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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distância

Tema: FORMAS TRADICIONAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM MOÇAMBIQUE E


OS SEUS IMPACTOS

Discente: Docente:
Nilza Armindo Ngoca dr. BRUJANE, Baridjane

Codigo:708204246

Curso: Gestão Ambiental

Cadeira: Educação Ambiental

Ano de frequência: 2º ano

Quelimane, Julho, 2021

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ÍNDICE
1.INTRODUÇÃO..........................................................................................................3

1.2.Objectivos................................................................................................................3

1.2.1.Objectivo Geral:....................................................................................................3

1.2.2.Objectivos Específicos:.........................................................................................3

2.FORMAS TRADICIONAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM


MOÇAMBIQUE E OS SEUS IMPACTOS..................................................................4

2.1.Evolução histórica da educação ambiental..............................................................4

2.2. Conceitos da Educação Ambiental.........................................................................5

2.3.Consciência ambiental em Moçambique.................................................................6

2.4.Importância de Educação Ambiental nas escolas....................................................7

3.TIPOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL...................................................................8

3.1.Princípios básicos da educação ambiental...............................................................8

3.2.Objectivos da E.A....................................................................................................9

3.3.Finalidades da E.A...................................................................................................9

4.CONCLUSÃO..........................................................................................................10

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................11

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1.INTRODUÇÃO

A Educação Ambiental (EA) constitui-se numa forma abrangente de educação, que se


propõe atingir todos os cidadãos, através de um processo pedagógico participativo e
permanente que procura desenvolver no educando uma consciência crítica sobre a
problemática ambiental. Actualmente, são comuns a contaminação dos cursos de água, a
poluição atmosférica, a devastação das florestas, a caça indiscriminada e a redução ou
mesmo destruição dos habitats faunísticos, além de muitas outras formas de agressão ao
meio ambiente.
Dentro deste contexto, é clara a necessidade de mudar o comportamento do homem em
relação à Natureza, no sentido de promover e assegurar uma gestão responsável dos
recursos do planeta, de forma a preservar os interesses das gerações futuras e, ao mesmo
tempo, atender às necessidades das gerações actuais. Um programa de EA para ser
efectivo deve promover, simultaneamente, o desenvolvimento de conhecimentos,
atitudes e habilidades necessárias à preservação e melhoria da qualidade ambiental.
Assim, a aprendizagem será mais efectiva se for considerada a situação real do meio em
que o indivíduo vive.

1.2.Objectivos

1.2.1.Objectivo Geral:

 Avaliar o processo de implementação da componente Educação Ambiental


formas tradicionais de educação ambiental em moçambique e os seus impactos

1.2.2.Objectivos Específicos:

 Identificar as formas tradicionais de educação ambiental;


 Comparar as formas de abordagem dos conteúdos de EA no mundo e em
Moçambique;
 Verificar o nível de conhecimentos ambientais no que concerne aos aspectos
locais de EA;

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2.FORMAS TRADICIONAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM
MOÇAMBIQUE E OS SEUS IMPACTOS

2.1.Evolução histórica da educação ambiental

 (CAETANO, 2014), O ser humano ao longo da sua evolução histórica estabeleceu a


ocupação e o uso espacial da terra utilizando os recursos naturais de uma forma
intensiva contribuindo assim para uma degradação do meio ambiente. Nesse âmbito,
reflexões acerca da relação dos homens com a natureza, seja pelas reflexões filosóficas
sobre a natureza humana, seja pela expressão de admiração com a natureza presentes
nesses registos, começaram a surgir.

A degradação do meio ambiente sempre existiu desde os tempos remotos, só que nessa
época a degradação hora registada não representava um grande impacto sobre os
ecossistemas da natureza, contudo, problemas ligados ao meio ambiente só começaram
a ser identificados como sendo de grande impacto a partir da segunda metade do século
XVIII com a revolução industrial, e esses problemas vieram a alastrando – se até os dias
de hoje. As primeiras manifestações organizadas em defesa do meio ambiente
remontam a meados do século XX no pós-II Guerra mundial, quando o homem comum
tomou consciência de que poderia acabar definitivamente com o planeta e com todas as
espécies, inclusive a própia. Após a explosão das bombas de Hiroshima e Nagasaki,
iniciaram-se na Europa manifestações pacifistas contra o uso da energia nuclear em
função das consequências desastrosas para a humanidade e o meio ambiente.
(CAETANO, 2014)

Foi pensando nessa vertente que em 1972 surge a primeira conferência sobre o meio
ambiente humano, realizado pela ONU, em Estocolmo na Suécia que teve como
objectivo a necessidade de aliar o homem a uma educação voltada a problemas
ambientais, e com essa educação procurar mecanismos de resolver ou mitigar os tais
problemas, visto que o homem sentia-se como ser superior da natureza em relação a
outros seres, pensando que não fazia parte da natureza, e assim em 1975 em Belgrado, a
UNESCO promove mais uma conferencia sobre Educação Ambiental, onde foram
formulados os princípios e orientações para um programa de educação de educação
ambiental, segundo o qual, a Educação ambiental devia ser continuo interdisciplinar e
integrante.

