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Unidade 2 -
1. Introdução ao Desenvolvimento Sustentável
2. A degradação ambiental e o desenvolvimento sustentável
3. Cidades sustentáveis
4. Agenda 21
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO
Condições de trabalho
O gestor ambiental costuma visitar todos os setores da empresa em que atua,
colhendo informações que depois serão analisadas em escritórios refrigerados e
informatizados. Sua atividade pode obrigá-lo a freqüentar locais insalubres e de difícil
acesso, como depósitos de resíduos tóxicos e sítios contaminados por acidentes
ambientais. O planejamento e aplicação de métodos que conciliam as necessidades de
produção com o uso sustentado dos recursos naturais enfrenta, muitas vezes, forte
resistência por parte de setores conservadores estabelecidos dentro das próprias
empresas, aumentando o estresse na rotina de muitos gestores. A Lei de Crimes
Ambientais, que prevê penas rigorosas aos seus infratores, torna ainda mais delicada a
atuação desse profissional, que pode ser processado e responsabilizado criminalmente
quando a empresa em que atua é denunciada por agressão ao meio ambiente.
PERFIL DO OCUPANTE
O responsável pela área de meio ambiente para dar provimento às
responsabilidades que constituem uma interpretação de seu desempenho real, deve
desempenhar inúmeros papéis, entre os quais:
• Representante organizacional;
• Planejador;
• Conhecedor de tecnologias e legislação;
• Assessor técnico;
• Organizador;
• Administrador de equipe.
Portanto, pode-se notar que os papéis exercidos, variam de empresa para
empresa, embora possamos considerar como mais importantes na atuação do
responsável pela área de meio ambiente os que dizem respeito a representar a
organização, planejar a atividade ambiental, e conhecer a tecnologia envolvida.
Os demais papéis de assessoria técnica, organização e administração de equipe
(ambiental), ainda que importantes são exercidos em uma intensidade menor nas
empresas.
Assim, constata-se que o elemento adequado para ocupar a posição de gerente de
meio ambiente deve aliar formação especializada e experiência prática, possuindo
excelente conhecimento na área técnica com grande familiarização a respeito do
processo produtivo.
Essa condição especializada permitirá que ele discuta em igualdade de condições
com os demais técnicos da empresa, especialmente com o pessoal de produção, a
adequação do processo produtivo, no mínimo, às normas estabelecidas pela legislação
ambiental e possa representar de forma adequada o pensamento da política institucional
da empresa relativo à área ambiental.
Deve, assim, possuir as seguintes habilidades:
Habilidade técnica - para poder avaliar as diferentes alternativas, em relação a insumos,
processos e produtos, considerando-as sob o aspecto ambiental e seu
relacionamento com os conceitos de custo e de tempo;
Habilidade administrativa - relacionada com o desempenho das tarefas do processo
administrativo: planejar, organizar, dirigir e controlar, pois caberá a ele a
responsabilidade de executar a política ambiental da empresa;
Habilidade política - para sensibilizar os demais administradores da empresa, que podem
lhe dar apoio e respaldo organizacional, no engajamento da temática ambiental,
propagando e consolidando a idéia de que a sua atividade, antes de ser uma
despesa a mais para a empresa, é uma grande oportunidade para a prospecção de
novas formas de redução de custos e melhoria de lucros;
Habilidade de relacionamento humano - para conseguir a colaboração e o engajamento
de todos os funcionários para causa ambiental da empresa, pois o sucesso desse
empreendimento está intimamente ligado à participação coletiva e à incorporação
dessa variável à cultura da organização.
CONTATOS
No desenvolvimento de suas atividades, o gerente de meio ambiente deverá
estabelecer uma rede de contatos muito ampla, seja a nível interno, seja a nível externo.
