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Workshop

Plano Base
Nampula

Promover o
planejamento urbano
de base como uma
ferramenta para a
democracia local em
cidades intermédias
de Moçambique

PlanO Base Ciudades intermedias


Conteúdos

1. 4.
Introdução Resultados
I. Nota Introdutória da UNILURIO I. Malema
II. Nota Introdutória de ANAMM II. Monapo
III. Ribáuè
2. IV. Nacala

Antecedentes V. Ilha de Moçambique


VI. Lumbo
I. Cidades Intermédias
VII. Nampula
II. Processo de urbanização de
Moçambique VIII. Natikiri
IX. Angoche
III. O Projecto de cooperação
X. Xai-Xai

3.
Workshop 5.
Avaliação e
Plano Base conclusões
I. As cidades do Projecto
I. Avaliação das Oficinas
II. O Workshop
II. Conclusões
III. Uma ferramenta para a
Nampula

III. Os números do workshop


planificação inclusiva das
Cidades Intermédias
IV. Metodologia Plano Base
V. Plano Base para a resiliência
Plano Base

urbana

Realizado no âmbito do “Programa de Cooperação para a


Justiça Global 2016” com o apoio de:
Workshop

3
1. Introdução
I. Nota Introdutória da UNILURIO
Isequiel José Soares Alcolete Director da FAPF, UniLúrio
Quero recordar que as nossas intervenções no domínio do Planeamento
Físico, do Urbanismo, do Melhoramento e Requalificação de
Prezados/as!
Assentamentos Humanos, enquanto quadros técnicos, em Instituições
É com muita honra e prazer que escrevo esta breve nota introdutória fruto Públicas ou Privadas ou como profissionais liberais, devem ser feitas
de um belíssimo trabalho conjunto no âmbito do Workshop “Plano Base respeitando a legislação nacional e internacional vigente, exercendo a
em Cidades Intermédias - Nampula”, pois, o desafio da nossa Faculdade actividade com muita mestria e humildade acima de tudo.
de Arquitectura e Planeamento Físico (FAPF), é preparar profissionais
Para terminar, quero agradecer a todos os municípios presentes, às
para responder às necessidades do país, nos campos: do ordenamento
instituições públicas, privadas, às associações e aos professores e
territorial, da urbanística e do projecto de edifícios ou conjuntos de
estudantes pela participação e qualidade das discussões.
edifícios.

Desejo que a experiência adquirida ao longo do


O actual estágio de desenvolvimento do país
Workshop “Plano Base em Cidades Intermédias
exige um aumento da presença de técnicos e
- Nampula”, auxilie a constituir uma ferramenta
metodologias eficazes para acompanhar as
que integra os vários actores no seu processo,
grandes intervenções que a Administração
de forma a aproximarmo-nos das comunidades,
Pública está a desenvolver nas cidades e em
trabalhando com elas e servi-las melhor.
todo o território nacional.

Esta necessidade de “novas” abordagens metodológicas é geral para todo o


país, visto, serem notórias as rápidas transformações que ocorrem a cada
dia. Assim, parece-me ainda mais necessário assegurar que os técnicos
Nampula

que actuam na área de Planeamento Físico tenham um papel integrador e


aprofundado em todos os domínios espaciais, a qualquer escala.
Ao longo do evento, ficamos cientes de que a evolução actual dos
conceitos filosóficos sobre a responsabilidade do técnico que actua
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na área de planeamento físico impõe também um novo domínio de


conhecimentos científicos e metodológicos, que têm a ver com a
sustentabilidade e a regeneração ambiental. Estes se adicionam,
indispensavelmente, aos domínios clássicos, isto é, aqueles que têm
a ver com os aspectos tipológicos, topológicos, topográficos, físico
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químicos, antropológicos, sociológicos e dos domínios psico-fisiológicos


e estéticos.

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apoio de parceiros de cooperação internacional reuniu actores urbanos,
II. Nota Introdutória de ANAMM incluindo decisores, técnicos, responsáveis urbanos e organizações da
Idélcia Mapure Associação Nacional dos Municípios de Moçambique - sociedade civil, e reflectiu sobre a pergunta chave: como construir uma
ANAMM agenda urbana sustentável para Moçambique? sobre a qual foram
partilhados instrumentos inovadores para o estabelecimento do perfil
Importância da planificação urbana em Moçambique e papel dos dos assentamentos urbanos e a restauração de zonas desordenadas,
governos locais entre outros desafios.

Nos termos da lei, o Estado deve promover e garantir o bem-estar da


população, proporcionando uma habitação condigna e alocar, de forma
A questão da planificação urbana preocupa
correcta, as infra-estruturas (art.º. 91 Constituição da República de
todos os 53 municípios membros da ANAMM.
Moçambique conjugado com art.º 6 da lei nº 19/2007 do Ordenamento
Territorial). O ordenamento do território é o conjunto de princípios,
directivas e regras que visam garantir a organização do espaço nacional
Neste sentido, a ANAMM apoia a formulação de uma Estratégia de
através de um processo contínuo, flexível e participativo na busca do
Desenvolvimento Municipal e Urbano onde constem os procedimentos de
equilíbrio entre o Homem, o meio físico e os recursos naturais, com vista
desenvolvimento urbano no país alinhados com a Nova Agenda Urbana
a promoção do desenvolvimento sustentável (art.º 1 lei nº 19/2007, de 18
aprovada em Quito, Equador em Outubro de 2016.
de Julho).
Implicações para as Autarquias
O planeamento urbano é uma atribuição das autarquias locais,
concretizado através dos instrumentos de ordenamento territorial a Um dos princípios da criação das autarquias locais é a autonomia
nível autárquico, em coordenação com o Ministério da Terra, Ambiente e financeira, que só poderá ser alcançada com o incremento de
Desenvolvimento Rural (MITADER). arrecadação de receitas. Uma das grandes fontes de receita municipal
é o Imposto Predial Autárquico (IPRA), que só pode ser cobrado aos
portadores de DUAT (Direito de Uso e Aproveitamento de Terra).
Entretanto, são poucos os municipios com De acordo com o artigo 23 da Lei de Terras (Lei 6/79, de 3 de Julho),
instrumentos de ordenamento territorial para que o conselho municipal possa autorizar pedidos de uso e
elaborados e/ou actualizados. Neste contexto, aproveitamento de terra, é necessário que a área seja coberta por plano
urge a partilha e a divulgação das orientações de urbanização e possuir serviço público de cadastro. E para que o
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e documentos de boas práticas para o município tome como base legal os planos de urbanização, estes devem
planeamento urbano para todos os municípios ser ratificados. A falta de ratificação incorre em nulidade dos respectivos
moçambicanos. instrumentos e a sua natureza vinculativa (artigo 14, no 3 da LOT).
Deste modo, não basta apenas elaborar instrumentos de ordenamento
territorial. É importante que esses instrumentos sigam todos os passos
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Existem em Moçambique algumas boas práticas de planeamento urbano


bem como a implementação de instrumentos de ordenamento territorial segundo a lei, para que se garanta a sua validade. Pois, caso tal não
previstos na Lei de Ordenamento Territorial (LOT 19/2007, de 18 de Julho). aconteça, mesmo implementados, não passariam de meros arranjos
Recentemente, o Fórum Urbano Nacional realizado em Maputo trouxe urbanísticos. Assim, o papel dos governos locais (municípios) deve
contribuições valiosas sobre a temática de planeamento urbano. passar pela capacitação dos técnicos municipais no uso de instrumentos
Realizado no ano passado pelo Governo de Moçambique, em parceria com para uma gestão eficaz do cadastro do solo urbano.
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a Associação Nacional dos Municípios de Moçambique (ANAMM) e com o

