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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE

MOÇAMBIQUE
1
FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO
3 Ano /2 Semestre
Economia de Ambiente e Recurso
Ética Ambienta
2
Discente:
Hamilton Zumbire;
Inês Tole Boma;
Jéssica João Mussepe; Joaquim Augusto
Titosse ;
Kelvin Paulino J. Mutambe ; e
Maria Luísa Lourenço .
Docente: MA. Hélcio M. M. Cânda
3 Índice
 CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO:
• 1.1. Introdução;
• 1.2. Objetivos;
• 1.3. Metodologia .
 CAPÍTULO II: DESENVOLVIMENTO:
• 2.1. Ética Ambiental;
• 2.2. Papel do Setor Privado ;
• 2.3. O Papel do Governo na Promoção da Ética Ambiental ;
• 2.4. O Papel da Sociedade Civil na Promoção da Ética Ambiental ;
• 2.5. Recomendações para fortalecer a colaboração entre o setor privado, o
governo e a sociedade civil.
 CAPÍTULO III: CONCLUSÃO
• 3.1. Conclusão
• Referências Bibliografia
4 CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
Nos últimos anos, a crescente conscientização sobre os impactos das
atividades humanas no meio ambiente tem desencadeado uma revisão
profunda nas formas como a sociedade interage e percebe o ecossistema que
a cerca.
Nesse contexto, a ética ambiental emerge como um campo de estudo
fundamental, explorando os valores, princípios e responsabilidades que
guiam as ações humanas em relação ao meio ambiente . O propósito deste
estudo é analisar detalhadamente os papéis desempenhados pelo setor
privado, governo e sociedade civil na promoção da ética ambiental. Ao
examinar as contribuições e as responsabilidades únicas de cada setor, este
artigo busca compreender como a colaboração entre eles pode conduzir a
soluções mais eficazes e abrangentes para as questões ambientais.
5 CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.2. Objetivos:
 1.2.1. Objectivo Geral
• Analisar os papéis do sector privado, do governo e da sociedade civil na
promoção da ética ambiental e na busca por um equilíbrio sustentável
entre o desenvolvimento humano e a preservação do meio ambiente.
 1.2.2. Objectivos Específicos
• Analisar as políticas, regulamentações e estratégias governamentais que
visam promover a sustentabilidade e a ética ambiental, identificando áreas
de progresso e possíveis lacunas.
• Avaliar os desafios e obstáculos enfrentados por cada setor na promoção
da ética ambiental, incluindo pressões econômicas, barreiras regulatórias e
resistência cultural.
• Propor recomendações para fortalecer a colaboração entre o setor privado,
o governo e a sociedade civil, visando aprimorar a implementação de
práticas éticas e sustentáveis.
6 CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.3. Metodologia
Segundo Marconi &Lakatos, a metodologia em um conjunto
detalhado e sequencial de métodos e técnicas científicas a
serem executadas ao longo de pesquisa, de tal modo que se
consiga atingir os objectivos inicialmente propostos e ao
mesmo tempo, atender aos critérios de menor custo, maior
rapidez, maior eficácia e mais contabilidade de informação.
Para a efectivação deste trabalho, fez-se uma busca
bibliográfica, visto que foi desenvolvida com base em material
já elaborado, constituindo principalmente de livros e artigos
científicos electrónicos, de modo a conseguir alcançar os
objectivos modelados e acima mencionados.
7 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.1. Ética Ambiental
A ética ambiental é um campo interdisciplinar que busca explorar as
complexas interacções entre os seres humanos e o meio ambiente,
assim como as implicações morais de nossas acções sobre a natureza.
Callicott (1989) salienta que a ética ambiental é fundamentalmente
sobre a relação correcta entre os seres humanos e o mundo natural.
Dentro dessa esfera, duas perspetivas principais têm sido debatidas: o
antropocentrismo e o ecocentrismo. O antropocentrismo, que enfoca
os interesses humanos, é exemplificado pelas palavras de Passmore
(1974), que argumenta que a ética deve se basear em interesses
