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CAPÍTULO II
O QUE FAZ A ARQUIDIOCESE DE CAMPO GRANDE
Art. 17º - A evangelização é ação eclesial que deve ter por base, centro e vértice de seu
dinamismo o anúncio de que no Espírito Santo e por Jesus Cristo a salvação é oferecida a
cada ser humano como dom da graça e da misericórdia do Pai1.
Art. 19º - A evangelização deve atingir a todas as pessoas de modo significativo nas
diferentes fases da vida: idosos, adultos, jovens, adolescentes e crianças. Ao mesmo tempo
em que a pessoa é destinatária da evangelização ela também é o ponto de partida. Por isso
exige muita atenção à sua situação de vida e ao grupo no qual está inserida, sincera abertura
de espírito e solidariedade diante das suas aspirações, angústias e interrogações.
1
Cf. Doc. 71 da CNBB, n. 16.
2
DNC 13, 30 e ss. O Diretório Nacional de Catequese, aprovado pela CNBB em 15/08/2005, e pela
Congregação para o Clero pelo decreto de 8 de setembro de 2006, publicado pelas Paulinas como
documentos da CNBB n. 84, é citado neste Diretório com a sigla DNC.
3
DNC 95-96; 181; 187-188; 194 b); 205; 227; 228 e ss.; 281; 296 e ss.
2
§ 2º - Quando as pessoas não participam da comunidade de fé, esta deve ir ao encontro delas
em seus ambientes5, atendendo ao mandato missionário de Jesus Cristo. O compromisso com
a missão é de toda a comunidade, que não deve medir esforços para evangelizar, em primeiro
lugar, os adultos6, indo ao encontro dos que estão afastados.
§1º - A evangelização é uma ação essencialmente eclesial 9 e por isso toda comunidade cristã
deve ser responsável por ela. Todos os agentes, forças vivas que integram os diversos grupos,
devem assumir o compromisso com a educação da fé, comprometendo-se com o anúncio e
auxiliando na catequese daqueles que desejam inserir-se na comunidade cristã ou daqueles
que, já inseridos, continuam seu aprofundamento. Por isso, os agentes dos diversos grupos
existentes na comunidade devem participar dos encontros propostos pela animação
catequética nos diferentes âmbitos paroquial, foranial e diocesano. Isto garante a unidade da
ação evitando, assim, um paralelismo ou linhas destoantes de catequese.
§2º - O primeiro anúncio (querigma), quando realizado pelos movimentos e associações, deve
ser aprofundado na comunidade em processo de formação permanente de seus membros, em
sintonia com o projeto catequético da paróquia e da arquidiocese.
Art. 23º - Motivados pelo anúncio, os fiéis têm o direito de ser educados na fé de modo
sistemático e organizado. Isso é feito na catequese paroquial 10, com o auxílio e compromisso
4
DNC 312.
5
DNC 174 e ss.
6
DNC 181 e ss.
7
DNC 182; 184; e 222.
8
DNC todo Capítulo 7, especialmente 231 a 233; 249 g) e h).
9
DNC 233.
10
DNC, 303.
3
de todos os agentes, fortalecendo a pastora orgânica. Cada paróquia se organize de tal modo
que tenham fácil acesso à catequese os diferentes segmentos da comunidade. Para isso, sejam
oferecidos programas específicos e que estejam de acordo com as orientações diocesanas da
catequese:
§1º - A catequese paroquial tem por objetivo proporcionar ao catequizando e seus pais a
realização de uma caminhada progressiva de fé e que favoreça o seu amadurecimento, a
participação na vida comunitária e a formação da identidade cristã. Receber os sacramentos é
parte do processo catequético e não sua finalidade última. O objetivo de toda ação catequética
não é colocar a pessoa apenas em contato com os Sacramentos, mas, a partir deles, fortalecer
o ardor e a consciência de que são chamados a viver como discípulos de Cristo, integrados na
comunidade e comprometidos com a missão dele recebida (Jo 20, 21).
§2º - A catequese realizada na comunidade cristã envolve todos os que nela estão inseridos.
Portanto, é o local por excelência para que o seu principal objetivo seja alcançado. Por isso,
devem ser respeitadas as orientações da Coordenação Diocesana da Catequese.
Art. 24º - A catequese deve ser inspirada no catecumenato 11, conforme previsto no RICA12,
obedecendo ao seguinte processo:
1ª etapa – evangelização, culminando com um rito de acolhida pela comunidade (cf. RICA 9
a 13);
3ª etapa – mistagogia, com a celebração do Batismo, pelo menos três meses antes da data
marcada para a Primeira Comunhão Eucarística; celebração da Penitência, pelo menos uma
semana antes da celebração da Eucaristia, como ápice desta etapa (cf. RICA, 312 e ss.); para
os adultos não batizados, os três sacramentos de iniciação cristã são ministrados em uma
única celebração, depois de concluídas as cinco etapas (art. 47, parágrafo único);
11
A inspiração catecumenal que é proposta pelo DNC não se confunde com o método do movimento
Caminho neocatecumenal.
12
DNC 45 e ss. RICA é a sigla pela qual se identifica o Rito da Iniciação Cristã dos Adultos,
promulgado pela CNBB em 14/12/1973.
