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ESTATUTOS DA COMUNIDADE CATÓLICA NOVO ARDOR

PROÊMIO
Tocados Pelo Amor da Trindade Santíssima

A Fundação
A Comunidade Católica Novo Ardor nasceu do anseio de alguns catequistas da Paróquia
Nossa Senhora de Fátima – Taguatinga/DF de realizar algo diferente, novo e realmente eficaz
pela catequese, e foi assim que Deus inquietou o coração de treze desses catequistas para
realizar esta missão. O chamado foi feito antes de tudo ao coração de um homem que, a exemplo
de Moisés, teve a coragem-ousadia de se aproximar “para contemplar esse extraordinário
espetáculo” 1, a fundação de um novo carisma, do carisma NOVO ARDOR.
A nós Deus deu uma força e coragem fundante para que ousássemos desafiar o mal e a
acomodação que sutilmente estão dominando o pensar e o agir de tantos cristãos. Abençoados
por Maria e sob a proteção da intercessão de Santo Antônio, Santa Cecília e Santa Teresa de
Ávila, foi fundada, no dia 10 de dezembro de 2000, a COMUNIDADE CATÓLICA NOVO ARDOR.

O Carisma
Ser no mundo instrumento de RESTAURAÇÃO da obra de Deus deformada pelo pecado
espalhando NOVO ARDOR a todos os homens e o homem todo com sadia FORMAÇÃO na sã
doutrina da Igreja.
A forma como a salvação dos homens se realiza por meio de nossas vidas, pelo nosso
carisma, é particularmente sublime. As palavras “a todos os homens e o homem todo” traduzem
não somente a marca de Deus em nossas almas, mas também a vida do próprio Cristo em nós.
Deus nos chama a ser instrumentos de restauração sendo operários lutadores na busca da
vivificação do homem todo e de todos os homens.
Nós da Comunidade Católica Novo Ardor somos chamados, e mais do que isso, somos
impulsionados a restaurar a face de Deus deformada pelo pecado em cada ser humano. De modo
particular levamos o nome de Católicos, que não é somente sinal da fé que professamos, mas é
também, e acima de tudo, característica da missão que realizamos, ou antes, que Cristo realiza
em nós. Nossa missão é ser instrumento de restauração do Corpo de Cristo; nosso Carisma é uma
das respostas de Deus ao mundo, e é também, de certa forma, um retorno às origens de nossa
fé e uma recordação do fundamento da missão e obra de toda a Igreja de Cristo.

Capítulo I – Atraídos Pelo Amor da Trindade Santíssima


DA NATUREZA, SEDE, DURAÇÃO E FINALIDADE
A. A Natureza Canônica e Eclesial
Art. 1º. A Comunidade Católica Novo Ardor é uma comunidade ligada à Corrente de Graça,
fundada pelo leigo celibatário Fabrício Manoel de Jesus, em 10 de dezembro de 2000. Ela

1 Ex 3,3.
Comunidade Católica Novo Ardor

pertence à Igreja Católica Apostólica Romana e é reconhecida por esta como uma Associação
Privada de Fiéis com personalidade jurídica de Organização Religiosa, aprovada pelo Arcebispo
Metropolitano da Arquidiocese de Brasília, segundo os cânones 215, 298, 305 e 322 do Código
de Direito Canônico.
Art. 2º. Junto ao fundador ficam aqueles que sentiram a vibração da mesma inspiração e foram
formando a Comunidade. Assim, há os Cofundadores que têm a missão de gerar o carisma na
comunidade. Os Cofundadores são os leigos Felipe Victor Martins Neves e Lia Flávia Ferreira da
Silva Salviano.
Art. 3º. Há também os Cofundadores históricos que estiveram presentes nos primeiros anos e
ajudaram a solidificar o Carisma e a Missão da Comunidade. São eles Diácono Ednaldo Francisco
da Silva; Cecília Vilela França Paixão; Gabriela Lissandra Alves Neves; Paulo Guilherme Borges
Chaves; e Gleison Aparecido do Rosário Salviano.
Art. 4º. Portadora de um Carisma na Igreja, a Comunidade Católica Novo Ardor, designada
abreviadamente de CCNAr, deve cultivar sua profunda pertença e inteira comunhão para com
Ela e expressá-las através de especial amor, submissão e serviço ao Sumo Pontífice, aos Senhores
Bispos e aos Presbíteros, colocando-se a serviço de sua edificação, segundo o Carisma que lhe foi
dado.
Art. 5º. A CCNAr se fará presente em uma diocese em atendimento ao convite ou
consentimento do seu Bispo, enviando alguns de seus membros para ali iniciarem uma
Comunidade e testemunharem, através da vivência espiritual, fraterna e apostólica, segundo
estes Estatutos, o Carisma particular que o Senhor concedeu à mesma.

B. A Sede
Art. 6º. A sede do Governo Geral da CCNAr será onde ela nasceu: na Arquidiocese de Brasília,
Brasília – Distrito Federal.
§ 1º. O endereço do Centro de Evangelização é Quadra 01 Rua E casa 120, Setor Sul
Brazlândia, Brasília/DF, CEP: 72715-015. O Endereço da Sede Administrativa é
Quadra 16 lote 02 casa 01, Setor Tradicional Brazlândia, Brasília/DF, CEP: 72720-160.
§ 2º. A CCNAr pode abrir filiais, chamadas Casas de Missão em todo o território nacional
e internacional, segundo a legislação brasileira e/ ou do país onde será instalada.

C. A Duração
Art. 7º. A CCNAr tem prazo de duração indeterminado.

D. A Finalidade
Art. 8º. A CCNAr, de acordo com sua espiritualidade, é chamada, por meio da adoração
contemplativa e oblativa, catequese, evangelização e ação social, a gerar e formar um povo de
discípulos e missionários ardorosos de Cristo, testemunhas verdadeiras e instrumentos de cura,
libertação e restauração para o homem todo e todos os homens.
§ 1º. Na união da vida de adoração contemplativa e oblativa à vida ativa, o testemunho
sai da vida comunitária e do seu agir comum, a Comunidade participa da santificação
dos seus membros, em total fidelidade ao Magistério da Igreja.
§ 2º. A Comunidade tem por missão contribuir com a ação evangelizadora da Igreja, com
novo ardor missionário, novos métodos e novas expressões.
Art. 9º. O Carisma da CCNAr é ser no mundo instrumento de RESTAURAÇÃO da obra de Deus
deformada pelo pecado espalhando NOVO ARDOR a todos os homens e o homem todo com sadia
FORMAÇÃO na sã Doutrina da Igreja.

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Em unidade com a Santa Mãe Igreja... resgatando e restaurando vidas para Deus!

§ 1º. Conduzido pelo Espírito Santo, o Carisma é a interpretação do texto específico da


Palavra de Deus, com um ou mais traços de Cristo, tornando-o visível na Igreja. O
Carisma Novo Ardor é a atualização da página do Evangelho de São Lucas capítulo
8, versículos de 40 a 56.
Art. 10º. Na grande tarefa da evangelização, a Comunidade é impelida a anunciar Jesus Cristo,
com temor e com tremor, com criatividade e novo ardor, a todos os homens e o homem em
todas as suas dimensões. Assim, participa da missão universal da Igreja de pregar o Evangelho
até os confins da terra.
§ 1º. A partir da experiência do Espírito Santo, a CCNAr realiza obras e ações catequético-
evangelizadoras diversificadas em meio às crianças, aos adolescentes, aos jovens,
aos adultos, aos idosos, às famílias, aos pobres, aos marginalizados e excluídos, nos
meios de comunicação, na Internet, no mundo das artes, do trabalho, da ciência, da
cultura, da educação e do esporte.
§ 2º. Implanta e administra Oficinas de Louvor e Adoração e Centros de Evangelização,
de formação, de espiritualidade, de educação, de artes, de comunicação, de
esportes e de promoção humana através das obras de misericórdia corporais e
espirituais junto aos que sofrem.
§ 3º. Em todas as ações comunitárias o anúncio explícito de Jesus Cristo é indispensável
para a fidelidade ao chamado que o Senhor nos faz.
Art. 11º. O chamado e a espiritualidade missionária são intrínsecos ao Carisma Novo Ardor.
Cada membro da Comunidade esteja pronto a ser enviado em missão e a estabelecer
comunidades missionárias onde o Senhor os enviar, através das autoridades competentes, e o
apelo da Igreja os confirmar.

Capítulo II – O Apelo do Evangelho


DOS MEMBROS, ADMISSÃO, DEMISSÃO E FORMAÇÃO
A. Dos membros e sua Admissão
Art. 12º. São membros do Carisma Novo Ardor todos aqueles que, possuindo o Carisma
plasmado em seu ser e tendo vocação à Vida Comunitária, ouvem este chamado do Senhor para
ser instrumentos de restauração de acordo com o nível de pertença do seu chamado.
Art. 13º. Nível de pertença é o nível de vínculo que a pessoa possui com o chamado que lhe é
feito. Não depende exclusivamente de sua resposta, mas antes, do seu chamado, da sua vocação.
§ 1º. Dois são os níveis de pertença ao Carisma Novo Ardor:
I. Compromissos de Consagração de Vida;
II. Compromissos de Serviço no Amor Exigente.
§ 2º. Cada nível de pertença tem sua forma de vida, sua forma de viver seus
Compromissos.
§ 3º. E este é o grande segredo da vida comunitária dentro do Carisma Novo Ardor: a
vivência simbiótica e fraternal dos diferentes níveis de pertença.

B. Da Pertença à CCNAr: Caminho de Consagração de Vida


Art. 14º. São membros da CCNAr todos aqueles que, ouvindo este chamado do Senhor, são
aceitos para fazer seu caminho de formação, solicitam, de forma oficial, sua entrada na
Comunidade e são aceitos por ela como membros de direito da Comunidade por meio dos

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Comunidade Católica Novo Ardor

Compromissos Temporários ou Definitivos, assumindo em suas vidas a vivência da vocação à


CCNAr, segundo estes Estatutos.
Art. 15º. A Comunidade é um espelho da vida Trinitária e um reflexo do Mistério da Santa Igreja.
Assim, a CCNAr é composta por fiéis de todos os estados de vida:
I. Celibatários pelo Reino;
II. Solteiros e casados;
III. Presbíteros, diáconos e seminaristas.
Art. 16º. A vocação e consagração pelo Carisma da CCNAr pode ser abraçada e vivenciada em
três formas de vida distintas, contudo complementares:
§ 1º. A Comunidade de Vida Exclusiva é núcleo da CCNAr. Seus membros recebem o apelo
de uma oferta mais radical e um estilo de vida peculiar e particular, dedicando-se a
uma vida de oblação, adoração, educação da fé, evangelização e ação social, e
assumindo o núcleo da missão busca a restauração dos meios seculares e a salvação
do homem todo e de todos os homens.
I. Todos os participantes da Comunidade de Vida Exclusiva possuem o coração
indiviso, tendo uma Consagração na Vida Celibatária pelo Reino.
II. Podem participar da Comunidade de Vida Exclusiva de forma transitória os
membros solteiros enquanto não iniciarem um relacionamento para o
matrimônio.
§ 2º. A Comunidade de Vida Compartilhada faz parte do núcleo da CCNAr. Seus membros
recebem o apelo de uma oferta mais radical a um estilo de vida peculiar e particular,
dedicando-se a uma vida de oblação, adoração, educação da fé, evangelização e
ação social, e assumindo em conjunto com a Comunidade de Vida Exclusiva o núcleo
da missão buscam a restauração dos meios seculares e a salvação do homem todo
e de todos os homens.
I. Todos os participantes da Comunidade de Vida Compartilhada possuem
emprego assalariado, sendo na própria missão da CCNAr ou externamente.
II. Os membros solteiros da Comunidade de Vida Exclusiva assumem essa forma
de vida após, no relacionamento em preparação para o matrimônio, passarem
para a etapa do noivado.
a. Dentro da Missão onde exercem sua vocação e missão, cada casal e família
deve ter sua moradia própria, guardando-se a devida convivência e
intimidade familiar.
b. Os casais podem fazer a opção de somente um cônjuge trabalhar fora.
Neste caso, não havendo nenhum empecilho de saúde, quem deve
trabalhar fora é o homem.
III. Padres e diáconos também podem assumir essa forma de vida, seguindo
legislação canônica própria e segundo a orientação da diocese onde está
situada a missão da CCNAr.
IV. Toda a renda, fruto do trabalho da família que vive na Comunidade de Vida
Compartilhada, é colocada à disposição num Caixa Comum e é retirado o
necessário para manutenção de sua família.
V. O Caixa Comum é administrado pelo Ecônomo Local da Comunidade e sua
função é descrita no Diretório Geral da CCNAr.
§ 3º. A Comunidade de Vida Secular recebe um apelo a uma oferta radical de vida a Jesus
Cristo em meio às atividades familiares e profissionais, assumindo o sério
compromisso de vivê-las segundo a espiritualidade própria deste Carisma, e, em seu

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nível próprio, os compromissos de oblação, adoração, educação da fé,


evangelização e ação social.
I. Podem viver sua vocação e missão nessa forma de vida: celibatários por amor
ao Reino, clérigos, solteiros e casados.
II. Os membros desta forma de vida colaboram percentual e fielmente com a
manutenção da Obra da CCNAr. Esse percentual é definido em Assembleia
Geral e regulado pelo Diretório Geral da CCNAr.