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2. Antecedentes
I. Cidades Intermédias
Josep Maria Llop Director da Cátedra UNESCO-CIMES

Dada a sua presença em qualquer contexto e área urbanizada, as cidades


intermédias atingem uma dimensão quase universal. No total, no mundo
há 8.923 Cidades intermédias, com apenas 502 Cidades com mais de um
milhão de habitantes. Em termos percentuais, num universo da população
urbana mundial de 3.945 milhões de habitantes, 58,8% vive em cidades
de menos de 1 milhão de habitantes (Segundo dados de 2015).1
Moçambique tem uma população total de 27.121.827 habitantes, das
quais aproximadamente 9 milhões vivem em cidades, correspondentes
a 33,4% do total. Por enquanto, apenas a capital Maputo, ultrapassa
um milhão de habitantes, com um total de 1.187.214 pessoas, as
cidades intermédias entre 50.000 e um milhão de habitantes estão já
32 representando 61,5% do total da população urbana do país. No diz
respeito ao continente africano, num total de 1.086 cidades intermédias
detêm 174,8 milhões de pessoas.2

8.923 Cidades Intermédias no mundo


61,5% da população urbana de Moçambique
vive em Cidades Intermédias
Nampula

As cidades intermédias têm uma função importante na economia, na vida


social e na cultura das cidades, regiões e países e que em muitas
ocasiões é acautelado e não valorizado como deve ser. Estas cidades são
o cenário privilegiado para alcançar o direito à cidade através do seu
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papel na mediação de fluxos (de bens, informação, inovações e


administração, etc.) entres as zonas rurais e os territórios urbanos nas
suas áreas de influência. Também jogam esse papel com outros centros

1 Estudo realizado por UCLG e CIMES UNESCO para a publicação “Co-creating the urban futu-
Workshop

re. The agenda of metropolises, cities and territories. GOLD IV– Global Report on Decentraliza-
tion and Local Democracy”, 2016
2 ibid.

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ou áreas, mesmo podendo se encontrar mais ou menos distanciados CIMES em África4:
entre si.3
São realidades que favorecem à proximidade aos serviços e espaços
públicos, o desenvolvimento económico e social local, a economia de
proximidade, assim como são realidades mais flexíveis perante os novos
desafios mundiais.
Para fomentar oportunidades inovadoras, é apenas necessária uma
atitude de intermediação que envolva o território rural. Nesta vertente, o
fortalecimento do papel das cidades intermédias, bem como a nível de
Moçambique e mundial, favorece as relações entre zonas urbanas e rurais,
com fins de garantir a sustentabilidade ambiental e a soberania alimentar.
Da mesma forma, graças a essa posição intermédia, mostram-se também
como pontos para sair da pobreza rural para a maioria dos cidadãos.
A valorização das cidades com perfis intermédios no processo de
urbanismo mundial, confronta-se com a falta de estratégias de
planificação ajustadas com o fim de pôr em consideração os seus
desafios e oportunidades concretas. A Cátedra UNESCO sobre Cidades
Intermédias e urbanismo mundial da Universidade de Lleida, Espanha,
tem como objectivo estudar estas realidades a nível local e global,
promovendo uma maior visibilidade e um maior reconhecimento para as
cidades intermédias do lado dos governos nacionais.
Há una década que à Cátedra está cooperando com a rede mundial de
cidades, UCLG, na área de aprendizagem. UCLG trabalha junto com as
cidades e suas associações ao longo do processo. Nesse caso, UCLG
trabalhou na implementação da metodología que incentiva os membros
da Associação Nacional de Municípios Moçambicanos a contribuirem à
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construção de políticas e conhecimento compartido, a partir dos saberes


locais. A UCLG também mobilizou, entre pares, encontros com líderes
políticos e técnicos em torno de questões-chave para gestão urbana.
Como parte desta parceria, a metodologia proposta pela Cátedra para o
Plano Base foi desenhada por técnicos e universitários especializados,
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muitos com experiência à nivel municipal. Ela foi pensada para ser um
instrumento de articulação entre políticas e território, entre discursos
e intenções; e de tradução dessa articulação de maneira tangível em
projetos de desenvolvimento em locais e espaços específicos.
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3 Josep Maria Llop, Carmen Bellet, “Ciudades intermedias. Dimensiones y definiciones”, Univer- 4 cit. “Co-creating the urban future. The agenda of metropolises, cities and territories. GOLD IV–
sitat de Lleida, 2010 Global Report on Decentralization and Local Democracy”

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II. Processo de urbanização de No início do século xx começam a surgir cidades nitidamente marcadas
Moçambique pela presença colonial portuguesa construídas para os europeus. As
novas cidades são portos de escoamento de produtos de exportação,
António Manuel de Amurane Docente da FAPF-UniLúrio
são lugares de estabelecimento da administração colonial, o que as
diferencia das cidades europeias resultantes da Revolução Industrial.

A cidade é o artefacto colonial por excelência. Período colonial (cerca de 1880 à 1975)
Ela é a manifestação político, económico e A partir de 1885, pode se afirmar que, com a Conferência de Berlim, inicia-
social mais evidente que veio alterar para se a ocupação do interior de Moçambique, seleccionando e construindo
sempre as relações entre os sistemas e as os locais estratégicos para o aglomerado. Portanto, foi um período de
formas de ocupação do território, e de poder, actividade científica e construção urbana intensas, que transformariam
da sociedade pré-colonial e também das suas as cidades africanas em palcos para a aplicação de soluções urbanas
relações tradicionais com o sistema ecológico modernas e de demonstração de poderio por meio da construção de uma
onde se inseriam.5 imagética urbana muito própria (PAES, 2007).
Devido a não atractividade para os técnicos urbanistas na colónia de
A urbanização em Moçambique produz uma realidade urbana específica Moçambique e o espírito de “cerco e de conquista no qual assentava a
que contempla a ruralidade, especificidade explicada a partir das colonização portuguesa, o desenho e construção das cidades estavam
contradições produzidas pela: ocidentalização que procura produzir um viradas para os engenheiros militares. A lógica na selecção dos sítios
espaço que reproduz o modo de vida determinado pela industrialização e assentava primordialmente em escolhas de carácter estratégico e,
pela existência do modo de vida, derivado das sociedades africanas quando possível, conciliando o factor comercial e militar (orientado
pré-coloniais, cuja reprodução apoia-se sobre o sistema da linhagem. as necessidades para o Estado na época): o primeiro, para garantir as
Esta dualidade, urbanidade-ruralidade, faz com que haja uma vivência necessidades da metrópole, enquanto, o segundo procurava submeter
diferenciada, implicando diferentes maneiras do acesso ao solo urbano e os indígenas, a segurança dos colonos e das rotas/abastecimentos
à habitação que, através das desigualdades de renda, produzem um comerciais”.
espaço urbano diferencial. De uma forma geral, o processo de As cidades resultantes da implantação colonial em Moçambique podiam
urbanização de Moçambique pode ser divido em 3 fases distintas: ser caracterizadas pela coexistência de duas áreas: uma que albergava a
Período pré-colonial (antes de cerca de 1880) população de origem europeia e asiática, com um traçado geométrico que
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indicava preocupações com o planeamento urbano e; outra, não planeada


