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Universidade Save
Maxixe
2023
Walter Simione da Silva Malambane
Universidade Save
Maxixe
2023
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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 2
Conclusão ................................................................................................................................. 10
Introdução
Nos tempos actuais, a utilização dos recursos naturais é inegavelmente uma questão de máxima
relevância e urgência. O progresso humano, impulsionado por avanços tecnológicos e
demandas crescentes, tem exercido uma pressão sem precedentes sobre os elementos vitais da
Terra. O presente trabalho de investigação científica visa aprofundar nossa compreensão dos
"Riscos Relacionados Com o Uso dos Recursos Naturais", explorando uma série de áreas
interconectadas que têm implicações profundas para o nosso planeta e para a sociedade como
um todo. O esgotamento dos recursos naturais emerge como um desafio fundamental que
enfrentamos. À medida que as demandas por energia, minerais, água e terras aumentam
exponencialmente, a capacidade da Terra para regenerar esses recursos está sendo amplamente
excedida. Essa exploração excessiva tem consequências directas, como a degradação ambiental
que compromete a biodiversidade, a qualidade do solo e da água, bem como a saúde dos
ecossistemas. A dimensão desses riscos é amplificada pelas mudanças climáticas, um fenômeno
global com efeitos em cascata. As actividades humanas têm exacerbado o aquecimento global,
desencadeando eventos climáticos extremos e a elevação do nível do mar. Conflitos sociais
emergem em um cenário de competição por recursos escassos e à medida que comunidades são
afectadas de maneiras desproporcionais.
O equilíbrio da segurança alimentar e hídrica está intrinsecamente ligado ao uso sustentável dos
recursos naturais. O acesso a alimentos e água adequados é comprometido quando os
ecossistemas de que dependemos estão em declínio. Isso, por sua vez, impacta a economia e o
desenvolvimento sustentável, perpetuando um ciclo de vulnerabilidade. No entanto,
alternativas sustentáveis estão emergindo como uma resposta promissora para esses riscos. A
transição para fontes de energia renovável, a adoção de práticas agrícolas sustentáveis e a
promoção da economia circular são exemplos de soluções inovadoras que podem contribuir
para a preservação dos recursos naturais. A implementação eficaz dessas alternativas requer
políticas e regulamentações robustas, além do envolvimento activo das comunidades afectadas.
Neste trabalho, exploraremos detalhadamente cada um desses aspectos mencionados,
examinando os riscos e desafios associados ao uso insustentável dos recursos naturais, bem
como as estratégias e abordagens que podem ser adotadas para enfrentar esses desafios. A
participação comunitária e a conscientização pública desempenham papéis fundamentais nesse
processo, à medida que as decisões tomadas hoje moldarão o legado que deixamos para as
gerações futuras.
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1.1.Objectivo Geral
Analisar de forma abrangente os riscos associados ao uso dos recursos naturais, com ênfase no
esgotamento dos recursos, degradação ambiental, mudanças climáticas, conflitos sociais,
segurança alimentar e hídrica, impactos econômicos e desenvolvimento sustentável,
considerando a busca por alternativas sustentáveis, o papel das políticas e regulamentações,
bem como a importância da participação comunitária.
1.2.Objectivo Específico.
i. Investigar o impacto do esgotamento dos recursos naturais na estabilidade dos ecossistemas
e na disponibilidade de matérias-primas essenciais para a sociedade e degradação ambiental
decorrentes da exploração dos recursos naturais e sua inter-relação com a qualidade de vida
das populações afectadas.
ii. Analisar as causas e consequências das mudanças climáticas relacionadas ao uso dos
recursos naturais, considerando o papel das actividades humanas e as medidas de mitigação
necessárias e conflitos sociais gerados pelo acesso desigual aos recursos naturais,
considerando factores como propriedade da terra, direitos sociais e questões
socioeconômicas.
iii. Avaliar o impacto do uso dos recursos naturais na segurança alimentar e hídrica das
populações, identificando os desafios actuais e as possíveis soluções e implicações
econômicas da exploração dos recursos naturais, considerando os benefícios econômicos de
curto prazo versus os impactos negativos de longo prazo.
iv. Investigar as prácticas e políticas de desenvolvimento sustentável relacionadas ao uso dos
recursos naturais, identificando abordagens eficazes para equilibrar o crescimento
econômico com a conservação ambiental e explorar alternativas sustentáveis para a gestão e
uso dos recursos naturais, incluindo tecnologias inovadoras, prácticas de conservação e
aproveitamento de energias renováveis.
v. Analisar as políticas e regulamentações existentes que visam controlar e minimizar os riscos
associados ao uso dos recursos naturais, avaliando sua eficácia e possíveis lacunas e destacar
a importância da participação activa da comunidade na tomada de decisões relacionadas ao
uso dos recursos naturais, promovendo a conscientização e o engajamento cívico para
alcançar um desenvolvimento mais sustentável.