B. Caminho vocacional e suas Fases


Art. 17º. A pessoa que se sinta vocacionada à CCNAr deve submeter-se a um processo de
acompanhamento vocacional. O Acompanhamento é feito mensalmente, individualmente com
o Animador Vocacional da Etapa de Formação.
§ 1º. Encontro Vocacional Aberto e Animação Vocacional: é um processo formativo que
visa despertar, animar, acompanhar, discernir e encaminhar a pessoa para que
descubra a vida como vocação, acompanhando o seu amadurecimento vocacional,
a fim de que possa reconhecer sua vocação e assumir a missão no seguimento de
Jesus Cristo a serviço do Reino.
I. Tendo percebido os traços do Carisma Novo Ardor, o participante do Encontro
Vocacional Aberto será convidado a realizar Encontros de Aprofundamento
onde terá uma vivência mais próxima do Carisma e um conhecimento melhor
da Estrutura da CCNAr.
§ 2º. Aspirantado: é um processo comunitário que visa animar, acompanhar, aprofundar
e encaminhar a pessoa nessa segunda etapa da caminhada vocacional Novo Ardor
para que possa lapidar sua espiritualidade e impulsionar sua missão segundo o
Carisma Novo Ardor, acompanhando o seu amadurecimento vocacional, a fim de
que possa reconhecer sua vocação e assumir a missão no seguimento de Jesus Cristo
a Serviço do Reino.
I. Um aspirante é acompanhado pessoalmente por um Formador Pessoal e um
Intercessor Pessoal.
II. Um aspirante pode, por livre iniciativa, retirar-se a qualquer momento do
Caminho Vocacional da CCNAr.
III. A CCNAr, por meio de suas autoridades competentes, percebendo a ausência
de identificação do aspirante com a espiritualidade, o estilo de vida e as
finalidades da Comunidade, poderá decidir, a qualquer momento, que ele se
retire.
§ 3º. Experiência Missionária: consiste em um período de vivência do candidato
participando das atividades missionárias da CCNAr. Nesse período o missionário
trabalha na obra de Deus confiada à CCNAr com todo afinco e responsabilidade, reza
frequentemente com seu Intercessor Pessoal e faz acompanhamento com o
Formador Pessoal.
I. Um missionário pode, por livre iniciativa, retirar-se a qualquer momento da
CCNAr.
II. A CCNAr, por meio de suas autoridades competentes, percebendo a ausência
de identificação do missionário com a espiritualidade, o estilo de vida e as
finalidades da Comunidade, poderá decidir, a qualquer momento, que ele se
retire.

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Comunidade Católica Novo Ardor

§ 4º. Discernimento Vocacional: é o período de experiência do candidato na CCNAr


durante o qual ele e as autoridades competentes aprofundam o caminho de
formação e de discernimento de sua vocação.
I. O Discernimento Vocacional é o período de formação inicial que precede o
Discipulado e possibilita ao vocacionado crescer no conhecimento de Jesus
Cristo e cultivar um relacionamento pessoal com Ele, discernindo a
autenticidade do seu chamado à Vida Comunitária.
II. Nesta etapa o vocacionado trabalha as motivações vocacionais e dá
continuidade ao processo de autoconhecimento e integração das dimensões
da personalidade e do aprofundamento da fé.
III. É um tempo privilegiado em que o vocacionado faz a descoberta progressiva
e busca a identificação com a Missão da Comunidade. Realiza uma experiência
de vida em comunidade mais comprometida e participativa, aprimora seus
conhecimentos e avalia suas capacidades para a vida em comum,
amadurecendo a decisão de ingressar no Discipulado.
IV. Para se ter um tempo de experiência dentro da CCNAr é necessário que o
vocacionado tenha pelo menos a convicção de que Deus o quer nesse estilo
de vida, já que certeza será impossível, pois este período possui como objetivo
a iniciação de entrada e tempo de adaptação.
V. Um vocacionado pode, por livre iniciativa, retirar-se a qualquer momento da
CCNAr, devendo, porém, comunicar sua decisão por escrito ao Moderador
Geral.
VI. A Comunidade, por meio de suas autoridades competentes, percebendo a
ausência de identificação do vocacionado com a espiritualidade, o estilo de
vida e as finalidades da Comunidade, poderá decidir, a qualquer momento,
que ele se retire.
§ 5º. O Discipulado: é o período em que o candidato é aceito no caminho de formação
profunda da CCNAr.
I. O Discipulado tem a duração de, no mínimo dois anos e, no máximo, cinco
anos e deve ter como marca registrada o aprofundamento na espiritualidade
e vida vocacional no Carisma Novo Ardor.
II. O Discipulado é a etapa central e decisiva da formação à Comunidade, onde o
vocacionado faz a experiência significativa da intimidade como fonte vital de
sua espiritualidade. É tempo de reconhecer Deus presente nos fatos,
situações, processo pessoal e comunitário.
III. O Discipulado é período da experiência do Deus Trindade Providência no
seguimento radical de Jesus Cristo. O Discipulado aprofunda o processo de
discernimento e confirmação vocacional no Carisma e Espiritualidade da
CCNAr, na vivência comunitária, na pertença à Comunidade e no engajamento
apostólico como pessoa consagrada.
IV. O discípulo pode, por livre iniciativa, retirar-se a qualquer momento da CCNAr,
devendo, porém, comunicar sua decisão por escrito ao Moderador Geral.
V. A CCNAr, por meio de suas autoridades competentes, percebendo a ausência
de identificação do discípulo com a espiritualidade, o estilo de vida e as
finalidades da Comunidade, ou mesmo falta das condições humanas e
espirituais necessárias para corresponder à vocação, poderá decidir, a
qualquer momento, que ele se retire.

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§ 6º. Pós-discipulado e Pré-Consagração: é o período em que o membro conclui com êxito


o seu caminho no Discipulado e está aguardando o seu Compromisso de
Consagração de Vida Temporário. Após o período de Discipulado e tendo frutificado
em sua vida espiritual, comunitária e apostólica, o discípulo estará em condições de
solicitar seu primeiro Compromisso de Consagração de Vida Temporário na CCNAr.
I. O discípulo deve solicitar seu primeiro Compromisso de Consagração de Vida
Temporário na CCNAr formalmente, por escrito, ao Moderador Geral.
II. Se o discípulo ou a Comunidade julgar que ainda não é o tempo certo de fazer
seu primeiro Compromisso de Consagração de Vida Temporário, o membro
poderá ainda permanecerá em período de discernimento e espera por um
período não superior a dois anos.
III. Enquanto não solicita o seu primeiro Compromisso de Consagração de Vida
Temporário ou solicita, mas aguarda a resposta, o membro viverá o período
de espera chamado Pós-discipulado.
IV. Após a solicitação do primeiro Compromisso de Consagração de Vida
Temporário do membro, o Moderador Geral, juntamente com o seu Conselho
Geral, após ouvir o parecer do Coordenador de Missão e o Conselho da missão
à qual pertence este discípulo, discernirá a solicitação e responderá
formalmente.
V. Tendo obtido aprovação de sua solicitação, mas não tendo chegado ainda o
dia de seu primeiro Compromisso de Consagração de Vida Temporário, o
membro viverá o período de espera chamado Pré-Consagração.
§ 7º. Apostolado: é a vida que se é vivida após o Primeiro Compromisso de Consagração
de Vida Temporário no Carisma Novo Ardor. No que tange a vida apostólica o
membro da CCNAr desempenha individualmente e deve também fazer
comunitariamente o anúncio querigmático e profundo da Palavra de Deus bem
como da Doutrina da Igreja Católica Apostólica Romana em todos os meios em que
for convidado e ou convocado pela Santa Igreja.
I. Como toda forma de vida consagrada, os membros da CCNAr colocam-se à
disposição das paróquias das dioceses em que estiver presente, bem como,
especificamente das paróquias em que a Comunidade estiver sediada, para
que, por meio da obediência e serviço, o Carisma Novo Ardor frutifique e seja
testemunho de unidade e vivência do amor de Cristo.
II. O pior sofrimento que pode o ser humano viver é ausência da presença de
Deus em sua vida. Assim, o atendimento espiritual apresenta-se como uma
prática querida e exercida pela CCNAr através do aconselhamento e da oração
dirigida com o objetivo de conduzir as pessoas ao reencontro com Deus.

D. O Compromisso de Consagração de Vida Temporário e o Definitivo


Art. 18º. O Compromisso de Consagração de Vida Temporário é o compromisso renovado
anualmente durante quatro anos ou até que se complete nove anos a contar da entrada do
membro na Experiência Missionária.
§ 1º. Após esse período, o membro que se julgar apto, deve solicitar o Compromisso de
Consagração de Vida Definitivo no Carisma Novo Ardor formalmente ao Moderador
Geral que, juntamente com o seu Conselho Geral, depois de ouvir o parecer do
Coordenador de Missão e do Conselho Local da missão à qual pertence este
membro, discernirá o pedido.

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Comunidade Católica Novo Ardor

§ 2º. Tendo obtido aprovação de sua solicitação, o membro realizará seu Compromisso
de Consagração de Vida Definitivo.
§ 3º. Se o membro ou a Comunidade julgar que não é o tempo favorável de seu
Compromisso de Consagração de Vida Definitivo, ele poderá ainda renovar seu
Compromisso anualmente, porém, por não mais que três vezes. Após este período,
no caso de o membro não se julgar apto ou a Comunidade não o considerar
habilitado para fazer o Compromisso de Consagração de Vida Definitivo, o referido
membro deverá deixar a Comunidade.
Art. 19º. Os Compromissos de Consagração de Vida Temporários e Definitivos, na vocação à
CCNAr, consistem em um aprofundamento da Consagração de Batismo por meio de uma oferta
total e livre de si, um seguimento mais próximo de Jesus Cristo, Nosso Senhor e uma vivência
mais radical do Evangelho na Comunidade, prometendo viver este Carisma segundo a forma de
vida de cada membro de acordo com o presente Estatuto.
§ 1º. Este Compromisso é o ato de incorporação à comunidade e é diferente da assunção
dos conselhos evangélicos por parte dos celibatários por amor ao Reino.
§ 2º. Esse Compromisso é feito diante do Moderador Geral da Comunidade ou de um
delegado seu e durante a Celebração Eucarística.
Art. 20º. O Compromisso Temporário ou Definitivo obedecerá à seguinte fórmula:
Diante do Senhor, meu Deus Uno e Trino, e de meus irmãos e irmãs, eu, ..., de livre e espontânea
vontade, comprometo-me, pelo período de um ano (compromissos temporários) /
perpetuamente (compromissos definitivos) a viver como membro da Comunidade de Vida
(Exclusiva / Compartilhada / ou Secular) segundo os Estatutos da Comunidade Católica Novo
Ardor dedicando-me a uma vida de oblação, adoração, educação da fé, evangelização e ação
social. Invoco o Espírito Santo de Deus recebido no meu Batismo e confirmado na minha Crisma
para consagrar-me neste propósito, rogando-lhe que conceda a graça de ser fiel a este
compromisso até o fim.

E. O Caminho Vocacional do Menor


Art. 21º. É admitido ao adolescente de 14 anos acima a participação na estrutura formativa
vocacional inicial da Comunidade.
Art. 22º. O Encontro Vocacional Aberto Menor/ Animação Vocacional Menor: Segue o mesmo
objetivo e missão do Encontro Vocacional Aberto aos jovens e adultos, sendo um processo
formativo visando despertar, animar, acompanhar, discernir e encaminhar a pessoa para que
descubra a vida como vocação, acompanhando o seu amadurecimento vocacional, a fim de que
possa reconhecer sua vocação e assumir a missão no Seguimento de Jesus Cristo a Serviço do
Reino desde a adolescência.
§ 1º. Tendo percebido os traços do Carisma Novo Ardor, o adolescente participante do
Encontro Vocacional Aberto será convidado a realizar Encontros de
Aprofundamento, chamados de Etapa da Animação Vocacional, onde terá uma
vivência mais próxima do Carisma e um conhecimento melhor da Estrutura da
CCNAr.
§ 2º. O Aspirantado Menor: é um processo comunitário que visa animar, acompanhar,
aprofundar e encaminhar a pessoa nessa segunda etapa da caminhada vocacional
Novo Ardor para que possa lapidar sua espiritualidade e impulsionar sua missão
segundo o Carisma Novo Ardor, acompanhando o seu amadurecimento vocacional,
a fim de que possa reconhecer sua vocação e assumir a missão no Seguimento de
Jesus Cristo a Serviço do Reino.

