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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO NÚCLEO DE

TECNOLOGIAS PARA A EDUCAÇÃO


LICENCIATURA EM GEOGRAFIA

ELAINE SOARES DE SOUSA

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL


NO ENSINO DE GEOGRAFIA

VITORINO FREIRE – MA
2023
ELAINE SOARES DE SOUSA

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL


NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Monografia apresentada ao curso de


Licenciatura em Geografia da Faculdade
do Maranhão, para a obtenção do grau de
Licenciatura em Geografia.

Orientador: Prof. Me.

Vitorino Freire – MA
2023
Catalogação
ELAINE SOARES DE SOUSA

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL


NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Monografia apresentada ao curso de


Enfermagem da Faculdade do Maranhão,
para a obtenção do grau de Licenciatura
em Geografia.

Aprovada em: / / .

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________

___________________________________________
Examinador 1

___________________________________________
Examinador 2
Dedico a .....
AGRADECIMENTOS
().

“”
RESUMO

Palavras-chave: Formação Continuada. Professores. Educação Ambiental.


Geografia.
ABSTRACT

Keywords:
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 –...................................................................................................................00
LISTA DE ABREVIATURAS
12

LISTA DE SIGLAS
13

Sumário
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................14
2 CONCEITO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL.......................................16
2.1 Breve Histórico e as Legislações da Educação Ambiental............................17
2.2 A Educação Ambiental no Contexto Escolar...................................................21
3 A GEOGRAFIA E A CONSTRUÇÃO AMBIENTAL...............................................25
3.1 Educação Ambiental e Geografia......................................................................27
3.2 O Ensino da Geografia e a Educação Ambiental.............................................29
4 CURSO DE GEOGRAFIA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO DO
PROFESSOR COMO EDUCADOR AMBIENTAL.....................................................32
4.1 Formação Continuada........................................................................................33
4.2 Professor Crítico e Reflexivo para a Educação Ambiental............................34
4.3 Desafios e Reflexões no Ato de Ensinar Educação Ambiental no Contexto
da Disciplina de Geografia.......................................................................................36
4.4 Ferramentas Essenciais para Trabalhar a Educação Ambiental nas Aulas de
Geografia....................................................................................................................38
5 METODOLÓGIA......................................................................................................40
5.1 Tipos de pesquisa...............................................................................................40
REFERÊNCIAS...........................................................................................................43
14

1 INTRODUÇÃO

Para se tornar um bom professor de geografia e educador ambiental, é


fundamental que adquira conhecimento dos conceitos ambientais e que também
goste da profissão, criatividade, habilidade, aprofundamento e desenvolvimento de
conteúdo simultaneamente com as mudanças na sociedade mundial, ou seja, estar
sempre atualizado com as informações.
Jacobi (2013) acrescenta que o maior desafio é evitar cair na visão simplista
de que a educação ambiental pode superar as relações discordantes entre os
indivíduos e o meio ambiente por meio de práticas locais e específicas, muitas vezes
distantes da realidade social de cada aluno.
A educação ambiental é um processo de desenvolvimento e mudança que
permite trabalhar com conhecimentos e habilidades, usar o conhecimento sobre o
mundo, comunicar-se com outras pessoas e criar seus próprios caminhos. É
justamente dessa educação ambiental que a sociedade precisa, pois de acordo com
o modelo capitalista proposto pela revolução industrial, é perceptível que muitas
mudanças estão ocorrendo hoje no meio ambiente, nos aspectos naturais, físicos,
sociais e econômicos irreversíveis para o mundo se não forem controlados no
tempo.
São muitos os temas que nos permitem abordar a educação ambiental, entre
outros: mudanças climáticas, diversidade biológica, aquecimento climático, higiene
básica. A escolha da higiene elementar resultou de uma relação que permite a
inclusão do ambiente escolar, questões socioambientais e sanitárias para fortalecer
a discussão sobre educação ambiental (TELLES, 2020).
Neste trabalho objetivou-se mostrar a importância da formação continuada de
professores da rede municipal em educação ambiental, questão está, abordada
frequentemente em nosso cotidiano e também geralmente divulgada na mídia.
Tendo em vista tudo isso, podemos fazer os seguintes questionamentos: o que é
necessário para que haja essa formação continuada? Quais contribuições a
formação continuada de professores na rede municipal em educação ambiental e
desenvolvimento sustentável nos traz?
Levando em consideração os aspectos observados, percebe-se que essa
formação continuada em Educação Ambiental é de suma importância para os
15

educadores, uma vez que os mesmos atuam como agente formador de cidadãos
mais conscientes e os torna aptos a atuar na realidade socioambiental que os cerca.
O professor, mais do que conceitos e informações, deve trabalhar com
atitudes e ações práticas, de modo que ensine aos alunos a praticar ações
direcionadas à preservação e à conservação ambiental. No espaço escolar, o aluno
complementa sua socialização, portanto, deve vivenciar diariamente a prática de
bons hábitos sociais e ambientais.
Com o objetivo geral de analisar o processo de formação continuada em
Educação Ambiental para a atuação dos professores de Geografia. Os objetivos
específicos foram: compreender a percepção ambiental dos professores de
Geografia em relação ao espaço escolar e seu entorno, desenvolver uma
perspectiva de ação integral, relacionando o homem à natureza e entender a
promover ações de melhoria e manutenção da qualidade ambiental.
O trabalho foi produzido através de levantamento bibliográfico, a pesquisa
bibliográfica, consequentemente, tem a finalidade de explorar problemas a partir de
pressupostos teóricos sobre a abordagem ao tema em pesquisas científicas, de
forma que esta referência “não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre
certo assunto, mas propicia e exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem,
chegando a conclusões inovadoras.
A formação continuada de professores da rede municipal em educação
ambiental, pode ser entendida como uma forma de fortalecer as unidades
educacionais na perspectiva de uma escola sustentável, onde é utilizada uma
metodologia em que cada pessoa pode assumir e adquirir o papel de membro
principal do processo de ensino/aprendizagem.
Segundo Brandão (2015), a educação ambiental inserida no ensino da
geografia deve ser compreendida como uma aprendizagem contínua e longa
baseada num estado de espírito em que a escola, a família e a sociedade devem
estar envolvidas e que deve ser mais do que uma simples forma de transmitir
conhecimentos e informações sobre os recursos naturais e possíveis formas de
conservação e proteção.
Os problemas ambientais ocorrem pelo danoso modo de vida que a
humanidade adotou, na qual a ‘sobrevivência’ do mesmo promove uma exagerada
16

utilização de recursos naturais levando assim a uma situação de crise bem visível
nos dias de hoje.

2 CONCEITO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Para Brugger (2019), a relação com a natureza estava originalmente ligada à


questão da sobrevivência, que não precisa mais de outro motivo. Era um
relacionamento sobre como viver em um mundo cuja natureza era externa e mais
poderosa que as pessoas, afetando-as mais do que a si mesmas.
Segundo Sauvé (2014, p. 123):

O conceito de educação ambiental sempre se limitou à proteção dos


ambientes naturais (seus problemas ecológicos, econômicos e
valores estéticos), sem considerar as necessidades e direitos da
população ligada a esses ambientes como parte importante dos
ecossistemas. Com a urbanização e o desenvolvimento da
civilização humana, a percepção do meio ambiente mudou
drasticamente e passou a ser conhecido como administrado e
explorado. Assim, a relação do homem com a natureza, que
começou com mínima intervenção nos ecossistemas, culminou em
intensa pressão sobre os recursos naturais. Tais informações devem
estar disponíveis aos alunos e a disciplina de geografia deve ser
efetiva nesse sentido (CARVALHO, 2014, p. 123).