4
Parágrafo único – O processo catecumenal deve ser observado para todas as idades. Os
adultos que não foram batizados e aqueles que o foram nos primeiros anos de vida, que não
prosseguiram na caminhada, devem completar a Iniciação Cristã. Fica estipulado que o tempo
mínimo de participação na 2ª etapa – catecumenato – é de um ano, no caso de adultos, e
dois anos para jovens crianças. Apesar disso, o tempo de permanência em cada etapa não se
traduz em anos, dependerá do amadurecimento da fé de cada catequizando, observado o
desejo crescente de participar da Igreja, e de assumir junto à comunidade um compromisso de
dar testemunho de fé, esperança e caridade.
Art. 25º - Para os adultos devem ser destinados os melhores agentes13, aqueles que além de
dar testemunho de vida cristã participem das formações oferecidas nos diversos âmbitos e
usem metodologia e linguagem adequadas a eles. O programa e subsídios de apoio para a
catequese com os adultos devem estar de acordo com as orientações diocesanas (arts. 23 e
47).
Art. 26º - A participação nos grupos é condição essencial para a dinâmica catequética,
especialmente na 2ª etapa do processo catecumenal. A partilha da vida entre os
catequizandos a partir dos conteúdos programados, fundamentados na Palavra de Deus escrita
e vivida, favorece o amadurecimento da fé. Organizem-se grupos pequenos, para que o
catequista possa acompanhar de forma mais pessoal cada catequizando. Sempre que possível,
cada catequista limite-se a um único grupo de, no máximo, 15 catequizandos.
Art. 27º - Para iniciar a catequese sistemática nos grupos, somente para as crianças fica
determinada a idade mínima de nove anos completos. Antes desta idade, a criança deve ser
estimulada, junto com a sua família, a participar da comunidade paroquial que deve reforçar a
importância da família como primeiro ambiente catequético. A comunidade evangelizadora
deve se comprometer com a evangelização dessas famílias, orientá-las e dar-lhes o apoio e
estímulo necessários, procurando mostrar que é responsabilidade primeira da família dar
testemunho e transmitir os conhecimentos básicos da fé cristã.
Art. 28º - Os jovens que não tiveram um processo contínuo de caminhada catequética após
receberem a Primeira Comunhão Eucarística e que retornam à comunidade com o desejo de
participarem da catequese em vista do Sacramento da Crisma, devem ser acolhidos
independente da idade, e orientados sobre a importância de continuarem este processo.
Art. 29º - Constituem os principais critérios para o jovem receber o Sacramento da Crisma: o
seu desejo; o conhecimento doutrinal mínimo necessário, que deve ser assimilado; a sua
participação na comunidade e o seu compromisso como cristão, sinais do amadurecimento da
sua fé. A idade cronológica não deve ser o principal critério; porém, respeite-se uma idade
suficiente para assumir um compromisso maior com o anúncio da mensagem cristã e uma
participação mais comprometida com a transformação das realidades contrárias ao projeto de
Deus14.
13
CT, 15; CR, 130; DNC, 235 e CIC, cân. 775.
14
DNC, 312 e ss.
5
Art. 30º - O processo sistemático de educação da fé das crianças e jovens também deve ter
como princípio inspirador o catecumenato realizado nas cinco etapas subsequentes,
detalhadas no artigo 24. A mensagem evangélica deve ser proposta integralmente e de modo
gradual respeitando a hierarquia de verdades15. A catequese de iniciação cristã das crianças e
dos adolescentes deve ter como subsídio de apoio o programa indicado pela Coordenação
Diocesana de Catequese.
Art. 31º - A catequese dos adolescentes e dos jovens, também realizada em etapas e em
grupos, deve dar seguimento ao processo catequético iniciado na infância. Quando o processo
de iniciação cristã começa na em etapas e em grupos, deve dar seguimento ao processo
catequético adolescência ou na juventude, a comunidade catequizadora deve inserir o
catequizando num grupo na mesma situação e da mesma faixa etária, respeitando as etapas
propostas.
Art. 32º - Além da Bíblia, a liturgia é fonte privilegiada de catequese 17, por isso o presidente
da celebração deve valorizar a dimensão catequética da liturgia 18. O programa de catequese,
por sua parte, deve levar em conta o tempo litúrgico e destacar sua tarefa mistagógica, isto é,
deve educar para a celebração do Mistério de Cristo19.
17
DNC, 115 e ss.
18
DNC, 120 e ss.
19
DNC, 19.
20
DNC, 304 e ss
21
DNC, 54 e ss.
7
§ 1º - A preparação dos noivos para a vida matrimonial e dos pais e padrinhos para o início da
vida Batismal dos filhos e afilhados deve também atender a essas exigências. As orientações
diocesanas, no que se refere à catequese com os adultos, devem ser observadas. Para esta
ação catequética deve-se designar os melhores agentes, expressão esclarecida anteriormente
no artigo 25.
§ 4º - Nos casos em que um dos noivos não é batizado, se manifestar sincero desejo de tornar-
se cristão, deve iniciar a catequese nos grupos previstos para os adultos. A catequese
realizada, nestes casos, mantém o objetivo de inserir a pessoa na vida da comunidade
paroquial e, por isso, prolonga-se após o Batismo. O processo iniciado deve continuar após o
casamento, se, por qualquer motivo, a celebração do Matrimônio ocorrer antes da completa
preparação para o Batismo. A comunidade deve organizar um serviço de visitas e
acompanhamento aos jovens casais após a celebração do Matrimônio. O fato de preparar-se
para o Batismo não isenta os noivos da participação dos encontros preparatórios para o
Matrimônio (arts. 24 e 34, caput).
