com mais de 60 funcionários serão condicionadas mediante o atendimento de, no mínimo, as
seguintes diretrizes e critérios:

I – Garantir a reservação de água, não podendo prejudicar a quantidade ou a


qualidade, ou causar a redução da reservação existente, disponibilizando ao
empreendimento no mínimo 3 (três) dias de abastecimento para atender o consumo
próprio, independente do abastecimento público;

II – Disponibilizar no mínimo 3 (três) vezes o mesmo volume de água consumido


por dia pelo empreendimento ao sistema público de abastecimento, através de
interligação ao sistema público, a reservação ou mediante pagamento em pecúnia
ao Fundo Municipal de Saneamento – FMS a ser criado, de no mínimo nos termos
da fórmula a seguir: “VP = UN x NH x CD x PC x TB x K10”, sendo:

a) “VP” (valor de pecúnia)

b) “UN” (n.º de unidades)

c) “NH” (número de usuários) (considerar 04 pessoas/unidade habitacional)

d) “CD” (consumo diário por pessoa = 0,22 m³ (220 litros)

e) “PC” (período de 01 (um) ano de consumo)

f) “TB” (tarifário do metro cúbico da água cobrado pela SANEBAVI mensal)

g) “K10” (coeficiente).

III - Garantia de sustentabilidade de coleta e tratamento de cem por cento (100%)


do esgoto produzido atendendo as exigências legais, devendo haver o seu
necessário reuso e emissão em curso d’água a jusante da captação de água do
município;

IV - Todos os processos de escoamento superficial gerados pela implantação dos


arruamentos devem ser controlados nos terrenos da própria gleba parcelada ou
fracionada, de modo a evitar problemas de erosão, e assoreamento dos córregos
receptivos, represas de abastecimento e agravamento dos fenômenos de inundação;

V – Os sistemas de drenagem de águas pluviais deverão contemplar a captação,


bacias de percolação, condução e mecanismos de dissipação de energia nos pontos
de lançamento, assim como, mecanismos de máximo aproveitamento de recarga
hídrica benéfica ao lençol freático;

VI – deverá ser garantida a recuperação, recomposição e a preservação das faixas


de preservação permanente e a recuperação nas matas ciliares, devendo ser
elaborados planos de manejo que garantam a preservação e desenvolvimento do
ecossistema local;

VII – nas áreas consideradas de preservação permanente, não poderá haver


nenhuma interferência sem autorização prévia expedida pelos órgãos competentes;

48
VIII – deverá ser prevista forma de proteção e o equilíbrio ambiental da região,
instituindo-se a elaboração de programas de prevenção de incêndios, inclusive
criando faixas de transição (aceiro) ou acesso, ao uso urbano para efetuar a
segurança deste meio;

§1.º - Para atendimento do item II, a critério do empreendedor, será aceito o “valor
de pecúnia” em investimentos de obras no sistema público de abastecimento em:

a) Construção de novas represas;


b) Ampliação de represas existentes;
c) Investimento em redução de perdas do sistema de abastecimento que justifique o
aumento da disponibilidade da oferta hídrica;
d) Perfuração de poços;
e) Investimento em infraestrutura que permita maior captação de recurso hídrico;
f) Investimento em infraestrutura que permita maior capacidade de tratamento e
distribuição de água tratada; e,
g) Sistema de drenagem.

Seção II

Dos Usos Geradores de Incomodidade

Art. 107 - Para fins de determinação do grau de incomodidade, deverão ser


analisados o fator de complexidade (W), poluição sonora, poluição hídrica, geração de resíduos,
vibração, geração de tráfego e memorial de caracterização da atividade.

Art. 108 - O uso do solo terá sua hierarquia com base nos seguintes níveis de
incomodidade:

I - Usos Não Incômodos – abrangendo o uso residencial e as categorias não


residenciais com ele compatíveis;

II - Usos Incômodos Nível I – categorias de uso não residencial compatíveis com o


uso residencial;

III - Usos Incômodos Nível II – uso não residencial, cujo grau de incomodidade o
faz tolerável, se submetido a medidas mitigadoras;

IV - Usos Incômodos Nível III – uso não residencial, incluindo a atividade


industrial;

V - Usos Incômodos Nível IV – uso não residencial, de característica


predominantemente industrial, cujas atividades apresentam níveis de incomodidade
e nocividade incompatíveis com o uso residencial, restritas à Zona de
Desenvolvimento Industrial 1 e à Zona de Desenvolvimento Industrial 2.

49
Art. 109 - Os níveis de incomodidade serão medidos através de parâmetros
estabelecidos por Normas Técnicas Oficiais (NBRs) e Legislação Estadual.

Parágrafo único. A localização e os parâmetros de aferição dos níveis de


incomodidade estão estabelecidos no quadro constante do Anexo XVIII desta Lei
Complementar.

Art. 110 - A análise técnica do nível de incomodidade não dispensa a necessidade


de emissão de certidão do solo, manifestação ambiental e o licenciamento ambiental, nos casos
que a Lei os exigir, bem como aprovação do prédio, habite-se e respectivo alvará de
funcionamento.

Seção III

Dos Usos Geradores de Impacto de Vizinhança

Art. 111 - Os usos geradores de Impacto de Vizinhança são todos que possam
causar alteração significativa no ambiente natural ou construído, sobrecarregando na capacidade
de atendimento da infraestrutura básica.

Parágrafo Único – Para efeitos do disposto no caput do presente artigo, necessário


para a consecução da atividade, dos respectivos estudos de impacto de vizinhança e impacto
ambiental (quando necessário), regulados no âmbito deste território em legislação específica.

Art. 112 - São considerados geradores de impacto de vizinhança os seguintes tipos


de usos:

I – não residenciais com área construída igual ou superior a 2.000 m2 (dois mil
metros quadrados) e/ou com mais de 200 (duzentas) vagas de garagem;

II – postos de serviços com venda de combustíveis;

III – cemitérios;

IV – hotéis;

V – supermercados e hipermercados;

VI – shopping centers;

VII – terminais de passageiros;

VIII – garagens de veículos de carga;

IX – garagens de veículos de transportes de passageiros;

X – estações de tratamento de água, esgoto, resíduos e similares;

XI - presídios;

XII – universidades e faculdades;

50
XIII – casas de show;

XIV – centros culturais;

XV - empresas de transporte de valores;

XVI - empreendimentos imobiliários, acima de 1.000m², residenciais, comerciais,


industriais, mistos e de interesse social, horizontais ou verticais.