Para o efeito, importa aliar conhecimentos e valores que reflitam a atitude e


as ações das pessoas perante a natureza e procurar alterar hábitos e
comportamentos ambientais e equilibrá-los. Telles, por outro lado (2020, p. 67) diz
que:

Compreender o meio ambiente como um sistema em que a natureza


e a sociedade interagem, ou seja, um espaço socialmente construído
nas relações cotidianas, atravessado pela atividade econômica,
social e política, sugere a superação de um ponto de vista
antropocêntrico e fragmentado para chegar a um ponto de vista
holístico e sistêmico, interdisciplinar; uma prática que trata o meio
ambiente como parte do cotidiano e que se dirige desde as primeiras
representações até as mais complexas relações de conservação da
natureza e descoberta científica, considerando o envolvimento da
família como parte importante do aprendizado. Constatamos que a
educação ambiental é definida como uma dimensão dada ao
conteúdo e prática da educação, que é orientada para a resolução de
problemas ambientais específicos com abordagens interdisciplinares.
17

Segundo Fazenda (2015), a tarefa da multidisciplinaridade é difícil porque


exige equilibrar diferentes conceitos, diferentes experiências, inúmeras visões
políticas e, sobretudo, infinitas formas de comportamento individual.
Segundo Oliveira (2020, p. 89):

Com efeito, a educação ambiental deve ser vista como um processo


que visa avaliar as questões ambientais a partir de suas perspectivas
histórica, antropológica, econômica, social, cultural e ecológica,
enfim, como educação política, tanto quanto todas as decisões
políticas que existem. nível leva a atividades que afetam o meio
ambiente. Assim, a educação ambiental é um processo educacional
criado ao longo de muitos anos por meio da pesquisa de milhares de
especialistas, como líderes políticos, cientistas, educadores e
população em geral, que adquiriram uma visão global das
necessidades do homem e da natureza, que se confundem com o
comum meta que visa preservar a qualidade de vida de todos os
seres do planeta.

Uma vez que os problemas ambientais ocorrem em quase todas as regiões


do planeta, é importante desenvolver e implementar programas de educação
ambiental no ensino de geografia, de forma crítica, por meio de projetos
interdisciplinares que são mais importantes para reverter ou minimizar os danos
ambientais.
Para Berna (2021, p. 21):

A educação ambiental caracteriza-se por conter dimensões


socioeconômicas, políticas, culturais e históricas, não podendo se
basear em diretrizes rígidas de aplicação universal, devendo levar
em consideração as condições e etapas de cada país, região e
comunidade com base na história perspectiva. A educação ambiental
deve, portanto, possibilitar a compreensão da complexidade do meio
ambiente e conceituar a interdependência dos diversos elementos do
meio ambiente, de modo que os recursos do meio ambiente possam
ser utilizados de forma sensata para a satisfação material e espiritual
da sociedade tanto no presente quanto no futuro. o ambiente futuro
(BERNA, 2021, p. 21).

Portanto, a educação ambiental requer representações diferenciadas, levando


em consideração a realidade em que cada indivíduo vive. Assim, para obter os
recursos essenciais, é preciso respeitar a relação que cada indivíduo estabelece
com a natureza, desde que seja um consumo consciente, sustentável e baseado no
respeito à vida.
18

2.1 Breve Histórico e as Legislações da Educação Ambiental

Uma série de conferências, encontros, seminários internacionais e nacionais


voltados para as questões ambientais marcam o processo histórico de
institucionalização da educação ambiental no Brasil. Os documentos produzidos
nessas conferências influenciaram a institucionalização de políticas públicas de
educação ambiental em diversos países (MACHADO, 2014).
No Brasil, em 1981, em resposta às conferências ambientais internacionais e
para garantir os direitos dos cidadãos brasileiros, foi editada a Lei nº 6.938 - Política
Nacional do Meio Ambiente (PNMA), que tem em seu artigo 2º, inciso X, um de seus
princípios:

“Educação ambiental em todos os níveis de ensino, incluindo a


educação comunitária, com o objetivo de capacitá-la a participar
ativamente na proteção do meio ambiente”. A lei só foi adotada em
1990 pelo Decreto nº 99.274, de 6 de junho (BRASILIA, 2020, p. 32).

No artigo 225 do Capítulo VI da Constituição da República Federativa do


Brasil de 1988, as instituições públicas têm o dever: "promover a educação
ambiental em todos os níveis de ensino e conscientização geral sobre o meio
ambiente" (BRASIL, 2018).
Em 1999, a Lei 9.795 (BRASILIA, 2019) instituiu a Política Nacional de
Educação Ambiental (PNEA), que reforça a necessidade de incluir a educação
ambiental como parte integrante da educação nacional e deve estar presente em
todos os níveis de ensino. e em todas as faixas etárias.
Além disso, define os papéis e responsabilidades do poder público, bem
como do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), dos órgãos públicos e
privados de ensino e das entidades envolvidas na gestão da educação e do meio
ambiente em sua área de atuação. instituições estaduais, distritais e municipais e
organizações não governamentais de educação ambiental (SORRENTINO et al.,
2015).
O Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente
(DEA/MMA) e a Coordenação-Geral do Ministério da Educação (CGEA/MEC)
19

formaram a diretoria da Política Nacional de Educação Ambiental (OG-PNEA) com a


publicação do Regulamento do PNEA 25 de junho de 2002, nº 4281 (BRASIL, 2022).
De acordo com o artigo 15.º do PNEA, compete ao OG-PNEA:

I - Definição de diretrizes de implementação em nível nacional;


II - Elaboração, coordenação e fiscalização de planos, programas e
projetos na área de educação ambiental em âmbito nacional;
III - Participação em negociações de financiamento de planos,
programas e projetos na área de educação ambiental (BRASIL,
2019, art. 15).

Em relação à política pública ambiental voltada para o sistema de ensino,


desde 2002, o CGEA/MEC elegeu a escola como área prioritária onde a política
inclui a EA (MACHADO, 2014).
A Coordenadoria Geral de Educação Ambiental do Ministério da Educação
(CGEA/MEC) criou o programa Cuidar do Brasil com as Escolas, que visa "fortalecer
a institucionalização da educação ambiental nos sistemas educacionais por meio de
um processo permanente que promova um bom círculo de informações “busca,
pesquisa e geração e transformação do conhecimento nas comunidades locais"
(BRASIL, 2017b).
Em 2012 foi publicada a Resolução CNE/CP nº 02/2012 (BRASIL, 2012a),
confirmando as diretrizes do Currículo Nacional de Educação Ambiental (DCNEA),
que trata da educação ambiental na rede formal e informal de ensino. no estado do
Paraná, a educação ambiental é fortalecida, o que foi discutido como uma
necessidade de se tornar uma política pública. publicação da Política Nacional de
Educação Ambiental (PEEA) - 11 de janeiro de 2013, Lei nº 17.505/2013 (PARANÁ,
2013a).
Portanto, o PNEA organiza a educação ambiental em todos os níveis e
formas de educação, tanto formal quanto informal. O PEEA prevê que a educação
ambiental seja desenvolvida de forma contínua, integrada, integral e interdisciplinar
em um currículo que promova, divulgue e democratize saberes e práticas de
educação socioambiental em uma perspectiva inovadora, transformadora e
emancipadora.
Para coordenar o PEEA, foi constituído o Conselho de Política de Educação
Ambiental do Governo (GO-PEEA), composto por cinco secretarias:
20

(1) Educação (SEMO), (2) Meio Ambiente e Recursos Hídricos


(SEMA), (3) Saúde, (SESA), (4) Agricultura e Abastecimento (SEAB)
e (5) Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI). Em 12 de
novembro de 2013, o Conselho Estadual de Educação aprovou a
Deliberação CEE nº. 04/2013 (PARANÁ, 2013, p. 104).

