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UNIVERSIDADE BRASIL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
MESTRADO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS

HORTA SUSTENTÁVEL COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO


AMBIENTAL INFANTIL POR MEIO DA BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR (BNCC)

LUCIANA PEREIRA FERNANDES

Fernandópolis – SP
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2022
UNIVERSIDADE BRASIL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU
MESTRADO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS

HORTA SUSTENTÁVEL COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO


AMBIENTAL INFANTIL POR MEIO DA BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR (BNCC)

LUCIANA PEREIRA FERNANDES

Projeto de Pesquisa apresentado ao


Programa de Pós-Graduação Stricto
Sensu da Universidade Brasil como
complementação de parte dos créditos
necessários para obtenção do título de
mestre em Ciências Ambientais. Passível
de alteração.

Prof. Dr. Evandro Roberto Tagliaferro


Orientador
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Fernandópolis – SP
2022

SUMÁRIO

1. Título __________________________________________________________ 4

2. Resumo ________________________________________________________ 4

3. Palavras-Chave __________________________________________________ 4

4. Introdução ______________________________________________________ 5

5. Justificativa _____________________________________________________ 6

6. Objeto _________________________________________________________ 7

7. Objetivos _______________________________________________________ 7

7.1. Objetivo Geral__________________________________________________ 7

7.2. Objetivos Específicos ____________________________________________ 7

8. Referencial Teórico _______________________________________________ 8

8.1. Educação Ambiental ____________________________________________ 8

8.2. Educação Ambiental no Ensino Infantil (EI) e Fundamental (EF) __________ 8

8.3. Educação Ambiental e seu Papel como Política Pública_________________ 9

8.4. Problemas Ambientais __________________________________________ 11

8.4.1. Desmatamentos _____________________________________________ 12

8.4.2. Contaminação da água________________________________________ 12

8.4.3. Poluição do solo______________________________________________ 13

9. Material e Métodos _______________________________________________14

10. Plano de Trabalho e Cronograma___________________________________15

11. Referencial Bibliográfico__________________________________________ 15


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1. TÍTULO

Horta Sustentável como Ferramenta de Educação Ambiental Infantil por meio da


Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

2. RESUMO

O estudo objetiva analisar o Projeto Horta Sustentável como uma ferramenta de


Educação Ambiental infantil, por meio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
buscando promover mudanças de valores, hábitos e atitudes, fomentando a
conscientização de professores, alunos e colaboradores para com o meio ambiente
e as práticas inovadoras de aprendizagem. A pesquisa se justifica diante da
importância do trabalho contínuo de educação ambiental na escola, que se mostra
fundamental e evidencia à comunidade escolar a responsabilidade de todos pelas
ações que, direta ou indiretamente, causaram impactos ao meio ambiente e ao ser
humano. Estudo dedutivo, bibliográfico e de campo combinados, se debruçará na
investigação da prática adotada por uma instituição de ensino na implantação e
operação de uma horta sustentável como ferramenta de educação ambiental infantil.
Espera-se contribuir para um maior entendimento quanto a implementação de
atividades extra classe como fomentadores do desenvolvimento dos alunos,
professores e comunidade, oportunizando a conquista de seus espaços, a
descoberta e a aprendizagem, a interatividade, amplificando a consciência e
responsabilidade para com o meio ambiente e a sociedade, enquanto aprimora
ainda a formação de todos os envolvidos.

3. PALAVRAS-CHAVE

Meio ambiente, Escola, Conscientização. Aprendizagem. Alimentação.


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4. INTRODUÇÃO

O crescente processo de industrialização tem contribuído para a degradação


ambiental e diminuição da qualidade de vida da população mundial. As causas para
esses problemas se relacionam, em grande parte, pelo consumo extremo dos
recursos naturais e o desrespeito para com a natureza, na busca incessante ao
crescimento meramente econômico (lucros cada vez maiores).
Por gerações o homem tem causado alterações ambientais que resultam em
poluição dos recursos hídricos, do ar e do solo, além da redução dos recursos
naturais e do aumento da produção de resíduos sólidos. Além disso, o processo de
aceleração industrial e mecanização agrícola nas décadas de 1960 e 1970
contribuiu para a concentração da população nas cidades e intensificou a exploração
dos recursos naturais (RIBEIRO; PROFETA, 2004).
O rápido processo de urbanização das cidades, substituindo os espaços
verdes, reduz o contato direto do homem com todos os elementos bióticos da
natureza de que é parte integrante. Dentro deste paradigma, as crianças passaram a
ter espaços cada vez mais restritos para experimentar o prazer natural do contato
com os elementos do meio em que se inserem (PMF/SME, 2004).
No campo pedagógico, pelo seu entendimento, a educação ambiental não
pode ser tratada como uma disciplina isolada no nível da educação básica. Na
educação infantil, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
(RCNEI) contempla a educação ambiental nos diversos eixos de trabalhos
propostos.
Para a educação básica, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) os
inserem em diversos temas transversais, principalmente meio ambiente, saúde e
consumo, nas áreas do conhecimento (disciplinas) para que permeiem toda a prática
educativa e, ao mesmo tempo, criem uma perspectiva global e visão abrangente do
6