ALTA ADMINISTRAÇÃO
CONTATOS Ï CONTATOS
EXTERNOS INTERNOS
- ÓRGÃOS - PRODUÇÃO
GOVERNAMENTAIS - MANUTENÇÃO
- COMUNIDADE - P&D
- IMPRENSA - SUPRIMENTOS
- ORGANIZAÇÕES - MARKETING
CIVIS GERENTE DE - RECURSOS
MEIO AMBIENTE HUMANOS
- ASSOCIAÇÕES - RELAÇÕES
AMBIENTALISTAS PÚBLICAS
- ASSOCIAÇÕES - COMUNICAÇÃO
DE CLASSE - FINANÇAS
- ASSOCIAÇÕES - OUTRAS
INTERNACIONAIS UNIDADES
Ð
INFORMAÇÕES SOBRE
- LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
- NOVAS TECNOLOGIAS
- POLUIÇÃO
- RECICLAGEM
- ECONOMIA DE ENERGIA
A nível interno - seus contatos serão realizados junto às demais unidades administrativas,
discutindo informações sobre legislação ambiental, novas tecnologias, acompanhamento
de melhorias, poluição, reciclagem, aproveitamento de resíduos, economia de energia,
etc.
Histórico
Este histórico sobre o tema ambiental poderia começar em épocas muito recuadas.
Consta que há cerca de 65 milhões de anos um meteorito atingiu a Terra, alterando
profundamente os ecossistemas de então. Muitas espécies, entre elas os dinossauros,
desapareceram devido ao grande impacto ambiental provocado pelo choque. Outros
fenômenos naturais, como os terremotos e as erupções vulcânicas, também causam
impactos importantes sobre o meio ambiente, ainda em nossos tempos, sem que as
ações tomadas pelo homem possam reparar os danos causados pela própria natureza.
Apesar de ser imenso o desafio de proteger o meio ambiente das ações do homem, os
exemplos acima citados mostram que esse desafio é bem mais fácil de ser vencido do
que aqueles de causas naturais, cuja extensão e data de ocorrência a humanidade
sequer consegue prever.
Nos tempos modernos a preocupação com a conservação dos recursos naturais e
com a degradação da biosfera pelo homem pode ser identificada em diversos autores, de
forma pontual. Spinoza, Malthus, Humboldt e Darwin são exemplos desses precursores.
Foi apenas na segunda metade deste século, no entanto, que um grupo de cientistas,
reunidos no chamado Clube de Roma, na década de 60, utilizando-se de modelos
matemáticos, alertou sobre os riscos de um crescimento econômico contínuo, baseado
em recursos naturais esgotáveis. Seu relatório “Limits Growth” (Limites ao Crescimento),
publicado em 1972, foi um sinal de alerta que incluía projeções, em grande parte não
cumpridas, mas que teve o mérito de conscientizar a sociedade para os limites da
exploração do planeta.
A primeira grande catástrofe ambiental - sintoma da inadequação do estilo de vida
do ser humano - viria a acontecer em 1952, quando o ar densamente poluído de Londres
(smog) provocaria a morte de 1.600 pessoas, desencadeando o processo de
sensibilização sobre a qualidade ambiental na Inglaterra, e culminando com a aprovação
da Lei do Ar puro pelo Parlamento, em 1956. Esse fato desencadeou uma série de
discussões em outros países, catalisando o surgimento do ambientalismo nos Estados
Unidos a partir de 1960.
A década de 60 começava, exibindo ao mundo as conseqüências do modelo de
desenvolvimento econômico adotado pelos países ricos, traduzidos em níveis crescentes
de poluição atmosférica nos grandes centros urbanos (Los Angeles, NY, Berlim, Tóquio e
Londres), principalmente em rios envenenados por despejos industriais - Tâmisa, Sena,
Danúbio, Mississipi e outros -; em perda da cobertura vegetal da terra, ocasionando
erosão, perda da fertilidade do solo, assoreamento dos rios, inundações e pressões
crescentes sobre a biodiversidade. Os recursos hídricos, sustentáculo e derrocada de
muitas civilizações, estavam sendo comprometido a uma velocidade sem precedentes na
história da humanidade.
Assim, a década de 60 viu surgirem os primeiros movimentos ambientalistas
motivados pela contaminação das águas e do ar nos países industrializados. Já ocorrera
então a contaminação da baía de Minamata, no Japão, com mercúrio proveniente de uma
planta química. Criara-se a consciência de que resíduos incorretamente dispostos podem
penetrar na cadeia alimentar e causar mortes e deformações físicas em larga escala,
através de um processo de bioacumulação.