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Em unidade com a Santa Mãe Igreja... resgatando e restaurando vidas para Deus!

I. Esse período consiste em no mínimo um ano e no máximo, três anos de


vivência do candidato participando das atividades da Comunidade, de acordo
com a etapa/ idade que estiver participando.
II. Os vocacionados menores são organizados em três subetapas dentro da etapa
do Aspirantado Menor:
a. Aspirantado Menor – Etapa I: processo específico para adolescentes de 14/
15 anos de idade. O trabalho nessa subetapa tem foco no conhecimento
do eu pessoa individual e como eu me relaciono comigo mesmo.
b. Aspirantado Menor – Etapa II: processo específico para adolescentes de 15/
16 anos de idade. O trabalho nessa subetapa tem foco no relacionamento
com o outro, iniciando o trabalho por uma revisão rápida do
relacionamento comigo mesmo.
c. Aspirantado Menor – Etapa III: processo específico para adolescentes de
16/ 17 anos de idade. O trabalho nessa subetapa tem foco no
relacionamento com Deus e com a Comunidade, iniciando o trabalho com
uma revisão rápida dos relacionamentos comigo mesmo e com o outro.
III. Nesse período do Aspirantado Menor, o aspirante reza frequentemente com
seu Intercessor Pessoal e faz acompanhamento com o Formador Pessoal.
IV. Um aspirante pode, por livre iniciativa, retirar-se a qualquer momento do
Caminho Vocacional da CCNAr.
V. A CCNAr, por meio de suas autoridades competentes, percebendo a ausência
de identificação do vocacionado com a espiritualidade, o estilo de vida e as
finalidades da Comunidade, poderá decidir, a qualquer momento, que ele se
retire.
§ 3º. Ao concluir o período do Aspirantado Menor, tendo o aspirante se identificado com
a espiritualidade, estilo de vida e as finalidades da Comunidade e tendo ele
aprovação de suas autoridades imediatas, passa a integrar ordinariamente a etapa
vocacional da Experiência Missionária Novo Ardor, seguindo-se as etapas
subsequentes normalmente.
§ 4º. Ao concluir o período do Aspirantado Menor, tendo o aspirante se identificado com
a espiritualidade, estilo de vida e as finalidades da Comunidade, mas não tendo
desenvolvido as competências necessárias para caminhar na etapa da Experiência
Missionária, suas autoridades imediatas sugerirão que o mesmo passe a integrar
ordinariamente a etapa vocacional do Aspirantado Novo Ardor ordinária, para que
possa ser complementado aquilo que ainda lhe falta para atingir a maturidade
humana, espiritual, cognitiva e psicológica para continuar sua caminhada vocacional
na CCNAr.

F. Nosso Sinal
Art. 23º. Ao firmar seu compromisso e pertença ao Carisma Novo Ardor, o membro da
Comunidade de Vida Exclusiva, Compartilhada ou Secular receberá como sinal visível uma Cruz
da Santíssima Trindade ou Cruz Trinitária, símbolo de sua eleição e pertença a Deus e à CCNAr.
§ 1º. Este sinal deve acompanhá-lo durante toda a sua vida, lembrando-lhe sempre a
vocação a que é chamado a viver e o testemunho que deve dar aos homens.
§ 2º. Em localidades nas quais este sinal, da forma como é descrito, não cumprir seu
objetivo de favorecer o ser testemunha de Cristo, poder-se-á, com a devida
autorização do Moderador Geral, fazer alterações.

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Comunidade Católica Novo Ardor

G. A Demissão
Art. 24º. Se um membro sob Compromisso de Consagração de Vida Temporário na CCNAr
desejar deixá-la, deve procurar seu Formador Pessoal e Coordenador de Missão para manifestar-
lhes sua intenção.
§ 1º. O Formador Pessoal deve orientar esse membro a rezar e discernir diante de Deus,
ponderando a gravidade de sua decisão e encorajando-o a buscar somente a
vontade de Deus.
§ 2º. Se, após diálogo com o Formador Pessoal e Coordenador de Missão, o membro
persistir na intenção anterior, deve escrever para o Moderador Geral comunicando
sua decisão e não renovar seu Compromisso.
Art. 25º. Se um membro sob Compromisso de Consagração de Vida Definitivo na CCNAr desejar
deixá-la, deve procurar seu Formador Pessoal e manifestar sua intenção.
§ 1º. O Formador Pessoal deve alertá-lo para a gravidade de tal decisão e orientá-lo a
colocar-se na presença de Deus e a buscar ajuda, a fim de discernir somente a
Vontade do Senhor.
§ 2º. Caso persista a intenção anterior, e tendo também dialogado com o Coordenador
de Missão, o membro deverá fazer um pedido por escrito de dispensa de seu
Compromisso de Consagração de Vida Definitivo ao Moderador Geral da CCNAr.
Art. 26º. Se um membro sob Compromisso Temporário ou Definitivo deixar de cumprir pontos
essenciais destes Estatutos de forma grave e repetida e não se corrigir apesar das observações
feitas pelas autoridades competentes, tornando-se ocasião de escândalo, deve ser afastado de
suas funções e, caso tudo seja comprovado, deve ser dispensado de seu Compromisso de
Consagração de Vida e desligado permanentemente da CCNAr.
§ 1º. Durante o caminho de desligamento, o membro será ouvido conforme o direito
próprio.
Art. 27º. Se as autoridades competentes reconhecerem que o membro possui impedimentos
psicológicos, espirituais ou morais à vivência da vocação e da vida comunitária, o Moderador
Geral com o seu Conselho Geral, após pedir parecer do Coordenador de Missão e do Formador
Pessoal deste membro, poderá discernir e decidir dispensar este membro de seu Compromisso
de Consagração de Vida e pedir que ele seja desligado da Comunidade.
§ 1º. Durante o caminho de desligamento, o membro será ouvido conforme o direito
próprio.
Art. 28º. O membro que tiver de deixar a Comunidade depois dos seus Compromissos
Temporários ou Definitivos, contará com a oração da Comunidade. Sendo este membro da
Comunidade de Vida Exclusiva, contará com o apoio da Comunidade, na medida da possibilidade
desta, também com vista à sua reinserção na sociedade.
§ 1º. É importante que o membro se recorde de que sua adesão à Comunidade de Vida
Exclusiva da CCNAr se deu de forma livre e consciente. Assim sendo, não poderá
exigir nenhum tipo de indenização.
§ 2º. A CCNAr manterá a equidade e a caridade evangélica para com o irmão que está
sendo desligado.
§ 3º. Ao desligar-se da CCNAr o membro deve devolver à Comunidade o sinal e os
documentos concernentes à vocação confiados à sua guarda quando do seu
ingresso na mesma.

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Em unidade com a Santa Mãe Igreja... resgatando e restaurando vidas para Deus!

H. Uma Exigência Permanente: A Formação


Art. 29º. A Formação Inicial: é o período que compreende o Encontro Vocacional Aberto, a
Animação Vocacional, o Aspirantado, a Experiência Missionária, Discipulado e o Compromisso
Temporário. Cada etapa possui sua peculiaridade e os seus fundamentos são definidos em
documento próprio. Após o primeiro Compromisso, ainda na etapa da Formação Inicial, o
membro inicia um novo período em sua formação, cujo objetivo é prepará-lo para o seu
Compromisso Definitivo.
Art. 30º. A Formação Permanente: Uma das características da Ação da CCNAr é a sua dimensão
formativa permanente e contínua. Isso vale para a formação do membro: ele está sempre em
processo de formação. Todos somos alunos e discípulos da vida e da fé desde a infância até a
velhice. A nossa própria condição histórica deve traduzir-se em contínuo processo de
crescimento em direção à maturidade em todos os níveis.
Art. 31º. O sujeito da formação é cada membro da Comunidade e a Comunidade toda. A
finalidade da formação é ser apoio para cada membro alcançar, segundo a espiritualidade do
Carisma Novo Ardor, o alvo de sua peregrinação aqui na terra: a santidade.
§ 1º. A responsabilidade de ser um mediador da formação na Comunidade é do
Moderador Geral e do seu Conselho, que nomeará um membro para a função de
Coordenador da Formação. O Coordenador da Formação é um Assistente do
Moderador Geral que tem por missão desenvolver os conteúdos, meios, aplicação
e animação da formação inicial e permanente para toda a Comunidade.

I. A Formação Pessoal, a Intercessão Pessoal e a Formação Comunitária


Art. 32º. Na CCNAr, cada membro deverá ser acompanhado por outro membro, mais maduro
na fé e na vida comunitária, denominado Formador Pessoal.
§ 1º. O Formador Pessoal acompanhará o membro na dimensão espiritual e vocacional
de sua vida.
§ 2º. Devido às particularidades da etapa de Formação Inicial, durante este período os
Formadores Pessoais serão indicados pela Comunidade.
§ 3º. Depois do período de Formação Inicial, o membro, em diálogo com a Comunidade,
terá liberdade de escolher seu Formador Pessoal dentre os membros que estejam
disponíveis para este ministério.
Art. 33º. Na CCNAr, cada membro deverá ser acompanhado por outro membro, mais maduro
na fé e na vida comunitária, denominado Intercessor Pessoal.
§ 1º. O Intercessor Pessoal acompanhará o membro na dimensão espiritual,
desenvolvimento da vida de oração e identidade espiritual no Carisma Novo Ardor.
§ 2º. Devido às particularidades da etapa de Formação Inicial, durante este período os
Intercessores Pessoais serão indicados pela Comunidade.
§ 3º. Depois do período de Formação Inicial, o membro, em diálogo com a Comunidade,
terá liberdade de escolher seu Formador Pessoal dentre os membros que estejam
disponíveis para este ministério.
Art. 34º. Cada Casa Comunitária terá um Coordenador e este tem a incumbência de acompanhar
os membros da sua Casa. Assume assim, a responsabilidade por sua formação comunitária, além
de constituir-se zelador da espiritualidade e vida vocacional de seus membros.
Art. 35º. Ordinariamente, o Coordenador não seja Formador Pessoal dos membros da sua Casa.
Tal só poderá acontecer em caso excepcional.

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Comunidade Católica Novo Ardor

§ 1º. Se o Formador Pessoal em uma Casa Comunitária for sacerdote, não deve ser
confessor ordinário dos membros desta Casa. Só poderá fazê-lo em caso de
necessidade excepcional.
§ 2º. Estes princípios visam proteger de qualquer confusão as competências a respeito
do foro interno e do foro externo no corpo da Comunidade.

J. A Formação Acadêmica
Art. 36º. A educação formal e não formal permeada por valores cristãos nos atraem
profundamente, e, mais que isso, constitui parte da missão e da vida da CCNAr. Assim, torna-se
desejável que todo membro da Comunidade possua curso superior na área que se adequa aos
seus talentos.
§ 1º. O curso superior em Teologia é obrigatório para todos os membros da Comunidade.
§ 2º. Se o membro preferir, pode realizar somente o superior em Teologia.
Art. 37º. Para Ingresso no Discipulado, é necessário que o membro do Discernimento II já tenha
concluído o Ensino Médio e para fazer os Primeiros Compromissos de Consagração de vida no
Carisma Novo Ardor, é necessário que o discípulo já tenha concluído um curso de nível superior.
§ 1º. Para o discípulo da Comunidade de Vida Exclusiva e Comunidade de Vida
Compartilhada, a única modalidade de ensino permitida é Educação à Distância
(EAD) ou semipresencial (com uma aula por semana).
§ 2º. Os consagrados devem iniciar o curso de Teologia em instituição de ensino Católica
em no máximo 5 anos após seu Primeiro Compromisso de Consagração de Vida
Temporário.
§ 3º. Casos omissos dentro de qualquer quesito quanto à formação acadêmica deverão
ser estudados, discernidos e definidos pelo Conselho Geral da CCNAr.

Capítulo III – A Grande Família do Carisma Novo Ardor


DA PERTENÇA AO AMOR EXIGENTE
A. Do Amor Exigente
Art. 38º. O Amor Exigente Novo Ardor é uma obra gerada no Coração Misericordioso de Jesus
para levar as atividades inspiradas no e pelo Carisma Novo Ardor àqueles que necessitam e
desejam ser tocados por ele através de insuficientes, mas eficazes, instrumentos restauradores
da imagem e semelhança de Deus deformada pelo pecado no homem.
§ 1º. Só se pode ser Amor Exigente Novo Ardor fazendo, ou seja, participando de uma ou
mais atividades do Carisma Novo Ardor e encarnando na própria vida o Evangelho
de Cristo e a partir dele viver e testemunhar o Cristo Restaurador em seu tempo.
§ 2º. Dentro do Amor Exigente Novo Ardor existem duas formas de se viver a vocação:
I. Grupo do Terceiro Elo;
II. Grupo da Obra.
§ 3º. Os membros da pertença Amor Exigente não possuem vínculo de Compromisso de
Consagração de Vida no Carisma Novo Ardor, mas, sendo aqueles que encontram
Jesus Restaurador e com Ele fazem uma experiência de intimidade, seguem-No,
trilhando o Caminho de Restauração, e a partir do amadurecimento desta
experiência, colocam suas habilidades, dons e carismas pessoais a serviço do
Carisma Novo Ardor.

