Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RADICAL
É o elemento básico e significativo das palavras.
Ex.:
cert-o
cert-eza
in-cert-eza
o elemento CERT é o radical de todas essas palavras.
pedr-a
pedr-ada
em-pedr-ar
o elemento PEDR é o radical de todas essas palavras.
AFIXOS
Afixos são elementos secundários (geralmente sem vida autônoma) que se agregam a um
radical para formar palavras derivadas.
Prefixos: quando são colocados antes do radical.
Ex.: infeliz, descrer, bisneto, refazer.
Sufixos: quando surgem depois do radical.
Ex.: beleza, pedrada, amor, cheiroso, casinha, laranjal, cozinheiro.
VOGAL TEMÁTICA
Vogal Temática é a vogal que se junta ao radical, preparando-o para receber as desinências.
Ex.: cozinhar
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS 3
radical: cozinh
vogal temática: A
A vogal temática pode ser:
1. Nominal
Quando se liga a um nome. Há três temáticas: A, E, O (quando são átonas e no final da palavra).
Ex.: bolo, ponte, folha.
Obs.: se forem tônicas, farão parte do radical; e a mesma situação ocorre com as vogais I e U.
Ex.: táxi, bônus, café, cajá, cipó. (o radical é formado por todas as letras da palavra).
2. Verbal
Quando se liga ao radical de um verbo. Há três: A, E, I (caracterizam as conjugações verbais).
Ex.: estudar, perceber, partir.
A: Caracteriza os verbos da 1ª conjugação.
E: Caracteriza os verbos da 2ª conjugação.
I: Caracteriza os verbos da 3ª conjugação.
Ao conjugarmos o verbo, a vogal temática geralmente se mantém.
Ex.: estudamos, percebemos, partimos.
Os nomes derivados de verbos também podem manter a vogal temática.
Ex.: casamento (de casar), salvação (de salvar)
Há alguns casos em que a vogal temática pode estar alterada (chamada de alomorfe da vogal
temática).
Exemplos:
Amar, amei, amou (pretérito perfeito, 1ª conjugação, 1ª e 3ª pessoa do singular: A passa para
E; A passa para O).
Vender, vendia, vendíamos, vendiam etc (pretérito imperfeito, 2ª conjugação, todas as pes-
soas: E passa para I).
Partir, partes, parte, partem (presente do indicativo, 3ª conjugação, 2ª e 3ª pessoas do singular
e do plural: I passa para E).
Compreender, compreendido (particípio, 2ª conjugação: E passa para I)
Observação: a vogal que aparece depois do radical é a vogal temática, mesmo que esteja
alterada. Isso apenas não ocorre em dois casos:
- Primeira pessoa do singular/presente do indicativo: a vogal O marca a desinência número-
pessoal). Ex.: estudo, falo, ponho, corro.
DESINÊNCIAS
Desinências são os elementos terminais indicativos das flexões das palavras. Existem dois tipos:
1. Desinências Nominais: unem-se aos nomes e indicam as flexões de gênero (masculino e
feminino) e de número (singular e plural).
Ex.: menino (A – desinência nominal de gênero); carros (S – desinência nominal de número).
DICA: Em palavras como mesa, tribo, por exemplo, não temos desinência nominal de gênero.
Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência nominal de número.
2. Desinências Verbais: unem-se a verbos e indicam as flexões de número e pessoa e de modo
e tempo.
a) desinências número-pessoais: indicam singular ou plural e 1ª, 2ª ou 3ª pessoa.
1ª pessoa do singular: O, I (estudo, falei)
2ª pessoa do singular: S, STE, ES (andas, partiste, cantares)
3ª pessoa do singular: U (falou)
1ª pessoa do plural: MOS (estudamos)
2ª pessoa do plural: IS, STES, DES (falais, voltastes, olhardes)
3ª pessoa do plural: M, RAM, EM, O (vendem, compraram, gritarem, pedirão)
Obs.: 1ª e 3ª pessoas do singular > geralmente não há desinência.
b) desinências modo-temporais : indicativo, subjuntivo, imperativo; presente, pretérito,
futuro.
presente do indicativo: não há
pretérito perfeito: não há
pretérito imperfeito: VA, VE (1ª conjugação); A, E (2ª e 3ª conjugações)
pretérito mais-que-perfeito: RA, RE (átonas)
futuro do presente: RA, RE (tônicas)
futuro do pretérito: RIA, RIE
presente do subjuntivo: E (1ª conjugação); A (2ª e 3ª conjugações)
imperfeito do subjuntivo: SSE
futuro do subjuntivo: R
infinitivo: R
gerúndio: NDO
particípio: D, S, T
Ex.:
fal-o
fal-a-s
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS 5
fal-a
fal-a-mos
fal-a-is
fal-a-m
volt-a-va
volt-a-va-s
volt-a-va
volt-á-va-mos
volt-á-ve-is
volt-a-va-m
DERIVAÇÃO
Derivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de
outra já existente, chamada primitiva.
Ex.: mar > marítimo, marujo; terra > enterrar, terreiro
1. Derivação Prefixal ou Prefixação
Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado.
Ex.:
crer- descrer
ler- reler
6
capaz- incapaz
2. Derivação Sufixal ou Sufixação
Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado
ou mudança de classe gramatical.
Ex.: alfabetização
O sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado
do substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar.