Apresenta as normas nacionais de educação ambiental na rede de ensino do


estado do Paraná, que diz que a I. educação ambiental deve estar incluída na
educação básica no contexto da multidisciplinaridade e transversalidade dos
problemas ambientais e da sustentabilidade socioecológica; II. como conteúdo de
partes/disciplinas do currículo no nível da dimensão socioambiental; III. aumentar o
conteúdo relacionado à integração de políticas públicas nas áreas de educação,
meio ambiente, agricultura, saúde e cultura, entre outras; por meio de conteúdos
interdisciplinares e transdisciplinares pautados na escola como fonte de referência
para protagonismo socioecológico no espaço geográfico da bacia hidrográfica; V.
priorizar práticas de educação ambiental no campo da proteção ambiental, fortalecer
a abordagem para identificar efeitos sociais e ambientais no contexto da educação
contextual, conservação da biodiversidade e experiências naturais.
Então por meio de atividades socioambientais elencadas em seus projetos
político-pedagógicos e/ou currículos desenvolvidos em instituições de ensino básico
com participação comunitária (PARANÁ, 2013a).
Para Rosa e Carniato (2015, p. 204), o texto da abordagem estadual
representa um avanço significativo em relação ao estabelecido pela DCNEA, haja
vista que:

A educação ambiental deve zelar pela manutenção e proteção das


comunidades vivas como sujeitos de direitos com o objetivo de:
conciliar educação ambiental formal e informal com base na
legislação da política de educação ambiental do país; territorialidade
de uma bacia hidrográfica para integrar iniciativas de políticas
públicas; atividades de articulação entre a educação básica e a
educação superior; fortalecer o papel da escola; participação e
controle social no monitoramento dos resultados das políticas
públicas; criação de redes socioambientais para divulgação e
socialização das atividades (ROSA; CARNIATO, 2015, p. 347).

A educação ambiental como parte das políticas públicas apresenta o desafio


de criar um conjunto de atividades cívicas que cristalizem essa educação por meio
do que as políticas públicas oferecem para lutar por uma sociedade sustentável.
21

Torales-Campos (2015, p. 271) reconhece a importância da legislação,


afirmando que ela “não se torna política escolar, mas legitima e orienta o
desenvolvimento institucional de programas, o desenvolvimento curricular e as
iniciativas de formação de professores”.
Atualmente, autores como Frizzo e Carvalho (2018) apontam as falhas da
atual política educacional no campo da educação ambiental, tanto nos documentos
da Conferência Nacional de Educação (CONAE) quanto no Plano Nacional de
Educação (PNE) e Currículo Comum Nacional (BNCC).

Observou-se que os documentos das duas últimas CONAEs utilizam cada vez
mais referências à sustentabilidade e à sustentabilidade socioambiental. A EA é
menos citada no último documento da CONAE e não é mencionada no PNE,
havendo, portanto, um descompasso entre as propostas desse fórum e o texto
aprovado (FRIZZO; CARVALHO, 2018, p. 120).
Conforme destacado por Portugali e Sorrentino (2018), temos o desafio de
integrar a educação ambiental ministrada pelo DCNEA aos componentes
curriculares da BNCC. Aos autores:

A educação ambiental, que não é disciplina, exige concretude no


currículo escolar, que vai muito além do compromisso com a
sustentabilidade", mas sim a formação de cidadãos críticos e libertos,
que saibam como agir para solucionar seus problemas
socioambientais. comunidade (PORTUGAL; SORRENTINO, 2018, p.
12).

Além dessas críticas ao PNE, especialmente à educação ambiental, a versão


final da Base Curricular Nacional Comum (BNCC) foi publicada após o processo de
revisão, onde a EA é apenas mencionada nos comentários sem indicar sua
existência. Em unidades de informação.

Da mesma forma, o trabalho sobre temas relacionados à educação


ambiental não é mencionado ou iniciado diretamente na base
curricular comum nacional, mas seu texto introdutório menciona que
"a responsabilidade dos sistemas e redes educacionais e das
escolas, autonomia e competência, para incluir temas atuais nos
currículos e nas propostas pedagógicas" (grifo nosso) (BRASILIO,
2018, p. 19).
22

Destaca a legislação pela qual essas propostas devem ser norteadas, dentre
as quais destacamos a Lei de Educação Ambiental nº 9.795/1999, parecer CNE/ CP
nº. 14/2012 e resolução CNE/CP nº 2/2012.

2.2 A Educação Ambiental no Contexto Escolar

A sociedade atual caracteriza-se pela velocidade das mudanças, da


informação e da adoção de valores sociais e culturais, que levaram a esta crise
ambiental, que deu origem a um momento de busca de novos paradigmas. A
educação como ferramenta de mudança social está passando por uma mudança
estrutural, baseada, entre outras coisas, na reflexão sobre o papel da escola no
contexto atual (ROSA, 2013).
Para Oliveira apud Rosa (2013), o grande desafio da educação ambiental
hoje é ensinar a pensar. Por isso precisamos de uma escola pensante que envolva o
aluno no ensino e aprendizagem e o torne protagonista, para que ele possa formar
cidadãos críticos, capazes de se comunicar - mudar significativamente o ambiente
em que vive e, finalmente, exercer seu senso de cidadania.
É nessa interface, a sociedade escolar, que a educação ambiental moderna
escala e se propaga como um processo sobrenatural de viés naturalista, parte da
interseção de aspectos sociais, políticos, econômicos, culturais e históricos que são
importantes pontos de partida. na formação humanística dos sujeitos.
Nesse sentido, Oliveira (2021, p. 7) considera que:

Muitas vezes há uma falta de compreensão de que o meio ambiente


não é apenas fauna e flora, mas também que as pessoas fazem
parte da natureza. Muito do que hoje se diz ser educação ambiental
equivale a uma atitude afastada do contexto em que está inserida ou
comunicada, baseada em conceitos vazios, palavras vazias ou
ativismo sem sentido. Tal compreensão reducionista do termo “meio
ambiente” também é frequentemente observada no cotidiano
pedagógico das instituições de ensino, onde lidar com tais problemas
se limita a uma mera compreensão ecológico-naturalista, o que
comprova a necessidade de desenvolver estratégias didáticas que
possam atingir os espaços que os formam e redefinindo
conhecimentos desta natureza.

Nesse sentido, cabe enfocar qual seria o foco pedagógico da educação


ambiental no contexto escolar, pois os pontos de partida do meio ambiente se
23

limitam não apenas ao conteúdo do ensino, mas à formação individual e coletiva dos
alguém. uma pessoa temas de uma perspectiva abrangente.
Eles também fornecem a textura das relações sociais, que são os fatores
principais para alcançar uma sociedade baseada nos princípios do conhecimento,
solidariedade, justiça, responsabilidade e gerações futuras.
Prevê-se também que seja um trabalho/didático multidisciplinar, que quebre o
paradigma da unilateralidade previsto na Política Nacional de Educação Ambiental
na Lei 9.795/99. É indiscutível a necessidade de considerar a educação ambiental
nos currículos escolares, desenvolvendo atividades didáticas multidisciplinares com
base nos princípios da integridade.
Seguindo essa linha de raciocínio, Silva (2020, p. 18) acrescenta que:

(...) A educação ambiental é um processo de ensino-aprendizagem,


no qual, analisando e compreendendo as relações sociais, políticas,
econômicas e culturais entre o meio ambiente e o sujeito, formam-se
lições de qualidade para os alunos, participantes da sociedade. e a
natureza como ferramenta de ação política da informação ambiental,
com o objetivo de formar um pensamento crítico pautado por
princípios como: cooperação ética, participação ativa,
responsabilidade social e pensamento sustentável (SILVA, 2020, p.
18).