1.3.Metodologia
Portanto, para a elaboração do trabalho o grupo apoiou-se da metodologia de analise e
interpretação documental das referências citadas com intuito de trazer uma pesquisa autêntica
e que esteja dentro das Normas de Publicação de Trabalhos de pesquisa da UNISAVE.
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2.2.Degradação Ambiental
Gomes et al. (20130) citado por Santos e Valverde (2020) os ambientes do planeta têm sido
alterados de forma intensa nos últimos tempos. Essas alterações têm provocado inúmeras
formas de degradação devido vários factores, principalmente a exploração insustentável dos
recursos naturais.
Ao explorar os efeitos negativos da extração de recursos naturais, como desmatamento,
poluição do ar e da água, perda de biodiversidade e impactos nos ecossistemas. Santos e
Valverde (2020) citam Rodrigues (1987) que propõe os parâmetros de degradação ambiental
considerando os itens a seguir:
• Eliminação da cobertura vegetal nativa;
• Substituição da vegetação suprimida por uma invasora;
• Perda total ou parcial do solo por meio de processos erosivos ou salinização;
• Diminuição da quantidade e qualidade dos recursos hídricos; e
• Declínio da fertilidade de áreas destinadas à agricultura
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2.3.Mudanças Climáticas
Considera-se aqui como a extração e o uso de recursos naturais, como combustíveis fósseis,
contribuem para as emissões de gases de efeito estufa e influenciam as mudanças climáticas.
De acordo com um artigo publicado pelas Nações Unidas (2023) a necessidade por geração de
eletricidade e calor pela queima de combustíveis fósseis é responsável por uma boa parcela das
emissões globais. A maior parte da eletricidade ainda é gerada pela queima de carvão, petróleo
ou gás, o que produz dióxido de carbono e óxido nitroso, poderosos gases de efeito estufa que
recobrem o planeta e retêm o calor do sol. No mundo todo, apenas cerca de um quarto da
eletricidade é gerada por vento, sol e outros recursos renováveis que, ao contrário dos
combustíveis fósseis, emitem pouco ou nenhum gás de efeito estufa ou poluentes do ar.
2.4.Conflitos Sociais
Os conflitos resultantes da exploração de recursos naturais, como disputas territoriais, migração
forçada de comunidades locais e tensões socioeconômicas.
Araújo (2023) em seu artigo sobre Direito de Energia, Gás e Petróleo sobe o tema Exploração
de Recursos como Causa de Conflitos, discute conflitos inerentes a exploração de vários
recursos naturais que Moçambique tem nas suas diversas esferas territoriais. Diz ainda Araújo
que os principais focos de conflitos, encontram se sedimentadas nas Províncias de Cabo-
Delgado, Nampula, Tete e Sofala, onde os recursos são associados a gerações de crescimento
económico, garantia de interesses de segurança nacional e até contribuição para paz positiva
entendida enquanto justiça social. Não obstante, na prática dos megas-projectos de exploração
de mineiros estão associados a emergência de cenários de conflitos com as populações atingidas
ou nativas e injustiça sócio ambiental. Mas ao contrário das promessas de desenvolvimento
económico e social nos arredores das operações é possível observar espaços normalmente
caracterizados por baixos níveis de desenvolvimento humano e conflitualidade oculta.
químicos e o esgotamento das reservas hídricas por causa decorrente do uso não regrado da
água. (Serra, 2012)
Outro exemplo que podemos ter segundo Serra (2012) tem que ver com a mineração
(subterrânea e a céu aberto) onde é possível observar a nível:
Local - alteração dos fluxos de águas subterrâneas, barragem de resíduos e pilhas de resíduos
de rochas, a poluição do ar; e
Regional - esgotamento das águas subterrâneas e degradação, a contribuição para os impactos
cumulativos.
2.7.Alternativas Sustentáveis
“Defender e melhorar o meio ambiente para as actuais e futuras gerações se tornou uma meta
fundamental para a humanidade.” Declaração da Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente
(Estocolmo, 1972). (Nações Unidas, 2020)
“O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que encontra as necessidades actuais sem
comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.” Em abril
de 1987, a Comissão Brundtland, como ficou conhecida, publicou um relatório inovador,
“Nosso Futuro Comum” – que traz o conceito de desenvolvimento sustentável para o discurso
público, e esta foi uma das declarações mais importantes do discurso. (Nações Unidas, 2020)
Explorar abordagens e práticas sustentáveis para o uso de recursos naturais, como energias
renováveis, agricultura regenerativa e gestão eficiente de recursos hídricos, uso de tecnologias
limpas, políticas e regulamentos para gestão dos impactos causados pela exploração de recursos
naturais e mineração responsável.
2.8.Políticas e Regulamentações
Considera como políticas públicas, regulamentações e acordos internacionais estão moldando
o uso e a gestão dos recursos naturais. Exemplo:
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável: Adotada pelas Nações Unidas em 2015,
a Agenda 2030 estabelece 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que incluem
metas relacionadas à gestão sustentável de recursos naturais, conservação da biodiversidade e
mitigação das mudanças climáticas.
