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CAPÍTULO II
O QUE FAZ A ARQUIDIOCESE DE CAMPO GRANDE

Pelo Batismo, somos incorporados a Cristo e nEle


somos herdeiros do Pai. Participamos da natureza
divina no tríplice múnus de Cristo, sacerdote, profeta
e rei.
Sendo membros de um mesmo corpo. Formamos a
grande família de Deus que é a Igreja. O Cristo-
Cabeça confia a nós, seus Membros, a missão de
anunciar a boa nova da salvação. “A Igreja
peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que
tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai,
na ‘missão’ do Filho e do Espírito Santo” (LG 1).
Cabe à Igreja o dever de propagar a fé a salvação
em Cristo.

2.1. ANÚNCIO (Evangelização)

Art. 17º - A evangelização é ação eclesial que deve ter por base, centro e vértice de seu
dinamismo o anúncio de que no Espírito Santo e por Jesus Cristo a salvação é oferecida a
cada ser humano como dom da graça e da misericórdia do Pai1.

Art. 18º - A evangelização é um processo permanente e progressivo que se inicia com o


anúncio, da salvação em Jesus Cristo. Ela continua na catequese com o aprofundamento da
mensagem, prolonga-se na liturgia e aperfeiçoa-se na caridade fraterna 2. Estas ações são
essenciais à educação da fé, fortalecem o anúncio de modo interativo e não são,
necessariamente, etapas subsequentes.

Art. 19º - A evangelização deve atingir a todas as pessoas de modo significativo nas
diferentes fases da vida: idosos, adultos, jovens, adolescentes e crianças. Ao mesmo tempo
em que a pessoa é destinatária da evangelização ela também é o ponto de partida. Por isso
exige muita atenção à sua situação de vida e ao grupo no qual está inserida, sincera abertura
de espírito e solidariedade diante das suas aspirações, angústias e interrogações.

Art. 20º - A família, a comunidade religiosa, a sociedade, o meio cultural, o mundo do


trabalho e da política devem ser ambientes de evangelização. Pelo protagonismo que exercem
nestes ambientes, os adultos constituem um importante grupo a ser evangelizado e atingi-los
deve ser prioridade desta ação.

§ 1º - A família, como primeiro ambiente e base do desenvolvimento integral do ser humano,


deve se comprometer com a educação da fé de seus membros. São formas de exercer essa
missão na família3:

1
Cf. Doc. 71 da CNBB, n. 16.
2
DNC 13, 30 e ss. O Diretório Nacional de Catequese, aprovado pela CNBB em 15/08/2005, e pela
Congregação para o Clero pelo decreto de 8 de setembro de 2006, publicado pelas Paulinas como
documentos da CNBB n. 84, é citado neste Diretório com a sigla DNC.
3
DNC 95-96; 181; 187-188; 194 b); 205; 227; 228 e ss.; 281; 296 e ss.
2

a) valorizar a vida como dom de Deus, desde o ventre materno4;


b) mostrar às crianças, já nos primeiros anos de vida, que somos filhos de Deus; e, no
decorrer de seu desenvolvimento, conscientizar sobre o sentido desta filiação, principalmente
através do testemunho de vida com base no Evangelho de Jesus Cristo;
c) dar testemunho de comunhão fazendo de sua casa um espaço de educação da fé, onde a
Palavra de Deus, a oração e a caridade sejam sustento da vida cristã;
d) celebrar a fé na comunidade, participando da missa dominical e de outras atividades
significativas;
e) colaborar com a ação pastoral de sua comunidade.

§ 2º - Quando as pessoas não participam da comunidade de fé, esta deve ir ao encontro delas
em seus ambientes5, atendendo ao mandato missionário de Jesus Cristo. O compromisso com
a missão é de toda a comunidade, que não deve medir esforços para evangelizar, em primeiro
lugar, os adultos6, indo ao encontro dos que estão afastados.

§ 3º - As pequenas comunidades evangelizam dando testemunho de comunhão, fazendo o


anúncio explícito de Jesus Cristo que salva, promovendo o diálogo e a dignidade de filhos de
Deus e acolhendo cada um de acordo com suas circunstâncias pessoais – cultura, idade,
condições sociais e espirituais7.

Art. 21º - Colaboram com a educação da fé os diversos serviços pastorais, movimentos,


congregações, serviços e associações que devem ter uma ação integrada na comunidade e de
acordo com o projeto diocesano de pastoral8.

§1º - A evangelização é uma ação essencialmente eclesial 9 e por isso toda comunidade cristã
deve ser responsável por ela. Todos os agentes, forças vivas que integram os diversos grupos,
devem assumir o compromisso com a educação da fé, comprometendo-se com o anúncio e
auxiliando na catequese daqueles que desejam inserir-se na comunidade cristã ou daqueles
que, já inseridos, continuam seu aprofundamento. Por isso, os agentes dos diversos grupos
existentes na comunidade devem participar dos encontros propostos pela animação
catequética nos diferentes âmbitos paroquial, foranial e diocesano. Isto garante a unidade da
ação evitando, assim, um paralelismo ou linhas destoantes de catequese.

§2º - O primeiro anúncio (querigma), quando realizado pelos movimentos e associações, deve
ser aprofundado na comunidade em processo de formação permanente de seus membros, em
sintonia com o projeto catequético da paróquia e da arquidiocese.

Art. 22º - Cabe à Coordenação Diocesana de Pastoral estabelecer e divulgar os critérios de


eclesialidade dos diferentes grupos e formas de evangelização, a fim de garantir sua unidade
e comunhão.

Art. 23º - Motivados pelo anúncio, os fiéis têm o direito de ser educados na fé de modo
sistemático e organizado. Isso é feito na catequese paroquial 10, com o auxílio e compromisso
4
DNC 312.
5
DNC 174 e ss.
6
DNC 181 e ss.
7
DNC 182; 184; e 222.
8
DNC todo Capítulo 7, especialmente 231 a 233; 249 g) e h).
9
DNC 233.
10
DNC, 303.
3

de todos os agentes, fortalecendo a pastora orgânica. Cada paróquia se organize de tal modo
que tenham fácil acesso à catequese os diferentes segmentos da comunidade. Para isso, sejam
oferecidos programas específicos e que estejam de acordo com as orientações diocesanas da
catequese:

a) segundo a idade: adultos, jovens, adolescentes, crianças;


b) segundo o contexto cultural e o desenvolvimento intelectual;
c) segundo as necessidades das pessoas com deficiência;
d) segundo a possibilidade de horário: alternativas para estudantes, trabalhadores em horário
integral, trabalhadores por turnos e viajantes.

§1º - A catequese paroquial tem por objetivo proporcionar ao catequizando e seus pais a
realização de uma caminhada progressiva de fé e que favoreça o seu amadurecimento, a
participação na vida comunitária e a formação da identidade cristã. Receber os sacramentos é
parte do processo catequético e não sua finalidade última. O objetivo de toda ação catequética
não é colocar a pessoa apenas em contato com os Sacramentos, mas, a partir deles, fortalecer
o ardor e a consciência de que são chamados a viver como discípulos de Cristo, integrados na
comunidade e comprometidos com a missão dele recebida (Jo 20, 21).

§2º - A catequese realizada na comunidade cristã envolve todos os que nela estão inseridos.
Portanto, é o local por excelência para que o seu principal objetivo seja alcançado. Por isso,
devem ser respeitadas as orientações da Coordenação Diocesana da Catequese.

Art. 24º - A catequese deve ser inspirada no catecumenato 11, conforme previsto no RICA12,
obedecendo ao seguinte processo:

1ª etapa – evangelização, culminando com um rito de acolhida pela comunidade (cf. RICA 9
a 13);

2ª etapa – catecumenato, com a participação em encontros regulares; inicia-se com um rito


de inscrição dos nomes; seguem-se depois os ritos de entrega do Símbolo, do Pai Nosso e do
Evangelho (cf. RICA 14 e ss.; 64 e ss.; 306 e ss.). Esta é a fase mais longa e sistemática.
Consiste na programação e transmissão dos conteúdos de acordo com a hierarquia das
“Verdades da Fé Católica” em consonância com o ano litúrgico (art. 32);

3ª etapa – mistagogia, com a celebração do Batismo, pelo menos três meses antes da data
marcada para a Primeira Comunhão Eucarística; celebração da Penitência, pelo menos uma
semana antes da celebração da Eucaristia, como ápice desta etapa (cf. RICA, 312 e ss.); para
os adultos não batizados, os três sacramentos de iniciação cristã são ministrados em uma
única celebração, depois de concluídas as cinco etapas (art. 47, parágrafo único);

4ª etapa – aprofundamento catequético para a celebração da Crisma;

5ª etapa – engajamento como expressão de compromisso eclesial, culminando com a


celebração da Crisma.

11
A inspiração catecumenal que é proposta pelo DNC não se confunde com o método do movimento
Caminho neocatecumenal.
12
DNC 45 e ss. RICA é a sigla pela qual se identifica o Rito da Iniciação Cristã dos Adultos,
promulgado pela CNBB em 14/12/1973.
4

Parágrafo único – O processo catecumenal deve ser observado para todas as idades. Os
adultos que não foram batizados e aqueles que o foram nos primeiros anos de vida, que não
prosseguiram na caminhada, devem completar a Iniciação Cristã. Fica estipulado que o tempo
mínimo de participação na 2ª etapa – catecumenato – é de um ano, no caso de adultos, e
dois anos para jovens crianças. Apesar disso, o tempo de permanência em cada etapa não se
traduz em anos, dependerá do amadurecimento da fé de cada catequizando, observado o
desejo crescente de participar da Igreja, e de assumir junto à comunidade um compromisso de
dar testemunho de fé, esperança e caridade.