Art. 35º - O processo educativo catequético admite variedade de métodos, desde que a
linguagem e os meios didáticos utilizados sejam adaptados aos catequizandos e ao objetivo
do processo25. Periodicamente, cada paróquia deve prever encontros de catequistas para
avaliar e atualizar a sua organização e os métodos.
Art. 36º - É condição para o fiel assumir a missão de catequista a adequada formação nas
dimensões do ser, saber e saber fazer em comunidade26.
22
DNC, 85, 152 e ss.; e 275 a.
23
CIC cân. 1067.
24
CNBB, Diretório da Pastoral Familiar, 2005, doc. 79.
25
DNC, 150 e ss.
26
DNC, 261 e ss.
8
Art. 37º - A Liturgia é essencialmente comunitária, por isso seja estimulada com grande
empenho a participação ativa, consciente, plena, piedosa, frutuosa, dos fiéis na ação sagrada,
o que inclui manifestações externas e o silêncio.
Art. 38º - O lugar por excelência da celebração dos Sacramentos é a igreja da comunidade,
onde acontecem os atos de culto. Fica proibida a celebração dos Sacramentos do Matrimônio
e Batismo em residências, salões, clubes e chácaras.
§ 2° - O espaço onde se celebra o Sacramento deve ser digno e belo, sinal da beleza de Deus.
Evitem - se enfeites desnecessários. Os excessos desvalorizam os sinais principais. A
sobriedade da decoração favorece a concentração no mistério 30. Os objetos devem servir a
alguma finalidade na dinâmica da celebração. Evitem-se apresentar objetos artificiais.
Bens Culturais e Arte Sacra, para que o espaço celebrativo a ser construído possa expressar
em todo o seu conjunto sua função simbólico-espiritual da Igreja peregrina e da Jerusalém
Celeste.
Art. 39º - A música litúrgica expressa o mistério de Cristo e a sacramentalidade da Igreja 31.
Seja escolhida segundo os seguintes critérios:
1. esteja intimamente ligada à ação litúrgica a ser realizada, quer exprimindo mais
suavemente a oração, quer favorecendo a unanimidade, quer, enfim, dando maior solenidade
aos atos sagrados (SC 112);
2. expresse-se na linguagem verbal e musical, no jeito da cultura do povo local,
possibilitando uma participação consciente, ativa e frutuosa dos fiéis;
3. leve-se em conta o tempo do ano litúrgico;
4. esteja em sintonia com os textos bíblicos de cada celebração;
5. esteja de acordo com o tipo de gesto ritual;
6. tenha um texto bíblico, ou inspirado na Bíblia, como também uma linguagem poética e
simbólica e um caráter orante, permitindo o diálogo entre Deus e seu povo;
7. não se usem melodias que já revestiram outros textos não litúrgicos.
Art. 40º - Em todas as celebrações dos Sacramentos, os instrumentos devem servir para
acompanhar, sustentar, embelezar e jamais abafar a voz da assembléia.
Art. 43º - Todo Sacramento tem sua fonte e expressão no Mistério da Morte e Ressurreição
do Senhor. É preciso celebrar este mistério de Cristo dentro do tempo litúrgico, fazendo
memória da caminhada do Povo de Deus, atualizando o fato histórico da salvação dentro dos
acontecimentos sociais, políticos, culturais que marcam a vida da comunidade.
§ 2º - O mistério de Cristo celebrado nos domingos, festas de preceito e nas solenidades tem
precedência sobre outros acontecimentos.
Art. 44º - São exigências fundamentais aos que querem receber os Sacramentos33:
Parágrafo único - A transferência para outra paróquia só será aceita por motivo justo e com
autorização por escrito do pároco da paróquia de origem.
I - BATISMO
O Batismo é o Sacramento fonte da vida cristã. Por ele a pessoa é incorporada à Igreja,
corpo de Cristo, e se torna participante do sacerdócio de Cristo34.
Art. 46º - O Batismo deve ser realizado, de preferência, dentro da celebração eucarística com
a participação da comunidade. Neste caso, observe-se o espaço celebrativo na sua
administração e sejam divulgados previamente a data e horário do Batismo.
Art. 47º - Conforme antiga tradição, aconselha-se a realização de batizados no Tempo Pascal,
após a preparação durante a Quaresma. Evite-se celebrar o Batismo e a Crisma durante o
tempo da Quaresma, exceto quando a vida do batizando esteja em risco (CIC cc. 865, §2, e
868, §2).
Parágrafo único - Merece especial atenção neste período o Batismo de adultos, conforme as
orientações do Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA), em sua preparação, celebrações
e realização (art. 24).
Art. 48º - Em caso de dúvida a respeito da existência ou validade do Batismo seja conferido
"sob condição"35
§ 1º - São válidos os batizados nas seguintes igrejas, embora não estejam em plena comunhão
com a Igreja católica-romana:
Os batizados nessas confissões que desejarem participar da Igreja católica devem ser
admitidos à plena comunhão sem necessidade de novo Batismo.
§ 2 ° - Quando há garantias de que a pessoa foi batizada segundo o rito prescrito, não se pode
rebatizar, nem sob condição, os fiéis batizados nas igrejas:
a) Presbiteriana;
b) Batista;
c) Congregacionista;
d) Adventista;
34
Catecismo da Igreja Católica, n. 1279.