humanos. No entanto, críticos como Leopold (1949) sustentam o
ecocentrismo, que considera o valor intrínseco da natureza,
defendendo que uma ética correta é mais ampla que os seres humanos
sozinhos.
CAPÍTULO II:
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DESENVOLVIMENTO
2.1. Cont.
Um dos princípios fundamentais da ética ambiental é a
responsabilidade intergeracional, que implica a obrigação de
considerar as necessidades das futuras gerações. como observado por
hansjonas (1984), agir de modo a não impedir que as futuras gerações
alcancem sua própria herança". isso ressalta a importância de adotar
um enfoque de longo prazo em relação às decisões que afetam o meio
ambiente.
A ética ambiental traz à tona uma série de questões essenciais que
despertam profunda reflexão. Essas questões centrais abordam
aspectos cruciais da nossa relação com o ambiente natural e o impacto
das ações humanas. Entre as principais indagações que emergem desse
campo, encontram-se as seguintes:
9 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.1. Cont.
I. Valor intrínseco da natureza :A noção de valor intrínseco da
natureza tem implicações éticas significativas. Ela sugere que temos
uma responsabilidade moral de cuidar e preservar a natureza não apenas
por nossa própria utilidade imediata, mas como parte de um dever de
respeito e consideração por todas as formas de vida e pelo próprio
planeta que habitamos. Essa abordagem desafia a exploração
desenfreada dos recursos naturais e propõe uma relação mais
harmoniosa e equilibrada com o ambiente.
o conceito de valor intrínseco da natureza nos convida a repensar nossa
relação com o mundo natural e a considerar a ética além das fronteiras
humanas. Ele nos desafia a superar a visão utilitária e a reconhecer que
a natureza possui uma riqueza própria que merece nossa proteção,
independentemente de sua utilidade imediata para nós;
CAPÍTULO II:
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DESENVOLVIMENTO
2.1. Cont.
II. Desenvolvimento sustentável:O desenvolvimento sustentável
implica em atender às necessidades das gerações presentes sem
comprometer a capacidade das futuras gerações de atenderem às suas
próprias necessidades. Esse conceito reconhece que a prosperidade
econômica, a qualidade de vida e a equidade social estão
intrinsecamente ligadas à saúde do meio ambiente. Assim, a busca pelo
desenvolvimento sustentável exige uma abordagem holística que
considera não apenas os aspectos económicos, mas também os sociais e
ambientais.
III. Responsabilidade intergeracional:A noção de responsabilidade
intergeracional baseia-se na ideia de que somos guardiões temporários
do planeta e seus recursos naturais. Isso implica que temos a
responsabilidade ética de não esgotar ou degradar esses recursos de tal
forma que as gerações futuras se vejam privadas das mesmas
oportunidades e qualidade de vida que desfrutamos.
11 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.1. Cont.
IV. Mudanças climáticas e poluição:A discussão sobre mudanças
climáticas e poluição ocupa um lugar central na ética ambiental,
considerando o impacto substancial que esses fenômenos têm no
ambiente e nas futuras gerações.
• Mudanças Climáticas: A mudança climática resultante do aumento
das emissões de gases de efeito estufa tem implicações éticas
significativas. A ética ambiental nos chama a considerar nossa
responsabilidade coletiva em reduzir as emissões, mitigar os impactos
e apoiar aqueles que são mais afetados.
• Poluição: A poluição do ar, da água e do solo é uma questão que
transcende fronteiras e gerações. A liberação de poluentes tem
impactos negativos na saúde humana, na biodiversidade e nos
ecossistemas.
12 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.1. Cont.
Desenvolver a ética em relação a mudanças climáticas e poluição
envolve adoptar uma perspectiva de precaução e responsabilidade. Isso
implica em: Redução de Emissões , Apoio às Vítimas , Promoção de
Soluções .

