Você está na página 1de 44

Plano Estudo

2) Ortografia oficial
Primeiramente, cabe esclarecer que a ortografia, de acordo
com o dicionário Michaelis, é a parte da gramática
normativa que ensina as regras de uso das palavras e dos
sinais de pontuação, sendo sinônimo de “grafia”.

A etimologia (estudo da origem da palavra) indica que a


palavra “ortografia” veio do latim “orthographia”
= orthos (direito, reto, exato) + graphia (escrita).

Outras definições de ortografia vistas no dicionário são:


estudo das regras gramaticais; representação escrita de
uma palavra, maneira de escrever as palavras; talhe de letra.

A ortografia oficial é, portanto, a parte da gramática que


estuda a escrita correta e formal das palavras, referindo-se à
ortografia definida oficialmente no Brasil como a correta.

Para estudar a ortografia oficial prevista no concurso do


INSS é necessário saber:

1. Novo Acordo Ortográfico;


2. Encontro vocálico e consonantal e dígrafo;
3. Homônimos e parônimos.

3) Novo Acordo Ortográfico


O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990
(abreviado AO90), também denominado de Ortografia
Unificada da Língua Portuguesa, foi um tratado
internacional firmado com o objetivo de criar uma ortografia
unificada para o português.
Com isso, todos os países de língua oficial portuguesa
(lusófonos) que compõem a Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CPLP) devem usar a nova ortografia:
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Denomina-se “novo acordo”, pois houve um acordo em


1931, o qual não foi colocado em vigor pelos países. No
Brasil, o Novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em 2008,
mas se tornou o único formato reconhecido da língua
portuguesa no país apenas em janeiro de 2016.

Os tópicos a seguir mostram as principais alterações


advindas do Novo Acordo Ortográfico que alguns
gramáticos também chamam de “Reforma Ortográfica”.

3.1) Alfabeto na ortografia oficial

Com o Novo Acordo Ortográfico, houve uma alteração do


alfabeto português, com a inclusão das letras “k”, “w” e “y”.
Com isso, o total de letras no alfabeto oficial passou de 23
para 26, a saber.

• Antes (em sequência): A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, L, M, N,


O, P, Q, R, S, T, U, V, X e Z;
• Depois (em sequência): A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M,
N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y e Z.

Na prática, em geral, as letras “k”, “w” e “y” são usadas em


três casos principais:

• Transcrição de nomes próprios estrangeiros: Katy


Perry, Nova York, Disney World, WhatsApp…;
• Estrangeirismos (palavras “intrusas” no léxico
português): backup, hardware, software, check-in…;
• Abreviaturas e símbolos de uso internacional: Kg
(quilograma), W (Watt), Km (quilômetro)…

Vogais e consoantes

O alfabeto é formado por cinco vogais (A, E, I, O, U) e vinte e


uma consoantes:

• Vogais: A, E, I, O e U;
• Consoantes: B, C, D, F, G, H, J, K, L, M, N, P, Q, R, S, T,
V, W, X, Y e Z.

3.2) Uso do trema na ortografia oficial

O uso do trema foi abolido com a reforma ortográfica do


português. Portanto, não se usa mais o trema, exceto em
nomes próprios estrangeiros ou derivados, como por
exemplo:

• Antes: lingüiça, freqüente e Müller;


• Depois: linguiça, frequente e Müller.

3.3) Acentuação na ortografia oficial

O Novo Acordo Ortográfico também trouxe alterações na


acentuação. Seguem as novas regras exigidas em concursos
que possuam a ortografia oficial prevista em edital, assim
como o INSS.

Os ditongos abertos EI e OI das palavras paroxítonas —


palavras com a penúltima sílaba tônico, ou seja, a penúltima
sílaba é a sílaba mais “forte” a ser pronunciada — perderam
o acento agudo:

• Antes: colméia e bóia;


• Depois: colmeia e boia;
As palavras paroxítonas perderam os acentos colocados nas
vogais I e U tônicos quando essas vogais vierem depois de
ditongo:

• Antes: feiúra;
• Depois: feiura.

Perdem o acento as palavras paroxítonas terminadas em


EEM (leem, veem, deem, creem) nem em palavras com o
hiato OO:

• Antes: vôo e lêem;


• Depois: voo e leem.

Perde o acento o U tônico das formas verbais rizotônicas


(com acento na raiz) nos grupos que/qui e gue/gui.

• Antes: argúi;
• Depois: argui.

Acento diferencial

Com o Novo Acordo, o acento diferencial — acento usado


para distinguir duas palavras com a fonética igual, mas
significados diferentes, isto é, palavras homógrafas —,
usado em palavras paroxítonas com vogal tônica aberta ou
fechada, foi abolido na maioria dos casos.

Dessa forma, não existem mais distinção entre as duplas:


pára/para, pólo/polo, pêlo/pelo, pêra/pera…

• Antes: pára (verbo)/para (preposição) e pêlo


(substantivo)/pelo (preposição);
• Depois: para (verbo)/para (preposição) e pelo
(substantivo)/pelo (preposição).
Observações
Algumas palavras permanecem com o acento diferencial:
pôde (verbo no pretérito perfeito)/pode (verbo no presente)
e pôr (verbo)/por (preposição). Adicionalmente, o acento
diferencial ainda é usado no plural dos verbos TER e VIR,
assim como das correspondentes formas compostas. Por
exemplo: mantém (singular)/mantêm (plural), vem
(singular)/vêm (plural).

Ademais, o uso do acento circunflexo para diferenciar as


palavras forma (verbo)/fôrma (substantivo) é facultativo.

3.4) Hífen na ortografia oficial

Com o Novo Acordo Ortográfico, houve alteração nas regras


de uso do hífen, as quais são descritas a seguir.

Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o


segundo elemento começa com as letras R ou S, que serão
duplicadas.

• Antes: auto-retrato e anti-social;


• Depois: autorretrato e antissocial.

Atenção: Mantém-se o hífen quando os prefixos HIPER,


INTER e SUPER se ligam a elementos iniciados por R. Por
exemplo: hiper-requisitado; inter-regional; super-resistente.

Ademais, não se usa o hífen quando o prefixo termina em


vogal diferente da que inicia o segundo elemento.

• Antes: auto-escola
• Depois: autoescola

Por outro lado, usa-se o hífen quando o prefixo termina com


a mesma vogal que inicia o segundo elemento.

• Antes: antiinflamatório
• Depois: anti-inflamatório

Atenção: Não se usa o hífen com o prefixo CO, ainda que o


segundo elemento comece pela vogal O. Por exemplo:
cooperar.

Não se usa hífen em palavras compostas que, pelo uso,


passaram a formar uma unidade.

• Antes: manda-chuva
• Depois: mandachuva

3.5) Maiúsculas e minúsculas

Com o Novo Acordo Ortográfico, houve alteração nas regras


de uso das letras maiúsculas e minúsculas.

Letra maiúscula

Primeiramente, observa-se que a letra maiúscula deve ser


usada no início de uma frase ou de um período.

Ademais, na ortografia oficial para concursos, a letra


maiúscula deverá ser utilizada em nomes próprios de:
pessoas, animais, lugares — cidades, países, continentes…
—, acidentes geográficos, rios, instituições e entidades. Por
exemplo:

“Eu encontrei com João e Maria.”