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Em unidade com a Santa Mãe Igreja... resgatando e restaurando vidas para Deus!

I. O membro do Amor Exigente não faz Compromisso de Consagração de Vida


por não ser essa a sua vocação, mas, em questão de pertença, possuem o
Carisma e sua ação edifica e faz crescer toda a Obra do Carisma Novo Ardor,
contribui com a edificação da Igreja e glorifica a Deus pública e abertamente.
II. O compromisso de ação do membro do Amor Exigente Novo Ardor se dá
publicamente, em uma Celebração Eucarística em Ação de Graças para esse
fim, onde ele professa sua obediência à Igreja Católica Apostólica Romana e
fidelidade incondicional à sua doutrina.
III. O compromisso de ação no Carisma Novo Ardor pela pertença ao Amor
Exigente Novo Ardor tem duração de um ano e precisa ser renovado
anualmente para que esse membro continue fazendo parte de uma das duas
formas de se viver a vocação nesse nível de pertença ao Carisma.
IV. Os membros que fazem seus compromissos públicos pela primeira vez ou
aqueles que os renovam são chamados de Missionários do Amor Exigente
Novo Ardor.
Art. 39º. Por Grupo do Terceiro Elo entende-se a forma de viver a Pertença ao Amor Exigente
Novo Ardor fazendo-se uma doação de vida e trabalho mais ativo no Carisma Novo Ardor
participando de duas ou mais ações deste.
§ 1º. Um Missionário do Grupo do Terceiro Elo é acompanhado comunitariamente por
um Acompanhador Comunitário nas reuniões semanais.
I. Em caso de necessidade pessoal e particular o Missionário do Grupo do
Terceiro Elo pode ser acompanhado por um Acompanhador Pessoal até que
se resolva essa demanda.
a. Somente poderá ser um Acompanhador Pessoal um membro com
Compromisso de Consagração de Vida Temporário ou Definitivo.
b. A forma desse acompanhamento será descrita no Diretório Geral da CCNAr.
II. De forma ordinária, um Missionário do Grupo do Terceiro Elo pode participar
das atividades de acompanhamento espiritual e desenvolvimento pessoal da
CCNAr, tendo prioridade na marcação e atendimento.
§ 2º. O Missionário do Grupo do Terceiro Elo contribui fazendo a partilha dos bens com
uma contribuição permanente e fiel, com seus serviços e dons, multiplicando-os
pela Providência Divina.
§ 3º. Um Missionário do Grupo do Terceiro Elo pode, por livre iniciativa, retirar-se a
qualquer momento da pertença ao Amor Exigente Novo Ardor.
§ 4º. A CCNAr, por meio de suas autoridades competentes dentro da pertença ao Amor
Exigente Novo Ardor, percebendo a ausência de identificação do Missionário do
Grupo do Terceiro Elo com a espiritualidade, o estilo de vida e as finalidades das
ações a que se comprometeu, poderá decidir, a qualquer momento, que ele se retire
da atividade.
§ 5º. Toda a organização institucional do Grupo do Terceiro Elo do Amor Exigente Novo
Ardor consta no Diretório Geral da CCNAr.
Art. 40º. Por Grupo da Obra entende-se a forma de viver a Pertença ao Amor Exigente Novo
Ardor fazendo-se uma doação de vida e trabalho mais ativo no Carisma Novo Ardor participando
de uma ou mais ações deste.
§ 1º. Um Missionário do Grupo da Obra é acompanhado comunitariamente por um
Acompanhador Comunitário nas reuniões mensais.

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Comunidade Católica Novo Ardor

I. Em caso de necessidade pessoal e particular o Missionário do Grupo da Obra


pode ser acompanhado por um Acompanhador Pessoal até que se resolva
essa demanda.
a. Somente poderá ser um Acompanhador Pessoal um membro com
Compromisso de Consagração de Vida Temporário ou Definitivo.
b. A forma desse acompanhamento será descrita no Diretório Geral da CCNAr.
II. De forma ordinária, um Missionário do Grupo da Obra pode participar das
atividades de acompanhamento espiritual e desenvolvimento pessoal da
CCNAr, tendo prioridade na marcação e atendimento.
§ 2º. O Missionário do Grupo da Obra contribui fazendo a partilha dos bens com uma
contribuição permanente e fiel, com seus serviços e dons, multiplicando-os pela
Providência Divina.
§ 3º. Um Missionário do Grupo da Obra pode, por livre iniciativa, retirar-se a qualquer
momento da pertença ao Amor Exigente Novo Ardor.
§ 4º. A CCNAr, por meio de suas autoridades competentes dentro da pertença ao Amor
Exigente Novo Ardor, percebendo a ausência de identificação do Missionário do
Grupo da Obra com a espiritualidade, o estilo de vida e as finalidades da ação a que
se comprometeu, poderá decidir, a qualquer momento, que ele se retire da
atividade.
§ 5º. Toda a organização institucional do Grupo da Obra do Amor Exigente Novo Ardor
consta no Diretório Geral da CCNAr.

Capítulo IV – Uma Resposta Radical de Adesão ao Evangelho de Cristo


DA ESPIRITUALIDADE, DAS REGRAS DE VIDA, DA VIDA COMUNITÁRIA
E DOS CONSELHOS EVANGÉLICOS

A. A Espiritualidade
Art. 41º. Todo homem é chamado à santidade, a ser perfeito como o Pai Celeste é perfeito 2 e, a
fim de conseguir essa perfeição, os membros da CCNAr fazem uso das forças (dons e carismas)
recebidas do Espírito Santo, buscando cumprir em tudo a vontade do Pai, dedicando-se
inteiramente à glória de Deus e ao serviço do próximo 3. O progresso espiritual tende à união
sempre mais íntima com a Santíssima Trindade, união essa que é chamada de mística, e, mesmo
que graças especiais ou sinais extraordinários dessa vida mística sejam concedidos apenas a
alguns (os santos), Deus chama a todos os homens a esta íntima união com Ele 4.
Art. 42º. A Espiritualidade da CCNAr é um estilo de vida guiado e animado pelo Espírito Santo; é
o cultivo da presença do Espírito que, com a Graça de Deus, anima a vida e as ações de cada
consagrado, estimulando as iniciativas em favor do Reino de Deus. Assim, a Espiritualidade Novo
Ardor é Carismática, Trinitária, Mariana e Litúrgico-sacramental e nesses quatro pilares tem sua
força e expressão.
§ 1º. O primeiro pilar da Espiritualidade Novo Ardor é uma experiência profunda com o
Batismo no Espírito Santo. Os dons do Espírito são diversos: enquanto chama alguns
a darem claro testemunho do desejo do céu e a conservarem-no vivo no seio da

2 Cf. Mt 5,48.
3 Cf. Lumen Gentium, 40.
4 Cf. Catechismus Romanus, 2014.

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Em unidade com a Santa Mãe Igreja... resgatando e restaurando vidas para Deus!

humanidade, chama outros a dedicarem-se ao serviço terreno dos homens,


preparando com esta sua atividade como que a matéria do reino dos céus. Liberta,
porém, a todos, para que, deixando o amor-próprio e empregando em favor da vida
humana todas as energias terrenas, se lancem para o futuro, em que a humanidade
se tornará oblação agradável a Deus 5.
§ 2º. O segundo pilar da Espiritualidade Novo Ardor é uma experiência profunda e real
com a Trindade Santíssima. O consagrado Novo Ardor possui uma relação íntima e
distinta com cada uma das Pessoas da Trindade. Essa intimidade acontece de
maneira misteriosa, mas muito real e concreta a nós, diante de Jesus Sacramentado.
Por meio de uma adoração silenciosa e cheia de ardor e da presença eucarística o
consagrado Novo Ardor experimenta a transformação do seu ser pela ação do
Espírito Santo para conformá-lo à vontade do Pai. Por meio dessa relação com a
Trindade Santíssima cada um experimenta um zelo e um cuidado ímpar de Deus
para consigo, individualmente e para com a Comunidade.
§ 3º. O terceiro pilar da Espiritualidade Novo Ardor é a consagração à Virgem Maria.
Maria para nós é ícone, sua presença está conosco desde o princípio do chamado
de Deus e sua intercessão caminha com a Comunidade a todo instante, em qualquer
atividade a ser realizada, seja na vida fraterna, na missão ou na oração; é mãe que
acolhe nos momentos de dor e sofrimento, que indica sempre o caminho da
vontade de Deus: “fazei tudo o que Ele vos disser” 6.
§ 4º. O quarto pilar da Espiritualidade Novo Ardor é a vivência da liturgia que é
essencialmente ação Divina que nos une a Jesus Cristo através do Espírito Santo 7.
Segundo o Catecismo da Igreja Católica 8, é com razão que se considera a liturgia
como o exercício da função sacerdotal de Jesus Cristo, pois nela, mediante sinais
visíveis e sensíveis e no modo próprio de cada qual, realiza-se a santificação dos
homens e é exercido o culto público integral pelo corpo Místico de Cristo. Assim, a
participação comunitária nas celebrações litúrgicas, mesmo que não abranja toda a
vida sobrenatural dos membros, constitui para eles, como para toda a Igreja, o cume
para o qual tende toda a sua atividade e a fonte de onde emana a sua força 9.
Art. 43º. O caminho da perfeição passa pela cruz. Não existe santidade sem renúncia e combate
espiritual. O progresso da espiritualidade da CCNAr tem como modelo de vivência e radicalidade
evangélica três santos baluartes e um Servo de Deus que têm íntima relação com a nossa missão
e a nossa obra além da nossa espiritualidade: Santo Antônio de Pádua, Santa Cecília e Santa
Teresa d’Ávila e o Servo de Deus Helder Camara. Esses santos baluartes influenciam diretamente
no jeito de ser de cada Consagrado Novo Ardor e no seu jeito de se relacionar com a Trindade
Santíssima.
§ 1º. Neles, todo Consagrado Novo Ardor busca ardentemente espelhar:
I. Amor e docilidade em viver o sofrimento, com verdadeira liberdade interior,
e o sofrimento do próximo com constante despojamento de si para ir ao
encontro do outro em suas necessidades físicas, psicológicas, emocionais e
sociais.

5 Tg. 1, 15.
6 Jo 2,5b.
7 Cf. Ap. Sacramentum Caritatis, 37.
8 Cf. Catecismo da Igreja Católica, 1070.
9 Cf. Concílio Vaticano II, Const. Sacrosanctum Concilium, 20.

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Comunidade Católica Novo Ardor

II. Profunda intimidade e dependência do Pai todo-poderoso, o Criador, de Jesus


Cristo, seu Filho, nosso Senhor e Salvador e do Espírito Santo, o Santificador,
buscando uma obediência cega à Trindade e à Santa Igreja e apresentando a
força da fé como resposta à Revelação de Deus que se dirige e se doa ao
homem.
III. Ardente desejo pela Verdade e pela Justiça que leva a um reto e livre agir, com
a ajuda da fé e da Graça de Deus que fomentam a coragem de sair em missão
em busca do outro, daqueles que sofrem na luta pela justiça social e, assim,
realizar o duplo mandamento da caridade: “Amar a Deus sobre todas as coisas
e o próximo como a si mesmo” 10.
IV. Zelo e prudência para “tocar” a Doutrina e transmiti-la expondo o que é
preciso crer, esperar ou fazer, revelando o Amor de Nosso Senhor, para que
todos compreendam que cada ato de virtude perfeitamente cristão não tem
outra origem senão o Amor, e outro fim senão o Amor 11, não permitindo o
aparecimento da arrogância e da presunção, buscando alcançar a santidade
pela Doutrina da Santa Igreja.
§ 2º. Em Santo Antônio de Pádua, os consagrados da CCNAr buscam: ser regidos pela
força da fé na Doutrina e no Evangelho, ter uma autoridade segura, sem
prepotência, em todas as ações; e, ser reflexo de Jesus Cristo em meio ao povo para
frutificar santos e cumprir a vontade do Pai a nosso respeito.
§ 3º. Em Santa Cecília, os consagrados da CCNAr buscam: ter vida de constante louvor e
adoração seja na alegria, no júbilo, na tranquilidade, na paz e, muito mais ainda na
dor, na adversidade ou no sofrimento; viver a cada passo o tempo de Deus, sabendo
viver e sofrer suas demoras sem desistir de dar passos; e, ver e viver com a fé e a
razão dóceis ao Espírito Santo caminhando com seriedade em todas as dimensões
da consagração a Deus que chama e envia.
§ 4º. Em Santa Teresa d’Ávila, os consagrados da CCNAr buscam: construir uma relação
de amizade e intimidade com a Trindade buscando uma liberdade interior a ponto
de sair de si, de morrer para si e, com ousadia, obedecer e procurar cumprir a
vontade de Deus; coragem para renovar as estruturas que estão “engessadas”,
acomodadas, buscando não somente fazer o que Deus quer, mas, querer aquilo que
Deus faz; e, olhar com amor e zelo a própria história de vida pessoal e a de cada ser
humano, levando-o ao experimento do Amor de Deus através do
autoconhecimento.
§ 5º. No Servo de Deus Helder Camara, os consagrados da CCNAr buscam: ter amor ágape
que transcende a esmola e auxílio ao outro que sofre, que está em condição de mais
necessitado, sendo para ele providência de Deus em suas necessidades e rosto de
Cristo para aliviar seu fardo pesado; coragem para denunciar as estruturas sociais
com valores anticristãos que buscam esmagar a dignidade da pessoa humana
privilegiando uma minoria exploradora; e servir a Igreja com obediência e docilidade
à hierarquia, sendo instrumento de restauração, apesar de insuficiente, eficaz
naquilo que Deus inspira e a Mãe-Igreja discerne como necessário.