Com esse sentido, podemos confirmar a necessidade de abordar a educação


ambiental no ambiente escolar a partir de uma atitude criticamente reflexiva, onde o
princípio norteador seja a compreensão integral do meio ambiente, para que ocorra
apenas uma discussão naturalística. Vencer segue uma nova forma de ver e
compreender a relação entre o homem e a natureza, e esta nova perspectiva
sustenta a proposta de novos valores sociais e morais em matéria ambiental.
Embora a inclusão da educação ambiental nos currículos escolares esteja
prevista no art. Artigo 225 da Constituição de 1988, que afirma que “é necessário
promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
geral para a proteção do meio ambiente”. No entanto, ainda existe uma lacuna real
entre as brechas constitucionais e o que é implementado na prática.
Souza (2017, p. 73) enfatiza que:

Mesmo que a educação ambiental tenha se tornado uma exigência


constitucional garantida pelos governos federal, estaduais e
municipais, ainda está longe de ser uma atividade aceita e
24

desenvolvida em nossa sociedade, pois requer mudanças profundas.


Aplicada em todos os níveis escolares e por meio de métodos
formais e interdisciplinares de aprendizagem curricular, a educação
ambiental pode ajudar a mudar comportamentos, atitudes e valores
pessoais dos cidadãos de forma a proteger e preservar o meio
ambiente para as gerações atuais e futuras.

Assim, foi determinado que a dimensão ambiental se configura em uma forma


integral de aprendizagem que é apresentada aos alunos por meio de um processo
pedagógico participativo e constante que visa proporcionar uma educação ativa-
crítica sobre o tema do meio ambiente, o que significa criticando, a capacidade de
compreender a origem e propagação dos problemas ambientais atuais.
Portanto, toda a comunidade escolar deve ser sensibilizada, e esse processo
de sensibilização ocorre quando todos os sujeitos se sentem simultaneamente parte
do ambiente.
Souza (2017, p. 81) ratifica que:

Para efetivamente integrar a educação ambiental na escola, ela deve


ser respeitada em sua dimensão precisa, ou seja, deve ser
construída como uma atividade humana, essencialmente
interdisciplinar. Portanto, a educação ambiental, por ser
multidisciplinar, não permite que seja uma disciplina independente no
currículo escolar e, por lidar com a realidade, pode adotar uma
abordagem que considere todos os aspectos de interesse do papel
da escola. pode ser visto como um ambiente de trabalho cheio de
trabalhadores com pilhas de papel.

A escola deve assumir o seu papel de agente que otimiza a mudança,


melhora o ambiente geral e a qualidade, enfim, é o espaço onde decorre o processo
educativo formal de ser um cidadão informado. A partir dessa afirmação surge a
necessidade de aprender a educação ambiental a partir da realidade dos alunos,
levando em consideração seus conhecimentos prévios, tendo consciência da
precisão de ampliar esse conhecimento.
25

3 A GEOGRAFIA E A CONSTRUÇÃO AMBIENTAL

O objetivo da geografia aqui é oferecer uma reflexão sobre o que seria uma
metodologia escolar adequada para trabalhar no novo século. O modelo tradicional
baseado na separação "terra e homem" tornou-se obsoleto com o tempo. Para um
mundo integrado, é importante pensar na geografia.
Segundo Vesentin (2019, p. 161):

"Ensinar geografia deve ensinar o aluno a descobrir o mundo em que


vivemos e o ambiente local, a pensar sobre ele." Um mundo onde as
mudanças técnico-científicas e os problemas socioambientais
decorrentes dessa revolução penetrem no espaço. Desde o seu
início, a geografia como ciência propôs o estudo da relação entre o
homem e o meio natural, que inclui o natural e o social. Um objeto de
pesquisa geográfica que teve um caráter extremamente ecológico
desde o início da ciência.

Foi definido como "o objeto da geografia como a relação entre o homem e a
natureza desde a perspectiva da paisagem". Ela moldou o homem como um ser
ativo que é influenciado pelo meio, mas que se comporta de acordo com ele e o
modifica” (MORAES, 2017, p. 68).
Olhando para a história do desenvolvimento da ciência moderna, fica claro
que a geografia foi uma ciência ambiental desde o início, hoje é um campo cotidiano,
contextual e interdisciplinar adequado para diferentes níveis de ensino. Outros são
mais específicos em abordar o tema acima mencionado. No entanto, isso não
significa que apenas a geografia pode lidar com todos os problemas de informação
ambiental.
Nesse sentido, vários pensadores associados à geografia promoveram seu
desenvolvimento como ciência a partir de uma perspectiva interdisciplinar e
ambiental:
O desafio do ensino de geografia é aproximar o aluno de sua real e específica
realidade espacial por meio de sugestões metodológicas que lhe permitam
classificar as feições encontradas em seu espaço geográfico específico com base no
conhecimento científico.
É necessário que o ensino de geografia também se baseie em informações
encontradas fora da escola como um fator adicional ou importante dos currículos e
26

propostas didáticas para aprender geografia e a natureza de sua aprendizagem:


espaço social (LACHE), 2014, p. 116).
Para melhor compreender a geografia, o professor deve criar as situações
necessárias que permitam a criação de uma relação que veicule os elementos do
conhecimento historicamente formado.
Segundo La Blache (2014), o homem pode e deve mudar seu ambiente. Por
isso, é de extrema importância que o conhecimento científico seja conscientemente
determinado pelo modo como é necessário saber pensar o espaço para nele agir e
comunicar.
Segundo Sofiati (2018), a geografia e a educação ambiental seguem
caminhos que se complementam e promovem a prática escolar. As práticas tomadas
como cerne da convergência das dimensões que constroem a formação da
cidadania em desenvolvimento como sujeito de um ideal social e educacional que
emerge na operação da antinomia da sabedoria lógico-formal como única verdade.
Fazer Isso permite que o ensino-aprendizagem celebre com novas
oportunidades, introduza novas práticas que combinem saberes estudantis e
saberes científicos, saberes sociais e saberes ambientais, e uma nova compreensão
de consciência social e proteção ambiental (LEFF, 2019).
Com base nessas anotações, o objetivo da educação ambiental é formar
valores nos alunos sobre a conservação da natureza e proteção dos valores
culturais e ecológicos, enfim, respeito à natureza.
A compreensão dos alunos de que somos parte da natureza, não seu dono,
fornece educação em geografia que pode encorajar a formação de origem ativa.
Tem como objetivo desenvolver a transferência de conhecimento para além do
conteúdo do currículo. Ensino relacionado com a tendência e percepção da
realidade na perspectiva da sua espacialidade.
Segundo Cavalcanti (2020):

O objetivo do ensino da Geografia a crianças e jovens deve ser


precisamente o de os ajudar a desenvolver uma forma mais
articulada e profunda de pensar e compreender o espaço. Isso
permite que os alunos pratiquem o pensamento sobre fatos e
eventos por meio de diferentes explicações, dependendo da
combinação de seus determinantes, inclusive os espaciais
(CAVALCANTI, 2020, p. 24).
27

A Geografia se dedica a compreender as características dos fenômenos e


elege o espaço geográfico como principal campo de análise. Portanto, dá aos alunos
a oportunidade de realizar pesquisas espaciais que lhes permitam praticar uma
cidadania ambiental de maior qualidade, permitindo que os alunos pensem de forma
mais ampla e crítica sobre seu espaço.
Em relação ao pensamento, Loureiro (2013) sugere que a tarefa educativa
baseada em atividades dialógicas e participativas visa à formação da consciência
humana. Nesse sentido, é muito importante a participação efetiva dos alunos na
compreensão dos problemas socioambientais do ponto de vista de sua condição e
experiência.