V. Conservação e biodiversidade:A conservação da biodiversidade é


um pilar essencial da ética ambiental, pois se concentra na preservação
das múltiplas formas de vida e dos ecossistemas que sustentam o
funcionamento saudável do planeta. A biodiversidade, que engloba a
variedade de espécies, genes e ecossistemas, é fundamental para a
estabilidade e a resiliência dos sistemas naturais e também possui um
valor intrínseco que merece consideração ética.
CAPÍTULO II:
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DESENVOLVIMENTO
2.1. Cont.
A biodiversidade também possui um valor estético, cultural e espiritual,
sendo parte integrante da riqueza cultural e da herança da humanidade.
A ética ambiental nos chama a:
• Preservação das Espécies Ameaçadas: Reconhecer que temos
uma responsabilidade de agir para evitar a extinção de espécies
ameaçadas;
• Restauração de Ecossistemas: Reconhecer que a recuperação de
ecossistemas degradados é uma parte vital da conservação;
• Exploração Sustentável: Reconhecer que, em algumas
circunstâncias, é possível utilizar os recursos naturais de forma
sustentável, desde que seja feito com base em práticas responsáveis
e considerando os limites dos ecossistemas ; e
• Promoção da Educação e Sensibilização: Reconhecer que a
conscientização sobre a importância da biodiversidade e os riscos
da sua perda é essencial para promover ações de conservação.
14 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.2. Papel do Setor Privado
O papel do sector privado desempenha um papel significativo na ética
ambiental ao considerar as responsabilidades das empresas em relação
ao meio ambiente, além de explorar maneiras pelas quais elas podem
contribuir para a sustentabilidade e o desenvolvimento de práticas
comerciais responsáveis.
2.2.1. O Papel do Sector Privado na Ética Ambiental Em Moçambique
O papel do sector privado na ética ambiental em Moçambique é de
extrema importância para a promoção de um desenvolvimento
sustentável e equitativo. As empresas têm a responsabilidade de
considerar o impacto de suas operações no meio ambiente e na
sociedade, garantindo que suas atividades contribuam para a
conservação da biodiversidade, a mitigação das mudanças climáticas e
o bem-estar das comunidades locais.
15 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.2.1. Cont.
O setor privado em Moçambique pode desempenhar um papel vital
na ética ambiental de várias maneiras:
I. Investimento em Tecnologias Verdes:o investimento em
tecnologias verdes em Moçambique desempenha um papel crucial na
promoção da ética ambiental. Ao adotar práticas mais sustentáveis, as
empresas podem não apenas mitigar os impactos ambientais, mas
também demonstrar responsabilidade social e contribuir para o
desenvolvimento sustentável do país.
II. Adoção de Práticas Sustentáveis:A ética ambiental exige que as
empresas em Moçambique considerem não apenas os resultados
econômicos, mas também o impacto de suas atividades no meio
ambiente e nas comunidades locais, visando o equilíbrio entre as
necessidades presentes e futuras.
16 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.2.1. Cont.
III. Promoção da Responsabilidade Social Corporativa:A promoção da
responsabilidade social corporativa (RSC) é uma abordagem ética e
estratégica que busca integrar preocupações sociais e ambientais nas
operações comerciais das empresas. Em Moçambique, onde o
equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental é
crucial, a RSC desempenha um papel fundamental na construção de
uma sociedade mais justa, sustentável e ética.

IV. Promoção da Educação Ambiental:A promoção da educação


ambiental também se alinha com a busca pelo desenvolvimento
sustentável delineado na Estratégia Nacional de Educação Ambiental
em Moçambique. Capacitar as pessoas com conhecimento ambiental
pode contribuir para uma sociedade mais consciente, participativa e
engajada na promoção da sustentabilidade.
17 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.2.2. Os desafios e obstáculos enfrentados pelo setor privado na promoção
da ética ambiental