problema ambiental, levando em conta os aspectos físicos e sócio-históricos, bem


como a articulação entre a escala local e planetária desses problemas.
Várias são as possibilidades de interação capazes de introduzir os entes da
sociedade aos conceitos aportados, dentre eles, a implementação de projetos locais
que, mesmo pequenos em escala, possibilitam não apenas proporcionar às crianças
o conhecimento sobre o meio ambiente, mas também trazer suas famílias a
participarem ativamente, colaborando para a o surgimento de ciclos mais coesos,
que mais facilmente propiciem a formação de novos cidadãos, com atitudes e
valores mais coerentes, sobretudo quanto aos temas relacionados a natureza.
Neste contexto, objetiva-se, neste estudo, avaliar o Projeto Horta
Sustentável como uma ferramenta de educação ambiental infantil por meio da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC).

5. JUSTIFICATIVA

A importância do trabalho contínuo de educação ambiental no trabalho


escolar mostra-se fundamental e evidencia à comunidade escolar a
responsabilidade de todos pelas ações que, direta ou indiretamente sempre
causaram impactos ao meio ambiente.
Pequenas ações podem ser desenvolvidas, inclusive na escola, resultando
em importantes aspectos modificadores do ambiente, das pessoas e suas
atividades.
O ensino e a aprendizagem devem ser pautados pelo conhecimento. Este
deve possibilitar o desenvolvimento contínuo, dia a dia, também quanto aos temas
relacionados à educação ambiental.
A realidade do aluno, em casa e na comunidade, sua convivência no
ambiente escolar e social exige o desenvolvimento de senso crítico e de
habilidades a serem aplicadas na busca pela melhoria da qualidade de vida,
visando, ainda, a preservação de ecossistemas.
Atualmente, escolas e professores têm intensificado a adoção de temas
relacionados à questão ambiental em sala de aula, com projetos e atividades
7

interdisciplinares, visto que a educação ambiental é essencial para o


desenvolvimento humano nos aspectos intelectual, cognitivo e até mesmo social.
A educação ambiental na escola desenvolve habilidades sociais muito
importantes e não podem deixar de serem aplicadas e aprimoradas.

6. OBJETO
Promover mudanças de valores, hábitos e atitudes, fomentando a
conscientização de professores, alunos e colaboradores, por meio de hortas
sustentáveis, desenvolvidas como uma importante ferramenta de educação
ambiental sob a ótica da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

7. OBJETIVOS

7.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o Projeto Horta Sustentável como uma ferramenta de Educação


Ambiental infantil, por meio da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), buscando
promover mudanças e fomentar uma nova consciência para com os temas que
envolvem o meio ambiente e as práticas inovadoras de aprendizagem.

7.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS

 Apresentar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) sob a ótica


pretendida;
 Identificar e teorizar os temas a serem abordados pelo projeto;
 Operacionalizar as ações de forma a oportunizar ao aluno a conquista
do seu espaço, preservando o meio ambiente onde vivemos.
 Proporcionar atividade extracurricular como espaço de estudo,
descoberta e aprendizagem;
8

 Proporcionar aos alunos a descoberta das técnicas de plantio, manejo


do solo, cuidado com as plantas, assim como técnicas de proteção da estrutura do
solo;
 Possibilitar o desenvolvimento, de modo integrado, da consciência e
responsabilidade para com o meio ambiente, respeitando o espaço biótico e
abiótico a sua volta;
 Contribuiu para a formação dos educandos, educadores e
comunidade;
8. REFERENCIAL TEÓRICO

8.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

É um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito de


todas as formas de vida. Ela estimula a formação de sociedades justas,
ecologicamente equilibradas com base na solidariedade e no respeito às diferenças
(OLIVEIRA, 2000).
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (UNESCO), no ano de 1997, na escola a educação ambiental é
vista como um processo educativo, por isso, deve abordar problemas concretos e
ter um caráter interdisciplinar, procurando reforçar valores e contribuindo para o
bem estar geral, visando à sobrevivência das espécies. Deve, portanto, se
aproveitar a iniciativa dos alunos e de seu empenho, levando-os a contínuas
reflexões sobre suas ações imediatas e futuras.
A educação ambiental deve envolver pais, alunos, professores e
comunidade para a conquista da cidadania. Esse exercício deve ser permanente
para o conhecimento das questões ambientais.