Os anos 70 foram a década da regulamentação e do controle ambiental. Após a
Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente, em 1972, as nações começaram a
estruturar seus órgãos ambientais e estabelecer suas legislações, visando o controle da
poluição ambiental. Poluir passa então a ser crime em diversos países. Na mesma época,
a crise energética causada pelo aumento do preço do petróleo traz à discussão dois
novos temas que, constatou-se depois, ajudam em muito a luta daqueles que se
preocupam com a proteção do meio ambiente: discute-se a racionalização do uso de
energia e buscam-se combustíveis mais puros, de fontes renováveis. Ao mesmo tempo,
as primeiras tentativas de valorização energética de resíduos unem dois dos temas mais
em evidência nessa década: meio ambiente e conservação de energia. O conceito de
desenvolvimento sustentável começa a surgir no painel de temas em discussão.
Em 1978, na Alemanha, surge o primeiro selo ecológico, o Anjo Azul, destinado a
rotular produtos considerados ambientalmente corretos.
Com a chegada da década de 80 e a entrada em vigor de legislações específicas
que controlam a instalação de novas indústrias e estabelecem exigências para as
emissões das indústrias existentes, desenvolvem-se empresas especializadas na
elaboração de Estudos de Impacto Ambiental e de Relatórios de Impacto Ambiental. Os
resíduos perigosos passam a ocupar lugar de destaque nas discussões sobre a
contaminação ambiental. Alguns acidentes de vulto, como Chernobyl, na então União
Soviética; Sevesco, na Itália; Bhopal, na Índia; e Basiléia, na Suíça, e a constatação da
destruição progressiva da camada de ozônio que circunda a Terra e a protege de
algumas faixas de radiações solares, trazem finalmente a discussão dos temas
ambientais para o dia-a-dia do homem comum.
Nos Estados Unidos, país particularmente afetado por um grande número de áreas
industriais degradadas e depósitos de resíduos construídos sem os cuidados que
assegurassem sua estanqueidade, o governo cria um fundo especial de recursos para
custear a reabilitação dessas áreas, o chamado “Superfund”.
Ainda nesta década, a proteção ambiental, que era vista por um ângulo defensivo,
estimulando apenas soluções corretivas baseadas no estrito cumprimento da legislação,
começa a ser considerada pelos empresários como uma necessidade, pois reduz o
desperdício de matérias-primas e assegura uma boa imagem para uma empresa que
adere às propostas ambientalistas.
A década de 80 se encerrou com uma globalização das preocupações com a
conservação do meio ambiente. Dois claros exemplos dessa preocupação global são o
Protocolo de Montreal, firmado em 1987, que bane toda uma família de produtos químicos
(os clorofluorcarbonos ou CFC’s) e estabelece prazos para sua substituição, e o Relatório
da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, instituída pela
Assembléia Geral das Nações Unidas. Este último, também chamado de Relatório de
Brundtland, em razão do nome de sua coordenadora, foi publicado em 1987 sob o título
de “Nosso Futuro Comum” e permitiu disseminar mundialmente o conceito de
Desenvolvimento Sustentável.
Ainda nos anos 80, mais precisamente em 1989, em Basiléia, Suíça, é firmado um
convênio internacional que estabelece as regras para os movimentos transfronteiriços de
resíduos, dispõe sobre o controle da importação e exportação e proíbe o envio de
resíduos para países que não disponham de capacidade técnica, legal e administrativa
para recebê-los. É a Convenção de Basiléia, já ratificada por muitos países, criada, entre
outras razões, para coibir o comércio de resíduos tóxicos para serem descartados em
países menos desenvolvidos.
Na década de 90, já consciente da importância de manter o equilíbrio ambiental e
entendendo que o efeito nocivo de um resíduo ultrapassa os limites da área em que foi
gerado ou disposto, o homem está preparado para internalizar os custos da qualidade de
vida em seu orçamento e pagar o preço de manter limpo o ambiente em que vive. A
preocupação com o uso parcimonioso das matérias-primas escassas e não renováveis, a
racionalização do uso de energia, o entusiasmo pela reciclagem, que combate o
desperdício, convergem para uma abordagem mais ampla e lógica do tema ambiental que
pode ser resumida pela expressão “Qualidade Ambiental”.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento
(note-se a inclusão do termo Desenvolvimento no título já utilizado na conferência
precursora de 1972), conhecida também como Cúpula da Terra ou Rio 92, mostrou que
nesse final de século a questão ambiental ultrapassa os limites das ações isoladas e
localizadas, para se constituir em uma preocupação de toda a humanidade.