3.1 Educação Ambiental e Geografia

Vale considerar também que a educação ambiental tem o potencial de moldar


as atitudes disponíveis aos alunos. Este artigo não pretende responder a esta
questão de forma definitiva.
No entanto, a cooperação com mecanismos que facilitem e enfatizem a
importância da educação ambiental como meio eficaz de valorizar o ensino da
geografia, facilitando o processo pedagógico, melhorando a qualidade do ambiente e
da vida, agregando problemas de educação ambiental à aula de geografia para que
os alunos para entender sua importância nas práticas cotidianas, considerar as
possibilidades de aplicação de novos métodos aplicados em sala de aula e buscar a
sustentabilidade de um coletivo social por meio de atitudes.
Reconhecendo a importância de se trabalhar com a Geografia voltada para a
educação socioambiental, que visa despertar o interesse pelo meio ambiente,
promovendo teorias que enfoquem atividades específicas dentro e fora do ambiente
escolar, provocando mudanças ambientais no pensamento e nas atitudes dos
alunos, “críticas”, reflexão sobre a importância de práticas importantes na escola,
especialmente no que diz respeito ao ensino da geografia, enfatizando esse valor
educativo científico.
Esta disciplina nos mostra que a geografia sempre esteve relacionada com as
mudanças do espaço geográfico e da sociedade, configurando-a no ambiente
28

escolar, inspirando o aluno a observar, analisar e compreender sua mudança ao


longo do tempo.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de


Geografia, a proposta da Geografia para o estudo dos problemas
ambientais favorece uma visão clara dos problemas locais, regionais
e globais, ajuda-os a compreender e explicar, fornece elementos
para a tomada de decisões e possibilita o necessário. intervenções"
(BRASILIO, 2018, p. 46).

A importância do estudo mostra que a educação ambiental tem estreita


ligação com a geografia, que visa a qualidade de vida e a sustentabilidade da
população por meio das atitudes práticas da sociedade a questão em aulas de
geografia, entrelaçadas com suas palavras de ensino, dá aos alunos a oportunidade
de serem ativos em suas vidas, lugares e paisagens em mudança.
Observa-se que todo conteúdo ambiental pode ser acessado sob uma
perspectiva geográfica e o assunto pode ser integrado ao cotidiano escolar.
Segundo a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA):

Mostra a importância de incluir a educação ambiental no cotidiano


escolar, destacando que ela não pode ser considerada uma
disciplina curricular científica, mas deve ser uma prática
multidisciplinar. “A educação ambiental é desenvolvida como uma
prática pedagógica integrada, contínua e sustentável em todos os
níveis e formas de educação formal” (BRASIL, 2019, p. 4).

Perceber soluções e avaliar a sua eficácia na resolução de problemas do


quotidiano. São desenvolvidas medidas de intervenção para melhorar a qualidade
de vida individual, coletiva e socioambiental. Argumentar com base em informações,
evidências e conhecimentos confiáveis, negociar e defender ideias e perspectivas
que promovam a consciência socioambiental e o respeito a si e ao outro, acolhendo
e valorizando a diversidade de indivíduos e grupos sociais sem fronteiras.

Essa integração fica evidente quando as três unidades temáticas


desenvolvem temas importantes como sustentabilidade
socioecológica, meio ambiente, saúde e tecnologia. Por exemplo,
para que o aluno entenda a saúde de forma holística, não apenas em
relação ao seu corpo, é necessário incentivá-lo a pensar sobre
higiene básica, produção de energia, efeitos ambientais, além do fato
de que as drogas são sintéticas. substâncias que afetam o
funcionamento do organismo (BNCC, 2017, p. 329).
29

Promover o exercício da cidadania em busca de um meio ambiente


equilibrado, para expressar a igualdade de todas as pessoas pertencentes à ordem
social. A crítica obtida a partir da descoberta dos alunos sobre a realidade cotidiana
facilita a aquisição e consolidação do conhecimento.

3.2 O Ensino da Geografia e a Educação Ambiental

O ensino da geografia deve estar pautado na ampliação do conhecimento dos


alunos, partindo do pressuposto de que todas as pessoas desde os primeiros anos
de vida estão de alguma forma conectadas com o meio ambiente.
Capra (2016, p. 123) argumenta que:

Durante os séculos XX (segunda metade) e XXI, a ecologia -


entendida como o estudo das relações entre o meio natural e os
seres vivos, levando em consideração os aspectos físicos, químicos
e biológicos do processo de entendimento e relacionamento - ganhou
um importante campo no mundo acadêmico. discussões em diversos
campos como economia, política, educação e saúde.

À medida que crescem as preocupações com as atividades humanas no meio


ambiente, formas de minimizar os desequilíbrios ambientais e o risco de desastres
naturais têm sido discutidas, o que é de particular interesse para os profissionais de
saúde, reconhecendo a profunda interconexão. entre educação e meio ambiente,
especialmente no ensino de geografia.
Observa-se que as questões ambientais devem estar inseridas no ensino de
geografia, que deve agregar muito com seu conhecimento e vivência do local de
residência dos alunos, que é o foco. Essa pesquisa. Conduza uma discussão que
forneça informações sobre como os alunos veem a educação geográfica quando ela
fornece uma visão profunda e crítica das questões ambientais nas salas de aula.
Tudo isso amparado pela legislação educacional.
Segundo Brasil (2018, p. 24):

Nas propostas pedagógicas, a geografia humana se distingue da


geografia natural de acordo com o que deve ser entendido como um
conteúdo especial: se a abordagem é de natureza social (e a
natureza é um acréscimo, um recurso natural) ou se trata apenas da
30

aparência fenômenos. forma, analisando suas regularidades, em


detrimento do fato de que a geografia tem uma oportunidade
exclusiva de interpretar, compreender e incluir os julgamentos do
aluno na aprendizagem dos fenômenos em uma abordagem
socioecológica.
Desta forma, a educação geográfica deve relacionar-se com a formação de
uma pessoa, um ser social, um cidadão, suas experiências e a compreensão de que
essa formação é ao longo da vida, por isso é importante que tal educação crie
conexões positivas com a natureza.
Em seguida, a visão crítica de que o ensino de geografia deve ser algo
transformador, onde o aluno possa interagir criticamente com o meio, não apenas
como transmissor de informações, mas na atividade do sujeito com o meio. quem
vive
Lessa (2016, p. 134) afirma que:

A ideia de passar a experiência de uma geração para a outra permite


associar o cuidar à enfermagem, um ato formal de cuidar, por isso
entendo que o cuidar só é possível numa relação, e o que está no
meio, nessa relação, é a capacidade de fazer você pensar. Se uma
ação pretende transmitir, o poder dessa ação está no pensamento,
pensar sobre si mesmo possibilita a experiência. Nessa relação há
uma voz, uma história, um provérbio, a autoridade de uma palavra,
que significa o peso da tradição, que significa uma relação com um
pensamento mágico, imaginativo, poderoso.

A necessidade de compreender a educação ambiental é observada nas aulas;


e também uma reflexão a partir do ensino de geografia, que oferece uma visão
crítica do assunto. Para chegar a essa compreensão crítica, porém, é preciso
entender a história da educação ambiental, que deve ser levada em conta para
explicar mais criticamente seus caminhos por meio da literatura.
Ensinar educação ambiental é, portanto, um processo educacional nascido ao
longo de muitos anos, nascido da pesquisa de especialistas como líderes políticos,
pesquisadores, educadores e população em geral, que adquiriram uma visão global
das necessidades entrelaçadas do homem e da natureza, o objetivo é manter a
qualidade de vida de todos os seres do planeta.
De acordo com Boff (2019):

A educação deve promover a habilidade natural da mente para


formular e resolver problemas relevantes e encorajar o pleno uso da
inteligência geral de maneira correlata. Esse uso geral requer o livre
31

exercício da curiosidade, a faculdade crescente e mais viva da


infância e adolescência, onde a instrução muitas vezes se extingue e
onde, ao contrário, é uma questão de excitação ou despertar do sono
(BOFF, 2019, p. 23).