“Existe um acordo comercial entre Brasil e Argentina.“
“Entre os maiores rios do mundo estão o Amazonas e o Nilo.“

Além disso, a letra maiúscula deve ser usada em: nomes de


festas e festividades, em nomes astronômicos, em títulos de
periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas. Por
exemplo:
“Eu gosto do Carnaval e do Natal.“
“Os maiores planetas do nosso sistema são Júpiter e Saturno.“
“Esta é uma pesquisa realizada pelo IBGE.“

Obs.: as siglas com até três letras são grafadas em


totalmente em letras maiúsculas: SUS, OAB, MEC, ONU…
As siglas com mais de três letras são grafadas apenas com
a inicial maiúscula, desde que possam ser pronunciadas
como uma palavra. Por exemplo: Serasa, Anatel, Procon,
Sebrae, Sesc, Unicef…; entretanto, se a sigla não puder ser
pronunciada como uma palavra, todas as letras serão
grafadas em maiúsculas: ABNT, BNDES, INSS, FGTS…

Nos nomes dos pontos cardeais deverá ser usada apenas se


estiverem indicando uma região. Por exemplo:

“Viajei para o Nordeste.“


“O Sol nasce na direção leste.“

Letra minúscula

Com a reforma ortográfica, a letra minúscula passou a ser


utilizada nos nomes dos dias de semana, meses e estações
do ano, nos nomes dos pontos cardeais (quando utilizados
genericamente, indicando uma direção) e nas palavras
fulano, sicrano e beltrano. Por exemplo:

“Hoje é segunda-feira.“
“O edital do concurso foi lançado em setembro.“
“Em dezembro, começa o verão.“
“Andei na direção sul.“
“Ela estava conversando com fulano.“

Uso facultativo
A nova ortografia oficial, presente nos concursos, permite o
uso facultativo das letras maiúsculas e minúsculas em
alguns casos, a saber: títulos de livros com todas as palavras
em maiúsculas ou apenas a palavra inicial; palavras de
categorizações como rio, rua, igreja…; em nomes de áreas
do saber, matérias e disciplinas; em versos que não iniciam
o período; e em palavras ligadas a uma religião. Por
exemplo:

“Grande Sertão: Veredas” ou “Grande sertão: veredas”


“Rio Nilo” ou “rio Nilo”
“Português” ou “português”
“São Francisco” ou “são Francisco”

4) Encontro vocálico na ortografia oficial


Assim como a acentuação gráfica, é importante apresentar
os encontros vocálicos, os quais trazem muitas regras e,
portanto, dúvidas para quem está estudando para
concursos. Entre os principais pontos a serem estudados na
ortografia oficial para concursos, encontra-se a identificação
dos encontros vocálicos e a distinção entre ditongo, tritongo
e hiato.

4.1) Definição

O encontro vocálico é um fenômeno que ocorre quando


uma ou mais vogais aparecem em sequência, ou seja, juntas
em uma palavra.

Há três tipos de encontros vocálicos: ditongo, tritongo e


hiato. O enquadramento em cada um desses tipos depende
de como os sons de vogais aparecem na palavra e entre as
sílabas. Por exemplo:

“Linguiça” = “lin-gui-ça” (ditongo crescente)


“Cadeira” = “ca-dei-ra” (ditongo decrescente)
“Paraguai” = “Pa-ra-guai” (tritongo)
“Saúde” = “sa–ú-de” (hiato)

4.2) Ditongo

Ocorre quando há o encontro de duas vogais na mesma


sílaba. Nesse tipo de encontro vocálico, uma das letras é a
vogal e a outra é a semivogal.

Assim, quando o som vocálico é mais forte, é chamado de


“vogal”, podendo ser representado pelas letras A, E, I, O e U.
No entanto, quando o som vocálico é mais fraco, é chamado
de “semivogal” e ocorre com as letras I e U. Em suma, o
ditongo ocorre quando há: “vogal +
semivogal” ou “semivogal + vogal”.

O ditongo pode ser crescente ou decrescente e oral ou


nasal:

• Crescente: há, em sequência, o encontro de uma


semivogal e uma vogal. O som é crescente, isto é, parte
da vogal mais fraca (semivogal) para a mais forte
(vogal). Por exemplo: linguiça e língua;
• Decrescente: há, em sequência, o encontro de uma
vogal e uma semivogal. O som é crescente, isto é, parte
da vogal mais forte (vogal) para a mais fraca
(semivogal). Por exemplo: cadeira e peixe;
• Oral: a palavra é pronunciada e o som do encontro
tem o ar passando somente pela boca. Por
exemplo: cadeira e peixe;
• Nasal: a palavra é pronunciada e o som do encontro
tem o ar passando pela boca e pelo nariz. Por
exemplo: muito e cãibra.
Observações
Alguns ditongos nasais têm o som nasalizado representado
por letras que não são as semivogais I ou U. Nesses casos,
quando a palavra é pronunciada, o som é similar àquele
representado por essas vogais, sendo conhecidos como
“ditongos fonéticos”. Por exemplo: mão (pronuncia-se
“mãu“) e mãe (pronuncia-se “mãi”).

Ademais, outro caso remete-se às letras M e N, que são


pronunciadas como I e U. Por exemplo: alinham (pronuncia-
se “a-li-nhaum”) e trem (pronuncia-se “treim”).

4.3) Tritongo

O tritongo ocorre quando há o encontro de apenas três


vogais na mesma sílaba. Nesse tipo de encontro vocálico,
apenas uma das letras é a vogal, enquanto as outras são
semivogais.

Analogamente ao ditongo, quando o som vocálico é mais


forte, é chamado de “vogal”, podendo ser representado
pelas letras A, E, e O. No entanto, quando o som vocálico é
mais fraco, é chamado de “semivogal” e ocorre com as letras
I e U. Em suma, o tritongo ocorre quando há: “semivogal +
vogal + semivogal”.

Os tritongos não devem ser identificados visualmente pela


forma de escrita da palavra, mas pela fonética por meio da
identificação de três sons vocálicos distintos que
permanecem juntos na mesma sílaba.

Assim, o tritongo pode ser oral ou nasal:

• Oral: a palavra é pronunciada e o som do encontro


vocálico tem o ar passando somente pela boca. Por
exemplo: Paraguai e Uruguai;
• Nasal: a palavra é pronunciada e o som do encontro
vocálico tem o ar passando pela boca e pelo nariz. Por
exemplo: quão e saguão;
Observações

Alguns tritongos nasais têm o som nasalizado representado


por letras que não são as semivogais I e U. Nesses casos
especiais, quando a palavra é pronunciada, o som é similar
àquele representado por essas vogais. Por
exemplo: saguão (pronuncia-se “sa-guãu”)
e saguões (pronuncia-se “sa-guõis”).

Além disso, outro caso especial remete-se às letras M, N e L


que, embora sejam consoantes, elas são pronunciadas
representam o mesmo som das semivogais I e U. As
consoantes M e N no final da palavra representam um som
vocálico nasalizado. A consoante L, quando não atua como
consoante velarizada, assume o som U, formando “tritongo
fonético”. Por exemplo: enxaguam (pronuncia-se “en-xa-
guãu“), enxaguem (pronuncia-se “en-xa-gueim”)
e igual (pronuncia-se “i-guau“).

4.4) Hiato

Na ortografia oficial para concursos vale o estudo cauteloso


do hiato, o qual ocorre quando há o encontro de duas
vogais em sílabas separadas. Nesse tipo de encontro
vocálico, as duas letras são vogais e não podem ficar na
mesma sílaba.

