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Emprego do Hífen

O hífen (-) é um sinal gráfico utilizado para:

•Formar palavras compostas;

•Ligar pronomes oblíquos ao verbo;

•Separar sílabas, bem como na translineação das palavras.

Esse é um dos temas contemplados no novo acordo ortográfico, onde é abordado em três das 21
bases que compõem esse documento.
Aqui, de forma simples, você vai percorrer todas as regras para aprender de vez o Emprego do
Hífen.
Todas as Regras do Hífen
Palavras compostas
1) Justaposição
Palavras compostas por justaposição (radicais que se juntam sem que haja alteração fonética).
Exemplos: couve-flor, ano-luz, arco-íris.
2) Nomes de lugares
Nomes que se iniciam com grã, grão ou que sejam ligados por artigos.
Exemplos: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Baía de Todos-os-Santos.
Outros nomes de lugares não levam hífen. Exceção: Guiné-Bissau.
3) Espécies Botânicas e Zoológicas.
Exemplos: amor-perfeito, tamanduá-bandeira, pimenta-do-reino.
4) Bem e Mal
Palavras compostas cujo primeiro elemento são as palavras bem ou mal e os elementos que se
seguem se iniciam com a letra h ou com vogal.
Exemplos: bem-humorado, bem-amado, mal-assombrado.
Contudo, no caso do advérbio bem, há palavras cujos elementos se iniciam com consoante em que
o hífen é empregado, embora com o advérbio mal não sejam.
Exemplos: bem-criado, mas malcriado.
5) Além, Aquém, Recém e Sem
Exemplos: além-fronteira, aquém-mar, recém-casado, sem-teto.
6) Encadeamentos Vocabulares
Exemplos: ponte Rio-Niterói, rodovia Rio-Santo, austro-húngaro.
Hífen com Prefixos
1) Segundo elemento começa com a letra h
Exemplos: pré-história, super-homem, sobre-humano.
2) Segundo elemento começa com a vogal igual a que termina o primeiro elemento, ou
prefixo
Exemplos: micro-ondas, auto-observação, semi-interno.
Exceção: com o prefixo co o hífen é dispensado, tal como em cooperante.
3) Circum e Pan
Quando o segundo elemento começa com vogal ou com as letras h, m ou n.
Exemplos: circum-ambiente, pan-americano, pan-africanismo.
4) Hiper-, Inter- e Super-
Quando o segundo elemento começa com a letra r.
Exemplos: hiper-resistente, inter-relação, super-revista.
5) Ex-, Vice-
Exemplos: ex-mulher, vice-presidente, vice-prefeito.
6) Pós-, Pré- e Pró-, quando são acentuados.
Exemplos: pós-moderno, pré-escola, pró-europeu.
7) Sufixos de origem tupi-guarani
Exemplos: capim-açu, cajá-mirim, Embu-guaçu.
Pronomes Oblíquos
Ênclise e Mesóclise
Exemplos: amo-lhe, orgulho-me, orgulhar-me-ei.

Principais Mudanças
As Consoantes C, P, B, G, M e T
Ficam consideradas neste caso as especificidades da pronúncia conforme o espaço geográfico. Ou
seja, a grafia é mantida quando há pronúncia é retirada quando não são pronunciadas.
A manutenção de consoantes não pronunciadas ocorria, principalmente, pelos falantes de Portugal,
que o Brasil há muito havia adaptado a grafia.
Também houve casos da manutenção da dupla grafia, também respeitando a pronúncia.
Ficou decidido que nesses casos, os dicionários da língua portuguesa passarão a registrar as duas
formas em todos os casos de dupla grafia. O fato será esclarecido para apontar as diferenças
geográficas que impõem a oscilação da pronúncia.
Exemplos de consoantes pronunciadas:
Compacto, ficção, pacto, adepto, aptidão, núpcias, etc.
Exemplos de consoantes não pronunciadas:
Acção, afectivo, direcção, adopção, exacto, óptimo, etc.

Exemplos de dupla grafia:


Súbdito e súdito, subtil e sutil, amígdala e amídala, amnistia e anistia, etc.

Acentuação Gráfica
Os acentos gráficos deixam de existir em determinadas palavras oxítonas e paroxítonas.
Exemplos:
Para – na flexão de parar
Pelo – substantivo

Também deixam de receber acento gráfico as paroxítonas com ditongos "ei" e "oi" na sílaba tônica.
Exemplos:
Assembleia, boleia, ideia.

Cai, ainda, o acento nas palavras paroxítonas com vogais dobradas. Isto ocorreu porque em
palavras paroxítonas ocorre a mesma pronúncia em todos os países de língua portuguesa.
Exemplos:
Abençoo – flexão de abençoar
Enjoo – flexão de enjoar
Povoo – flexão de povoar
Voo – flexão de voar

Emprego do Hífen
É empregado o hífen nos casos de palavras onde a segunda formação se inicia com a letra "h". O
mesmo vale quando a primeira formação começa com letra igual àquela que finaliza o prefixo.
Exemplos:
Anti-higiênico, contra-almirante, micro-ondas, hiper-resistente.

Também é empregado o hífen quando o prefixo termina em "m" e o segundo elemento da palavra
começa com vogal.
Exemplo:
Pan-africano

O hífen não é usado:


Nos casos das consoantes "r" e "s" dobradas em "rr" e "ss":
Exemplos:
Ecossistema, microssistema, antirreligioso
O hífen também não é usado nos casos em que o prefixo termina em vogal e o sufixo começa com
uma vogal diferente.
Exemplos:
Antiaéreo, aeroespacial

Trema
O uso do trema (¨) foi abolido.
Exemplo:
Lingüiça - linguiça

O Alfabeto
O alfabeto da língua portuguesa passa a contar com 26 letras, nas suas formas maiúsculas e
minúsculas. Incorporam-se as letras K, Y e W. Fica, assim, então, o alfabeto:
A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y, Z.

Pelas regras do Acordo Ortográfico, além das 26 letras do alfabeto, também são utilizadas na
constituição das palavras:

•o ç (cê cedilhado)

•os dígrafos: rr (erre duplo), ss (esse duplo), ch (cê -agá), lh (ele -agá), nh (ene -agá), gu (guê -u) e
qu (quê -u

Estrutura das Palavras

A estrutura das palavras está relacionada com os


elementos que compõem os vocábulos.
Ela abrange o estudo de diversos elementos
mórficos (morfemas): radical, tema, afixos
(prefixos e sufixos), desinências, vogal temática,
vogais e consoantes de ligação.
Lembre-se que os morfemas são as menores
unidades de elementos que formam as palavras.
Vejamos abaixo as definição e exemplos de cada
um deles:
Radical
O radical é o elemento base que serve de
Object 1

significado à palavra. Ele não sofre alterações, ou


seja, permanece igual sempre, por exemplo:

•ferro e ferrugem
•floricultura e florista

•perfume e perfumado

A raiz da palavra é o elemento que indica a origem de uma palavra. Ela contém o significado das
palavras e pode sofrer alterações. As palavras que possuem a mesma família etimológica contém a
mesma raiz, por exemplo: carr- é a raiz nominal de carro e noc- é a raiz nominal de nocivo.
A raiz é estudada na etimologia e não na morfologia, que é a parte da gramática em que
estudamos a estrutura das palavras.
Tema
O tema da palavra é um elemento formado pelo radical e pela vogal temática.
Nos verbos, quando tiramos o "r" do infinitivo, obtemos o tema. Os verbos no infinitivo terminam
em -ar, -er, -ir, por exemplo:

•estudar - sem o r, fica estuda, que é o tema da palavra: estud (radical) + a (vogal temática)

•romper - sem o r, fica rompe, que é o tema da palavra: romp (radical) + e (vogal temática)

•partir - sem o r, fica parti, que é o tema da palavra: part (radical) + i (vogal temática)

Afixos
Os afixos são elementos complementares das palavras que se juntam a um radical ou tema e forma
novas palavras
São classificados em prefixos (quando aparecem antes do radical) e sufixos (quando aparecem
depois do radical), por exemplo:

•prefixo: infeliz

•sufixo: felizardo

•prefixo e sufixo: infelizmente

Desinências
As desinências são morfemas acrescidos no final das palavras e que indicam as suas flexões.
São classificadas em desinências verbais (quando indicam as flexões de número, pessoa, modo e
tempo dos verbos) e desinências nominais (quando indicam as flexões de gênero (masculino e
feminino) e de número (singular e plural) dos nomes, por exemplo:

•desinência nominal de número: menina - meninas

•desinência nominal de gênero: garoto - garota

•desinência verbal: como (desinência número pessoal do verbo "comer" que indica a 1.ª pessoa
do singular do presente do indicativo - eu como)
Vogal temática
A vogal temática é a vogal que se junta ao radical da palavra. Nos verbos, temos três tipos de
vogais temáticas segundo as conjugações verbais:

•a é a vogal temática dos verbos da 1ª conjugação, por exemplo: amar, cantar, sonhar

•e é a vogal temática dos verbos da 2ª conjugação, por exemplo: vender, comer, correr

•i é a vogal temática dos verbos da 3ª conjugação, por exemplo: sorrir, partir, abrir

Vogais e consoantes de ligação


As vogais e as consoantes de ligação são elementos incluídos nas palavras para facilitar a
pronúncia, por exemplo:

•maresia

•bananeira

•cafeteira

•chaleira

Análise morfológica

A morfologia é o estudo da estrutura e da


formação das palavras. A Análise
morfológica analisa a classe gramatical dos
elementos que formam um enunciado linguístico
individualmente, sem que haja ligação entre eles.
São classes gramaticais:substantivo, artigo,
adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio,
preposição, conjunção e interjeição.
A análise sintática, por sua vez, analisa a função e
a ligação de cada elemento que forma um
enunciado linguístico.
Assim, a análise morfossintática analisa os
elementos do mesmo enunciado linguístico
Object 2

sintática e morfologicamente.
Substantivo
É a palavra que dá nome aos objetos, aos lugares, às ações, aos seres em geral, entre outros.
O substantivo varia em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau
(aumentativo e diminutivo).
Quanto à formação, o substantivo pode ser:

•Primitivo – é o nome que não deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casa,
pedra e jornal.

•Derivado – é o nome que deriva de outra palavra da língua portuguesa. Exemplos: casarão,
pedreira e jornaleiro (palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente).

•Simples – é o nome formado por apenas um radical. Radical é o elemento que é a base do
significado das palavras. Exemplos: casa, flor e gira, cujos radicais são respetivamente: cas, flor e
gir.

•Composto – é o nome formado por mais do que um radical. Exemplos: couve-flor, girassol e
passatempo, cujos radicais são respetivamente: couv e flor, gir e sol e pass e temp.

Quanto ao elemento que nomeia, o substantivo pode ser:

•Comum – é a palavra que dá nome aos elementos da mesma espécie, de forma genérica.
Exemplos: cidade, pessoa e rio.

•Próprio – é a palavra que dá nome aos elementos de forma específica, por isso, são sempre
grafados com letra maiúscula. Exemplos: Bahia, Ana e Tietê.

•Concreto – é a palavra que dá nome aos elementos concretos, de existência real ou imaginária.
Exemplos: casa, fada e pessoa.

•Coletivo – é a palavra que dá nome ao grupo de elementos da mesma espécie. Exemplos: acervo
(conjunto de obras de arte), cardume (conjunto de peixes) e resma (conjunto de papéis).

•Abstrato – é a palavra que dá nome a ações, estados, qualidades e sentimentos. Exemplos:


trabalho, alegria, altura e amor.

Artigo
É a palavra que antecede os substantivos.
O artigo varia em gênero e número, bem como o determina (artigo definido) ou o generaliza
(artigo indefinido).

•São artigos definidos: o, a (no singular) e os, as (no plural)

•São artigos indefinidos: um, uma (no singular) e uns, umas (no plural)

Adjetivo
É a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos e varia em gênero, número e
grau.
Quanto à formação, o adjetivo pode ser:
•Primitivo – é o adjetivo que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: alegre, bom e fiel.

•Derivado – é o adjetivo que deriva de substantivos ou verbos. Exemplos: alegria e bondade


(palavras derivadas dos exemplos acima, respetivamente) e escritor (palavra derivada do verbo
escrever).

•Simples – é o adjetivo formado por apenas um radical. Exemplos: alta, estudioso e honesto, cujos
radicais são respetivamente: alt, estud e honest.

•Composto – é o adjetivo formado por mais do que um radical. Exemplos: superinteressante,


surdo-mudo e verde-claro, cujos radicais são respetivamente: super e interessant, surd e mud e
verd e clar.

Há também os Adjetivos Pátrios, que caracterizam os substantivos de acordo com o seu local de
origem. Exemplos: brasileiro, carioca e sergipano.
Por sua vez, as Locuções Adjetivas são o conjunto de palavras que tem valor de adjetivo.
Exemplos: de anjo (=angelical), de mãe (=maternal) e de face (=facial).
Numeral
É a palavra que indica a posição ou o número de elementos.
Os numerais classificam-se em:

•Cardinais – é a forma básica dos números, utilizada na sua contagem. Exemplos: um, dois e
vinte.

•Ordinais – é a forma dos números que indica a posição de um elemento numa série. Exemplos:
segundo, quarto e trigésimo.

•Fracionários – é a forma dos números que indica a divisão das proporções. Exemplos: meio,
metade e um terço.

•Multiplicativos – é a forma dos números que indica multiplicação. Exemplos: dobro, duplo e
sêxtuplo.

Os numerais coletivos, por sua vez, são substantivos que indicam um conjunto de elementos.
Exemplos: uma dúzia (conjunto de doze), semestre (conjunto de seis) e centena (conjunto de cem).
Pronome
É a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a relação das pessoas do
discurso e varia em gênero, número e pessoa.
Os pronomes classificam-se em:

•Pessoais – Caso reto (quando são o sujeito da oração): eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e Caso
oblíquo (quando são complemento da oração): me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, a, lhe, se, si,
consigo, nos, conosco, vos, convosco, os, as lhes, se, si, consigo.
•Possessivos – meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e respetivas flexões.

•Demonstrativos – este, esse, aquele e respetivas flexões, isto, isso, aquilo.

•Relativos – o qual, a qual, cujo, cuja, quanto e respetivas flexões, quem, que, onde.

•Indefinidos – algum, alguma, nenhum, nenhuma, muito, muita, pouco, pouca, todo, toda, outro,
outra, certo, certa, vário, vária, tanto, tanta, quanto, quanta, qualquer, qual, um, uma e respetivas
flexões e quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

•Interrogativos – qual, quais, quanto, quanta, quantas, quem, que.

Nos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tratamento. Exemplos: Você, Senhor e Vossa
Excelência.
Verbo
É a palavra que exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da natureza.
O verbo varia em pessoa (primeira, segunda e terceira), número (singular e plural), tempo
(presente, passado e futuro), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) e voz (ativa, passiva e
reflexiva).
Exemplos:

•O time adversário marcou gol. (ação)

•Estou tão feliz hoje! (estado)

•De repente ficou triste (mudança de estado)

•Trovejava sem parar. (fenômeno da natureza)

Advérbio
É a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, exprimindo circunstâncias de
tempo, modo, intensidade, entre outros.
Os advérbios classificam-se em:

•Modo – Exemplos: assim, devagar e grande parte das palavras terminadas em “-mente”.

•Intensidade – Exemplos: demais, menos e tão.

•Lugar – Exemplos: adiante, lá e fora.

•Tempo – Exemplos: ainda, já e sempre.

•Negação – Exemplos: não, jamais e tampouco.


•Afirmação – Exemplos: certamente, certo e sim.

•Dúvida – acaso, quiçá e talvez.

Preposição
É a palavra que liga dois elementos da oração.
As preposições classificam-se em:

•Essenciais – têm somente função de preposição. Exemplos: a, desde e para.

•Acidentais – não têm propriamente a função de preposição, mas podem funcionar como tal.
Exemplos: como, durante e exceto.

Há também as Locuções Prepositivas, conjunto de palavras que tem valor de


preposiçãoExemplos: apesar de, em ez de e junto de.
Conjunção
É a palavra que liga duas orações.
As conjunções classificam-se em:

•Coordenativas: Aditivas (e, nem), Adversativas (contudo, mas), Alternativas (ou…ou, seja…seja),
Conclusivas (logo, portanto) e Explicativas (assim, porquanto).

•Subordinativas: Integrantes (que, se), Causais (porque, como), Comparativas (que, como),
Concessivas (embora, posto que), Condicionais (caso, salvo se), Conformativas (como, segundo),
Consecutivas (que, de maneira que), Temporais (antes que, logo que), Finais (a fim de que, para
que) e Proporcionais (ao passo que, quanto mais).

Há também as Locuções Conjuntivas, conjunto de palavras que tem valor de conjunção.


Exemplos: contanto que, logo que e visto que.
Interjeição
É a palavra que exprime emoções e sentimentos.
As interjeições podem ser classificadas em:

•Advertência – Calma!, Devagar!, Sentido!

•Saudação – Alô!, Oi!, Tchau!

•Ajuda – Ei!, Ô!, Socorro!

•Afugentamento – Fora!, Sai! Xô!

•Alegria – Eba!, Uhu! Viva!

•Tristeza – Oh!, Que pena!, Ui!


•Medo – Credo!, Cruzes!, Jesus!

•Alívio – Arre!, Uf!, Ufa!

•Animação – Coragem!, Força!, Vamos!

•Aprovação – Bis!, Bravo!, Isso!

•Desaprovação – Chega!, Francamente! Livra!,

•Concordância –Certo!, Claro!, Ótimo!

•Desejo – Oxalá!, Quisera!, Tomara!

•Desculpa – Desculpa!, Opa!, Perdão!

•Dúvida – Hã?, Hum?, Ué!

•Espanto – Caramba!, Oh!, Xi!,

•Contrariedade – Credo!, Droga!, Porcaria!

Análise Sintática

A análise sintática é o estudo da função de cada termo de uma oração.


