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Gramatica Português (Morfologia).

Estrutura: A estrutura das palavras está relacionada os elementos que


compõem os vocábulos.
Ela abrange o estudo de diversos elementos mórficos (morfemas): raiz,
radical, tema, afixos (prefixos, sufixos), desinências, vogal temática, vogal
e consoante de ligação.
Lembre-se que os morfemas são as menores unidades de elementos que
formam as palavras.

- Desinências: As desinências são morfemas que se juntam à


parte final das palavras variáveis com o intuito de assinalar as
suas flexões, por isso são também chamadas de morfemas
flexionais. As desinências podem ser nominais ou verbais.

- Desinências Nominais:
As desinências nominais indicam gênero (masculino ou feminino)
e número (singular ou plural) dos substantivos, dos adjetivos e de
alguns pronomes.

Exemplos:
• O aluno atencioso prestou atenção na aula.
• Os alunos atenciosos prestaram atenção nas aulas.
• A aluna atenciosa prestou atenção na aula.
• As alunas atenciosas prestaram atenção nas aulas.
O plural geralmente é indicado pela desinência -s. Algumas
palavras terminadas com s, todavia, formam plural com o
acréscimo de -es.
Assim, muitas vezes, a ausência do -s indica o singular; é o que
chamamos de desinência zero.

- Desinências Verbais:
As desinências verbais indicam flexões do verbo: número e pessoa,
modo e tempo. Desta forma se dividem em:
Desinências modo-temporais (DMT):
Quando indicam os modos (indicativo, subjuntivo e imperativo) e os
tempos (presente, passado e futuro).
Desinências número-pessoais (DNP):
Quando indicam o número (singular e plural) e as pessoas (eu, tu, ele/ela,
nós, vós, eles/elas).
Exemplos:
• Viajo todas as férias (1.ª pessoa do singular do presente do
indicativo); Se viajassem. (3.ª pessoa do plural do pretérito
imperfeito do subjuntivo); Viajemos para Miami! (1.ª pessoa do
plural do imperativo).
- Não confunda! Desinência e vogal temática são diferentes. Enquanto a
desinência indica o gênero, a vogal temática indica que conjugação o
verbo pertence, ao mesmo tempo que o prepara para receber as
desinências que tornam possível a sua conjugação.

Raiz:
A raiz da palavra é o principal elemento de origem da palavra, ou seja, sua
parte básica.
Ela abriga a significação do termo e pode sofrer alterações. As palavras
que possuem a mesma família etimológica contém a mesma raiz, por
exemplo.
Carr- raiz nominal de carro
noc- raiz nominal de nocivo

Radical:
O radical é o elemento base que serve de significado à palavra e que
inclui a raiz. Ele não sofre alterações, ou seja, permanece igual sempre,
por exemplo:
Ferro e ferrugem
Floricultura e Florista

Tema:
O tema da palavra é um elemento formado pelo radical e a vogal temática.
Por exemplo:
Estud-a
Romp-e
Part-i

Afixos:
Os afixos são elementos complementares das palavras que se juntam a
um radical e formam novas palavras.
São classificados em prefixos (aparecem antes do radical)
e sufixos (aparecem depois do radical).
Exemplos:
Prefixo: infeliz
Sufixo: felizardo

Vogal Temática:
A vogal temática é a vogal que se junta ao radical da palavra. Nos verbos
temos três tipos de vogais temáticas segundo as conjugações verbais.
Assim, a vogal temática dos verbos da 1ª conjugação é o “a”. Os da 2ª
conjugação é o “e”. E, os da 3ª conjugação é o “i”.
Exemplos:
- Verbo amar (1ª conjugação)
- Verbo vender (2ª conjugação)
- Verbo sorrir (3ª conjugação)

Vogal de Ligação:
As vogais de ligação são elementos incluídos nas palavras para facilitar a
pronúncia. Por exemplo: maresia e bananeira.

Consoante de Ligação:
Da mesma maneira, as consoantes de ligação são elementos incluídos
aos vocábulos que auxiliam na pronúncia. Por exemplo: cafeteira e
chaleira.
Formação: O estudo das forma das palavras
Derivação: é um processo de formação de novas palavras pelo
acréscimo de afixos a um radical.
Observe as palavras em destaque no trecho da música:
Chuva, chuvisco, chuvarada
(Cocoricó)
Chove, mas como chove
Chuva, chuvisco, chuvarada
Por que é que chove tanto assim?
É possível notar que todas as palavras destacadas possuem o mesmo
radical (chuv-), não é mesmo? No entanto, algumas possuem sufixos
diferentes (chuvisco, chuvarada). Esses tipos de palavras, que são
criadas a partir do acréscimo de um sufixo a um radical, são
chamadas palavras derivadas, e o processo de formação de palavras por
meio do acréscimo de afixos (sufixos e prefixos) é chamado de derivação.
A derivação pode ser prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e
imprópria.

• Derivação prefixal:

É o processo de formação de palavras que acrescenta um prefixo à


palavra primitiva. Esses prefixos possuem significados que mudam a
semântica da palavra primitiva. Veja:
montar – desmontar (o prefixo des- traz um sentido de negação)
Os prefixos utilizados em Língua Portuguesa possuem a origem grega ou
latina.