A promoção da ética ambiental pelo setor privado é um


empreendimento valioso, mas não isento de desafios significativos
que podem dificultar a implementação bem-sucedida de práticas
sustentáveis. Alguns dos principais desafios incluem:
I. Pressões Financeiras e Retorno sobre Investimento (ROI) : A transição
para práticas mais sustentáveis muitas vezes exige investimentos
substanciais em tecnologias verdes, eficiência energética e
infraestrutura. Empresas podem se preocupar com a viabilidade
econômica desses investimentos devido a incertezas sobre o retorno
financeiro a curto prazo;
18 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.2.2. Cont.
II. Concorrência e Competitividade : Empresas frequentemente operam em
mercados altamente competitivos, onde a ênfase na lucratividade pode
parecer incompatível com a ética ambiental. A percepção de que
práticas sustentáveis podem prejudicar a competitividade pode levar a
relutância em adotar mudanças. No entanto, práticas sustentáveis
podem, na verdade, conferir vantagens competitivas a longo prazo
(Sharma, 2019);
III. Conflitos entre Lucro e Ética :A busca por lucros e a ética
ambiental nem sempre estão alinhadas. As empresas podem enfrentar
dilemas difíceis ao decidir entre a maximização do retorno financeiro e
a adoção de práticas sustentáveis que podem ter impactos iniciais nos
lucros (Banerjee, 2003) .
19 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.2.2. Cont.
V. Falta de Conscientização e Educação: A falta de
conscientização sobre os benefícios a longo prazo da ética ambiental
pode ser um obstáculo. Algumas empresas podem não compreender
completamente os impactos positivos da sustentabilidade em termos
de reputação, eficiência operacional e resiliência. A educação e a
conscientização sobre esses benefícios são fundamentais para
motivar a adoção de práticas sustentáveis (Wang & Sarkis, 2017).
CAPÍTULO II:
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DESENVOLVIMENTO
2.3. O Papel do Governo na Promoção da Ética Ambiental
I. Desenvolvimento de Regulamentações Ambientais :O governo tem
o poder de estabelecer regulamentações ambientais que estipulam
padrões mínimos que as empresas devem cumprir. Isso abrange áreas
como a emissão de poluentes, a gestão de resíduos, o uso de recursos
naturais e a conservação da biodiversidade. Regulamentações claras e
rigorosas fornecem um conjunto de regras pelo qual as empresas devem
operar, incentivando a adoção de práticas éticas (Esty& Winston, 2006);
II. Incentivos Econômicos e Fiscais :O governo pode criar incentivos
econômicos e fiscais que encorajam as empresas a adotar práticas
sustentáveis. Isso pode incluir benefícios fiscais para investimentos em
tecnologias verdes, subsídios para energias renováveis ou programas de
crédito para projetos de conservação ambiental. Esses incentivos podem
reduzir os custos iniciais de adoção de práticas éticas (Porter& van der
Linde, 1995);
21 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.3. Cont.
III. Monitoramento e Fiscalização :O governo desempenha um
papel essencial em monitorar e fiscalizar as atividades empresariais
para garantir o cumprimento das regulamentações ambientais. Isso
envolve inspeções regulares, coleta de dados e aplicação de
penalidades em caso de não conformidade. A fiscalização eficaz
ajuda a garantir que as empresas não comprometam a ética ambiental
por busca de lucros imediatos (Parker, 2008)
IV. Estabelecimento de Metas de Sustentabilidade :O governo
pode definir metas ambiciosas de sustentabilidade, como a redução
de emissões de gases de efeito estufa ou a promoção do uso de
energias renováveis. Essas metas não apenas definem uma direção
clara para as empresas, mas também criam pressão para que elas
adotem práticas éticas para cumprir esses objectivos
(Hoffman&Bazerman, 2007).
22 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.3.1. Desafios e Obstáculos Enfrentados pelo Papel do Governo na
Promoção da Ética Ambiental
O papel do governo na promoção da ética ambiental é essencial, mas
não isento de complexidades. Enquanto busca catalisar a mudança em
direção à sustentabilidade, o governo enfrenta diversos desafios que
podem comprometer sua capacidade de efetivamente implantar políticas
e regulamentações ambientais.
I. Interesses Conflitantes e Pressões Econômicas :O governo
frequentemente se encontra em um equilíbrio delicado entre estimular o
crescimento econômico e proteger o meio ambiente. Em países em
desenvolvimento, como Moçambique, a busca por desenvolvimento
muitas vezes leva a pressões para flexibilizar regulamentações
ambientais. O desafio é harmonizar esses interesses divergentes e
promover o desenvolvimento sustentável que beneficie tanto a economia
quanto a ecologia (Agrawal, 2005);
23 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.3.1. Cont.
II. Corrupção e Implementação Ineficaz :A corrupção pode