Um termo, ou palavra, pode ser classificado de forma diferente de acordo com a função que
desempenha na oração. Assim, é preciso entender o papel de cada um deles para fazer a sua
análise sintática.
Os termos da oração são classificados em: essenciais (quando a estrutura da oração é feita em
torno desses termos), integrantes (quando completam o sentido de outros termos presentes na
oração) e acessórios (quando a sua remoção não prejudica o sentido da oração).
Termos essenciais da oração
Os termos essenciais são os termos que servem de base na construção da oração, motivo pelo qual
são chamados de essenciais.
Os termos essenciais são dois: sujeito e predicado.
1. Sujeito
O sujeito é alguém ou alguma coisa sobre a qual é dada uma informação. Por exemplo: Uma
pessoa ligou, mas não quis se identificar. (Sujeito: uma pessoa)
O sujeito pode ser: determinado ou indeterminado, simples ou composto e inexistente.
Os sujeitos podem ser determinados ou indeterminados, mediante a condição de poder ser ou
não ser identificados. Quando identificados, são sujeitos determinados (A Ana acabou de chegar. -
sujeito determinado: A Ana). Quando não identificado, são sujeitos indeterminados (Estão
chamando aí à porta.).
Quando o sujeito determinado pode ser facilmente identificado pela sua forma verbal,
ocorre sujeito determinado oculto (Agi conforme suas orientações. - sujeito determinado oculto:
eu (eu agi...).
Os sujeitos determinados podem ser simples ou compostos, conforme contenham um ou mais
núcleos - termos mais importantes do sujeito. Quando apresenta apenas um núcleo, são sujeitos
determinados simples (Os livros estão na prateleira. - sujeito determinado simples: os livros, cujo
núcleo é “livros”). Quando apresenta dois ou mais núcleos, são sujeitos determinados compostos
(O Caderno, três lápis e uma borracha estão na mochila. - sujeito determinado composto: O
Caderno, três lápis e uma borracha, cujos núcleos são “caderno, lápis, borracha”).
Os sujeitos podem ser inexistentes quando a oração é composta apenas pelo predicado (Está um
calor! - oração sem sujeito).
2. Predicado
O predicado é a informação que se dá sobre o sujeito. Ao identificar o sujeito da oração, todo o
resto faz parte do predicado. Por exemplo: Uma pessoa ligou, mas não quis se identificar. (Sujeito:
uma pessoa. Predicado: ligou, mas não quis se identificar.).
O predicado pode ser: verbal, nominal e verbo-nominal.
O predicado pode ser verbal quando o seu núcleo (parte principal do predicado) é um verbo que
expressa uma ação (O velhinho contou uma história. - predicado: contou uma história, cujo núcleo
é “contou”).
Quando o verbo, ou núcleo do predicado verbal, tem sentido completo e não precisa de
complemento, ele é verbo intransitivo (A vítima morreu. - predicado: morreu, cujo núcleo é
“morreu” - predicado verbal: verbo intransitivo).
Quando o verbo, ou núcleo do predicado verbal, precisa de complemento, porque não tem sentido
completo, ele é verbo transitivo (Vou preparar o jantar. - predicado: preparar o jantar, cujo núcleo
é “preparar” - predicado verbal: verbo transitivo).
O predicado pode ser nominal quando o seu núcleo (parte principal do predicado) é um nome e
o seu verbo é de ligação, ou seja, liga o sujeito e suas características (Esta matéria é extensa. -
predicado: é extensa, cujo núcleo é “extensa”).
O predicado pode ser verbo-nominal quando apresenta dois núcleos (parte principal do
predicado), um núcleo verbal e um núcleo nominal (As crianças chegaram felizes. - predicado:
chegaram felizes, cujo núcleo é “chegaram” (e “estavam”) e felizes).
Termos integrantes da oração
Os termos integrantes são os termos que servem para completar o sentido de outros termos da
oração.
Os termos integrantes são três: complementos verbais, complemento nominal e agente da passiva.
1. Complementos verbais
Com a função de completar o sentido dos verbos, os complementos verbais podem ser: objeto
direto e objeto indireto.
Os complementos verbais podem ser objeto direto, quando o complemento NÃO é ligado ao
verbo através de preposição obrigatória (O poeta recitou poemas. - predicado verbal: recitou
poemas, cujo núcleo é “recitou” - complemento verbal objeto direto: poemas).
Os complementos verbais podem ser objeto indireto, quando o complemento é ligado ao verbo
através de preposição obrigatória (O doente precisa de cuidados. - predicado verbal: precisa de
cuidados, cujo núcleo é “precisa” - complemento verbal objeto indireto: de cuidados).
2. Complemento nominal
O complemento nominal é o termo utilizado para completar o sentido de um nome, que pode ser
um substantivo, um adjetivo ou um advérbio. Por exemplo: Os idosos têm necessidade de afeto.
(Complemento nominal: "de afeto", pois completa o sentido do substantivo “necessidade".)
3. Agente da passiva
O agente da passiva é o termo que indica quem executa a ação, na voz passiva, e vem, geralmente,
acompanhado de preposição. Por exemplo: O bolo foi feito por mim. (Agente da passiva: por mim)
Termos acessórios da oração
Os termos acessórios são os termos que servem para acrescentar uma informação, mas que se
forem excluídos da oração não afetam o seu sentido.
Os termos acessórios são três: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto.
1. Adjunto adnominal
O adjunto adnominal é o termo utilizado para caracterizar ou determinar um substantivo através
de adjetivos, artigos, numerais, pronomes ou locuções adjetivas. Por exemplo: O homem educado
cedeu a sua cadeira à senhora de idade. (Adjuntos adnominais: o, educado, a, sua, de idade)
2. Adjunto adverbial
O adjunto adverbial é o termo utilizado para modificar ou intensificar o sentido de um verbo, de
um advérbio ou de um adjetivo. Por exemplo: Canta lindamente (Adjuntoadverbial: lindamente)

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3. Aposto
O aposto é o termo que tem a função de explicar, ampliar outro termo. Por exemplo: Sábado, dia
sete, não haverá aula de música. (Aposto: dia sete)
Exercícios de análise sintática
Vamos pôr em prática o conteúdo estudado acima e analisar sintaticamente os enunciados abaixo:
Exercício 1
Falam muito mal dela, agora precisa-se da verdade.
Aqui temos um período formado por duas orações:
1.ª oração: Falam muito mal dela,
2.ª oração: agora precisa-se da verdade.
Portanto, trata-se de um período composto.
O sujeito é indeterminado nas duas orações. Não se pode ou não se quer identificar o sujeito sobre
o qual estão sendo dadas as informações: Falam (quem?), precisa-se (quem?).
Vamos analisar a função de cada elemento do predicado da 1.ª oração:

•Falam (o que ou sobre o que falam?) – uma vez que precisa de complemento, estamos diante de
um verbo transitivo.

•muito - é adjunto adverbial de intensidade.

•mal – é adjunto adverbial de modo.

•dela – é objeto indireto, uma vez que complementa o sentido do verbo (falam de quem? dela - o
mesmo que "de + ela") e esse complemento precisa de preposição.

Agora, vamos analisar a função de cada elemento do predicado da 2.ª oração:

•Agora – adjunto adverbial de tempo.

•precisa-se (do que precisa-se?) – uma vez que precisa de complemento com preposição,
estamos diante de um verbo transitivo indireto.

•da verdade – o sentido é completado com a necessidade de preposição, logo o objeto é


indireto.

Exercício 2
As marchinhas, as cantadas por Carmem Miranda, eram maravilhosas.
Aqui temos um período simples. O enunciado é formado por apenas uma oração.
O sujeito é simples: As marchinhas. O núcleo do sujeito é marchinhas.

•as cantadas por Carmem Miranda – está identificando as marchinhas, assim, estamos diante de
um aposto.

•eram – uma vez que indica um estado, é um verbo de ligação.

•maravilhosas – uma vez que caracteriza o sujeito, estamos diante de um predicativo do sujeito
Pronomes
Os pronomes são palavras que indicam pessoas do discurso, posse e posições. Eles acompanham
ou substituem os substantivos.

Por exemplo: Onde está o meu bolo? Não acredito que você o comeu.
"Meu" e "o" são pronomes. O primeiro está acompanhando o substantivo bolo (meu bolo) e o
segundo está substituindo o substantivo bolo para não deixar a frase repetitiva (Não acredito que
você comeu o bolo).
Tipos de pronomes
De acordo com a função que exercem, os pronomes são classificados em:

1.Pronomes Pessoais (nele se incluem os pronomes de tratamento)

2.Pronomes Possessivos

3.Pronomes Demonstrativos

4.Pronomes Indefinidos

5.Pronomes Relativos

6.Pronomes Interrogativos

Para entender melhor o uso dos pronomes nas frases, confira os exemplos:
1) Mariana apresentou um show esse final de semana. Ela é considerada uma das melhores
cantoras de música Gospel.
No exemplo acima, o pronome pessoal “Ela” substituiu o substantivo próprio Mariana. Note que
com o uso do pronome no período evitou-se a repetição do nome.
2) Aquela bicicleta é da minha prima Júlia.
Nesse exemplo, utilizamos dois pronomes: o pronome demonstrativo “aquela” para indicar algo
(no caso o bicicleta) e o pronome possessivo “minha” que transmite a ideia de posse.
1. Pronome pessoal
Os pronomes pessoais são aqueles que indicam o sujeito ou complemento da oração. Eles são
classificados em pronomes pessoais do caso reto e pronomes pessoais do caso oblíquo.
Pronomes pessoais do CASO RETO - exercem a função de sujeito. Exemplos:

•Eu gosto muito da Ana. (Quem gosta da Ana? Eu.)

•Eles saíram? (Quem saiu? Eles.)

•Nós vamos sair também? (Quem vai sair? Nós)


Pronomes pessoais do CASO OBLÍQUO - substituem os substantivos e complementam os verbos.
Exemplos:

•Está comigo seu caderno. (Com quem está o caderno? Comigo. Note que para além de
identificar quem tem o caderno, o pronome auxilia o verbo “estar”.)

•A carta? Fechei-a e coloquei no correio. (Fechei a carta, ou seja, o pronome "a" completa o
sentido do verbo.)

•Deu-lhe um abraço. (Deu um abraço em alguém, ou seja, o pronome "lhe" completa o sentido
do verbo.)

Pessoas Verbais Pronomes do Caso Reto Pronomes do Caso Oblíquo


1ª pessoa do
eu me, mim, comigo
singular
2ª pessoa do
tu te, ti, contigo
singular
3ª pessoa do
ele, ela o, a, lhe, se, si, consigo
singular
1ª pessoa do plural nós nos, conosco
2ª pessoa do plural vós vos, convosco
3ª pessoa do plural eles, elas os, as, lhes, se, si, consigo.
Vale lembrar que os pronomes oblíquos “o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos, nas” funcionam
somente como objeto direto.
Pronome de tratamento
Os pronomes de tratamento são termos respeitosos empregados normalmente em situações
formais. Mas, como toda regra tem exceção, “você” é o único pronome de tratamento utilizado
em situações informais.
Exemplos de pronomes de tratamento:

•Você deve seguir as regras impostas pelo governo.

•A senhora deixou o casaco cair na rua.

•Vossa Magnificência irá assinar os diplomas dos formandos.

•Vossa Santidade é muito querido, disse o sacerdote ao Papa.

Confira na tabela abaixo, os pronomes de tratamento mais utilizados:

Pronomes de
Abreviações Emprego
Tratamento
Único pronome de tratamento utilizado em situações
Você V./VV
informais.
Pronomes de
Abreviações Emprego
Tratamento
Senhor (es) e Sr, Sr.ª (singular) e Tratamento formal e respeitoso usado para pessoas mais
Senhora (s) Srs., Srª.s. (plural) velhas.
Usados para pessoas com alta autoridade, como por
Vossa Excelência V. Ex.ª/V. Ex.ªs exemplo: Presidente da República, Senadores, Deputados,
Embaixadores.
Vossa
V. Mag.ª/V. Mag.ªs Usados para os reitores das Universidades.
Magnificência
Vossa Senhoria V. S.ª/V. S.ªs Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade VM/VVMM Utilizado para Reis e Rainhas
V.A.(singular) e
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
V.V.A. A. (plural)
Vossa Santidade V.S. Utilizado para o Papa
Vossa Eminência V. Ex.ª/V. Em.ªs Usado para Cardeais.
Vossa V. Rev.m.ª/V.
Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.
Reverendíssima Rev.m.ªs
2. Pronome possessivo
Os pronomes possessivos são aqueles que transmitem a ideia de posse.
Exemplos de pronomes possessivos:

•Essa caneta é minha? (o objeto possuído é a caneta, que pertence à 1ª pessoa do singular)

•O computador que está em cima da mesa é meu. (o objeto possuído é o computador, que
pertence à 1ª pessoa do singular)

•A sua bolsa ficou na escola. (o objeto possuído é a bolsa, que pertence à 3ª pessoa do singular)

•Nosso trabalho ficou muito bom. (o objeto possuído é o trabalho, que pertence à 1ª pessoa do
plural)

Confira abaixo a tabela com os pessoas verbais do discurso e os respectivos pronomes possessivos:

Pessoas Verbais Pronomes Possessivos


1ª pessoa do singular (eu) meu, minha (singular); meus, minhas (plural)
2ª pessoa do singular (tu, você) teu, tua (singular); teus, tuas (plural)
3ª pessoa do singular (ele/ela) seu, sua (singular); seus, suas (plural)
1ª pessoa do plural (nós) nosso, nossa (singular); nossos, nossas (plural)
2ª pessoa do plural (vós, vocês) vosso, vossa (singular); vossos, vossas (plural)
3ª pessoa do plural (eles/elas) seu, sua (singular); seus, suas (plural)
3. Pronome demonstrativo
Os pronomes demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em
relação à pessoa, seja no discurso, no tempo ou no espaço.
Eles reúnem algumas palavras variáveis - em gênero (masculino e feminino) e número (singular e
plural) - e as invariáveis.
Os pronomes demonstrativos variáveis são aqueles flexionados (em número ou gênero), ou seja,
são os que sofrem alterações na sua forma. Por exemplo: esse, este, aquele, aquela, essa, esta.

Já os pronomes invariáveis são aqueles que não são flexionados, ou seja, que nunca sofrem
alterações. Por exemplo: isso, isto, aquilo.
Observe o quadro abaixo para entender os pronomes demonstrativos variáveis em gênero e
número:

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


esta, essa, estas, essas,
Feminino
aquela aquelas
este, esse, estes, esses,
Masculino
aquele aqueles
Exemplos de pronomes demonstrativos:

•Essa camisa é muito linda.

•Aquelas bicicletas são boas.

•Este casaco é muito caro.

•Eu perdi aqueles bilhetes de cinema.

Atenção!
Segue algumas dicas de uso dos pronomes demonstrativos:
1. Quando o elemento está com a pessoa que fala ou próximo dela utilizamos: este, esta, estes,
estas e isto.
Exemplos:
Este computador é meu.
Estas anotações foram feitas pela Carolina.
2. Quando o elemento está com quem se fala ou próximo desta pessoa utilizamos: esse, essa,
esses, essas e isso.
Exemplos:
Esses lugares estão reservados.
De quem é essa bolsa que você está segurando?
3. Quando o elemento não está com a pessoa que fala e nem com a pessoa com quem se fala
utilizamos: aquele, aquela, aqueles, aquelas e aquilo.
Exemplos:
De quem são aquelas coisas ali jogadas?
Aquele prédio é o mais alto da cidade.
Para resumir essa explicação, veja o quadro abaixo com os exemplos:

Pessoas
Pronomes Utilizados Localização do Elemento Exemplo
Verbais
Primeira este, esta, estes, estas, Isto não é
quando o elemento está com a pessoa que fala
Pessoa isto meu.
Segunda esse, essa, esses, essas,
quando o elemento está com quem se fala Isso não se faz.
Pessoa isso

Terceira aquele, aquela, Aquilo é muito


quando o elemento não está com a pessoa que
Pessoa aqueles, aquelas, bonito.
fala e nem com a pessoa com quem se fala
aquilo

4. Pronome indefinido
Empregados na 3ª pessoa do discurso, o próprio nome já indica que os pronomes indefinidos
substituem ou acompanham o substantivo de maneira vaga ou imprecisa.
Exemplos de pronomes indefinidos:

•Nenhum vestido serviu na Antônia. (o termo “nenhum” acompanha o substantivo “vestido” de


maneira vaga, pois não sabemos de que vestido se fala)

•Outras viagens virão. (o termo “outras” acompanha o substantivo “viagens” sem especificar
quais viagens serão)

•Alguém deve me explicar a matéria. (o termo “alguém” significa “uma pessoa cuja identidade
não é especificada ou definida” e, portanto, substitui o substantivo da frase)

•Cada pessoa deve escolher seu caminho. (o termo “cada” acompanha o substantivo da frase
“pessoa” sem especificá-lo)

Veja abaixo a tabela com os pronomes indefinidos variáveis e invariáveis:

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita,
muitos, muitas, pouco, pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros,
Variáveis
outras, certo, certa, certos, certas, vário, vária, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas,
quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais, um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.
5. Pronome relativo
Os pronomes relativos se referem a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua
repetição. Esses termos podem ser palavras variáveis e invariáveis: substantivo, adjetivo, pronome
ou advérbio.
Exemplos de pronomes relativos:

•Os temas sobre os quais falamos são bastante complexos. (“os quais” faz referência ao
substantivo dito anteriormente “temas”)

•São plantas cuja raiz é muito profunda. (“cuja” aparece entre dois substantivos “plantas” e “raiz”
e faz referência àquele dito anteriormente “plantas”)

•Daniel visitou o local onde nasceu seu avô. (“onde” faz referência ao substantivo “local”)

•Tive as férias que sonhava. (“que” faz referência ao substantivo “férias”)

Confira na tabela abaixo os pronomes relativos variáveis e invariáveis:

Classificação Pronomes Relativos

o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Variáveis

Invariáveis quem, que, onde.


6. Pronome interrogativo
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis empregadas para formular
perguntas diretas e indiretas.
Exemplos de pronomes interrogativos:

•Quanto custa a entrada para o cinema? (oração interrogativa direta)

•Informe quanto custa a entrada para o cinema. (oração interrogativa indireta)

•Quem estava com Maria na festa? (oração interrogativa direta)

•Ela queria saber o que teria acontecido com Lavínia. (oração interrogativa indireta)

Confira abaixo a tabela dos pronomes interrogativos variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Interrogativos

Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.

Invariáveis quem, que.


1. MORFOLOGIA - LÍNGUA PORTUGUESA
Artigo definido e indefinido
Daniela Diana
Professora licenciada em Letras

Artigos são palavras que vêm antes dos substantivos e servem para especificar ou generalizar o seu
sentido.
Os artigos podem ser definidos e indefinidos.
Artigo definido
Os artigos definidos (o, a, os, as) definem ou individualizam, de forma precisa, os substantivos, que
podem ser uma pessoa, objeto ou lugar.

Númer
Artigo Definido Gênero
o
masculin
o singular
o
a feminino singular
masculin
os plural
o
as feminino plural
Exemplos:

• O garoto foi jantar na casa dos pais.

• Ganhamos a bicicleta que esperávamos.

• Luísa aproveitou para rever os amigos.

• As meninas foram viajar.

Em todos os exemplos, podemos notar a precisão de tais pessoas ou objetos pelo emprego
correto do artigo definido. Isso porque ele determina de maneira exata o substantivo em questão:
o garoto, a bicicleta, os amigos e as meninas.
Assim, fica claro que o artigo definido indica, de modo particular, o substantivo já conhecido. Note
que estes estão presentes no texto ou no pensamento do locutor (emissor, autor) ou do
interlocutor (receptor, ouvinte).
Artigo indefinido
Os artigos indefinidos (um, uma, uns, umas) determinam de maneira vaga, indeterminada ou
imprecisa, uma pessoa, objeto ou lugar ao qual não se fez menção anterior no texto.

Númer
Artigo Indefinido Gênero
o
masculin
um singular
o
uma feminino singular
Númer
Artigo Indefinido Gênero
o
masculin
uns plural
o
umas feminino plural

Exemplos:

• Um dia iremos nos encontrar.

• Uma certa tarde, saímos para caminhar.

• Joana convidou para a festa uns amigos estrangeiros.

• Comprei umas camisas para seu aniversário.

Note que em todos os exemplos acima, não está definindo qual objeto, pessoa ou lugar. Nos dois
primeiros exemplos, não está identificado “qual o dia” ou “qual a tarde” em que o evento ocorre.
Da mesma maneira, Joana não especifica “quais amigos” ela convidará para a festa. Por fim, “umas
camisas” corresponde a uma ideia vaga de “quais camisas” são essas.
Cuidado para não confundir o artigo indefinido “um” com o numeral “um”, pois o numeral é uma
palavra utilizada para indicar quantidade.
Emprego dos artigos
1. Os artigos sempre devem concordar com o substantivo em gênero (masculino e feminino) e
número (singular e plural). Exemplos:

• o garoto - os garotos.

• a menina - as meninas.

• um mês - uns meses.

• uma mesa – umas mesas.

2. Os artigos podem ser combinados com preposições.

• ao/aos (a + o/os). Exemplo: O texto é dedicado aos pais.

• à/às (a + a/as). Exemplo: Vou à escola todas as manhãs.

• da/das (de + a/as). Exemplo: Ganhamos muitos presentes da Inês.

• do/dos (de + o/os). Exemplo: Os móveis eram dos nossos avós.


• na/nas (em + a/as). Exemplo: O colar está nas coisas da Sônia.

• no/nos (em + o/os). Exemplo: Encontramos o anel no corredor.

• num/nuns (em + um/uns). Exemplo: Hoje estamos num congresso.

• numa/numas (em + uma/umas). Exemplo: Almocei numa lanchonete essa semana.

• dum/duns (de + um/uns). Exemplo: Os cadernos encontrados são dum pesquisador.

• duma/dumas (de + uma/umas). Exemplo: Preciso dumas blusas para sair.

3. De acordo com sua posição na frase, os artigos podem transformar qualquer tipo de palavra em
substantivo, independentemente de sua classe gramatical. Exemplos:

• O andar de Elisa é muito sensual. (neste caso, o verbo “andar” foi transformado em substantivo).