Em suma, o hiato ocorre quando há: “vogal + vogal”. Por


exemplo: ba–ú, sa–ú-de, hi–a-to, Sa–a-ra.

Assim, observa-se que tanto os hiatos como os ditongos são


encontros vocálicos e a diferença entre eles é que o
encontro vocálico do hiato fica separado em sílabas
diferentes na divisão silábica enquanto o ditongo
permanece na mesma sílaba.

Certamente, deve-se observar a diferença entre as palavras


dissílabas (duas sílabas) pequenas e as palavras
monossílabas (apenas uma sílaba), as quais podem ser
confundidas entre si. Por exemplo: “lua” e “pia” são palavras
dissílabas — lu–a e pi–a — e, portanto, hiatos; porém, “meu”
e “pai” são monossílabas e ditongos.

5) Encontro consonantal na ortografia oficial


O encontro consonantal é um fenômeno que ocorre quando
uma ou mais consoantes aparecem em sequência, ou seja,
juntas em uma palavra. Nesse caso, as duas consoantes
devem manter seus respectivos sons. Por exemplo:

“Brejo” (encontro consonantal puro)


“Martelo” (encontro consonantal disjunto)

O encontro consonantal pode ser puro ou disjunto:

• Puro: as consoantes que ficam na mesma sílaba. Por


exemplo: trave e brejo;

• Disjunto: as consoantes que ficam em sílabas


separadas. Por exemplo: cascata e martelo.

6) Dígrafo na ortografia oficial


O dígrafo é um fenômeno que ocorre quando duas letras
são usadas para representar um único fonema, isto é, um
único som.

“Carro” (dígrafo consonantal)


“Guia” (dígrafo consonantal)
“Limpo” (dígrafo vocálico)
Há dois tipos de dígrafos: consonantal ou vocálico. Veja as
diferenças:

• Consonantal: as letras têm um único fonema com som


de consoante. Assim, podem ser formados pelas
seguintes letras: CH, LH, NH, RR, SS, SC, SÇ, XC, XS, GU e
QU. Por exemplo:
– ch = cacho;
– lh = calha;
– nh = ninho;
– rr = correr;
– ss = passar;
– sc = descer;
– sç = desço;
– xc = exceção;
– xs = exsudar;
– gu = guia;
– qu = queijo.

Obs.: as letras GU e QU são consideradas dígrafos apenas


quando estiverem seguidas das vogais E ou I. Por
exemplo: queijo, quilo, gueixa, guia.

• Vocálico: as vogais são sucedidas das consoantes M ou


N, representando fonemas vocálicos nasalizados, isto
é, em um único fonema com som de vogal. Assim,
podem ser formados pelas seguintes letras: AM, EM,
IM, OM, UM, AN, EN, IN, ON e UN. Por exemplo:
– am = âmbar;
– an = anta;
– em = embrião;
– en = enfrentar;
– im = limpo;
– in = pintar;
– om = ombro;
– on = onça;
– um = umbu;
– un = untar.

Enfim, vale ressaltar que alguns dígrafos consonantais se


separam, enquanto outros não. Por exemplo: carro = car–ro
e chuva = chu-va.

7) Homônimos e parônimos na ortografia oficial


Embora menos frequentes em concursos que preveem
conhecimentos sobre a ortografia oficial em edital, as
palavras homônimas e parônimas podem trazer alguma
confusão ao(à)(s) candidato(a)(s). Os tópicos abaixo trazem
uma síntese do que se precisa saber para estar mais bem
preparado(a).

7.1) Homônimos

A etimologia indica que a palavra “homônimo” veio do grego


“homónymos” = homo (igual) + onymos (nome). Assim,
homônimos ou palavras homônimas são palavras que
possuem a mesma pronúncia (homófono) e/ou a mesma
grafia (homógrafo), mas com significados diferentes.

Há três tipos de encontros homônimos: homônimos


perfeitos, homógrafos e homófonos. Veja as diferenças:

• Homônimos perfeitos: as palavras possuem a escrita


e a pronúncia iguais, mas com significados diferentes.
Por exemplo: manga (da roupa) e manga (fruta);
• Homógrafos: as palavras possuem a mesma escrita,
mas a pronúncia é diferente. Por
exemplo: colher (talher / pronúncia aberta “colhér”)
e colher (fazer colheita / pronúncia fechada “colhêr”);
• Homófonos: as palavras são escritas de maneira
diferente, porém possuem o mesmo som. Por
exemplo: cela (jaula) / sela (de cavalo).

7.2) Parônimos

A etimologia indica que a palavra “parônimo” veio do


grego parōnymos = para (junto, ao lado de, quase)
e onymos (nome). Assim, parônimos ou palavras parônimas
são palavras que possuem a pronúncia e a grafia parecidas
e possuem significados diferentes. Por
exemplo: cavaleiro (anda de cavalo) / cavalheiro (educado)
e cumprimento (saudação) / comprimento (tamanho).

Alguns parônimos podem ser homófonos. Por


exemplo: acento (gráfico) / assento (para sentar)
e conserto (reparo) / concerto (musical).

Acentuação Gráfica

Escrito por Daniela Diana

Professora licenciada em Letras

A acentuação gráfica consiste na colocação de acento ortográfico para indicar


a pronúncia de uma vogal ou marcar a sílaba tônica de uma palavra. Os nomes
dos acentos gráficos da língua portuguesa são:

• acento agudo (´)


• acento grave (`)
• acento circunflexo (^)

Os acentos gráficos são elementos essenciais que estabelecem, por meio de


regras, a sonoridade/intensidade das sílabas das palavras.

Acentuação das palavras oxítonas


As palavras oxítonas são aquelas em que a última sílaba é tônica (mais forte).
Elas podem ser acentuadas com o acento agudo e com o acento circunflexo.

Oxítonas que recebem acento agudo

Regras de acentuação gráfica Exemplos de palavras com acento

Recebem acento agudo as palavras oxítonas está, estás, já, olá; até, é, és, olé,
terminadas em vogais tônicas abertas -a, -e ou -o pontapé(s); vó(s), dominó(s), paletó(s),
seguidas ou não de -s. só(s)

No caso de palavras derivadas do francês e bebé ou bebê; bidé ou bidê; canapé ou


terminadas com a vogal -e, são admitidos tanto o canapê; croché ou crochê; matiné ou
acento agudo quanto o circunflexo. matinê

adorá-lo (de adorar + lo) ou adorá-los (de


Quando conjugadas com os pronomes -lo(s) ou -la(s)
adorar + los); fá-lo (de faz + lo) ou fá-los
terminando com a vogal tônica aberta -a após a perda
(de faz + los)
do -r, -s, ou -z.
dá-la (de dar + la) ou dá-las (de dar + las)

Recebem acento as palavras oxítonas com mais de acém, detém, deténs, entretém, entreténs,
uma sílaba terminadas no ditongo nasal grafado -em harém, haréns, porém, provém, provéns,
e -ens. também

São acentuadas as palavras oxítonas com os


anéis, batéis, fiéis, papéis, chapéu(s),
ditongos abertos grafados -éu, éi ou -ói, seguidos ou
ilhéu(s), véu(s); herói(s), remói
não de -s.

Obs.: há exceção nas formas da terceira pessoa do plural do presente do


indicativo dos derivados de "ter" e "vir". Nesse caso, elas recebem acento
circunflexo (retêm, sustêm; advêm, provêm).