corroer os esforços do governo na promoção da ética ambiental.
Quando os interesses privados influenciam a implementação de
regulamentações, a fiscalização torna-se ineficaz e as empresas
podem operar sem se sujeitar a práticas éticas. Superar a corrupção
exige esforços de governança transparentes e sistemas de fiscalização
robustos (Banks, 2002);
III. Instabilidade Política e Mudanças de Governo :Mudanças
frequentes no governo e instabilidade política podem levar a
reversões de políticas ambientais. Isso cria incerteza para as
empresas, que podem hesitar em investir em práticas sustentáveis se
não houver confiança na continuidade das políticas de ética
ambiental (Campbell, 2006)
24 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.3.1. Cont.
VI. Desafios Globais e Cooperação Internacional :Problemas
ambientais, como as mudanças climáticas, frequentemente
transcenderem as fronteiras nacionais. A cooperação internacional é
essencial para enfrentar esses desafios, mas a falta de consenso global
pode dificultar os esforços do governo para implementar políticas
eficazes (Falkner, 2016).
25 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.4. O Papel da Sociedade Civil na Promoção da Ética Ambiental
A sociedade civil desempenha um papel de extrema relevância na
promoção da ética ambiental, atuando como uma força independente
que pode moldar e influenciar as práticas tanto do setor privado quanto
do governo. Composta por uma variedade de atores, como
organizações não governamentais (ONGs), grupos comunitários,
activistas, acadêmicos e cidadãos engajados, a sociedade civil se
posiciona como uma voz vital na defesa de práticas ambientalmente
responsáveis ;
I. Defesa da Transparência e Responsabilidade :A sociedade civil
desempenha um papel fundamental em expor práticas empresariais e
governamentais que prejudicam o meio ambiente. Por meio de
pesquisas, investigações e advocacia, essas organizações trazem à luz
atividades que degradam ecossistemas e ameaçam a sustentabilidade ;
26 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.4. Cont.
II. Mobilização e Conscientização Pública :Um dos principais
papéis da sociedade civil é criar conscientização sobre questões
ambientais. Através de campanhas educativas, protestos pacíficos,
workshops e a disseminação de informações em plataformas de média
e redes sociais, a sociedade civil tem o poder de sensibilizar o público
em geral ;
III. Monitoramento Independente e Responsabilização :A
sociedade civil muitas vezes preenche uma lacuna importante na
fiscalização governamental. Realizando monitoramentos
independentes, essas organizações verificam se as políticas e
regulamentações ambientais estão sendo efetivamente implementadas.
A divulgação de relatórios detalhados e informações sobre o
cumprimento ou violação das regulamentações pressiona o governo e
as empresas a adotarem práticas mais éticas e a cumprirem suas
27 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.4. Cont.
IV. Facilitação do Diálogo e Engajamento :A sociedade civil
também desempenha um papel de mediadora, promovendo o diálogo
e a colaboração entre empresas, governo e comunidades locais.
Através de plataformas de consulta pública e grupos de trabalho, as
organizações da sociedade civil facilitam a discussão de questões
ambientais complexas, buscando soluções que considerem diversos
interesses e resultem em práticas mais éticas e sustentáveis (Cashore,
2002) .
28 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.4.1. Desafios e Obstáculos Enfrentados pelo papel da sociedade
civil na Promoção da Ética Ambiental
Enquanto a sociedade civil desempenha um papel fundamental na
promoção da ética ambiental, também enfrenta diversos desafios que
podem dificultar sua eficácia em moldar práticas mais sustentáveis.
Esses desafios podem variar de acordo com a situação política,
cultural e econômica de cada país, mas alguns são amplamente
observados:
I. Recursos Limitados :Muitas organizações da sociedade civil
enfrentam restrições de financiamento e recursos humanos. Isso pode
limitar suas capacidades de realizar pesquisas detalhadas, campanhas
de conscientização de grande alcance e advocacia eficaz, o que afeta
sua capacidade de influenciar as práticas ambientais
(Biekart&Fowler, 2007);
29 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.4.1. Cont.
II. Pressão e Retaliação :Grupos que defendem a ética ambiental
podem enfrentar pressão ou retaliação por parte do setor privado ou
do governo, especialmente quando suas atividades ameaçam
interesses financeiros. Isso pode incluir ações legais, difamação
pública e restrições à liberdade de expressão (Edwards, 2014);
IV . Conflitos de Interesse Internos :Dentro das organizações da
sociedade civil, podem surgir conflitos de interesse entre diferentes
membros ou facções. Isso pode enfraquecer a mensagem que a
sociedade civil está tentando transmitir e dificultar a formulação de