• O vermelho de seus olhos indicou sua tristeza. (neste caso, o adjetivo “vermelho” foi
transformado em substantivo).

4. Os artigos definidos podem ser empregados com o intuito de indicar um conjunto de seres ou
uma espécie inteira. Dessa forma, o artigo é empregado no singular, entretanto, faz referência a
uma pluralidade de seres. Exemplos:

• A alma é imortal. (refere-se ao conjunto de almas).

• A goiaba é muito rica em vitamina C. (faz referência a todas as goiabas).

5. Na construção das frases a utilização dos artigos indefinidos deve ser moderada, de modo que o
excesso de seu uso no texto provoca um “inchaço” ou uma “redundância” desnecessária, tornando-
o, deselegante e “pesado”. Exemplos:

• Ter (uma) boa educação é fundamental.

• São detentores de (um) bom conhecimento.

6. Para uma adequada coesão textual, antes de pronome de sentido indefinido, utiliza-se as
palavras como “tal, certo (a), outro (a)”. Exemplos:

• Encontrei (uma) certa medalha na cômoda.

• Natália não encontrou (um) outro casaco.

7. O artigo indefinido é usado como recurso expressivo para reforçar enunciados exclamativos.
Exemplos:

• Foi um presente te encontrar!


• A festa estava uma delícia!

Substantivos
Substantivo é a classe de palavras usada para dar nome aos seres, objetos, fenômenos, lugares,
qualidades, ações, dentre outros.
Exemplos: menino, João, Portugal, caneta, ventania, coragem, corrida.
Os substantivos podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e
plural) e grau (aumentativo e diminutivo).
Classificação dos substantivos
Os substantivos são classificados em: comum, próprio, simples, composto, concreto, abstrato,
primitivo, derivado e coletivo.
1. Substantivos comuns
Os substantivos são comuns se eles dão nome a seres de forma genérica.
Exemplos: pessoa, gente, país.
2. Substantivos próprios
Os substantivos são próprios quando eles dão nome a seres de forma particular. Eles são escritos
com letra maiúscula.
Exemplos: Maria, São Paulo, Brasil.
3. Substantivos simples
Os substantivos simples são formados por apenas um radical (radical é a parte da palavra que
contém o seu significado básico).
Exemplos: casa, carro, camiseta.
4. Substantivos compostos
Os substantivos compostos são formados por mais de um radical (radical é a parte da palavra que
contém o seu significado básico).
Exemplos: guarda-chuva, passatempo, beija-flor.
5. Substantivos concretos

Os substantivos concretos designam as palavras reais, concretas, sejam elas pessoas, objetos,
animais ou lugares.
Exemplos: menina, homem, cachorro.
6. Substantivos abstratos
Os substantivos abstratos são aqueles relacionados aos sentimentos, estados, qualidades e ações.
Exemplos: beleza, alegria, bondade.
7. Substantivos primitivos
Os substantivos primitivos, como o próprio nome indica, são aqueles que não derivam de outras
palavras.
Exemplos: casa, folha, chuva.
8. Substantivos derivados
Os substantivos derivados são aquelas palavras que derivam de outras.
Exemplos: casarão (derivado de casa), folhagem (derivado de folha), chuvarada (derivado de
chuva).
9. Substantivos coletivos
Os substantivos coletivos são aqueles que se referem a um conjunto de seres.
Exemplos: flora (conjunto de plantas), álbum (conjunto de fotos), colmeia (conjunto de abelhas).
Flexão de gênero dos substantivos
De acordo com o gênero (feminino e masculino) dos substantivos, eles são classificados em:
biforme e uniforme.
Substantivos biformes - apresentam duas formas, ou seja, uma para o masculino e outra para o
feminino. Exemplos: professor e professora; amigo e amiga.
Substantivos uniformes - somente um termo especifica os dois gêneros (masculino e feminino),
sendo classificados em: epiceno, sobrecomum e comum de dois gêneros.

•Epicenos: apresenta somente um gênero e refere-se aos animais. Exemplo: foca (macho ou
fêmea).

•Sobrecomum: apresenta somente um gênero e refere-se às pessoas. Exemplo: criança (masculino


e feminino).

•Comum de dois gêneros: termo que se refere aos dois gêneros (masculino e feminino),
identificado por meio do artigo que o acompanha. Exemplo: "o artista" e "a artista".

Os substantivos de origem grega terminados em "ema" e "oma" são masculinos, por exemplo:
teorema, poema.
Há os substantivos chamados de "gênero duvidoso ou incerto", ou seja, aqueles utilizados para os
dois gêneros sem alteração do significado, por exemplo: o personagem e a personagem.
Existem alguns substantivos que, variando de gênero, mudam seu significado, por exemplo: "o
cabeça" (líder), "a cabeça" (parte do corpo humano).
Flexão de número dos substantivos
De acordo com o número do substantivo, eles são classificados em: singular e plural.
Singular - designa uma única coisa, pessoa ou um grupo. Exemplo: bola, mulher.
Plural - designa várias coisas, pessoas ou grupos. Exemplo: bolas, mulheres.
Flexão de grau dos substantivos
De acordo com o grau dos substantivos, eles são classificados em: aumentativo e diminutivo.
Aumentativo - indica o aumento do tamanho de algum ser ou alguma coisa.
Diminutivo - indica a diminuição do tamanho de algum ser ou alguma coisa.
Os graus aumentativo e diminutivo podem ser analíticos e sintéticos.
O aumentativo analítico é acompanhado de um adjetivo que indica grandeza. Exemplo: casa
grande.
O aumentativo sintético recebe o acréscimo de um sufixo indicador de aumento. Exemplo:
casarão.
O diminutivo analítico é acompanhado de um adjetivo que indica pequenez. Exemplo: casa
pequena.
O diminutivo sintético recebe o acréscimo de um sufixo indicador de diminuição. Exemplo:
casinha.
Relação entre adjetivos e substantivos
Os adjetivos correspondem à classe de palavras que indicam qualidades e estados aos
substantivos, por exemplo: casa bonita. Aqui, o termo "bonita" atribui uma qualidade ao
substantivo "casa
Adjetivos
O que é adjetivo?
O adjetivo é uma classe de palavras que atribui características aos substantivos, ou seja, ele
indica suas qualidades e estados.
Essas palavras variam em gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e grau
(comparativo e superlativo).
Exemplos de adjetivos:

•garota bonita

•garotas bonitas

•criança obediente

•crianças obedientes

Os tipos de adjetivos
Os adjetivos são classificados em:

1.Adjetivo Simples - apresenta somente um radical. Exemplos: pobre, magro, triste, lindo,
bonito.

2.Adjetivo Composto - apresenta mais de um radical. Exemplos: luso-brasileiro,


superinteressante, rosa-claro, amarelo-ouro.

3.Adjetivo Primitivo - palavra que dá origem a outros adjetivos. Exemplos: bom, alegre, puro,
triste, notável.
4.Adjetivo Derivado - palavras que derivam de substantivos ou verbos. Exemplos: articulado
(verbo articular), visível (verbo ver), formoso (substantivo formosura), tristonho (substantivo
triste).

5.Adjetivo Pátrio (ou adjetivo gentílico) - indica o local de origem ou nacionalidade de uma
pessoa. Exemplos: brasileiro, carioca, paulista, europeu, espanhol.
O gênero dos adjetivos
Em relação aos gêneros (masculino e feminino), os adjetivos são divididos em dois tipos:

1.Adjetivos Uniformes - apresentam uma forma para os dois gêneros (feminino e masculino).
Exemplo: menino feliz; menina feliz.

2.Adjetivos Biformes - a forma varia conforme o gênero (masculino e feminino). Exemplo:


homem carinhoso; mulher carinhosa.

O número dos adjetivos


Os adjetivos podem estar no singular ou no plural, concordando com o número do substantivo a
que se referem. Assim, a sua formação se assemelha à dos substantivos.
Exemplos:

•Pessoa feliz - pessoas felizes

•Vale formoso - vales formosos

•Casa enorme - casas enormes

•Problema socioeconômico - problemas socioeconômicos

•Menina afro-brasileira - meninas afro-brasileiras

•Estudante mal-educado - estudantes mal-educados

O grau dos adjetivos


Quanto ao grau, os adjetivos são classificados em dois tipos:

1.Comparativo: utilizado para comparar qualidades.

2.Superlativo: utilizado para intensificar qualidades.

1. Grau comparativo
•Comparativo de Igualdade - O professor de matemática é tão bom quanto o de geografia.

•Comparativo de Superioridade - Marta é mais habilidosa do que a Patrícia.

•Comparativo de Inferioridade - João é menos feliz que Pablo.


2. Grau superlativo
•Superlativo Absoluto: refere-se a um substantivo somente, sendo classificados em:

•Analítico - A moça é extremamente organizada.

•Sintético - Luiz é inteligentíssimo.

•Superlativo Relativo: refere-se a um conjunto, sendo classificados em:

•Superioridade - A menina é a mais inteligente da turma.

•Inferioridade - O garoto é o menos esperto da classe.

A locução adjetiva
A locução adjetiva é o conjunto de duas ou mais palavras que possuem valor de adjetivo.

•Amor de mãe - Amor maternal

•Doença de boca - doença bucal

•Pagamento do mês - pagamento mensal

•Férias do ano - férias anual

•Dia de chuva - dia chuvoso

O pronome adjetivo
Os pronomes adjetivos são aqueles em que o pronome exerce a função de adjetivo. Surgem
acompanhados do substantivo, modificando-os. Exemplos:

•Este livro é muito bom. (acompanha o substantivo livro)

•Aquela é a empresa onde ele trabalha. (acompanha o substantivo empresa)

que é um Verbo?

O verbo é palavra que exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da natureza, desejo,
ocorrência. Ele apresenta as seguintes flexões de número, pessoa, modo, tempo, aspecto e voz.
Exemplos:

•Sou feliz.

•Estou doente.
•Fiquei cansado.

•Amanheceu.

•Que cheguem depressa!

•Haverá muitos concertos.

Estrutura do verbo
O verbo é formado por três elementos: radical, vogal temática e desinências
1. Radical
O radical é a base. Nele está expresso o significado do verbo.
Exemplos: DISSERT- (dissert-ar), ESCLAREC- (esclarec-er), CONTRIBU- (contribu-ir).
2. Vogal Temática
A vogal temática se une ao radical para receber as desinências e, assim, conjugar os verbos. O
resultado dessa união chama-se tema.
Assim, tema = radical + vogal temática.
Exemplos: DISSERTA- (disserta-r), ESCLARECE- (esclarece-r), CONTRIBUI- (contribui-r).
A vogal temática indica a qual conjugação o verbo pertence
1.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é A: argumentar, dançar, sambar.
2.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é E e O: escrever, ter, supor.
3.ª conjugação abrange os verbos cuja vogal temática é I: emitir, evoluir, ir.
3. Desinências
As desinências são os elementos que junto com o radical promovem as conjugações. Elas podem
ser:
Desinências modo-temporais - quando indicam os modos e os tempos.
Desinências número-pessoais - quando indicam as pessoas.
Exemplos:

•Dissertávamos (va- desinência de tempo pretérito do modo indicativo), (mos- desinência de 1.ª
pessoa do plural)

•Esclarecerei (re- desinência de tempo futuro do modo indicativo), (i- desinência de 1.ª pessoa do
singular)

•Contribuamos (a- desinência de modo presente do modo subjuntivo), (mos- desinência de 1.ª
pessoa do plural)

Flexões do verbo
Para conjugarmos os verbos temos de ter em conta as flexões de: pessoa, número, tempo, modo e
voz.
1. Flexões de pessoa:
1.ª pessoa (eu, nós)
2.ª pessoa (tu, vós)
3.ª pessoa (ele, eles)
2. Flexões de número:
singular (eu, tu, ele)
plural (nós, vós, eles)
3. Flexões de tempo: presente, pretérito e futuro.
4. Flexões de modo: indicativo, subjuntivo e imperativo.
5. Flexões de voz: voz ativa, voz passiva e voz reflexiva.
Formas nominais
As formas nominais são três: infinitivo, particípio e gerúndio.
1. Infinitivo
O infinitivo não tem valor temporal ou modal. Ele é pessoal quando tem sujeito e é impessoal
quando, por sua vez, não tem sujeito.
Exemplo de infinitivo pessoal: O gerente da loja disse para irem embora.
Exemplos de infinitivo impessoal: Cantar é uma delícia!
2. Particípio
O particípio é empregado como indicador de ação finalizada, na formação de tempos compostos
ou como adjetivo.
Exemplos:

•Feito o trabalho, vamos descansar!

•A Ana já tinha falado sobre esse tema.

•Calados, os filhos ouviram o sermão dos pais.

3. Gerúndio
O gerúndio é empregado para indicar uma ação em desenvolvimento.
Exemplos:

•Estou comendo.

•Encontrei João correndo.

•Cantando, terminaremos depressa.

Classificação dos Verbos


Os verbos são classificados em quatro tipos: regulares, irregulares, defectivos e abundantes.
1. Verbos regulares: seguem um modelo de conjugação e o seu radical não é alterado.
Exemplos: falar, torcer, partir.
2. Verbos irregulares: não seguem um modelo de conjugação e sofrem alterações no seu radical
e/ou nas suas terminações.
Exemplos: dar, caber, medir.
Quando as alterações são profundas, eles são chamados de verbos anômalos. É o caso dos verbos
ser e vir.

3. Verbos defectivos: os verbos defectivos são aqueles que não são conjugados em todas as
pessoas, tempos e modos. Eles podem ser: impessoais e unipessoais.
Impessoais, quando os verbos indicam, especialmente, fenômenos da natureza (não tem sujeito) e
são conjugados na terceira pessoa do singular. Exemplos: chover, trovejar, ventar.
Unipessoais, quando os verbos indicam vozes dos animais e são conjugados na terceira pessoa do
singular ou do plural. Exemplos: ladrar, miar, surtir.
4. Verbos abundantes: os verbos abundantes são aqueles que aceitam duas ou mais formas. É
comum ocorrer no Particípio. Exemplos: aceitado e aceito, inserido e inserto, segurado e seguro.
Frase, Oração e Período
Embora muitas pessoas usem os termos frase, oração e período como sinônimos, eles apresentam
conceitos distintos:

•Frase: enunciado linguístico que possui um sentido completo e que pode conter, ou não conter,
verbo ou locução verbal (dois ou mais verbo que equivalem a um só). Exemplo: Que festa
animada!

•Oração: enunciado que contém verbo ou locução verbal e que se estrutura através de sujeito e
predicado (ou apenas de predicado). Exemplo: A festa está animada!

•Período: enunciado formado por uma ou mais orações. Exemplo: A festa está animada, mas
poderia estar mais.

O que é frase?
Frase é todo o enunciado linguístico que tem sentido completo e termina com uma pausa
pontuada.
Não é necessário haver verbo para a formação de uma frase quando o que foi enunciado tem
sentido completo.
Exemplos de frases:

•Silêncio!

•E agora, José?

•Choveu.
•Não sei o que dizer...

As frases são marcadas por entonação que, na escrita, ocorrem com o recurso dos sinais de
pontuação. Sem a pontuação, as palavras são apenas vocábulos soltos.
Tipos de frases
1.Frases declarativas: o emissor da mensagem constata algum fato de maneira afirmativa ou
negativa. Exemplos: O curso termina esse ano (afirmativa); O curso não termina esse ano
negativa).

2.Frases interrogativas: o emissor da mensagem interroga sobre algo direta ou indiretamente.


Exemplos: — Você quer comer? (pergunta direta); Gostaria de saber se você quer comer
(pergunta indireta).

3.Frases exclamativas: o emissor da mensagem manifesta emoção, surpresa. Exemplos: Que


lindo!; Puxa vida!

4.Frases imperativas: o emissor da mensagem emite uma ordem, conselho ou pedido, seja de
maneira afirmativa ou negativa. Exemplos: Faça o almoço (afirmativa); Não faça o almoço
(negativa).

5.Frases optativas: o emissor da mensagem expressa o desejo sobre algo. Exemplo: Que Deus te
acompanhe!; Muitas felicidades nessa nova fase!

O que é oração?
A oração é o enunciado que se organiza em torno de um verbo ou de uma locução verbal. Elas
podem ou não ter sentido completo.
Exemplos de oração:

•Acabamos, finalmente!

•Levaram tudo.

•É provável.

•Embora tenha chovido durante a viagem...

Tipos de oração
Dependendo da relação sintática estabelecida, as orações são classificadas de duas maneiras:

1.Orações coordenadas: são orações independentes onde não existe relação sintática entre elas
e, por isso, possuem um sentido completo. Exemplo: Fomos para o Congresso e apresentamos o
artigo. (Oração 1: Fomos ao Congresso; Oração 2: apresentamos o artigo.).

2.Orações subordinadas: são orações dependentes onde uma está subordinada à outra e, por
isso, sozinhas não possuem um sentido completo. Exemplo: É possível que Juliana não faça a
prova. (Oração 1: É possível; Oração 2: que Juliana não faça a prova.).
Os termos essenciais da oração
As orações são estruturadas em torno de um sujeito e de um predicado que, por isso, são
chamados de termos essenciais da oração.
O sujeito é o elemento da oração sobre o qual se declara algo, enquanto predicado é a declaração
feita sobre o sujeito.
Exemplo: Os alunos homenagearam o professor.
Sujeito: Os alunos
Predicado: homenagearam o professor.
Há outros termos que completam o sentido de outros (termos integrantes da oração) e termos
presentes na oração que poderiam ser retirados da mesma sem que o seu sentido fosse afetado
(termos acessórios da oração).
O que é período?
Período é a frase organizada em uma ou mais orações. O período pode ser simples ou composto.
Tipos de período
1. Período Simples
O período simples é formado por somente uma oração agrupada em torno de um único verbo ou
de uma única locução verbal. Quando isso ocorre, o período é denominado oração absoluta.
Exemplos de período simples:

•Estamos felizes com os resultados.

•Faltam apenas alguns dias.

•Talvez eu vá.

2. Período Composto
O período composto é formado por mais de uma oração. Nesse caso, a quantidade de orações é
sujeita ao número de verbos ou de locuções verbais

Exemplos de período composto:

•Faça como eu pedi.

•Não sei se tenho coragem.

•Começou a gritar enquanto ele ia passando.

Diferença entre Frase, Oração e Período

Frase Oração Período


Enunciado que transmite uma Frase que contém verbo ou Frase formada por uma ou mais
mensagem com sentido completo e locução verbal e que se orações.
que pode conter, ou não conter, estrutura através de sujeito e
verbo ou locução verbal (dois ou
predicado (ou apenas de
mais verbos que equivalem a um
predicado).
só).
Exemplo: A festa está Exemplo: A festa está animada,
Exemplo: Que festa animada!
animada! mas poderia estar mais.
Neste exemplo, a frase contém Neste exemplo, a frase é formada
Neste exemplo, o enunciado
verbo e se estrutura através de por duas orações. "A festa está
transmite uma mensagem completa
sujeito (a festa) e de predicado animada" é uma oração e "mas
e não contém verbo, portanto, é uma
(está animada), portanto, é poderia estar mais" é outra
frase.
uma oração. oração, portanto, é um período.
Resumo
Veja na tabela abaixo um resumo sobre frase, oração e período.

Verbos de Ligação
Os verbos de ligação, também chamados de copulativos, têm a função de ligar o sujeito e suas
características (predicativo do sujeito).
Distinguem-se, assim, dos verbos intransitivos e transitivos, na medida em que esses expressam
uma ação praticada ou sofrida.
Os principais verbos de ligação são: ser, estar, permanecer, ficar, tornar-se, andar, parecer, virar,
continuar, viver.
Exemplos:

•A plateia é toda jovem. (Verbo de Ligação)

•Hoje teremos casa cheia. (Verbo Transitivo)

•Não vou! (Verbo Intransitivo)

Lista dos Verbos de Ligação


Confira abaixo uma lista dos verbos de ligação, seguida de exemplos:
Estado Circunstancial
•Estar. Exemplo: Estou exausta!
•Parecer. Exemplo: Ela parece feliz com os resultados.