A introdução de novos conceitos, como Certificação Ambiental, Atuação
Responsável e Gestão Ambiental, tende a modificar a postura reativa que marcava, até
recentemente, o relacionamento entre as empresas, de um lado, e os órgãos de
fiscalização e as ONG’s atuantes na questão ambiental, de outro. Uma nova postura,
baseada na responsabilidade solidária, começa a relegar a um segundo plano as
preocupações com multas e autuações, que vão sendo substituídas por um maior cuidado
com a imagem da empresa.
A década de 90 assistiu também à entrada em vigor, em 1992, das normas
britânicas BS7750 - Specification for Environmental Management Systems (Especificação
para Sistema de Gestão Ambiental), que serviram de base para elaboração de um
sistema de normas ambientais a nível mundial. A entrada em vigor dessas normas
internacionais de gestão ambiental, que constituem a série ISO 14000, e a integração que
já começa a ocorrer entre elas e as normas de gestão da qualidade (série ISO 9000)
constituem o coroamento de uma longa caminhada em prol da conservação do meio
ambiente e do desenvolvimento em bases sustentáveis.
Para as empresas a questão ambiental deixa de ser, assim, um tema-problema,
para se tornar parte de uma solução maior - a Credibilidade da Empresa junto à
sociedade através da qualidade e da competitividade de seus produtos.
objetivos
• incentivar a evolução da atividade normativa, estimulando a harmonização das
legislações nacionais dos Estados-Partes em matéria ambiental, objetivando
otimizar os níveis de sustentabilidade na apropriação dos recursos naturais e da
qualidade ambiental do MERCOSUL;
• fortalecer a cooperação para elaboração de leis, regulamentos, procedimentos,
políticas e práticas ambientais;
• monitorar o cumprimento da legislação, fiscalizar investigar possíveis violações,
inclusive através de inspeções locais;
• favorecer a participação da sociedade civil no tratamento das questões ambientais
afetas ao processo de integração.
compromissos
• promover e incentivar a educação ambiental e o ecoturismo;
• desenvolver e implementar sistema de informações ambientais;
• promover o uso de indicadores de sustentabilidade ambiental;
• estabelecer níveis de exigências em matéria de saúde e meio ambiente, levando
em consideração o nível de qualidade ambiental que se requer para o MERCOSUL
e a sadia competitividade;
• cada Estado-Parte do MERCOSUL informará aos países que importam pesticidas
e substâncias perigosas as eventuais restrições ou proibições existentes, no
território do país exportador, relacionadas ao uso daqueles produtos.
instrumentos de controle ambiental
biosegurança
Produtos perigosos
visando assegurar o nível de proteção ambiental que cada Estado-Parte requer, o mesmo
poderá elaborar e manter normas ambientais, sanitárias e fitossanitárias tão ou mais
restritas que aquelas adotadas internacionalmente;
o transporte e a movimentação de cargas de produtos perigosos no MERCOSUL
dependerá de prévia anuência dos estados-partes envolvidos;
os Estados-Partes se comprometem a promover a gestão ambiental de produtos
perigosos, a fim de assegurar que sua produção, utilização e disposição final retenham a
máxima segurança.
Panorama do presente
A característica da sociedade latino americana, incluindo a brasileira, reside nas
disparidades sócio-econômicas e sanitárias que oscilam entre o anacrônico e o moderno,
entre o velho e o novo, no conhecimento privilegiado de uma minoria e enorme parcela da
população excluídos dos direitos à cidadania. Trata-se de uma sociedade da
desigualdade, visível ao se examiná-la no ângulo sócio-econômico, sanitária e ambiental.
O binômio saúde pública e meio ambiente sempre esteve vinculado e, na
sociedade latino americana, esta associação adquire uma acentuada evidência,
principalmente pela prevalência das doenças de curto prazo. Ao contrário do que ocorre
nas nações desenvolvidas em que, há décadas, conseguiram impor ações para
equacionar a proliferação das doenças da pobreza, representadas pela malária, dengue,
cólera e outras disenterias, na América Latina, além de não se conseguir erradicar estas
enfermidades, acrescente-se a esta realidade, novos riscos à saúde dos seus povos,
especificamente as doenças de longo prazo.