§1º - Excetua-se para efeito inciso I, deste artigo, as edificações erigidas nas Zonas
de Desenvolvimento Industrial 1 e 2.

§2º - Aplicam-se os efeitos do caput deste artigo, no caso de elevado adensamento


habitacional e usos não residenciais que demandem infraestrutura, equipamentos e serviços
públicos existentes.

§3º - Os templos religiosos no âmbito deste Município, poderão ser implantados


em todo o território, indistintamente, considerando para todos os efeitos o disposto no Anexo
XVII (Quadro dos Padrões de Incomodidade e Localização), assim como, Lei de Parcelamento,
Uso e Ocupação do Solo, Código de Obras e Edificações e demais normas complementares
previstas na Legislação Municipal e Estadual, ressalvado outras disposições mais restritivas
condominiais ou associativas.

Art. 113 - Os empreendimentos de Impacto de Vizinhança serão submetidos à


análise especial do órgão competente definido em lei.

TÍTULO IV

DA GESTÃO DEMOCRÁTICA E DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO


URBANO

CAPÍTULO I

DO SISTEMA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO, GESTÃO E CONTROLE

Art. 114 - A gestão democrática da cidade, direito da sociedade e essencial para a


concretização de suas funções sociais, será realizada mediante processo permanente,
descentralizado e participativo de planejamento, controle e avaliação, e será o fundamento para
a elaboração, revisão, aperfeiçoamento, implementação e acompanhamento do Plano Diretor
Participativo de Vinhedo.

Art. 115 - Além do Plano Diretor, fazem parte do Sistema Municipal de


Planejamento:

I - o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária;

II - o Programa de Metas, constante na Lei Orgânica do Município;

III - a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo;

51
IV - os planos setoriais de políticas urbano-ambientais;

V - Código de Obras e Edificações e demais normas complementares previstas;

VI - Código Ambiental;

VII - Plano de Mobilidade Urbana;

VIII - Lei de Instrumentos Urbanísticos

Parágrafo Único - As leis e planos citados no caput deverão observar as diretrizes


e prioridades estabelecidas nesta lei e no Estatuto das Cidades.

Art. 116 - O Executivo promoverá a adequação da sua estrutura administrativa,


quando necessário, para a incorporação dos objetivos, diretrizes e ações previstos nesta lei,
mediante a reformulação das competências de seus órgãos da administração direta.

Parágrafo Único - A participação dos munícipes em todo processo de


planejamento e gestão da cidade será baseada na plena informação, disponibilizada pelo
Executivo com a devida antecedência e de pleno acesso público, garantindo a transparência,
acesso à informação, a participação e os preceitos da gestão democrática.

Art. 117 - O Executivo promoverá a cooperação com municípios vizinhos e com


órgãos estaduais, visando formular políticas, diretrizes, planos, projetos e ações conjugadas
destinadas à superação de problemas setoriais ou regionais comuns, bem como firmar convênios
ou estabelecer consórcios para articulação com o Governo do Estado de São Paulo e o Governo
Federal, no gerenciamento e implementação de projetos urbanísticos, projetos de saneamento,
na aplicação conjunta de recursos e na regularização e administração das áreas remanescentes.

Art. 118 - O Sistema Municipal de Planejamento, Gestão e Controle (SMPGC),


institui estruturas e processos democráticos e participativos, que visam permitir o
desenvolvimento de um processo contínuo, dinâmico e flexível de planejamento, gestão e
controle da política urbana, mediante as seguintes diretrizes:

I - articulação entre o governo, sociedade civil, entidades e outros órgãos


governamentais;

II - reorganização administrativa;

III - manutenção do Sistema de Informações Municipais;

IV - manutenção de um processo permanente, dinâmico e atualizado, para o


monitoramento, avaliação e decisões sobre o desenvolvimento territorial;

V - adequação da gestão orçamentária às diretrizes do planejamento territorial.

Art. 119 - São objetivos do Sistema Municipal de Planejamento, Gestão e Controle


– SMPGC :

I - criar canais de participação da sociedade na gestão municipal da política urbana;

52
II - garantir eficácia à gestão, visando à melhoria da qualidade de vida;

III - instituir um processo permanente e sistematizado de detalhamento, atualização


e revisão do Plano Diretor;

IV - manutenção e aperfeiçoamento dos mecanismos de gestão e controle que


garantam a transparência das decisões sobre o território vinhedense.

Art. 120 - O Sistema Municipal de Planejamento, Gestão e Controle - SMPGC


atua nos seguintes níveis de:

I – formulação de estratégias, das políticas e de atualização do Plano Diretor


Participativo de Vinhedo - PDPV;

II – gerenciamento do Plano Diretor, de formulação e aprovação dos programas e


projetos para a sua implementação; e

III – monitoramento e controle dos instrumentos urbanísticos e dos programas e


projetos aprovados.

Art. 121 - O SMPGC articula os seguintes organismos e estruturas, como unidades


componentes constituintes:

I - Órgãos da Administração Direta e Indireta;

II - Sistema de Informações Municipais;

III - Conselho Municipal de Política Urbana - CMPU;

IV - Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMDEMA; e,

V - Conselho Municipal de Saneamento - CoMuSAN.

Parágrafo Único - Para efeitos deste artigo, serão editadas legislações e demais
atos normativos visando a criação, manutenção e/ou regulamentação dos respectivos Conselhos
e organismos pertencentes ao SMPGC, assim como, de seus respectivos Fundos Municipais
correspondentes.

Art. 122 - As atividades do SMPGC serão apoiadas pelas estruturas dos órgãos
integrantes do processo, que deverão contemplar especialmente as seguintes atividades:

I - apoio técnico de caráter interdisciplinar, com a finalidade de orientar ou realizar


os estudos e pesquisas necessários à execução da atividade de planejamento;

II - informações técnicas atinentes ao desenvolvimento urbano do Município;

III - planejamento urbano setorial vinculado à Administração Pública Municipal.