•Andar. Exemplo: Desde aquele episódio, andamos sempre contentes.

Estado Permanente
•Ser. Exemplo: Eles são capazes de finalizar tudo até amanhã?

•Viver. Exemplo: Vivem doentes.

Mudança de Estado
•Ficar. Exemplo: Fico feliz com a notícia!

•Tornar-se. Exemplo: Ela se tornou um exemplo de vida.

•Virar. Exemplo: Depois de tudo, virou um santo...

Continuidade do Estado
•Permanecer. Exemplo: Ele permaneceu calado.

•Continuar. Exemplo: Ela continuou atenta ao trabalho.

Classificação dos Verbos


A classificação dos verbos em intransitivo, transitivo e verbo de ligação é feita mediante o seu
contexto.
Isso porque o mesmo verbo pode ser classificado de formas distintas, conforme verificamos nos
exemplos a seguir:

•Desde aquele episódio, andamos sempre contentes. (verbo de ligação, pois expressa um estado,
que é o fato de se sentir contente)

•Andamos o quarteirão todo atrás do nosso gato e não o encontramos. (verbo intransitivo, pois
expressa a ação de procurar o gato)

•Ela vive cansada. (verbo de ligação, pois expressa um estado, que é o fato de se sentir
constantemente cansada)

•Ela vive no Japão. (verbo intransitivo, pois expressa a ação de residir no Japão)

Predicativo do Sujeito
O predicativo do sujeito é a característica que define ou modifica o sujeito.
Ele é chamado de predicativo porque faz parte do predicado, mas não acrescenta nada ao verbo e,
sim, ao sujeito
Exemplo:
Ambos continuam doentes.
Sujeito: Ambos
Predicado: continuam doentes
Verbo de Ligação: continuam
Predicativo do Sujeito: doentes
Geralmente, o predicativo do sujeito é constituído por um substantivo, um adjetivo ou um
pronome. Há casos, porém, em que o predicativo é formado por preposição.
Exemplos:

•O João é dos nossos! (dos nossos é o predicativo do sujeito)

•Aqueles bolos são de chocolate. (de chocolate é o predicativo do sujeito)

Dica
Para não errar na hora de classificar um verbo, lembre-se:
Uma vez que o predicativo do sujeito modifica o sujeito, ele vem sempre acompanhado (ainda que
esteja oculto) de um verbo de ligação.
Exemplo:
O amor é paciente, a paixão (é) a impaciência.
O que não pode acontecer é um verbo de ligação sem predicativo, pois sem ele o verbo deixa de
ter a função de ligar, de ligação, logo deixa de ser verbo de ligação.
Predicativo do Sujeito
Predicativo do sujeito é o termo que atribui uma característica ao sujeito através de um verbo de
ligação.
Exemplos:

•A vista é linda!

•Eles parecem felizes.

•Eu estou faminto.

"Linda, felizes, faminto" são predicativos dos sujeitos, características dadas aos sujeitos (a vista,
eles, eu) através dos verbos de ligação (é, parecem, estou).
Os verbos de ligação expressam estados, em vez de ações. Alguns exemplos: ser (sou feliz), estar
(estou feliz), ficar (fiquei feliz), parecer (pareço feliz), continuar (continuo feliz), viver (vivo feliz).
Os predicativos do sujeito podem ser adjetivos, substantivos, pronomes, numerais. Exemplos:

•A obra é caríssima. (o predicativo do sujeito "caríssima" é um adjetivo)

•Somos estudantes. (o predicativo do sujeito "estudantes" é um substantivo)

•Minha mochila é aquela. (o predicativo do sujeito "aquela" é um pronome)

•Seremos cinco. (o predicativo do sujeito "cinco" é um numeral)


Exemplos de predicativo do sujeito
•A modelo é desastrada.

•O sofá está sujo.

•Eu sou professora.

•A engenheira corre feliz. - Neste caso o verbo de ligação está implícito. Esta oração poderia
estar assim: A engenheira corre (e está) feliz.

•Isto não parece branco.

•Esta foto parece minha.

•Aquela vive desmotivada.

•Minhas amigas são duas.

•Melina trabalha satisfeita. - Neste caso o verbo de ligação está implícito. Esta oração poderia
estar assim: Melina trabalha (parecendo/estando) satisfeita.

•As crianças ficaram doentes.

•Os vizinhos são novos.

•Andamos atarefados.

•Os exercícios são dificílimos.

•A vítima continua revoltada.

Diferença entre predicativo do sujeito e predicativo do objeto


A diferença entre predicativo do sujeito e predicativo do objeto é a atribuição da característica ser
feita ao sujeito ou ao objeto.
Enquanto o predicativo do sujeito atribui uma característica ao sujeito, o predicativo do objeto
atribui uma característica ao objeto.
Exemplos:
As professoras ficaram satisfeitas.

•As professoras é o sujeito.

•Ficaram é o verbo. Neste caso, ele é de ligação.

•Satisfeitas é o predicativo do sujeito, porque está atribuindo uma característica ao sujeito "as
professoras".

As professoras deixaram as crianças satisfeitas.

•As professoras é o sujeito.


•Deixaram é o verbo. Neste caso, ele é transitivo direto.

•As crianças é o objeto direto, que completa o sentido do verbo "deixaram".

•Satisfeitas é o predicativo do objeto, porque está atribuindo uma característica ao objeto direto
"as crianças".

Orações reduzidas

Orações reduzidas são orações introduzidas por formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio)
e que não são acompanhadas por conjunção ou pronome relativo.

Orações reduzidas
de infinitivo de gerúndio de particípio
É provável ele atrasar o Mesmo atrasando o treino, ele disse Mesmo atrasado, ele disse que viria
treino. que viria. ao treino.
Pensando sempre em você, o Toda Matéria traz uma lista com todos os tipos possíveis de orações
reduzidas. Isso vai facilitar muito a sua vida de estudante. Vamos a elas!
Orações reduzidas de infinitivo (terminação em -r)
Oração subordinada substantiva subjetiva

• É recomendável beber muita água.

• Desenvolvida: É recomendável que todos bebamos muita água.

Oração subordinada substantiva predicativa

• O meu sonho é viajar pelo mundo.

• Desenvolvida: O meu sonho é que eu viaje pelo mundo.

Oração subordinada substantiva completiva nominal

• Tenho esperança de tirarem boas notas.

• Desenvolvida: Tenho esperança de que tirem boas notas.

Oração subordinada substantiva objetiva direta

• Desejo convidar a vizinha para jantar.

• Desenvolvida: Desejo que a vizinha venha jantar.

Oração subordinada substantiva objetiva indireta

• Dar à família más notícias é sempre a pior parte.


• Desenvolvida: A pior parte é que dou as más notícias à família.

Oração subordinada substantiva apositiva

• Deu a seguinte ordem: fazer o dever de casa.

• Desenvolvida: Deu a seguinte ordem: que eu faça o dever de casa.

Oração subordinada adjetiva restritiva

• Foi o único a lembrar do aniversário do professor.

• Desenvolvida: Foi o único que lembrou do aniversário do professor.

Oração subordinada adjetiva explicativa

• O cão, a ladrar de madrugada, é do síndico.

• Desenvolvida: O cão, que ladrou de madrugada, é do síndico.

Oração subordinada adverbial causal

• Por estar a chover, assistiremos a um filme em casa.

• Desenvolvida: Assistiremos a um filme em casa, porque está chovendo.

Oração subordinada adverbial concessiva

• A saber a resposta, perguntou se podia ir.

• Desenvolvida: Apesar de que sabia a resposta, perguntou se podia ir.

Oração subordinada adverbial condicional

• Sem se esforçar, não chegará a lado nenhum.

• Desenvolvida: Caso não se esforce, não chegará a lado nenhum.

Oração subordinada adverbial consecutiva

• Gritou até ficar sem voz.

• Desenvolvida: Gritou até que ficou sem voz.

Oração subordinada adverbial final

• Para trabalhar, pega três ônibus.

• Desenvolvida: Para que vá trabalhar, pega três ônibus.


Oração subordinada adverbial temporal

• Por dois anos, viver aqui foi a sua maior alegria.

• Desenvolvida: Quando vivia aqui era muito alegre.

Orações reduzidas de gerúndio (terminação em -ndo)


Oração subordinada adjetiva restritiva

• Comprando na padaria de costume, conseguimos servir deliciosos bolos frescos a


quem vem nos visitar.

• Desenvolvida: A quem vem nos visitar, conseguimos servir deliciosos bolos frescos
que compramos na padaria de costume.

Oração subordinada adjetiva explicativa

• O cão, ladrando de madrugada, era do síndico.

• Desenvolvida: O cão, que ladrou de madrugada, era do síndico.

Oração subordinada adverbial causal

• Por estar chovendo, assistiremos a um filme em casa.

• Desenvolvida: Uma vez que está chovendo, assistiremos a um filme em casa.

Oração subordinada adverbial concessiva

• Mesmo sabendo a resposta, perguntou se podia ir.

• Desenvolvida: Embora soubesse a resposta, perguntou se podia ir.

Oração subordinada adverbial condicional

• Esforçando-se, chegarão onde quiserem.

• Desenvolvida: Desde que se esforcem, chegarão onde quiserem.

Oração subordinada adverbial temporal

• Vivendo aqui por dois anos, foi muito feliz.

• Desenvolvida: Quando vivi aqui por dois anos, fui muito feliz.
Orações reduzidas de particípio (terminação em -do)
Oração subordinada adjetiva restritiva

• Servimos deliciosos bolos frescos comprados na padaria de costume.

• Desenvolvida: Servimos deliciosos bolos frescos que compramos na padaria de


costume.

Oração subordinada adjetiva explicativa

• Fui acordada pelo vizinho, assustado na porta de casa.

• Desenvolvida: Fui acordada pelo vizinho, que estava assustado na porta de casa.

Oração subordinada adverbial causal

• Por ter chovido, assistiram a um filme em casa.

• Desenvolvida: Assistiram a um filme em casa, uma vez que o dia estava chuvoso.

Oração subordinada adverbial concessiva

• Sabida a resposta, perguntou mais uma vez se podia ir.

• Desenvolvida: Por mais que soubesse a resposta, perguntou mais uma vez se podia ir.

Oração subordinada adverbial condicional

• Esforçados, chegarão onde quiserem.

• Desenvolvida: Contanto que se esforcem, chegarão onde quiserem.

Oração subordinada adverbial temporal

• Após dois anos vividos nesta casa, sentia-se muito feliz.

• Desenvolvida: Depois de que viveu dois anos nesta casa, sentia-se muito feliz.

Orações reduzidas x orações desenvolvidas


Nas orações desenvolvidas, por sua vez, os verbos são usados no indicativo e no subjuntivo, além
do que são introduzidas por conjunção ou pronome.
Exemplos:

• É importante que você recrie o personagem. (oração desenvolvida - o verbo está


conjugado no presente do subjuntivo e é introduzida pela conjunção “que”)
• É importante recriar o personagem. (oração reduzida - o verbo está no infinitivo e
não há presença de conjunção ou pronome)

As orações reduzidas são subordinadas e apesar de não serem acompanhadas por conjunção ou
pronome relativo, podem ser introduzidas por preposição.
Exemplos:

• Eu sou o único que faz o que mandam. (oração desenvolvida)

• Eu sou o único a fazer o que mandam. (oração reduzida introduzida por preposição)

As orações subordinadas podem ser

•substantivas (subjetiva, predicativa, completiva nominal, objetiva direta, objetiva indireta e


apositiva)

•adjetivas (explicativa e restritiva)

•adverbiais (causal, comparativa, concessiva, condicional, conformativa, consecutiva, final,


temporal e proporcional)

Assim, existem vários tipos de orações reduzidas. Como vimos acima, há oração subordinada
substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, oração subordinada adverbial causal reduzida de
gerúndio, enfim, uma série delas.
Mas é importante saber que nem todas as orações subordinadas que existem podem ser
reduzidas; algumas delas somente existem na forma desenvolvida
Concordância Verbal

Concordância verbal é a relação estabelecida de forma harmônica entre sujeito e verbo. Isso quer
dizer que quando o sujeito está no singular, o verbo também deve estar; quando o sujeito estiver
no plural, o verbo também estará.
Exemplos:

•Eu adoro quando as flores desabrocham na Primavera.

•Elas adoram quando as flores desabrocham na Primavera.

•Cristina e Eva entraram no hospital.

Parece simples, mas há várias situações que provocam dúvidas não só nos alunos, mas em
qualquer falante da língua portuguesa. Vamos a elas!
Regras de concordância verbal
1. Concordância com sujeito coletivo
Quando o sujeito é coletivo, o verbo fica sempre no singular. Exemplos:
•A multidão ultrapassou o limite.

•O elenco era muito competente.

Por outro lado, se o coletivo estiver especificado, o verbo pode ser conjugado no singular ou no
plural. Exemplos:

•A multidão de fãs ultrapassou o limite.

•A multidão de fãs ultrapassaram o limite.

2. Concordância com coletivos partitivos


O verbo pode ser usado no singular ou no plural em coletivos partitivos, tais como "a maioria de",
"a maior parte de", "grande número de". Exemplos:

•Grande número dos presentes se retirou.

•Grande número dos presentes se retiraram.

3. Concordância com as expressões "mais de", "menos de", "cerca de"


Nas expressões "mais de", "menos de", "cerca de", o verbo concorda com o numeral. Exemplos:

•Mais de uma mulher quis trocar as mercadorias.

•Mais de duas pessoas chegaram antes do horário.

Nos casos em que “mais de” é repetido, indicando reciprocidade, o verbo vai para o plural.
Exemplos:

•Mais de uma professora se abraçaram.

•Mais de um funcionário se ajudaram.

4. Concordância com nomes próprios


Com nomes próprios, a concordância deve ser feita considerando a presença ou não de artigos.
Exemplos:

•Os Estados Unidos influenciam o mundo.

•Estados Unidos influencia o mundo.

5. Concordância com pronome relativo "que"


O verbo deve concordar com o antecedente do pronome “que”. Exemplos:

•Fui eu que levei.

•Foste tu que levaste.


•Foi ele que levou.

6. Concordância com pronome relativo "quem"


O verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular ou pode concordar com o antecedente
do pronome "quem". Exemplos:

•Fui eu quem afirmou.

•Fui eu quem afirmei.

7. Concordância com expressão "um dos que"


Com a expressão "um dos que", o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural. Exemplos:

•Ele foi um dos que mais contribuiu.

•Ele foi um dos que mais contribuíram.

8. Concordância com sujeitos formados por sinônimos


Na concordância com sujeitos formados por sinônimos, o verbo pode: ir para o plural, ficar no
singular ou concordar com o núcleo mais próximo. Exemplos:

•Preguiça e lentidão destacaram aquela gerência.

•Preguiça e lentidão destacou aquela gerência.

9. Concordância com sujeito formado por palavras em graduação e enumeração


Na concordância com sujeito formado por palavras em graduação e enumeração, o verbo pode
flexionar para o plural ou pode concordar com o núcleo mais próximo. Exemplos:

•Um mês, um ano, uma década de poder não supriu a saúde.

•Um mês, um ano, uma década de poder não supriram a saúde.

10. Concordância com sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes


Na concordância com sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo vai para o plural
e concorda com a pessoa, por ordem de prioridade. Exemplos:

•Eu, tu e Cássio só chegaremos ao fim da noite.


(eu, 1.ª pessoa + tu, 2.ª pessoa + ele, 3.ª pessoa), ou seja, a 1.ª pessoa do singular tem prioridade
e, no plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós chegaremos".

•Jair e eu conseguimos comprar um apartamento.


(eu, 1.ª pessoa + Jair, 3.ª pessoa). Aqui também é a 1.ª pessoa do singular que tem prioridade. No
plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós conseguimos".
11. Concordância com sujeitos ligados por "ou"
Os verbos ligados pela partícula "ou" vão para o plural quando a ação verbal estiver se referindo a
todos os elementos do sujeito. Exemplos:

•Doces ou chocolate desagradam ao menino.

•Água ou suco refrescam neste calor.

Quando a partícula “ou” é utilizada como retificação, o verbo concorda com o último elemento.
Exemplos:

•A menina ou as meninas esqueceram muitos acessórios.

•A mãe ou o pai não lhe deu educação.

Mas, quando a ação verbal é aplicada a apenas um dos elementos, o verbo permanece no singular.
Exemplos:

•Laís ou Elisa ganhará mais tempo.

•O marido ou a mulher vai ao supermercado hoje.

12. Concordância com sujeitos ligados por "nem"


Quando os sujeitos são ligados por "nem", o verbo vai para o plural. Exemplos:

•Nem chuva nem frio são bem recebidos.

•Nem futebol nem natação são os seus esportes preferidos.

13. Concordância com sujeitos ligados por "com"


Quando os sujeitos são ligados pela palavra "com" com sentido de "e", o verbo vai para o plural.
Exemplos:

•O ator com seus convidados chegaram às 6 horas.

•O patrão com o funcionário saíram para almoçar.

Mas, quando "com" representar “em companhia de”, o verbo concorda com o antecedente e o
segmento "com" é grafado entre vírgulas. Exemplos:

•O patrão, com o funcionário, saiu para almoçar.

•O pintor, com todos os auxiliares, resolveu mudar a data da exposição.


14. Concordância com sujeitos ligados por "não só, mas também", "tanto, quanto", "não só,
como"
Quando os sujeitos são ligados por "não só, mas também", "tanto, quanto", "não só, como", o
verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo. Exemplos:

•Tanto Rafael como Marina participaram da mostra.

•Tanto Rafael como Marina participou da mostra.

15. Concordância com a partícula "se"


No caso em que a palavra "se" é índice de indeterminação do sujeito, o verbo deve ser conjugado
na 3.ª pessoa do singular. Exemplos:

•Confia-se em todos.

•Alegra-se com tudo.

No caso em que a palavra "se" é partícula apassivadora, o verbo deve ser conjugado concordando
com o sujeito da oração. Exemplos:

•Construiu-se uma igreja.

•Construíram-se novas igrejas.

16. Concordância com verbos impessoais


Os verbos impessoais - haver, com sentido de existir, fazer, com sentido de tempo decorrido, e
verbos que manifestam fenômenos naturais - sempre são conjugados na 3.ª pessoa do singular.
Exemplos:

•Havia muitos copos naquela mesa.

•Houve dois meses sem mudanças.

17. Concordância com sujeito seguido por "tudo", "nada", "ninguém", "nenhum", "cada um"
Na concordância com sujeito seguido por "tudo", "nada", "ninguém", "nenhum", "cada um", o
verbo fica no singular. Exemplos:

•Amélia, Camila, Pedro, ninguém o convenceu de mudar a opinião.

•Diretor, professores e funcionários, cada um pensa de um jeito.

18. Concordância com sujeitos ligados por "como", "assim como", "bem como"
Na concordância com sujeitos ligados por "como", "assim como", "bem como", o verbo é
conjugado no plural. Exemplos:

•O trabalho, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher forte.


•O atleta, bem como o treinador, foram homenageados.

19. Concordância com locuções "é muito", "é pouco", "é mais de", "é menos de"
Na concordância com locuções "é muito", "é pouco", "é mais de", "é menos de", que indicam
preço, peso e quantidade, o verbo fica sempre no singular. Exemplos:

•Três vezes é muito.

•Dois quilos de laranja é pouco para fazer o suco.

20. Concordância com verbos "dar", "soar" e "bater" + hora(s)


Com horas, os verbos "dar", "soar" e "bater" sempre concordam com o sujeito. Exemplos:

•Deu uma hora que espero.

•Soaram duas horas.

21. Concordância nas indicações de datas


O verbo deve concordar com a indicação numérica da data. Exemplos:

•Hoje são 2 de maio.

•Amanhã é 1 de dezembro.

Mas o verbo também pode concordar com a palavra dia. Exemplos:

•Hoje é dia 2 de maio.

•Anteontem foi dia 20 de agosto.