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Em 1977, ocorreu a primeira conferência sobre a educação ambiental, em Tbilisi,
Geórgia considerada o mais importante evento para a evolução da educação ambiental
no mundo, foi nesta conferência onde foram definidos os objectivos, características,
recomendações e estratégias pertinentes ao plano da implementação da E A no âmbito
nacional e internacional. Nesta conferência foi recomendado que a prática da E A deve
ser visto numa visão sistémica.

2.2. Conceitos da Educação Ambiental

Educação Ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade


tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores,
habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir – individual e
colectivamente – e resolver problemas ambientais presentes e futuros.” (Ministério do
Meio Ambiente – MMA) citado por FREITAS Marília, repensando a Educação
Ambiental.

A finalidade da educação ambiental é formar uma população mundial consciente e


preocupada com o ambiente e problemas com ele relacionados, e que possua os
conhecimentos, as capacidades, as atitudes, a motivação e o compromisso para
colaborar individual e colectivamente na resolução de problemas atuais e na prevenção
de problemas futuros (UNESCO, 1976).

A Educação Ambiental é definida como um processo de formação e informação


orientado para o desenvolvimento da consciência crítica sobre as questões ambientais, e
de actividades que levem à participação das comunidades na preservação do equilíbrio
ambiental.” (Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama) citado por FREITAS
Marília, repensando a Educação Ambiental

A educação ambiental é um ramo da educação cujo objectivo é a disseminação do


conhecimento sobre o meio ambiente, a fim de ajudar a sua preservação e utilização
sustentável dos seus recursos. (MICOA, 2009)

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2.3.Consciência ambiental em Moçambique

Desde a revolução industrial, o homem desenvolveu uma noção equivocada de que ele
pode controlar o meio. Mas estamos, enfim, descobrindo a realidade de que vivemos em
um sistema fechado, finito e que existem consequências para as nossas acções: o lixo
acumulado polui a água e atrai vectores de doenças, o esgoto despejado nos rios mata
peixes e inviabiliza a captação para uso humano, o ar poluído pelos nossos carros afecta
o desenvolvimento das crianças, entre outras. A lista das consequências é infinita e, em
geral, maléfica à própria existência do homem (Jacobi, 2005).

A preservação do meio-ambiente é uma atitude responsável na utilização dos recursos


naturais e é um factor preponderante para que possamos coexistir com a Natureza e com
a biodiversidade. A sustentabilidade ambiental não é apenas um factor de diferenciação,
mas o único caminho para a continuidade da humanidade como a conhecemos. Assim, a
consciencialização é importante e fundamental porque é a partir do conhecimento dos
perigos e riscos que podemos tomar atitudes.

Deste modo, a consciencialização ambiental de massa só será possível com a percepção


e o entendimento do real valor do meio ambiente natural em nossas vidas. Mas, se nada
for feito de forma rápida e efectiva, as próximas gerações serão prejudicadas
duplamente, pelos impactos ambientais e pela falta de visão da nossa geração em não
explorar adequadamente os nossos recursos naturais.
Nesta perspectiva, a escola é fundamental para a formação social do homem e,
actualmente, é de primordial importância que a escola promova informações ambientais
que geram maior conhecimento às gerações futuras. Então, é fundamental que cada
aluno desenvolva as suas potencialidades e adopte posturas pessoais e comportamentos
sociais construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade justa, num
ambiente saudável (Cassol, 2009).

Assim, os conteúdos ambientais incorporados nos programas de todas as disciplinas no


1o ciclo do ESG e contextualizados com o quotidiano da comunidade procuram ajudar
os alunos a terem uma visão integral do mundo em que vivem. Para que a inter relação
seja atingida com êxito, a EA deve ser abordada de forma sistemática e transversal no
ESG, assegurando a interdisciplinaridade nos programas de todas as disciplinas e nas
actividades escolares, tanto nas instituições educacionais públicas como privadas. Desta

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forma, torna-se de suma importância a conscientização ambiental dos alunos, dos
professores e da comunidade por forma a evitar-se novos prejuízos ao ambiente.

Como vemos, ainda hoje, o exemplo é a melhor maneira de se ensinar e um professor


deve ter consciência da responsabilidade que recebe ao se expor numa sala, diante dos
seus alunos. É importante que as crianças aprendam que a responsabilidade é de todos,
que os actos de cada um reflectem sobre o futuro de toda a humanidade. Isso é
importante até mesmo para diminuir o sentimento de impotência que às vezes atinge aos
alunos.

2.4.Importância de Educação Ambiental nas escolas

A escola tem a função de formar um cidadão crítico e actuante. No entanto, educar para
a cidadania não é um processo fácil que acontece de um tempo para outro, pois envolve
muitos factores ambientais, sociais e educacionais. A EA é importante na sociedade
devido aos riscos que se tem actualmente, a crise ambiental, o aquecimento global, o
aumento da população mundial e outros factores intrínsecos a sociedade
contemporânea. Assim, educar para a sustentabilidade e a cidadania planetária é o novo
desafio da educação, pois a sociedade actual se vê forçada a pensar sobre a sua
existência e os impactos que causa ao ambiente e, sobretudo, suas consequências, o que
torna indispensável a discussão sobre a educação sustentável a partir da educação para o
consumo consciente, sendo que esse é o primeiro passo para a sustentabilidade da
sociedade como um todo.