10 Cf. Mc 12,30s.
11 Cf. Catechismus Romanus, prefácio, 10.

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Em unidade com a Santa Mãe Igreja... resgatando e restaurando vidas para Deus!

B. Regras de Vida, verdadeiras “Rochas de Sustentação”


Art. 44º. A espiritualidade é o estilo da atividade, é seu tom, é seu estado habitual em virtude
de suas concepções e opções últimas. A espiritualidade é a concreção da fé na vida, é vida na
história e a vida não se detém. A história em marcha requer respostas, a partir da fé e a partir da
coerência da fé, ou seja, a partir da adesão pessoal ao Senhor Jesus e ao Divino Plano. O membro
da CCNAr expressa sua adesão pessoal ao Senhor Jesus aderindo aos instrumentos de ação e
oração que são chamados de “Rochas de Sustentação” dentro de Carisma Novo Ardor. São dez
meios pelos quais procuramos nos manter dentro do Plano de Deus a todo instante. São eles:
§ 1º. Os Dons e Carismas do Espírito Santo: “Verdadeiramente, o Espírito Santo é o
protagonista de toda a missão eclesial” 12. Em virtude do Carisma de que são
portadores, os consagrados Novo Ardor estejam sempre dispostos a se oferecerem
em sacrifício por todos quantos carecem de qualquer auxílio, iluminados e movidos
pelo Espírito Santo, a partir da súplica e exercício constantes dos dons que lhes
foram concedidos no Santo Batismo.
§ 2º. A Adoração: “Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão
de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja.” 13
A Hóstia Sagrada exposta aos olhos do Consagrado Novo Ardor exprime a força
infinita do Amor manifestada na Cruz gloriosa. A Eucaristia é o motivo da
consagração, é a força que sustenta a fidelidade ao Carisma e o fim para o qual tende
a vida do Consagrado Novo Ardor.
§ 3º. A Confissão: “A Igreja, de fato, desde as suas origens, conhece e valoriza numerosas
e variadas formas de penitência. No entanto, nenhum é mais significativo, mais
divinamente eficaz e mais elevado e ao mesmo tempo acessível no seu rito, do que
o Sacramento da Penitência.” 14
§ 4º. A Eucaristia: “Eu vos afirmo e esta é a verdade: se não comerdes a carne do Filho do
homem e não beberdes seu sangue, não tereis a vida em vós” 15. Quanto mais viva
for a fé eucarística do povo de Deus, tanto mais profunda será sua participação na
vida eclesial por meio de uma adesão convicta à missão que Cristo confiou aos seus
discípulos. O Mistério Eucarístico é o coração e o centro da Sagrada Liturgia,
constituindo a fonte de vida que purifica e robustece o Consagrado Novo Ardor, de
modo que já não viva para si, mas para Deus, e se una uns com os outros pelo vínculo
mais íntimo da caridade.
§ 5º. A Sagrada Escritura: os Consagrados tornam-se presença do Espírito rumo a um
futuro novo, iluminado pela fé e pela esperança cristã, com seu Carisma. A sua
esperança está fundada na promessa de Deus, contida na Palavra revelada: a história
dos homens caminha para o novo céu e a nova terra 16, onde o Senhor “enxugará as
lágrimas dos seus olhos; não haverá mais morte, nem pranto, nem gritos, nem dor,
porque as primeiras coisas passaram 17”. “Pode-se ler a Bíblia sem fé, mas sem fé
não se pode escutar a Palavra de Deus.” 18. “A Lectio Divina é a prática da leitura

12 Redemptoris Missio, 21.


13 Jo 4, 23.
14 Reconciliatio et Paenitentia, 28.
15 Jo 6,53.
16 Cf. Ap 21,1.
17 Cf. Ap 21,4.
18 XII Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos. A Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja, Instrumentum Laboris. n. 26.

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Comunidade Católica Novo Ardor

orante da Sagrada Escritura, individual ou comunitária, para ‘conhecer o coração de


Deus por meio das Palavras de Deus’” 19.
§ 6º. O Jejum: representa uma prática ascética importante, uma arma espiritual para
lutar contra qualquer eventual apego desordenado a nós mesmos. Abster-se
voluntariamente do deleite dos alimentos e de outros bens materiais dá subsídio ao
discípulo de Cristo para controlar os apetites da natureza desfigurada e fragilizada
pela culpa da origem, cujos efeitos negativos atingem toda a personalidade humana.
§ 7º. O Santo Terço: “O Rosário conserva toda a sua força e permanece um recurso não
descurável na bagagem pastoral de todo o bom evangelizador” 20. Assim é que a
CCNAr nutre sua devoção a Maria, pela confiança no poder que Deus concedeu a
ela, a quem quis constituir, como ensina S. Irineu, “fonte de salvação para todo o
gênero humano” 21. A Oração do Santo Terço deve permear a vida particular e a vida
fraterna dos Consagrados Novo Ardor. A oração do terço é tarefa de cada
consagrado, e, segundo sua rotina diária e em função da missão, havendo
possibilidade, é desejável que se reze o Santo Rosário por completo.
§ 8º. A Formação Pessoal: formar vem do latim formare e significa dar forma a; constituir;
compor; promover a formatura de; educar; entrar na forma. A formação pessoal
deve, pelo Novo Ardor de Pentecostes, formar consagrados, homens e mulheres de
Deus, para o apostolado do Carisma Novo Ardor na Igreja e o Mundo, facilitando ao
formando vocacionado em caminho de consagração a manifestação da intenção
reta e sincero propósito de tornar-se consagrado no Carisma Novo Ardor, sincera
disponibilidade em assumir gradativamente as exigências da vida consagrada
comunitária, vontade incondicional de se colocar a serviço do Reino, a exemplo de
Jesus e idoneidade física, psicológica, intelectual e espiritual.
§ 9º. O Caminho de Restauração: é o caminho formativo percorrido pelo vocacionado da
CCNAr até seu Compromisso de Consagração de Vida e pelo Consagrado Novo Ardor
até sua morte buscando sempre a plena conformação a Cristo. É um caminho de
formação integral que envolva todas as dimensões da pessoa humana. Uma
formação personalizada e permanente, cujo itinerário dura a vida toda buscando
moldar o coração e mudar a maneira de pensar, sentir e de se comportar.
§ 10º. Novo Ardor no coração que transpareça no rosto: ter no coração um novo ardor tão
arraigado que transpareça no rosto e contagie todo ambiente onde esteja um
consagrado Novo Ardor, pois, “o homem bom tira coisas boas do bom tesouro do
seu coração, e o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, porque a boca
fala daquilo de que o coração está cheio” 22. Não se pode cumprir o mandato
evangélico de evangelizar 23 e sair pelo mundo sem antes visitar o próprio coração e
verificar os motivos que leva a ir ao encontro do outro.
I. Onde o Consagrado Novo Ardor não poder ser instrumento de restauração,
que ele não seja instrumento de deformação e queda do outro.

19 Boletim da XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Exposição Explanatória da Lectio Divina.
20 Rosarium Virginis Mariae, 17.
21 Santo Irineu, Adv. haer. III, 22: PG. 7, 959. - AAS, 43 (1951), pp. 578-579; EE 6/876.
22 Lc. 6,45.
23 Cf. Mc. 16,15

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Em unidade com a Santa Mãe Igreja... resgatando e restaurando vidas para Deus!

C. A Vida Comunitária
Art. 45º. “Como os primeiros cristãos que se reuniam em comunidade, o discípulo participa na
vida da Igreja e no encontro com os irmãos, vivendo o amor de Cristo na vida fraterna solidária” 24.
É na comunidade que vivenciamos o amor ao Mestre Jesus e o amor aos condiscípulos, é na
comunidade que vivemos na pessoa dos irmãos a amizade com Jesus que disse: “Já não vos
chamo servos, mas amigos” 25. É necessário renovar a comunidade diante do desafio da
fragmentação da vida e o individualismo de um lado e a busca de relações mais humanas de
outro lado: “A vida fraterna em comunidade gera e alimenta atitudes de apoio mútuo,
reconciliação, solidariedade e compromisso” 26.
§ 1º. A Comunidade é uma expressão do amor e da unidade da Trindade. Como espelho
da Trindade, é chamada a resplandecer em seu seio toda a alegria e a vitalidade do
amor ágape, do amor Divino.
§ 2º. A restauração a que o Carisma Novo Ardor é chamado a levar, como instrumento,
ao homem todo e a todos os homens é um trasbordamento da unidade da Trindade
e da caridade de Cristo vividas no âmago da Comunidade. A vivência da unidade é
mola propulsora da fecundidade da ação evangelizadora do Carisma Novo Ardor.
§ 3º. Que os relacionamentos de coleguismo, amizade, fraternidade e caridade entre os
membros da Comunidade sejam cultivados como expressão de amor e unidade. Os
relacionamentos sejam abertos e livres de afeições desordenadas, fecundando a
caridade de Jesus Cristo que é devida a todos, especialmente àqueles mais difíceis
de amar.
§ 4º. Para vivenciar o amor, é preciso alimentar-se diariamente do perdão. Todo irmão
cultive, a cada dia, o perdão de todas as ofensas. Nossos corações não adormeçam
com feridas de ressentimentos, mas, diante de Nosso Senhor Jesus Cristo, estas
sejam curadas a cada dia, a fim de não se acumularem e não obstruírem o fluxo do
amor.
§ 5º. Tenha-se atenção especial para com o membro que esteja enfrentando a prova da
enfermidade ou da dor. Cuide a Comunidade para que lhe sejam reservados a
atenção e o carinhoso cuidado espiritual, afetivo e terapêutico necessários.
Art. 46º. No Apostolado, os Consagrados Novo Ardor foram constituídos em vista de uma
missão. Como discípulos e instrumentos de restauração, o Senhor lhes confiou uma Obra na
Igreja. Assumir esta Obra com a oração e o serviço é missão, é dever imperativo de todos os
membros da CCNAr. Dedicar-se à Obra é um sinal do seu amor ao Senhor e da urgência da
evangelização.
§ 1º. Os membros da Comunidade devem sentir-se profundamente responsáveis e
efetivos instrumentos da Obra do Carisma Novo Ardor, conscientes de que, sem sua
participação, a Obra estará incompleta e a sua vocação comprometida.
§ 2º. Os membros dediquem-se com todo nosso coração às funções que nos forem
confiadas dentro da Obra, pois esta é a maneira concreta pela qual o Senhor nos
convida a servi-Lo e testemunhá-Lo.
§ 3º. O Consagrado Novo Ardor esteja sempre livre no Senhor para serem remanejados,
segundo o bem e as necessidades do Carisma Novo Ardor e de sua Obra,
manifestados no discernimento final das autoridades.

24 DA 278 d.
25 Jo 15,15.
26 Diretório Geral da Ação Evangelizadora 2008-2010, 150.

18
Comunidade Católica Novo Ardor

§ 4º. Sem negligenciar outras dimensões da vocação, que os Consagrados Novo Ardor
sejam servos incansáveis do Senhor, sempre prontos para, impulsionados pela força
do Carisma, assumir novos desafios para a ação catequético-evangelizadora e dos
filhos de Deus.

