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César, Elben M. Lenz.

História da evangelização do Brasil; dos jesuítas aos


neopentecostais. (Viçosa: Ultimato, 2000) 192p

Elben Lenz ao escrever este livro, ele nos apresenta uma proposta bem diferente de
outros acadêmicos, a começar que este livro não é um trabalho acadêmico que foi
adaptado para se tornar um livro, mas desde o princípio a proposta do autor sempre
foi apresentar a soberana providência de Deus em todas as coisas. Nos é
apresentado uma série de relatos históricos de pessoas que Deus se serviu para
trazer o evangelho até o Brasil, pessoas que não pensavam e nem agiam de mesmo
modo, que tinham problemas pessoais, que erraram em suas estratégias de
evangelização, mas foram pessoas que amavam a Deus e se entregaram ao
evangelho, com a finalidade de fazer expandir o reino de Deus.
Como a proposta do autor desde o início sempre foi escrever não diretamente para
acadêmicos, mas a qualquer pessoa, a linguagem do autor é bastante clara e
objetiva, a forma como ele apresenta as suas ideias é bem assertiva, acredito que
pelo fato do mesmo ter feito uma longa pesquisa para apresentar toda a história do
cristianismo no Brasil, o autor conseguiu sintetizar as longas histórias de cada
período, separado pelo o mesmo. Talvez o pode ser considerado uma deficiência, ou
não, é a ótica do autor, sendo um pastor presbiteriano, quando o mesmo apresenta
o período do pentecostalismo, pode-se notar uma certa sátira, talvez nem tenha sido
a intenção do mesmo ao escrever o livro, mas como já existia uma visão e opinião
formada sobre alguns casos, é possível que o mesmo tenha abordado, mesmo que
indiretamente no livro. No geral o autor tentou abordar de maneira ampla e ao
mesmo tempo fazendo exposições detalhadas dos períodos da história, a
Cristianização, a Evangelização e a Pentecostalização. Dentro do Período da
Cristianização, nós temos como ideias principais apresentar a chegada e as
dificuldades da implantação do Catolicismo no Brasil, apresentar a Cristianização
dos povos nativos brasileiros como uma resposta rápida à perda de fiéis e do poder
da igreja católica, por conta da reforma protestante e apresentar o sincretismo
religioso desenvolvido no Brasil com a mistura de povos e culturas diferentes. Já no
Período da Evangelização, é abordado de maneira geral a chegada do
Protestantismo ao Brasil e a história de algumas denominações de igrejas históricas
no Brasil, e por fim, dentro da Pentecostalização temos como ideias principais
apresentar a chegada do movimento Pentecostal no Brasil, apresentar a história das
primeiras denominações pentecostais no Brasil e apresentar a transição de um
Brasil que era campo missionário da Europa, para uma agência de missões para o
mundo. Algo bem importante que vemos nos primeiros capítulos do livro é que
apesar da Igreja Católica da época estar tão focada em poder e coisas materiais,
existiram pessoas que realmente estavam interessadas em comunicar o evangelho
e fazer a diferença, e isso é pouco comunicado na história, e poderia ser mais
explorado, mesmo entendendo que a proposta do livro é ser histórico e não
instrutivo, outra ponto bastante importante o período que o autor chama de
Pentecostalização é o período da história onde o alcance da evangelização foi o
maior de toda a história, através das pentecostais por meio da radiodifusão e das
grandes cruzadas de evangelização em todo o Brasil, sem falar na onda de milagres
que acompanharam grande parte dessa história. Uma frase de Inácio de Loyola me
chamou bastante atenção no livro, dizendo, “devo orar como se tudo dependesse de
Deus e trabalhar como se tudo dependesse de mim”, essa frase me marcou pelo
fato da nossa geração não entender que não existe uma escolha entre duas opções,
fazer ou orar, mas devem ser feitas as duas coisas! Também me chama atenção o
capítulo 29, e me faz questionar, como agir para que as pessoas vejam que existem
pessoas fazendo a coisa certa diante de tamanha infantilidade de tantas igrejas, e
diante desse questionamento vem o próximo, que evangelho, que teologia temos
exportado do Brasil para as nações, já que depois de anos o Brasil agora se torna
um exportador da mensagem do evangelho.

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