Juntos, Reigota (2014) aponta que a educação geográfica com foco na


educação ambiental deve ser entendida como educação política no sentido de que
pressupõe e prepara cidadãos para reivindicar justiça social, cidadania nacional e
planetária, autogoverno e ética nas relações e relações sociais.
Com base no exposto, a educação ambiental é definida como uma dimensão
dada ao conteúdo e prática da educação, que é orientada para a solução
interdisciplinar de problemas ambientais específicos.
Segundo Sato (2014), a tarefa da multidisciplinaridade é difícil porque exige
equilibrar diferentes conceitos, diferentes experiências, inúmeras visões políticas e,
sobretudo, infinitas formas de comportamento individual.
A interdisciplinaridade, que pode ser entendida como a relação entre duas ou
mais ciências, é essencial para o desenvolvimento da questão ambiental, pois
permite a interação de diferentes ciências e o melhor de cada uma no
desenvolvimento de soluções para problemas. do mundo (PERREIRA, 2019).
Assim, a educação geográfica deve aproximar o conhecimento técnico-
científico do espaço que o aluno vê e vive, promovendo a prática de ser cidadão. A
sociedade atual enfrenta um grande desafio que tem colocado no centro dos
debates atuais, que é a construção de uma sociedade sustentável. Neste contexto, a
educação é confiada em maior medida à difusão de conhecimentos teóricos e
práticos que visam atingir este objetivo.
32

4 CURSO DE GEOGRAFIA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMAÇÃO DO


PROFESSOR COMO EDUCADOR AMBIENTAL

A formação de professores é constantemente discutida não só no meio


acadêmico, mas também nas mais diversas mídias. A educação ambiental é,
portanto, uma das disciplinas que deve fazer parte do referencial teórico desses
especialistas.
Nesse sentido, o ensino superior em geral e o curso de licenciatura em
geografia em particular devem rever suas práticas, de modo que a autocrítica
comum de alunos e professores reflita a profissão exigida pela sociedade brasileira.
ambientes problemáticos que encontramos.
Dessa forma, o objetivo foi formar cidadãos conscientes em cooperação, que
sejam capazes de resolver a realidade socioambiental com dedicação e nela atuar,
para viver em uma sociedade de bem-estar para todos (ALFREDO JÚNIOR 2013).
Saviani (2021, p. 14) descreve cinco dilemas apresentados na formação de
professores:

a) Diagnóstico relativamente adequado contra falha em


fornecer soluções satisfatórias; b) o texto das declarações é
excessivo nos anexos e muito limitado nos essenciais; c) a
centralidade do conceito de “competências” face à
incapacidade de ultrapassar uma deficiência educativa; d)
Formação técnica de professores versus formação qualificada
de professores; e) Dicotomia de dois modelos básicos de
formação de professores (modelo cognitivo-cultural e modelo
didático-pedagógico).

Pimenta (2020) destaca que os cursos de pedagogia possuem um currículo


formal constituído de conteúdos e práticas distantes da realidade escolar, o que
fragiliza a construção da identidade do professor. Pimenta enfatiza que "as
mudanças na prática docente só acontecem quando o professor amplia a
consciência de sua prática, da sala de aula e da escola como um todo".
Block (2014) revela em seu texto que Pimenta, Tardif e Freire também
compartilham a ideia de que um professor carrega consigo uma bagagem pessoal e
profissional que se torna o cerne de sua prática docente. Para esses escritores, o
ensino do conhecimento não vem apenas da educação básica e não termina aí, sua
33

forma de ver o mundo, de estar no mundo, também contribui para a formação de


seus saberes.
Confirmada por Nóvoa (2022), que a importância dos conhecimentos
adquiridos ao longo da vida também enfatiza que a formação não consiste no
número de cursos concluídos, mas na reflexão crítica das práticas e no
repensar/reconstrução da identidade pessoal.
Pimenta (2020, p. 6): “A identidade não é dada imutáveis. E não forasteiros
que podem ser adquiridos." Percebemos que a educação básica é um grande
desafio para os professores, porque é na prática, na sala de aula, que você aprende
teoricamente na educação básica. A identidade do professor é construída no
contexto em que ele se insere, e como observa

4.1 Formação Continuada

A única finalidade da formação continuada não é fortalecer saberes e técnicas


que não foram ensinados na educação básica, mas como observa Nóvoa (2022, p.
04), ela é “mais do que um meio para adquirir técnicas e saberes, a formação de
professores é chave um momento de socialização e desenvolvimento profissional".
Rosa e Schnetzler (2013) apresentam três razões que justificam a
continuação da educação:

a) a melhoria do ensino-aprendizagem só ocorre se ela refletir a


prática pedagógica voltada para o seu aperfeiçoamento; b) utilizar a
pesquisa educacional e formulá-la em sala de aula significa tornar o
professor um pesquisador de suas próprias atividades; e finalmente
c) a maioria dos professores tem uma visão redutora do ensino como
uma prática que apenas ensina conteúdos e aplica estratégias
pedagógicas específicas.

Segundo Nóvoa (2022), o desafio atual é avaliar paradigmas que promovam a


preparação de professores reflexivos que assumam a responsabilidade pelo seu
desenvolvimento profissional.
Em segundo lugar, procuramos aprimorar nossos conhecimentos, buscar
novas informações, trocar experiências, enriquecer conhecimentos e agregar novas
informações aos conhecimentos adquiridos na educação básica.
Pimenta (2020, p. 29) observa que quando um professor,
34

“contrapõe seu saber com sua prática, quando troca experiências,


suas práticas constituem seu saber como prática”. A partir deste
contexto de formação continuada de professores, vemos a sua
importância e a grandeza dos professores que procuram atualizar-se,
enriquecer as suas práticas e valorizar a sua identidade como
professores ao longo da sua vida profissional.

A formação continuada oferece uma reflexão sobre a prática pedagógica


cotidiana, a partir da qual pensamos e reconstruímos nossa identidade docente.
Neste caso, devemos primeiro refletir sobre o papel do ensino, fazer uma análise
criteriosa de nossa prática pedagógica e sem medo promover mudanças que devem
partir de nós mesmos e, portanto, proceder de nós mesmos.

4.2 Professor Crítico e Reflexivo para a Educação Ambiental

Após um estudo sobre a política legitimadora da educação ambiental no


Brasil e no estado do Paraná, que enfatiza a importância de se trabalhar com uma
perspectiva crítica e emancipatória, é preciso pensar na formação de professores
para desenvolver o trabalho de educação ambiental. formação de sujeitos
responsáveis, críticos, cidadãos e participantes das questões socioambientais.
Na política nacional de educação ecológica - lei 9.795/1999 (BRASÍLIA,
2019), art. 8 menciona que na educação escolar, a educação ecológica deve ser
desenvolvida segundo as direções de ação, que seriam:

I - Formação de recursos humanos; II - desenvolvimento de


pesquisa, pesquisa e experimentação; III - produção e distribuição de
material didático; IV - monitoramento e avaliação. A seção I do
parágrafo segundo “ressalta a importância de incluir a dimensão
ambiental na formação, especialização e atualização dos educadores
em todos os níveis e modalidades de ensino” (BRASIL, 2019, p. 2).

Do art. 11 da Lei nº 9.795/1999, que menciona


Art. 11, a dimensão ambiental deve ser incluída nos currículos dos
professores em todos os níveis e disciplinas. Um pedaço dos professores atuantes
deve receber formação complementar em sua profissão para que possam cumprir
adequadamente os princípios e objetivos da política nacional de educação ambiental
(BRASIL, 2019).
35

Começamos pensando em formar professores da educação básica e do


ensino superior para desenvolver trabalhos com educação ambiental. Considerando
os referenciais recomendados pelo Guia Curricular Nacional de Educação Ambiental
Art. 14, Seções I-V:

I - um currículo que enfatize a natureza como fonte de vida e vincule


a dimensão ambiental à justiça social, aos direitos humanos, à
saúde, ao trabalho, ao consumo, à diversidade étnica, racial, sexual,
de gênero e à superação do racismo e de toda forma de
discriminação e injustiça social; II - Abordagem curricular integrada e
multidisciplinar, contínua e permanente em todas as áreas do
conhecimento, componentes curriculares e atividades escolares e
acadêmicas; III - aprofundamento do pensamento criticamente
reflexivo por meio de estudos científicos, socioeconômicos, políticos
e históricos na perspectiva da dimensão socioambiental, avaliando a
participação, cooperação, justiça e responsabilidade da
comunidade educativa em contraste com as relações dominantes e
exploradoras. realidade atual; IV - Pesquisa e utilização de
instrumentos pedagógicos e metodológicos que aprimorem alunos e
práticas pedagógicas e de cidadania ambiental; V - Incentivar a
criação de instituições educacionais como instituições educacionais
sustentáveis, integrando a proposta curricular, governança
democrática, edificações, fazendo referência à sustentabilidade
socioecológica (BRASIL, 2022a, p. 4 e 5).