22. Concordância com verbos no infinitivo


Verbos no infinitivo IMPESSOAL não devem ser flexionados nas seguintes situações:
a) Quando têm valor de substantivo. Exemplos Comer é o melhor que há.
b) Quando têm valor imperativo. Exemplo: Vá dormir!
c) Quando são os verbos principais de uma locução verbal. Exemplo: Íamos sair quando você
chegou.
d) Quando são regidos por preposição. Exemplo: Começamos a cantar.
Verbos no infinitivo PESSOAL devem ser flexionados quando os sujeitos são diferentes e queremos
defini-los. Exemplos:

•Comprei a pizza para eles comerem.

•Ouvi os vizinhos chamarem.


Concordância Nominal

Concordância nominal é a relação entre palavras que garante que os substantivos concordem com
artigos, adjetivos, pronomes e numerais.
Exemplo: Estas três obras maravilhosas estavam esquecidas na biblioteca.
Neste exemplo, o pronome "estas", o numeral "três" e o adjetivo "maravilhosas" concordam com o
substantivo "obras", que é um substantivo feminino e está no plural.
Regras de concordância nominal
1. Concordância entre substantivo e um adjetivo
O adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplos:

•Que pintura bonita!

•As frutas estão deliciosas.

Quando há mais do que um substantivo, o adjetivo deve concordar com aquele que está mais
próximo. Exemplo:

•Que bonita pintura e poema!

•Que bonito poema e pintura!

Mas, se os substantivos forem nomes próprios, o adjetivo deve ficar no plural. Exemplo:

•Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos é uma composição dos grandes Roberto Carlos e
Erasmo Carlos em homenagem a Caetano Veloso.

•As encantadoras Clarice e Cecília Meireles pertencem ao Modernismo.

Quando há mais do que um substantivo, e o adjetivo vem depois dos substantivos, deve concordar
com aquele que está mais próximo ou com todos eles. Exemplos:

•Que pintura e poema bonito!

•Que poema e pintura bonita!

•Que pintura e poema bonitos!

•Que poema e pintura bonitos!

2. Concordância entre substantivo e mais do que um adjetivo


Quando um substantivo é caracterizado por mais do que um adjetivo, a concordância pode ser
feita das seguintes formas:
Colocando o artigo antes do último adjetivo. Exemplo:
•Adoro a comida italiana e a chinesa.

•Conhece a literatura brasileira e a inglesa.

Colocando o substantivo e o artigo que o antecede no plural. Exemplo:

•Adoro as comidas italiana e chinesa.

•Conhece as literaturas brasileira e inglesa.

3. Concordância entre números ordinais


Nos casos em que há números ordinais ANTES do substantivo, o substantivo pode ser usado tanto
no singular como no plural. Exemplos:

•A segunda e a terceira casa.

•A segunda e a terceira casas.

Nos casos em que há números ordinais DEPOIS do substantivo, o substantivo deve ser usado no
plural. Exemplo:

•As casas segunda e terceira.

•Os lugares primeiro e segundo.

4. Concordância entre expressões


Abaixo, explicamos a concordância entre as expressões que trazem mais dúvidas: anexo, bastante,
meio, menos. é proibido, é bom, é necessário.
Anexo
A palavra "anexo" deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplos:

•Segue anexo o recibo.

•Segue anexa a fatura.

Mas, a expressão "em anexo" não varia. Exemplos:

•Segue em anexo o recibo.

•Segue em anexo a fatura.

Bastante(s)
Quando tem a função de adjetivo, a palavra "bastante" deve concordar em gênero e número com
o substantivo. Exemplos:

•Recebemos bastantes telefonemas.


•Venderam bastantes produtos.

Quando tem a função de advérbio, a palavra "bastante" não varia. Exemplos:

•Eles cantam bastante bem.

•Fomos bastante amigos.

Meio
Quando tem a função de adjetivo, a palavra "meio" deve concordar em gênero e número com o
substantivo. Exemplos:

•Atrasado, tomou meio copo de leite e saiu correndo.

•Atrasado, tomou meia xícara de leite e saiu correndo.

Quando tem a função de advérbio, a palavra "meio" não varia. Exemplos:

•Ele é meio maluco.

•Ela é meio maluca.

Menos
A palavra "menos" não varia. Exemplos:

•Hoje, tenho menos alunos.

•Hoje, tenho menos alunas.

É proibido, é bom, é necessário


As expressões "é proibido, é bom, é necessário" não variam, a não ser que sejam acompanhadas
por determinantes que as modifiquem. Exemplos:

•É proibido entrada.

•É proibida a entrada.

•Verdura é bom.

•A verdura é boa.

•Paciência é necessário.

•A paciência é necessária.
Resumo de concordância nominal

Regência Verbal
Regência verbal é a parte da língua que se ocupa da relação entre os verbos e os termos que se
seguem a eles e completam o seu sentido.
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais
são os termos regidos.
Para entender melhor sobre esse assunto e não errar mais, confira abaixo alguns exemplos e suas
respectivas explicações:
Nos exemplos acima, morar é um verbo transitivo indireto, pois exige a preposição em (morar em
algum lugar).
No segundo exemplo, implicar é um verbo transitivo direto, pois não exige preposição (implicar
algo, e não implicar em algo).
No terceiro exemplo, ir exige a preposição a, o que faz dele um verbo transitivo indireto.
Na forma padrão, a oração “Isso implica em mudança de horário” não está correta.
Vamos ver exemplos de alguns verbos e entender como eles são regidos. Alguns, conforme o seu
significado, podem ter mais do que uma forma de regência.
1. Assistir
a) com o sentido de ver exige preposição:
Que tal assistirmos ao filme?

b) com o sentido de dar assistência não exige preposição:


Sempre assistiu pessoas mais velhas.

c) com o sentido de pertencer exige preposição:


Assiste aos prejudicados o direito de indenização.

N
o último quadrinho Calvin fala corretamente "assistir ao vídeo"
2. Chegar
O verbo chegar é regido pela preposição “a”:
Chegamos ao local indicado no mapa.

Essa é a forma padrão. No entanto, é comum observarmos o uso da preposição “em” nas
conversas informais, cujo estilo é coloquial: Chegamos no local indicado no mapa.
3. Custar
a) com o sentido de ser custoso exige preposição:
Aquela decisão custou ao filho.

b) com o sentido de valor não exige preposição:


Aquela casa custou caro.

4. Obedecer
O verbo obedecer é transitivo indireto, logo, exige preposição:
Obedeça ao pai!

Na linguagem informal, entretanto, ele é usado como verbo transitivo direto: Obedeça o pai!
5. Proceder
a) com o sentido de fundamento é verbo intransitivo:
Essa sua desconfiança não procede.

b) com o sentido de origem exige preposição:


Essa sua desconfiança procede de situações passadas.

6. Visar
a) com o sentido de objetivo exige preposição:
Visamos ao sucesso.

Na variante coloquial, encontramos o verbo sendo utilizado sem preposição, ou seja, como verbo
transitivo direto: Visamos o sucesso.
b) com o sentido de mirar não exige preposição:
O policial visou o bandido à distância.

7. Esquecer
O verbo esquecer é transitivo direto, logo não exige preposição:
Esqueci o meu material.

No entanto, na forma pronominal, deve ser usado com preposição: Esqueci-me do meu material.
8. Querer
a) com o sentido de desejar não exige preposição:
Quero ficar aqui.

b) com o sentido de estimar exige preposição:


Queria muito aos seus amigos.

9. Aspirar
a) com o sentido de respirar ou absorver não exige preposição:
Aspirou todo o escritório.

b) com o sentido de pretender exige preposição:


Aspirou ao cargo de ministro.

10. Informar
O verbo é transitivo direto e indireto, assim ele exige um complemento sem e outro com
preposição:
Informei o acontecimento aos professores.

11. Ir
O verbo ir é regido pela preposição “a”:
Vou à biblioteca.

12. Implicar
a) com o sentido de consequência, o verbo implicar é transitivo direto, logo não exige preposição:
O seu pedido implicará um novo orçamento.

b) com o sentido de embirrar, é transitivo indireto, logo exige preposição:


Implica com tudo!

13. Morar
O verbo morar é regido pela preposição “em”:
Mora no fim da rua.

14. Namorar
O verbo namorar é transitivo direto, apesar de as pessoas o usarem sempre seguido de preposição:
Namorou Maria durante anos.

"Namorou com Maria durante anos." não é gramaticalmente aceito.


15. Preferir
O verbo preferir é transitivo direto e indireto. Assim:
Prefiro carne a peixe.

16. Simpatizar
O verbo simpatizar é transitivo indireto e exige a preposição "com":
Simpatiza com os mais velhinhos.

17. Chamar
a) com o sentido de convocar não exige complemento com preposição:
Chama o Pedro!

b) com o sentido de apelidar exige complementos com e sem preposição:


Chamou ao João de Mauricinho.

Chamou João de Mauricinho.

Chamou ao Joao Mauricinho.

Chamou João Mauricinho.

18. Pagar
a) quando informamos o que pagamos o complemento não tem preposição:
Paga o sorvete?

b) quando informamos a quem pagamos o complemento exige preposição:


Paga o sorvete ao dono do bar.

Regência Nominal
Há também a regência nominal, que é a relação entre nomes e seus complementos. Essa relação é
estabelecida através de preposições.
Exemplos:

•O bacharel em Direito pode ser defensor público. (e não “O bacharel de Direito pode ser
defensor público.”)

•Tenho horror às baratas. (e não “Tenho horror de baratas.”)

•Essa máquina é compatível com a que temos. (e não “Essa máquina é compatível a que temos”.)

Regência Nominal

Regência Nominal é a maneira de um nome (substantivo, adjetivo e advérbio) relacionar-se com


seus complementos.
Em geral, a relação entre o nome e o seu complemento é estabelecida por preposição. Portanto, é
justamente o conhecimento da preposição o que há de mais importante na regência nominal.
Exemplos
Confira abaixo alguns exemplos e frases com regência nominal:
Exemplo de regência de alguns nomes:
Amor

•Tenha “amor a” seus livros.


•Meu “amor pelos” animais me conforta.

•Cultivemos o “amor da” família.

•O amor “para com” a Pátria.

Ansioso

•Olhos “ansiosos de” novas paisagens.

•Estava “ansioso por” vê-la.

•Estou “ansioso para” ler o livro.

Exemplos de nomes transitivos e suas respectivas preposições:


Acessível a
Exemplo: Isto é acessível a todos.
Acostumado a, com
Exemplos:

•Estou acostumado a comer pouco.

•Estamos acostumados com as novas ferramentas.

Afável com, para com


Exemplos:

•Ele é afável com sua filha.

•O professor tem sido afável para com seus alunos.

Agradável a
Exemplo: Sou agradável a ti.
Alheio a, de
Exemplos:

•Ele vive alheio a tudo.

•João está alheio de carinho fraternal.

Apto a, para
Exemplos:

•Estou apto a trabalhar.


•Joana está apta para desenvolver suas funções.

Aversão a, por
Exemplos:

•Ele tem aversão a pessoas.

•Paula tem aversão por itens supérfluos.

Benefício a
Exemplo: Pilates é um grande benefício à saúde.
Capacidade de, para
Exemplos:

•Laura tem excepcional capacidade de comunicação.

•Joaquim tem capacidade para o trabalho.

Capaz de, para


Exemplos:

•Ele é capaz de tudo.

•A empresa é capaz para trabalhar com projetos.

Compatível com
Exemplo: Seu computador é compatível com este.
Contrário a
Exemplo: Esse modo de vida é contrário à saúde.
Curioso de, por
Exemplos:

•Luís é curioso de tudo.

•Vitória é curiosa por natureza

Descontente com
Exemplo: Estamos descontentes com nosso sistema político.
Essencial para
Exemplo: Esse livro é essencial para aprender matemática.
Fanático por
Exemplo: Ele é fanático por histórias em quadrinhos.
Imune a, de
Exemplos:

•O Brasil não ficou imune à crise econômica.

•Estamos imunes de pagar os impostos.

Inofensivo a, para
Exemplos:

•O vírus é inofensivo a seres humanos

•Os danos que sofreu são inofensivos para sua saúde.

Junto a, de
Exemplos:

•Comprei a casa junto a sua.

•Estava junto de miguel, quando aconteceu o acidente.

Livre de
Exemplo: Este sabonete está livre de parabenos.
Simpatia a, por
Exemplo:

•José tem simpatia as causas populares.

•Tenho muito simpatia por Ana.

Tendência a, para

•Viviana tem tendência à mentira.

•As meninas têm tendência para a moda.

União com, de, entre

•A união com Regina foi fracassada.

•Na reação química, ocorreu uma união de substâncias.

•A união entre eles é muito bonita.


Usos da Vírgula ( , )
O uso da vírgula não é tão simples como parece, mas não tão complicado ao ponto de não ser
aprendido após conhecermos suas regras e truques.
Diariamente surgem dúvidas acerca desse sinal gráfico cuja omissão ou uso incorreto pode alterar
completamente o sentido do discurso.
Exemplos:

•Essa, mãe, nunca limpa a casa.

•Essa mãe nunca limpa a casa.

•Não, quero saber o que se passa.

•Não quero saber o que se passa.

Em suma, a vírgula tem a função de separar elementos dentro de uma mesma frase ou oração.
Quando Usar a Vírgula
1. Para separar elementos
A vírgula serve para separar, dentro da mesma oração, elementos que têm a mesma função
sintática e que, regra geral, não sejam ligados pelas conjunções e, nem, ou.
Exemplo:
Objetivos, conteúdo, método e recursos didáticos compõem um plano.
Truque: Se você estiver listando várias coisas, vai precisar usar vírgula!
2. Depois do vocativo
A vírgula é usada para separar a invocação de alguém.
Exemplo:
Ana, atenda a campainha!
Truque: Está chamando alguém? Use vírgula depois!
3. Entre o aposto
Frequentemente o aposto aparece entre vírgulas.
Exemplo:
João, professor do Ensino Médio, está de licença.
Truque: Introduziu uma explicação ou clarificação no meio da oração? Use vírgula.
4. Depois dos advérbios “sim” e “não”
A vírgula é usada após esses advérbios quando eles iniciam uma oração que atue como resposta.
Exemplo:
Sim, estamos satisfeitos com os resultados.
Truque: Depois de sim ou não iniciais em respostas, coloque sempre vírgula.
5. Na intercalação de texto
A vírgula é utilizada para inserir expressões intercaladas dentro de uma oração, bem como orações
intercaladas dentro de outras orações.
Exemplos:
Vi, porém, as opções que eu tinha.
Ele não vai, de forma alguma, obedecer.
A atriz, disse o público, atuou com brilhantismo.
Truque: Coloque entre vírgulas aquilo que estiver "quebrando" uma frase que por si só já tem
sentido.
6. Nas orações subordinadas adverbiais
A vírgula deve estar presente na separação de orações subordinadas adverbiais, especialmente
quando elas iniciam a oração.
Exemplo:
Embora estivesse mau tempo, foram à praia.
Truque: Quando uma oração com função de advérbio estiver antes da oração principal, use vírgula.
Se aparecer depois, a vírgula é dispensada.
7. Nas orações subordinadas adjetivas explicativas
A vírgula deve ser utilizada em informações acessórias, que ampliam ou esclarecem uma
informação, mas que podem ser retiradas da frase..
Exemplo:
Gregório de Matos, que é a principal expressão do barroco no Brasil, era conhecido como “boca de
inferno”.
Truque: Nem sempre que usamos "que", significa que usamos vírgula, mas quando a informação
introduzida é acessória, coloque vírgula.
Existem casos em que a informação depois do "que" é essencial para entendermos a mensagem.
Veja mais abaixo quando não usar a vírgula nesses casos.
8. Na omissão de verbos
A vírgula é usada para assinalar a omissão de palavras, sendo maioritariamente utilizada na
omissão do verbo.
Exemplo:
Vamos de carro; eles, de ônibus.
Truque: A vírgula é usada em alguns casos para substituir uma palavra que já tenha sido usada na
frase. Mas atenção, é uma forma pouco usual de escrever e pode levar ao erro. O melhor truque é
não tentar escrever dessa forma.
9. Acompanhando local e data
Emprega-se a vírgula para separar o topônimo da data.
Exemplo:
Brasil, 24 de julho de 2015.
Truque: Fácil: Local, Data. Sempre.
Quando não Usar a Vírgula
A vírgula não pode ser usada nas seguintes situações:
1) Para separar o sujeito do predicado
2) Para separar o verbo do complemento
Exemplos:

•O professor, finalizará o plano de aula durante esta semana. (errado)

•O professor finalizará o plano de aula durante esta semana. (certo)

•Professores, pais e alunos se reuniram, no auditório da escola. (errado)

•Professores, pais e alunos se reuniram no auditório da escola. (certo)

Também não é usada na seguinte situação:


3) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
Exemplo:
Os relatórios que ele preparou estão sob a mesa.
Truque: "Que ele preparou": Esta informação é essencial para sabermos que relatórios são! Não
coloque vírgula.
Dúvidas frequentes do uso da vírgula
Quando o assunto é vírgula, as dúvidas mais frequentes quanto ao seu uso são:
1. Antes do “e”
Geralmente a vírgula não é empregada antes da conjunção e, bem como das
conjunções nem e ou, exceto nas seguintes situações: quando há repetição da conjunção com
objetivo enfático, quando os sujeitos das orações são diferentes e quando a conjunção e transmite
um valor de diferença e não de adição.
Exemplos:

•Fiz, e fiz, e mais fiz por todos eles.

•Mariana cursou medicina, e Marília jornalismo.

•Correu o mais que pode, e ainda assim não pegou o ônibus.

Saiba mais sobre esse tema:

•Vírgula antes do "e"

•Vírgula antes do mas


2. Antes do “que”
No caso de se tratar de uma Oração Subordinada Adjetiva Explicativa, a vírgula deve ser utilizada,
tal como vimos no exemplo que foi dado acima:
Exemplo:
Gregório de Matos, que é a principal expressão do barroco no Brasil, era conhecido como “boca de
inferno”.
Porém, no que respeita à Oração Subordinada Adjetiva Restritiva, a vírgula não é utilizada, tal como
também vimos em outro exemplo dado acima:
Exemplo:
Os relatórios que ele preparou estão na mesa.
Quando usar ponto e vírgula ( ; )
O ponto e vírgula é utilizado nas seguintes situações:
1. Nas orações coordenadas ou subordinadas
Quando essas orações são extensas ou já têm vírgulas.
Exemplo:
É difícil chegar a um consenso quando ele, que passa a vida a ver televisão, adora cinema; ela, que
passa a vida a ler, é apaixonada por teatro.
2. Nas listas
Para separar uma relação de elementos.
Exemplo:
Ponto;
Ponto de interrogação;
Ponto de exclamação;
Vírgula.
Ponto e Vírgula ( ; )
O ponto e vírgula ( ; ) é um sinal de pontuação utilizado para indicar uma pausa que seja
maior que a vírgula e menor que o ponto final.
Geralmente é usado na separação de orações extensas, em discursos que já contém grande
número de vírgulas e nas listas.
Exemplo:
No capítulo a seguir estudaremos os seguintes temas:

•Idade Antiga;

•Idade Média;

•Idade Contemporânea.