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC): A
UNFCCC, estabelecida em 1992, promove a cooperação internacional para enfrentar as
mudanças climáticas e inclui acordos como o Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris.
Normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT): A OIT estabelece normas
internacionais relacionadas aos direitos dos trabalhadores em indústrias extrativas, buscando
garantir condições de trabalho seguras e justas.
Certificação e Rastreabilidade: Vários esforços de certificação e rastreabilidade, como o
padrão FSC (Forest Stewardship Council) para produtos de madeira e o padrão MSC (Marine
Stewardship Council) para pesca sustentável, visam promover a exploração responsável de
recursos naturais.
Acordos Internacionais de Mineração: Alguns acordos, como o Código de Mineração
Internacional da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos, estabelecem diretrizes para a
exploração mineral em áreas marinhas fora das jurisdições nacionais.
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2.9.Participação Comunitária
É importante que a participação comunitária seja cuidadosamente planeada e implementada de
forma inclusiva e transparente, com o objectivo de garantir que os benefícios sejam
equitativamente distribuídos e que os riscos sejam minimizados. O diálogo contínuo, a
educação e o fortalecimento das comunidades são essenciais para garantir que a participação
comunitária na exploração de recursos naturais seja mutuamente benéfica e sustentável.
De acordo com Macucule (2006) o Estado desempenha um papel importante na gestão dos
recursos naturais, exercendo as suas funções de regulador e fiscalizador, cria condições
institucionais e materiais com vista a garantir a implementação daqueles princípios e normas.
Segundo a Constituição da República de Moçambique (CRM), aprovada pela Assembleia da
República, no dia 16 de Novembro de 2004, estabelece, por um lado, no seu art.98, como
instrumentos da execução da política económica do Estado, a participação dos cidadãos, bem
como a utilização eficiente dos recursos naturais.
A participação comunitária na exploração de recursos naturais pode apresentar tanto benefícios
quanto riscos, dependendo da abordagem adotada e das circunstâncias específicas de cada
situação. Aqui estão alguns riscos associados à participação comunitária activa ou passiva na
exploração de recursos naturais:
• Participação Comunitária Activa:
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Conclusão
À medida que concluímos esta investigação científica sobre os "Riscos Relacionados Com o
Uso dos Recursos Naturais", torna-se evidente que a exploração desenfreada e inadequada dos
recursos naturais representa uma ameaça iminente para o equilíbrio ambiental, social e
econômico do nosso planeta. A análise aprofundada dos diversos pontos abordados revela a
complexidade intrínseca da interação entre a atividade humana e os recursos naturais,
destacando as implicações multifacetadas que essa relação carrega. O esgotamento dos recursos
naturais emerge como uma preocupação premente, com a demanda crescente superando a
capacidade de regeneração dos ecossistemas. Esse desafio é agravado pela degradação
ambiental, que resulta em perda de biodiversidade, degradação do solo e poluição dos recursos
hídricos, comprometendo a saúde dos ecossistemas e, consequentemente, a qualidade de vida
das comunidades dependentes.
As mudanças climáticas exacerbam esses problemas, agravando eventos climáticos extremos,
elevando o nível do mar e desencadeando impactos significativos nos padrões de chuva e
temperatura. Essas alterações não apenas ameaçam os ecossistemas naturais, mas também têm
implicações diretas nas comunidades vulneráveis, resultando em conflitos sociais e
deslocamentos populacionais. A segurança alimentar e hídrica emergem como questões
inextricavelmente ligadas aos recursos naturais. A exploração irresponsável afeta a produção
de alimentos e a disponibilidade de água potável, comprometendo a saúde e o bem-estar das
populações. Isso, por sua vez, influencia negativamente a economia e o desenvolvimento
sustentável das nações.
Para mitigar esses riscos complexos, alternativas sustentáveis surgem como imperativos. A
transição para energias renováveis, a adoção de práticas agrícolas sustentáveis e a promoção da
economia circular são caminhos promissores. No entanto, a implementação eficaz dessas
alternativas requer políticas e regulamentações sólidas que incentivem a conservação e o uso
responsável dos recursos naturais. A participação comunitária surge como um fator crítico para
a gestão adequada dos recursos naturais. As comunidades devem ser envolvidas ativamente na
tomada de decisões e na formulação de políticas, garantindo que suas perspectivas,
conhecimentos e necessidades sejam considerados.
Em última análise, a proteção e preservação dos recursos naturais são imperativas para a
sustentabilidade do nosso planeta e o bem-estar das gerações presentes e futuras.
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Referências Bibliográficas
https://www.un.org/pt/climatechange/science/causes-effects-climate-change
https://brasil.un.org/pt-br/91223-onu-e-o-meio-ambiente