35
Para outros casos, conferir CIC cân. 869.
11
e) Exército da Salvação (este grupo não costuma batizar, mas quando o faz, realiza-o de
modo válido quanto ao rito);
f) a maioria das igrejas pentecostais (Assembléia de Deus, Congregação Cristã do Brasil,
Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja Deus é Amor, Igreja Evangélica Pentecostal "O
Brasil para Cristo").
§ 3º - Há igrejas de cujo Batismo se pode prudentemente duvidar e, por essa razão, requer-se,
como norma geral, a administração de um novo Batismo, sob condição. Essas igrejas são:
a) Pentecostal Unida do Brasil (esta igreja batiza apenas "em nome do Senhor Jesus", e não
em nome da SS. Trindade);
b) " igrejas brasileiras "36.
Art. 49º - Quem não recebeu o Batismo não pode ser admitido validamente aos outros
sacramentos37, salvo em caso de Matrimônio (art. 34, § 4º).
Art. 50º - Para que alguém seja admitido a assumir o encargo de padrinho ou madrinha, é
necessário:
Art. 52º - O pároco deve cuidar diligentemente que todo Batismo seja devidamente
registrado no livro próprio da paróquia e no livro-cópia a ser encaminhado ao arquivo da
cúria.
Parágrafo único - No mesmo livro devem ser anotados, à margem de cada registro, a Crisma,
o Matrimônio, a nulidade matrimonial, a profissão religiosa e a Ordenação, conforme o caso.
36
Embora não se possa levantar nenhuma objeção quanto à matéria ou à forma empregadas pelas
“Igrejas Brasileiras”, pode-se e deve-se duvidar da intenção de seus ministros; cf. Comunicado Mensal
da CNBB, setembro de 1973, p. 1227, c, n. 4; cf. também Guia Ecumênico, verbete “Brasileiras, Igrejas”.
37
Cf. CIC, 842, § 1.
12
Art. 53º - A paróquia deve ter livro próprio para registro de batizados validamente em outras
igrejas e admitidos à plena comunhão da Igreja católica, conforme o ritual prescrito no RICA.
Art. 54º - Se o Batismo não tiver sido ministrado pelo pároco, nem em sua presença, o
ministro do Batismo, quem quer que seja, deve informar da celebração ao pároco da paróquia
em que foi administrado, para que este o registre38.
Art. 55º - Para sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (art. 37 e
ss).
II - CRISMA OU CONFIRMAÇÃO
Art. 56º - A celebração da Crisma deve ser verdadeira festa da comunidade, e, sempre que
possível, seja ministrada durante a celebração eucarística. Não seja celebrada Crisma no
tempo da Quaresma.
Parágrafo único - Sendo a Crisma o "sacramento da maturidade cristã", não sejam admitidos
a ela os crismandos que, apesar de terem cumprido o tempo normal da catequese, não
apresentam ainda sinais desta maturidade, nem engajamento comunitário (art. 29).
Art. 57º - A equipe de liturgia deve envolver os pais e padrinhos na celebração, evitando-se a
participação dos crismandos na proclamação das leituras bíblicas e nos serviços do altar.
§1º - Sobre os padrinhos e madrinhas, vale a mesma orientação sobre o Batismo nos artigos
50 e 51. Ainda, evite-se convidar o namorado ou noivo para padrinho e a namorada ou noiva
para madrinha, alguém mais jovem do que o crismando ou outras pessoas que não preenchem
os requisitos necessários para exercer essa função.
Art. 58º - Evitem-se grupos numerosos de crismandos, para que a celebração não fique
prejudicada. Grupos pequenos facilitam a participação ativa, consciente e frutuosa. Na
medida do possível, haja um encontro prévio entre os crismandos e o bispo celebrante.
Art. 60º - Para sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (art. 37 e
ss.).
III - EUCARISTIA
38
Cf. CIC, cân. 877.
39
Catecismo da Igreja Católica, n. 1316.
13
A Eucaristia é a fonte e o ápice de toda a vida cristã. Nela se celebra o memorial da morte e
ressurreição de Cristo, presente sob as espécies do pão e do vinho. A Eucaristia é, ainda,
sacrifício e ceia partilhada em culto de ação de graças40.
Art. 61º - Sendo a comunidade eclesial o sujeito da ação eucarística, como povo sacerdotal, o
presbítero serve a este povo e preside, na pessoa de Cristo, a assembléia celebrante. Esta
assembléia não deixa de ser hierarquicamente constituída, organizada. Além do ministro
ordenado, que preside a Eucaristia, há os ministérios dos leitores, cantores, instrumentistas,
acólitos, animadores etc.41.
a) quanto aos paramentos: estejam completos em todas as igrejas (sedes paroquiais) e bem
cuidados. Principalmente nas missas dominicais use-se a casula. Em concelebrações, o
presidente use a casula;
b) o silêncio na sacristia e no espaço celebrativo;
c) o clima de oração antes do início da celebração com algum refrão contemplativo.
Art. 63º - No Presbitério, haja espaço privilegiado para o altar, o ambão e a cadeira
presidencial.
§ 1º - O altar é o centro da ação de graças que se realiza pela Eucaristia 42; é a peça principal
da igreja, sinal da comunhão e da unidade:
§ 2º - O ambão é o “lugar elevado”, fixo, bem disposto e nobre que corresponde à dignidade
da Palavra de Deus, em íntima proporção e harmonia com o altar:
40
Idem, n. 1406-1410.