As primeiras formas de povoamento que se podem considerar cidades
e com infra-estruturas precárias, onde viviam os africanos como mão-de-
em Moçambique – pela concentração de população e pelas suas funções
obra para os colonos (BAIA, 2009).
administrativas e ou comerciais diferentes da aldeia rural – eram capitais
de estados ou centros comerciais. Estas cidades funcionavam como Período pós-colonial (1975 até ao presente)
entrepostos comerciais (BAIA, 2009). Nasceram na costa oceânica como
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Com a Independência, as cidades mudaram as suas funções levando


resultado da troca comercial entre os povos indígenas e oriundos das os planos, semi-acabados ou ainda não implementados, a perderem
terras do interior com os mercadores árabes e mais tarde europeus. interesse. O olhar dos planificadores dirigia-se para uma nova, mais
extensa cidade, a cidade informal (o caniço ou capim), que, contra
todas as leis e os regulamentos, surgiu na época colonial crescendo
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irresistivelmente ao lado da outra, apesar dos esforços dirigidos para


o seu reordenamento. No entanto, com o advento da guerra civil, 1975
5 Arquitecto José Forjaz, in (BRUSCHI & LAGE, 2005) pág. 5

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à 1992, os núcleos urbanos informais herdados do período colonial Onde, ao longo das cidades moçambicanas, uma grande percentagem
aumentaram significativamente e foram se consolidando. da população “urbana” habita em contextos de urbanização acelerada e
extensiva. A urbanização extensiva pode ser entendida como um sistema
De acordo com o Perfil do Sector Urbano em Moçambique de 2008,
combinatório entre o formal e o informal.
desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos
Humanos (UN-HABITAT), a proporção urbana da população de Muitas vezes, é nos processos “informais” de urbanização, em que os
Moçambique é calculada em 36%. Três quartos desta população (75%) citadinos respondem à fragilidade estrutural de territórios urbanos
é composta de residentes informais e, as cidades tendem a melhorar transformando-os por via da acção directa que – a partir dos viveres e
em todas as referências estatísticas comparativamente às zonas rurais. saberes quotidianos, colectivos e/ou individuais – penetram nos espaços
O crescimento acelerado da população urbana acarretou desajustes com os quais se relacionam (modificando-os, alterando-os e ajustando-
estruturais com os quais as cidades têm dificuldades em transpor, por os a constrangimentos que sentem ou surgem). Estes métodos informais
exemplo: ao nível do parque habitacional, da repartição de equipamentos de planeamento as vezes, são processos de micro-escalas e isolados,
de apoio social, do acesso a serviços urbanos, entre outros. aculturando o espaço urbano, redefinindo lógicas de transformação da
cidade e desdobrando nele micro-centralidades complementares.
Assim, a coexistência de espaços formais e informais de vida é
organizada sobre o espaço e controlada pelo estado num movimento de
reprodução da sua hegemonia sobre o mesmo.

ZONAS DE ZONAS DE O resultado é um espaço diferencial produto da


EXPANSÃO EXPANSÃO
(formal e informal) CINTURA (formal e informal) urbanização desigual.
INFORMAL

As paisagens das cidades em Moçambique, de uma forma geral,


NÚCLEO
COLONIAL apresentam desigualdades entre áreas onde o espaço construído tem
CONSOLIDADO
características das cidades ocidentais e aquelas que a urbanização é
incipiente (ausência ou deficiência de serviços e infra-estruturas
urbanos). A urbanização desigual passa pelo entendimento da
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ZONAS DE CINTURA ZONAS DE contradição transformação/persistência dos conteúdos do urbano. A


EXPANSÃO INFORMAL EXPANSÃO
(formal e informal) (formal e informal) especificidade do urbano em Nampula, por exemplo, pode ser, segundo
BAIA 2009, pela simultaneidade de diferentes lógicas – das relações
sociais monetárias (capitalistas); centrada na sociedade e integração
comunitária (do grupo domiciliar) e da reprodução das elites no poder (do
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estado).

Actualmente, verifica-se a coexistência de processos formais e informais


de urbanização, os quais consubstanciam-se sintetizando regras e
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padrões quer da cidade formal, quer da cidade informal.


Imagem: António Manuel de Amurane, elaboração própria.

14 15
III. O Projecto de cooperação
Equipe de trabalho UNILURIO/UNESCO-CIMES/Celobert

O projecto “Promover o planeamento urbano de base como uma ferramenta


para a democracia local em cidades intermédias de Moçambique”,
financiado pelo Município de Barcelona no âmbito do “Programa de Objectivo Geral do projecto: Promoção do
Cooperação para a Justiça Global 2016”, surgiu do trabalho conjunto entre direito à cidade e o direito ao plano, com a
a Cátedra UNESCO sobre Cidades Intermédias, a Universidade Lúrio de finalidade de garantir os direitos humanos nas
Nampula e a cooperativa Celobert6. O planeamento urbano das cidades cidades intermédias de Moçambique
intermédias como ferramenta para alcançar o direito à cidade é o ponto
em comum das três instituições promotoras do projecto.
Os parceiros que apoiaram o projecto foram o Grupo de Trabalho de Cidades As especificidades do projecto foram (1) ampliar as capacidades técnicas
Intermédias da United Cities and Local Goverments (UCLG)7, a Associação locais e fortalecer os processos de responsabilidade conjunta do sector
Nacional de Municípios de Moçambique (ANAMM), a Universidade Laica público e da academia nas etapas de planificação urbana das cidades
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“Eloy Alfaro” de Manabi (ULEAM) do Equador8 e numa segunda fase, a intermédias em Moçambique e (2) ampliar as capacidades técnicas dos
Regional Office for Southern Africa de UNESCO (ROSE-UNESCO)9. profissionais das cidades intermédias a nível internacional. Para tal,
foram realizadas duas fases do projecto, uma a nível local que teve lugar
na cidade de Nampula e a outra a nível internacional coordenada desde
6 A Cátedra UNESCO está ligada à Universidade de Lleida, da Catalunha, e está focada na pes-
quisa sobre as realidades urbanas intermédias a nível local e global. A Universidade Lúrio é a Barcelona.
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universidade pública da Cidade de Nampula e dedica-se à formação de profissionais moçambi-


canos que dedicam-se ao urbanismo. Enquanto, Celobert é uma cooperativa catalã sem ânimo Na cidade de Nampula, ao longo do mês de Março de 2017, realizou-se
de lucro que promove o direito à vivenda e à cidade através da implementação de projectos de um workshop de capacitação para os técnicas e as técnicas municipais
arquitectura e urbanismo.
7 UCLG apoia a cooperação internacional entre as cidades e as suas associações, além de fa- provenientes de dez cidades moçambicanas, que contou com uma
cilitar os programas e a criação de redes e associações para desenvolver as capacidades dos participação de mais de cinquenta pessoas, entre representantes dos
governos locais.
8 A ULEAM é a universidade pública da cidade de Manta, no Equador, e é membro da rede municípios, professores, alunos da Universidade Lúrio e comunidade
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internacional de cidades intermédias. local.