8.2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO INFANTIL (EI) E FUNDAMENTAL (EF)

A problemática ambiental é uma das principais preocupações da sociedade


moderna, desencadeando, por isso, uma série de iniciativas no sentido de reverter
a situação atual de consequências danosas à vida na terra. Uma dessas iniciativas
9

é a Educação Ambiental que as instituições de educação básica estão procurando


implementar, na busca da formação de cidadãos conscientes e comprometidos com
as principais preocupações da sociedade (SERRANO, 2003).
A preocupação com a relação que existia entre o homem na antiguidade e
natureza, começou a tomar formas que chamaram a atenção de diversos países
devido a anomalias climáticas que começaram a afetar a sociedade de uma forma
generalizada fazendo-se necessárias a união de todos na busca da diminuição dos
nossos erros para com o meio ambiente a fim de reverter essa cena.
No século XX, indivíduos preocupados com a relação desarmônica entre o
homem e a natureza, começaram em todo o mundo, movimentos e eventos
voltados para as questões ambientais que tinham como objetivo criar condições
para a formação de uma nova consciência ambiental, por isso em 1972, a
Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu a Conferência sobre Ambiente
Humano, realizada em Estocolmo, na Suécia, onde nesta conferência foram
reunidos 113 países, inclusive o Brasil sendo que a Educação Ambiental foi
reconhecida como essencial para solucionar a crise ambiental, sendo dessa forma,
recomendou-se a capacitação de professores e o desenvolvimento de novos
métodos e recursos didáticos para esse processo de ensino (PEDRINI, 1997).

8.3 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SEU PAPEL COMO POLÍTICA PÚBLICA

Acredita-se ser importante a função da importância da qual o poder público


deve atribuir a esse tema uma vez sendo ele o que em busca de desenvolvimento
acaba por preconizar que a economia do país esteja sempre a aumentar
independente das perdas e danos muitas vezes necessários para que o progresso
se faça presente.
Apesar de no Brasil existir a ideia de leis que “não pegam”, uma lei existe
para ser cumprida ou questionada, de modo que, logo após a promulgação da
Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), foi criada no Ministério da
Educação a Coordenação Geral de Educação Ambiental e no Ministério do Meio
Ambiente, a Diretoria de Educação Ambiental como instâncias de execução da
PNEA, assim, a educação ambiental insere-se nas políticas públicas do Estado
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brasileiro de ambas as formas, como crescimento horizontal (quantitativo) e vertical


(qualitativo), pois enquanto no âmbito do MEC pode ser entendida como uma
estratégia de incremento da educação pública, no do MMA é uma função de Estado
totalmente nova (UNESCO, 2001).
Entende-se dessa forma que o governo cria ou pelo menos se pode
entender que através dessas ferramentas a educação ambiental tem importância a
ponto de se criar mecanismos que auxiliem através da educação o seu valor aos
seres humanos.
A educação ambiental nasce como um processo educativo que conduz a
um saber ambiental materializado nos valores éticos e nas regras políticas de
convívio social e de mercado, que implica a questão distributiva entre benefícios e
prejuízos da apropriação e do uso da natureza. Ela deve, portanto, ser direcionada
para a cidadania ativa considerando seu sentido de pertencimento e
corresponsabilidade que, por meio da ação coletiva e organizada, busca a
compreensão e a superação das causas estruturais e conjunturais dos problemas
ambientais (MARCHESAN et al, 2018).
Trata-se de construir uma cultura ecológica que compreenda natureza e
sociedade como dimensões intrinsecamente relacionadas e que não podem mais
ser pensadas seja nas decisões governamentais, seja nas ações da sociedade civil
de forma separada, independente ou autônoma (CARVALHO, 2004).
Dentro desse escopo vale de lembrar que seja através de políticas públicas
ou um simples voluntariado a se propor ensinar algo que tenha um determinado
valor um grupo como é o meu caso, que apesar de querermos sempre implantar
projetos e mais projetos que busquem infundir na mente das pessoas o que é
realmente a preservação natural os por quês por trás da história também são
necessários. É claro que nesse caso apesar do público alvo não ser capaz de
entender o que é uma reserva legal no Limiar das leis vigentes, aos demais níveis
de ensino que sejam dadas aulas que estimulem os alunos a fecharem as torneiras
a ponto de não ficarem pingando, de tomar banhos rápidos para a conta de energia
não vir tão alta, é necessário irmos na raiz dos problemas causados por nossa
ações, explicando da forma mais clara possível toda a trajetória daquela energia
que é usada para ligar a televisão ou chuveiro (RIBEIRO, 2008).
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Assim como José Quintas (2015), um dos precursores no desenvolvimento