D. A Vida Partilhada e a Exclusividade


Art. 47º. Na Comunidade de Vida Exclusiva o Consagrado é chamado, por amor a Jesus Cristo,
Nosso Senhor e Salvador e ao seu Reino, a respondermos ao Seu apelo de renunciar a si mesmo
e perder a vida em Seu seguimento e a reproduzir o modelo da comunidade cristã primitiva,
colocando tudo em comum, renunciando à posse de bens materiais, de projetos, planos e
expectativas pessoais para segui-Lo de maneira incondicional e sem restrições.
§ 1º. Deve-se investir tudo: vida, capacidades, tempo, bens, forças e futuro num
seguimento total e incondicional de Jesus Cristo, na espiritualidade de castidade,
pobreza e obediência, de acordo com o Carisma Novo Ardor.
§ 2º. Os membros da Comunidade de Vida Exclusiva devem viver em “Casas
Comunitárias” compartilhando toda sua vida e bens materiais onde, na medida do
possível, estejam presentes todas os estados de vida.
I. Denomina-se “Casa Comunitária” ao conjunto de membros da Comunidade
de Vida Exclusiva e Compartilhada que, sob a autoridade do Coordenador
Local, tenham uma vida fraternal, respeitando a privacidade das formas de
vida, em uma residência ou conjunto de “Residências Comunitárias”.
a. Denomina-se “Residência Comunitária” uma célula ou unidade da “Casa
Comunitária”, isto é, uma residência que abrigue membros do mesmo sexo
ou de uma mesma família.
II. Uma “Casa Comunitária” tenha sempre uma área comum, composta pela
capela, sala para formação, refeitório, área de lazer fraternal, além de outras
estruturas que possibilitem e favoreçam a vida comunitária.
III. É necessário que a Comunidade proporcione meios e ambientes nos quais
sejam preservadas as identidades de cada forma de vida e a dimensão mista
da Comunidade e, ao mesmo tempo, seja favorecida a comunhão entre os
membros. Por isso sejam reservados espaços de vida privados para os homens
em clara separação dos espaços de vida privados para as mulheres, assim
como ambientes para as atividades comuns.
Art. 48º. Tendo em vista o ensino e partilha de vida, a Comunidade de Vida Exclusiva,
Compartilhada e Secular reúnam-se para momentos de ensino, formação comunitária, em
comunhão e unidade com a Coordenação da Formação, desenvolvendo temas que favoreçam o
aprofundamento do Carisma e o crescimento da Comunidade.
§ 1º. Os ensinamentos busquem sempre unir fé e vida.
§ 2º. As formações sejam sempre fundamentadas nas Sagradas Escrituras, na Tradição e
no Magistério da Igreja, conduzindo a um conhecimento e adesão maior da Vontade
do Senhor.

E. A Vida Secular e a Prioridade pelo Reino de Deus


Art. 49º. A Comunidade de Vida Secular organize-se em Grupos Comunitários com a finalidade
de fecundar e animar sua vida espiritual, fraterna e apostólica segundo a espiritualidade própria
da Vocação ao Carisma Novo Ardor.

19
Em unidade com a Santa Mãe Igreja... resgatando e restaurando vidas para Deus!

§ 1º.Alguns membros da Comunidade de Vida Secular que desejarem uma vida


comunitária mais intensa, mesmo em meio aos seus compromissos seculares, se
agrupem em pequenos núcleos residenciais, em forma de condomínios ou com
casas vizinhas, onde comprometidos com Deus, uns com os outros e com a Obra
Novo Ardor, possam, à luz do estilo de vida própria da Comunidade de Vida Secular,
partilhar mais profundamente suas vidas.
§ 2º. Os núcleos residenciais sejam como fermento no mundo, onde seus membros
encontrem graça e força para testemunhar Jesus na sociedade e na Obra Novo
Ardor, como fruto do amor incondicional de Deus e do amor fraterno que ali
vivenciam.
Art. 50º. Num chamado à intimidade e partilha com Deus e com os Irmãos, o Consagrado da
Comunidade de Vida Secular deve esforçar-se para dar a devida prioridade ao estudo bíblico, à
oração pessoal e comunitária e à vivência da Eucaristia.
§ 1º. Seja a intimidade com Deus é o seu primeiro objetivo.
§ 2º. A intimidade com Deus é fonte da vocação Novo Ardor e o motor de vivência de
amor.
§ 3º. A Eucaristia diária é fundamento indispensável para os que vivem na Comunidade
de Vida Secular. É o centro de toda a sua vida cristã e comunitária.
Art. 51º. Os membros da Comunidade de Vida Secular devem assumir o serviço da Obra Novo
Ardor com toda dedicação, empenho e afinco, participando de suas atividades e nela assumindo
funções e encargos, investindo o seu tempo e esforços, em espírito de serviço e saudável
sacrifício pelo Reino de Deus.
§ 1º. Com o auxílio do Formador e Intercessor Pessoais, o membro da Comunidade de
Vida Secular deve buscar o justo equilíbrio na vida familiar, comunitária, profissional
e apostólica, evitando possíveis desajustes ou omissões quanto a este aspecto.
§ 2º. As funções e serviços que o membro da Comunidade de Vida Secular realiza na Obra
Novo Ardor serão discernidos em espírito de oração, escuta, diálogo e obediência.
§ 3º. A Comunidade leve em conta os dons e aptidões pessoais do membro e as
necessidades da Obra Novo Ardor, sendo que o discernimento final acerca do
apostolado é de competência das autoridades da Comunidade.

F. Os Conselhos Evangélicos na Vida Comunitária


Art. 52º. Os Conselhos Evangélicos estão na base de toda a ação do Carisma Novo Ardor,
porquanto o testemunho de uma vida segundo os ensinamentos de Cristo torna visível no mundo
a vida do próprio Cristo, que viveu e morreu para que todos os homens fossem salvos 27.
§ 1º. Os Conselhos Evangélicos são características de Cristo que as pessoas consagradas
assumem como suas próprias, e os Consagrados Novo Ardor assumem essas
mesmas características não apenas como parte, mas como fundamento de suas
vidas, tornando-se como sacramentais, sinais vivos da presença, também física, de
Cristo no mundo.
§ 2º. O Conselho Evangélico da Obediência na Vida Comunitária busca seguir os passos
de Jesus: “E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda
mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” 28. Pela obediência,
Cristo nos mereceu a Salvação Eterna e é pela obediência à Sua vontade que os
homens poderão participar desses mesmos merecimentos.

27 Cf. Jo 3,17.
28 Fl. 2,8.

20
Comunidade Católica Novo Ardor

I.
O conselho evangélico da obediência é sinal de perfeita comunhão com Cristo,
e faz também memória da vida mortal de Cristo na terra, constituindo em si
um compêndio das virtudes humanas de Jesus.
II. “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou” 29, diz Jesus, e imitar
o Cristo é antes de tudo fazer-se também obediente até a morte, porque
quem obedece não dá testemunho de si mesmo, mas daquele a quem
obedece.
III. Pela obediência concretiza-se a consagração e o consagrado permanece no
lugar que lhe é devido, como luzeiro no mundo 30, como testemunha da vida
verdadeira e da verdade de Jesus Cristo, que revela ao homem a sua verdade,
apresentando a obediência como causa de libertação e salvação.
IV. Na Igreja Católica Apostólica Romana ninguém pode atribuir-se a si mesmo
um título de autoridade, mas todos que possuem tal responsabilidade a
receberam de uma autoridade maior, que se finaliza em Deus. Ou seja, a
obediência é sempre anterior ao exercício da autoridade. “Ninguém
seguramente fala, senão quem gosta de calar. Ninguém seguramente manda,
senão o que perfeitamente aprendeu a obedecer.” 31
§ 3º. O Conselho Evangélico de Pobreza na Vida Comunitária segue o exemplo da pobreza
que Cristo escolheu e, talvez, seja essa sua característica mais visível. Jesus, que não
tinha onde reclinar a cabeça 32, quis para si a pobreza para mostrar aos homens o
verdadeiro valor das coisas criadas e a amar verdadeiramente a Deus com toda a
alma, com todas as forças e de todo o entendimento.
I. Ser pobre segundo o Evangelho não significa, essencial e necessariamente,
não possuir riquezas, mas não ser possuído por elas, isto é, não se apegar aos
bens que passam, mas aos que permanecem.
II. A pobreza fala, sobretudo, do desapego de todas as coisas que não são Deus,
dos bens materiais, do dinheiro, e outras coisas que satisfazem a vontade e o
desejo do homem.
III. O Consagrado Novo Ardor é chamado a viver a experiência de total abandono
de suas vidas nas mãos da Trindade Santíssima. Seu sustento é garantido pela
Providência Divina. Em todos os aspectos vivam sua dependência do Senhor e
rezem, incessantemente, pedindo a graça de serem sinais da vivência do
Evangelho para o mundo
a. Viver da Providência Divina é viver na Vinha e da Vinha do Senhor, é
assumir que a Obra Novo Ardor é sustentada por Ele e que é inteiramente
fundamentada em Sua Providência. Assim, a Vontade de Deus, o fruto do
trabalho dedicado e intenso na Obra, a partilha generosa e a Comunhão de
Bens, são canais privilegiados da Providência Divina.
IV. Pela espiritualidade de pobreza que abraçaram, os membros da Comunidade
de Vida Exclusiva e Compartilhada escolheram livremente nada possuir como
propriedade pessoal. Portanto, tudo seja colocado em comum.
a. Que todos os Consagrados da Comunidade de Vida Exclusiva e
Compartilhada se dediquem inteiramente ao serviço na Obra Novo Ardor,

29 Jo 4,34.
30 Cf. Fl. 2,15.
31 Cf. Imitação de Cristo, Livro I, cap. 20, n. 2.
32 Cf. Lc 9,58.

21
Em unidade com a Santa Mãe Igreja... resgatando e restaurando vidas para Deus!

sem exceção, pois, trabalhando nela, dela recebem o necessário para a


manutenção de cada Casa e Residência Comunitária.
b. O Ecônomo Local e o Coordenador de Residência, sob o acompanhamento
do Formador Pessoal, administrarão o Caixa Comum de sua respectiva Casa
ou Residência em espírito de pobreza e sobriedade, zelando assim, pelos
dons recebidos da Divina Providência.
c. A CCNAr está aberta a doações. Porém, não é lícito a nenhum membro da
Comunidade insinuar aos de fora pedido de doações com interesses
pessoais e deve estar sempre atento para não ser pesado demais aos
irmãos ou rico com a riqueza alheia.
d. Todo o ser Comunidade do Consagrado Novo Ardor deve refletir a pobreza
e a sobriedade: maneira de vestir, comer, beber, divertir-se e aparência das
casas e residências comunitárias.
V. Os membros da Comunidade de Vida Secular, mesmo não renunciando à
posse dos bens materiais, são chamados por Deus a viverem o espírito
evangélico de pobreza, expresso no Evangelho de Mateus: “Buscai primeiro o
Reino de Deus, e tudo o mais vos será acrescentado.” 33
a. A economia do reino dos Céus é a Divina Providência. Os membros da
Comunidade de Vida Secular tenham sempre em mente que tudo de que
dispõem é dom de Deus: sua inteligência, seus talentos, sua capacidade de
trabalho e os bens que ele gera.
b. Ao emitir seu Compromisso, o membro da Comunidade de Vida Secular
considere que sua vida e, portanto, também todos os seus dons e bens,
estão consagrados ao Senhor e à construção do Seu Reino.
c. A sabedoria do Espírito Santo para a Comunidade de Vida Secular viver a
espiritualidade da pobreza evangélica é a Comunhão de Bens e a Liberdade
Interior.
d. Por Comunhão de Bens entende-se como partilha, como colocar-se aos pés
do Senhor, da Comunidade e dos mais necessitados todos os dons que Ele
concedeu, a fim de que em tudo sejam úteis à maior glória de Deus e ao
bem dos irmãos.
e. Por Liberdade Interior entende-se a disponibilidade de usar de tudo para
as finalidades do Evangelho com um coração livre, desapegado, pronto a
partilhar.
f. Na vida profissional, os membros da Comunidade de Vida Secular
exercerão suas profissões de acordo com suas aptidões e necessidades.
g. Lembre-se o membro da Comunidade de Vida Secular de que ele é, antes
de tudo, um discípulo e instrumento do Divino Restaurador e de que, no
exercício da profissão, o seu primeiro dever é, pelo poder e sabedoria do
Espírito Santo, testemunhar e anunciar Jesus Cristo. Somos, acima de tudo,
operários do Reino de Deus com o carisma de ser instrumento de
restauração da Sua Imagem e Semelhança no homem todo e em todos os
homens.
VI. O Conselho Evangélico de Castidade na Vida Comunitária está na base do
ensinamento e testemunho de Cristo, que escolheu um estado de castidade
perfeita para mostrar aos homens o significado da humanidade, para torná-