9 A Regional Office for Southern Africa da UNESCO promove um programa sobre cidades inclu-
sivas na região subsaariana, entre outros projectos.

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3. Workshop Plano Base
I. As cidades do Projecto
Equipe de trabalho UNILURIO/UNESCO-CIMES/Celobert

A região norte de Moçambique, em particular a Província de Nampula,


está a ser alvo de um forte crescimento urbano devido ao aumento das
relações comerciais ao longo do corredor Tete - Nampula - Nacala, que
conecta o interior do país com o litoral do Oceano Índico. Este fenómeno
Os resultados obtidos em Nampula estabeleceram as bases para a é causado pela actividade mineira do interior do país e ao consequente
segunda fase do projecto, quer dizer, a criação duma plataforma web- comércio de matéria-prima com o estrangeiro, situação que está a
GIS focada na metodologia do Plano Base orientada à formação dos favorecer apenas algumas regiões em termos de desenvolvimento
profissionais das cidades intermédias. endogénico das comunidades.
As cidades intermédias e pequenas, localizadas ao longo do corredor são
as mais afectadas pelas externalidades negativas relacionadas com a
BASEPLAN.UDL.CAT minoria e as menos beneficiadas em termos de rentabilidade económica.
O seu crescimento urbano é inevitável e são necessários instrumentos de
planeamento urbano para que este crescimento se converta num factor
gerador de desenvolvimento sustentável. É por esta razão que Celobert,
a Cátedra UNESCO-CIMES e a UNILURIO decidiram focar o projecto de
cooperação internacional “Promover o planeamento urbano de base
como uma ferramenta para a democracia local em cidades intermédias de
Moçambique” nesta região.
Nampula

As cidades do projecto:
Malema, Ribáuè, Angoche, Nacala, Ilha de
Moçambique, Monapo, Nampula, Xai-Xai,
Manhiça e Matola
Plano Base

Assim, decidiu-se envolver três cidades dos arredores de Maputo (Xai-Xai,


Manhiça e Matola) atendendo a sua participação no anterior projecto de
cooperação internacional Sul-Sul intitulado “Melhoria das capacidades de
Autoridades Locais de Brasil e Moçambique como actores
da cooperação descentralizada”10. Um dos processos que este projecto
Workshop

10 Projecto de cooperação internacional liderado pela UCLG, a Cátedra UNESCO-CIMES,

18 19
permitiu foi o de fortificar o debate acerca da planificação urbana e das
ferramentas de gestão e uso do solo em Moçambique, propiciando também
a criação duma rede de troca de conhecimento entre cidades intermédias.
A modalidade de peer learning (aprendizagem homólogo) permitiu trocar
conhecimentos e boas práticas entre os participantes, possibilitando
ampliar a série de soluções possíveis para abordar uma mesma
problemática urbana e fortificar a relação entre as cidades intermédias.

II. O Workshop
Equipe de trabalho UNILURIO/UNESCO-CIMES/Celobert
Ao longo de toda a semana, a Faculdade de Arquitectura e Planeamento
O Workshop Plano Base que teve lugar na Cidade de Nampula focou-se no Físico da UNILURIO foi a sede duma actividade intensiva de formação
fortalecimento dos processos de relacionamento entre o sector público e técnica e troca de experiências entre profissionais dos departamentos
a academia, nas etapas de planificação urbana das cidades intermédias. de urbanismo e planeamento urbano de dez municípios moçambicanos,
e pessoal académico e estudantes. O envolvimento da UCLG, ANAMM e
UNESCO veio reforçar o significado internacional do Workshop e permitiu
O tema central do Workshop foi a planificação
criar as bases para colaborações futuras.
urbana, entendida como a construção colectiva
com base técnica, materializada num plano
urbano (ou urbanístico) que deve ser de livre Para os primeiros dias de formação interna na UNILURIO (27 e 28 de
acesso e fácil compreensão por parte da Março), os estudantes e os professores dedicaram-se em preparar as
cidadania. informações de base e os materiais necessários para o desenvolvimento
das actividades. Procedeu-se à compilação do Inquérito CIMES.

O Inquérito CIMES que consiste numa selecção


de dados demográficos, económicos, sociais
Nampula

e ambientais das cidades intermédias,


desenvolvida pela Cátedra UNESCO-CIMES11.

Assim, graças a colaboração dos escritórios locais da UN-Habitat e dos


Plano Base

representantes do governo a vários níveis, onde foram preparadas as


bases cartográficas. Da mesma forma, foram adquiridas as imagens
aéreas e de satélite das cidades. Este passo foi fundamental para focar
o Workshop de Plano Base de forma adequada: sem uma base completa
de informação e um conhecimento minucioso do território tornaria
impossível se realizar um diagnóstico ou propor acções.
Workshop

ANAMM e outros parceiros, financiado pela Comissão Europeia, Cities Alliance, o Ministério de
Assuntos Exteriores da Noruega e o Município de Barcelona (2013-2015). 11 Para mais informações, consulte baseplan.udl.cat

20 21
A documentação produzida ao longo dos dois primeiros dias uniu-se conseguindo que alguns representantes do bairro fizessem parte do
à informação facilitada pelos municípios que consta nos seus planos Workshop.
estratégicos, nos planos de estrutura urbana e nas análises territoriais
Deste modo, a discussão produzida nos sete grupos de trabalho foi
realizadas com anterioridade junto as comunidades locais. Isto permitiu,
acompanhada pelos membros da Cátedra UNESCO-CIMES, ANAMM,
entre os dias 29 e 31 de Março, que representantes dos municípios,
Celobert e pelos representantes das cidades Xai-Xai, Manhiça e Matola,
das academias e de organizações internacionais trabalhassem
que contribuíram ao debate através das boas práticas relacionadas com
conjuntamente, distribuídos em sete mesas de trabalho referentes às
as suas realidades.
sete cidades da Província de Nampula.
Contudo, na sessão em plenária foram debatidos os resultados obtidos
e foram também apresentados os planos base realizados. Estes planos,
Seguindo a metodologia do Plano Base, os tal e como foi anteriormente mencionado, estabeleceram as bases para a
membros de cada grupo propuseram um seguinte etapa do projecto, referente à criação duma plataforma web-
diagnóstico com acções concretas, focado no GIS de Plano Base, destinada para um público internacional de pessoas
estabelecimento das áreas urbanas actuais e ligadas ao desenvolvimento e monitoria das cidades intermédias do
as de expansão, o sistema de mobilidade e os mundo.
serviços, os espaços livres, o zoneamento para
acções e projectos estratégicos com vista aos
próximos dez anos. III. Uma ferramenta para a planificação
inclusiva das Cidades Intermédias
Cátedra UNESCO-CIMES
O trabalho prático foi combinado com algumas palestras e uma visita
ao bairro de Natikiri. Nesta visita, os participantes reuniram-se com
a comunidade local, propiciando um interessante debate acerca
dos desafios e das oportunidades do desenvolvimento urbano local, O PLANO BASE é um documento de planificação
integral, físico e estratégico, simples e flexível
e o seu objectivo é responder aos desafios da
planificação inclusiva nas cidades intermédias
do mundo.
Nampula