Art. 123 - São atribuições do Sistema Municipal de Planejamento, Gestão e


Controle – SMPGC:

53
I - elaborar e coordenar a execução integrada de planos, programas e projetos,
adequando o orçamento municipal às demandas do planejamento territorial;

II - viabilizar a realização dos planos, programas e projetos previstos no Plano


Diretor ou apontados pelo Conselho Municipal de Política Urbana - CMPU, através
do monitoramento da inserção prioritária dos mesmos nas discussões da Lei de
Diretrizes Orçamentárias - LDO, Orçamento Anual ou de outras formas de
financiamento;

III - informar e orientar acerca de toda e qualquer legislação relacionada ao


desenvolvimento territorial do Município;

IV - estabelecer fluxos permanentes de informação entre as suas unidades


componentes, a fim de facilitar o processo de decisão;

V – articular as tomadas de decisão de todas as unidades componentes do Sistema,


estabelecendo atribuições para cada uma na realização das ações planejadas;

VI – coordenar a aplicação da legislação do Município atinente ao


desenvolvimento territorial, estabelecendo interpretação uniforme;

VII - monitorar a aplicação do PDPV, através de indicadores, com vistas à plena


realização dos objetivos nele previstos;

VIII – acompanhar as atividades de controle urbano, verificando e monitorando a


aplicação das diretrizes de uso, ocupação e parcelamento do solo na relação com os
objetivos de desenvolvimento urbano-territorial do Município;

IX - promover, a cada gestão administrativa de 2 (dois) anos do SMPGC, uma


Conferência Municipal de Avaliação do Plano Diretor, sendo que a primeira deverá
ocorrer no terceiro ano após a publicação desta Lei.

Art. 124 - A Secretaria de Desenvolvimento Urbano responderá pelo planejamento


e desenvolvimento territorial do Município, bem como pelo gerenciamento do Sistema
Municipal, competindo-lhe:

I - implementar as diretrizes do desenvolvimento territorial, planejar e ordenar o


uso e ocupação do solo do Município, através da elaboração, monitoramento e
revisão de planos, programas e projetos, visando a sua permanente atualização;

II - coordenar o controle de uso, ocupação e parcelamento do solo, articuladamente


com as Secretarias Municipais envolvidas, subsidiada por Comissões Técnicas
formadas por membros do governo e de entidades técnicas pertinentes;

III - gerenciar e organizar o banco de informações essenciais ao processo de


desenvolvimento territorial do Município, proporcionando a interligação dos dados
ao Comitê de Tecnologia da Informação e Comunicação – CTIC.

IV - gerenciar a normatização e regulamentações necessárias ao planejamento


urbano e territorial;

V - articular políticas e ações com os demais órgãos municipais e com outros


organismos governamentais e não governamentais, estabelecendo formas de
integração entre os participantes do SMPGC;

54
VI - implementar programas e projetos através da aplicação dos instrumentos de
ordenação do solo urbano e da promoção de convênios ou acordos públicos e/ou
privados;

VII – elaborar anualmente relatório de gestão do exercício e plano de ação para o


próximo período a fim de submetê-lo ao CMPU e enviá-lo à Câmara Municipal,
dando publicidade ao mesmo através de publicação em jornal de maior circulação
no Município.

VIII - Controlar e ordenar o uso e a ocupação do solo de forma a garantir que se


atenda às diretrizes e objetivos desta lei, para tanto terá por competência a
aprovação de novos empreendimentos no município desde a emissão de diretrizes à
aprovação dos projetos.

Art. 125 - Para dar suporte às decisões técnico-administrativas do Sistema


Municipal de Planejamento, Gestão e Controle – SMPGC serão utilizadas as Comissões
Técnicas vinculadas à sua estrutura, com características diferenciadas segundo seu objeto:

I - Comissões Específicas - integradas por diversos órgãos da Administração


Municipal, tendo por atribuições o exame e deliberação de matérias relativas aos
empreendimentos objeto de Projetos Especiais; e,

II - Comissões de Análise Urbanística e Gerenciamento - de caráter permanente,


integradas por órgãos da Administração Municipal, com a atribuição de analisar os
projetos de parcelamento do solo, regularização fundiária e projetos de Habitação
de Interesse Social – HIS, Estudos Prévios e Relatórios Finais de Vizinhança e
Ambiental.

CAPÍTULO II

DAS INSTÂNCIAS E INSTRUMENTOS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR

Art. 126 - Para garantir a gestão democrática, fica definido no presente Plano
Diretor Participativo suas instâncias e instrumentos de participação popular e controle social que
dão protagonismo à sociedade civil no planejamento e gestão da política de desenvolvimento
urbano da cidade, além de formas de integração com os instrumentos orçamentários do
Município.

Parágrafo Único - Para efeitos deste capítulo, serão editadas legislações e demais
atos normativos visando a criação, manutenção, composição, e demais regulamentações dos
respectivos Conselhos, organismos e instrumentos de participação popular pertencentes ao
SMPGC, assim como, de seus respectivos Fundos Municipais correspondentes.

Seção I

Dos Órgãos da Administração Direta e Indireta

55
Art. 127 - A Administração Pública é dividida em administração direta e indireta.
A administração direta é composta pelos órgãos diretamente ligados ao Município, enquanto a
administração indireta é feita por órgãos descentralizados e autônomos, mas sujeitos ao controle
do Estado.

Art. 128 - A Administração Pública direta e indireta do Município de Vinhedo,


bem como as ações do Governo Municipal, em obediência aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, se orientarão no sentido de
desenvolvimento do Município e de aprimoramento dos serviços prestados à população,
mediante planejamento de suas atividades.

Art. 129 - Os órgãos da Prefeitura Municipal de Vinhedo, diretamente


subordinados ao Chefe do Executivo, serão agrupados em:

I - Órgãos de assessoramento: com a responsabilidade de assessorar o Prefeito e


dirigentes de alto nível hierárquico no planejamento, organização,
acompanhamento e controle dos serviços municipais;

II - Órgãos auxiliares: aqueles que executam tarefas administrativas e financeiras


com a finalidade de apoiar os demais na consecução de seus objetivos
institucionais;

III - Órgãos de Administração específica: aqueles que têm a seu cargo a execução
dos serviços considerados finalísticos da Administração Municipal.