Oxítonas que recebem acento circunflexo

Exemplos de palavras com


Regras de acentuação gráfica
acento

cortês, dê, dês (de dar), lê, lês


São acentuadas as palavras oxítonas terminadas nas vogais
(de ler), português, você(s);
tônicas fechadas grafadas -e ou -o, seguidas ou não de -s.
avô(s), pôs (de pôr), robô(s)

As formas verbais oxítonas, quando conjugadas com os


detê -lo(s); fazê -la(s); vê -la(s);
pronomes clíticos -lo(s) ou -la(s) terminadas com as vogais
compô-la(s); repô-la(s); pô-
tônicas fechadas -e ou -o após a perda da consoantes final -r, -s
la(s)
ou -z, são acentuadas.
Obs.: usa-se, ainda, o acento circunflexo para diferenciar a forma verbal "pôr"
da preposição "por".

Acentuação das palavras paroxítonas


As palavras paroxítonas são aquelas em que a penúltima sílaba é tônica (mais
forte).

Paroxítonas que recebem acento agudo

Regras de acentuação gráfica Exemplos de palavras com acento

Recebem acento agudo as paroxítonas que apresentam,


na sílaba tônica, as vogais abertas grafadas -a, -e, -o, -i e -u dócil, dóceis; fóssil, fósseis; réptil,
e que terminam em -l, -n, -r, -x e -s, e algumas formas do répteis; córtex, córtices; tórax; líquen,
plural, que passam a proparoxítonas. líquenes; ímpar, ímpares

fêmur e fémur; ónix e ônix; pónei e


É admitida dupla grafia em alguns casos. pônei; ténis e tênis; bónus e bônus;
ónus e ônus; tónus e tônus
Palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tônica, as
órfã, órfãs; órfão, órfãos; órgão,
vogais abertas grafadas -a, -e, -i, -o e -u, e que terminam em órgãos; sótão, sótãos; jóquei,
-ã, -ão, -ei, -um ou -uns são acentuadas nas formas singular jóqueis; fáceis, fácil; bílis, íris, júri,
e plural das palavras. oásis, álbum, fórum, húmus e vírus

Obs.: não se acentuam graficamente os ditongos representados por -ei e -oi da


sílaba tônica das paroxítonas:

assembleia, boleia, ideia, onomatopeico, proteico, alcaloide, apoio (do verbo


apoiar), tal como apoio (substantivo), boia, heroico, jiboia, moina, paranoico,
zoina.

Exemplos de palavras paroxítonas não acentuadas: enjoo, grave, homem, mesa,


Tejo, vejo, velho, voo, avanço, floresta; abençoo, angolano, brasileiro,
descobrimento, graficamente e moçambicano.

Paroxítonas e o uso do acento circunflexo

Regras de acentuação gráfica Exemplos de palavras com acento

Palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tônica, as vogais


fechadas com a grafia -a, -e e -o, e que terminam em -l, -n, -r cônsul, cônsules; têxtil, têxteis;
ou -x, assim como as respetivas formas do plural, algumas plâncton, plânctons
das quais se tornam proparoxítonas.
Regras de acentuação gráfica Exemplos de palavras com acento

Também recebem acento circunflexo as palavras que


Estêvão, zângão, escrevêsseis,
contêm, na sílaba tônica, vogais fechadas com a grafia -a, -e
ânus
e -o, e que terminam em -ão(s), -eis ou -us.

São grafadas com acento circunflexo as formas dos verbos abstêm, advêm, contêm, convêm,
"ter" e "vir", na terceira pessoa do plural do presente do desconvêm, detêm, entretêm,
indicativo ("têm" e "vêm"). O mesmo é aplicado algumas intervêm, mantêm, obtêm, provêm,
formas verbais derivadas. sobrevêm

Não é usado o acento circunflexo nas palavras paroxítonas


creem, deem, descreem, desdeem,
que contêm um tônico oral fechado em hiato com
leem, preveem, redeem, releem,
terminação -em, da terceira pessoa do plural do presente do
reveem, veem
indicativo.

enjoo – substantivo e flexão de


Não é usado o acento circunflexo com objetivo de assinalar enjoar
a vogal tônica fechada na grafia das palavras paroxítonas. povoo – flexão de povoar
voo – substantivo e flexão de voar
para – flexão de parar.
Não são usados os acentos circunflexo e agudo para
pela/pelo – preposição de pela,
distinguir as palavras paroxítonas quando têm a vogal tônica quando substantivo de pelar.
aberta ou fechada em palavras homógrafas de palavras pelo – substantivo de per + lo.
proclíticas no singular e plural. polo – combinação de per + lo e
na combinação de por + lo
Fique Atento!

O acento circunflexo é obrigatório na palavra pôde na terceira pessoa do


singular do pretérito perfeito do indicativo. Isso acontece para distingui-la da
forma verbal correspondente do presente do indicativo: pode.

O acento circunflexo é facultativo no verbo demos, conjugado na primeira


pessoa do presente do indicativo. Isso ocorre para estabelecer distinção da
forma correspondente no pretérito perfeito do indicativo: demos.

Também é facultativo o uso de acento circunflexo no substantivo fôrma como


distinção do verbo formar na segunda pessoa do singular imperativo: forma.

Vogais tônicas
Regras de acentuação gráfica Exemplos de palavras com acento

As vogais tônicas grafadas (i) e (u) das palavras Adaís – plural de Adail, aí, atraí (de atrair),
oxítonas e paroxítonas recebem acento quando baú, caís (de cair), Esaú, jacuí, Luís, país,
Regras de acentuação gráfica Exemplos de palavras com acento

são antecedidas de uma vogal com a qual não alaúde, amiúde, Araújo, Ataíde, atraíam (de
formam ditongo e desde que não constituam sílaba atrair), atraísse (id.), baía, balaústre, cafeína,
com a consoante seguinte. ciúme, egoísmo, faísca, faúlha, graúdo,
influíste (de influir), juízes, Luísa, miúdo,
paraíso, raízes, recaída, ruína, saída e
sanduíche

Recebem acento agudo as vogais tônicas grafadas Piauí


com -i e -u, quando precedidas de ditongo na teiú – teiús
posição final ou seguidas de -s. tuiuiú – tuiuiús

Recebe acento agudo a vogal tônica grafada -i das


palavras oxítonas terminadas em -r dos verbos
terminados em -air e -uir, quando combinadas com atraí-lo(s), atraí-lo(s) –ia, possuí-la(s),
-lo(s), -la(s) considerando a assimilação e perda do possuí-la(s)-ia – de possuir-la(s)-ia
-r nas palavras.

As vogais tônicas grafadas (i) e (u) das palavras


oxítonas e paroxítonas não recebem acento
quando são antecedidas de uma vogal com a qual bainha, moinho, rainha, Adail, Coimbra, ruim,
não formam ditongo, e desde que não constituam ainda, constituinte, oriundo, ruins, triunfo,
sílaba com a consoante seguinte nos casos de -nh, atrair,influir, influirmos, juiz e raiz
-l, -m, -n, -r e -z.

Não recebem acento agudo as vogais tônicas das arguir, redarguir, aguar, apaniguar,
palavras paroxítonas nas formas rizotônicas de apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar,
alguns verbos. enxaguar, obliquar, delinquir

Não recebem acento agudo os ditongos tônicos


grafados -iu e -ui, quando precedidos de vogal. distraiu; instruiu

Não é utilizado acento agudo nas vogais tônicas


grafadas em -i e -u das palavras paroxítonas baiuca; boiuno; cheinho; sainha
quando precedidas de ditongo.