Diante de tantas agressões ambientais, alguns chegam a pensar se sua atitude correcta
terá algum resultado. Por isso, deve-se ter a certeza de que as acções locais podem levar
a resultados globais, além de conquistar mais adeptos, através de exemplos. Por causa
da nossa cultura, muitos vêem a preocupação com o meio ambiente como um assunto
secundário, sem importância, coisa de quem não tem o que fazer, como diziam no
passado, ao se referirem aos ambientalistas.

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3.TIPOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

 Educação ambiental formal

É entendida como aquela que se desenvolve de forma estruturada e dentro do sistema


formal de ensino, através da inclusão de termos, conceitos e noções sobre ambiente nos
planos curriculares (MICOA, 2009).

 Educação ambiental não formal

É desenvolvida de forma semi-estruturada dentro e fora do sistema ensino através de


actividades como: seminários, palestras, acções de capacitação e demonstrativas,
criação de programas comunitários (criações de associações núcleos e comités).
(MICOA, 2009).

 Educação ambiental informal

Segundo a (MICOA, 2009) educação ambiental informal é aquela que constitui


processos destinados a ampliar a consciência publica sobre as questões ambientais
através dos meios de comunicação de massas (revistas, rádio, televisão, jornais, e
internet), incluem ainda cartazes, folheto.

3.1.Princípios básicos da educação ambiental

 Aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada


disciplina, de modo que adquira uma perspectiva global.
 Considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em todos os seus
aspectos naturais e criados pelo homem (tecnológico e social, económico,
político, histórico-cultural, moral e estético).
 Estudar as principais questões ambientais desde o ponto de vista mundial
atendendo as diferenças regionais, de modo que os educadores se identifiquem
com as condições ambientais de outras regiões.
 Insistir no valor e na necessidade da cooperação local, nacional e internacional
para prevenir e resolver problemas ambientais.
 Ajudar a descobrir os sintomas e causas reais dos problemas ambientais.
 Centrar-se em situações actuais e futuras.

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3.2.Objectivos da E.A
Consciência – o individuo e a comunidade devem adquirir uma consciência do seu meio
ambiente e sensibilizarem-se a respeito.

Conhecimento – o individuo e a comunidade através da educação ambiental, devem


adquirir experiencias e conhecimento do seu meio ambiente e dos problemas,
relacionados com este meio.

Comportamento – o individuo e a sociedade lado a lado com a educação ambiental


devem comprometer-se e preocupar-se dos problemas do seu meio ambiente, participar
de activamente na melhoria e na preservação do meio ambiente.

Habilidades – a sociedade através da educação ambiental deve gozar de capacidades ou


habilidades necessárias para determinar e resolver os problemas ambientais.

Participação: através da educação ambiental deve – se proporcionar aos grupos sociais e


aos indivíduos a possibilidade de aprender a participar activamente nas tarefas que têm
por objectivo resolver problemas ambientais.

3.3.Finalidades da E.A

(CAETANO, 2014), Ajudar a fazer compreender a existência e a importância da


interdependência económica, social, politico, e ecológico nas zonas urbanas e rurais.
Proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir os conhecimentos e dos
valores de como proteger e melhorar o meio ambiente.
Propor novas formas de conduta nos indivíduos e na comunidade, a respeito do meio
ambiente.

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4.CONCLUSÃO

Apesar do ordenamento jurídico Moçambicano dar protecção legal aos conhecimentos


Tradicionais dos seus povos, percebemos a invisibilidade prática, onde diversas causas
podem ser apontadas como justificativas, como por exemplo imposição da cultura de
outros povos.

Assim a as Formas tradicionais de Educação ambiental é o instrumento de concretização


e perpetuação dos Conhecimentos Tradicionais dos povos que a internalizam, pautando-
se em fazer presente e desenvolver uma consciência colectiva sobre a preservação,
conservação dos ecossistemas, desta forma visa criar e desenvolver  respeito colectivo
de preservação e manutenção dos conhecimentos e práticas das comunidades de vida
tradicionais, garantindo-se a legitimidade e continuidade intergeracional dos
conhecimentos dos povos tradicionais.

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5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASSOL, A. D. C. (2009). Riacho Monjolinho: Uma aventura pedagógica. 10º


ENPEG. Porto Alegre

CAETANO, M. (2014). Maputo Ambiental. Maouto: saneamentonacidadedemaputo.

JACOBI, P. R. (2005). Educação ambiental: o desafio da construção de um


pensamento crítico, complexo e reflexivo. Educ. Pesqui

MICOA. (2009). Manual de Educador Ambiental. Maputo

UNESCO. (1976). Cadernos de Sociomuseologia. Nairobi: Universidade Lusofona.

TOZONI-REIS, M. F. (2017). (Re)Pensando a Educacao Ambiental. São Paulo:


Unicamp.

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