Seção II

Do Sistema de Informações Municipais

Art. 130 - O Sistema de Informações Municipais – SIM é o instrumento de acesso


aos elementos necessários ao planejamento e à avaliação da política urbana, subsidiando
decisões, tendo por finalidade:

I - produzir e organizar informações gerais e de caráter técnico necessárias à


atividade de planejamento, monitoramento, implementação e avaliação da política
urbana, subsidiando a tomada de decisões ao longo do processo;

II - cumprir a função de comunicação com a sociedade, disponibilizando, de forma


clara as informações relativas à gestão da política urbana do Município, através da
página eletrônica da Prefeitura.

Parágrafo Único - Para efeitos do caput, deste artigo, deverá ser mantido um
banco de dados e informações, permanentemente atualizado, com indicadores sociais, culturais,
econômicos, financeiros, patrimoniais, administrativos, físico-territoriais, inclusive
cartográficos, ambientais, imobiliários e outros de relevante interesse para o Município,
progressivamente geo-referenciados em meio digital.

Art. 131 - O Sistema de Informações Municipais deverá obedecer aos princípios:

56
I - da simplificação, economicidade, eficácia, clareza, precisão e segurança,
evitando-se a duplicação de meios e instrumentos para fins idênticos;

II - da democratização, publicidade e disponibilização das informações, em


especial as relativas ao processo de implementação, controle e avaliação do PDPV.

Seção III

Do Conselho Municipal de Política Urbana

Art. 132 - O Conselho Municipal de Política Urbana – CMPU, órgão de integração


do Sistema Municipal de Planejamento, Gestão e Controle – SMPGC, tem por finalidade
formular políticas, planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano, competindo- lhe:

I - acompanhar a aplicação da legislação municipal relativa ao planejamento e


desenvolvimento territorial;

II - propor e opinar sobre a atualização, complementação, ajustes e alterações do


PDPV;

III - discutir e deliberar sobre soluções as omissões e contradições da legislação


urbanística municipal propostas pelas comissões técnicas;

IV - promover, através de seus representantes, debates sobre os planos e projetos


que incidam nas zonas ou bairros da cidade;

V - propor, discutir e emitir pareceres sobre os planos e projetos relativos ao


desenvolvimento territorial do município;

VI - receber e encaminhar para discussão matérias oriundas de setores da sociedade


que sejam de interesse coletivo;

VII - propor ao SMPGC a elaboração de estudos sobre questões que entender


relevantes;

VIII - instalar comissões para assessoramento técnico compostas por integrantes do


CMPU, podendo-se valer de órgãos componentes do SMPGC, bem como de
colaboradores externos;

IX - promover o acompanhamento de políticas setoriais integradas que tenham


relação com o desenvolvimento territorial do município;

X - apreciar e encaminhar projetos de empreendimentos de impactos significativos,


bem como indicar medidas compensatórias, mitigadoras e alterações que entender
necessárias, sem prejuízo das demais aprovações previstas na legislação;

XI - propor a programação de investimentos com vistas a assessorar a implantação


de políticas de desenvolvimento territorial para o Município;

XII - gerir recursos advindos dos instrumentos de política urbana e do Fundo


Municipal de Desenvolvimento Territorial;

57
XIII - aprovar e acompanhar a implementação das Operações Urbanas
Consorciadas;

XIV - investigar a ocorrência de descumprimento do Plano Diretor e leis correlatas;

XV - informar ao Ministério Público e demais autoridades sobre a ocorrência de


infrações ao Plano Diretor e leis correlatas;

XVI - debater e encaminhar propostas sobre os relatórios anuais de Gestão da


Política Urbana enviados pelo Executivo Municipal;

XVII - debater e encaminhar propostas sobre plano de atualização,


complementação e/ou disponibilização das informações do Sistema Municipal de
Informações enviados pelo Executivo Municipal;

XVIII - convocar, organizar e coordenar as conferências e assembléias territoriais;

XIX - convocar audiências públicas;

XX - elaborar relatório anual de suas atividades e publicizá-lo;

XXI – monitorar e garantir a implementação dos projetos e programas especiais.

Seção IV

Do Conselho Municipal de Meio Ambiente

Art. 133 - O Conselho Municipal de Meio Ambiente - CONDEMA, órgão


colegiado deliberativo e consultivo de integração do Sistema Municipal de Planejamento,
Gestão e Controle – SMPGC, tem por finalidade, assessorar, estudar e propor ao Poder Público
Municipal de Vinhedo as diretrizes da política municipal para o meio ambiente e os recursos
naturais, competindo- lhe:

I - estudar e propor ao Poder Público Municipal de Vinhedo, as diretrizes das


políticas municipais para o meio ambiente e os recursos naturais;

II - estabelecer as normas, critérios e padrões relativos ao controle, à manutenção e


à melhoria da qualidade ambiental, observadas as legislações federal e estadual e
municipal;

III - acolher denúncias da população, referentes a infrações à legislação de proteção


ambiental, diligenciando pela sua apuração junto aos órgãos competentes, podendo
convidar pessoas e convocar funcionários municipais a prestar esclarecimentos por
escrito, após aprovado pelo plenário;

IV - informar à comunidade e aos órgãos competentes, federal, estadual e


municipal, sobre a existência de áreas degradadas ou ameaçadas de degradação,
após análise técnica, propondo medidas técnicas e objetivas para a sua recuperação
e conservação;

V - propor, analisar e celebrar convênios, contratos e acordos com entidades


públicas e privadas de pesquisas e de atividades ligadas à defesa ambiental;

58
VI - submeter à apreciação do Poder Público Municipal, propostas referentes à
concessão de incentivos e benefícios fiscais e financeiros, visando à melhoria da
qualidade ambiental;

VII - estabelecer, mediante proposta sugestiva ao Poder Público Municipal, normas


e critérios para o licenciamento de atividades potencialmente poluidoras, a ser
concedido pelo Município, conforme legislação específica;

VIII - deliberar sobre a homologação de acordos visando à transformação de


penalidades pecuniárias em obrigação de executar medidas para proteção,
recuperação ou melhoria ambiental;