da educação ambiental disse em uma entrevista para a Revista Coleciona: “A
vertente da educação crítica acredita que a crise ambiental não é meramente
ambiental, é uma crise civilizatória, que exige que se reinvente o mundo para que
ele seja sustentável. Para que isso ocorra, a educação tem muito a contribuir”.
O educador deve entender que brigar pela economia de energia não basta
já que, mesmo com tecnologias mais econômicas, o modelo ainda gera
necessidade de mais hidrelétricas. Não adianta incentivar a substituição do petróleo
pelo álcool, já que o problema não está nesses combustíveis, está no carro. É o
modelo que faz o carro ser uma espécie de “prima-dona” da economia.
Se não trabalharmos na perspectiva crítica, sem saber enganaremos nosso
educando. Dizemos assim: use a água com parcimônia, não deixe a torneira
pingando, não tome banhos longos. No entanto, não podemos dizer às pessoas
que com isso vão resolver o problema de disponibilidade de água no mundo se não
discutirmos que as nascentes estão sendo suprimidas e que os corpos d'água
estão virando esgoto à céu aberto. Só podemos discutir isso questionando o
modelo de sociedade que temos. A educação tem um forte impacto na sociedade
por fazer parte de toda a infância até a adolescência de um cidadão, por isso
quando colocamos uma maior profundidade na hora de passar um conhecimento
seja ele qual for, além de toda a responsabilidade que devemos ter quando falamos
de algo, aquilo que está sendo dito pode e fará parte das “ações” daquele ser e isso
pode mudar muito o cenário de uma situação (RIBEIRO; PROFETA, 2004).

8.4 PROBLEMAS AMBIENTAIS

Os problemas ambientais de âmbito nacional ocorrem desde a época da


colonização, estendendo- se aos subsequentes ciclos econômicos (cana, ouro, café
etc.). Atualmente, os principais problemas estão relacionados com as práticas
agropecuárias predatórias, o extrativismo vegetal (atividade madeireira) e a má
gestão dos resíduos urbanos, sendo os principais agravantes (REIGOTA, 2017;
BRASIL-ESCOLA, 2022).
- Degradação e esgotamento dos solos por causa das técnicas de
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produção;
- Escassez da água pelo mau uso e gerenciamento das bacias
hidrográficas;
- Contaminação dos corpos hídricos por esgoto sanitário;
- Poluição do ar nos grandes centros urbanos.
Apesar de ser um tópico de grande importância devido a gama que tais
problemas citados acima, podem atingir, cita-se brevemente sobre alguns deles a
fim de enfatizar o quão importante uma educação que se remeta aos cuidados com
o meio ambiente, desde a tenra idade é importante.

8.4.1 Desmatamentos

Entende-se por desmatamento, também chamado de desflorestamento ou


deflorestação, o processo de remoção total ou parcial da vegetação em uma
determinada área. Geralmente, esse processo ocorre para fins econômicos,
visando à utilização comercial da madeira das árvores e para o aproveitamento dos
solos para a agricultura e a pecuária. A atividade mineradora e a construção de
barragens para hidrelétricas também aparecem como causas de tal ocorrência
(CUBA, 2011).
No mundo, os primeiros a praticarem de forma intensiva o desmatamento
foram os países desenvolvidos. Para o soerguimento de suas economias,
sobretudo após o advento do sistema capitalista, algumas nações exploraram
intensamente os seus recursos naturais, avançando essa exploração também para
outras áreas. Com isso, muitas florestas do hemisfério norte foram praticamente
dizimadas (DIAS, 2000).
Atualmente, os países que mais desmatam são os de economias
emergentes, pois, embora tentem controlar esse problema, o desmatamento de
suas florestas avança à medida que seus sistemas econômicos evoluem. Até bem
pouco tempo atrás, o campeão mundial de desmatamento era o Brasil,
principalmente em razão do crescimento da fronteira agrícola sobre as áreas da
Floresta Amazônica. No entanto, recentemente, o país foi ultrapassado pela
Indonésia, que possui uma ampla área verde, mas que vem desflorestando duas
vezes mais do que é desmatado anualmente no território brasileiro (CUBA, 2011).
13