Acentuação das palavras proparoxítonas


As palavras proparoxítonas são aquelas em que a antepenúltima sílaba é a
tônica (mais forte), sendo que todas são acentuadas.

Proparoxítonas que recebem acento agudo


Exemplos de palavras com
Regras de acentuação gráfica
acento

árabe, cáustico, Cleópatra,


Recebem acento agudo as palavras proparoxítonas que esquálido, exército, hidráulico,
apresentam na sílaba tônica as vogais abertas grafadas -a, -e, - líquido, míope, músico, plástico,
i, -o e -u começando com ditongo oral ou vogal aberta. prosélito, público, rústico,
tétrico, último

Recebem acento agudo as palavras proparoxítonas aparentes


quando apresentam na sílaba tônica as vogais abertas Álea, náusea; etéreo, níveo;
grafadas -a, -e, -i, -o e -u ou ditongo oral começado por vogal enciclopédia, glória; barbárie,
aberta, e que terminam por sequências vocálicas pós-tônicas série; lírio, prélio; mágoa, nódoa;
praticamente consideradas como ditongos crescentes -ea, -eo, exígua; exíguo, vácuo
-ia, -ie, -io, -oa, -ua e -uo).

Proparoxítonas que recebem acento circunflexo

Regras de acentuação gráfica Exemplos de palavras com acento

anacreôntico, cânfora, cômputo, devêramos (de


Recebem acento circunflexo as palavras
dever), dinâmico, êmbolo, excêntrico, fôssemos
proparoxítonas que apresentam na sílaba
(de ser e ir), Grândola, hermenêutica, lâmpada,
tônica vogal fechada ou ditongo com a vogal
lôbrego, nêspera, plêiade, sôfrego, sonâmbulo,
básica fechada e as chamadas proparoxítonas
trôpego. Amêndoa, argênteo, côdea, Islândia,
aparentes.
Mântua e serôdio

Recebem acento circunflexo as palavras


proparoxítonas, reais ou aparentes, quando as
acadêmico, anatômico, cênico, cômodo,
vogais tônicas são grafadas e/ou estão em
fenômeno, gênero, topônimo, Amazônia, Antônio,
final de sílaba e são seguidas das consoantes
blasfêmia, fêmea, gêmeo, gênio e tênue
nasais grafadas -m ou -n obedecendo ao
timbre.

Atenção!

Palavras derivadas de advérbios ou adjetivos não são acentuadas

Exemplos:

• Avidamente - de ávido
• Debilmente - de débil
• Facilmente - de fácil
• Habilmente - de hábil
• Ingenuamente – de ingênuo
• Lucidamente - de lúcido
• Somente - de só
• Unicamente - de único
• Candidamente – cândido
• Dinamicamente - de dinâmico
• Espontaneamente - de espontâneo
• Romanticamente - de romântico

As 10 classes de palavras ou classes gramaticais

Escrito por Daniela Diana

Professora licenciada em Letras

As classes de palavras ou classes gramaticais são dez: substantivo, verbo,


adjetivo, pronome, artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e
advérbio.

1. Substantivo
Substantivo é a palavra que nomeia os seres em geral, desde objetos,
fenômenos, lugares, qualidades, ações, dentre outros, tais como: Ana, Brasil,
beleza.

Exemplos de frases com substantivo:

• A Ana é super inteligente.


• O Brasil é lindo.
• A tua beleza me encanta.

Os substantivos são classificados em: simples ou composto, primitivo ou


derivado, comum ou próprio, concreto ou abstrato, e coletivo.

2. Verbo
Verbo é a palavra que indica ações, estado ou fenômeno da natureza, tais
como: sair, correr, chover.

Exemplos de frases com verbo:

• Sairemos esta noite?


• Corro todos os dias.
• Chovendo, eu não vou.

Os verbos são classificados em: regulares, irregulares, defectivos e


abundantes.
3. Adjetivo
Adjetivo é a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos, tais
como: feliz, superinteressante, amável.

Exemplos de frases com adjetivo:

• A criança ficou feliz.


• O artigo ficou superinteressante.
• Sempre foi amável comigo.

Os adjetivos são classificados em: primitivos ou derivados, simples ou


compostos, e pátrios.

4. Pronome
Pronome é a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a
relação das pessoas do discurso, tais como: eu, contigo, aquele.

Exemplos de frases com pronome:

• Eu aposto como ele vem.


• Contigo vou até a Lua.
• Aquele tipo não me sai da cabeça.

Tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos,


indefinidos e interrogativos.

5. Artigo
Artigo é a palavra que antecede o substantivo, tais como: o, as, uns, uma.

Exemplos de frases com artigo:

• O menino saiu.
• As meninas saíram.
• Uns meninos tocaram a campainha.
• Uma chance é o que preciso.

Os artigos são classificados em: definidos e indefinidos.

6. Numeral
Numeral é a palavra que indica a posição ou o número de elementos, tais
como: um, primeiro, dezenas.

Exemplos de frases com numeral:


• Um pastel, por favor!
• Primeiro as damas.
• Dezenas de pessoas estiveram presentes.

Os numerais podem ser: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários.

7. Preposição
Preposição é a palavra que liga dois elementos da oração, tais como: a, após,
para.

Exemplos de frases com preposição:

• Entreguei a carta a ele.


• As portas abrem após as 18h.
• Isto é para você.

As preposições são classificadas em: preposições essenciais e preposições


acidentais.

8. Conjunção
Conjunção é a palavra que liga dois termos ou duas orações de mesmo valor
gramatical, tais como: mas, portanto, conforme.

Exemplos de frases com conjunção:

• Vou, mas não volto.


• Portanto, não sei o que fazer.
• Dançar conforme a dança.

As conjunções são classificadas em coordenativas (aditivas, adversativas,


alternativas, conclusivas e explicativas) e subordinativas (integrantes, causais,
comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas,
temporais, finais e proporcionais).

9. Interjeição
Interjeição é a palavra que exprime emoções e sentimentos, tais como: Olá!
Viva! Psiu!

Exemplos de frases com interjeição:

• Olá! Sou a Maria.


• Viva! Conseguimos ganhar o campeonato.
• Psiu! Não faça barulho aqui.
As interjeições são classificadas em: alegria, desejo, dor, surpresa, silêncio,
entre outros.

10. Advérbio
Advérbio é a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio,
exprimindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros, tais
como: melhor, demais, ali.

Exemplos de frases com advérbio:

• Escrevia melhor quando tinha o hábito de ler.


• Não acha que trouxe folhas demais?
• O restaurante é ali.

Os advérbios são classificados em: modo, intensidade, lugar, tempo, negação,


afirmação, dúvida, entre outros.
O que é classe gramatical?
É a classificação das palavras em grupos de acordo com a sua função na
língua portuguesa. Elas podem ser variáveis e invariáveis, dividindo-se da
seguinte forma:

• Palavras variáveis - aquelas que variam em gênero, número e grau: substantivo,


verbo, adjetivo, pronome, artigo e numeral.
• Palavras invariáveis - as que não variam: preposição, conjunção, interjeição e
advérbio.
Concordância Verbal e Nominal
Concordância verbal e nominal é relação que garante que as palavras
concordem umas com as outras.

A concordância verbal garante que os verbos concordem com os sujeitos,


enquanto a concordância nominal garante que os substantivos concordem
com adjetivos, artigos, numerais e pronomes.