Teixeira e Torales (2014) destacam que um dos maiores desafios está na


formação dos professores, pois são eles os responsáveis diretos pela formação em
todas as dimensões, principalmente no campo da EA, e o fazem com base em seus
conhecimentos, considerações metodológicas e intenções questões educacionais e
ambientais.
Para desenvolver o trabalho de educação ambiental com seus alunos, o
professor deve estar bem preparado, suas palavras e atitudes coerentes, pois ele é
um modelo para seus alunos. Dessa forma, um professor crítico, atencioso, atuante
na escola e na comunidade faz com que o aluno forme sua posição de participação
no ambiente escolar e na comunidade.
Baptista (2020) destaca o que seria a educação para Gramsci, enfatizando
que a educação é a base da formação do sujeito, por meio da qual ele pode se
compreender como protagonista de sua história, sua importância na vida social, e
assim formar o conceito de ser consciente do mundo e crítico, focado na vida, no
trabalho e na ciência.
36

A autora aponta que o professor nasce como ser social a partir da


compreensão e reflexão de sua teoria e prática. Na visão de Gramsci, como
intelectual, o professor deve se posicionar como sujeito social em relação a outro
sujeito social para que ocorra a aprendizagem e o desenvolvimento.
Giroux (2014) também chama a questão do professor de intelectual e lhe dá o
adjetivo modificador. Se o objetivo é formar alunos críticos e reflexivos, precisamos
primeiro, como enfatizou Gramsci, de professores que se vejam como parte
integrante da sociedade, conscientes de que são protagonistas de sua história.
Loureiro e Torres (2014) confirmam a importância de romper com as
características conservadoras da educação ambiental e a necessidade de assumir
uma postura que leve à emancipação e à mudança da sociedade, mostrando que o
professor deve ser um sujeito crítico e reflexivo. à sua atividade, para que a transfira
para a sua atividade e prática pessoal e pedagógica.
Para Giroux (2017), não basta o professor pensar, pois todos pensamos mais
ou menos, o autor afirma que o professor precisa desenvolver o pensamento crítico
ao pensar a transformação.
Campos et al. (2021) destacam a importância do pensamento habermasiano
na formação de professores quando a linguagem é utilizada para criar processos
interativos e dialógicos para que os professores possam adotar uma atitude mais
autônoma e emancipatória.
Para que esse professor "intelectual" realmente trate da educação ambiental
crítica em seu trabalho, ele deve estar apto a lidar com questões socioambientais,
econômicas e políticas, e a partir dessa visão mais ampla da sociedade, o professor
deve promover o pensamento crítico. de seus alunos.

4.3 Desafios e Reflexões no Ato de Ensinar Educação Ambiental no Contexto


da Disciplina de Geografia

Se ainda existem muitos problemas ambientais, é em parte porque as


pessoas parecem não entender o delicado equilíbrio da natureza. Eles não são e
não foram devidamente instruídos para definir e resolver efetivamente os problemas
relacionados ao meio ambiente, pois a educação ambiental como disciplina geral só
surgiu em 1997.
Segundo Loureiro (2014) apud Teixeira et al. (2014, p. 02):
37

[...] Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados com base na LDB


e divulgados oficialmente em 15 de outubro de 1997, documento
definido como temas transversais de importância social, ética,
pluralismo cultural, orientação sexual e meio ambiente (LOUREIRO,
2014 apud TEIXEIRA et al, 2014, p. 02).

A educação ambiental como prática didática e pedagógica passou por muitas


reformas desde 1965, quando foi introduzido o termo “educação ambiental” com a
recomendação de que fosse parte integrante da formação de todos os cidadãos, até
1997, quando foi finalmente acrescentado. como tema recorrente nos currículos
escolares brasileiros.
Nesse sentido, fica claro que as questões gerais são sobre valores e atitudes,
onde a avaliação do professor requer um cuidado especial. No entanto, ainda há
dificuldades em agregar o conteúdo ambiental como disciplina transversal,
principalmente na geografia.
É notório que os professores têm grandes dificuldades em desenvolver e
trabalhar a educação ambiental nas aulas de geografia, por isso muitas vezes surge
o interesse e a participação dos alunos nas aulas.
Diante desse fator, o professor não tem total compreensão sobre as questões
ambientais e não consegue trabalhar de forma dinâmica e reflexiva com a educação
ambiental, mas tem que lidar diariamente com o problema da falta de motivação na
escola. um aprendiz que busca a cada dia novos conhecimentos para atender as
necessidades dos alunos.
Segundo Andrade (2020, p. 6), que revela os desafios de incluir a educação
ambiental na escola:

além dos fatores acima citados e outros decorrentes da integração, a


implementação da educação ambiental pode ser prejudicada. Dito
isso, os professores enfrentam muitos obstáculos ao trabalhar com
educação ambiental. Falta de conhecimento especializado, falta de
motivação da gestão, falta de educação continuada e de materiais
adequados, que muitas vezes não possuem. Esses e muitos outros
obstáculos geram desmotivação no professor ao trabalhar a
educação ambiental em sala de aula, o que causa descaso não só
para ele, mas também para o próprio aluno.
Nesse cenário, um importante ponto de bloqueio no universo educacional
(principalmente na formação de especialistas em geografia) é que os professores
passam a ver as questões ambientais durante sua formação acadêmica apenas
38

como teorias a serem cumpridas, ao invés de representarem benefícios significativos


para a prática educativa. Assim, seu pouco conhecimento sobre o assunto “Meio
Ambiente” e seus diversos elementos torna-se insuficiente para ensinar categorias
objetivas e de bom entendimento.

4.4 Ferramentas Essenciais para Trabalhar a Educação Ambiental nas Aulas de


Geografia

Os professores oferecem muitos métodos em sala de aula, mas há diferenças


em como eles usam e sabem como usar esses métodos. O ensino de geografia
integrada, formado pela combinação de disciplinas clássicas de educação ambiental
e geografia, necessita de práticas que despertem a curiosidade e a criatividade para
encontrar soluções para problemas cotidianos.
Qual seria a melhor forma de abordar a educação ambiental nas aulas de
geografia, diante dos desafios enfrentados pelos professores? A temática ambiental
pode ser incluída nas aulas de diversas formas, como por exemplo, vivências
práticas, atividades fora da sala de aula, dinâmicas artísticas, projetos ou outras
atividades que façam o aluno se sentir um agente promotor e transformador do meio
que o cerca. (SAT, 2022).
A concepção de metodologias (relacionadas à implementação da educação
ambiental nas aulas de geografia) inclui diversos recursos que podem promover um
melhor aproveitamento nas aulas de geografia. Entre eles destacam-se as aulas ao
ar livre, as brincadeiras e a linguagem audiovisual. Aulas de campo: Esta é uma
metodologia extremamente importante para colocar em prática o que você aprendeu
em sala de aula.
Segundo Fonseca e Caldeira (2018, p. 71):

"Uma forma de apresentar os fenômenos naturais é utilizar como


recurso didático as aulas ao ar livre em ambientes naturais,
principalmente aqueles que estão espacialmente próximos dos
alunos pela sua simplicidade e pela oportunidade de adquirir
experiências prévias do ambiente de aprendizagem."