IX - fazer proposta ao Poder Público Municipal para alterar a presente legislação,


sempre que necessário;

X – responder a consultas sobre matéria de sua competência;

XI - assessorar o Poder Público, sempre que solicitado;

XII - propor diretrizes para a implantação da Política Municipal de Recursos


Hídricos;

XIII - emitir parecer consultivo sobre a Política de Meio Ambiente, formulada pelo
Executivo, à luz do conceito de desenvolvimento sustentável e em consonância
com as legislações vigente, oferecendo contribuições para o seu aperfeiçoamento;

XIV - emitir parecer consultivo sobre planos, programas e projetos intersetoriais,


regionais e locais, de desenvolvimento do Município em bases de equilíbrio social
e ecológico e oferecer contribuições para o seu aperfeiçoamento;

XV - propor diretrizes para a conservação e recuperação do patrimônio ambiental


do Município, em especial dos recursos naturais;

XVI - fornecer subsídios técnicos para esclarecimentos relativos à defesa do meio


ambiente aos vários setores da comunidade;

XVII - promover seminários, encontros técnicos, debates e outras discussões


pertinentes à esfera ambiental;

XVIII - propor e contribuir para a realização de campanhas de conscientização aos


problemas ambientais;

XIX - pronunciar-se sobre os atos do poder público, no âmbito do Município de


Vinhedo, quanto à observação da legislação ambiental;

XX - manter intercâmbio com entidades oficiais e privadas de pesquisa e demais


atividades voltadas à defesa do Meio Ambiente;

XXI - deliberar sobre Estudos Prévios de Impacto Ambiental (EPIA), Estudos e


Relatórios de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) e sobre quaisquer outros planos,
estudos e relatórios sempre que exigidos pela legislação municipal, estadual e
federal, quando couber;

XXII – sempre que suscitado, elaborar parecer consultivo, relativo à concessão de


licença ambiental a empreendimentos e atividades de impacto local ou regional,
quando couber e daqueles a serem delegados por instrumentos legais, ouvidos os
órgãos competentes das demais esferas do governo;

59
XXIII - apreciar parecer técnico do órgão ambiental do município e julgar-se
incompetente nos casos em que seja de responsabilidade do IBAMA ou da
Secretaria Estadual de meio Ambiente o licenciamento ambiental;

XXIV - deliberar sobre a aplicação dos recursos do Fundo Municipal do Meio


Ambiente;

Seção V

Do Conselho Municipal de Saneamento

Art. 134 - O Conselho Municipal de Saneamento - CoMuSAN, órgão de


integração do Sistema Municipal de Planejamento, Gestão e Controle – SMPGC, de caráter
consultivo e deliberativo, no que couber, responsável por propor, acompanhar, fiscalizar, gerir
os recursos e promover as ações voltadas ao Saneamento e aos Recursos Hídricos Municipal,
integra as políticas públicas, orientando as ações futuras dos setores público e privado nas
adequações da estrutura urbana de saneamento, competindo-lhe:

I - acompanhar a aplicação da legislação municipal relativa ao saneamento


territorial;

II - propor e opinar sobre a atualização, complementação, ajustes e alterações no


Plano de Saneamento;

III - discutir e deliberar sobre soluções as omissões e contradições da legislação


urbanística municipal propostas pelas comissões técnicas;

IV - promover, através de seus representantes, debates sobre os planos e projetos de


saneamento dos bairros da cidade;

V - propor, discutir e emitir pareceres sobre os planos e projetos relativos ao


saneamento;

VI - receber e encaminhar para discussão matérias oriundas de setores da sociedade


que sejam de interesse coletivo;

VII - propor a elaboração de estudos sobre questões, ligadas ao saneamento, que


entender relevantes;

VIII - instalar comissões técnicas para assessoramento, compostas por integrantes


do Conselho, podendo-se valer de órgãos componentes do poder público, bem
como de colaboradores externos;

IX - promover o acompanhamento de políticas setoriais integradas que tenham


relação com o desenvolvimento territorial do município;

X - apreciar e encaminhar projetos de empreendimentos de impactos significativos,


bem como indicar medidas compensatórias, mitigadoras e alterações que entender
necessárias, sem prejuízo das demais aprovações previstas na legislação;

XI - propor a programação de investimentos com vistas a assessorar a implantação


de políticas de desenvolvimento territorial para o Município;

XII - gerir recursos advindos dos instrumentos de política urbana e do Fundo


Municipal de Saneamento e de Recursos Hídricos;

60
XIII - investigar a ocorrência de descumprimento do Plano Municipal de
Saneamento e de Recursos Hídricos;

XIV – promover a integralização e a universalização dos sistemas de captação,


tratamento, distribuição de água tratada e a coleta e tratamento do esgotamento
sanitário da cidade em comprimento ao novo marco do Saneamento, Lei nº 14.026,
de 15 de julho de 2020;

XV - informar ao Ministério Público e demais autoridades sobre a ocorrência de


infrações ao Plano Municipal de Saneamento e leis correlatas;

XVI - debater e encaminhar propostas sobre plano de atualização, complementação


e/ou disponibilização das informações do Sistema Municipal de Informações
enviados pelo Executivo Municipal;

XVII - convocar, organizar e coordenar as conferências e assembléias territoriais;

XVIII- convocar audiências públicas;

XIX - elaborar relatório anual de suas atividades e publicizá-lo;

XX – monitorar e garantir a implementação dos projetos e programas especiais.

Seção VI

Dos Instrumentos de Democratização da Gestão

Art. 135 - Os instrumentos de democratização da gestão da política urbana, que


viabilizarão a participação social da população, dar-se-ão mediante as seguintes instâncias:

I - conferência municipal de política urbana;

II - assembléias territoriais de política urbana;

III - audiências públicas;

IV - iniciativa popular de projetos de lei, de planos, programas e projetos de


desenvolvimento urbano;

V - conselhos municipais relacionados à política urbana, meio ambiente e


saneamento básico.