Art. 25º - Para os adultos devem ser destinados os melhores agentes13, aqueles que além de
dar testemunho de vida cristã participem das formações oferecidas nos diversos âmbitos e
usem metodologia e linguagem adequadas a eles. O programa e subsídios de apoio para a
catequese com os adultos devem estar de acordo com as orientações diocesanas (arts. 23 e
47).

Art. 26º - A participação nos grupos é condição essencial para a dinâmica catequética,
especialmente na 2ª etapa do processo catecumenal. A partilha da vida entre os
catequizandos a partir dos conteúdos programados, fundamentados na Palavra de Deus escrita
e vivida, favorece o amadurecimento da fé. Organizem-se grupos pequenos, para que o
catequista possa acompanhar de forma mais pessoal cada catequizando. Sempre que possível,
cada catequista limite-se a um único grupo de, no máximo, 15 catequizandos.

Art. 27º - Para iniciar a catequese sistemática nos grupos, somente para as crianças fica
determinada a idade mínima de nove anos completos. Antes desta idade, a criança deve ser
estimulada, junto com a sua família, a participar da comunidade paroquial que deve reforçar a
importância da família como primeiro ambiente catequético. A comunidade evangelizadora
deve se comprometer com a evangelização dessas famílias, orientá-las e dar-lhes o apoio e
estímulo necessários, procurando mostrar que é responsabilidade primeira da família dar
testemunho e transmitir os conhecimentos básicos da fé cristã.

Art. 28º - Os jovens que não tiveram um processo contínuo de caminhada catequética após
receberem a Primeira Comunhão Eucarística e que retornam à comunidade com o desejo de
participarem da catequese em vista do Sacramento da Crisma, devem ser acolhidos
independente da idade, e orientados sobre a importância de continuarem este processo.

Parágrafo único - Os catequistas devem procurar reforçar a 1ª etapa – Evangelização - e,


depois, devem continuar com o processo correspondente a 4ª e 5ª etapas do processo
catecumenal, conforme artigo 24.

Art. 29º - Constituem os principais critérios para o jovem receber o Sacramento da Crisma: o
seu desejo; o conhecimento doutrinal mínimo necessário, que deve ser assimilado; a sua
participação na comunidade e o seu compromisso como cristão, sinais do amadurecimento da
sua fé. A idade cronológica não deve ser o principal critério; porém, respeite-se uma idade
suficiente para assumir um compromisso maior com o anúncio da mensagem cristã e uma
participação mais comprometida com a transformação das realidades contrárias ao projeto de
Deus14.

13
CT, 15; CR, 130; DNC, 235 e CIC, cân. 775.
14
DNC, 312 e ss.
5

Art. 30º - O processo sistemático de educação da fé das crianças e jovens também deve ter
como princípio inspirador o catecumenato realizado nas cinco etapas subsequentes,
detalhadas no artigo 24. A mensagem evangélica deve ser proposta integralmente e de modo
gradual respeitando a hierarquia de verdades15. A catequese de iniciação cristã das crianças e
dos adolescentes deve ter como subsídio de apoio o programa indicado pela Coordenação
Diocesana de Catequese.

§ 1º - É previsto que o sacramento da Eucaristia seja ministrado após a 3ª etapa de


catequese e o da Confirmação ou Crisma após a 5ª etapa. Porém, isto não constitui regra
geral, pois depende da avaliação de como o processo está sendo vivenciado pelos
catequizandos. A participação na vida comunitária, nas missas e em outros momentos
importantes da liturgia, a prática da caridade, a convivência fraterna, a disponibilidade para
partilhar constituem aspectos mais concretos que podem auxiliar na avaliação da maturidade
da fé dos catequizandos.

§ 2º - Os sacramentos só devem ser ministrados após a participação nas etapas propostas. O


catequista deve ter o controle da frequência dos catequizandos aos encontros, deve estar
atento ao comportamento deles no relacionamento entre si, no convívio do grupo, na família,
na comunidade ou em outros ambientes. Daí a importância de o grupo ser motivado, durante
o processo, a práticas e ações variadas através das quais o catequista poderá avaliar se os
valores cristãos estão sendo assumidos. Supõe-se que para uma determinada ação proposta se
manifeste um comportamento que seja sinal do amor cristão. A catequese fé-vida, ao mesmo
tempo em que contribui para fortalecer a adesão ao Projeto de Deus, pode ser um meio
importante para o catequista avaliar os catequizandos no seu compromisso de ser sal,
fermento e luz onde estiverem.

Art. 31º - A catequese dos adolescentes e dos jovens, também realizada em etapas e em
grupos, deve dar seguimento ao processo catequético iniciado na infância. Quando o processo
de iniciação cristã começa na em etapas e em grupos, deve dar seguimento ao processo
catequético adolescência ou na juventude, a comunidade catequizadora deve inserir o
catequizando num grupo na mesma situação e da mesma faixa etária, respeitando as etapas
propostas.

§ 1º - As paróquias tenham programas próprios para as diferentes etapas da catequese, que


estejam de acordo com as propostas da coordenação diocesana e usem a Bíblia como fonte
principal, com o objetivo de formar comunidade de fé e alimentar a identidade cristã 16.

§ 2º - O processo de inserção comunitária dos catequizandos continue após a recepção dos


sacramentos. A comunidade deve se organizar para que os catequizandos continuem a
caminhada, animando - os com ações que os envolvam cada vez mais, dando - lhes um
protagonismo de acordo com a idade, interesses e carismas.

§ 3º - A catequese dos jovens é fortalecida pelas programações do Setor Juventude e da


Pastoral da Juventude através dos encontros e atividades propostas em âmbito diocesano. Os
jovens catequizandos devem ser estimulados a participar destes momentos de evangelização,
especialmente aqueles que já receberam os sacramentos. A comunidade evangelizadora e os
catequistas devem ajudar estes jovens a perseverarem no seguimento de Jesus motivando-os a
uma participação mais ampla.
15
DNC, 105 f; 129 e ss.; e 217.
16
DNC 108 e ss.
6

Art. 32º - Além da Bíblia, a liturgia é fonte privilegiada de catequese 17, por isso o presidente
da celebração deve valorizar a dimensão catequética da liturgia 18. O programa de catequese,
por sua parte, deve levar em conta o tempo litúrgico e destacar sua tarefa mistagógica, isto é,
deve educar para a celebração do Mistério de Cristo19.

Art. 33º - A participação em grupos 20, associações, movimentos, escolas e universidades


católicas não substitui a catequese paroquial orgânica e sistemática. No processo
evangelizador estes grupos e instituições devem motivar os adultos, jovens, adolescentes e
crianças para o seguimento de Jesus e firmar no caminho do discipulado. A participação
como membro da Igreja e da comunidade paroquial, assumindo um compromisso com ela,
inserindo-se na catequese independente de ter recebido ou não os sacramentos, é uma
resposta madura e positiva ao anúncio recebido. Portanto, o ensino religioso escolar é muito
positivo como estímulo ao discipulado, mas não é catequese 21 na medida em que acontece
desvinculado da comunidade paroquial da qual o catequizando deve sentir - se parte.

Parágrafo único - As paróquias em cuja circunscrição haja instituições católicas de ensino


fundamental, médio ou superior, podem aceitar que estas sejam agentes de catequese
sistemática para seus alunos, atendidas todas as exigências seguintes:
a) seja realizada de acordo com as normas que este Diretório estabelece para a ação
catequética, especialmente com relação às etapas, à idade mínima para iniciar e a participação
nos grupos, aos programas e subsídios, à formação dos catequistas e ao seu objetivo de
inserção comunitária;
b) o pároco e a coordenação da catequese da paróquia à qual a instituição pertence, por
espaço geográfico, deverão se responsabilizar pelo acompanhamento desta catequese;
c) a catequese tenha por objetivo a inserção dos catequizandos e respectivas famílias na vida
comunitária da paróquia à qual pertencem, principalmente com a participação nas celebrações
litúrgicas e na missa dominical;
d) o catequizando deverá apresentar para a instituição de ensino da qual irá participar da
catequese uma carta assinada pelo pároco de sua paróquia de origem. Esta carta, além de
apresentar o catequizando demonstrando que o pároco está ciente da sua participação, deve
ser também um termo de compromisso que o catequizando assume com o pároco de
participar da comunidade, especialmente da missa dominical e celebrações significativas. A
catequese realizada na instituição de ensino deve incentivar a participação dos catequizandos
na vida de sua comunidade paroquial;
e) os catequistas que atuam nestas instituições procurem realizar a pastoral orgânica com
outros serviços que auxiliam a paróquia da qual a instituição faz parte;
f) os catequistas que atuam nestas instituições devem ser exemplos de participação
comunitária. Portanto, devem participar das formações e encontros realizados na paróquia
responsável, como também dos encontros propostos pela coordenação foranial e diocesana da
catequese;
g) os sacramentos deverão ser ministrados na comunidade paroquial da qual o catequizando
participa.

17
DNC, 115 e ss.
18
DNC, 120 e ss.
19
DNC, 19.
20
DNC, 304 e ss
21
DNC, 54 e ss.
7

Art. 34º - Em qualquer situação, a catequese deve proporcionar adequado conhecimento da


fé, educação para a oração e a celebração, possibilidade de conversão e compromisso
comunitário, considerando o princípio de interação fé e vida22.

§ 1º - A preparação dos noivos para a vida matrimonial e dos pais e padrinhos para o início da
vida Batismal dos filhos e afilhados deve também atender a essas exigências. As orientações
diocesanas, no que se refere à catequese com os adultos, devem ser observadas. Para esta
ação catequética deve-se designar os melhores agentes, expressão esclarecida anteriormente
no artigo 25.