Não é um substituto dos instrumentos oficiais de planificação urbana


existentes em cada país, mas que é aplicável em etapas posteriores de
análise e planificação cujo nível de complexidade é maior.
Plano Base

O Plano Base representa a agenda urbana, através dum diagnóstico


activo duma cidade visto que, o mesmo permite visualizar num mapa
só as componentes físicas e estratégicas do seu desenvolvimento. Em
relação à agenda urbana, o Plano Base utiliza uma linguagem simples e
clara, e de fácil compreensão.
Workshop

22 23
As componentes físicas da planificação urbana
IV. Metodologia Plano Base12
e dos projectos estratégicos influem num Cátedra UNESCO-CIMES
ÚNICO MAPA, permitindo ter uma visão global
da cidade e do seu desenvolvimento. Com o fim de redigir o Plano Base são propostas quatro etapas:
A. Preparação do inquérito base CIMES
O direito à cidade, entendido como o direito a viver num habitat seguro, B. Levantamento da informação de base disponível (pre-diagnóstico)
saudável e inclusivo para todas as pessoas, faz-se sentir através do
C. Redacção do Plano Base inicial
direito ao plano, quer dizer, o direito a ter um plano de fácil entendimento
e compreensão, desenvolvido com e para a cidadania. O planeamento D. Apresentação e debate
urbano, entendido como instrumento de justiça social e inclusão, deve
promover a criação e redistribuição da riqueza, assim como garantir a
sustentabilidade ambiental, económica e social para as gerações futuras. A. INQUÉRITO CIMES - DADOS BÁSICOS13
O Plano Base pretende dar impulso a todas as dimensões, e mostra-se Os dados básicos imprescindíveis para o desenvolvimento do Plano de
como ferramenta para a planificação inclusiva e sustentável das cidades Base são:
intermédias.
Ref. Acrónimo Descrição Unidade de medida
Nas cidades onde não existem instrumentos de planeamento urbano, CIMES

o Plano Base tenta resolver esta carência normativa, gerando A1 PU População urbana Número de habitantes (hab.)

possibilidades para etapas posteriores de planificação urbana mais A2 PR População rural Número de habitantes (hab.)
complexas. Enquanto, nas cidades onde já existem instrumentos oficiais A3 SU Superfície urbana Hectares (Hás.)
de planeamento urbano, o Plano Base pode ser utilizado com uma A4 SR Superfície rural Hectares (Hás.)
finalidade de diagnóstico com acções concretas, como forma de permitir A5 DU Densidade urbana (DU=PU/SU) Número de habitantes por hectare (hab/Hás)
a revisão dos mesmos com um enfoque para uma maior inclusão e A6 DR Densidade rural (DR=PR/SR) Número de habitantes por hectare (hab/Hás)
sustentabilidade. A7 PP Taxa demográfica (anual) Percentagem (%)

A8 BM Orçamento municipal US$/ano

A9 PT População total (PT=PU+PR) Número de habitantes (hab.)


Nampula

A10 RC Ratio per capita (RC=BM/PT) US$/habitante/ano

B. PRE – DIAGNÓSTICO
Os dados básicos têm que ser acompanhados pelos dados e informação
Plano Base

geográfica, topográfica, cultural, social e económica, assim como


estatísticas e outras informações disponíveis ou próximas. Tendo em
consideração que sem sempre irá se ter boa informação proveniente das
CIMES e os estudos preliminares podem atingir custos mais elevados do
que os trabalhos posteriores.
Workshop

12 Metodologia completa em baseplan.udl.cat


13 Dados extraídos do Inquérito CIMES, ver baseplan.udl.cat

24 25
Nesta fase é importante fazer uma relação entre a documentação CONTEÚDOS DO PLANO BASE
existente com aquela colhida das entrevistas aos actores locais,
1. EXTENSÃO: ÁREAS URBANAS
organizações sociais, habitantes e/ou usuários da cidade em questão,
para construir de forma conjunta a informação de base que irá ser Demarcação da área urbana actual e das áreas de extensão e de reserva
utilizada para a redacção do Plano de Base
A área urbana actual (AU) é aquela que apresenta uma percentagem
Quando este estágio chamado pré-diagnóstico for concluído, será (elevada ou média) de serviços públicos e/ou comunitários, iluminação
possível avançar para o estágio de redacção do Plano Base. pública, acessos alcatroados para veículos (sim ou não), e outros,
segundo cada caso e cada cidade.
As áreas de extensão (AE) são as consideradas como prováveis ou
necessárias de ser urbanizadas, num curto ou meio prazo. Por em
quanto, as áreas de reserva (AR) são aquelas que, mesmo podendo ser
urbanizadas, isto só irá acontecer a meio ou longo prazo. Ambas são
medidas em hectares ou m2.

Extensão
C. REDACCÃO DO PLANO BASE AU: área urbana actual
AE: áreas de extensão
Os elementos básicos contidos no Plano Base são os aqueles que são AR: área de reserva
descritos no capítulo seguinte (Conteúdos). AU
Nampula

D. APRESENTAÇÃO E DEBATE
É necessário ter consciência de que o plano é e deve ser para a cidadania.
Não deve ser propriedade nem dos técnicos, nem dos políticos da cidade
ou da comunidade. Para que este ponto seja uma realidade, a fase de
AE
explicação e apresentação é chave, da mesma forma que, é o debate ou
Plano Base

consulta e/ou concertação.


AR
Ao longo desta etapa deve-se conseguir que a vizinhança, de forma
individual ou através dos seus representantes, possam participar e
avaliar se as necessidades levantadas ao longo da fase de “Programa de Num contexto de forte crescimento urbano, o estabelecimento das
Workshop

Cidade”, também conhecida como pré-diagnóstico, têm sido incluídas no áreas de extensão e de reserva é fundamental para poder direccionar
plano. o crescimento e deixar o solo apto e preparado para a edificação às
populações migrantes.

26 27
Desta forma, evita-se o surgimento de assentamentos espontâneos e não 3. EQUIPAMIENTOS E SERVIÇOS
planeados nas zonas vulneráveis, evitando também os custos económicos
Definição dos grandes equipamentos ou serviços públicos ou
e sociais associados aos mesmos. A urbanização de áreas novas deve
comunitários
responder às necessidades reais de crescimento de população e deve
permitir também ao Município colectar novos impostos à propriedade, São os grandes equipamentos ou serviços públicos ou comunitários
com o fim de incrementar o orçamento municipal e assim poder investir existentes e as zonas onde o resto de equipamentos deveria ser alocado.
na melhoria e provisão de novos serviços e infraestruturas. Caso ter clareza da alocação concreta do equipamento, desenha-se o
local onde este encontra-se. Caso contrário, desenha-se um círculo, onde
2. MOBILIDADE e CONECTIVIDADE
o raio será determinado segundo a cobertura ou abrangência do serviço.
Definição dos principais eixos rodoviários e de transporte (pontes ou
4. ESPAÇOS LIVRES E VERDES
outros)
Definição dos sistemas de espaços livres (zonas verdes, leitos,
Trata-se da rede urbana básica com os seus traçados e os seus nós
corredores ecológicos, espaços naturais e outros) e a sua relação com o
principais, existentes ou programados. São desenhados os novos eixos
ambiente.
rodoviários e os pontos a melhorar de entre os nós de intercâmbio,
cruzamento ou passo (pontes ou outros casos). O sistema dos espaços livres é entendido além das zonas verdes.
Para poder entender o seu potencial ecológico e limitar a urbanização
Objectivo: menor distância, melhor conectividade.
destas zonas, assim como para entender o dimensionamento natural
e/ou ambiental da cidade no território que ocupa é importante uma
representação complete dos espaços livres.
Objectivo: potencial ecológico da cidade
Nampula
Plano Base