Exemplo: Nós estudaremos regras e exemplos complicados juntos.

Neste exemplo, quando concordamos o sujeito (nós) com o verbo


(estudaremos) estamos fazendo a concordância verbal.

Por sua vez, quando concordamos os substantivos (regras e exemplos) com o


adjetivo (complicados) estamos fazendo concordância nominal.

Regras de concordância verbal


Para garantir a concordância verbal, precisamos respeitar as relações de
número e pessoa entre verbo e sujeito. Vejamos algumas regras.

1. Concordância de sujeito composto antes do verbo

Quando o sujeito é composto e vem antes do verbo, esse verbo deve estar
sempre no plural. Exemplos:

• Maria e José conversaram até de madrugada.


• Construção e pintura ficarão prontas amanhã.

2. Concordância de sujeito composto depois do verbo

Quando o sujeito composto vem depois do verbo, o verbo tanto pode ficar no
plural como pode concordar com o sujeito mais próximo. Exemplos:

• Discursaram diretor e professores.


• Discursou diretor e professores.

3. Concordância de sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes

Quando o sujeito é composto, mas as pessoas gramaticais são diferentes, o


verbo deve ficar no plural. No entanto, ele concordará com a pessoa que, a nível
gramatical, tem prioridade.

Isso quer dizer que 1.ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2.ª (tu,
vós) e a 2.ª tem prioridade em relação à 3.ª (ele, eles). Exemplos:

• Nós, vós e eles vamos à festa.


• Tu e ele falais outra língua?
Regras de concordância nominal
Para garantir a concordância nominal, precisamos respeitar as relações de
gênero e número entre substantivos, adjetivos, artigos, numerais e pronomes.
Vejamos algumas regras.

1. Concordância entre substantivo e mais do que um adjetivo

Quando há mais do que um adjetivo para um substantivo, há duas formas de


concordar:

Colocar o artigo antes do último adjetivo. Exemplos:

• A língua francesa e a italiana são encantadoras.


• A música clássica e a popular são manifestações artísticas.

Colocar o substantivo e o artigo que o acompanha no plural. Exemplos:

• As línguas francesa e italiana são encantadoras.


• As músicas clássica e popular são manifestações artísticas.

2. Concordância entre substantivos e um adjetivo

Quando há mais do que um substantivo e apenas um adjetivo, há duas formas


de concordar:

Se o adjetivo vem ANTES dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o


substantivo mais próximo. Exemplos:

• Linda filha e bebê.


• Querido filho e filha.

Se o adjetivo vem DEPOIS dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o


substantivo mais próximo ou com todos os substantivos. Exemplos:

• Pronúncia e vocabulário perfeito.


• Vocabulário e pronúncia perfeita.
• Pronúncia e vocabulário perfeitos.
• Vocabulário e pronúncia perfeitos.

Pronomes: emprego e colocação e Regência nominal e verbal

1) Regência Verbal e Nominal: Conceitos Básicos


A regência verbal e nominal têm relação com
a transitividade, isto é, tratam da exigência ou não de uma
preposição por um verbo ou nome. Em outras palavras,
regência verbal e nominal é uma relação de
complementação que se estabelece entre termos de uma
oração.

2) Regência Verbal
A regência verbal identifica o verbo que exige ou não
complemento. O verbo que exige complemento é chamado
de transitivo e o que não a exige é chamado de intransitivo.

2.1) Verbo Transitivo Direto

O verbo transitivo direto é aquele que exige


complemento SEM preposição, como os exemplos abaixo:

O candidato realizou a prova.

Ele estudou a matéria.

Note que os termos “a prova” e “a matéria” são


complementos diretos do verbo e são chamados de objetos
diretos. Normalmente, indica-se o reconhecimento do
objeto direto com a pergunta “o quê?” ao verbo:

O candidato realizou o quê? (resposta: a prova)

Ele estudou o quê? (resposta: a matéria)

2.2) Verbo Transitivo Indireto

Os verbos transitivos indiretos exigem complemento


verbal COM preposição. Veja os exemplos:

O candidato duvidou do gabarito da prova.

Ele gosta de Matemática.


Note que os termos “do gabarito da prova” e “de
Matemática” são complementos indiretos do verbo e são
chamados de objetos indiretos.
Normalmente, indica-se o reconhecimento do objeto
indireto com a pergunta “de/com/em/a quê?” ao verbo:

O candidato duvidou de quê? (resposta: do gabarito da


prova)

Ele gosta de quê? (resposta: de Matemática)

2.3) Verbo Intransitivo

Os verbos intransitivos não exigem complementos


verbais (objetos direto ou indireto), mas podem exigir
circunstâncias adverbiais, como de lugar, modo, tempo etc:

Os problemas ocorreram.

Os problemas ocorreram naquela época na empresa.

Viajei para São Paulo.

Vim da Bahia ontem.

Na oração “Os problemas ocorreram.“, há o sujeito “Os


problemas” e o verbo intransitivo “ocorreram”.

Na oração “Os problemas ocorreram naquela época na


empresa.“, há o sujeito “Os problemas”, o verbo intransitivo
“ocorreram”, o adjunto adverbial de tempo “naquela época”
e o adjunto adverbial de lugar “na empresa”.

Na oração “Viajei para São Paulo“, há o verbo intransitivo


“Viajei” e “para São Paulo” é o adjunto adverbial de lugar .
Por fim, na oração “Vim da Bahia ontem.“, o verbo “Vim” é
intransitivo, “da Bahia” é o adjunto adverbial de lugar e
“ontem” é o adjunto adverbial de tempo.

2.4) Como reconhecer a circunstância adverbial?

Normalmente, indica-se o reconhecimento da


circunstância adverbial com perguntas ao verbo, como as
seguintes: “quando?” (para saber o tempo), “onde?”, “aonde?”,
“para onde?”, “de onde?” (para saber o lugar), “como?” (para
saber o modo), “por quê?” (para saber a causa):

Os problemas
ocorreram quando? Onde? (respostas: naquela época, na
empresa)

Viajou para onde? (resposta: para São Paulo)

Veio de onde? (resposta: da Bahia)

2.5) Transitividade e Contexto

É preciso também entender que a transitividade de um


verbo sempre dependerá do contexto. Devido a isso não
podemos estudar regência decorando simplesmente a
transitividade, mas o emprego do verbo no contexto.

Vejamos o verbo “estudar”!

Tal verbo normalmente é transitivo direto, isto é, exige


complemento verbal direto. Veja os exemplos abaixo:

Estudo Matemática todos os dias.

Eu estudo todos os dias

Note que, na primeira oração, “Estudo” exige o


complemento direto “Matemática”, o qual tem o nome
sintático de objeto direto. Além disso, é seguido do adjunto
adverbial de tempo “todos os dias”.

Mas, na oração “Eu estudo todos os dias“, o autor entendeu


não ser necessário nenhum complemento, isto é, não é
necessário demonstrar o que é estudado, mas quando é
estudado.

Assim, nesta última oração (“Estudo todos os dias“), o verbo é


apenas intransitivo.

Normalmente, temos dúvida para saber se o termo


preposicionado e ligado ao verbo é objeto indireto ou
adjunto adverbial. Para sanar sua dúvida, aprofunde no
tema lendo o artigo abaixo:

Diferença entre objeto indireto e adjunto adverbial

3) Regência Nominal
A regência nominal ocorre quando um nome (substantivo
abstrato, adjetivo ou advérbio) é transitivo e, por
conseguinte, exige um complemento.