• Derivação sufixal:

É o processo de formação de substantivos, adjetivos, verbos e advérbios


por meio do acréscimo de um sufixo ao radical de nomes.
Nesse processo de formação de palavras, existem dois tipos de sufixos,
os nominais e os verbais.
Os nominais derivam substantivos e adjetivos, ou formas aumentativas e
diminutivas, ao unirem-se a radicais nominais ou verbais.
Já os sufixos verbais unem-se a radicais nominais para formarem verbos.
• Derivação parassintética:

Ocorre quando há uma agregação simultânea de um prefixo e um sufixo a


um radical, e, além disso, se os afixos forem retirados, a palavra restante
não existe na língua. Veja:
Repatriar - não existem “repátria”, nem “patriar”.
Desalmado – não existem “desalma”, nem “almado”.

• Derivação imprópria:
também chamada de conversão, é um tipo de derivação que acontece
pela mudança de classe gramatical da palavra.
Ou seja, a formação de uma nova palavra é obtida pela mudança da
função gramatical (substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, etc.) na frase.
Exemplo:
Joana tem um andar muito determinado. (substantivo)
Essa tarde podemos andar no parque. (verbo)
Note que nesse tipo de derivação não é acrescido nem prefixo e nem
sufixo à nova palavra. Dessa forma, não ocorre nenhuma mudança na
estrutura do termo, mas sim no significado dele.
Todavia, a nova palavra desempenha outro papel gramatical na frase de
acordo com contexto em que está inserida.
Lembre-se que a derivação é um dos processos de formação de palavras
que envolve o radical de uma palavra primitiva e os afixos (prefixo e
sufixo).

• Derivação regressiva:
É um tipo de derivação que ocorre por meio da supressão da palavra
primitiva, gerando uma derivada.
Exemplo:
Ele é um portuga muito legal. (Portuga = português)
As palavras derivadas são criadas a partir de palavras primitivas, por
exemplo: flor (primitiva) e florista (derivada).
Lembre-se que a derivação é um processo de formação de palavras que
ocorre com o radical da palavra e seus afixos (sufixo e prefixo).
Sigla:
É o nome dado ao conjunto de letras iniciais dos vocábulos
(normalmente os principais) que compõem o nome de uma organização,
uma instituição, um programa, um tratado, entre outros.
Exemplo: UFPA, UEPA, FUVESP, SESAN, TER ETC....

Hibridismos:
São palavras formadas por elementos pertencentes a línguas
diferentes. Estamos falando, pois, acerca do processo de formação de
palavras – fato que nos faz recordar da derivação e da composição, não é
verdade? Assim sendo, propomo-nos a ampliar nosso conhecimento,
discorrendo sobre mais um fato linguístico (os hibridismos).
Os hibridismos são, para muitos gramáticos (sobretudo os tradicionais),
fato condenável, talvez pela não uniformidade da origem dos elementos
que formam o composto, sobretudo provenientes do grego e do latim.
Contudo, a bem da verdade, vale dizer que mesmo em se tratando de tais
procedências, os falantes já consideram os elementos aportuguesados –
dada a recorrência dessas palavras em nosso idioma, visto que já se
incorporaram ao nosso léxico. Assim sendo, vejamos alguns casos
representativos:
Alcaloide – Álcali (árabe) + óide (grego)
Alcoômetro – Álcool (árabe) + metro (grego)
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Autoclave – Auto (grego) + clave (latim)
Além desses mencionados, podemos constatar ainda outros muitos
exemplos, como é o caso de abreugrafia (português e
grego), goiabeira (tupi e português), sambódromo (quimbundo, língua
africana, e grego), surfista (inglês e grego), etc.

Abreviatura: possui um contexto específico de uso: na escrita, ela


representa parte da palavra como equivalente de um todo, ou seja, ela
reduz determinados vocábulos. Costuma ser reduções tradicionais mais
ou menos fixas. Veja alguns exemplos de abreviatura:

v. = veja, of. = ofício, pq. = porque, ed. = edição, V. Exa. = Vossa


Excelência, cód. = código
A abreviatura caracteriza-se pela presença do ponto abreviativo; pela
inicial maiúscula ou minúscula; pela acentuação e flexão.
Composição:
É o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois
ou mais radicais. Existem dois tipos, apresentados a seguir.
Composição por Justaposição:
Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração
fonética. Exemplos:
Passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor
Obs.: em "girassol" houve uma alteração na grafia (acréscimo de um "s")
justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra.
Composição por Aglutinação:
Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um
ou mais de seus elementos fonéticos. Exemplos:
Embora (em boa hora).
Fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre).
Hidrelétrico (hidro + elétrico).
Planalto (plano alto).

Onomatopeia:
Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala
humana para imitar as vozes e os ruídos da natureza.
As onomatopeias são vocábulos que reproduzem aproximadamente os
sons e as vozes dos seres. Exemplos:
(Miau, zum-zum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.)

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