Segundo levantamentos realizados pela Organização das Nações Unidas


(ONU), atualmente são desmatados quase sete milhões de hectares por ano. Isso
significa a perda não tão somente de vegetações, mas também de várias espécies
animais, pois o seu habitat encontra-se cada vez mais escasso e com isso, o
equilíbrio ecológico pode tornar-se ameaçado (UFV, 2019).

8.4.2 Contaminação da água

A degradação dos recursos naturais e a contaminação da água por


fertilizantes e outros químicos vem crescendo e trazendo graves consequências
para o ambiente e para a saúde humana. O crescimento da atividade agropecuária
e a perda de sedimentos por meio do escoamento superficial afetam a qualidade
das águas superficiais não apenas no local de origem da contaminação, mas
também em outros pontos de interferência dos recursos hídricos (MARCHESAN et
al., 2009).
A contaminação de águas superficiais e subterrâneas tem um potencial
extremamente poluente, pois se, por exemplo, o local onde for aplicado o
agrotóxico for próximo a um manancial hídrico que abasteça uma cidade, a
qualidade dessa água captada também deverá estar comprometida (SOARES &
PORTO, 2007).
A indústria de mineração e de beneficiamento de minérios e as indústrias
petroquímicas, entre outras, são responsáveis pelo despejo ou descarga de
resíduos químicos letais (mercúrio, benzeno, enxofre, entre outros) nos solos e rios,
causando impactos muitas vezes irreversíveis na saúde das populações residentes
na região (RATTNER, 2009).

8.4.3 Poluição do solo

O solo atua frequentemente como um “filtro”, tendo a capacidade de


depuração e imobilizando grande parte das impurezas nele depositadas. No
entanto, essa capacidade é limitada, podendo ocorrer alteração da qualidade do
solo, devido ao efeito cumulativo da deposição de poluentes atmosféricos,
aplicação de defensivos agrícolas e fertilizantes e disposição de resíduos sólidos
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industriais, urbanos, materiais tóxicos e radioativos (CETESB, 2022).


O tema poluição do solo vem, cada vez mais, se tornando motivo de
preocupação para a sociedade e para as autoridades, devido não só aos aspectos
de proteção saúde pública e ao meio ambiente, mas também publicidade dada aos
relatos de episódios críticos de poluição por todo o mundo (SOARES; PORTO,
2018)
Apesar desta realidade, a poluição do solo ainda não foi plenamente
discutida e ainda não existe um consenso entre os pesquisadores de quais seriam
as melhores formas de abordagem da questão. Além das dificuldades técnicas, a
questão política se reveste de grande importância pois, se não for adequadamente
conduzida, o controle da poluição ficará muito prejudicado e terá consequências
irreversíveis para a ciclagem de nutrientes (ciclo do carbono, nitrogênio, fósforo) na
natureza e ciclo da água, prejudicando a produção de alimentos de origem vegetal
e animal (CETESB, 2022).
Historicamente, o solo tem sido utilizado por gerações como receptor de
substâncias resultantes da atividade humana. Com o aparecimento dos processos
de transformação em grande escala a partir da Revolução Industrial, a liberação
descontrolada de poluentes para o ambiente e sua consequente acumulação no
solo e nos sedimentos sofreu uma mudança drástica de forma e de intensidade,
explicada pelo uso intensivo dos recursos naturais e dos resíduos gerados pelo
aumento das atividades urbanas, industriais e agrícolas (SOARES; PORTO, 2018)
Essa utilização do solo como receptor de poluentes pode se dar localmente
por um depósito de resíduos; por uma área de estocagem ou processamento de
produtos químicos; por disposição de resíduos e efluentes, por algum vazamento
ou derramamento; ou ainda regionalmente através de deposição pela atmosfera,
por inundação ou mesmo por práticas agrícolas indiscriminadas. Desta forma, uma
constante migração descendente de poluentes do solo para a água subterrânea
ocorrerá, o que pode se tornar um grande problema para aquelas populações que
fazem uso deste recurso hídrico (BAI FILHO, 2015).