estratégias eficazes (Anheier, 2001).
30 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.5. Recomendações para fortalecer a colaboração entre o setor
privado, o governo e a sociedade civil.
1. Estabelecer Fóruns de Diálogo Permanentes :
• Promover a criação de fóruns de diálogo regulares que reúnam
representantes do setor privado, governo e sociedade civil; e
• Esses fóruns servirão como espaços para discussões construtivas,
compartilhamento de informações e definição de metas comuns.
2 . Transparência e Prestação de Contas :
• Exigir transparência por parte das empresas em relação às suas
práticas ambientais e éticas; e
• Desenvolver mecanismos de prestação de contas que permitam que
todas as partes interessadas avaliem o desempenho das empresas.
31 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.5. Cont.
3. Promoção da Responsabilidade Social Corporativa (RSC):
• Incentivar empresas a adotarem estratégias de RSC que incluam
considerações éticas e ambientais em suas operações; e
• Reconhecer e premiar empresas que demonstram liderança em
RSC.
4. Participação em Iniciativas Globais:
• Participar ativamente de iniciativas globais, como os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU;e
• Demonstrar compromisso com metas globais de sustentabilidade.
CAPÍTULO II:
32 DESENVOLVIMENTO
2.5. Cont.
5. Reforçar a Fiscalização e o Cumprimento de Regulamentações
• Garantir que as regulamentações ambientais sejam cumpridas de
forma rigorosa e eficaz;e
• Alocar recursos para fiscalização e implementação adequadas.
2.5. A colaboração entre o setor privado, o governo e a sociedade
civil
A colaboração entre o setor privado, o governo e a sociedade civil é
essencial para enfrentar os desafios complexos da ética ambiental e da
sustentabilidade. Essa colaboração maximiza recursos, expertise e
legitimidade, promove a inovação, garante equidade e permite uma
resposta eficaz a crises. Ao trabalharem juntos, esses atores podem
moldar um futuro ético e sustentável que beneficie a todos os
habitantes do planeta e as gerações futuras.argumentos adicionais que
destacam a importância dessa colaboração:
33 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.5. Cont.
I. Maior Legitimidade e Credibilidade: Quando esses três setores
trabalham juntos, as ações e políticas resultantes tendem a ter
maior legitimidade e credibilidade. Isso ocorre porque as
decisões são tomadas com um amplo consenso e envolvimento
das partes interessadas, o que reduz a suscetibilidade a
influências indevidas;
II. Promoção da Inovação: A colaboração estimula a inovação. O setor
privado, quando incentivado pelo governo e pressionado pela
sociedade civil, é motivado a buscar soluções criativas e
sustentáveis para os desafios ambientais. Isso pode resultar em
avanços tecnológicos e práticas mais eficientes;
34 CAPÍTULO II:
DESENVOLVIMENTO
2.5. Cont.
III. Resposta Eficiente a Crises: A colaboração é particularmente
importante durante crises ambientais, como desastres naturais ou
emergências climáticas. A coordenação entre setor privado,
governo e sociedade civil pode agilizar a resposta a essas
situações críticas, minimizando danos e impactos negativos;
IV. Promoção da Inovação: A colaboração estimula a inovação. O setor
privado, quando incentivado pelo governo e pressionado pela
sociedade civil, é motivado a buscar soluções criativas e
sustentáveis para os desafios ambientais. Isso pode resultar em
avanços tecnológicos e práticas mais eficientes;
V. Compromisso com Metas Globais: Compromissos globais, como os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações
Unidas, exigem ação coordenada em todos.
35 CAPÍTULO III: CONCLUSÃO
3.1. Conclusão
A promoção da ética ambiental é uma jornada desafiadora, porém
essencial, que requer o engajamento coordenado e colaborativo de
diferentes atores da sociedade. Neste artigo, exploramos os papéis
intrínsecos do setor privado, governo e sociedade civil na busca por
práticas mais sustentáveis em Moçambique e além. Cada um desses
atores desempenha um papel único e complementar na construção de
um futuro em que o respeito pelo meio ambiente seja central.
36 CAPÍTULO III: CONCLUSÃO

Referências Bibliografia
Callicott, J. B. (1989). In defense of the land ethic: Essays in environmental
philosophy. StateUniversityof New York Press.
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. (1987). Nosso
futuro comum. FundaçãoGetúlio Vargas.
Rolston III, H. (1988). Environmental Ethics: Duties to and Values in the
Natural World. Acompanhamento: A New Perspective, 16, 29-30.
Porter, M. E., & van der Linde, C. (1995). Green and competitive: ending the
stalemate. Harvard business review, 73(5), 120-134.
37 CAPÍTULO III: CONCLUSÃO

Obrigado a todos pela atenção durante


nossa apresentação.

A única maneira de fazer um excelente trabalho


é amar o que você faz. - Steve Jobs

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