41
Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, n. 29.
42
Cf. Introdução Geral do Missal Romano, n. 296-308.
14
pareça com um trono43. Não deve ser colocada escondida atrás do altar, nem na frente, de
modo a encobri-lo.
Art. 64º - A "introdução" à missa é formada por um conjunto de ritos chamados ritos iniciais.
§ 3º - Glória é um hino pelo qual "a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica
a Deus Pai e ao Cordeiro"46. Quando for cantado, observe-se o seguinte:
b) é oração presidencial e não deve ser lida em voz alta pela assembléia.
Art. 65º - Liturgia da Palavra é a primeira parte da Missa, "mesa da Palavra de Deus". A
proclamação da Palavra de Deus na Assembléia reunida é "sacramento" da presença de
Cristo. O anúncio torna atual, para nós, hoje, os acontecimentos do passado, suscita a fé e a
ação de graças, dispõe a renovar a Aliança, confirma a Esperança de que as promessas de
Deus se realizarão, admoesta e exorta, instrui e impele à ação.
a) A homilia, conversa familiar, interpreta as leituras bíblicas a partir da realidade atual, tendo
o mistério de Cristo como centro do anúncio e fazendo ligação com a liturgia eucarística -
dimensão mistagógica, e com a vida - compromisso e missão;
b) não deve durar mais do que 15 (quinze) minutos. Seja bem preparada e bem clara, a partir
da Palavra que foi proclamada.
16
§ 6° - As Preces podem ser proclamadas do ambão, uma vez que estão intimamente ligadas à
Liturgia da Palavra; as invocações devem ser feitas diretamente para Deus ou para Jesus
Cristo.
Art. 66º - A Liturgia Eucarística é a segunda parte da Missa, estreitamente unida à primeira,
de modo a formar um único ato, "mesa do Corpo de Cristo".
Parágrafo único - Inicia - se pelo Prefácio e termina com a doxologia "Por Cristo...". É
presidencial, com respostas da assembléia. Não é lícito aos diáconos e leigos proferir as
orações, especialmente a oração eucarística ou executar as ações próprias do sacerdote 48.
a) O "Santo" deve ser sempre cantado, por ser a aclamação mais importante da Missa. Evitar
melodias com a letra litúrgica adulterada ou incompleta;
b) as Orações Eucarísticas não podem sofrer correções ou interpolações durante a celebração
por parte do presidente e concelebrantes;
c) nas missas concelebradas, os padres rezam em voz baixa, permitindo que sobressaia a voz
do presidente. Este, como que "orienta" a oração de todos;
d) compete a quem preside, pelo seu tom de voz, pela atitude pelos gestos, pelo semblante e
pela autenticidade, elevar ao Pai louvor e a oferenda pascal de todo o povo sacerdotal, por
Cristo, no Espírito - a doxologia. O amém final, que merece a mesma exultação, é a
assinatura do povo à prece que o ministro ordenado, em nome da Igreja inteira, elevou a
Deus. Pelo menos aos domingos e dias de festa merece ser cantada.
a) o Rito da Paz é um gesto simbólico, de passagem, que não permite demora. Não precisa ser
cantado. O ideal é exprimir o amor mútuo apenas entre os que estão próximos, valorizando
profundamente o gesto e passar para o próximo rito que é a fração do pão, com o canto do
"Cordeiro";
b) o gesto da fração do pão é feito enquanto se canta o "Cordeiro";
c) a comunhão sob as duas espécies: sejam os fiéis orientados diligentemente para receberem
o Corpo e o Sangue do Senhor;
d) é prática tradicional distribuir aos fiéis hóstias consagradas, depositadas no tabernáculo.
Porém, "é muito recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias
consagradas na mesma Missa...."49;
e) o canto de comunhão inicia-se com a distribuição da comunhão e termina quando acaba a
distribuição;
f) após a comunhão, recomenda-se o silêncio litúrgico, enquanto os ministros fazem a
purificação dos vasos sagrados;
g) todos se colocam de pé para a oração final, o encerramento do Rito Eucarístico.
Art. 70º - Para a celebração da "Missa de corpo presente", leve-se em conta a disponibilidade
do presbítero e o aproveitamento pastoral dos familiares. A celebração ocorra somente nas
igrejas ou no local onde a comunidade se reúne habitualmente para o culto sagrado. A
celebração eucarística em sufrágio dos fiéis defuntos seja nos horários e datas habituais da
comunidade.
Art. 72º - Aos domingos e dias de preceito todas as comunidades realizem a celebração
eucarística em horário adequado aos fiéis 51 (art.64, §1º, b); e 219). Aos domingos e dias de
preceito o bispo diocesano e os párocos devem celebrar a Missa pelo povo.
49
Introdução Geral do Missal Romano, n. 56.
50
Cf. CIC, cân. 915.
51
CIC, cân. 388, § 1º e cân. 534, § 1º.