A contradição disto tudo é o aumento progressivo das doenças cancerígenas,
mutagênicas e teratogênicas que ocorrem mais freqüentemente nas áreas metropolitanas,
provocadas pela emissão de poluentes químicos, na utilização não racional das
substancias químicas e pela debilidade das ações de controle da poluição ambiental. O
aumento progressivo na prevalência das doenças crônicas não iniciou hoje e sim no
passado, mas afloram na atualidade, e contraditoriamente, tanto pela melhoria do bem
estar material das comunidades como pelo aumento da expectativa de vida. Se é difícil
mobilizar recursos para debelar as doenças que matam a curto prazo, muito mais difícil é
sensibilizar na adoção de medidas preventivas para debelar as doenças de letalidade a
longo prazo e no qual, a dispersão não controlada das substâncias químicas possui uma
contribuição especial.
Uma das causas das doenças típicas de países em desenvolvimento e da ameaça
à biodiversidade na América Latina continua sendo a falta de controle ambiental eficaz.
Tem-se alguns casos notáveis, de contaminação do ar, água e solo na América Latina,
como por exemplo:
• concentração de praguicidas nos sedimentos na Bacia do Rio San Juan entre a
Nicarágua e Costa Rica;
• contaminação provocada pelos garimpos de estanho e ouro na Amazônia;
• deficiências no tratamento das águas residuárias domésticas dos aglomerados
urbanos, assim como a disposição adequada dos resíduos sólidos industriais,
domésticos e hospitalares.
• deflorestação de El Salvador e outros países da América Central pela utilização de
lenha como fonte térmica destruindo o solo e a biodiversidade;
• degradação das águas costeiras e manguezais na costa do Atlântico sul americano
até Lacuna em Santa Catarina(Brasil), Colômbia, Equador e América Central;
• degradação dos recifes e corais na costa do Estado da Bahia no Brasil e na
América Central;
• emissão de contaminantes do Sistema Carboenergético de Candiota em Bagé no
Rio Grande do Sul(Brasil);
• emissão veicular de poluentes atmosféricos na área metropolitana da Cidade do
México, São Paulo e Santiago;
• mineração de Carvão na região de Criciúma em Santa Catarina(Brasil),
especialmente pela produção de rejeitos com elevado potencial de contaminação;
• presença de organoclorados como o DDT e seu metabolito o DDE no leite materno
e no cordão umbilical de crianças no Uruguai;
• queimadas e a devastação florestal na Amazônia;
• utilização de mananciais metropolitanos para abastecimento público de água com
elevado potencial de contaminação.
O que estimula na América Latina a tipologia da degradação ambiental tanto é o
mau uso da riqueza como a prevalência da miséria. Todavia, pairando sobre tudo, como
grande responsável, está a insensibilidade dos governantes em priorizar ações a médio e
a longo prazo para eliminar os impactos ambientais adversos à saúde pública e à
biodiversidade. As ações para a sustentabilidade ambiental na América Latina e no Brasil
somente serão realmente internalizadas na sociedade quando se unificar o caminho entre
a prática e o discurso.
As principais falhas observadas nas ações de controle da dispersão ambiental das
substâncias químicas na América Latina podem ser atribuídas aos seguintes fatores:
• carência de recursos financeiros, humanos e de banco de dados de informações
toxicológicas;
• disponibilidade de boas práticas tecnológicas para eliminação ou disposição segura
dos resíduos químicos sólidos e de critérios de monitoramento das
microquantidades no ambiente;
• existência de produtos químicos com ausência de advertência na rotulagem
relativa à sua manipulação, estocagem, transporte, dos riscos agudos à saúde
além da inexistência de informação relacionadas à biopersitência ambiental,
metabolitos e toxicidade a curto e a longo prazo;
• implantação de sistema de vigilância epidemiológica para as populações
ocupacionalmente expostas e disponibilização pública destas informações;
• importação e manipulação, em alguns países, de produtos químicos banidos ou
proibidos pelas autoridades sanitárias e ambientais dos países desenvolvidos.