CAPÍTULO III

DOS INSTRUMENTOS URBANÍSTICOS

Art. 136 - Para o planejamento, controle, gestão e promoção do desenvolvimento


urbano, são passíveis de aplicação pelo Município de Vinhedo, dentre outros, os instrumentos
de política urbana que forem necessários, notadamente aqueles previstos na Lei Federal nº
10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade e em consonância com as diretrizes
contidas na Política Nacional do Meio Ambiente, tais como:

61
I - disciplina do parcelamento, uso e da ocupação do solo;

II - gestão orçamentária;

III - planos regionais;

IV - planos de Centralidades;

V - planos de Desenvolvimento Urbano - PDUrb;

VI - programas e projetos elaborados em nível local;

VII - Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU progressivo


no tempo;

VIII - contribuição de melhoria;

IX - incentivos e benefícios fiscais e financeiros;

X - desapropriação;

XI - servidão e limitações administrativas;

XII - tombamento e inventários de imóveis, conjuntos urbanos, sítios urbanos ou


rurais, acompanhados da definição das áreas envoltórias de proteção e instituição
de zonas especiais;

XIII - concessão urbanística;

XIV - concessão de direito real de uso;

XV - concessão de uso especial para fins de moradia e de interesse fundiário;

XVI - parcelamento, edificação ou utilização compulsórias;

XVII - consórcio imobiliário;

XVIII - direito de superfície;

XIX - usucapião especial de imóvel urbano;

XX - direito de preempção;

XXI - outorga onerosa do direito de construir e de alteração de uso;

XXII - transferência do direito de construir;

XXIII - operações urbanas consorciadas;

XXIV - regularização fundiária;

XXV - assistência técnica e jurídica gratuita para as comunidades e grupos sociais


menos favorecidos;

XXVI - referendo popular e plebiscito;

XXVII - negociação e acordo de convivência;

XXVIII - licenciamento ambiental de pequeno potencial poluidor;

XXIX - avaliação dos impactos ambientais;

62
XXX - Termo de Compromisso de Compensação Ambiental;

XXXI - Termo de Ajustamento de Conduta;

XXXII - Plano de Municipal de Mobilidade, Circulação e Transportes;

XXXIII - estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;

XXXIV - incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou


absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;

XXXV - criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder


Público Municipal, tais como áreas de proteção ambiental e reservas ecológicas;

XXXVI - Zoneamento Ambiental;

XXXVII - demarcação urbanística para fins de regularização urbanística e


fundiária;

XXXVIII - legitimação de posse.

Parágrafo Único - O Poder Executivo deverá providenciar a regulamentação dos


referidos instrumentos em legislações específicas, no prazo máximo de 180 dias, a partir da
aprovação e promulgação desta Lei Complementar, sendo que no presente capítulo será
elencado em suas seções, diretrizes gerais da parcela de instrumentos com maior relevância no
âmbito do planejamento urbano territorial.

Seção I

Dos Instrumentos Indutores do Uso Social Da Propriedade

Art. 137 - O Executivo, na forma da Lei, poderá exigir do proprietário do solo


urbano não edificado, subutilizado, ou não utilizado, que promova seu adequado
aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;

II - Imposto Predial e Territorial Urbano progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública.

Seção II

Do Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsória

Art. 138 - As áreas de aplicação de parcelamento, edificação ou utilização


compulsória serão fixadas por Lei específica, compreendendo imóveis não edificados,
subutilizados, ou não utilizados, para os quais os respectivos proprietários serão notificados a
dar melhor aproveitamento de acordo com este Plano Diretor em prazo determinado, sob pena
de sujeitar-se ao IPTU progressivo no tempo e à desapropriação com pagamento em títulos,
conforme disposições da Lei Federal n° 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade.

63
§ 1º - Fica facultado aos proprietários dos imóveis de que trata este artigo propor ao
Executivo o estabelecimento de Consórcio Imobiliário, conforme disposições do artigo 46 da
Lei Federal citada no caput deste artigo.

§ 2º - É considerado solo urbano não utilizado todo tipo de edificação desocupada


há mais de cinco anos, ressalvados os casos em que a desocupação decorra de impossibilidades
jurídicas ou resultantes de pendências judiciais incidentes sobre o imóvel.

§ 3º - Os Planos de Desenvolvimento Urbano - PDUrb, baseados neste Plano


Diretor poderão incluir novas áreas de parcelamento, edificação e utilização compulsórios.

§ 4º - No caso das Operações Urbanas Consorciadas, as respectivas Leis poderão


determinar regras e prazos específicos para a aplicação do parcelamento, edificação e utilização
compulsórios.

§ 5º - Os imóveis nas condições a que se referem a este artigo serão identificados e


seus proprietários notificados.

§ 6º - Os proprietários notificados deverão, no prazo máximo de dois anos a partir


do recebimento da notificação, protocolizar pedido de aprovação e execução de parcelamento ou
edificação.

§ 7° - Os parcelamentos e edificações mencionados no parágrafo anterior deverão


ser iniciados no prazo máximo de dois anos a contar da aprovação do projeto.

Seção III

Do Imposto Predial e Territorial Progressivo

Art. 139 - No caso de descumprimento das etapas e dos prazos estabelecidos no


capítulo anterior, o Município aplicará alíquotas progressivas de IPTU, majoradas anualmente,
pelo prazo de cinco anos consecutivos até que o proprietário cumpra com a obrigação de
parcelar, edificar ou utilizar conforme o caso, com sua gradação anual das alíquotas
progressivas e a aplicação deste instituto definidos em legislação própria.

Seção IV

Da Desapropriação com Pagamento em Título da Dívida Ativa

Art. 140 - Decorridos os cinco anos de cobrança do IPTU progressivo no tempo


sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação e utilização, o
Município poderá proceder a desapropriação do imóvel com pagamento em títulos da dívida
pública.

Parágrafo único – Será criado pelo Poder Executivo, Lei baseada no artigo 8º da
Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 - Estatuto da Cidade estabelecerá as condições
para aplicação deste instituto.

Seção V

64
Do Direito de Preempção

Art. 141 - O Município exercerá o Direito de Preempção para aquisição de imóvel


objeto de alienação onerosa entre particulares, desde que o Poder Público dele necessite para:

I - regularização fundiária;

II - execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;

III - constituição de reserva fundiária;

IV - ordenamento e direcionamento da ocupação urbana;

V - implantação de equipamentos urbanos e comunitários;

VI - criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;

VII - criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse


ambiental e hídrico;

VIII - proteção de áreas de interesse histórico, arqueológico, cultural, ambiental ou


paisagístico.