Usos do ponto e vírgula (com exemplos)


Veja abaixo os principais usos do ponto e vírgula:
1. Separação de orações
O ponto e vírgula é usado para separar orações, quando a vírgula já foi muito utilizada ou quando
o texto é muito extenso.
Exemplo:
As sete maravilhas do mundo moderno são: o Coliseu, na Itália; a Chichén Itzá, no México; o Machu
Picchu, no Peru; o Cristo Redentor, no Brasil; a Muralha da China, na China; as Ruínas de Petra, na
Jordânia; o Taj Mahal, na Índia.
2. Separação e enumeração de elementos
O ponto e vírgula é usado para separar ou enumerar os elementos de listas. Pode ser encontrado
com muita frequência em leis.
Exemplo:
“Art. 1º A República Federativa do Brasil (...) tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.” (Trecho retirado da Constituição do Brasil)
3. Omissão de verbos
O ponto e vírgula é usado para evitar a repetição de verbos.
Exemplo:
Na hora do crime, Rafaela estava com os amigos; José com seus pais. (Na hora do crime, Rafaela
estava com os amigos; José (estava) com seus pais.)
4. Separação de conjunções
O ponto e vírgula é usado para marcar pausas maiores entre orações que utilizam conjunções.
Exemplo:
Amanhã vou ao trabalho; entretanto, não terminei o relatório.
Depois do ponto e vírgula usamos maiúsculas ou minúsculas?
Quando usamos o ponto e vírgula, a letra seguinte deve estar em minúscula.
A letra maiúscula deve ser usada no início de frases, por exemplo, depois de uma frase que termina
com ponto final e começa outra.
Lembrando que como o ponto e vírgula é um sinal de pontuação intermediário entre a vírgula e o
ponto final.
Fique atento!
Segundo o novo acordo ortográfico, a palavra "ponto e vírgula" não admite mais o hífen, a qual
era escrita anteriormente: ponto-e-vírgula
Denotação e Conotação
A conotação e a denotação são as formas como usamos as palavras e os sentidos que elas têm.
Quando usamos uma palavra no sentido literal, ou seja, de acordo com o significado do dicionário,
ela é chamada de denotativa. Mas, quando usamos uma palavra no sentido figurado, dizemos que
ela é conotativa.
Assim:

•Denotação - emprego do sentido real, literal das palavras e expressões, por exemplo: Depois
de jogar bola, nós comemos um churrasco.

•Conotação - emprego do sentido subjetivo, figurado das palavras e expressões, por exemplo:
Ele comeu bola na prova de matemática.

Na primeira frase, o termo “bola” está empregado em sentido denotativo, que se refere ao objeto
esférico utilizado para jogar futebol, basquete e vôlei.
Já na segunda frase, a expressão “comer bola” está em sentido conotativo, que significa: cometer
um erro. Note que não poderíamos utilizar essa expressão no sentido real, uma vez que “comer
bola” é algo impensável.
O que é denotação
A denotação é o uso das palavras no sentido próprio, ou seja, no sentido do dicionário, que
chamamos de literal.
Ela é objetiva e precisa. A sua intenção é transmitir uma mensagem que não deixe espaço para
outras interpretações.
A linguagem denotativa é a que se manifesta com palavras no sentido denotativo. Assim, é a
linguagem usada em notícias e reportagens, bulas de remédios, manuais de instrução e textos
científicos.
Exemplos de denotação
•O homem foi picado por uma cobra.

•Piolin foi um palhaço muito famoso.

•Alguém atirou uma pedra na janela.

•O meu animal preferido é o gato.

•Acende o fogo!

O que é conotação
A conotação é o uso das palavras no sentido figurado.
Ela é subjetiva. A sua intenção é transmitir uma mensagem que deixa espaço para interpretações
diferentes, que vão além do sentido que têm no dicionário.
A linguagem conotativa é a que se manifesta com palavras no sentido conotativo. Assim, é a
linguagem usada em textos literários (poemas, crônicas, novelas), mensagens publicitárias, charges
e tirinhas, história em quadrinhos.
Exemplos de conotação
•Dizem que aquela mulher é uma cobra.
•Ele não deixa ninguém ficar triste. É um verdadeiro palhaço.

•Você tem um coração de pedra!

•Aquele ator é um gato.

•Essa matéria é fogo.

Sentido denotativo e sentido conotativo


O sentido denotativo é o sentido original, que também chamamos de sentido próprio ou literal,
que as palavras têm. Muitas vezes, ele é caracterizado pelo sentido do dicionário, ou seja, a
primeira acepção da palavra.
O sentido conotativo é o sentido figurado, que é um sentido subjetivo, porque depende do
contexto em que é empregado. É muito utilizado na literatura, por exemplo, quando muitas
palavras têm forte carga de sensações e sentimentos.
Nos dicionários, depois do sentido denotativo (real) da palavra há o sentido conotativo (figurado),
que é apresentado entre parênteses ou colchetes,
Vejamos abaixo o significado da palavra "cachorro" no Dicio - Dicionário Online de Português:
Cachorro
Substantivo masculino
Cão novo; qualquer cão.
[Figurado] Homem desaforado, de mau-caráter ou mau gênio; indivíduo desprezível; canalha.
Exemplos de frases com a palavra cachorro no sentido denotativo e conotativo:

•O cachorro da vizinha fugiu essa manhã. (sentido denotativo)

•Aquele homem é um cachorro. (sentido conotativo)

Nas orações acima, a palavra “cachorro” é utilizada em dois sentidos diferentes: denotativo e
conotativo.
Na primeira frase, a palavra “cachorro” está empregado de forma denotativa, ou seja, no sentido
real e original do termo: animal.
Já na segunda frase, o termo está no sentido conotativo, uma vez que se refere ao caráter do
homem.
Figuras de linguagem: resumo e exemplos
Figuras de Linguagem, também chamadas de figuras de estilo, são recursos estilísticos usados
para dar maior ênfase à comunicação e torná-la mais bonita.
Dependendo da sua função, elas são classificadas em:

•Figuras de palavras ou semânticas: estão associadas ao significado das palavras. Exemplos:


metáfora, comparação, metonímia, catacrese, sinestesia e perífrase.

•Figuras de pensamento: trabalham com a combinação de ideias e pensamentos. Exemplos:


hipérbole, eufemismo, litote, ironia, personificação, antítese, paradoxo, gradação e apóstrofe.
•Figuras de sintaxe ou construção: interferem na estrutura gramatical da frase. Exemplos: elipse,
zeugma, hipérbato, polissíndeto, assíndeto, anacoluto, pleonasmo, silepse e anáfora.

•Figuras de som ou harmonia: estão associadas à sonoridade das palavras. Exemplos: aliteração,
paronomásia, assonância e onomatopeia.

Figuras de palavras
As figuras de palavras são usadas para tornar os textos mais bonitos ou expressivos através da
utilização das palavras e dos seus significados.
Metáfora
A metáfora representa uma comparação de palavras com significados diferentes e cujo conectivo
de comparação (como, tal qual) fica subentendido na frase.
Exemplos:
A vida é uma nuvem que voa. (A vida é como uma nuvem que voa.)

Na tirinha acima, "uma caravana de rosas vagando num deserto inefável" é uma metáfora do amor.
Comparação
Chamada de comparação explícita, ao contrário da metáfora, neste caso são utilizados conectivos
de comparação (como, assim, tal qual).
Exemplos:
Seus olhos são como jabuticabas.
Na tirinha acima, o amor é comparado a uma flor e a um motor. Neste caso foi utilizado o
conectivo "como": "o amor é como uma flor" e "o amor é como o motor do carro".
Metonímia
A metonímia é a transposição de significados considerando parte pelo todo, autor pela obra.
Exemplos:
Costumava ler Shakespeare. (Costumava ler as obras de Shakespeare.)

Na tirinha acima, uma parte (cabeças de gado) tem o significado do todo (boi).
Catacrese
A catacrese representa o emprego impróprio de uma palavra por não existir outra mais específica.
Exemplo:
Embarcou há pouco no avião. (Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um
termo específico para o avião, embarcar é o utilizado.)

Na charge acima, ocorre a catacrese, porque foi usada a expressão "bala perdida" por não haver
outra mais específica.
Sinestesia
A sinestesia acontece pela associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes.
Exemplos:
Com aquele olhos frios, disse que não gostava mais da namorada. (A frieza está associada ao tato e
não à visão.)

Na tirinha acima, a expressão "olhar frio" é um exemplo de sinestesia.


Perífrase
A perífrase, também chamada de antonomásia, é a substituição de uma ou mais palavras por outra
que a identifique.
Exemplos:
O rugido do rei das selvas é ouvido a uma distância de 8 quilômetros. (O rugido do leão é ouvido a
uma distância de 8 quilômetros.)

Na charge acima, foi usada a perífrase, uma vez que "Terra da Garoa" é uma forma de identificar a
"cidade de São Paulo".
Figuras de pensamento
As figuras de pensamento são usadas para tornar os textos mais bonitos ou expressivos através da
utilização de ideias e pensamentos.
Hipérbole
A hipérbole corresponde ao exagero de uma ideia feito de maneira intencional.
Exemplos:
Quase morri de estudar.

Na tirinha acima, a expressão "morrendo de inveja" é uma hipérbole.


Eufemismo
O eufemismo é utilizado para suavizar o discurso.
Exemplos:
Entregou a alma a Deus. (Nesta frase está sendo informada a morte de alguém.)

Na charge acima, "produtora de biografias orais não autorizadas" foi uma forma delicada de dizer
que a mulher é, na verdade, uma fofoqueira.
Litote
O litote representa uma forma de suavizar uma ideia. Neste sentido, assemelha-se ao eufemismo,
bem como é a oposição da hipérbole.
Exemplos:
— Não é que sejam más companhias… — disse o filho à mãe. (Pelo discurso, percebemos que
apesar de as suas companhias não serem más, também não são boas.)
Na tirinha acima, nota-se o uso do litote por meio da expressão "acho que você deveria
aperfeiçoar essa técnica".
Ironia
A ironia é a representação do contrário daquilo que se afirma.
Exemplos:
É tão inteligente que não acerta nada.

Nota-se o uso da ironia na charge acima. O personagem está zangado com alguém, a quem ele
chama de "inteligente" de maneira irônica.
Personificação
A personificação ou prosopopeia é a atribuição de qualidades e sentimentos humanos a objetos
ou aos seres irracionais.
Exemplos:
O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
A personificação é expressa na última parte do quadrinho, onde o Zé Lelé afirma que o espelho
está lhe olhando. Assim, utilizou-se uma característica dos seres vivos (olhar) em um ser inanimado
(o espelho).
Antítese
A antítese é o uso de termos que têm sentidos opostos.
Exemplos:
Toda guerra finaliza por onde devia ter começado: a paz.

Na tirinha acima, há várias antíteses, ou seja, termos que têm sentidos opostos: positivo, negativo;
mal, bem; paz e guerra.
Paradoxo
O paradoxo representa o uso de ideias que têm sentidos opostos, não apenas de termos (tal como
no caso da antítese).
Exemplos:
Estou cego de amor e vejo o quanto isso é bom. (Como é possível alguém estar cego e ver?)
Na tirinha acima, as ideias com sentidos opostos (certeza e relativa) é um exemplo de paradoxo.
Gradação
A gradação é a apresentação de ideias que progridem de forma crescente (clímax) ou decrescente
(anticlímax).
Exemplos:
Inicialmente calma, depois apenas controlada, até o ponto de total nervosismo. (Neste exemplo,
acompanhamos a progressão da tranquilidade até o nervosismo.)

Na tirinha acima, o personagem foi explicando de forma crescente como foi trazida pela cegonha
(decolou; fizemos uma escala; trocaram uma pena; finalmente ela me deixou aqui).
Apóstrofe
A apóstrofe é a interpelação feita com ênfase.
Exemplos:
Ó céus, é preciso chover mais?
Na tirinha acima, notamos a ênfase no segundo quadrinho: "Ai meu Deus!!! Ele vai me matar! O
que faço!? É o fim!"
Figuras de sintaxe
As figuras de sintaxe são usadas para tornar os textos mais bonitos ou expressivos através da
construção gramatical das frases e orações.
Elipse
A elipse é a omissão de uma palavra que se identifica de forma fácil.
Exemplos:
Tomara você me entenda. (Tomara que você me entenda.)

Na segunda imagem do quadrinho, notamos o uso da elipse: "depois (ele começou) a comer
sanduíches entre as refeições...".
Zeugma
A zeugma é a omissão de uma palavra pelo fato de ela já ter sido usada antes.
Exemplos:
Fiz a introdução, ele a conclusão. (Fiz a introdução, ele fez a conclusão.)
A zeugma é utilizada na segunda e terceira parte dos quadrinhos: "(você é) um descongestionante
nasal para o meu nariz"; (você é) um antiácido para meu estômago!".
Hipérbato
O hipérbato é a alteração da ordem direta da oração.
Exemplos:
São como uns anjos os seus alunos. (Os seus alunos são como uns anjos.)
A letra do Hino Nacional é um exemplo de hipérbato:
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante"
Se tivesse sido escrito na ordem direta, o nosso hino começaria assim: "As margens plácidas do
Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico".
Polissíndeto
O polissíndeto é o uso repetido de conectivos (e, ou, nem).
Exemplos:
As crianças falavam e cantavam e riam felizes.

A charge acima é um exemplo de polissíndeto, porque o conectivo "se for" esta sendo repetido
muitas vezes ("se for eleitor", "se for deputado", "se for assessor).
Assíndeto
O assíndeto representa a omissão de conectivos, sendo o contrário do polissíndeto.
Exemplos:
Não sopra o vento; não gemem as vagas; não murmuram os rios.

Anacoluto
O anacoluto é a mudança repentina na estrutura da frase.
Exemplos:
Eu, parece que estou ficando zonzo. (A estrutura normal da frase é: Parece que eu estou ficando
zonzo.)
Magali, comer é o que ela mais gosta de fazer. (A estrutura normal da frase é: O que a Magali mais
gosta de fazer é comer.)
Pleonasmo
Pleonasmo é a repetição da palavra ou da ideia contida nela para intensificar o significado.
Exemplos:
A mim me parece que isso está errado. (Parece-me que isto está errado.)

Na tirinha acima, o "saia para fora" é um pleonasmo, uma vez que o verbo "sair" já significa "para
fora".
Silepse
A silepse é a concordância com a ideia que se pretende transmitir, e não com o que está implícito.
Ela é classificada em: silepse de gênero, de número e de pessoa.
Exemplos:
Vivemos na bonita e agitada São Paulo. (silepse de gênero: Vivemos na bonita e agitada cidade
de São Paulo.)
A maioria dos clientes ficaram insatisfeitas com o produto. (silepse de número: A maioria dos
clientes ficou insatisfeita com o produto.)
Todos terminamos os exercícios. (silepse de pessoa: neste caso concordância com nós, em vez de
eles: Todos terminaram os exercícios.)
Na tirinha acima, há silepse de pessoa em "mais da metade da população mundial somos crianças"
e "as crianças, vamos ter o mundo nas mãos".
Anáfora
A anáfora é a repetição de uma ou mais palavras de forma regular.
Exemplos:
Se você sair, se você ficar, se você quiser esperar. Se você “qualquer coisa”, eu estarei aqui sempre
para você.

A charge acima é um exemplo de anáfora, porque há várias repetições do termo "falta".


Figuras de som
As figuras de som são usadas para tornar os textos mais bonitos ou expressivos através da
sonoridade das palavras.
Aliteração
A aliteração é a repetição de sons consonantais.
Exemplos:
"Chove chuva.
Chove sem parar". (Jorge Ben Jor)

Na tirinha acima, ocorre aliteração, porque a letra "r" é repetida muitas vezes em "O rato roeu a
roupa do rei de Roma."
Paronomásia
Paronomásia é a repetição de palavras cujos sons são parecidos.
Exemplos:
O cavaleiro, muito cavalheiro, conquistou a donzela. (cavaleiro = homem que anda a cavalo,
cavalheiro = homem gentil)

A charge acima contém paronomásia, porque foram usados termos que possuem sons parecidos:
"grama" e "grana".
Assonância
A assonância é a repetição de sons vocálicos.
Exemplos:
"O que o vago e incógnito desejo
de ser eu mesmo de meu ser me deu." (Fernando Pessoa)

Na tirinha acima, o uso da assonância é expresso pela repetição das vogais "a" em: "massa",
"salga", "amassa".

Onomatopeia
Onomatopeia é a inserção de palavras no discurso que imitam sons.
Exemplos:
Não aguento o tic-tac desse relógio.
No primeiro e último quadrinho temos o uso da onomatopeia com "Bum, Bum, Bum" e "Buááá...;
Buááá...". O primeiro expressa o som do tambor, e o segundo, o choro do Cebolinha.
Resumo das figuras de linguagem

Confira na tabela abaixo o que diferencia cada uma das figuras de linguagem, bem como cada um
dos seus tipos.

Figuras de Palavras Figuras de Sintaxe ou Figuras de Som ou


Figuras de Pensamento
ou semânticas construção harmonia
Produzem maior Produzem maior Produzem maior Produzem maior
expressividade à expressividade à expressividade à expressividade à
Figuras de Palavras Figuras de Sintaxe ou Figuras de Som ou
Figuras de Pensamento
ou semânticas construção harmonia
comunicação através da
comunicação através da
comunicação através inversão, repetição ou comunicação através
combinação de ideias e
das palavras. omissão dos termos na da sonoridade.
pensamentos.
construção das frases.
• hipérbole
• elipse
• eufemismo
• metáfora • pleonasmo
• litote
• comparação • zeugma
• ironia • aliteração
• metonímia • hipérbato
• personificação ou • paronomásia
• catacrese • silepse
prosopopeia • assonância
• sinestesia • polissíndeto
• antítese • onomatopeia
• perífrase ou • assíndeto
• paradoxo ou oxímoro
antonomásia • anacoluto
• gradação ou clímax
• anáfora
• apóstrofe

Hiperônimos

Podemos chamar de termos hiperônimos aqueles que trazem em si significados mais abrangentes
em relação a outros.

Animal, portanto, é um hiperônimo, pois pode significar uma série de outras palavras,
relacionando-se a elas por terem uma essência semelhante – nesse caso, um conjunto de seres
vivos.

Hipônimos

Os hipônimos, por consequência, são termos que têm significados mais específicos em relação a
outros. Utilizando o exemplo acima, cachorro, cavalo, peixe, andorinha e rato são hipônimos em
relação à Animal.
Observe que essa é uma conceituação essencial para a construção textual. Sempre teremos uma
relação muito profunda entre a escolha de palavras e os campos semânticos envolvidos nesse caso.

Essa é uma relação muito constante. Isso porque em concursos, nem sempre o conteúdo será
cobrado “abertamente”. Então, esse é um dos exemplos que auxiliam muito na sua preparação
para as provas, colocando em jogo a compreensão dos textos.

Vejamos outros exemplos:

Homônimos e Parônimos
Homônimos são palavras que têm a mesma pronúncia (às vezes, a mesma escrita) e significados
distintos.
Parônimos são palavras muito parecidas na pronúncia e na escrita, entretanto, possuem
significados diferentes.
Os homônimos e os parônimos fazem parte do estudo da semântica (significado das palavras).
Homônimos
As palavras homônima têm a mesma pronúncia (às vezes, a mesma escrita) e significados distintos.
Elas são classificadas em: homógrafas, homófonas, perfeitas.

•Homógrafas: são palavras iguais na grafia e diferentes na pronúncia, por exemplo: colher
(verbo) e colher (substantivo); jogo (substantivo) e jogo (verbo); denúncia (substantivo) e
denuncia (verbo).

•Homófonas: são palavras iguais na pronúncia e diferentes na grafia, por exemplo: concertar
(harmonizar) e consertar (reparar); censo (recenseamento) e senso (juízo); acender (atear) e
ascender (subir).

•Perfeitas: são palavras iguais na grafia e iguais na pronúncia, por exemplo: caminho
(substantivo) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo (advérbio de tempo); livre (adjetivo) e livre
(verbo).

Parônimos
As palavras parônimas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, entretanto, possuem
significados diferentes.
Exemplos de palavras parônimas:

•Absolver (perdoar) e absorver (aspirar)

•Apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico)

•Aprender (tomar conhecimento) e apreender (capturar)

•Cavaleiro (que cavalga) e cavalheiro (homem gentil)

•Comprimento (extensão) e cumprimento (saudação)

•Coro (música) e couro (pele animal)

•Delatar (denunciar) e Dilatar (alargar)

•Descrição (ato de descrever) e discrição (prudência)

•Despensa (local onde se guardam alimentos) e dispensa (ato de dispensar)

•Docente (relativo a professores) e discente (relativo a alunos)

•Emigrar (deixar um país) e imigrar (entrar num país)


•Eminente (elevado) e iminente (prestes a ocorrer)

•Flagrante (evidente) e fragrante (perfumado)

•Fluir (transcorrer, decorrer) e fruir (desfrutar)

•Imergir (afundar) e emergir (vir à tona)

•Inflação (alta dos preços) e infração (violação)

•Infligir (aplicar pena) e infringir (violar)

•Mandado (ordem judicial) e mandato (procuração)

•Osso (parte do corpo) e ouço (verbo ouvir)

•Peão (aquele que anda a pé, domador de cavalos) e pião (brinquedo)

•Precedente (que vem antes) e procedente (proveniente de; que possui fundamento)

•Ratificar (confirmar) e retificar (corrigir)

•Recrear (divertir) e recriar (criar novamente)

•Tráfego (trânsito) e tráfico (comércio ilegal)

•Soar (produzir som) e suar (transpirar)

Crase: regras de uso

A crase (`) serve para evitar a repetição da letra "a" nas situações em que precisamos utilizar o
artigo definido a, ou os pronomes aquela, aquele e aquilo, junto com a preposição a.
Exemplos:

•Vamos à praia?