§ 2 ° - O pároco ou o vigário paroquial realize, pessoalmente, entrevista com cada um dos


noivos em separado, para os esclarecimentos devidos e motivação à Confissão sacramental 23
(art. 96).

§ 3º - Normalmente, os noivos iniciem a preparação para o Matrimônio na comunidade


paroquial pelo menos três meses antes da celebração. A participação em pelo menos seis
encontros com os conteúdos propostos pelo Diretório da Pastoral Familiar 24 é condição
essencial para a realização do Sacramento. A comunidade evangelizadora deve acompanhar o
processo procurando conhecer estes futuros casais, estimulando-os à vivência cristã e à
participação comunitária.

§ 4º - Nos casos em que um dos noivos não é batizado, se manifestar sincero desejo de tornar-
se cristão, deve iniciar a catequese nos grupos previstos para os adultos. A catequese
realizada, nestes casos, mantém o objetivo de inserir a pessoa na vida da comunidade
paroquial e, por isso, prolonga-se após o Batismo. O processo iniciado deve continuar após o
casamento, se, por qualquer motivo, a celebração do Matrimônio ocorrer antes da completa
preparação para o Batismo. A comunidade deve organizar um serviço de visitas e
acompanhamento aos jovens casais após a celebração do Matrimônio. O fato de preparar-se
para o Batismo não isenta os noivos da participação dos encontros preparatórios para o
Matrimônio (arts. 24 e 34, caput).

Art. 35º - O processo educativo catequético admite variedade de métodos, desde que a
linguagem e os meios didáticos utilizados sejam adaptados aos catequizandos e ao objetivo
do processo25. Periodicamente, cada paróquia deve prever encontros de catequistas para
avaliar e atualizar a sua organização e os métodos.

Art. 36º - É condição para o fiel assumir a missão de catequista a adequada formação nas
dimensões do ser, saber e saber fazer em comunidade26.

§ 1º - A formação do catequista deve ser feita inicialmente na paróquia, na Escola Paroquial


Básica. Vencida essa etapa, o catequista deve continuar sua formação na Escola Catequética
Diocesana. Contribuem também para a formação do catequista os cursos de teologia pastoral
para leigos aprovados pela Coordenação Diocesana de Catequese.

22
DNC, 85, 152 e ss.; e 275 a.
23
CIC cân. 1067.
24
CNBB, Diretório da Pastoral Familiar, 2005, doc. 79.
25
DNC, 150 e ss.
26
DNC, 261 e ss.
8

§ 2º - Os párocos e coordenadores de catequese encaminhem para o aprofundamento da


formação de catequistas apenas aquelas pessoas que satisfaçam as condições do art. 145; e
antes de admitir um fiel para exercer a missão de catequista, consultem os formadores a fim
de verificar se efetivamente tiveram aproveitamento satisfatório.

§ 3º - Avaliado o desempenho e a formação do catequista, a Assembléia Diocesana de


Catequese indicará os nomes de leigos e religiosos que estão em condições de assumir, de
modo estável e generoso, a missão de catequista. Reconhecendo a seriedade de uma
verdadeira vocação, o arcebispo poderá conferir aos indicados a dignidade do Ministério da
Catequese27.

2.2. LITURGIA (Celebração)

2.2.1. NORMAS GERAIS

A Liturgia é o exercício do múnus sacerdotal de Jesus Cristo, no qual, mediante sinais


sensíveis, é significada e, de modo peculiar a cada sinal, realizada a santificação do homem,
e é exercido o culto público integral pelo Corpo Místico de Cristo, cabeça e membros. Disto
se segue que toda celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote de seu Corpo que é a
Igreja, é ação sagrada por excelência, cuja eficácia, no mesmo título e grau, não é igualada
por nenhuma outra ação da Igreja28
“A liturgia não esgota toda a ação da Igreja" 29 , ela deve ser precedida da evangelização,
para que pela fé e pela conversão possa produzir vida nova segundo o Espírito e o
compromisso com a missão da Igreja.

Art. 37º - A Liturgia é essencialmente comunitária, por isso seja estimulada com grande
empenho a participação ativa, consciente, plena, piedosa, frutuosa, dos fiéis na ação sagrada,
o que inclui manifestações externas e o silêncio.

Art. 38º - O lugar por excelência da celebração dos Sacramentos é a igreja da comunidade,
onde acontecem os atos de culto. Fica proibida a celebração dos Sacramentos do Matrimônio
e Batismo em residências, salões, clubes e chácaras.

§ 1º - O espaço celebrativo deve contribuir para que a assembléia se manifeste na sua


unidade, em comunhão, compreendendo: o lugar para a assembléia se reunir; os pólos
celebrativos do altar, ambão e cadeira; ornamentação e imagens; capela do Santíssimo,
batistério e lugar de confissão sacramental.

§ 2° - O espaço onde se celebra o Sacramento deve ser digno e belo, sinal da beleza de Deus.
Evitem - se enfeites desnecessários. Os excessos desvalorizam os sinais principais. A
sobriedade da decoração favorece a concentração no mistério 30. Os objetos devem servir a
alguma finalidade na dinâmica da celebração. Evitem-se apresentar objetos artificiais.

§ 3º - Ao se projetar um espaço de celebração é bom ter presente a técnica, as formas, as


cores, a iluminação, a acústica. Para esta tarefa, deve-se consultar a Comissão Diocesana de
27
DGC, 221b e 231b; DNC 14j; 232; 236 e 245.
28
Cf. Concílio Vaticano II, Const. Sacrosanctum Concilium, n. 7.
29
Idem, n. 9.
30
CNBB, Guia Litúrgico-Pastoral, n. 10b, 2006.
9

Bens Culturais e Arte Sacra, para que o espaço celebrativo a ser construído possa expressar
em todo o seu conjunto sua função simbólico-espiritual da Igreja peregrina e da Jerusalém
Celeste.

Art. 39º - A música litúrgica expressa o mistério de Cristo e a sacramentalidade da Igreja 31.
Seja escolhida segundo os seguintes critérios:
1. esteja intimamente ligada à ação litúrgica a ser realizada, quer exprimindo mais
suavemente a oração, quer favorecendo a unanimidade, quer, enfim, dando maior solenidade
aos atos sagrados (SC 112);
2. expresse-se na linguagem verbal e musical, no jeito da cultura do povo local,
possibilitando uma participação consciente, ativa e frutuosa dos fiéis;
3. leve-se em conta o tempo do ano litúrgico;
4. esteja em sintonia com os textos bíblicos de cada celebração;
5. esteja de acordo com o tipo de gesto ritual;
6. tenha um texto bíblico, ou inspirado na Bíblia, como também uma linguagem poética e
simbólica e um caráter orante, permitindo o diálogo entre Deus e seu povo;
7. não se usem melodias que já revestiram outros textos não litúrgicos.

Art. 40º - Em todas as celebrações dos Sacramentos, os instrumentos devem servir para
acompanhar, sustentar, embelezar e jamais abafar a voz da assembléia.

Art. 41º - Considerando a dignidade dos Sacramentos, os fiéis observem a sobriedade e a


modéstia das vestes, especialmente nas Ordenações, no Batismo, na Crisma e no Matrimônio.

Art. 42º - Os profissionais ou amadores da área de fotografia e filmagem sejam orientados


sobre o sentido da celebração. Em todos os momentos, haja a devida discrição e respeito,
evitando assim todo e qualquer movimento que leve à dispersão32.

Art. 43º - Todo Sacramento tem sua fonte e expressão no Mistério da Morte e Ressurreição
do Senhor. É preciso celebrar este mistério de Cristo dentro do tempo litúrgico, fazendo
memória da caminhada do Povo de Deus, atualizando o fato histórico da salvação dentro dos
acontecimentos sociais, políticos, culturais que marcam a vida da comunidade.

§ 1º - Salvo em caso de necessidade, não sejam celebrados Batismo, Crisma, Ordenação e


Matrimônio no tempo da Quaresma.

§ 2º - O mistério de Cristo celebrado nos domingos, festas de preceito e nas solenidades tem
precedência sobre outros acontecimentos.

2.2.2. - DA CELEBRAÇÃO DOS SACRAMENTOS

Art. 44º - São exigências fundamentais aos que querem receber os Sacramentos33:

1. participação nas missas e celebrações da palavra aos domingos e dias santos;


2. participação nas atividades pastorais de sua paróquia;
3. participação na preparação oferecida pela paróquia;
4. devolução regular do dízimo, como testemunho de fé e participação na comunidade;
31
CNBB, Guia Litúrgico-Pastoral.
32
CNBB, Guia Litúrgico-Pastoral, n. 2i, p. 62.
33
Observe-se tudo o que dispõe o CIC, em seus cânones 840 e seguintes.
10

Parágrafo único - A transferência para outra paróquia só será aceita por motivo justo e com
autorização por escrito do pároco da paróquia de origem.

I - BATISMO

O Batismo é o Sacramento fonte da vida cristã. Por ele a pessoa é incorporada à Igreja,
corpo de Cristo, e se torna participante do sacerdócio de Cristo34.

Art. 45º - A apresentação da certidão de nascimento do batizando é exigência fundamental


para o Batismo, além do cumprimento das exigências dos artigos 34 e 44.

Art. 46º - O Batismo deve ser realizado, de preferência, dentro da celebração eucarística com
a participação da comunidade. Neste caso, observe-se o espaço celebrativo na sua
administração e sejam divulgados previamente a data e horário do Batismo.

Art. 47º - Conforme antiga tradição, aconselha-se a realização de batizados no Tempo Pascal,
após a preparação durante a Quaresma. Evite-se celebrar o Batismo e a Crisma durante o
tempo da Quaresma, exceto quando a vida do batizando esteja em risco (CIC cc. 865, §2, e
868, §2).