18
Art. 73º - Sobre as transmissões da Missa pela TV, seguem algumas proposições, frutos do
Encontro sobre o assunto promovido pelo Setor de Comunicação e Dimensão Litúrgica da
CNBB no ano 2000:
a) o mistério pascal presente na celebração litúrgica seja devidamente realçado;
b) principalmente por este motivo não se devem transmitir Missas gravadas;
c) é preciso ter cuidado especial com a linguagem para que as transmissões não reforcem ou
criem uma recepção ou uma prática de sentido mítico/mágico;
d) as transmissões valorizem uma imagem de Igreja comprometida com a comunidade e com
a sociedade e de acordo com as seis Dimensões da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil;
e) privilegiem-se celebrações em que se torne visível o testemunho da caminhada das
comunidades na fé celebrada e vivida;
f) a fim de garantir a necessária qualidade técnica e competência televisiva, os responsáveis
pela missa na/de TV promovam a adequada formação litúrgica de todos os envolvidos em sua
produção e transmissão;
g) assistir a transmissão da Santa Missa pela TV não substitui a participação na Missa de
preceito.
Parágrafo único - Tendo presente que "a liturgia não esgota todas as atividades da Igreja" 52, é
importante incentivar alternativas evangelizadoras e catequéticas, através de vários formatos
que a TV oferece: novelas, clipes, informativos, debates e outros.
Art. 74º - Para sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (arts. 37
es e ss.).
Art. 75º - A celebração da Eucaristia no sacrifício da Missa é a origem e o fim do culto que
lhe é prestado fora da Missa. Do costume de conservar as sagradas espécies para a santa
comunhão, especialmente dos enfermos, originou - se a devoção da adoração ao Santíssimo
Sacramento.
IV - PENITÊNCIA OU RECONCILIAÇÃO
Art. 76º - Este Sacramento inclui conveniente preparação que esclareça aos fiéis a respeito da
necessidade de reconhecerem-se pecadores, do arrependimento, do propósito da conversão e
da esperança do perdão, para viver a paz e a alegria da vida nova com Cristo na comunidade
Igreja.
§ 1 ° - O Sacramento distingue-se da "direção espiritual". Esta tem mais um caráter de
orientação, acompanhamento da pessoa em sua caminhada espiritual, na busca da realização
do seu projeto de vida. Quando a direção espiritual é feita por sacerdote, este pode dar a
absolvição, se julgar conveniente.
§ 2º - Não se pode dar a absolvição ao mesmo tempo a vários penitentes sem prévia confissão
individual, a não ser em casos especiais com a autorização do bispo. Neste caso, o fiel deverá
propor-se a confessar os pecados graves individualmente, antes de uma outra absolvição
geral55.
Art. 77º - Visto que a confissão individual é direito e obrigação dos fiéis, e comprovadamente
útil para o crescimento da fé, sejam estabelecidos claramente, em cada paróquia, local, dia e
horário para o seu atendimento. Os fiéis sejam estimulados à confissão frequente.
Parágrafo único - É direito do fiel escolher seu confessor e o lugar onde confessar, desde que
seja adequado à dignidade do Sacramento56.
Art. 78º - Aproveitem-se os tempos fortes do Ano Litúrgico: Quaresma, Advento, Festa do
Padroeiro e outros, para se oferecerem às comunidades especiais ocasiões de celebrar a
Penitência, com adequada preparação comunitária e oportunidade para confissão individual.
Prestem-se os presbíteros para ajudar seus colegas quando for grande o número de fiéis que
se apresentam para a Confissão, organizando mutirões.
Art. 80º - Seja valorizada ao máximo a escuta da Palavra tanto nas celebrações comunitárias
como nas celebrações com um só penitente.
55
Cf. CIC, cân. 961-963.
56
Cf. João Paulo II, Misericordia Dei, 9d.
20
Parágrafo único - O sacerdote deve sugerir ao pecador ações corretivas bem concretas, que
realmente expressem sua mudança de vida e o fortaleçam no caminho de conversão.
Art. 82º - Dada a densidade bíblica e teológica incalculável da fórmula de absolvição, cuide-
se que ela seja pronunciada sempre com solenidade, clareza, unção, de forma orante, de tal
maneira que o penitente possa escutá-la com a máxima devoção. A palavra deve estar unida
ao gesto do confessor, que estende ao menos uma das mãos sobre o penitente.
Art. 83º - Também são práticas que favorecem os frutos de uma boa confissão: promover a
vida reconciliada; educar para a consciência de pecado; considerar a situação das pessoas;
favorecer a integração da penitência quotidiana e a celebração sacramental; recuperar a
realidade da conversão; promover a acolhida e o diálogo reconciliador; qualificar o encontro
interpessoal; qualificar a dimensão celebrativa; privilegiar a celebração comunitária;
promover outras formas penitenciais.
Art. 84º - As primeiras confissões sejam bem preparadas para se evitar o clima de medo,
nervosismo e ansiedade. É salutar que haja mais de uma oportunidade de confissão antes da
primeira comunhão eucarística.
Art. 86º - Para sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (arts. 37 e
ss.).
O Sacramento da Unção dos Enfermos tem por finalidade conferir uma graça especial ao
cristão que está passando pelas dificuldades inerentes ao estado de enfermidade grave ou de
velhice.
Art. 87º - A Unção dos Enfermos não deve ser celebrada só em casos extremos, mas como
esperançoso Sacramento do perdão e de conforto para as pessoas idosas ou acometidas de
doença grave. Cada paróquia e cada comunidade tenham a equipe da pastoral dos enfermos. §
1ºO sacerdote é o ministro do Sacramento da Unção. § 2º - Aos leigos é vedado ungir os fiéis
com óleo.