33 Mt 6, 33.

22
Comunidade Católica Novo Ardor

los novamente semelhantes à Santíssima Trindade, recordando o que significa


ser pessoa, ensinando a necessidade de ser um com o outro.
a. A castidade é um chamado que o Senhor faz para ser vivido por todos os
membros da CCNAr.
b. Cada membro receba este dom e se comprometa a vivê-lo segundo a forma
de vida à qual o Senhor o chama.
c. Na vida comunitária, todo membro é responsável por cultivar e refletir a
castidade de Jesus em todos os aspectos e atos evitando assim, tudo o que
possa ferir ou comprometer este fecundo dom que nos aproxima de uma
comunhão mais perfeita com Deus e com os irmãos e nos permite um real
autoconhecimento.
d. Nos relacionamentos, no comportamento, nas leituras, nos lazeres, nas
vestimentas o Consagrado tenha o devido discernimento para não
manchar a própria castidade e a castidade do outro.
VII. O celibato consagrado é um mistério que foge ao alcance da razão humana e
não pode penetrar nosso coração pelas portas do entendimento. A
investigação, o estudo e a análise podem nos aproximar do significado real do
celibato, mas são superficiais, não são capazes de atingir as profundidades
deste dom que só pode ser compreendido por aqueles a quem é dado
compreender 34.
a. O celibato não se define somente pela continência, mas, sobretudo, no
amor sacrificado; é o sacrifício da capacidade de amar, que é então
plenamente voltada a Deus.
b. Somente o amor justifica o celibato, que nunca deve ser abraçado por força
de frustrações afetivas ou simplesmente porque “deu vontade”, nem
tampouco por desprezo ao matrimônio.
c. O amor oblativo do celibato doa-se a si mesmo permanentemente e inteiro
a todos, por Deus, prefigurando a realidade celeste, onde ninguém se casa
nem se dá em casamento 35.
VIII. A Vida Matrimonial também exige dos Consagrados Novo Ardor a busca pela
vivência do amor ágape, a partir da vocação específica à qual foram chamados.
A vivência plena da castidade é o meio mais perfeito para se alcançar a
doação, total e desinteressada, que é exigida pelo amor ágape.
a. Os esposos são chamados a viver assim, dentro de uma espiritualidade,
convivência e sexualidade a que são chamados.
b. O casal, na experiência de sua vocação, seja impulsionado a viver uma
maneira muito particular de convivência e fraternidade dentro de sua
família. Assim, seja missão de cada casal promover uma experiência do
próprio Deus dentro de seus lares, amando-se mutuamente, instruindo
seus filhos e alimentando no seio familiar a vivência do amor ensinado por
Jesus Cristo no Seu Evangelho.

34 Cf. Mt 19,12.
35 Cf. Lc 20,35.

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Em unidade com a Santa Mãe Igreja... resgatando e restaurando vidas para Deus!

Capítulo V – A Serviço de Nossos Irmãos


DO GOVERNO, DA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS E DAS
QUESTÕES GERAIS
Art. 53º. São órgãos responsáveis pelo governo da CCNAr:
I. Governo Geral, composto por:
a- Moderador Geral;
b- Assembleia Geral;
c- Conselho Geral;
d- Conselho Consultivo.
II. Governo Local, composto por:
a- Coordenador de Missão;
b- Conselho Local.
Art. 54º. É vedada a distribuição entre quaisquer pessoas de eventuais excedentes operacionais,
brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações, bens ou parcela do seu patrimônio
líquido, a qualquer título, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento.
Art. 55º. É vedada a remuneração e a distribuição de lucros, bonificações ou quaisquer
vantagens aos associados, inclusive aos membros dos órgãos de governo da CCNAr, em razão das
competências, funções ou atividades que lhes são atribuídas por este Estatuto.
§ Único. Parágrafo único - A proibição contida neste artigo não significa incompatibilidade
de prestação de serviços profissionais à AOSAP, por parte de seus associados e
membros de seus órgãos, desde que obedecidos os seguintes critérios:
a. que haja prévia aprovação da Assembleia Geral;
b. que os serviços sejam distintos das funções estatutárias a eles inerentes;
c. que a contratação seja tecnicamente recomendável;
d. que o preço seja compatível com aquele praticado no mercado.
Art. 56º. Os membros de qualquer nível de pertença e os membros do Governo Geral e Local
não responderão individualmente nem solidariamente, pelas obrigações contraídas pela CCNAr
em decorrência de ato regular de gestão.
§ Único. Os associados e membros a que se refere o caput deste artigo, na hipótese de
agirem com comprovado dolo ou culpa, no desempenho de suas funções ou,
ainda, se excederem na prática dos atos de sua respectiva gestão, se demitidos da
CCNAr responderão solidariamente perante a Comunidade e os terceiros
prejudicados.

A. Governo Geral
Art. 57º. Dentro da CCNAr a autoridade sempre seja vista e exercida como um serviço 36, pois
pela fé sabemos que a Comunidade é conduzida por Deus em Sua Divina Providência e as
autoridades são os instrumentos do discernimento da Vontade Divina e prestarão contas a Deus
de suas decisões 37.
§ 1º. Todas as autoridades na CCNAr procurem, em fidelidade absoluta ao Carisma e a
partir da graça própria que lhes foi concedida, buscar em tudo a Vontade de Deus,
e governar a Comunidade segundo esta Vontade Santíssima.

36 Cf. Mt 20,25ss.
37 Cf. Hb 13,17.

24
Comunidade Católica Novo Ardor

I. Aqueles membros que exercem autoridade devem fazê-lo usando de caridade


e firmeza, tendo sempre presente a responsabilidade que, com o auxílio da
Graça, têm diante de Deus, da Comunidade, do irmão e de si mesmos.
II. Em tudo se busque a Vontade do Senhor, em espírito de escuta a Deus e aos
irmãos, dando-lhes condições para que abram com confiança seus corações.
III. Procurem sempre se despojar de suas opiniões próprias, do espírito de
dominação e da busca de interesses pessoais para exercerem, com liberdade
interior, o dom do discernimento, em espírito de humildade e serviço.
IV. Lembrem-se de que exercem sua autoridade em nome do Senhor e da CCNAr
e tenham sempre diante de si a Vocação e o verdadeiro bem do irmão, da
Comunidade e da Igreja.
V. Movidos pela caridade de Jesus Cristo, as autoridades esmerem-se em
conhecer e aplicar os Estatutos, Diretório Geral e demais orientações da
CCNAr.
VI. Deixem-se sempre guiar em seus discernimentos e ações pela obediência
maior a Jesus Cristo, ao Santo Evangelho, à Santa Mãe Igreja e ao Carisma da
CCNAr.
VII. Nada façam sem o devido espírito de oração. Nos impasses, busquem a oração
pessoal, a oração comunitária e o diálogo. Uma vez discernida a vontade de
Deus, não tenham medo de assumi-la incondicionalmente, por maiores que
sejam os desafios que ela comporte. A Vontade de Deus é o rumo certo que
devemos perseguir.
Art. 58º. A Comunidade é governada pelo Moderador Geral com o auxílio do Conselho Geral.
Ambos são eleitos pela Assembleia Geral da Comunidade convocada para este fim. Ambos têm
mandato de quatro anos. O Moderador Geral e seu Conselho são auxiliados pelos Assistentes,
pelos Assessores e pelo Conselho Consultivo.
Art. 59º. No atual período de fundação, onde a graça própria do Carisma precisa de cuidados
especiais para o seu pleno desenvolvimento, o Fundador será o Moderador Geral da Comunidade
até a sua renúncia ou morte, sendo reconduzido ao cargo por eleição de confirmação a cada 4
anos na Assembleia Geral Ordinária. Ele governará a Comunidade coadjuvado pelo Conselho
Geral eleito por meio da Assembleia Geral.
§ 1º. Caso renuncie, o Fundador continua a exercer na Comunidade o seu Carisma
particular de paternidade espiritual e zelador da espiritualidade do Carisma e da
vida da Comunidade, devendo sempre ser ouvido nas decisões que impliquem em
uma interpretação do Carisma.
§ 2º. Caso haja alguma infração grave por parte do Fundador ou a desejo do Conselho Geral
em Assembleia Geral Extraordinária constituída para esse fim, o Fundador poderá
ser afastado da Moderação Geral e deverá acontecer nova eleição para escolha de
um novo Moderador Geral para cumprir o mandato por 4 anos.

B. A Assembleia Geral
Art. 60º. A Assembleia Geral, quando reunida, é o principal órgão de discernimento da
Comunidade naquilo que concerne aos assuntos gerais de sua vida e ação. É lugar privilegiado
para a escuta do Senhor e para a escuta dos irmãos, a fim de que a Comunidade cresça na
unidade.
§ 1º. A Assembleia Geral Ordinária realizar-se-á a cada quatro anos.

25
Em unidade com a Santa Mãe Igreja... resgatando e restaurando vidas para Deus!

§ 2º. Nela deverão ser eleitos o Moderador Geral e seu Conselho Geral para o quadriênio
seguinte.
§ 3º. O Moderador Geral, coadjuvado pelo seu Conselho Geral, poderá convocar reuniões
extraordinárias da Assembleia Geral para discutir assuntos específicos que digam
respeito à vida da CCNAr e da sua Obra.
Art. 61º. São membros da Assembleia Geral:
§ 1º. Membros de Direito: O Moderador Geral e os membros do Conselho Geral;
§ 2º. Membros nomeados: Responsáveis Locais e membros da Comunidade com grandes
responsabilidades e experiência, escolhidos pelo Conselho geral;
§ 3º. Membros eleitos: Membros da Comunidade de compromissos temporários ou
definitivos eleitos por seus pares. Os membros eleitos devem superar em pelo
menos dez por cento o total da soma dos membros de direito e nomeados;
§ 4º. A forma de eleição e todas as suas especificações constam em documento próprio
específico para esse fim no anexo do Diretório Geral.
Art. 62º. É competência da Assembleia Geral ordinária:
I. Analisar e avaliar o caminho da Comunidade no quadriênio anterior e aprovar
o documento de orientação para o quadriênio seguinte;
II. Eleger o Moderador Geral;
III. Eleger os membros eleitos do Conselho Geral;
IV. Fazer emendas ao presente Estatuto, em vista de serem aprovadas pela
autoridade eclesiástica competente;
V. Aprovar ou emendar o Diretório Geral da Comunidade;
VI. Mudar o local da sede Geral da Comunidade.
a. A mudança da sede só poderá ser decidida em Assembleia Geral por uma
maioria de três quartos dos votos dos seus membros.
Art. 63º. O Moderador Geral terá um mandato de quatro anos, não podendo ser reeleito.
§ 1º. Os membros do Conselho Geral têm o mesmo tempo de mandato, não podendo
também ser reeleitos.
§ 2º. Dentre os membros do Conselho Geral, o Moderador Geral, discernirá um membro
para assumir a função de Assistente Geral e outro para secretariar este mesmo
Conselho.

C. O Moderador Geral
Art. 64º. O Moderador Geral deve ser um membro da Comunidade de Vida (Exclusiva,
Compartilhada ou Secular) que, já tendo feito seus Compromissos de Consagração de Vida
Definitivos a pelo menos um ano.
Art. 65º. O Moderador Geral é escolhido em oração e discernimento pela Assembleia Geral da
Comunidade para, auxiliado por seu Conselho e em submissão ao Carisma da Comunidade e ao
presente Estatuto, governar a Comunidade pelo período do seu mandato para o qual foi eleito.
Art. 66º. Entre outros deveres, compete ao Moderador Geral:
I. A responsabilidade pelo governo ordinário de toda a Comunidade em
conformidade com o Carisma Novo Ardor, o presente Estatuto, as
deliberações da Assembleia Geral e o direito comum à Santa Mãe Igreja;
II. A missão de ser um instrumento da Paternidade Divina e da espiritualidade da
família e unidade no interior da Comunidade, assim acolhendo e conduzindo
cada um dos membros, em toda a Comunidade segundo a caridade e a firmeza
de Cristo;

26
Comunidade Católica Novo Ardor

III. O zelo pela fidelidade da Comunidade ao Carisma Fundacional;


IV. A visita periódica a todas as casas da Comunidade, pessoalmente ou através
de um visitador por ele nomeado;
V. O zelo pela comunhão com os Responsáveis Locais;
VI. Representar a Comunidade nas relações com a Hierarquia da Igreja e demais
organismos eclesiais, em vista da comunhão;
VII. Em casos particulares, por tempo determinado e por justas razões, a dispensa
de algum membro da observância de algum ponto disciplinar dos Estatutos da
Comunidade;
VIII. A presidência do Conselho Geral, das Assembleias Gerais e do Conselho
Consultivo;
IX. Designação ou destituição das funções de Ecônomo Geral, Coordenador da
Formação, Assistente Apostólico, Assistente Missionário e Sacerdote
Responsável pela formação sacerdotal;
X. Designação ou destituição dos Assessores Gerais, Responsáveis Locais,
Assistentes, Formadores Pessoais, Mestres de Discípulos e suas respectivas
equipes de formação. Estas nomeações terão validade de três anos, podendo
se seguir a recondução aos cargos;
XI. A transferência de membros de missão;
XII. A admissão ao Discipulado da Comunidade;
XIII. Representar a CCNAr ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente em
todos os locais e âmbitos que seja necessário.
§ Único. Com a renúncia, impedimento ou morte do Moderador Geral, o seu Assistente
Geral assume imediatamente as funções como interino e convoca, em um prazo
máximo de seis meses para seu início, uma Assembleia Geral Extraordinária para
eleger o novo Moderador Geral e o Conselho Geral da Comunidade.