•Fui às compras ontem.

•Devo tudo àquela pessoa que me ajudou.

A crase deve ser usada nos seguintes casos:


1.antes de palavras femininas;

2.na indicação de horas;

3.nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas femininas;

4.antes da expressão "à moda de", mesmo quando ela esteja subentendida.

1. Antes de palavras femininas


Exemplo: Vou à padaria (a + a).
A crase serve para evitar que se escreva a a (vou a a padaria), porque quem vai, vai a algum lugar.
E como "padaria" é uma palavra feminina, antes dela colocamos um "a" = a padaria.
Agora, repare: Vou a o cabeleireiro = Vou ao cabeleireiro (a + o).
Mais exemplos:

•Muito açúcar faz mal à saúde.

•Refiro-me à morena.

•Vou à praça e já volto.

2. Na indicação de horas
Exemplos:

•A aula começa às 8h.

•Ela trabalha das 9h às 18h.

•A consulta é às 14h.

Usamos crase quando se indica um horário, como nos exemplos acima.


No entanto, quando falamos em horas contadas, não usamos crase. Por exemplo: As duas horas de
aula pareciam não ter fim.
A crase também não é usada se antes das horas estiverem as preposições após, desde, entre, para.
Por exemplo: Venha após as 14h.
3. Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas femininas
Exemplos:

•Falaremos à noite.

•Às custas dela, ficou de castigo.

•Chorava de rir à medida que falava.


Usamos crase nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas que contenham palavras
femininas, como nos exemplos acima.
São locuções adverbiais: à direita, à esquerda, às vezes, à tarde, à noite.
São locuções prepositivas: à(s) custa(s) de, à exceção de, à mercê de, à proporção de, à volta de,
às expensas de.
São locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que.
4. Antes da expressão "à moda de", mesmo quando ela esteja subentendida
Exemplos:

•Fez um gol à Pelé. (Fez um gol à moda de Pelé.)

•Gosta de poemas à Drummond. (Gosta de poemas à moda de Drummond.)

•Veste-se à Chanel. (Veste-se à moda de Chanel.)

Usamos crase na expressão "à moda de", mesmo quando ela esteja subentendida na frase.
Leia também:

O que é variação linguística (tipos e exemplos)

As variações linguísticas são as diferenças que uma língua apresenta mediante fatores como a
região e as condições culturais ou sociais onde ela é usada. Por exemplo, existem variações na
língua portuguesa falada no Brasil e em Portugal.
Os tipos de variações linguísticas são:

1.geográficas, como os regionalismos

2.históricas, como o português medieval e o atual

3.sociais, como os termos técnicos usados por profissionais

4.situacionais, como as gírias

1. Variação geográfica ou diatópica


A variação geográfica ou diatópica está relacionada com o local em que é desenvolvida, tal como
as variações entre o português do Brasil e de Portugal, chamadas de regionalismo.
Exemplos de regionalismos:
2. Variação histórica ou diacrônica
A variação histórica ou diacrônica ocorre com o desenvolvimento da história, tal como o português
medieval e o atual.
Exemplo de português arcaico:
"Elípticos", "pega-la-emos" são formas que caíram em desuso
3. Variação social ou diastrática
A variação social ou diastrática é percebida segundo os grupos (ou classes) sociais envolvidos, tal
como uma conversa entre um orador jurídico e um morador de rua. Um exemplo desse tipo de
variação são os socioletos.
Exemplo de socioleto:

A linguagem técnica utilizada pelos médicos nem sempre é entendida pelos seus pacientes
4. Variação situacional ou diafásica
A variação situacional ou diafásica ocorre segundo o contexto, por exemplo, situações formais e
informais. As gírias são expressões populares utilizadas por determinado grupo social.
Exemplos de gíria:

•Que mico! (Que vergonha!)

•Fui trollado. (Fui enganado)

•Minha apresentação flopou. (Minha apresentação foi um fracasso.)

Linguagem formal e informal


Quanto aos níveis da fala, podemos considerar dois padrões de linguagem: a linguagem formal e
informal.
Certamente, quando falamos com pessoas próximas utilizamos a linguagem dita coloquial, ou seja,
aquela espontânea, dinâmica e despretensiosa.
No entanto, de acordo com o contexto no qual estamos inseridos, devemos seguir as regras e
normas impostas pela gramática, seja quando elaboramos um texto (linguagem escrita) ou
organizamos nossa fala numa palestra (linguagem oral).
Em ambos os casos, utilizaremos a linguagem formal, que está conforme as normas gramaticais.
Observe que as variações linguísticas são expressas geralmente nos discursos orais. Quando
produzimos um texto escrito, seja em qual for o lugar do Brasil, seguimos as regras do mesmo
idioma: a língua portuguesa.
Preconceito linguístico
O preconceito linguístico está intimamente relacionado com as variações linguísticas, uma vez que
ele surge para julgar as manifestações linguísticas ditas "superiores".
Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, pois em nosso país, embora o mesmo idioma
seja falado em todas as regiões, cada uma possui suas peculiaridades que envolvem diversos
aspectos históricos e culturais.
Sendo assim, a maneira de falar do norte é muito diferente da falada no sul do país. Isso ocorre
porque nos atos comunicativos, os falantes da língua vão determinando expressões, sotaques e
entonações conforme as necessidades linguísticas.
De tal modo, o preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a variação apontada de
maneira pejorativa e estigmatizada.
Quem comete esse tipo de preconceito, geralmente tem a ideia de que sua maneira de falar é
correta e, ainda, superior à outra.
Entretanto, devemos salientar que todas as variações são aceitas e nenhuma delas é superior, ou
considerada a mais correta.
Gêneros Textuais
Gêneros textuais são as diferentes formas de texto usadas para transmitir as mensagens que
pretendemos aos seus receptores. São exemplos de gêneros textuais: crônicas, contos, notícias,
bilhetes, listas de compras e receitas.
Tipos e gêneros textuais
Os gêneros textuais são classificados conforme a sua função comunicativa. Eles são produzidos
com linguagens e estruturas diferentes, ou seja, cada gênero textual recorre a um tipo de texto.
Há muitos gêneros textuais, enquanto há cinco tipos de texto: narrativo, descritivo, argumentativo,
expositivo e injuntivo.
Gêneros textuais de texto narrativo
Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço. A estrutura da
narração é dividida em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho.
Exemplos de gêneros textuais narrativos:

•Romance

•Novela

•Crônica

•Conto

•Contos de Fada

•Fábula

•Lenda

•Biografia

•Autobiografia

•Anedota

Gêneros textuais de texto descritivo


Os textos descritivos se ocupam em relatar e expor determinada pessoa, objeto, lugar,
acontecimento. Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descrevem ou apresentam
imagens a partir das percepções sensoriais do locutor (emissor).
Exemplos de gêneros textuais descritivos:

•Diário

•Relato (viagens, históricos, etc.)


•Notícia

•Currículo

•Lista de compras

•Cardápio

•Anúncio de classificados

Gêneros textuais de texto argumentativo


Os textos argumentativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assunto por meio de
argumentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tentam
persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três partes: tese (apresentação), antítese
(desenvolvimento), nova tese (conclusão).
Exemplos de gêneros textuais argumentativos:

•Editorial Jornalístico

•Resenha

•Artigo de opinião

•Ensaio

•Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado

Gêneros textuais de texto expositivo


Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por meio de recursos como:
definição, conceituação, informação, descrição e comparação.
Exemplos de gêneros textuais expositivos:

•Seminários

•Palestras

•Conferências

•Entrevistas

•Trabalhos acadêmicos

•Enciclopédia
•Verbetes de dicionários

•Ata

Gêneros textuais de texto injuntivo


O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica uma ordem, de
modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor). Por isso,
geralmente apresenta verbos no imperativo.
Exemplos de gêneros textuais injuntivos:

•Propaganda

•Receita culinária

•Bula de remédio

•Manual de instruções

•Regulamento

Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre

Discurso Direto, Discurso Indireto e Discurso Indireto Livre são tipos de discursos utilizados no
gênero narrativo para introduzir as falas e os pensamentos dos personagens. Seu uso varia de
acordo com a intenção do narrador.
Discurso Direto
No discurso direto, o narrador dá uma pausa na sua narração e passa a citar fielmente a fala do
personagem.
O objetivo desse tipo de discurso é transmitir autenticidade e espontaneidade. Assim, o narrador
se distancia do discurso, não se responsabilizando pelo que é dito.
Pode ser também utilizado por questões de humildade - para não falar algo que foi dito por um
estudioso, por exemplo, como se fosse de sua própria autoria.
Características do Discurso Direto
•Utilização dos verbos da categoria dicendi, ou seja, aqueles que têm relação com o verbo
"dizer". São chamados de "verbos de elocução", a saber: falar, responder, perguntar, indagar,
declarar, exclamar, dentre outros.

•Utilização dos sinais de pontuação - travessão, exclamação, interrogação, dois pontos, aspas.

•Inserção do discurso no meio do texto - não necessariamente numa linha isolada.

Veja também: Sinais de Pontuação


Exemplos de Discurso Direto
1.Os formados repetiam: "Prometo cumprir meus deveres e respeitar meus semelhantes com
firmeza e honestidade.".

2.O réu afirmou: "Sou inocente!"

3.Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar:


— Alô, quem fala?
— Bom dia, com quem quer falar? — respondeu com tom de simpatia.

Discurso Indireto
No discurso indireto, o narrador da história interfere na fala do personagem preferindo suas
palavras. Aqui não encontramos as próprias palavras da personagem.
Características do Discurso Indireto
•O discurso é narrado em terceira pessoa.

•Algumas vezes são utilizados os verbos de elocução, por exemplo: falar, responder, perguntar,
indagar, declarar, exclamar. Contudo, não há utilização do travessão, pois geralmente as orações
são subordinadas, ou seja, dependem de outras orações, o que pode ser marcado através da
conjunção “que” (verbo + que).

Exemplos de Discurso Indireto


1.Os formados repetiam que iriam cumprir seus deveres e respeitar seus semelhantes com
firmeza e honestidade.

2.O réu afirmou que era inocente.

3.Querendo ouvir sua voz, resolveu telefonar. Cumprimentou e perguntou quem estava falando.
Do outro lado, alguém respondeu ao cumprimento e perguntou com tom de simpatia com quem
a pessoa queria falar.

Transposição do Discurso Direto para o Indireto


Nos exemplos a seguir verificaremos as alterações feitas a fim de moldar o discurso de acordo com
a intenção pretendida.

Discurso Direto Discurso Indireto


Preciso sair por alguns instantes. (enunciado na Disse que precisava sair por alguns instantes.
1.ª pessoa) (enunciado na 3.ª pessoa)
Sou a pessoa com quem falou há pouco. Disse que era a pessoa com quem tinha falado há
(enunciado no presente) pouco. (enunciado no imperfeito)
Não li o jornal hoje. (enunciado no pretérito Disse que não tinha lido o jornal. (enunciado no
perfeito) pretérito mais-que-perfeito)
O que fará relativamente sobre aquele assunto? Perguntou-me o que faria relativamente sobre aquele
(enunciado no futuro do presente) assunto. (enunciado no futuro de pretérito)
Não me ligues mais! (enunciado no modo Pediu que não lhe ligasse mais. (enunciado no modo
imperativo) subjuntivo)
Isto não é nada agradável. (pronome Disse que aquilo não era nada agradável. (pronome
Discurso Direto Discurso Indireto
demonstrativo em 1.ª pessoa) demonstrativo em 3.ª pessoa)
Vivemos muito bem aqui. (advérbio de
Disse que viviam muito bem lá. (advérbio de lugar lá)
lugar aqui)
Discurso Indireto Livre
No discurso indireto livre há uma fusão dos tipos de discurso (direto e indireto), ou seja, há
intervenções do narrador, bem como da fala dos personagens.
Não existem marcas que mostrem a mudança do discurso. Por isso, as falas dos personagens e do
narrador - que sabe tudo o que se passa no pensamento dos personagens - podem ser
confundidas.
Características do Discurso Indireto Livre
•Liberdade sintática.

•Aderência do narrador ao personagem.

Exemplos de Discurso Indireto Livre


1.Fez o que julgava necessário. Não estava arrependido, mas sentia um
peso. Talvez não tenha sido suficientemente justo com as crianças…

2.O despertador tocou um pouco mais cedo. Vamos lá, eu sei que consigo!

3.Amanheceu chovendo. Bem, lá vou eu passar o dia assistindo televisão!

Nas orações destacadas os discursos são diretos, embora não tenha sido sinalizada a mudança da
fala do narrador para a do personagem.

Coesão e Coerência
A Coesão e a Coerência são mecanismos fundamentais na construção textual.
Para um texto ser eficaz na transmissão da sua mensagem, é essencial fazer sentido para o leitor.
Além disso, deve ser harmonioso, para a mensagem fluir de forma segura, natural e agradável aos
ouvidos.
Coesão textual
A coesão é resultado da disposição e da correta utilização das palavras que propiciam a ligação
entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com sua organização e pode ocorrer
por meio de palavras chamadas de conectivos.
A coesão pode ser obtida através de elementos anafóricos e catafóricos.
A anáfora e a catáfora se referem à informação expressa no texto e, por esse motivo, são
qualificadas como endofóricas. Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa,
contribuindo com a ligação e a harmonia textual.
Mecanismos de coesão
Os mecanismos de coesão são:

•referência
•substituição

•elipse

•conjunção

•coesão lexical

Referência
Utilizar outros elementos (pronomes pessoais, pronomes demonstrativos e comparações) para
evitar repetições.
Referência pessoal: utilização de pronomes pessoais e possessivos, por exemplo: João e Maria
casaram. ELES são pais de Ana e Beto. (Referência pessoal anafórica)
Referência demonstrativa: utilização de pronomes demonstrativos e advérbios, por exemplo: Fiz
todas as tarefas, com exceção DESTA: arquivar a correspondência. (Referência demonstrativa
catafórica)
Referência comparativa: utilização de comparações através de semelhanças, por exemplo: Mais
um dia IGUAL AOS outros. (Referência comparativa endofórica)
Substituição
Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma de evitar as repetições.
EXEMPLO: Vamos à prefeitura amanhã, eles irão na próxima semana.
Observe que a diferença entre a referência e a substituição está expressa especialmente no fato de
que a substituição acrescenta uma informação nova ao texto.
No caso de “João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto”, o pronome pessoal referencia as
pessoas João e Maria, não acrescentando informação adicional ao texto.
Elipse
Um componente textual, quer seja um nome, um verbo ou uma frase, pode ser omitido através da
elipse.
EXEMPLO: Temos ingressos a mais para o concerto. Você os quer?
(A segunda oração é perceptível mediante o contexto. Assim, sabemos que o que está sendo
oferecido são ingressos para o concerto.)
Conjunção
A conjunção liga orações estabelecendo relação entre elas.
EXEMPLO: Nós não sabemos quem é o culpado, MAS ele sabe. (adversativa)
Coesão lexical
A coesão lexical consiste na utilização de palavras que possuem sentido aproximado ou que
pertencem a um mesmo campo lexical. São elas: sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos, entre
outros.
EXEMPLO: Aquela escola não oferece as condições mínimas de trabalho. A INSTITUIÇÃO está
literalmente caindo aos pedaços.
Coerência textual
A coerência é a relação lógica das ideias de um texto que decorre da sua argumentação - resultado
especialmente dos conhecimentos do transmissor da mensagem.
Um texto contraditório e redundante, ou cujas ideias iniciadas não são concluídas, é um texto
incoerente. A incoerência compromete a clareza do discurso, a sua fluência e a eficácia da leitura.
Assim, a incoerência não é só uma questão de conhecimento, decorre também do uso de tempos
verbais e da emissão de ideias contrárias.
Exemplos:

•O relatório está pronto, porém o estou finalizando até agora. (processo verbal acabado e
inacabado)

•Ele é vegetariano e gosta de um bife muito malpassado. (os vegetarianos são assim classificados
pelo fato de se alimentar apenas de vegetais)

•Ana foi ao evento, todavia, porque não tinha sido convidada. (foram usados dois conectivos -
todavia e porque que não expressam sentido)

Fatores de coerência
São inúmeros os fatores que contribuem para a coerência de um texto, tendo em vista a sua
abrangência, tais como:

•conhecimento de mundo

•inferências

•fatores de contextualização

•informatividade

Conhecimento de mundo
É o conjunto de conhecimento que adquirimos ao longo da vida e que são arquivados na nossa
memória.
São os chamados frames (rótulos), esquemas (planos de funcionamento, como a rotina alimentar:
café da amanhã, almoço e jantar), planos (planejar algo com um objetivo, tal como jogar um
jogo), scripts (roteiros, tal como normas de etiqueta).
EXEMPLO: Peru, Panetone, frutas e nozes. Tudo a postos para o Carnaval!
Uma questão cultural nos leva a concluir que a oração acima é incoerente. Isso porque “peru,
panetone, frutas e nozes” (frames) são elementos que pertencem à celebração do Natal e não à
festa de carnaval.
Inferências
Através das inferências, as informações podem ser simplificadas se partimos do pressuposto que
os interlocutores partilham do mesmo conhecimento.
EXEMPLO: Quando os chamar para jantar, não esqueça que eles são indianos. (ou seja, em
princípio, esses convidados não comem carne de vaca)
Fatores de contextualização
Há fatores que inserem o interlocutor na mensagem providenciando a sua clareza, como os títulos
de uma notícia ou a data de uma mensagem.
EXEMPLO:
— Está marcado para às 10h.
— O que está marcado para às 10h? Não sei sobre o que está falando.
Informatividade
Quanto maior informação não previsível um texto tiver, mais rico e interessante ele será. Assim,
dizer o que é óbvio ou insistir numa informação e não desenvolvê-la, com certeza desvaloriza o
texto.
EXEMPLO: O Brasil foi colonizado por Portugal.
Princípios básicos de coerência
Após termos visto os fatores acima, é essencial ter em atenção os seguintes princípios para se
obter um texto coerente:

•Princípio da Não Contradição - ideias contraditórias

•Princípio da Não Tautologia - ideias redundantes

•Princípio da Relevância - ideias que se relacionam

Diferença entre Coesão e Coerência


A diferença entre coesão e coerência é a relação que elas têm com o texto: interna (questões
gramaticais), no caso da coesão, e externa (questões lógicas), no caso da coerência.
Coesão e coerência são coisas diferentes, de modo que um texto coeso pode ser incoerente.
Ambas têm em comum o fato de estarem relacionadas com as regras essenciais para uma boa
produção textual.