Parágrafo único - Merece especial atenção neste período o Batismo de adultos, conforme as
orientações do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA), em sua preparação, celebrações
e realização (art. 24).

Art. 48º - Em caso de dúvida a respeito da existência ou validade do Batismo seja conferido
"sob condição"35

§ 1º - São válidos os batizados nas seguintes igrejas, embora não estejam em plena comunhão
com a Igreja católica-romana:

a) igrejas orientais ortodoxas;


b) igrejas vétero-católicas;
c) Igreja Episcopal do Brasil ("Anglicanos");
d) Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB);
e) Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB);
f) Igreja Metodista.

Os batizados nessas confissões que desejarem participar da Igreja católica devem ser
admitidos à plena comunhão sem necessidade de novo Batismo.

§ 2 ° - Quando há garantias de que a pessoa foi batizada segundo o rito prescrito, não se pode
rebatizar, nem sob condição, os fiéis batizados nas igrejas:

a) Presbiteriana;
b) Batista;
c) Congregacionista;
d) Adventista;
34
Catecismo da Igreja Católica, n. 1279.
35
Para outros casos, conferir CIC cân. 869.
11

e) Exército da Salvação (este grupo não costuma batizar, mas quando o faz, realiza-o de
modo válido quanto ao rito);
f) a maioria das igrejas pentecostais (Assembléia de Deus, Congregação Cristã do Brasil,
Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Deus é Amor, Igreja Evangélica Pentecostal "O
Brasil para Cristo").

§ 3º - Há igrejas de cujo Batismo se pode prudentemente duvidar e, por essa razão, requer-se,
como norma geral, a administração de um novo Batismo, sob condição. Essas igrejas são:

a) Pentecostal Unida do Brasil (esta igreja batiza apenas "em nome do Senhor Jesus", e não
em nome da SS. Trindade);
b) " igrejas brasileiras "36.

§ 4º - Com certeza, batizam invalidamente:

a) Mórmons (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias);


b) Testemunhas de Jeová;
c) Ciência Cristã.

Art. 49º - Quem não recebeu o Batismo não pode ser admitido validamente aos outros
sacramentos37, salvo em caso de Matrimônio (art. 34, § 4º).

Art. 50º - Para que alguém seja admitido a assumir o encargo de padrinho ou madrinha, é
necessário:

a) a intenção de cumprir com esse encargo;


b) a idade suficiente de 16 anos;
c) a maturidade crista, ou seja, ser católico, confirmado, ter recebido a Primeira Comunhão
Eucarística e levar uma vida de acordo com a fé e o encargo que vai assumir.

Art. 51º - Não podem ser admitidos como padrinhos:


a) os cônjuges que são impedidos de receber ou não querem receber o sacramento do
Matrimônio;
b) o pai ou a mãe do batizando;
c) os que não estão em plena comunhão com a Igreja Católica;
d) os batizados pertencentes a uma comunidade eclesial não-católica, somente serão
admitidos junto com um padrinho católico, e apenas como testemunhas do Batismo.

Art. 52º - O pároco deve cuidar diligentemente que todo Batismo seja devidamente
registrado no livro próprio da paróquia e no livro-cópia a ser encaminhado ao arquivo da
cúria.

Parágrafo único - No mesmo livro devem ser anotados, à margem de cada registro, a Crisma,
o Matrimônio, a nulidade matrimonial, a profissão religiosa e a Ordenação, conforme o caso.

36
Embora não se possa levantar nenhuma objeção quanto à matéria ou à forma empregadas pelas
“Igrejas Brasileiras”, pode-se e deve-se duvidar da intenção de seus ministros; cf. Comunicado Mensal
da CNBB, setembro de 1973, p. 1227, c, n. 4; cf. também Guia Ecumênico, verbete “Brasileiras, Igrejas”.
37
Cf. CIC, 842, § 1.
12

Art. 53º - A paróquia deve ter livro próprio para registro de batizados validamente em outras
igrejas e admitidos à plena comunhão da Igreja católica, conforme o ritual prescrito no RICA.

Art. 54º - Se o Batismo não tiver sido ministrado pelo pároco, nem em sua presença, o
ministro do Batismo, quem quer que seja, deve informar da celebração ao pároco da paróquia
em que foi administrado, para que este o registre38.

Art. 55º - Para sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (art. 37 e
ss).

II - CRISMA OU CONFIRMAÇÃO

A Crisma ou Confirmação aperfeiçoa a graça batismal é o Sacramento que dá o Espírito


Santo para enraizar os batizados mais profundamente na filiação divina. incorporá-los mais
firmemente a Cristo, tornar mais sólido a vinculação deles com a Igreja, associá-los mais à
missão e ajudá-los a dar testemunho da fé cristã pela palavra acompanhada das obras39.

Art. 56º - A celebração da Crisma deve ser verdadeira festa da comunidade, e, sempre que
possível, seja ministrada durante a celebração eucarística. Não seja celebrada Crisma no
tempo da Quaresma.

Parágrafo único - Sendo a Crisma o "sacramento da maturidade cristã", não sejam admitidos
a ela os crismandos que, apesar de terem cumprido o tempo normal da catequese, não
apresentam ainda sinais desta maturidade, nem engajamento comunitário (art. 29).

Art. 57º - A equipe de liturgia deve envolver os pais e padrinhos na celebração, evitando-se a
participação dos crismandos na proclamação das leituras bíblicas e nos serviços do altar.

§1º - Sobre os padrinhos e madrinhas, vale a mesma orientação sobre o Batismo nos artigos
50 e 51. Ainda, evite-se convidar o namorado ou noivo para padrinho e a namorada ou noiva
para madrinha, alguém mais jovem do que o crismando ou outras pessoas que não preenchem
os requisitos necessários para exercer essa função.

§ 2° - É conveniente que se assuma como padrinho ou madrinha a mesma pessoa que


assumiu esse encargo no Batismo.

Art. 58º - Evitem-se grupos numerosos de crismandos, para que a celebração não fique
prejudicada. Grupos pequenos facilitam a participação ativa, consciente e frutuosa. Na
medida do possível, haja um encontro prévio entre os crismandos e o bispo celebrante.

Art. 59º - Haja nas paróquias livro-registro especial de Crisma.

Art. 60º - Para sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (art. 37 e
ss.).

III - EUCARISTIA

38
Cf. CIC, cân. 877.
39
Catecismo da Igreja Católica, n. 1316.
13

A Eucaristia é a fonte e o ápice de toda a vida cristã. Nela se celebra o memorial da morte e
ressurreição de Cristo, presente sob as espécies do pão e do vinho. A Eucaristia é, ainda,
sacrifício e ceia partilhada em culto de ação de graças40.

Art. 61º - Sendo a comunidade eclesial o sujeito da ação eucarística, como povo sacerdotal, o
presbítero serve a este povo e preside, na pessoa de Cristo, a assembléia celebrante. Esta
assembléia não deixa de ser hierarquicamente constituída, organizada. Além do ministro
ordenado, que preside a Eucaristia, há os ministérios dos leitores, cantores, instrumentistas,
acólitos, animadores etc.41.

Art. 62º - Na preparação imediata da Eucaristia, a equipe de liturgia deve observar o


seguinte:

a) quanto aos paramentos: estejam completos em todas as igrejas (sedes paroquiais) e bem
cuidados. Principalmente nas missas dominicais use-se a casula. Em concelebrações, o
presidente use a casula;
b) o silêncio na sacristia e no espaço celebrativo;
c) o clima de oração antes do início da celebração com algum refrão contemplativo.

Art. 63º - No Presbitério, haja espaço privilegiado para o altar, o ambão e a cadeira
presidencial.

§ 1º - O altar é o centro da ação de graças que se realiza pela Eucaristia 42; é a peça principal
da igreja, sinal da comunhão e da unidade:

a) seja de material nobre;


b) não se coloque nada na frente dele ou sobre ele. As coisas necessárias para a celebração
devem estar na credência;
c) evite-se presidir do altar (na frente ou atrás dele). O lugar da presidência é a cadeira
presidencial;
d) a toalha não cubra sua frente, mas apenas suas laterais; não há necessidade de ser da cor
dos diversos tempos litúrgicos.

§ 2º - O ambão é o “lugar elevado”, fixo, bem disposto e nobre que corresponde à dignidade
da Palavra de Deus, em íntima proporção e harmonia com o altar:

a) haja apenas um de onde se fazem as leituras bíblicas, o Salmo Responsorial, a homilia;


também as preces dos fiéis e o precônio pascal (Exultet na Vigília Pascal) podem ser feitos do
ambão;
b) o animador (comentarista) tenha uma estante simples e discreta, inferior ao ambão, caso
precisar (não é conveniente que usem o ambão outras pessoas, como o comentarista, o cantor,
o dirigente do coro).

§ 3º - A cadeira presidencial manifesta a sua função que é presidir a assembléia e dirigir a


oração. Deve, por isso, estar num lugar que facilite a comunicação, que seja visível e não se

40
Idem, n. 1406-1410.
41
Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, n. 29.
42
Cf. Introdução Geral do Missal Romano, n. 296-308.
14

pareça com um trono43. Não deve ser colocada escondida atrás do altar, nem na frente, de
modo a encobri-lo.

Art. 64º - A "introdução" à missa é formada por um conjunto de ritos chamados ritos iniciais.

§ 1º - O canto de abertura tem a função de promover a união da assembléia, pela união de


vozes e corações no encontro com o Ressuscitado; introduzir no mistério do tempo ou festa
litúrgica e acompanhar a procissão de entrada. Observe-se o seguinte:

a) nas celebrações festivas não deveria faltar o incenso;


b) o pároco deve aplicar uma das missas de domingo e dos dias de preceito na intenção do
povo, sem cobrar espórtula pelas intenções particulares (CIC cân. 534, §1º);
c) após o canto, o presidente inicia a celebração com as palavras bíblicas: Em nome do Pai...
A graça de NSJC... 44;
d) as intenções das missas devem ser lidas após o canto de abertura, a saudação inicial e o
sinal da cruz45.