Art. 88º - Em sinal de solidariedade para com o irmão se celebrar a Unção dos Enfermos com
a presença de membros da que sofre, procure comunidade.
Art. 90º - Para a sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (arts. 37
e ss.).
VI - ORDEM
O Sacramento da Ordem constitui alguns fiéis em ministros sagrados para, cada qual no seu
grau, exercerem a missão de ensinar, santificar e governar o Povo de Deus personificando -
os a Cristo-Cabeça.
Art. 93º - Para a sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (arts. 37
e ss.).
VII - MATRIMÔNIO
O Sacramento do Matrimônio significa a união de Cristo com a Igreja. Concede aos esposos
a graça de amarem se com o mesmo amor com que Cristo amou a sua Igreja; a graça do
sacramento leva à perfeição o amor humano dos esposos, consolida sua unidade indissolúvel
e os santifica no caminho da vida eterna59.
58
Cf. CIC, cân. 1020-1023.
59
Catecismo da Igreja Católica, n. 1661.
22
Art. 95º - Haja uma preparação adequada dos noivos para o Sacramento do Matrimônio.
Sobre isso, conferir ainda o artigo 34, §§ 1 ° a 4 °.
Art. 96º - Haja um diálogo do pároco com os noivos (art. 34, § 2º) sobre a celebração para
que esta seja uma verdadeira expressão de fé e amor, evitando-se assim a ostentação e os
exageros na decoração, nas fotos e filmagens. Os símbolos, cantos e músicas devem levar ao
mistério celebrado.
Art. 97º - São proibidas músicas populares durante a celebração, alheias ao sentido religioso
do Matrimônio (art. 39).
Art. 98º - Quando houver cerimonial, este deve estar em sintonia com as orientações do
pároco ou da equipe de celebração do Matrimônio.
Art. 99º - Para sua celebração, consultar também as Normas Gerais deste Diretório (arts. 37 e
ss.).
"A Igreja se alimenta com o Pão da Vida na mesa da Palavra de Deus e do Corpo de
Cristo"60. Dessa forma, a Palavra de Deus é tão venerável quanto o Corpo Eucarístico de
Jesus Cristo. Comungamos da mesa da Palavra, assim como comungamos da mesa da
Eucaristia. É ação litúrgica reconhecida e incentivada pelo Concilio Vaticano II61.
Art. 100º - Entre as formas celebrativas que se encontram na tradição litúrgica, é muito
recomendada a celebração da Palavra de Deus. Através dela, as comunidades celebram o
mistério de Cristo em sua vida. Depois dos Sacramentos, ela é a forma mais importante de
celebrar62.
Art. 101º - A comunidade reunida em oração pelo poder do Espírito Santo, como povo
sacerdotal, deve tomar consciência de que anuncia e celebra o mistério pascal de Cristo, cada
vez que proclama os dois testamentos.
Art. 102º - Os fiéis sejam instruídos sobre o significado da assembléia dominical, sobre o
sentido da Celebração da Palavra de Deus e se proporcione uma adequada formação litúrgica
aos que nela desempenham serviços e ministérios.
60
Concílio Vaticano II, Dei Verbum, n. 21; Presbyterorum Ordinis, n. 4 e 18; Sacrosanctum Concilium, n. 48
e 51; Introdução Geral do Missal Romano, n. 8.
61
Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, n. 35. 4.
62
Cf. CNBB, Animação da Vida Litúrgica no Brasil (Doc. 43).
23
Art. 103º - Haja uma equipe de celebração com formação litúrgica que a prepare, anime e
integre os diversos serviços: do acolhimento fraterno, da presidência, da animação, do canto,
da proclamação das leituras e outros.
Art. 105º - A dignidade da Palavra de Deus requer, no espaço celebrativo, um lugar próprio
para sua proclamação. Convém que a "mesa da Palavra" ocupe lugar central.
Art. 106º - A mesma preocupação que se tem em preparar a celebração eucarística deve ser
dada à Celebração da Palavra, adaptando-se a ela todas as orientações que estão no
Sacramento da Eucaristia e nas Normas Gerais deste Diretório (art. 37 e ss.; e 61 e ss.).
1. RITOS INICIAIS
* Acolhida das pessoas que chegam (Equipe de acolhida). Ensaio/Canto.
* Breve e comentário motivando à oração.
* Canto e Procissão de Entrada com símbolos (cruz, velas, Bíblia...).
* Sinal da Cruz e Saudação pelo presidente.
* Momento penitencial (pode ser como na Missa).
* Oração (intenções da comunidade).
2. LITURGIA DA PALAVRA
* Leituras Bíblicas.
* Salmo responsorial e Aclamação ao Evangelho.
* Homilia – partilha da Palavra.
* Profissão de Fé.
* Orações da Comunidade (oração dos fiéis).
3. PARTILHA ou OFERTA DA COMUNIDADE
* Onde não há distribuição de comunhão, este pode ser um bom momento para alguma
ação simbólica, como: partilha do pão, recebimento do dízimo, coleta de donativos. A
oferta e a partilha podem ser acompanhadas de um canto.
4. RITO DA COMUNHÃO
63
CNBB. Animação da Vida Litúrgica no Brasil (Doc. 43), n. 9.
64
Consultar também: CNBB, Doc. 52, Orientações para a Celebração da Palavra de Deus; e Subsídios da
CNBB – 3, Celebração da Palavra de Deus.