Vejamos os exemplos abaixo:

O acesso ao estudo é a chave do desenvolvimento do país.

A sociedade é obediente às leis.

Moro longe de você.

Na primeira oração, note que o substantivo “acesso” exigiu


o complemento nominal “ao estudo”.

Na segunda oração, o adjetivo “obediente” exigiu o


complemento nominal “às leis” .
Na terceira oração, o advérbio “longe” exigiu o
complemento nominal “de você”.

Assim, podemos dizer que os nomes “acesso”, “obediente” e


“longe” são nomes transitivos, os quais exigem o termo
complemento nominal.

Mas tome cuidado, pois não é sempre que um substantivo é


seguido de complemento nominal. Veja abaixo um artigo
que preparei para você sobre a diferença entre adjunto
adnominal e complemento nominal:

Diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal

4) Listas de Regência Verbal e Nominal


Dando prosseguimento em nosso estudo de regência verbal
e nominal, apresentarei a seguir duas listas: uma lista de
regência nominal e outra lista de regência nominal. Use-as
como material de consulta, retornando a esse
artigo sempre que for necessário.

4.1) Lista de Regência Nominal

A regência nominal é bem variável, pois os nomes admitem


muitas preposições, mas segue abaixo uma lista dos
principais:

acostumado a, com curioso de

afável com, para desgostoso com, de

afeiçoado a, por desprezo a, de, por

aflito com, por devoção a, por, para, com

alheio a, de devoto a, de
ambicioso de dúvida em, sobre, acerca de

amizade a, por, com empenho de, em, por

amor a, por falta a, com, para

ansioso de, para, por imbuído de, em

apaixonado de, por imune a, de

apto a, para inclinação a, para, por

atencioso com, para incompatível com

aversão a, por junto a, de

ávido de, por preferível a

conforme a propenso a, para

constante de, em próximo a, de

constituído com, de, por respeito a, com, de, por, para

contemporâneo a, de situado a, em, entre

contente com, de, em, por último a, de, em

cruel com, para único a, em, entre, sobre

4.2) Lista de Regência Verbal

A transitividade é muito ampla e não se esgota naqueles


verbos listados nas gramáticas tampouco aqui neste artigo,
mas vemos que os concursos se baseiam nestes verbos
mais comuns, os quais são listados a seguir.

Agora, vamos para uma lista de verbos que mais caem em


concursos para depois treinarmos com questões:
a) Agradar: transitivo direto, com o sentido de “fazer
agrado”, “fazer carinho”.

Ela agradou o filho.

Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de


“ser agradável”.

O assunto não agradou ao homem.

b) Ajudar, satisfazer, presidir, preceder: transitivos diretos


ou indiretos, com a preposição a.

Satisfiz as exigências. ou Satisfiz às


exigências.

c) Amar, estimar, abençoar, louvar, parabenizar,


detestar, odiar, adorar, visitar: transitivos diretos.

Estimo o colega. Adoro meu filho.

d) Aspirar: transitivo direto quando significa “sorver”,


“inspirar”, “levar o ar aos pulmões”: Aspiramos o
ar frio da manhã.

Transitivo indireto, com a preposição a, quando significa


“desejar”, “almejar”:

Ele aspira ao cargo.

e) Assistir: é transitivo direto no sentido de “dar


assistência”, “amparar”.

O médico assistiu o paciente.

Mas também é aceito como transitivo indireto, com a


preposição a, neste mesmo sentido: O médico
assistiu ao paciente.
Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de
“ver”, “presenciar”.

Meu filho assistiu ao jogo.

Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de


“caber”, “competir”.

Esse direito assiste ao réu.

Intransitivo, com a preposição em, com o sentido de


“morar”.

Seu tio assistia em um sítio. (o termo “em um sítio” é o


adjunto adverbial de lugar)

Neste sentido, admite o pronome relativo “onde”: Este é o


local onde assisto (onde moro).

f) Avisar, informar, prevenir, certificar, cientificar:

São normalmente transitivos diretos e indiretos, admitindo


duas construções.

Avisei o gerente do problema.

Avisei-o do problema.

Avisei ao gerente o problema.

Avisei-lhe o problema.

Avisei o gerente de que havia um problema.

Avisei ao gerente que havia um problema.


Cuidado! Veja que tanto o objeto direto quanto o indireto
podem ser expressos também por pronomes oblíquos
átonos ou orações subordinadas substantivas.

g) Atender: é transitivo direto, podendo ser também


transitivo indireto no sentido de dar atenção a, receber
alguém, seguir, acatar:

Não costuma atender os meus conselhos.

O ministro atendeu os funcionários que o aguardavam.

Não atendeu à observação que lhe fizeram.

Transitivo indireto no sentido de responder, prestar auxílio


a:

Os bombeiros atenderam a muitos chamados.

O médico atendeu aos afogados na praia.

h) Chegar: É intransitivo, no sentido de movimento a um


destino, exigindo a preposição “a”. Com ideia de movimento
de um lugar origem, usa-se a preposição “de”. Deve-se evitar
a preposição “em”, muito usada na linguagem coloquial, mas
não é admitida na norma culta.

Cheguei a Fortaleza. Cheguei de Fortaleza.

Esse verbo admite o advérbio “aonde” ou a locução “para


onde”, não admitindo apenas “onde”.

Note que, nas orações anteriores, os termos “a Fortaleza” e


“de Fortaleza” são adjuntos adverbiais de lugar.

Transitivo indireto, quando transmite valor de limite:

Seu estudo chegou ao extremo do entendimento.


i) Chamar: é transitivo direto com o sentido de “convocar”.

Chamei-o aqui.

Transitivo direto ou indireto, indiferentemente, com o


sentido de “qualificar”, “apelidar”; nesse caso, terá um
predicativo do objeto (direto ou indireto), introduzido ou
não pela preposição de.

Chamei-o louco. Chamei-o de


louco.

Chamei-lhe louco. Chamei-lhe de


louco.

A palavra louco, nos dois primeiros exemplos, é predicativo


do objeto direto; nos dois últimos, predicativo do objeto
indireto.

j) Custar: é intransitivo, quando indica preço, valor.

Os óculos custaram oitocentos reais.

Obs.: adjunto adverbial de preço ou valor: oitocentos reais.

Transitivo indireto, com a preposição a, significando “ser


custoso”, “ser difícil”; com esse sentido, normalmente estará
seguido de um infinitivo:

Custou ao aluno entender a explicação do professor.

Obs: A expressão “entender a explicação do professor” é


sujeito oracional e “ao aluno” é o objeto indireto. (Isso
custou ao aluno)

k) Esquecer, lembrar, recordar: são transitivos diretos,


sem os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos):
Ele esqueceu o livro. Lembrou a
situação. Recordou o fato.

Transitivos indiretos com pronomes oblíquos átonos,


exigindo preposição de.

Ele se esqueceu do livro. Lembrou-se da situação. Recordou-


se do fato.

No sentido figurado, há ainda a possibilidade de o sujeito do


verbo “esquecer” não ser uma pessoa, mas uma coisa:

Esqueceram-me as palavras de elogio.

Esqueceu-se verificar o número da placa.

Essa mesma regência vale para “lembrar”, isto é, há na


língua o registro de frases como “Não me lembrou esperá-
la”, em que “lembrar” significa “vir à lembrança”. O sujeito de
“lembrou” é “esperá-la”, ou seja, esse fato (o ato de esperá-
la) não me veio à lembrança.