Assim, por meio dessas aulas, o aluno passa a ver o mundo com outros olhos
e descobre seu verdadeiro papel de ator e transformador do espaço que o cerca.
39

Jogos lúdicos: O jogo lúdico “chá” é uma ferramenta dinâmica que envolve a
participação entre os alunos e o professor.
Segundo a autora Raua (2017, p. 51),

a brincadeira é uma ferramenta pedagógica mais aproveitável, pois


contém componentes do cotidiano e desperta o interesse do aluno,
que se torna sujeito ativo no processo de aprendizagem. construção
do conhecimento'. Além de proporcionar uma atividade "divertida", é
um recurso que inclui uma análise de como a atividade social pode
alterar as características ambientais e nos ajudar a entender melhor
as mudanças ambientais.

A Linguagem Audiovisual: Este é um recurso que pode utilizar um vídeo/filme


como ferramenta de aprendizagem. Segundo o autor Ferret (2013, p. 24), uma obra
audiovisual trata das emoções, da fantasia, do afeto como produção artística e em
linguagem própria.
Assim, além de uma produção cultural importante na formação do intelecto do
aluno (enfatizando o progresso cognitivo, artístico e efetivo), é uma ferramenta de
ensino muito útil na apresentação e análise de fotografias, onde o aluno pode
compreender melhor o assunto ambiente. e seus diversos fatores nas aulas de
geografia, sem contar que é um recurso onde se disponibiliza um vídeo específico
na aula de linguagem escrita, musical e visual.
40

5 METODOLÓGIA

A presente pesquisa tem cunho bibliográfico e documental, para isso, uma


revisão bibliográfica e documental foi realizada, a fim de compreender o que se tem
feito atualmente em escala nacional, no que tange a parte formativa dos
profissionais que estão entrando no mercado de trabalho ou aqueles que estão
inseridos e desejam se capacitar como educadores ambientais.
A partir do material analisado, informações foram colhidas para servirem de
base na construção da proposta do curso de formação para que possa servir de
ferramenta útil na capacitação de professores que nunca foram apresentados a EAC
e almejam uma mudança socioambiental através de sua prática docente, atuando de
forma contundente na emancipação de seus alunos.

5.1 Tipos de pesquisa

Quanto à pesquisa bibliográfica, foi feita por meio de livros, teses e artigos
relacionados ao assunto. Santos et al. (2021), a pesquisa bibliográfica consiste no
levantamento de informações e dados referentes a documentos impressos, artigos,
dissertações, livros publicados, textos e informações.
Dessa forma, a pesquisa qualitativa utiliza diversos materiais empíricos na
tentativa de descrever períodos e significados que fazem parte do cotidiano dos
indivíduos, e os pesquisadores utilizam diferentes práticas interpretativas para que
essa forma lhes permita compreender melhor o tema em discussão.
Para Denzin e Lincoln (2020, p. 17-19), os cientistas veem o mundo e as
atividades nele qualitativamente. É uma abordagem naturalista, pois os fenômenos
são estudados em seu contexto natural e sua interpretação é baseada nos
significados atribuídos pelos próprios atores. Segundo os autores, a pesquisa
qualitativa geralmente consiste em "práticas materiais e interpretativas que dão
visibilidade ao mundo".
É por isso que concordo com Schwandt (2016), quando afirma que a pesquisa
qualitativa deve ser entendida como uma base que protege diferentes
pesquisadores, como uma arena onde competem diferentes epistemologias, mas
nesse espaço há “fidelidade aos fenômenos, respeito à vida experiência e atenção
às sutilezas da vida cotidiana” (SCHWANDT, 2016, p. 194).
41

Os artigos selecionados são lidos como um todo por meio de uma técnica
adicional de análise de conteúdo temática por meio da leitura e releitura dos
resultados da pesquisa para identificar os principais temas das produções. A
pesquisa é realizada em sites de busca eletrônica como Google Acadêmico, Scielo e
Revistas Eletrônicas.
As informações obtidas foram compiladas em uma revisão bibliométrica, onde
os artigos utilizados foram selecionados de acordo com os anos de publicação, que
foram selecionados de 2012 a 2023, após o que é criado um objeto de controle de
cada etapa, que explica como cada parte.
Para Minayo (2021), este estudo trata de motivos, crenças, valores e ações
que formam um espaço mais profundo para relacionamentos, e processos e
fenômenos que não devem ser reduzidos à instrumentalização de variáveis.
Os critérios de inclusão dos estudos incluíram publicação de resultados de
pesquisas usando filtros de controle, todas as publicações disponíveis, bases de
dados nacionais e internacionais, publicações portuguesas feitas entre 2012 e 2023
os critérios de exclusão foram: publicação com tema duplicado, abordagem
qualitativa, ano de revisão anterior a 2012 e revisões desviando do tema da
pesquisa, e excluindo publicações cujos textos não estejam disponíveis, materiais
que não tratem do assunto ou estejam fora do período de publicação.
Dessa forma, é possível afirmar que a pesquisa bibliográfica é essencial para
o embasamento do trabalho. Além disso, no referencial teórico foram trabalhados
autores, como: PIMENTA (2020); ROSA (2013); SATO (2022); SAUVÉ (2014);
SILVA (2020); SOFFIATI (2018); SOUZA (2017); TELLES (2020). Além disso, foram
destacados autores relevantes na área da Geografia, entre outros autores
relevantes.
Quanto aos aspectos éticos, por se tratar de uma revisão de literatura, não é
necessária a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, mas
o autor se comprometeu a citar os autores que publicaram os artigos científicos.
42

6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo encontram-se as informações e resultados apurados, bem


como a análise. Após uma rigorosa e minuciosa busca dos estudos, foram
realizadas leituras detalhadas de casa artigo científico, obedecendo à risca os
critérios de inclusão e exclusão.
43

REFERÊNCIAS

ALFREDO JÚNIOR, Morel dos Reis. A Formação do Professor e a Educação


Ambiental. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas,
Faculdade de Educação, 2013.

ANDRADE, D. F. Implementação da Educação Ambiental em escolas: uma


reflexão. In: Fundação Universidade Federal do Rio Grande. Revista Eletrônica do
Mestrado em Educação Ambiental, v. 4.out/nov/dez 2020.

BAPTISTA, Maria das Graças de A. Práxis e educação em Gramsci. Filosofia e


Educação (Online), Revista Digital do Paideia. v. 2, n. 1, p. 181-2013.

BERNA, Vilmar D. Como fazer educação ambiental. São Paulo: Editora PAULUS,
2021.

BLACHE. V. L. Princípios de geografia humana. 2. Ed. Lisboa: Cosmos, 2014.

BOFF, L. Saber cuidar: ética do humano, compaixão pela terra. Petrópolis: Vozes,
2019.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Comunidades Aprendentes. In: FERRARO


JÚNIOR, L.A. (org.). Encontros e caminhos: formação de educadores ambientais e
coletivos educadores. 2015.

BRASIL. Constituição Federal de 1988, DE 05 DE OUTUBRO DE 1988. Brasília,


DF, outubro 2018.

BRASIL. LEI 6938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981. Política Nacional do Meio


Ambiente. Brasília, DF, agosto, 2020.

BRASIL. Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999. Política Nacional de Educação


Ambiental. Brasília, DF, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. FUNASA. Manual do Saneamento Básico. 4.ed.


Manual de Saneamento / Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde. – 4.
ed. – Brasília: Funasa, 2019. 642 p.

BRASIL. RESOLUÇÃO N° 2, DE 15 DE JUNHO DE 2012a. Estabelece as Diretrizes


Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, v. 149, n.º 116, 18 de junho de 2022, Seção 1, p.
70-71.

BRASIL. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.


Educação Ambiental: aprendizes de sustentabilidade. Ministério da Educação.
Brasília: MEC, 2017b. Cadernos SECAD 1.

BRASIL. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e


Inclusão. Vamos cuidar do Brasil com escolas sustentáveis: educando-nos para
pensar e agir em tempos de mudanças socioambientais globais. Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e
44

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