24
Art. 109º - Os sacramentais são sinais sagrados que derivam do sacramento e se destinam à
santificação das diversas circunstâncias da vida pela súplica da Igreja 65. As diversas formas
de sacramentais são: bênçãos, consagração de objetos, lugares e pessoas, etc.
Art. 110º - Celebre - se em toda a arquidiocese o rito solene da dedicação das igrejas (CIC cc.
216 a 219).
Art. 111º - Além da liturgia dos sacramentos e sacramentais, a vida cristã se nutre de formas
variadas da piedade popular, enraizadas em suas diferentes culturas: veneração de relíquias,
visitas aos santuários, peregrinações, procissões, novenas, via-sacra, danças religiosas, o
rosário, as medalhas, etc.66.
Art. 112º - Com respeito às bênçãos da inauguração de obras públicas ou particulares, esteja
atento o presbítero para não ser envolvido em promoções políticas, vaidades pessoais ou
cerimônias sem clima religioso. Muitas vezes, o ato de bênção poderá ser efetuado, com
maiores vantagens pastorais, em outra ocasião e de maneira sugerida pelo próprio presbítero.
Art. 113º - Onde é possível, estimule-se a participação do povo na Liturgia das Horas (LH),
especialmente no Oficio da Manhã e da Tarde. Além disso, o "Ofício Divino das
Comunidades" (ODC) é também uma ótima experiência de fazer chegar ao povo as riquezas
estruturais da LH de uma forma mais inculturada.
Art. 114º - As exéquias cristãs têm o sentido de celebrar a fé na ressurreição, suplicar para os
defuntos o auxílio espiritual e dar aos vivos o consolo da esperança. A presença da Igreja no
momento da morte de um fiel revela a preocupação dela com a pessoa de cada um nos
acontecimentos significativos da caminhada terrestre. Para tanto, observe se o seguinte:
65
Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, n. 60.
66
Catecismo da Igreja Católica, n. 1674.
25
Art. 115º - Quando for conveniente, os ministros católicos podem participar de cultos
ecumênicos e celebrações inter-religiosas.
§2º - Quando todos os fiéis participantes da celebração forem católicos, não se realize culto
ecumênico, mas Celebração da Palavra, conforme as normas litúrgicas acima prescritas (arts.
100 e ss.).
Jesus Cristo demonstrou especial predileção pelos pequenos e pelos pobres (cf. Mt 18, 1-
5.10; 25, 31 e ss.). A Igreja, continuadora da obra de Cristo, manifesta sua solicitude com os
mais necessitados e, guiada pela luz do Evangelho, oferece a sua contribuição para a
promoção da justiça e da paz (cf. GS 3), cooperando na construção do Reino. O amor mútuo
vivido na comunidade eclesial nasce da configuração a Cristo (cf. Jo 15,5; Gl 3, 27) e a fé
em Cristo se torna visível ao mundo pelas obras (cf. Tg 2,14).
Art. 116º - A ação social da Igreja é a expressão concreta do exercício organizado de sua
missão evangelizadora no serviço da caridade, que tem sua fonte e força em Jesus Cristo,
enviado do Pai67, que "veio para servir e não para ser servido" (Mt 20, 28).
Art. 117º - A ação social realizada pela e na arquidiocese tem por objetivo a promoção de
todos os que são diminuídos na sua dignidade de pessoa humana, independentemente de seu
credo religioso ou ideologia, raça ou cultura68.
Art. 118º - Atento à presença do Espírito e tudo fazendo por amor de Deus, o coordenador de
Pastoral da arquidiocese e seus auxiliares, responsáveis pela indicação e escolha de agentes
67
Apostolicam Actuositatem, 4.
68
Apostolicam Actuositatem, 8.
26
Art. 120º - Todas as pastorais e paróquias empenhem-se em organizar ações que manifestem
de modo concreto a missão evangelizadora da Igreja e, exercendo seu papel profético, sejam
os primeiros a valorizar iniciativas que diminuam a exclusão social69.
Art. 122º - Quando a ação for exercida por uma organização diocesana, exige - se:
a) para pessoas jurídicas: cadastramento no Conselho de Assuntos Econômicos da
arquidiocese;
b) para agentes voluntários: termo de adesão, conforme o artigo 158, parágrafo único do
Diretório, competência profissional e carisma para a atividade específica;
c) para organizações civis: parcerias devidamente formalizadas.
Art. 123º - O orçamento da arquidiocese e os das paróquias devem prever uma quota anual
para as ações sociais (Cf. arts. 184, § 2 ° e 216).
Art. 124º - Todos os recursos arrecadados em favor da ação social devem ser empregados no
serviço para o qual foram destinados, sem intenção de sobras para outros propósitos.
Art. 125º - Os projetos de ajuda financeira para qualquer atividade das pastorais sociais
diocesanas devem, obrigatoriamente, ter aprovação prévia do Conselho de Assuntos
Econômicos.
Art. 126º - As atividades sociais em âmbito paroquial exigem aprovação prévia do pároco e
do Conselho Paroquial.
Art. 128º - São reconhecidas como instituições católicas dedicadas à ação social na
arquidiocese:
a) os centros sociais das paróquias e comunidades aprovados pelo respectivo pároco;
b) as obras sociais vinculadas às congregações religiosas atuantes na arquidiocese;
c) as iniciativas privadas que, a critério do Conselho Diocesano de Pastoral, receberem tal
título.