Parágrafo Único - Para efeitos deste artigo, as áreas de preempção serão as


definidas em Lei municipal, delimitando-as e fixando prazo de vigência.

Art. 142 - O Direito de Preempção poderá incidir sobre áreas, definidas em


legislação específica.

§ 1º - O prazo de vigência não será superior a cinco anos, renovável a partir de um


ano após o decurso do prazo inicial.

§ 2º - O Direito de Preempção fica assegurado ao Município, durante a vigência do


prazo fixado no parágrafo anterior ou em Lei específica, independentemente do número de
alienações referentes ao imóvel.

Seção VI

Do Direito de Superfície

Art. 143 - O Município poderá receber em concessão, diretamente ou por meio de


seus órgãos, empresas ou autarquias, o direito de superfície, nos termos da legislação em vigor,
para viabilizar a implantação de diretrizes constantes desta Lei, inclusive mediante a utilização
do espaço aéreo e subterrâneo.

Parágrafo Único - Este instrumento poderá ser utilizado onerosamente pelo


Município também em imóveis integrantes dos bens dominiais do patrimônio público,
destinados à implantação das diretrizes desta Lei.

Seção VII

65
Da Transferência do Direito de Construir

Art. 144 - A Transferência do Direito de Construir, também denominada


Transferência de Potencial Construtivo, é a autorização expedida pelo Município ao proprietário
do imóvel urbano, privado ou público, para edificar em outro local, ou alienar mediante
escritura pública o potencial construtivo não utilizado de determinado lote ou gleba, quando este
for considerado necessário para:

I - implantação de equipamentos urbanos e comunitários;

II - preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico, ambiental,


paisagístico, social ou cultural;

III - servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas


por população de baixa renda e habitação de interesse social

§ 1º - A mesma faculdade poderá ser concedida ao proprietário que doar ao Poder


Público seu imóvel, ou parte dele, para os fins previstos nos incisos I a III do caput.

§ 2º - A Lei municipal específica estabelecerá as condições relativas à aplicação da


transferência do direito de construir ou transferência de potencial construtivo não utilizado,
resguardando a condição de haver infraestrutura adequada e implantada no local pretendido para
recebê-lo.

Seção VIII

Da Outorga Onerosa do Direito de Construir

Art. 145 - A Outorga Onerosa do Direito de Construir é a concessão emitida pelo


Município de ampliação do coeficiente de aproveitamento básico adotado ou de alteração de
uso, mediante contrapartida prestada pelo beneficiário, conforme prevista nos artigos 28 a 31 da
Lei Federal 10.257 - Estatuto da Cidade.

Art. 146 - A Lei municipal específica estabelecerá as condições a serem


observadas para a Outorga Onerosa do Direito de Construir e de Alteração de Uso,
determinando:

I - a fórmula de cálculo para a cobrança;

II - a contrapartida do beneficiário;

III - os casos passíveis de isenção do pagamento de outorga.

Art. 147 - Os recursos auferidos com a adoção da Outorga Onerosa do Direito de


Construir e de Alteração de Uso serão encaminhados ao Fundo Municipal de Desenvolvimento
Urbano, ou a outros fundos municipais, conforme determinar a lei específica mencionada na
presente seção e em obediência às disposições da Legislação Federal, aplicados com as
seguintes finalidades:

66
I. regularização fundiária;

II. execução de programas e projetos habitacionais de interesse social;

III. constituição de reserva fundiária;

IV. ordenamento e direcionamento da expansão urbana;

V. implantação de equipamentos urbanos e comunitários;

VI. criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;

VII. criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse


ambiental e hídrico;

VIII. proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico.

Seção IX

Do Consórcio Imobiliário

Art. 148 - O Poder Executivo Municipal poderá receber, por transferência, imóveis
que, a requerimento dos seus proprietários, lhe sejam oferecidos como forma de viabilização
financeira do melhor aproveitamento.

§ 1º - O Município poderá promover o aproveitamento do imóvel que receber por


transferência nos termos deste artigo, direta ou indiretamente, mediante concessão urbanística
ou outra forma de contratação legalmente prevista.

§ 2º - O proprietário que transferir seu imóvel para o Município nos termos deste
artigo receberá como pagamento unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas.

§ 3º - O valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao proprietário será


correspondente ao valor do imóvel antes da execução das obras.

§ 4º - O valor real da indenização deverá:

I - refletir o valor da base de cálculo atualizada do Imposto Predial e Territorial


Urbano, descontado o montante incorporado em função das obras realizadas, direta
ou indiretamente, pelo Poder Público, na área onde o mesmo se localiza;

II - excluir do seu cálculo expectativas de ganhos, lucros cessantes e juros


compensatórios.

§ 5º - O disposto neste artigo aplica-se tanto aos imóveis sujeitos à obrigação legal
de parcelar, edificar ou utilizar nos termos desta Lei, quanto àqueles por ela não abrangidos, mas
necessários à realização de intervenções urbanísticas definidas em legislação específica.

Seção X

Do Estudo de Impacto de Vizinhança

67
Art. 149 - Fica instituído o Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV como
instrumento prévio de análise para subsidiar a concessão de licenças ou autorizações a
empreendimentos e atividades, públicas ou privadas, que na sua instalação, construção,
operação, reforma, ampliação ou funcionamento possam causar impactos ao meio ambiente, ao
sistema viário, ao entorno ou à comunidade de forma em geral, no âmbito do Município.

Art. 150 - Os empreendimentos e atividades privados que poderão ser atingidos


pelo disposto no artigo anterior, deverão propor obras ou recursos para compensar o possível
impacto causado.