§ 2º - Rito penitencial é o apelo da assembléia ao amor misericordioso do Cristo, seu


Senhor:

a) deve ser precedido por uma motivação e breve silêncio;


b) pode ser substituído pela aspersão com água, lembrando nosso Batismo (no tempo pascal)
e nossa conversão (nos outros tempos litúrgicos);
c) não substitui o perdão sacramental da confissão.

§ 3º - Glória é um hino pelo qual "a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica
a Deus Pai e ao Cordeiro"46. Quando for cantado, observe-se o seguinte:

a) constitui um hino cristológico, não trinitário;


b) devem ser evitados os glórias abreviados;
c) não deve ser substituído por qualquer outro hino de louvor.

§ 4º - A Oração da coleta conclui os ritos iniciais:

a) é precedida de um pequeno silêncio para se tomar consciência de estar na presença de


Deus e para fazer, no próprio íntimo, sua oração pessoal;
43
Idem, n. 310.
44
É importante que não se diga nenhuma palavra antes disso: nem “bom dia” ou “boa noite”, nem
comentários ou introduções. Somente após a saudação, conforme orientação do Missal, o presidente
poderá fazer sua monição: dar as boas vindas, situar a celebração do tempo litúrgico, motivar à
vivência do mistério.
45
Convém adaptar o costume de ler as “intenções” antes do canto de abertura. Corresponde melhor
ao sentido litúrgico distribui-las nos diversos momentos orantes da comunidade:
a) as intenções de ação de graças, lembrá-las antes de começar o Prefácio, após o diálogo entre
presidência e assembleia. É o início da oração eucarística;
b) as intenções pelos mortos, lembrá-las no momento dos mortos, dentro da oração eucarística. Como,
em geral, são muitas, pode-se fazer menção apenas às de 7º dia. As demais, colocá-las numa pequena
cesta que será trazida para o altar na procissão de entrada ou junto com as oferendas;
c) outras intenções podem ser lembradas nas preces dos fiéis.
46
Cf. Introdução Geral do Missal Romano, n. 31.
15

b) é oração presidencial e não deve ser lida em voz alta pela assembléia.

Art. 65º - Liturgia da Palavra é a primeira parte da Missa, "mesa da Palavra de Deus". A
proclamação da Palavra de Deus na Assembléia reunida é "sacramento" da presença de
Cristo. O anúncio torna atual, para nós, hoje, os acontecimentos do passado, suscita a fé e a
ação de graças, dispõe a renovar a Aliança, confirma a Esperança de que as promessas de
Deus se realizarão, admoesta e exorta, instrui e impele à ação.

§ 1º - Quanto aos Livros Litúrgicos, observem-se as seguintes orientações:

a) sejam bem conservados, limpos, sem folhas rasgadas;


b) use-se o Missal para a celebração da Missa, nunca um folheto qualquer,
c) use-se o Lecionário para as leituras bíblicas. Evite-se proclamar a Palavra de Deus de um
folheto ou de outro subsídio qualquer. A rigor, não é necessária a Bíblia nos atos litúrgicos da
Missa;
d) substitua-se a introdução da Bíblia no início da Liturgia da Palavra pela procissão solene
do Evangeliário, no momento oportuno. Dê se destaque a ele ou ao Lecionário e seja usado
em todas as Missas dominicais paroquiais e solenes.

§ 2º - Em todo rito, a Palavra se conjuga com o silêncio. Momentos de silêncio após as


leituras, o Salmo e a homilia, fortalecem a atitude de acolhida à Palavra. O silêncio é
momento em que o Espírito torna fecunda a Palavra no coração da comunidade.

§ 3º - Os leitores sejam bem orientados quanto à apresentação pessoal (postura, veste,


asseio...), comunicação (gesto, proclamação, calma, dicção, uso do microfone...) e atitude
espiritual:

a) institua-se o ministério dos leitores;


b) o leitor inicia a proclamação da Palavra dizendo o nome do livro e introduzindo assim a
leitura. Ao terminar, dirá: "Palavra do Senhor”;
c) são sugestivas as leituras dialogadas, quando os textos o permitem. As encenações também
são permitidas, desde que os textos proclamados sejam fiéis ao texto bíblico.

§ 4º - A aclamação ao Evangelho consta do Aleluia e do verso correspondente que se


encontra no Lecionário. Este verso, em geral, é tirado do próprio Evangelho que será
proclamado ou estará em sintonia com ele. Daí a sua importância em ser proclamado ou
cantado, pois prepara a assembléia para a proclamação do Evangelho.

§ 5° - A homilia, normalmente feita pelo presidente, faz parte da liturgia e é muito


recomendada, inclusive nos dias de semana; é, de fato, necessária para alimentar a vida cristã.
O presidente, em momentos especiais e com discrição, pode convidar a assembléia a partilhar
a Palavra proclamada.

a) A homilia, conversa familiar, interpreta as leituras bíblicas a partir da realidade atual, tendo
o mistério de Cristo como centro do anúncio e fazendo ligação com a liturgia eucarística -
dimensão mistagógica, e com a vida - compromisso e missão;
b) não deve durar mais do que 15 (quinze) minutos. Seja bem preparada e bem clara, a partir
da Palavra que foi proclamada.
16

§ 6° - As Preces podem ser proclamadas do ambão, uma vez que estão intimamente ligadas à
Liturgia da Palavra; as invocações devem ser feitas diretamente para Deus ou para Jesus
Cristo.

Art. 66º - A Liturgia Eucarística é a segunda parte da Missa, estreitamente unida à primeira,
de modo a formar um único ato, "mesa do Corpo de Cristo".

Parágrafo único - A preparação ou apresentação das oferendas deve observar o seguinte:

a) na procissão das oferendas levam-se o pão, o vinho e a água;


b) podem ser convidadas para compor a procissão: mulheres, lavradores, operários,
catequistas, aniversariantes e outros, conforme as circunstâncias;
c) seguindo uma prática cultural, algumas mulheres durante a celebração, podem preparar a
mesa eucarística: trazendo a toalha, amara vela, flores, arranjos etc.;
d) não deve haver um pão - ou hóstia - e um prato diferente para o padre. Mesmo em se
usando hóstias, todas deverão ser colocadas num único recipiente (prato, cesta, etc.). A
unidade dos dons simboliza a unidade do corpo do Senhor47. Se houver hóstias pequenas e
grandes, que o padre não seja a única pessoa a comer da hóstia grande;
e) a preparação das oferendas é um momento significativo para se trazer o dinheiro da coleta
e de outras doações para o sustento da comunidade ou para ajudar pessoas que estejam
passando necessidade (comida, remédios, material de construção...); não é o momento para a
entrega do dízimo; oferte-se somente o que vai ser doado;
f) o canto para acompanhar as oferendas pode ser omitido quando não há procissão. Este
momento pode ser acompanhado pelo silêncio ou por uma peça instrumental meditativa.

Art. 67º - A Oração Eucarística ou oração de ação de graças e de santificação é o momento


central e culminante de toda a celebração.

Parágrafo único - Inicia - se pelo Prefácio e termina com a doxologia "Por Cristo...". É
presidencial, com respostas da assembléia. Não é lícito aos diáconos e leigos proferir as
orações, especialmente a oração eucarística ou executar as ações próprias do sacerdote 48.

a) O "Santo" deve ser sempre cantado, por ser a aclamação mais importante da Missa. Evitar
melodias com a letra litúrgica adulterada ou incompleta;
b) as Orações Eucarísticas não podem sofrer correções ou interpolações durante a celebração
por parte do presidente e concelebrantes;
c) nas missas concelebradas, os padres rezam em voz baixa, permitindo que sobressaia a voz
do presidente. Este, como que "orienta" a oração de todos;
d) compete a quem preside, pelo seu tom de voz, pela atitude pelos gestos, pelo semblante e
pela autenticidade, elevar ao Pai louvor e a oferenda pascal de todo o povo sacerdotal, por
Cristo, no Espírito - a doxologia. O amém final, que merece a mesma exultação, é a
assinatura do povo à prece que o ministro ordenado, em nome da Igreja inteira, elevou a
Deus. Pelo menos aos domingos e dias de festa merece ser cantada.

Art. 68º - A celebração eucarística é um banquete pascal. Convém que os fiéis,


devidamente preparados, recebam o Corpo e Sangue como alimento espiritual.

§ 1º - Nos Ritos da Comunhão, observe-se o seguinte:


47
Introdução Geral do Missal Romano, n. 293.
48
Cf. CIC, cân. 907.
17

a) o Rito da Paz é um gesto simbólico, de passagem, que não permite demora. Não precisa ser
cantado. O ideal é exprimir o amor mútuo apenas entre os que estão próximos, valorizando
profundamente o gesto e passar para o próximo rito que é a fração do pão, com o canto do
"Cordeiro";
b) o gesto da fração do pão é feito enquanto se canta o "Cordeiro";
c) a comunhão sob as duas espécies: sejam os fiéis orientados diligentemente para receberem
o Corpo e o Sangue do Senhor;
d) é prática tradicional distribuir aos fiéis hóstias consagradas, depositadas no tabernáculo.
Porém, "é muito recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias
consagradas na mesma Missa...."49;
e) o canto de comunhão inicia-se com a distribuição da comunhão e termina quando acaba a
distribuição;
f) após a comunhão, recomenda-se o silêncio litúrgico, enquanto os ministros fazem a
purificação dos vasos sagrados;
g) todos se colocam de pé para a oração final, o encerramento do Rito Eucarístico.