Mobilidade e conectividade
Traçado novo
Nós
Cruzamento
Traçado existente
Workshop

Mobilidade e conectividade Espaços livres


Equipamento novo
Equipamento existente

28 29
5. RAIO E LINHA - COMPACIDADE O Raio e a Linha oferecem um dimensionamento da distância numa
cidade em que as pessoas encontram-se umas das outras. Através do
Morfologia e compacidade: Raio e Linha da forma urbana
Raio e da Linha seremos capazes de medir as distâncias dos bairros mais
O Raio (R) mede um círculo, aproximadamente, o 70% da população desfavorecidos com os serviços públicos essenciais (hospital, mercado,
urbana no seu interior, por em quanto a Linha (L) mede a distância Município, pontos de culto central, Praça Maior e estádio de desportos),
máxima entre os extremos da área urbana consolidada (distância como forma de poder ver o grau de segregação espacial.
entre prédios não superior aos 200 metros). Ambos são medidos em
6. ZONEAMENTO DE ACÇÕES
quilómetros (km) e dão o dimensionamento da compacidade da cidade
e da proximidade aos serviços existentes. Medem a forma para o Plano Definição das Zonas Urbanas de regulação (regras), de melhora urbana e
Base. de transformação ou renovação (planos)
As Zonas de Regulação (ZR) devem ser reguladas a partir de umas
condições a serem desenvolvidas a meio/longo prazo, uma vez já estão
consolidadas ou apresentam condições estáveis de uso urbano. Isto
realiza-se por meio das regras urbanísticas ou das ordenanças ou
regulamentos.
As Zonas de Melhoria urbana (ZM) estão sujeitas a tratamento de
melhoria urbana e as Zonas de Transformação (ZT) são aqueles que
têm que ser transformadas, renovadas, reabilitadas, revitalizadas,
regeneradas através de planos específicos de segunda escada. As três
zonas são medidas em hectares ou m2 de solo.
Nampula

Compacidade
L: Linha Zoneamento
R: Raio de acções
Plano Base

ZR
Reduzir as distâncias leva-nos a melhorar a qualidade de vida da ZM
população, assim como, permite-nos reduzir os custos relativos aos ZT
serviços públicos.
Workshop

30 31
7. RISCOS (TRANSFORMAÇÃO)
Dentre as Zonas de Transformação podem ser desenhadas aquelas
zonas sujeitas a riscos não mitigáveis (inundações, terramotos,
deslaves ou outras) que não podem ser urbanizadas nem destinadas aos
assentamentos humanos, e por este motivo, devem ser transformadas.
8. PROJECTOS (P-10 / P+10)
Lista dos projectos urbanos chave e estratégicos
Na lista dos projectos chave que têm sido implementados na cidade ao
longo dos últimos dez anos (P-10) e dos projectos a serem realizados ao
longo dos dez anos conseguintes (P+10). São os projectos urbanos chave
ou estratégicos (no princípio os de escala maior ou de âmbito geral na
cidade, deixando de lado os projectos de pequena escala de bairro, a não
ser que sejam também considerados estratégicos). Caso se conheça a
localização física exacta dos projectos, estes serão marcados no mapa
com o número correspondente da lista utilizada.
Nesta secção pode se, avaliar se os projectos estratégicos que têm uma
dimensão física estão alinhados com o Objectivo de Desenvolvimento
Sustentável número 11 (ODS 11) e as suas metas, concretamente
“garantir que as cidades e os assentamentos humanos sejam inclusivos,
seguros, resilientes e sustentáveis”. Pode se dar o caso que na análise dos
ODS, sejam localizados outros objectivos e metas, às quais os projectos
fazem referência. Este tipo de análise permite avaliar em que medida a
cidade e os seus projectos estão alinhados aos ODS e avaliar também se
favorecem a sua localização e enquadramento no território. Mobilidade e conectividade Compacidade Projectos +10
Traçado novo L: Linha 1: Mercado Grossista
Nampula

Nós R: Raio 2: Mercado do peixe


Cruzamento Zoneamento 3: Matadouro municipal
Traçado existente de acções 4: Auditório municipal
Mobilidade e conectividade 5: Biblioteca municipal
ZR
6: Estádio municipal
Equipamento novo ZM
7: Edificio do posto
Plano Base

Equipamento existente ZT
administrativo da praia de
Espaços livres Xai-Xai
8: Regularização bairros
informais
9: Melhoria da rede
Workshop

rodoviária
10: Transformação de
zonas de inundação

32 33
V. Plano Base para a resiliência urbana como consequência da destruição e demolição de edificações de diversas
tipologias. E estas famílias foram chamadas “as danificadas da 16A”.
Miguel Camino Reitor da Universidad Eloy Alfaro de Manabí, Equador
Imediatamente após a calamidade acontecer, uma equipa de
A relação da Província de Manabi com a Cátedra UNESCO de Cidades especialistas em desastres14 sobrepôs-se as áreas do terramoto nas
Intermédias inicia formalmente no ano de 1999, no momento em cidades Manabitas onde foi-se capaz de comprovar que, os maiores
que a cidade de Manta, capital económica da Região de Manabita danos aconteceram exactamente nas zonas mapeadas como vulneráveis
e primeiro porto mundial de recolha de atum, localizado no enclave a tsunamis nomeadamente: leitos de rios, solos aluviais baixos, solos
geoestratégico na costa do Oceano Pacífico, aderiu-se ao programa frágeis, taludes não confinados e, elementos que combinados com
CIMES. Simultaneamente, o autor do presente artigo incorporou-se como edificações ilegais, informais e falhas nos processos de desenho e
membro da Rede de colaboradores locais da Cátedra UNESCO-CIMES. construção ocasionaram a devastação nas cidades de Pedernales, Bahía
de Caráquez, Manta, Portoviejo, Canoa, Cojímies, entre muitas outras.
Graças à contribuição da rede Cidades Intermédias e às contribuições
fruto de profundos debates e aplicações práticas do Plano Base, A população Manabita foi capaz de recuperar rapidamente a sua
consolida-se nossa concepção de Manta como cidade de grande quotidianidade, sendo que, as famílias afectadas foram levadas para
capacidade de intermediação local, metropolitana, regional, continental e abrigos emergentes e os equipamentos de saúde e centros educativos
mundial. foram os primeiros serviços públicos a serem activados após a catástrofe,
onde, numa primeira fase, não foi possível reactivar as dinâmicas
A província de Manabí encontra-se numa região de alta vulnerabilidade produtivas assim como a reconstrução da cidade.
sísmica e o facto de estar localizada na costa pacífica faz como que,
seja vulnerável aos fenómenos oceano – atmosféricos que, da mesma Deste modo, o envolvimento de todas as instituições do Estado, das
forma que “El Niño”, têm carácter cíclico aumentando cada vez mais a sua Universidades, das empresas e das organizações internacionais ao longo
magnitude. Portanto, as grandes percas sociais e económicas não são das etapas pós-desastre foi de extrema importância, e a Universidade
apenas causadas pelos factores naturais, mas também pelos factores Laica Eloy Alfaro de Manabí (ULEAM) assumiu uma posição relevante nos
antrópicos (resultante da acção do homem, especialmente em relação processos de planificação pós-desastre.
às modificações no ambiente, na natureza, causadas por essa acção), A raiz dos acontecimentos, ao longo do mês de Agosto de 2016, realizou-
que incitam a vulnerabilidade e a exposição aos impactos. Entre os mais se uma “Oficina de Planos Base de Reconstrução” na cidade de Manta,
importantes, encontram-se os assentamentos em zonas vulneráveis, organizada pela ULEAM e a Cátedra UNESCO-CIMES. O debate esteve
a degradação das bacias hidrográficas, a degradação do solo, as más em torno das necessidades duma melhoria urbana e reconstrução,
Nampula