Art. 151 - O EIV será elaborado de forma a contemplar os efeitos positivos e


negativos do empreendimento ou atividade quanto à qualidade de vida da população residente
na área e suas proximidades, incluindo para análise, no mínimo, os seguintes itens:

I. descrição detalhada do empreendimento, nos casos:

II. delimitação das áreas de influência direta e indireta do empreendimento ou


atividade;

III. identificação dos impactos a serem causados pelo empreendimento ou


atividade, nas fases de implantação e operação;

IV. medidas de controle ambiental, mitigadoras ou compensatórias.

Parágrafo único - Os documentos do EIV ficarão disponíveis para consulta por


qualquer interessado, no órgão competente do Poder Público Municipal.

Art. 152 - A elaboração do Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV não substitui a


elaboração e a aprovação de Estudo de Impacto Ambiental - EIA e/ou Relatório de Impacto de
Trânsito - RIT, sendo estes determinados com base no EIV apresentado, nos termos das
legislações que regulamentem as matérias.

Art. 153 - O Município poderá firmar convênio de parceria com a iniciativa


Privada para realização das medidas mitigadoras dos impactos e viabilização dos
empreendimentos objeto de Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV.

Art. 154 - O detalhamento dos procedimentos e regulamentação do Estudo de


Impacto de Vizinhança – EIV deverá ser objeto de legislação específica, no prazo de 180 (cento
e oitenta) dias da publicação desta Lei.

Seção XI

Da Concessão Urbanística

68
Art. 155 - O Poder Executivo fica autorizado a delegar, mediante licitação, à
empresa, isoladamente, ou a conjunto de empresas, em consórcio, a realização de obras de
urbanização ou de reurbanização de região da Cidade, inclusive loteamento, reloteamento,
demolição, reconstrução e incorporação de conjuntos de edificações para implementação de
diretrizes do Plano Diretor Estratégico, na forma da Lei.

Parágrafo único – A Concessão Urbanística deverá ser regulamentada por Lei


específica que disciplinará a aplicação deste instrumento.

TÍTULO V

DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES

Art. 156 - Os agentes que derem causa à infração das disposições previstas nesta
Lei, independentemente da aplicação de penalidades fundadas em normas especiais ou
correlatas sujeitar-se-ão à imputação das seguintes penalidades:

a) advertência;

b) cassação de licença de execução dos serviços ou obras;

c) embargos dos serviços ou obras.

d) multa;

e) embargos dos serviços ou obras.

f) interdição da atividade;

f) determinação da demolição da parte executada em desacordo com o projeto


aprovado.

§ 1º - Será expedida, previamente à aplicação de penalidade, notificação com a


finalidade de permitir ao infrator prestar esclarecimentos e/ou regularizar a situação.

§ 2º - As penalidades especificadas neste artigo serão aplicadas igualmente nos


casos de infração, na execução dos serviços ou obras pertencentes a empresas concessionárias
de serviços públicos federais, estaduais ou municipais.

§ 3º - Os procedimentos de fiscalização e de aplicação das penalidades previstas


nesta Lei serão regulamentados por ato do Poder Executivo.

Art. 157 - Verificada a infração a qualquer dispositivo desta Lei, será lavrado
imediatamente, pelo serviço público municipal competente, o respectivo auto, em modelo
oficial, que conterá, obrigatoriamente os seguintes elementos:

I - dia, mês, ano, hora e lugar em que foi lavrado;

II. Identificação com nome de pessoa física ou pessoa jurídica, CPF ou CNPJ e
local da infração.

III - descrição sucinta do fato determinante da infração e de pormenores que


possam servir de atenuante ou de agravante;

IV - dispositivo infringido;

69
V - nome e assinatura de quem lavrou;

VI - assinatura do infrator, sendo que, no caso de recusa, haverá averbamento no


auto pela autoridade que o lavrou.

§ 1º A lavratura do auto de infração independente de testemunhas e, o servidor


público municipal que o lavrou, assume inteira responsabilidade pela mesma, sendo passível de
penalidade por falta grave, em caso de erros ou excessos.

§ 2º O infrator terá o prazo máximo de 15 (quinze) dias, a partir da data da


lavratura do auto de infração para apresentar defesa, por meio de requerimento dirigido ao
Chefe do Poder Executivo.

Art. 158 - É da competência do órgão emissor a confirmação do auto de infração e


a determinação de penalidades, ouvido previamente o órgão competente do Município.

Parágrafo Ùnico - Os valores das penalidades deverão ser regulamentados a


critério do Poder Executivo por ato normativo próprio.

Art. 159 - A penalidade de cassação da licença de execução de serviços ou obras


será aplicada quando forem executados serviços ou obras em desacordo com dispositivos desta
Lei.

TÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 160 - Fazem parte integrante desta Lei, os seguintes Anexos:

I – Macrozoneamento;

II – Zoneamento;

III – Bairros;

IV – Interesse Ambiental;

V – Áreas de Interesse Hídrico;

VI – Macrobacias e Microbacias;

VII – Interesse Cultural, Turístico e Social;

VIII – Geomorfológico;

IX – Suscetibilidade de Movimentos;

X – Hierarquização do Sistema Viário;

XI – Ampliação do Sistema Viário;

XII – Corredores Comerciais, Turísticos e de Lazer;

70
XIII - Corredores de Verticalização;

XIV - Quadro Parâmetros - Macrozona de Consolidação Urbana;

XV – Quadro Parâmetros - Macrozona de Proteção Ambiental;

XVI – Quadro Parâmetros - Corredores de Verticalização;

XVII – Quadro Parâmetros - ZEIS; e,

XVIII – Quadro Parâmetros - INCOMODIDADE.

Art. 161 - Todos os atos configurados em processos administrativos de que cuida


esta Lei, que tiverem seus projetos aprovados ou expedição de diretrizes para tanto, em data
anterior à vigência desta Lei Complementar, serão analisados para aprovação, sobre a égide da
Lei Complementar Municipal n° 66 de 17 de janeiro de 2007, ressalvado manifestação expressa
da parte interessada/requisitante de análise para aprovação sob a égide da presente legislação.

Art. 162 - Esta Lei Complementar entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 163 - Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Lei


Complementar Municipal nº 66 de 17 de janeiro de 2007.

Prefeitura Municipal de Vinhedo, aos XXXXXXXX dias do mês de agosto de dois


mil e vinte e dois.

DARIO PACHECO DE MORAIS

Prefeito Municipal

71

Você também pode gostar