§ 2 ° - Não devem ser admitidos à comunhão: os excomungados e os interditados e outros


que obstinadamente persistem no pecado grave manifesto50.

Art. 69º - Os Ritos Finais obedeçam ao seguinte procedimento:

a) após a Oração Final, todos se assentam para os avisos paroquiais, homenagens,


encaminhamentos da comunidade, canto do padroeiro ou outro (se for oportuno);
b) os avisos devem ser escritos de modo claro e conciso em um caderno próprio; cabe ao
presidente da celebração dar os avisos; evitem-se avisos profanos;
c) seguem-se a bênção final e a despedida da assembléia;
d) enquanto a assembléia se dissolve, depois que o presidente se retira, canta-se um refrão ou
canto.

Art. 70º - Para a celebração da "Missa de corpo presente", leve-se em conta a disponibilidade
do presbítero e o aproveitamento pastoral dos familiares. A celebração ocorra somente nas
igrejas ou no local onde a comunidade se reúne habitualmente para o culto sagrado. A
celebração eucarística em sufrágio dos fiéis defuntos seja nos horários e datas habituais da
comunidade.

Art. 71º - Em respeito ao verdadeiro sentido e às exigências da Eucaristia, evite-se celebrá-la


em eventos de cunho exclusivamente "oficial", "social" e "reivindicatório". Prefira-se a
Celebração da Palavra ou outra prece apropriada. As missas de formatura sejam celebradas
apenas nas igrejas ou lugar onde habitualmente a comunidade cristã se reúne e sejam
precedidas de adequada preparação.

Art. 72º - Aos domingos e dias de preceito todas as comunidades realizem a celebração
eucarística em horário adequado aos fiéis 51 (art.64, §1º, b); e 219). Aos domingos e dias de
preceito o bispo diocesano e os párocos devem celebrar a Missa pelo povo.

49
Introdução Geral do Missal Romano, n. 56.
50
Cf. CIC, cân. 915.
51
CIC, cân. 388, § 1º e cân. 534, § 1º.
18

Art. 73º - Sobre as transmissões da Missa pela TV, seguem algumas proposições, frutos do
Encontro sobre o assunto promovido pelo Setor de Comunicação e Dimensão Litúrgica da
CNBB no ano 2000:
a) o mistério pascal presente na celebração litúrgica seja devidamente realçado;
b) principalmente por este motivo não se devem transmitir Missas gravadas;
c) é preciso ter cuidado especial com a linguagem para que as transmissões não reforcem ou
criem uma recepção ou uma prática de sentido mítico/mágico;
d) as transmissões valorizem uma imagem de Igreja comprometida com a comunidade e com
a sociedade e de acordo com as seis Dimensões da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil;
e) privilegiem-se celebrações em que se torne visível o testemunho da caminhada das
comunidades na fé celebrada e vivida;
f) a fim de garantir a necessária qualidade técnica e competência televisiva, os responsáveis
pela missa na/de TV promovam a adequada formação litúrgica de todos os envolvidos em sua
produção e transmissão;
g) assistir a transmissão da Santa Missa pela TV não substitui a participação na Missa de
preceito.

Parágrafo único - Tendo presente que "a liturgia não esgota todas as atividades da Igreja" 52, é
importante incentivar alternativas evangelizadoras e catequéticas, através de vários formatos
que a TV oferece: novelas, clipes, informativos, debates e outros.

Art. 74º - Para sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (arts. 37
es e ss.).

a) Culto Eucarístico fora da Missa53

Art. 75º - A celebração da Eucaristia no sacrifício da Missa é a origem e o fim do culto que
lhe é prestado fora da Missa. Do costume de conservar as sagradas espécies para a santa
comunhão, especialmente dos enfermos, originou - se a devoção da adoração ao Santíssimo
Sacramento.

§ 1º - É costume tradicional da Igreja venerar o Santíssimo Sacramento. Nele, o Cristo


Senhor, como alimento, não deve deixar de ser adorado. É bom e salutar para o povo de Deus
que as comunidades criem oportunidades para a adoração ao Santíssimo.
§ 2 ° - A exposição da Santíssima Eucaristia, feita com o cibório ou ostensório, deve levar à
íntima união com Cristo; união que alcança o seu ápice na comunhão sacramental.
§ 3 ° - Durante a exposição do Santíssimo, proíbe-se a celebração da Missa no mesmo
recinto. Também se proíbe a adoração ao Santíssimo durante a celebração eucarística.
§ 4 ° - O Ministro da exposição do Santíssimo Sacramento e da bênção eucarística é o
sacerdote ou o diácono; em circunstâncias especiais, apenas da exposição e reposição, mas
não da bênção, é o acólito, um ministro extraordinário da sagrada comunhão, ou outra pessoa
delegada pelo ordinário local54.
§5º - Diante do Santíssimo exposto, faz-se genuflexão simples.
§ 6 ° - Na exposição do Santíssimo com ostensório, acendem-se quatro ou seis velas. Usa-se
também incenso. Na exposição com o cibório haja ao menos duas velas e pode-se usar
também o incenso.
52
Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, n. 9.
53
Cf. Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, A Sagrada Comunhão e o Culto
do Mistério Eucarístico fora da Missa, promulgado pela CNBB em 6/5/75.
54
Cf. CIC, cân. 943.
19

§ 7º - A exposição do Santíssimo seja organizada de tal modo que, antes da bênção, se


dedique tempo ao Cristo Senhor: leitura da Palavra de Deus com homilia ou breves
exortações; cantos em resposta à Palavra, preces e oração silenciosa prolongada por algum
tempo. Se houver mais tempo, pode-se celebrar também alguma parte da Liturgia das Horas.
Pode-se alternar os gestos de ajoelhar, sentar-se, ficar de pé, conforme as situações sugerirem.
§ 8º - Ao término da adoração, procede-se à bênção, caso haja o sacerdote ou o diácono. Após
a bênção, o próprio sacerdote ou diácono repõe o Sacramento no tabernáculo, enquanto o
povo, se for oportuno, profere alguma aclamação.
§ 9 ° - Proíbe-se a procissão do Santíssimo, bem como a distribuição da comunhão durante a
adoração.

IV - PENITÊNCIA OU RECONCILIAÇÃO

O Sacramento da Penitência ou Reconciliação, chamado também Confissão, é o sinal do


perdão de Deus, por Jesus Cristo na sua vida, morte e ressurreição. Por ele, os fiéis se
reconciliam com Deus e com a Igreja.

Art. 76º - Este Sacramento inclui conveniente preparação que esclareça aos fiéis a respeito da
necessidade de reconhecerem-se pecadores, do arrependimento, do propósito da conversão e
da esperança do perdão, para viver a paz e a alegria da vida nova com Cristo na comunidade
Igreja.
§ 1 ° - O Sacramento distingue-se da "direção espiritual". Esta tem mais um caráter de
orientação, acompanhamento da pessoa em sua caminhada espiritual, na busca da realização
do seu projeto de vida. Quando a direção espiritual é feita por sacerdote, este pode dar a
absolvição, se julgar conveniente.
§ 2º - Não se pode dar a absolvição ao mesmo tempo a vários penitentes sem prévia confissão
individual, a não ser em casos especiais com a autorização do bispo. Neste caso, o fiel deverá
propor-se a confessar os pecados graves individualmente, antes de uma outra absolvição
geral55.

Art. 77º - Visto que a confissão individual é direito e obrigação dos fiéis, e comprovadamente
útil para o crescimento da fé, sejam estabelecidos claramente, em cada paróquia, local, dia e
horário para o seu atendimento. Os fiéis sejam estimulados à confissão frequente.

Parágrafo único - É direito do fiel escolher seu confessor e o lugar onde confessar, desde que
seja adequado à dignidade do Sacramento56.

Art. 78º - Aproveitem-se os tempos fortes do Ano Litúrgico: Quaresma, Advento, Festa do
Padroeiro e outros, para se oferecerem às comunidades especiais ocasiões de celebrar a
Penitência, com adequada preparação comunitária e oportunidade para confissão individual.
Prestem-se os presbíteros para ajudar seus colegas quando for grande o número de fiéis que
se apresentam para a Confissão, organizando mutirões.

Art. 79º - Insista-se sobre a necessidade permanente da mortificação e da penitência, como


virtudes, e explique - se o espírito da lei do jejum e da abstinência de carne.

Art. 80º - Seja valorizada ao máximo a escuta da Palavra tanto nas celebrações comunitárias
como nas celebrações com um só penitente.
55
Cf. CIC, cân. 961-963.
56
Cf. João Paulo II, Misericordia Dei, 9d.
20

Art. 81º - A evangelização deve levar-nos a superar a mentalidade meramente formal de


confissões, preocupadas apenas com a listagem de pecados. Elas devem ser expressão
celebrativa de uma mudança de rumo (conversão).

Parágrafo único - O sacerdote deve sugerir ao pecador ações corretivas bem concretas, que
realmente expressem sua mudança de vida e o fortaleçam no caminho de conversão.

Art. 82º - Dada a densidade bíblica e teológica incalculável da fórmula de absolvição, cuide-
se que ela seja pronunciada sempre com solenidade, clareza, unção, de forma orante, de tal
maneira que o penitente possa escutá-la com a máxima devoção. A palavra deve estar unida
ao gesto do confessor, que estende ao menos uma das mãos sobre o penitente.

Art. 83º - Também são práticas que favorecem os frutos de uma boa confissão: promover a
vida reconciliada; educar para a consciência de pecado; considerar a situação das pessoas;
favorecer a integração da penitência quotidiana e a celebração sacramental; recuperar a
realidade da conversão; promover a acolhida e o diálogo reconciliador; qualificar o encontro
interpessoal; qualificar a dimensão celebrativa; privilegiar a celebração comunitária;
promover outras formas penitenciais.