A derivação sufixal pode ser:
a) Nominal, formando substantivos e adjetivos.
papel - papelaria
riso - risonho
b) Verbal, formando verbos.
atual - atualizar
c) Adverbial, formando advérbios de modo.
feliz - felizmente
3. Derivação Parassintética ou Parassíntese
Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à pala-
vra primitiva.
Ex.: Triste > entristecer; mudo > emudecer; alma > desalmado
DICA: Não devemos confundir derivação parassintética, em que o acréscimo de sufixo e de
prefixo é obrigatoriamente simultâneo, com casos como os das palavras desvalorização e
desigualdade. Nessas palavras, os afixos são acoplados em sequência.
Ex.: desvalorização provém de desvalorizar, que provém de valorizar, que por sua vez provém
de valor.
É impossível fazer o mesmo com palavras formadas por parassíntese: não se pode dizer que
expropriar provém de «propriar” ou de “expróprio”, pois tais palavras não existem. Logo,
expropriar provém diretamente de próprio, pelo acréscimo concomitante de prefixo e sufixo.
4. Derivação Regressiva
Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por
redução.
Ex.: comprar > a compra; beijar > o beijo
DICA: Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário,
podemos seguir a seguinte orientação:
- Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva.
- Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário.
Ex.: compra e beijo indicam ações, logo, são palavras derivadas.
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS 7
Ex.: âncora é um objeto. Neste caso, um substantivo primitivo que dá origem ao verbo ancorar.
5. Derivação Imprópria
A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo
ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical.
Nesse processo:
1) Os adjetivos passam a substantivos
Os bons serão contemplados.
2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos
Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso.
3) Os infinitivos passam a substantivos
O andar de Roberta era fascinante.
O badalar dos sinos soou na cidadezinha.
4) Os substantivos passam a adjetivos
O funcionário fantasma foi despedido.
O menino prodígio resolveu o problema.
5) Os adjetivos passam a advérbios
Falei baixo para que ninguém escutasse.
6) Palavras invariáveis passam a substantivos
Não entendo o porquê disso tudo.
7) Substantivos próprios tornam-se comuns.
Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente)
COMPOSIÇÃO
Composição é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais
radicais. Existem dois tipos: justaposição e aglutinação.
1. Composição por Justaposição
Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética.
Ex.: passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor
Obs.: em “girassol” houve uma alteração na grafia (acréscimo de um “s”) justamente para
manter inalterada a sonoridade da palavra.
2. Composição por Aglutinação
Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus
elementos fonéticos.
Ex.: embora (em boa hora); fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre); hidrelétrico
(hidro + elétrico); planalto (plano alto)
8
REDUÇÃO
Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe:
Ex.: auto - por automóvel; cine - por cinema; micro - por microcomputador.
HIBRIDISMO
Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes.
Ex.: auto (grego) + móvel (latim)
PREFIXOS
Os prefixos são morfemas que se colocam antes dos radicais basicamente a fim de modificar-
-lhes o sentido; raramente esses morfemas produzem mudança de classe gramatical.
Os prefixos ocorrentes em palavras portuguesas se originam do latim e do grego, línguas em
que funcionavam como preposições ou advérbios, logo, como vocábulos autônomos. Alguns
prefixos foram pouco ou nada produtivos em português. Outros, por sua vez, tiveram grande
utilidade na formação de novas palavras.
Os mais comuns são: a- , contra- , des- , em- (ou en-) , es- , entre- re- , sub- , super- , anti-
1. Prefixos de Origem Grega
a-, an-: Afastamento, privação, negação, insuficiência, carência. Exemplos:
anônimo, amoral, ateu, afônico
ana- : Inversão, mudança, repetição. Exemplos:
analogia, análise, anagrama, anacrônico
anfi- : Em redor, em torno, de um e outro lado, duplicidade. Exemplos:
anfiteatro, anfíbio, anfibologia
anti- : Oposição, ação contrária. Exemplos:
antídoto, antipatia, antagonista, antítese
apo- : Afastamento, separação. Exemplos:
apoteose, apóstolo, apocalipse, apologia
arqui-, arce- : Superioridade hierárquica, primazia, excesso. Exemplos:
arquiduque,arquétipo, arcebispo, arquimilionário
cata- : Movimento de cima para baixo. Exemplos:
cataplasma, catálogo, catarata
di-: Duplicidade. Exemplos:
dissílabo, ditongo, dilema
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS 9
trans-, tras-, tres-, tra- : Movimento para além, movimento através. Exemplos:
transatlântico, tresnoitar, tradição
ultra- : Posição além do limite, excesso. Exemplos:
ultrapassar, ultrarromantismo, ultrassom, ultraleve, ultravioleta
vice-, vis- : Em lugar de. Exemplos:
vice-presidente, visconde, vice-almirante
SUFIXOS
Sufixos são elementos (isoladamente insignificativos) que, acrescentados a um radical, formam
nova palavra. Sua principal característica é a mudança de classe gramatical que geralmente
opera. Dessa forma, podemos utilizar o significado de um verbo num contexto em que se deve
usar um substantivo, por exemplo.
Como o sufixo é colocado depois do radical, a ele são incorporadas as desinências que indicam
as flexões das palavras variáveis. Existem dois grupos de sufixos formadores de substantivos
extremamente importantes para o funcionamento da língua. São os que formam nomes de
ação e os que formam nomes de agente.
Sufixos que formam nomes de ação