construções e instalações, a fraca capacidade de resposta da população como consequência do terramoto da 16A, com intuito de fortalecer os
e as suas instituições. processos de planificação urbano pós-desastre nas cidades intermédias
No dia 16 de Abril de 2016, o Equador viveu um fenómeno natural e nos pequenos municípios do Equador.
(terramoto) de magnitude 7,8º na escala de Richer, classificado como um
dos fenómenos naturais de maior intensidade do historial sísmico do
Plano Base

Equador.
A cidade de Manta foi uma das mais afectadas por este desastre, devido
à fraca planificação urbana e à carente cultura de prevenção existente
na nesta província, os danos gerados pelo terramoto tiveram um impacto
verdadeiramente elevado, a nível social, físico e psicológico. Onde,
Workshop

14 O Autor do presente artigo foi Director da Secretaria Nacional de Gestão de Riscos na Pro-
centenas de pessoas perderam as suas famílias, assim como os seus lares, víncia de Manabí no ano 2012; socorrendo afectados de todas as comunidades por causa do
Fenómeno Natural de “El Niño” e, em 2013, Director de Planificação de Senplades Zona 4.

34 35
O devastador terramoto levou às CIMES a 4. RESULTADOS
incorporar dentro das Zonas de Transformação
do Plano Base, aquelas zonas sujeitas a risco
não mitigável, como forma de gerar novas I. Malema
respostas perante aos eventos catastróficos, Equipe de redação: Abdulraimo Faquir José Suria e Mário Raúl (Município
assim como, planificar os reassentamentos de Malema), Cristina Luís Mário Artur e Filipe Jorge Muririua (Estudantes
e os novos assentamentos na dinâmica de UniLúrio), António Manuel de Amurane (Docente UniLúrio), Ana Carolina
desenvolvimento das CIMES. Cortes (Celobert)

A cidade de Manta decidiu incorporar no seu Plano Base uma terceira


lâmina com uma análise mais detalhada dos riscos, classificando e
mostrando a ocupação no espaço dos mesmos. Estas áreas, combinadas
com os níveis de consolidação da cidade, ofereceriam o padrão para
projectos chave, baseados na redução da vulnerabilidade perante aos
riscos de desastres, assim como, para melhorar a capacidade de
recuperação da cidade.
Contudo, na cidade de manta estamos a planificar a nova cidade
reconstruída, a partir destas considerações de riscos, incorporando as
pequenas cidades de Jaramijó (marina) e Montecristi numa cidade única
Mancomunada, mais dinâmica, equitativa, inclusiva e sustentável que irá
atingir os 500.000 habitantes ao longo dos próximos anos.
Nampula
Plano Base

Desenvolvimento Prospectivo da Cidade Mancomunada15


Workshop

15 Fuente: Ciudad Mancomunada, Observatorio Territorial, Facultad de Arquitectura ULEAM.

36 37
II. Monapo III. Ribáuè
Equipe de redação: Aulaue Nafio Amade e Arlindo Ali Ussene (Município Equipe de redação: Paulino Agostinho e Alfane Manuel Chiporo (Município
de Monapo), Elton Figueiredo Paulo Travassos, Elvina Clesia Jorge Djedje de Ribáuè), Vanilza Camal, Benildo José Veloso Nobre e Ibraimo Mohamed
(Estudantes UniLúrio), Valdemiro Aboo (Docente UniLúrio) Nuro (Estudantes UniLúrio), Blaunde João Blaunde (Docente UniLúrio),
Francesca Blanc (Celobert)
Nampula
Plano Base
Workshop

38 39
IV. Nacala V. Ilha de Moçambique
Equipe de redação: Fenias Pedro Manhice, Luís José dos Santos Equipe de redação: Abdala Tajuite e Daudo Juma (Município de Ilha de
(Município de Nacala), Aurélio Elias Salomão (Município da Matola), Moçambique/Lumbo), Laize Dulce Silvio de Lemos, Rito Amade Saide
Ergovin Gabriel Mourão, Francisco Manuel Cumbane, Moisés e Vágner João Mucavele Uissali (Estudantes UniLúrio), Nélzia Deolinda
Mussaiemura e Pereira Germano Canda (Estudantes UniLúrio), Diego Anastácio Dias (Docente UniLúrio), Ana Carolina Cortes (Celobert)
Carrillo (Celobert)
Nampula
Plano Base
Workshop

40 41
VI. Lumbo VII. Nampula
Equipe de redação: Abdala Tajuite e Daudo Juma (Município de Ilha de Equipe de redação: Tapu Abdul Satar Mamane e Muze Ussene Selemane
Moçambique/Lumbo), Laize Dulce Silvio de Lemos, Rito Amade Saide (Município de Nampula), Victor Baptista Chiconela (Município de Xai-
e Vágner João Mucavele Uissali (Estudantes UniLúrio), Nélzia Deolinda Xai), Absalão I. Adolfo Siweia, Afonso Issufo Nacir e Cláudio Gonçalves
Anastácio Dias (Docente UniLúrio), Ana Carolina Cortes (Celobert) Monteiro (Estudantes UniLúrio), Bernardo João Xavier (Docente UniLúrio),
Roberto Bernardo (UN-Habitat), Diego Carrillo (Celobert)
Nampula
Plano Base
Workshop

42 43
VIII. Natikiri IX. Angoche
Equipe de redação: 3 líderes comunitários, Tapu Abdul Satar Mamane Equipe de redação: Eugénio Sorte Miambo e Mércia Luís Chico Salimo
e Muze Ussene Selemane (Município de Nampula), Victor Baptista (Município de Angoche), Vilaria Gabriel Tamele (Município de Manhiça),
Chiconela (Município de Xai-Xai), Absalão I. Adolfo Siweia, Afonso Issufo Alexandre Ácio Nhantumbo, António Lemane Francisco Fotinho, Jéssica
Nacir e Cláudio Gonçalves Monteiro (Estudantes UniLúrio), Bernardo João Caroline White Ruas e Zein Ossufo Raja (Estudantes UniLúrio), Moisés da
Xavier (Docente UniLúrio), Diego Carrillo (Celobert) Costa (Docente UniLúrio), Ana Carolina y Francesca Blanc (Celobert)
Nampula
Plano Base
Workshop

44 45
X. Xai-Xai
5. Avaliação e conclusões
Equipe de redação: Victor Bastista Chiconela e Justino Massingue (equipa
do sector de Planeamento Urbano do Município de Xai-Xai)
I. Avaliação das Oficinas
Ana Carolina Cortes Celobert

Com o intuito de melhorar para próximas edições e conhecer a opinião


dos participantes, o último dia das oficinas foi dedicado à avaliação das
mesmas. A seguir apresentam-se os resultados de forma resumida.