Art. 84º - As primeiras confissões sejam bem preparadas para se evitar o clima de medo,
nervosismo e ansiedade. É salutar que haja mais de uma oportunidade de confissão antes da
primeira comunhão eucarística.

Art. 85º - Para as celebrações comunitárias da penitência, há diversas formas de proceder:


a) celebração comunitária da penitência com confissão auricular e absolvição geral;
b) celebração comunitária da penitência com absolvição geral, apenas nos casos previstos
pelo CIC cc. 961 a 96357.

Art. 86º - Para sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (arts. 37 e
ss.).

V - UNÇÃO DOS ENFERMOS

O Sacramento da Unção dos Enfermos tem por finalidade conferir uma graça especial ao
cristão que está passando pelas dificuldades inerentes ao estado de enfermidade grave ou de
velhice.

Art. 87º - A Unção dos Enfermos não deve ser celebrada só em casos extremos, mas como
esperançoso Sacramento do perdão e de conforto para as pessoas idosas ou acometidas de
doença grave. Cada paróquia e cada comunidade tenham a equipe da pastoral dos enfermos. §
1ºO sacerdote é o ministro do Sacramento da Unção. § 2º - Aos leigos é vedado ungir os fiéis
com óleo.

Art. 88º - Em sinal de solidariedade para com o irmão se celebrar a Unção dos Enfermos com
a presença de membros da que sofre, procure comunidade.

Art. 89º - É aconselhável celebrar a Unção dos Enfermos de maneira comunitária em


algumas datas especiais, após a devida preparação espiritual e catequética.
57
Idem, 5.
21

Art. 90º - Para a sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (arts. 37
e ss.).

VI - ORDEM

O Sacramento da Ordem constitui alguns fiéis em ministros sagrados para, cada qual no seu
grau, exercerem a missão de ensinar, santificar e governar o Povo de Deus personificando -
os a Cristo-Cabeça.

Art. 91º - As Ordenações sejam celebradas, de preferência, na igreja catedral, na comunidade


de origem do ordenando como reconhecimento da generosidade de sua família e como
valiosa catequese e promoção vocacional, ou ainda, na comunidade onde exerceu sua
atividade pastoral.

Art. 92º- O bispo ordenante, em qualquer comunidade pertencente à Arquidiocese de Campo


Grande é o arcebispo ou seu auxiliar. Outro bispo convidado a presidir ordenação em
território da diocese deverá ter a legítima carta dimissória58.

Parágrafo único - O pároco da paróquia onde ocorreu a Ordenação deve encaminhar os


dados para que seja feita a devida anotação à margem do registro de Batismo (art. 52,
parágrafo único).

Art. 93º - Para a sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (arts. 37
e ss.).

VII - MATRIMÔNIO

O Sacramento do Matrimônio significa a união de Cristo com a Igreja. Concede aos esposos
a graça de amarem se com o mesmo amor com que Cristo amou a sua Igreja; a graça do
sacramento leva à perfeição o amor humano dos esposos, consolida sua unidade indissolúvel
e os santifica no caminho da vida eterna59.

Art. 94º - Para a habilitação para o Matrimônio exija-se o seguinte:


a) certidão recente do Batismo dos noivos e atestado de preparação;
b) declaração do Cartório de Registro Civil ou Certidão do Casamento civil;
c) processo de habilitação iniciado pelo menos noventa dias antes, a fim de verificar a certeza
de que não há impedimentos, de que há liberdade de consentimento e seja providenciada a
licença ou a dispensa canônica, quando for o caso;
d) a celebração seja na paróquia de um dos noivos; não sendo na paróquia de nenhum dos
dois, antes de marcar data e horário, os noivos sejam encaminhados à sua paróquia de origem
para a instrução do processo de habilitação e necessária autorização do pároco, por escrito;
e) quando a testemunha qualificada não for o pároco, este forneça, por escrito, a delegação
para outro ministro ordenado assistir ao matrimônio;
f) todo matrimônio deve ser registrado no livro próprio e averbado à margem do registro de
batismo de cada um dos noivos;
g) o processo matrimonial seja arquivado.

58
Cf. CIC, cân. 1020-1023.
59
Catecismo da Igreja Católica, n. 1661.
22

Art. 95º - Haja uma preparação adequada dos noivos para o Sacramento do Matrimônio.
Sobre isso, conferir ainda o artigo 34, §§ 1 ° a 4 °.

Art. 96º - Haja um diálogo do pároco com os noivos (art. 34, § 2º) sobre a celebração para
que esta seja uma verdadeira expressão de fé e amor, evitando-se assim a ostentação e os
exageros na decoração, nas fotos e filmagens. Os símbolos, cantos e músicas devem levar ao
mistério celebrado.

Art. 97º - São proibidas músicas populares durante a celebração, alheias ao sentido religioso
do Matrimônio (art. 39).

Art. 98º - Quando houver cerimonial, este deve estar em sintonia com as orientações do
pároco ou da equipe de celebração do Matrimônio.

Art. 99º - Para sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (arts. 37 e
ss.).

2.2.3. - CELEBRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS

"A Igreja se alimenta com o Pão da Vida na mesa da Palavra de Deus e do Corpo de
Cristo"60. Dessa forma, a Palavra de Deus é tão venerável quanto o Corpo Eucarístico de
Jesus Cristo. Comungamos da mesa da Palavra, assim como comungamos da mesa da
Eucaristia. É ação litúrgica reconhecida e incentivada pelo Concilio Vaticano II61.

Art. 100º - Entre as formas celebrativas que se encontram na tradição litúrgica, é muito
recomendada a celebração da Palavra de Deus. Através dela, as comunidades celebram o
mistério de Cristo em sua vida. Depois dos Sacramentos, ela é a forma mais importante de
celebrar62.

§ 1º - Onde não houver presbítero faça-se a Celebração da Palavra. Explique-se ao povo o


valor, a importância e o proveito dessas celebrações, bem como o dever de participar dessa
forma de culto.
§ 2º - Os Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística (MECES) e os catequistas
devidamente investidos, os religiosos e as religiosas, e os seminaristas maiores da teologia
são os legítimos ministros da Celebração da Palavra.

Art. 101º - A comunidade reunida em oração pelo poder do Espírito Santo, como povo
sacerdotal, deve tomar consciência de que anuncia e celebra o mistério pascal de Cristo, cada
vez que proclama os dois testamentos.

Art. 102º - Os fiéis sejam instruídos sobre o significado da assembléia dominical, sobre o
sentido da Celebração da Palavra de Deus e se proporcione uma adequada formação litúrgica
aos que nela desempenham serviços e ministérios.

60
Concílio Vaticano II, Dei Verbum, n. 21; Presbyterorum Ordinis, n. 4 e 18; Sacrosanctum Concilium, n. 48
e 51; Introdução Geral do Missal Romano, n. 8.
61
Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, n. 35. 4.
62
Cf. CNBB, Animação da Vida Litúrgica no Brasil (Doc. 43).
23

Art. 103º - Haja uma equipe de celebração com formação litúrgica que a prepare, anime e
integre os diversos serviços: do acolhimento fraterno, da presidência, da animação, do canto,
da proclamação das leituras e outros.

Art. 104º - No momento de preparar a celebração, a equipe considere os seguintes elementos:


situar a celebração no tempo litúrgico realidade; ler e refletir os textos bíblicos, procurando
sua mensagem central; prever os "comentários", as orações, os cantos, os gestos e as
expressões simbólicas a serem usadas. Após a elaboração do roteiro da celebração, distribuir
os serviços, visando a participação ativa da assembléia.

Art. 105º - A dignidade da Palavra de Deus requer, no espaço celebrativo, um lugar próprio
para sua proclamação. Convém que a "mesa da Palavra" ocupe lugar central.

Art. 106º - A mesma preocupação que se tem em preparar a celebração eucarística deve ser
dada à Celebração da Palavra, adaptando-se a ela todas as orientações que estão no
Sacramento da Eucaristia e nas Normas Gerais deste Diretório (art. 37 e ss.; e 61 e ss.).

Art. 107º - As celebrações dos sacramentos possuem um ritual próprio. No caso da


Celebração da Palavra não existe um ritual específico, mas não se deve simplesmente seguir
o esquema da Celebração Eucarística, omitindo algumas partes. É possível usar o roteiro
sugerido por folhetos litúrgicos ou o modelo proposto na página 51 deste Diretório (art. 108).

Art. 108º - Na Celebração da Palavra sejam valorizados os seguintes elementos: a reunião em


nome do Senhor; a proclamação e atualização da Palavra; a ação de graças; o envio em
missão63.

Parágrafo único - Respeitando a liberdade das comunidades, seja observado o seguinte


Roteiro de Celebração da Palavra64:

1. RITOS INICIAIS
* Acolhida das pessoas que chegam (Equipe de acolhida). Ensaio/Canto.
* Breve e comentário motivando à oração.
* Canto e Procissão de Entrada com símbolos (cruz, velas, Bíblia...).
* Sinal da Cruz e Saudação pelo presidente.
* Momento penitencial (pode ser como na Missa).
* Oração (intenções da comunidade).
2. LITURGIA DA PALAVRA
* Leituras Bíblicas.
* Salmo responsorial e Aclamação ao Evangelho.
* Homilia – partilha da Palavra.
* Profissão de Fé.
* Orações da Comunidade (oração dos fiéis).
3. PARTILHA ou OFERTA DA COMUNIDADE
* Onde não há distribuição de comunhão, este pode ser um bom momento para alguma
ação simbólica, como: partilha do pão, recebimento do dízimo, coleta de donativos. A
oferta e a partilha podem ser acompanhadas de um canto.
4. RITO DA COMUNHÃO
63
CNBB. Animação da Vida Litúrgica no Brasil (Doc. 43), n. 9.
64
Consultar também: CNBB, Doc. 52, Orientações para a Celebração da Palavra de Deus; e Subsídios da
CNBB – 3, Celebração da Palavra de Deus.
24

* Pai-nosso / Saudação da Paz.