D. O Conselho Geral
Art. 67º. O Conselho Geral tenha uma profunda comunhão e unidade com o Moderador Geral,
para o bom andamento da condução da Obra de Deus. Na falta de algum membro conselheiro,
o Conselho elegerá um substituto até o final do mandato.
§ 1º. O Conselho Geral pode convidar um membro da Comunidade para participar em
debates que requeiram a competência particular deste membro. No entanto, este
membro convidado não terá direito a voto.
§ 2º. Nas questões deliberativas, em caso de empate, o Moderador Geral pedirá a oração
do Conselho e dará seu voto de qualidade.
§ 3º. O Conselho Geral tem poder deliberativo para:
I. ereção ou supressão de casas;
II. em falta de algum membro do Conselho Geral, a eleição de seu substituto;
III. admissão ao Primeiro Compromisso e ao Compromisso Definitivo;
IV. demissão de um membro com Compromisso Temporário ou Definitivo;
V. convocação de Assembleia Geral Extraordinária;
VI. aprovação da prestação de contas feita anualmente pelo Ecônomo Geral e da
previsão orçamentária do ano seguinte;
VII. alienação dos bens da Obra conforme o presente Estatuto e as prescrições do
Diretório Geral da Comunidade.

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Em unidade com a Santa Mãe Igreja... resgatando e restaurando vidas para Deus!

Art. 68º. Serão Assistentes do Moderador Geral, escolhidos por ele por confiança e conveniência
e em virtude da complexidade do cargo que ocupa:
I. O Assistente Apostólico tem a função de animar e conduzir na unidade do
Carisma o desenvolvimento de toda a dimensão apostólica da Comunidade.
II. O Assistente Missionário tem a função de animar a comunhão e o
acompanhamento dos Responsáveis Locais e das Missões.
III. O Coordenador da Formação é um Assistente do Moderador Geral para os
assuntos da formação pessoal e comunitária da Comunidade.
IV. O Moderador Geral, ouvindo o seu Conselho, poderá nomear outros
Assistentes que assumirão funções que lhe são delegadas diretamente por
ele.
Art. 69º. O Moderador Geral, coadjuvado pelo seu Conselho, poderá criar assessorias que
animarão a vida da Comunidade em dimensões distintas e executarão as diretrizes e os
discernimentos do Governo Geral da Obra.

E. Conselho Consultivo
Art. 70º. A Comunidade conte também com um Conselho Consultivo, com a atribuição de
auxiliar o Moderador Geral e seu Conselho em determinados discernimentos, fornecendo-lhes
informações específicas sobre assuntos determinados e expressões de realidades da
Comunidade.
§ 1º. O Conselho Consultivo tenha como membros efetivos: o Moderador Geral e seu
Conselho, Assistentes Gerais e Assessores Gerais.
§ 2º. Os membros convidados serão compostos por uma lista elaborada pelo Moderador
Geral, tendo ouvido o seu Conselho Geral.

F. O Governo Local
Art. 71º. As comunidades estabelecidas em uma mesma diocese, salvo exceção decidida pelo
Conselho Geral, estão reunidas em um mesmo governo comum que se chamará Governo Local.
§ 1º. O Governo Local tenha um Coordenador de Missão e um Conselho Local.
§ 2º. A escolha e forma de atuação do Governo Local são definidos pelo Moderador Geral
e confirmadas pelo Conselho Geral.
I. É da competência do Coordenador de Missão:
a. zelar pela fidelidade da Comunidade e da Obra Local ao Carisma;
b. zelar pela comunhão e unidade da Comunidade Local com o Governo Geral
da Comunidade;
c. enviar relatórios periódicos ao Governo Geral, informando a caminhada da
Comunidade Local em seus diversos aspectos;
d. promover a unidade, comunhão e respeito mútuo entre as autoridades
locais;
e. presidir o Conselho Local;
f. zelar pela comunhão da Comunidade Local com a Igreja Local, na pessoa
do Senhor Bispo da diocese, representando a Comunidade junto a este;
g. acompanhar o desempenho das demais autoridades locais, orientando-as
e apoiando-as em sua missão.
h. representar a CCNAr local ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente em todos os locais e âmbitos que seja necessário.
II. O Conselho Local deve ser composto:

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Comunidade Católica Novo Ardor

a. pelo Coordenador de Missão;


b. pelo Coordenador Local dos Formadores;
c. pelo Ecônomo Local;
d. pelos Coordenadores de Residência;
e. por um ou mais membros de maior experiência.
III. O Conselho Local tem poder deliberativo para:
a. admitir membros ao caminho vocacional inicial;
b. aprovar a prestação de contas feita pelo Ecônomo Local ao final de cada
ano e da previsão orçamentária do ano seguinte;
c. indicar os nomes que serão apresentados para aprovação do Governo
Geral para as funções de Coordenador Local dos Formadores, Ecônomo
Local, Coordenadores de Residência.
§ 3º. Cada Casa Comunitária da Comunidade de Vida Exclusiva terá como autoridades: o
Formador Local, os Coordenadores de Residência e o Ecônomo Local.
I. O Formador Local é responsável pelo acompanhamento dos membros da Casa
Comunitária, pela sua formação, além de zelador de sua vida espiritual,
fraterna, apostólica e vocacional.
a. Zela também pela unidade e a fidelidade ao Carisma por parte das demais
autoridades da casa.
b. O Formador Local, após ouvir a Comunidade, deverá, em comunhão com o
Coordenador de Missão, discernir e nomear os nomes para as demais
funções.
c. O Formador Local exerça o acompanhamento fundamentado no amor e no
zelo pelos irmãos. Conduza a Comunidade a ele confiada em espírito de
oração e diálogo e com caridade e firmeza.
d. O Formador Local é responsável pelo acompanhamento da Comunidade
Local e, em comunhão com o Coordenador de Missão, deverá implementar
o programa de formação elaborado pela Coordenação da Formação.
II. Os Coordenadores de Residência são as autoridades responsáveis por cada
Residência Comunitária da Comunidade de Vida Exclusiva e Compartilhada.
a. São responsáveis pelo bom andamento de cada Residência quanto à sua
vida fraterna, à vivência da pobreza e da disciplina.
b. Cada Coordenador procure animar o espírito de família e partilha entre os
membros da Residência.
§ 4º. O Coordenador de Missão e o Coordenador Local de Formadores terão mandato de
quatro anos.
I. As demais autoridades locais citadas terão mandato de três anos.
II. Cada autoridade deve exercer seu governo em profunda comunhão com o
Governo Geral, podendo este intervir quando julgar necessário.
§ 5º. Por motivos superiores, a critério do Conselho Geral, estes mandatos poderão ser
interrompidos.

G. A Administração Patrimonial
Art. 72º. A CCNAr vive da Providência Divina. A Providência Divina é a fonte de todo o sustento
e desenvolvimento dos meios necessários para a manutenção da Comunidade e de toda a Obra.
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem”. 38 A Comunidade

38 Sl 127,1.

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Em unidade com a Santa Mãe Igreja... resgatando e restaurando vidas para Deus!

reconhece os bens como frutos da Providência Divina, coloca-os em comum e destina-os como
meio para o bom desenvolvimento da Obra.
Art. 73º. A Providência Divina age no meio de nós através:
I. do livre beneplácito da Vontade Divina;
II. da fé e da oração de cada membro e de toda a Comunidade;
III. do trabalho dedicado e intenso de cada membro;
IV. da Comunhão de Bens dos membros;
V. da doação de homens e mulheres de bem e corações generosos que, atingidos
pela Graça de Deus, tornam-se benfeitores, Sócio Evangelizadores dessa obra
de evangelização.
Art. 74º. São órgãos responsáveis pela administração patrimonial da CCNAr:
I. Ecônomo Geral;
II. Conselho Econômico;
III. Ecônomo Local.
Art. 75º. O Moderador Geral, após ouvir seu Conselho, nomeará um Ecônomo Geral, que
administrará os bens confiados à Obra.
§ 1º. O Ecônomo Geral deverá realizar suas funções sob o acompanhamento e direção do
Moderador Geral:
I. Anualmente, o Ecônomo Geral deverá apresentar ao Conselho Geral, a
prestação de contas do ano que se encerra e uma previsão orçamentária do
ano que se iniciará, para obter a devida aprovação.
II. Periodicamente, ou sempre que requisitado, o Ecônomo Geral forneça ao
Moderador Geral relatórios sobre a situação econômica da Obra.
§ 2º. O Moderador Geral e o seu Conselho Geral supervisionam a administração dos bens
da Comunidade e devem intervir ao constatarem negligência ou abuso nesse
âmbito.
§ 3º. O Moderador Geral, após ouvir o Ecônomo Geral, nomeará um Conselho Econômico
constituído de, no mínimo duas pessoas, com a missão de assisti-lo no exercício de
sua função.
§ 4º. O Ecônomo Geral, em tudo, peça ao Senhor discernimento e luzes para
desempenhar suas funções com zelo, competência, transparência, eficácia, justiça
e seriedade, procurando sempre se conduzir segundo o direito comum, próprio e
civil, em vista do bem e do crescimento da Obra.
§ 5º. Os atos extraordinários de administração, assim como os casos previstos pelo
direito comum, sejam submetidos ao Conselho Geral.
Art. 76º. Cada Governo Local tenha um Ecônomo Local para administrar os bens com o
acompanhamento e direção do Coordenador de Missão.
§ 1º. Anualmente, o Ecônomo Local deverá realizar sua prestação de contas e a previsão
orçamentária para o ano seguinte, para serem aprovadas pelo Conselho Local, que
deve enviar relatório sobre o assunto para a aprovação do Ecônomo Geral e do
Moderador Geral.
§ 2º. Periodicamente ou sempre que requisitado, o Ecônomo Local forneça às suas
autoridades superiores, relatórios a respeito da situação econômica da Obra no
local.
§ 3º. O Coordenador de Missão e o seu Conselho supervisionam a administração dos bens
da Comunidade Local e devem intervir ao constatarem negligência ou abuso neste
âmbito.

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Comunidade Católica Novo Ardor

§ 4º. O Ecônomo Local em tudo peça ao Senhor discernimento e luzes para desempenhar
suas funções com zelo, competência, transparência, eficácia, justiça e seriedade,
procurando sempre se conduzir segundo o direito comum, próprio e civil, em vista
do bem e do crescimento da Obra.

I. Questões Gerais
Art. 77º. O Moderador Geral, com o consenso de ao menos dois terços dos votos dos membros
do seu Conselho, tem o direito, segundo o direito próprio, comum 39 e civil, de adquirir e de
alienar bens temporais de acordo com os fins espirituais, apostólicos e de promoção humana da
CCNAr.
Art. 78º. O Coordenador de Missão, para adquirir ou alienar bens temporais da Comunidade
que estejam sob seu governo, deve obter o consenso de ao menos dois terços dos votos dos
membros do seu Conselho e, com base nos valores e critérios definidos pelo Diretório Geral da
Comunidade, necessitará da aprovação do Moderador Geral coadjuvado por seu Conselho.
Art. 79º. A Comunidade providenciará que cada membro da Comunidade de Vida Exclusiva com
Compromissos de Consagração de Vida Temporários ou Definitivos seja beneficiado por uma
previdência social adequada, de acordo com a legislação do país e as diretrizes da Conferência
Episcopal no que diz respeito aos clérigos 40.
Art. 80º. Para que não existam necessitados no meio dos Consagrados do Carisma Novo
Ardor 41, cada missão, conforme valores definidos pelo Diretório Geral da Comunidade, deverá
destinar mensalmente um sinal de Comunhão de Bens que será utilizado para a manutenção do
Governo Geral, apoiar missões mais necessitadas ou em fundação, ir ao encontro de
necessidades urgentes de Casas ou membros da Comunidade, bem como ajudar os pobres de
fora da Comunidade e contribuir com as obras da Igreja.
I. O Governo Geral também fará sua partilha de Comunhão de Bens.

J. Em Caso de Dissolução e Destino dos Bens


Art. 81º. A dissolução da Comunidade só poderá ser decidida por uma Assembleia Geral
convocada especificamente para esse fim.
§ Único. Essa decisão deverá ter aprovação de quatro quintos dos membros presentes,
depois de ouvir especialmente o parecer do Moderador Geral, do Conselho Geral
e consultada a autoridade eclesiástica competente.
Art. 82º. No caso de dissolução, os recursos restantes da Comunidade serão doados pelo
Conselho a uma Organização Religiosa com objetivo análogo e fidelidade incondicional à Igreja
Católica Apostólica Romana. Na falta dessa Organização Religiosa ou a desejo do senhor Bispo
Diocesano, os bens serão disponibilizados à diocese que organizará segundo discernimento de
seu responsável.

39 Cf. Catecismo da Igreja Católica, 325.


40 Cf. Catecismo da Igreja Católica, 1274 § 2.
41 Cf. At 4, 34.

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