9. MATERIAL E MÉTODOS
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Estudo descritivo, dedutivo, bibliográfico e de campo combinados, de


abordagem qualitativa, natureza comparativa, de caráter experimental, se debruçará
na investigação da prática adotada por uma instituição de ensino na implantação e
operação de uma horta sustentável como ferramenta de educação ambiental infantil.
Serão levantados, descritos e analisados dados sobre a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC), educação ambiental, ensino infantil e fundamental,
problemas ambientais, bem como ações necessárias para implantação e
operacionalização da horta sustentável sob a óptica pretendida.
O levantamento bibliográfico dará início às atividades de pesquisa, seguido
da coleta de dados em campo, por observação, em cada uma das etapas do projeto,
desde o planejamento até a avaliação dos resultados.
Todas as informações serão sistematicamente confrontadas com o material
pesquisado e dados levantados, traçados paralelos com a bibliografia técnica
específica, legislação e normas vigentes, além de livros, dissertações, teses, artigos
científicos e outras relativas ao tema.
Essa confrontação sistemática do material pesquisado possibilitará o
atendimento de todos os objetivos propostos.

10. PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA

O trabalho será realizado conforme o cronograma a seguir apresentado

2022 2023 2024


ATIVIDADES SET a JAN a ABR a JUL a OUT a JAN a ABR a JUL a
DEZ MAR JUN SET DEZ MAR JUN SET
Elaboração do projeto
definitivo
Revisão de literatura
Construção da revisão teórica
Pesquisa de
campo/levantamento dos
dados
Análise dos dados
Definição e organização dos
resultados
Elaboração de artigo
Banca de qualificação
Submissão do artigo em
revista científica
16

Organização da dissertação
Apresentação final em banca
de defesa
Entrega oficial da dissertação
final pós banca
Passível de alteração

11. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL-ESCOLA, Problemas Ambientais Brasileiros. Acesso em 17 de dezembro


de 2022.

CARVALHO, I. C. M. A invenção do sujeito ecológico: narrativas e trajetórias da


educação ambiental no Brasil. Porto Alegre: Ed. Universidade/ UFRGS, 2004.

CETESB, Qualidade do Solo: Poluição, edição Qualidade do Solo 2022.

CUBA, Situação político-social no país de Cuba, 2011.

MARCHESAN, E., SARTORI, G.M.S., REIMCHE, G.B.., AVILA, L.A., ZANELA, R.,
MACHADO, S.L.O., MACEDO, V.R.M., COGO, J.P. Qualidade de água dos rios
Vacacaí e Vacacaí-Mirim no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência Rural,
v.39, n.7, p.2050-2056, 2009.

OLIVEIRA, E.M. de. Educação Ambiental: uma possível abordagem. 2. ed. Brasília,
DF: IBAMA, 2000.

OLIVEIRA, Mary Carneiro Paiva. Educação do campo: concepção, contribuições e


contradições. Revista Espaço Acadêmico, Maringá, v. 12, n. 140, p. 43-52, jan. 2013

PEDRINI. Histórico da Educação Ambiental, 1997, p25-31.

PMF/SME. Projeto Educando com a Horta Escolar da Rede Municipal de Educação


de Florianópolis, 2004.

RATTNER, H. Meio ambiente, saúde e desenvolvimento sustentável. Ciência &


Saúde Coletiva, v.14, n.6, p.1965-1971, 2009.

RIBEIRO, Matheus de Souza Lima; PROFETA, Ana Carolina N. A. Programas de


educação ambiental no ensino infantil em Palmeiras de Goiás: novos paradigmas
para uma sociedade responsável. Revista eletrônica do Mestrado em Educação
Ambiental. Rio Grande do Sul, v.13, p.18-31 jun./dez. 2004.
17

SERRANO, Oswaldo. Lixo, dignidade e sustentabilidade socioeconômica. In:


Seminário Lixo e Cidadania: região do grande ABC. Consórcio Intermunicipal do
Grande ABC, 2001, p. 34-40.

SOARES, W.L., PORTO, M.F. Atividade agrícola e externalidade ambiental: uma


análise a partir do uso de agrotóxicos no cerrado brasileiro. Ciência & Saúde
Coletiva, v.12, n.1, p.131-143, 2007.

SORRENTINO et all, Educação ambiental como política pública, 2005.

UFV, Pesquisas de conservação e melhoramento genético de espécies florestais


nativas, 28 de junho de 2019.

UNESCO, Os sete saberes necessários à Educação do Futuro. 4. ed. (Trad.


Catarina E. F. da Silva e Jeanne Sawaya) São Paulo/ Brasília: Cortez/ Unesco,
2001. 118p.

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