Funções da Linguagem
As funções da linguagem são formas de utilização da linguagem segundo a intenção do falante.
Elas são classificadas em seis tipos: função referencial, função emotiva, função poética, função
fática, função conativa e função metalinguística.
Cada uma desempenha um papel relacionado com os elementos presentes na comunicação:
emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto. Assim, elas determinam o objetivo dos
atos comunicativos.
Embora haja uma função que predomine, vários tipos de linguagem podem estar presentes num
mesmo texto.
Função Referencial ou Denotativa
Também chamada de função informativa, a função referencial tem como objetivo principal
informar, referenciar algo.
Voltada para o contexto da comunicação, esse tipo de texto é escrito na terceira pessoa (singular
ou plural) enfatizando seu caráter impessoal.
Como exemplos de linguagem referencial podemos citar os materiais didáticos, textos jornalísticos
e científicos. Todos eles, por meio de uma linguagem denotativa, informam a respeito de algo, sem
envolver aspectos subjetivos ou emotivos à linguagem.
Exemplo de função referencial
Na passada terça-feira, dia 22 de setembro de 2015, o real teve a maior desvalorização da sua
história. Nesse dia foi preciso desembolsar R$ 4,0538 para comprar um dólar. Recorde-se que o
Real foi lançado há mais de 20 anos, mais precisamente em julho de 1994.
Função Emotiva ou Expressiva
Também chamada de função expressiva, na função emotiva o emissor tem como objetivo
principal transmitir suas emoções, sentimentos e subjetividades por meio da própria opinião.
Esse tipo de texto, escrito em primeira pessoa, está voltado para o emissor, uma vez que possui um
caráter pessoal.
Como exemplos podemos destacar: os textos poéticos, as cartas, os diários. Todos eles são
marcados pelo uso de sinais de pontuação, por exemplo, reticências, ponto de exclamação, etc.
Exemplo de função emotiva
Meus amores, tenho tantas saudades de vocês … Mas não se preocupem, em breve a mamãe
chega e vamos aproveitar o tempo perdido bem juntinhos. Sim, consegui adiantar a viagem em
uma semana!!! Isso quer dizer que tenho muito trabalho hoje e amanhã.... Quando chegar, quero
encontrar essa casa em ordem, combinado?!?
Função Poética
A função poética é característica das obras literárias que possui como marca a utilização do sentido
conotativo das palavras.
Nessa função, o emissor preocupa-se de que maneira a mensagem será transmitida por meio
da escolha das palavras, das expressões, das figuras de linguagem. Por isso, aqui o principal
elemento comunicativo é a mensagem.
Note que esse tipo de função não pertence somente aos textos literários. Também encontramos a
função poética na publicidade ou nas expressões cotidianas em que há o uso frequente de
metáforas (provérbios, anedotas, trocadilhos, músicas).
Exemplo de função poética
Apesar de não ter frequentado a escola, dizia que a avó era um poço de sabedoria. Falava de tudo
e sobre tudo e tinha sempre um provérbio debaixo da manga.
Função Fática
A função fática tem como objetivo estabelecer ou interromper a comunicação de modo que o
mais importante é a relação entre o emissor e o receptor da mensagem. Aqui, o foco reside no
canal de comunicação.
Esse tipo de função é muito utilizada nos diálogos, por exemplo, nas expressões de cumprimento,
saudações, discursos ao telefone, etc.
Exemplo de função fática
— Consultório do Dr. João, bom dia!
— Bom dia! Precisava marcar uma consulta para o próximo mês, se possível.
— Hum, o Dr. tem vagas apenas para a segunda semana. Entre os dias 7 e 11, qual a sua
preferência?
— Dia 8 está ótimo.
Função Conativa ou Apelativa
Também chamada de apelativa, a função conativa é caracterizada por uma linguagem persuasiva
que tem o intuito de convencer o leitor. Por isso, o grande foco é no receptor da mensagem.
Essa função é muito utilizada nas propagandas, publicidades e discursos políticos, de modo a
influenciar o receptor por meio da mensagem transmitida.
Esse tipo de texto costuma se apresentar na segunda ou na terceira pessoa com a presença de
verbos no imperativo e o uso do vocativo.
Exemplos de função conativa
•Vote em mim!

•Entre. Não vai se arrepender!

•É só até amanhã. Não perca!

Função Metalinguística
A função metalinguística é caracterizada pelo uso da metalinguagem, ou seja, a linguagem que se
refere a ela mesma. Dessa forma, o emissor explica um código utilizando o próprio código.
Um texto que descreva sobre a linguagem textual ou um documentário cinematográfico que fala
sobre a linguagem do cinema são alguns exemplos.
Nessa categoria, os textos metalinguísticos que merecem destaque são as gramáticas e os
dicionários.
Exemplo de função metalinguística
Escrever é uma forma de expressão gráfica. Isto define o que é escrita, bem como exemplifica a
função metalinguística.
Funções da Linguagem e Comunicação
Abaixo, você encontra um diagrama com as funções da linguagem e sua relação com os elementos
da comunicação:
Vozes verbais ou Vozes do verbo

As vozes verbais, ou vozes do verbo, são a forma como os verbos se apresentam na oração a fim
de determinar se o sujeito pratica ou recebe a ação. Elas podem ser de três
tipos: ativa, passiva ou reflexiva.

Sujeito é o Exemplo: Vi a
Voz ativa
agente da ação. professora.
Voz Sujeito sofre a Exemplo: A
passiva ação. professora foi vista.
Voz Sujeito pratica e Exemplo: Vi-me ao
reflexiva sofre a ação. espelho.
Voz ativa
Na voz ativa o sujeito é agente, ou seja, pratica a
ação.
Exemplos:

•Bia tomou o café da manhã logo cedo.

•Aspiramos a casa toda.

•Já fiz o trabalho.

Voz passiva
Object 4

Na voz passiva o sujeito é paciente e, assim, não


pratica, mas recebe a ação.
Exemplos:

•A vítima foi vista ontem à noite.

•Aumentou-se a vigilância desde ontem.

•Os pais foram chamados pela diretora.

A voz passiva pode ser analítica ou sintética.


Formação da voz passiva analítica
A voz passiva analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação no
particípio + agente da passiva.
Exemplos:

•O café da manhã foi tomado por Bia logo cedo.

•A casa toda foi aspirada por nós.

•O trabalho foi feito por mim.

Formação da voz passiva sintética


A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome
se), é formada por:
Verbo transitivo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador "se" +
sujeito paciente.
Exemplos:

•Tomou-se o café da manhã logo cedo.

•Aspirou-se a casa toda.

•Já se fez o trabalho.

Voz reflexiva
Na voz reflexiva o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, uma vez que ele pratica e recebe
a ação.
Exemplos:

•A velhinha sempre se penteia antes de sair.

•Eu me cortei hoje quando estava cozinhando.


•O atleta feriu-se na quadra.

Formação da voz reflexiva


A voz reflexiva é formada por:
Verbo na voz ativa + pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos), que serve de objeto direto ou, por
vezes, de objeto indireto, e representa a mesma pessoa que o sujeito.
Exemplos:

•Atropelou-se em suas próprias palavras.

•Machucou-se todo naquele jogo de futebol.

•Olhei-me ao espelho.

Voz reflexiva recíproca


A voz reflexiva também pode ser recíproca. Isso acontece quando o verbo reflexivo indica
reciprocidade, ou seja, quando dois ou mais sujeitos praticam a ação, ao mesmo tempo que
também são pacientes.
Exemplos:

•Eu, meus irmãos e meus primos damo-nos bastante bem.

•Aqui, os dias passam-se com muitas novidades.

•Sofia e Lucas amam-se.

Vozes verbais e sua conversão


Geralmente, por uma questão de estilo, podemos passar a voz verbal ativa para a voz verbal
passiva.
Ao fazer a transposição, o sujeito da voz ativa torna-se o agente da passiva e o objeto direto
da voz ativa torna-se o sujeito da voz passiva.
Exemplo na voz ativa: Aspiramos a casa toda.
Sujeito da ativa: Nós (oculto)
Verbo: Aspiramos (transitivo direto)
Objeto direto: a casa toda.
Exemplo na voz passiva: A casa toda foi aspirada por nós.
Sujeito: A casa toda
Verbo auxiliar: foi
Verbo principal: aspirada
Agente da passiva: por nós.
Observe que o verbo auxiliar "foi" está no mesmo tempo verbal que o verbo "aspiramos" estava na
oração cuja voz é ativa. O verbo "aspiramos" na oração cuja voz é passiva está no particípio.
Assim, a oração transposta para a voz passiva é formada da seguinte forma:Sujeito + verbo auxiliar
(ser, estar, ficar, entre outros) conjugado no mesmo tempo verbal que o verbo principal da oração
na voz ativa + verbo principal da ação conjugado no particípio + agente da passiva.
É importante lembrar que somente os verbos transitivos admitem transposição de voz. Isso
porque uma vez que os verbos intransitivos não necessitam de complemento, não têm objeto que
seja em sujeito.

Colocação Pronominal

A colocação pronominal indica a posição dos pronomes átonos - me, nos, te, vos, se, o(s), a(s),
lhe(s) - em relação ao verbo, do que resulta a próclise, a mesóclise e a ênclise.
Antes de entender como cada um dos casos deve ser usado, a primeira regra é: a colocação
pronominal é feita com base em prioridades. O caso que tem mais prioridade é a próclise, e se
nenhuma das situações satisfizer o seu uso, é utilizada a ênclise. Lembrando que a mesóclise
somente é utilizada com verbos no futuro do presente e no futuro do pretérito.
Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Isso acontece quando a oração contém
palavras que atraem o pronome:
1. Palavras que expressam negação tais como “não, ninguém, nunca”:

•Não o quero aqui.

•Nunca o vi assim.

2. Pronomes relativos (que, quem, quando...), indefinidos (alguém, ninguém, tudo…) e


demonstrativos (este, esse, isto…):

•Foi ela que o fez.

•Alguns lhes deram maus conselhos.

•Isso me lembra algo.

3. Advérbios ou locuções adverbiais:

•Ontem me disseram que havia greve hoje.

•Às vezes nos deixa falando sozinhos.

4. Palavras que expressam desejo e também orações exclamativas:

•Oxalá me dês a boa notícia.

•Deus nos dê forças.


5. Conjunções subordinativas:

•Embora se sentisse melhor, saiu.

•Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo.

6. Palavras interrogativas no início das orações:

•Quando te deram a notícia?

•Quem te presenteou?

Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Isso acontece com verbos do futuro do
presente ou do futuro do pretérito, a não ser que haja palavras que atraiam a próclise:

•Orgulhar-me-ei dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do presente: orgulharei)

•Orgulhar-me-ia dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do pretérito: orgulharia)

Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Isso acontece quando a oração contém
palavras que atraem esse tipo de colocação pronominal:
1. Verbos no imperativo afirmativo:

•Depois de terminar, chamem-nos.

•Para começar, joguem-lhes a bola!

2. Verbos no infinitivo impessoal:

•Gostaria de pentear-te a minha maneira.

•O seu maior sonho é casar-se.

3. Verbos no início das orações:

•Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo.

•Surpreendi-me com o café da manhã.

Colocação pronominal nas locuções verbais


Nos exemplos acima existe apenas um verbo atraindo o pronome.
Agora, vejamos como ocorre a colocação do pronome nas locuções verbais. Lembrando que as
regras citadas para os verbos na forma simples devem ser seguidas.
1. Usa-se a ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas locuções verbais em
que o verbo principal esteja no infinitivo ou no gerúndio:

•Devo-lhe explicar o que se passou. (ênclise depois do verbo auxiliar, “devo”)

•Devo explicar-te o que se passou. (ênclise depois do verbo principal, “explicar”)

2. Caso não haja palavra que atraia a próclise, usa-se a ênclise depois do verbo auxiliar em que o
verbo principal esteja no particípio:

•Foi-lhe explicado como deveria agir. (ênclise depois do verbo auxiliar, “foi”, uma vez que o
verbo principal “explicar” está no particípio, “explicado”)

•Tinha-lhe feito as vontades se não tivesse sido malcriado. (ênclise depois do verbo auxiliar,
“tinha”, uma vez que o verbo principal “fazer” está no particípio, “feito”)

Funções do "que"
A palavra “que” pode desempenhar a
função de advérbio, conjunção ou pronome:
“Que” com a função de advérbio
Em algumas frases, o “que” pode exercer o papel
de advérbio de intensidade ou de modo.
1. Advérbio de intensidade: Que peixe grande o
pescador apanhou! (O pescador apanhou um
peixe muito grande.
2. Advérbio de modo: Que gente esquisita!
(Como essa gente é esquisita!)
“Que” com a função de conjunção
Object 5

Há situações cujo “que” exerce a função de


conjunção de causa, comparação, concessão, consequência, explicação, finalidade, integração e
tempo.
1. Conjunção causal: Agora vou deitar, que estou cansada. (Exprime a causa de eu querer deitar: o
cansaço. É o mesmo que dizer “Agora vou deitar, porque estou cansada.”)
2. Conjunção comparativa: Este lugar é mais agradável do que aquele. (Estabelece uma
comparação entre um lugar e outro.)
3. Conjunção concessiva: Mesmo que ele não deixe, eu vou. (Expressa ideia contrária, mas que não
impede a ação, ou seja, não ter permissão para sair, mas sair.)
4. Conjunção consecutiva: Comeu tanto que passou mal. (Manifesta uma consequência, ou seja, o
fato de ter comido tanto teve como resultado a sensação de mal-estar.)
5. Conjunção explicativa: Vou sair um pouco que faz bem para a minha cabeça. (Indica uma
justificativa. É o mesmo que dizer “Vou sair um pouco, pois faz bem para a minha cabeça.)
6. Conjunção final: Saí sem dar resposta para que a briga não aumentasse. (Exprime a finalidade,
ou seja, sair sem dar resposta a fim e a briga não aumentar.)
7. Conjunção integrante: Quero que você seja feliz. (Introduzem orações subordinadas
substantivas.)
8. Conjunção temporal: Assim que eu terminar, vamos sair. (Expressam uma circunstância de
tempo.)
“Que” com a função de pronome
O “que”, em muitas situações, desempenha a função de pronome relativo ou interrogativo.
1. Pronome relativo: Comprei os livros que constam na lista de material. (O pronome relativo “que”
relacionam-se o termo “livros”. Repare como sem ele as orações ficariam separadas: Os livros
constam na lista de material. Comprei os livros.)
2. Pronome interrogativo: Que lugar é este? (O pronome interrogativo “que” é utilizado nas
orações interrogativas.)
Para você saber mais: Que ou quê?
Funções do se
Devido às suas diferentes funções, o uso do “se” costuma ser alvo de muitas dúvidas entre os
estudantes da língua portuguesa.
Para ajudar você a dominar esse tema, preparamos uma lista com exemplos ilustrativos das duas
classificações gramaticais principais da palavra "se": pronome e conjunção.
Funções do pronome “se”
A classificação do "se" enquanto pronome subdivide-se em: pronome apassivador ou partícula
apassivadora, índice de indeterminação do sujeito ou pronome indefinido, parte integrante do
verbo, pronome reflexivo, pronome reflexivo recíproco e partícula de realce ou expletiva.
1. Pronome apassivador ou partícula apassivadora
Ao exercer a função de pronome apassivador/partícula apassivadora, o “se” é indicativo de voz
passiva sintética e estabelece relação com verbos transitivos diretos ou verbos transitivos diretos e
indiretos.
Exemplos:

•Venderam-se várias casas.

•Compra-se ouro.

•Alugam-se quartos para estudantes.

•Entregam-se encomendas.

•Poupou-se dinheiro com a compra de roupas usadas.

Para confirmar se a função do “se” é de partícula apassivadora, basta converter a frase na voz
passiva sintética para a voz passiva analítica:

•Várias casas foram vendidas.


•Ouro é comprado.

•Quartos para estudantes são alugados.

•Encomendas são entregues.

•Dinheiro foi poupado com a compra de roupas usadas.

2. Índice de indeterminação do sujeito ou pronome indefinido


Quando exerce a função de pronome indefinido, o “se” é utilizado com verbos flexionados na
terceira pessoa do singular.
Esses verbos podem ser intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação.
O pronome indefinido é utilizado quando não se quer ou não se pode identificar o sujeito da frase.
Exemplos:

•Fala-se muito do coronavírus.

•Morre-se de fome e sede naquela região.

•Acreditava-se que tudo terminaria bem.

•Vive-se com dificuldade neste país.

•Confia-se no que foi prometido.

3. Parte integrante do verbo


Essa classificação dá-se quando o “se” faz parte de verbos pronominais.
Exemplos:

•Bianca se machucou ao cair do escorrega.

•As crianças se perderam no parque.

•Eles se encantaram com a beleza da cidade.

•A professora se aborreceu com a turma.

•Ela se envolveu na discussão desnecessariamente.

4. Pronome reflexivo
Quando desempenha essa função, o “se” faz parte de verbos pronominais reflexivos, ou seja, de
verbos que indicam que o sujeito da frase praticou e recebeu a ação.
Exemplos:
•Giulia se cortou com a tesoura.

•Paula se furou em um alfinete.

•Natália está se penteando para sair.

•O filhote de gato estava se lambendo.

•Vanessa já se arrumou para a premiação.

5. Pronome reflexivo recíproco


Quando exerce a função de pronome reflexivo recíproco, o “se” é usado em frases na voz passiva
recíproca e indica que uma ação verbal ocorreu de forma mútua, ou seja, um fez um ao outro e
vice-versa.
Exemplos:

•Eles se abraçaram e tudo terminou bem.

•Depois da festa, os amigos se despediram e foram embora.

•Aline e Leonardo se olharam apaixonados.

•As crianças desta turma se entendem muito bem.

•Naquela família, todos se amam muito.

6. Partícula de realce ou expletiva


O uso do “se” enquanto partícula de realce é opcional. O fato de ele não ser usado não causa
nenhum tipo de prejuízo ao sentido da frase.
Além do “se”, o “que” também pode exercer função de partícula expletiva.
Ambos têm o papel destacar; realçar determinada informação de uma frase.
Exemplos:

•Riu-se da piada do irmão.

•Foi-se embora para nunca mais voltar.

•O senhor estava cansado e se sentou.

•Do que que ele está falando?

•Os dias se passavam e nada de notícias dele.


Funções da conjunção “se”
A classificação do "se" enquanto conjunção subdivide-se em causal, condicional e integrante.
1. Conjunção subordinativa causal
Conforme a classificação já demonstra, essa conjunção é indicativa de causa.
Ela é bastante usada, mas muitas vezes confundida com a conjunção subordinativa condicional; a
que indica condição.
Para se certificar de que o “se” de uma determinada frase é uma conjunção subordinativa causal,
basta substituí-lo por “já que” ou “uma vez que”.
Exemplos:

•Se não tinha dinheiro, não deveria ter viajado.

•Deveria ter feito o trabalho se estava disponível.

•Se ela diz que é neutra, não deveria tomar partido de ninguém.

•Não deveria ter se intrometido se ninguém pediu a sua opinião.

•Se eles não entraram em contato, você poderia telefonar para o escritório.

Observe que, mesmo quando fazemos a substituição do “se” por “já que” ou “uma vez que”, as
frases continuam fazendo sentido:

•Já que não tinha dinheiro, não deveria ter viajado.

•Deveria ter feito o trabalho uma vez que estava disponível.

•Uma vez que ela diz que é neutra, não deveria tomar partido de ninguém.

•Não deveria ter se intrometido já que ninguém pediu a sua opinião.

•Uma vez que eles não entraram em contato, você poderia telefonar para o escritório.

2. Conjunção subordinativa condicional


Conforme se subentende pelo nome, ela indica a existência de uma condição para que algo ocorra.
Exemplos:

•Se eu pudesse, teria ficado mais tempo.

•Ele disse que vai comprar uma casa se ganhar na loteria.

•Se eles conseguirem passar no teste, começarão a trabalhar semana que vem.
•Ela disse que não virá se chover.

•Se você me esperar, posso te dar carona.

Observe que nas frases acima, a oração com “se” indica a condição necessária para que a ação da
outra oração se concretize.
3. Conjunção subordinativa integrante
Sob essa classificação, o “se” introduz uma oração que desempenha papel de substantivo. Esse
papel é uma função do "que" e do "se".
As frases introduzidas por conjunções subordinativas integrantes funcionam como sujeito, objeto
direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto de outra oração.
Exemplos:

•É necessário que eles terminem o relatório. (sujeito)

•Ele conferiu se ela tinha chegado. (objeto direto)

•Ele se convenceu de que eu estava certa. (objeto indireto)

•Certifique-se de que ele faz o trabalho. (complemento nominal

•Minha dúvida é se ele aceitará a proposta. (predicado)

•Essa é a minha vontade: que você seja feliz. (aposto)

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