Os verbos Lembrar e recordar também podem ser


transitivos diretos e indiretos:

Lembrei ao aluno o dia do teste.

l) Implicar: é transitivo direto quando significa “pressupor”,


“acarretar”.

Seu estudo implicará aprovação.

Transitivo direto e indireto, com a preposição em, quando


significa “envolver”.

Implicaram o servidor no processo.


Transitivo indireto, com a preposição com, quando significa
“demonstrar antipatia”, “perturbar”.

Sempre implicava com o vizinho.

m) Morar, residir, situar-se, estabelecer-se pedem


adjuntos adverbiais com a preposição em, e não a:

Morava na Rua Onofre da Silva.

Cabe aqui observar que o vocábulo “onde” não pode


receber preposição com este verbo. A estrutura “aonde
moro” está errada gramaticalmente, o correto é: onde moro.

n) Namorar: transitivo direto:

Ela namorou aquele artista.

o) Obedecer e desobedecer: transitivos indiretos, com a


preposição a.

Obedeço ao comando. Não desobedeçamos à lei.

p) Pedir, implorar, suplicar: transitivos diretos e indiretos,


com a preposição a (mais raramente, para):

Pediu ao dirigente uma solução.

Só admitem a preposição para quando existe a


palavra licença (ou sinônimos), clara ou oculta.

Ele pediu para sair. (ou seja: pediu licença para)

q) Perdoar e pagar: são transitivos diretos, se o


complemento é coisa.

Perdoei o equívoco. Paguei o apartamento


Transitivos indiretos, com a preposição a, se o complemento
é pessoa.

Perdoei ao amigo. Paguei ao empregado.

Podem aparecer os dois complementos, sendo o verbo


transitivo direto e indireto:

O Brasil pagou a dívida ao FMI.

O FMI perdoará a dívida aos países pobres.

Note que, se no último exemplo retirássemos a preposição


“a” e inseríssemos a preposição de, o verbo passa a ser
apenas transitivo direto e o termo preposicionado passa a
ser o adjunto adnominal que caracteriza o núcleo deste
termo. Veja:

O FMI perdoará a dívida dos países pobres.

Observação: “perdoará” é verbo transitivo direto, o termo “a


dívida dos países pobres” é o objeto direto, cujo núcleo é
“dívida” e “dos países pobres” é o adjunto adnominal.

r) Preferir: é transitivo direto: Prefiro biscoitos.

Transitivo direto e indireto, com a preposição a: Prefiro vinho


a leite.

Cuidado, pois o verbo “preferir” não aceita palavras ou


expressões de intensidade, nem do que ou que. Assim,
está errada a construção como “Prefiro mais vinho do que
leite”.

s) Presidir: transitivo direto ou indireto:

O chefe presidiu a cerimônia. O chefe presidiu à


cerimônia.
t) Querer: é transitivo direto, significando “desejar, ter
intenção de, ordenar, fazer o favor de”:

Ele quer a verdade.

Transitivo indireto, significando “gostar, ter afeição a alguém


ou a alguma coisa”. É normal o advérbio “bem” ficar
subentendido ou explícito. Assim, é exigida a preposição a:

A mãe quer muito ao filho. (…quer bem ao filho)

u) Responder: é transitivo direto, em relação à própria


resposta dada.

Responderam que estavam bem.

Transitivo indireto, em relação à coisa ou pessoa que recebe


a resposta.

Respondi ao telegrama.

Às vezes, aparece como transitivo direto e indireto:

Respondemos aos parentes que iríamos.

v) Visar: é transitivo direto quando significa “pôr o visto”,


“rubricar”:

Ela visou as folhas.

Transitivo direto quando significa “mirar”:

Visavam um ponto na parede.

Transitivo indireto, com a preposição a, quando significa


“pretender”, “almejar”:

Visava à felicidade de todos.


Aqui não é aceito o pronome “lhe” como complemento,
empregando-se, assim, as formas “a ele” e “a ela”.

Algumas gramáticas aceitam a regência deste verbo na


acepção de “pretender, almejar” como verbo transitivo
direto, quando logo após houver um verbo no infinitivo:

“O programa visa facilitar o acesso ao ensino gratuito.”

Vejam, a seguir, um vídeo com questões comentadas de


regência verbal e nominal.

Então é isso por hoje, meus amigos! Regência verbal e


nominal não será mais uma pedra no seu sapato!! :)

Um grande abraço!

Norma Culta
A norma culta se refere ao conjunto de padrões linguísticos usados
habitualmente pela camada mais escolarizada da população. Define-se como a
variação linguística utilizada por pessoas que vivem em meios urbanos e que
possuem elevado nível de escolaridade, em situações formais e monitoradas de
comunicação falada ou escrita.

Características da norma culta

• É usada em situações formais e monitoradas de comunicação;


• Impõe a correção gramatical, que implica um uso rigoroso das normas
gramaticais;
• É uma linguagem cuidada e elaborada, que privilegia a utilização de
estruturas sintáticas complexas e de um vocabulário rico e diversificado,
com clara e correta pronúncia das palavras;
• É o registro ensinado na escola, sendo considerado mais erudito e
prestigiado.

O domínio da norma culta reflete-se, principalmente, na modalidade escrita da


língua, revelando um elevado grau de rigor e correção gramatical, como o
devido uso da pontuação, da acentuação, da colocação pronominal, da
concordância e da regência, entre outros.

Exemplos de uso da norma culta

Colocação pronominal em ênclise no início da oração:


• Levante-se e vamos embora.
• Dá-me isso, por favor.

Regência verbal com a preposição adequada:

• Ele nunca obedece ao pai.


• Nós assistimos ao jogo de futebol juntos.

Uso correto das várias pessoas gramaticais:

• Eu quero ir contigo. Tu vais a que horas?


• Veja isso com atenção e depois diga se você entendeu tudo.

Utilização de palavras sem estarem abreviadas ou contraídas:

• está (e não tá);


• para (e não pra);
• você (e não cê).

Saber escrever e falar de acordo com a norma culta de uma língua é uma
competência bastante valorizada no mercado de trabalho, uma vez que o
domínio da norma culta possibilita ao indivíduo comunicar com precisão,
eficiência e desenvoltura.

Norma culta e norma-padrão


Embora esses conceitos sejam próximos, sendo inclusivamente usados muitas
vezes como sinônimos, referem-se a normas distintas.

A norma-padrão pode ser entendida como a norma gramatical, com base na


gramática tradicional e normativa. Atua como um modelo idealizado que visa a
padronização da língua escrita.

A norma culta é a variação que mais se aproxima desse padrão.

Norma culta e variação linguística


Na língua portuguesa existem diversas variações linguísticas, fruto da existência
de diferentes grupos sociais, com diferentes graus de escolarização, que
apresentam diferentes hábitos linguísticos. Isso resulta numa pluralidade de
normas.

De todas essas normas, a norma culta é tida como a mais conceituada, sendo
vista como uma linguagem culta e erudita, utilizada por um grupo de pessoas de
elite, pertencentes à camada mais favorecida e escolarizada da população.
Como nem todas as variações linguísticas usufruem desse mesmo prestígio,
muitas são vítimas de preconceito linguístico, sendo consideradas menos cultas
e até mesmo incorretas.

É essencial o entendimento e a aceitação de que todas as variedades linguísticas


são fatores de enriquecimento e cultura, não devendo ser encaradas como erros
ou desvios

Você também pode gostar