* Comunhão.
5. MOMENTO DE LOUVOR
* Colocação das hóstias sobre o altar par aa comunhão.
* Momento de adoração. Entoa-se um refrão eucarístico.
* Hinos e orações de louvor (louvação, um salmo, um bendito, uma ladainha...).
6. RITOS FINAIS
* Oração final.
* Avisos.
* Canto final.
* Bênção final.

2.2.4. SACRAMENTAIS E OUTROS ATOS DE CULTO

Art. 109º - Os sacramentais são sinais sagrados que derivam do sacramento e se destinam à
santificação das diversas circunstâncias da vida pela súplica da Igreja 65. As diversas formas
de sacramentais são: bênçãos, consagração de objetos, lugares e pessoas, etc.

Art. 110º - Celebre - se em toda a arquidiocese o rito solene da dedicação das igrejas (CIC cc.
216 a 219).

Art. 111º - Além da liturgia dos sacramentos e sacramentais, a vida cristã se nutre de formas
variadas da piedade popular, enraizadas em suas diferentes culturas: veneração de relíquias,
visitas aos santuários, peregrinações, procissões, novenas, via-sacra, danças religiosas, o
rosário, as medalhas, etc.66.

§ 1º - Incentive-se a celebração da via-sacra, a adoração ao Santíssimo, a récita do rosário e a


participação nos grupos de família.
§ 2º - Explique-se aos fiéis o sentido das promessas feitas a Deus e quando estão dispensados
de cumpri-las.
§ 3° - Clero e lideranças procurem valorizar e, quando for o caso, purificar a religiosidade
simples do povo, fortalecendo assim a fé e a vida centrada em Cristo.

Art. 112º - Com respeito às bênçãos da inauguração de obras públicas ou particulares, esteja
atento o presbítero para não ser envolvido em promoções políticas, vaidades pessoais ou
cerimônias sem clima religioso. Muitas vezes, o ato de bênção poderá ser efetuado, com
maiores vantagens pastorais, em outra ocasião e de maneira sugerida pelo próprio presbítero.

Art. 113º - Onde é possível, estimule-se a participação do povo na Liturgia das Horas (LH),
especialmente no Oficio da Manhã e da Tarde. Além disso, o "Ofício Divino das
Comunidades" (ODC) é também uma ótima experiência de fazer chegar ao povo as riquezas
estruturais da LH de uma forma mais inculturada.

Art. 114º - As exéquias cristãs têm o sentido de celebrar a fé na ressurreição, suplicar para os
defuntos o auxílio espiritual e dar aos vivos o consolo da esperança. A presença da Igreja no
momento da morte de um fiel revela a preocupação dela com a pessoa de cada um nos
acontecimentos significativos da caminhada terrestre. Para tanto, observe se o seguinte:
65
Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, n. 60.
66
Catecismo da Igreja Católica, n. 1674.
25

a) a celebração siga o Rito das Exéquias e seja adaptada às circunstâncias;


b) podem ter exéquias as crianças que os pais tinham a intenção de batizar, mas que
morreram antes de receberem o Batismo;
c) em vista das necessidades, o leigo pode também celebrar as a exéquias;
d) a celebração seja um momento forte de evangelização dos vivos;
e) preparem-se pessoas, catequistas, ministros da Palavra ou outros para desenvolver a
Pastoral da Esperança mediante orações, leituras bíblicas e, eventualmente, uma catequese
adequada durante os velórios e após o sepultamento;
f) sendo a celebração da encomendação e das Missas de 7° e 30° dias momentos fortes de
evangelização, devem ser valorizados como ocasiões para recordar o sentido da vida, do
sofrimento, da morte e da vida eterna;
g) tenha-se o máximo cuidado com a liturgia da Palavra e com a homilia nessas celebrações
da Esperança e da Ressurreição; evitem-se elogios fúnebres.

2.2.5. - CULTO ECUMÊNICO E CELEBRAÇÕES INTER-RELIGIOSAS

Art. 115º - Quando for conveniente, os ministros católicos podem participar de cultos
ecumênicos e celebrações inter-religiosas.

§ 1º - O culto ecumênico e as celebrações inter-religiosas devem ser preparados em conjunto


pelos ministros celebrantes.

§2º - Quando todos os fiéis participantes da celebração forem católicos, não se realize culto
ecumênico, mas Celebração da Palavra, conforme as normas litúrgicas acima prescritas (arts.
100 e ss.).

§ 3º - Seja anualmente bem preparada e estimulada a celebração da Semana de Oração pela


Unidade dos Cristãos, no período que decorre entre o domingo da Ascensão e Pentecostes.

2.3. CARIDADE (Ação Social)

Jesus Cristo demonstrou especial predileção pelos pequenos e pelos pobres (cf. Mt 18, 1-
5.10; 25, 31 e ss.). A Igreja, continuadora da obra de Cristo, manifesta sua solicitude com os
mais necessitados e, guiada pela luz do Evangelho, oferece a sua contribuição para a
promoção da justiça e da paz (cf. GS 3), cooperando na construção do Reino. O amor mútuo
vivido na comunidade eclesial nasce da configuração a Cristo (cf. Jo 15,5; Gl 3, 27) e a fé
em Cristo se torna visível ao mundo pelas obras (cf. Tg 2,14).

Art. 116º - A ação social da Igreja é a expressão concreta do exercício organizado de sua
missão evangelizadora no serviço da caridade, que tem sua fonte e força em Jesus Cristo,
enviado do Pai67, que "veio para servir e não para ser servido" (Mt 20, 28).

Art. 117º - A ação social realizada pela e na arquidiocese tem por objetivo a promoção de
todos os que são diminuídos na sua dignidade de pessoa humana, independentemente de seu
credo religioso ou ideologia, raça ou cultura68.

Art. 118º - Atento à presença do Espírito e tudo fazendo por amor de Deus, o coordenador de
Pastoral da arquidiocese e seus auxiliares, responsáveis pela indicação e escolha de agentes
67
Apostolicam Actuositatem, 4.
68
Apostolicam Actuositatem, 8.
26

para os diversos serviços da caridade, observem o seguinte: o agente de pastoral é aberto e


cordial, torna-se contemplativo na ação, pronto a dar o primeiro passo e a acolher sempre
com bondade, respeito e paciência. Entrega-se à missão apostólica com operosidade
incansável, procurando fazer bem todas as coisas com simplicidade e medida.

Art. 119º - São destinatários preferenciais da caridade organizada na arquidiocese: os


indígenas, os doentes, os migrantes, os encarcerados, os assentados e acampados, os
dependentes de drogas lícitas e ilícitas, as pessoas com deficiência e as crianças.

§ 1º - A Campanha da Fraternidade de cada ano é um dos critérios para estabelecer as


prioridades da ação social diocesana.
§ 2º - Cabe ao coordenador diocesano da Caridade estar atento aos sinais da realidade
diocesana a fim de identificar novos campos de ação social que apelam à caridade da Igreja e
estimular a organização de ações específicas.

Art. 120º - Todas as pastorais e paróquias empenhem-se em organizar ações que manifestem
de modo concreto a missão evangelizadora da Igreja e, exercendo seu papel profético, sejam
os primeiros a valorizar iniciativas que diminuam a exclusão social69.

Art. 121º - A ação social realizada na arquidiocese, decorrente do cumprimento do


mandamento de amor a Deus e ao próximo, submete-se à legislação civil em vigor. Devem
ser respeitadas as normas municipais, estaduais e federais relativas ao funcionamento das
instituições e exercício de atividades profissionais regulamentadas70.

Art. 122º - Quando a ação for exercida por uma organização diocesana, exige - se:
a) para pessoas jurídicas: cadastramento no Conselho de Assuntos Econômicos da
arquidiocese;
b) para agentes voluntários: termo de adesão, conforme o artigo 158, parágrafo único do
Diretório, competência profissional e carisma para a atividade específica;
c) para organizações civis: parcerias devidamente formalizadas.

Art. 123º - O orçamento da arquidiocese e os das paróquias devem prever uma quota anual
para as ações sociais (Cf. arts. 184, § 2 ° e 216).

Art. 124º - Todos os recursos arrecadados em favor da ação social devem ser empregados no
serviço para o qual foram destinados, sem intenção de sobras para outros propósitos.

Art. 125º - Os projetos de ajuda financeira para qualquer atividade das pastorais sociais
diocesanas devem, obrigatoriamente, ter aprovação prévia do Conselho de Assuntos
Econômicos.

Art. 126º - As atividades sociais em âmbito paroquial exigem aprovação prévia do pároco e
do Conselho Paroquial.

Art. 127º - As paróquias e as congregações devem manter a coordenação de Pastoral da


arquidiocese sempre informada a respeito das atividades de promoção humana por elas
realizadas, a fim de que as diversas ações sejam bem articuladas, evitando que grupos de
necessitados fiquem no abandono e seja dado duplo apoio a outros.
69
Cf. CNBB, Evangelização e Missão Profética da Igreja (Doc. 80).
70
Cf. CIC, cân. 22.
27

Art. 128º - São reconhecidas como instituições católicas dedicadas à ação social na
arquidiocese:
a) os centros sociais das paróquias e comunidades aprovados pelo respectivo pároco;
b) as obras sociais vinculadas às congregações religiosas atuantes na arquidiocese;
c) as iniciativas privadas que, a critério do Conselho Diocesano de Pastoral, receberem tal
título.

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