Recentemente, o próprio Governo Brasileiro vetou artigo na Lei de Crimes
Ambientais que penalizava a comercialização de produtos químicos proibidos em
outros países;
• inexistência de legislação exigindo testes de pré-lançamento das substâncias
químicas ou da certificação da sua toxicidade e de impacto ao seres humanos e ao
ambiente por organismos internacionais de ilibada respeitabilidade;
Áreas para cooperação técnica
A macro análise da realidade ambiental na América Latina, permite identificar áreas
a exigir cooperação técnica para transferência de tecnologia para promover a qualidade
da vida dos seres humanos e a sustentabilidade ambiental dos recursos naturais. As
áreas que se julga fundamental aprimorar e consolidar o controle da dispersão das
substâncias químicas e da degradação da biodiversidade se relacionam a :
b) Monitoramento ambiental
Destaca-se como um dos problemas enfrentados na Gestão Ambiental na América
Latina para interpretação da qualidade o uso de parâmetros de monitoramento, que
detectam no meio, exclusivamente os aspectos físicos, químicos e bacteriológico. Ainda
são indicadores de qualidade de uma época em que a bioacumulação das micro doses na
biota ou o sinergismo da dispersão ambiental das substâncias químicas, ainda eram
relegados a um plano de importância inferior.
O critério de monitoramento tradicionalmente adotado em especial para as águas
superficiais e subterrâneas não avalia corretamente o reflexo das emissões das fontes de
contaminação pontuais e difusas e, com isso, pode orientar erradamente as ações de
controle ambiental. Além disso, outros fatores que alteram a qualidade da água como o
caso, da ressuspensão e ressubilização de contaminantes provenientes do sedimento de
fundo de rios, lagos ou reservatórios para o meio líquido e os riscos que podem ocasionar
à saúde pública e aos ecossistemas aquáticos, foram muito poucos estudos.
As ações de monitoramento ambiental são instrumentos da avaliação da qualidade
e é imperativo estimular e aprimorar o seu desempenho, intensificando a transferência de
tecnologia para as seguintes áreas:
normalização técnica relacionada a definição de objetivos do monitoramento,
desenho da rede, análise e interpretação dos dados.
análises biológicas e ecotoxicológicas: introdução de indicadores biológicos no
controle de poluentes;
apoio tecnológico: (i)técnicas para determinar a dispersão de poluentes em
ambientes aquáticos e na atmosfera; (ii)implantação de sistemas de
Gerenciamento de Dados de monitoramento ambiental, vinculado a inventário de
produtos químicos no mercado consumidor com avaliação de risco, a informação
toxicológica dos produtos químicos e seus ingredientes ativos, os efeitos da dose-
resposta em população exposta,(iii) técnicas de monitoramento de resíduos
químicos perigosos, especialmente no armazenamento, transporte e disposição
final, (iv) determinação simplificada de vazão de cursos de água
superficiais(volume médio) para determinação da carga poluidora.
2. apoio tecnológico:
• gerenciamento de resíduos sólidos industriais ou hospitalares, especialmente
nas etapas de armazenamento, transporte, monitoramento e tratamento;
• aprimoramento das técnicas de disposição de resíduos nos aterros sanitários,
promovendo tratamento integral do chorume e monitoramento dos efeitos
adversos aos meios abiótico, biótico e antrópico;
• capacitação de recursos humanos em sistemas de alerta e informação para
atuar em acidentes ambientais químicos, assim como na identificação e
avaliação das áreas contaminadas por resíduos sólidos industriais;
• identificação de áreas com disposição inadequada dos resíduos sólidos
industriais
• implantação de Banco de Dados que forneça informações acerca das
características, especificações e cuidados quanto ao atendimento de ocorrência
de produtos perigosos;
• monitoramento da degradação da qualidade dos aqüíferos subterrâneos nos
aterros sanitários e industriais;
• técnicas de levantamento epidemiológico para avaliação de contaminantes em
comunidades próximas a unidades de tratamento de resíduos sólidos por
incineração
• tecnologias de baixo custo para disposição do resíduo urbano doméstico e
produção de energia;
• tecnologias para remediação de áreas contaminadas;
• uso ou disposição de lodo gerado por estação de tratamento de esgotos
domésticos e industriais
3. degradação da floresta tropical:
• implicações no efeito estufa