4%

32%
64%

O 64% dos participantes considerou a formação muito importante,


dada a pertinência significativa para as necessidades dos municípios,
a equipa técnica destes e os alunos da faculdade que participaram
desta actividade.
Nampula

Outras perguntas realizadas estavam relacionadas com aplicabilidade,


a metodologia e o acompanhamento realizado pelos professores e pelos
responsáveis das oficinas, onde a maioria das respostas continuaram a
ser positivas. Salientar a componente prática desta metodologia como
Plano Base

ferramenta de fácil acesso para realizar um diagnóstico da situação dos


municípios ou bairros.
No espaço para sugestões, as principais classificam-se segundo a ordem
de relevância das mesmas, sendo listadas a seguir: Mais tempo para as
Workshop

oficinas; Envolver a os técnicos municipais desde o inicio; Realizar mais


exercícios nos bairros dos municípios; Dispor de todo o material traduzido

46 47
ao Português, Envolver os Gestores e os vereadores dos municípios; Ter Estas são as considerações com que convivemos ao longo do Workshop e
mais formações deste tipo ao longo do ano na faculdade. que têm caracterizado o trabalho na cidade de Nampula. Caso queiramos
dar resposta ao crescimento acelerado que as cidades intermédias
É importante reconhecer estas sugestões para o futuro da aplicabilidade
africanas estão a enfrentar e não apenas as moçambicanas, é preciso
assim como das oficinas em Moçambique o em outros lugares. Destacar
procurar estratégias para que a urbanização seja realmente fonte de
novamente a sugestão do idioma, pois embora os responsáveis pelas
desenvolvimento.
oficinas tinham preparado grande parte do material, ainda tinham parte
do mesmo em inglês ou espanhol. A cidade é uma construção colectiva e o objectivo de todas as pessoas
que trabalham como profissionais das cidades intermédias deve ser o
O inquérito como ferramenta de grande valor na aplicabilidade da
de melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas, especialmente as
metodologia, mais adicionado perguntas adequadas para cada contexto
referentes aos grupos mais vulneráveis e em risco de exclusão.
e deixando do lado aquelas que não têm relação nenhuma.
É imperativo lutar para garantir os direitos humanos, sendo o direito à
cidade o ponto de partida para alcançar o fim desejado. Este facto está
Esta oficina é um dos primeiros passos dos relacionado com o direito ao plano e para tal, todas as pessoas que lutam
diversos que está metodologia deseja abranger em prol da cidade pública, bem sejam urbanistas, arquitectas, geógrafas
em Moçambique e outros lugares do mundo. ou ocupem posições relacionadas, devem trabalhar conjuntamente.
De entre as discussões em plenários e nos grupos de trabalho,
concluiu-se que:
Perante às necessidades de planificação urbana, esta uma metodologia é
caracterizada por ser simples de aplicar mais completa na altura de • Há uma necessidade de fortificar as capacidades dos municípios
diagnosticar e iniciar um processo de planificação em lugares sem no que diz respeito às funções de planificação urbana e colecta de
muitas ferramentas e com muitas necessidades. receitas.
• As novas áreas urbanas devem permitir gerar e redistribuir a riqueza
nas cidades, melhorando assim as finanças locais e tornando
II. Conclusões possível a geração de novas infra-estruturas e serviços.
Josep Maria Llop, Francesca Blanc (UNESCO-CIMES, Celobert)
• O aumento do valor do solo e dos bens, que são a base para
intervenções públicas na cidade, deve-se reverter a comunidade, que
#LeavingNoOneBehind
Nampula

é no fim, a origem da riqueza.


• Tem que se fornecer solo apto para acolher as pessoas migrantes e
“Não deixe ninguém atrás: deve ser o maior dos aos novos residentes das cidades intermédias, evitando o surgimento
desafios das Cidades Intermédias. É necessário de assentamentos informais em zonas vulneráveis e sujeitas a riscos
planificar com e para a comunidade, empoderando não mitigáveis, que geram a consequente despesa económica e social
Plano Base

às pessoas para serem o actor do seu próprio do reassentamento.


desenvolvimento; não apenas planificar em prol
• A população deve viver próxima aos serviços e aos equipamentos,
do controlo, mas sim em prol da acção”.
uma vez que reduzir as distâncias leva à melhoria da qualidade de
vida da população, e não só, permite também, reduzir os custos dos
serviços públicos.
Workshop

48 49
• A não redução da densidade nas cidades intermédias em processo de III. Os números do workshop
crescimento leva a piores condições de vida para os novos residentes.
• Ao longo do Workshop abordamos escalas diferentes, desde ao
nível da cidade até ao nível de bairro. A visita ao bairro de Natikiri
deixou-nos claro quão importante é trabalhar os diferentes níveis de
planificação de forma paralela. 54 participantes 16 instituições
• O Plano Base pode ser a ferramenta de trabalho em prol do envolvidas
melhoramento da cidade e num futuro, reconhecer as necessidades
de melhoria dos bairros.
• Trabalhar com a comunidade é fundamental para estabelecer cidades
mais inclusivas e sustentáveis, não deixando ninguém de lado. 10 planos base 5 dias de treinamento
realizados

“Queremos que o Plano Base seja incluído no


sistema curricular da UNILURIO, tornando
possível acompanhar da melhor forma os
municípios nas suas etapas de planificação 560 ítems da pesquisa 59 twits enviados
urbana” Isequiel Alcolete, Director da CIMES respondidos
Faculdade de Arquitectura e Planeamento
Físico da UNILURIO.

62% população urbana


Mais uma razão para continuar apostando pelos projectos em consórcio de Moçambique que vive
entre municípios, academia e organizações internacionais, e mais uma em cidades intermédias
razão para ampliar a rede das instituições que apoiam o Plano Base a
nível mundial.
Nampula
Plano Base
Workshop

50 51
CRÉDITOS

Coordenação:
Francesca Blanc, Diego Carrillo, Josep Maria Llop

Contribuições:
Charaf Ahmimed, UNESCO Regional Office for Southern Africa
Isequiel Alcolete, UNILURIO
António Manuel de Amurane, UNILURIO
Roberto Bernardo, UN-Habitat
Francesca Blanc, Celobert
Blaunde João Blaunde, UNILURIO
Miguel Alejandro Camino, ULEAM
Diego Carrillo, Celobert
Victor Baptista Chiconela, Municipio de Xai-Xai
Ana Carolina Cortes, Celobert
Aderito Justino Cumbane, ANAMM
João Miguel B.P. Fernandes, UNILURIO
Sara Hoeflich, UCLG
Albino Jopela, UNESCO Moçambique
Josep Maria Llop, Cátedra UNESCO-CIMES
Eduardo Nguenha, ANAMM

Fotos: Francesca Blanc, Diego Carrillo


Nampula

Traduções: Alvaro Garcia de Miguel, José Aurélio Bila (revisor)

Desenho gráfico: Apostrof Sccl


Plano Base

Barcelona, Setembro 2017


Workshop

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