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Tema I:

ESTRUTURA E PROCESSOS DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

A palavra é subdivida em partes menores, chamadas de elementos


mórficos.

Exemplos:
O gatinho = gat + inh + o
O Infelizmente = in + feliz + mente

ELEMENTOS MÓRFICOS

Os elementos mórficos estão divididos em Nuclear e Periféricos.

1 Raiz (morfema nuclear)


Elemento originário e irredutível; concentra a significação das palavras desde o
aspecto histórico.

Ex.: reg - (cf.o latim regŭla)->regular; regra; desregrado; reger.

É Elemento comum a todas as palavras da mesma família.

Ex.: plant- : plantar; plantação; implante.

Se obtem eliminando afixos, vogal temática e desinências.

Radical -> não é um morfema


É o elemento que funciona como segmento lexical (significativo) da
palavra; perspectiva sincrônica.

Ex.: PEDREIRA
PEDR - (radical) EIR + A (desinências)

Radical primário = radical de afixo zero

Ex.: fé; mal; paz


Radical X Raiz

Ex.:Água -> agu - (radical); aqu - (raiz)

2 Vogal temática (morfema periférico-derivativo) Elemento que se


acrescenta à raiz/radical para constituir um tema de flexão.

RadicalVogal TemáticaDesinência

Menin- + o + a (feminino) = menina


Flor- + e + s (plural) = flores
Função:
a) Marcar classe de palavras dos nomes (substantivos e adjetivos)
Ex.: A, E, O  aulA; classE; altO

b) Marcar classe de palavras dos verbos;


Ex.: 1ªA (-ar); 2ªE (-er); 3ªI (-ir)  comprAr; comEr; saIr

OBS.:
Nem todas as formas verbais possuem a vogal temática.

Exemplo: parto (radical + desinência)

3 Desinência (morfema periférico –flexivo) Elementos terminais que


indicam as flexões das palavras variáveis. São subdivididas em:

a) DESINÊNCIAS NOMINAIS;
b) DESINÊNCIAS VERBAIS.

DESINÊNCIAS NOMINAIS – indicam o gênero e número. As desinências de


gênero são a e o; as desinências de número são o s para o plural; e o singular
não tem desinência própria.

Exemplo: gat + o

Radical  desinência nominal de gênero

Gat + o + s

Radical + d.n.g + d.n.n

d.n.g » desinência nominal de gênero


d.n.n » desinência nominal de número

DESINÊNCIAS VERBAIS -- indica tempo, modo, número e pessoa dos verbos.

Exemplo:

cant + á + va + mos

Radical + v.t + d.m.t + d.n.p

v.t » vogal temática


d.m.t » desinência modo-temporal
d.n.p » desinência número-pessoal
4 Tema
É a associação do radical com a vogal temática.
Exemplos:
- amaria (am + a)
- perdeu (perd + e)
- sorrindo (sorr + i)

5 Afixos
São elementos que se juntam aos radicais para formação de novas
palavras (palavras derivadas). Os afixos podem ser:

Derivação sufixo
Derivação prefixo

Prefixo: quando colocado antes do radical.

Exemplos:
- re ler
- in válido
- des fazer

Sufixo – quando colocado depois do radical.

Exemplos:
- oral mente
- bonit inha

6 VOGAL e CONSOANTE DE LIGAÇÃO

Vogal de ligação é a vogal que entra em algumas palavras para facilitar


a pronúncia das mesmas.

Ex.:
- facil I dade (fácil + dade);
- desenvolv i mento (desenvolver + mento).

Consoante de Ligação é a consoante que entra em algumas palavras


para facilitar a pronúncia.

Ex.:
- cafe t eira (café + eira);
- capinzal (capim + al).

Obs.: INFIXOS: vogal e consoante de ligação.


PROCESSOS DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Inicialmente observemos alguns conceitos sobre palavras primitivas e


derivadas e palavras simples e compostas:

PALAVRAS PRIMITIVAS – palavras que não são formadas a partir de


outras.

Exemplo: pedra, casa, paz, etc.

PALAVRAS DERIVADAS – palavras que são formadas a partir de


outras já existentes.

Exemplo: pedrada (derivada de pedra), ferreiro (derivada de ferro).

PALAVRAS SIMPLES – são aquelas que possuem apenas um radical.


Exemplo: cidade, casa, pedra.

PALAVRAS COMPOSTAS - são palavras que apresentam dois ou mais


radicais.

Exemplo: pé-de-moleque, pernilongo, guarda-chuva.

Na língua portuguesa existem dois processos de formação de novas


palavras: derivação e composição.

Derivação é o processo pelo qual palavras novas (derivadas) são


formadas a partir de outras que já existem (primitivas). Podem ocorrer das
seguintes maneiras:

1.Prefixal;
2.Sufixal;
3.Parassintética;
4.Regressiva;
5.Imprópria.

Prefixal – processo de derivação pelo qual é acrescido um prefixo a um


radical.

Exemplo: desfazer, inútil.

Sufixal – processo de derivação pelo qual é acrescido um sufixo


(NOMINAL OU VERBAL) a um radical.

Exemplos: Pedreiro; Livraria; Civilizar.


Parassintética – processo de derivação pelo qual é acrescido um
prefixo e sufixo simultaneamente ao radical.

Exemplos: a + noit + ecer = ANOITECER

PREFIXO + RADICAL + SUFIXO

per + noit + ar. = PERNOITAR

OBS.: Existem palavras que apresentam prefixo e sufixo, mas não são
formadas por parassíntese. Para que ocorra a parassíntese é necessários que
o prefixo e o sufixo juntem-se ao radical ao mesmo tempo. Para verificar tal
derivação basta retirar o prefixo ou o sufixo da palavra. Se a palavra deixar de
ter sentido, então ela foi formada por derivação parassintética. Caso a palavra
continue a ter sentido, mesmo com a retirada do prefixo ou do sufixo, ela terá
sido formada por derivação prefixal e sufixal.

Regressiva - processo de derivação em que são formados substantivos


a partir de verbos.

Exemplos: Ninguém justificou o atraso. (do verbo atrasar)


O debate foi longo. (do verbo debater)

Imprópria - processo de derivação que consiste na mudança de classe


gramatical da palavra sem que sua forma se altere.
Exemplo: O jantar estava ótimo

Composição é o processo pelo qual a palavra é formada pela junção de


dois ou mais radicais. A composição pode ocorrer de duas formas:

 POR JUSTAPOSIÇÃO.
 POR AGLUTINAÇÃO.

AGLUTINAÇÃO – quando há alteração em pelo menos uma das


palavras seja na grafia ou na pronúncia.

Exemplo: planalto (plano + alto); embora (em + boa + hora)

JUSTAPOSIÇÃO – quando não há alteração nas palavras e continua a


serem faladas (escritas) da mesma forma como eram antes da composição.

Exemplo: girassol (gira + sol), pé-de-moleque (pé + de + moleque)

Além da derivação e da composição existem outros tipos de formação


de palavras que são hibridismo, abreviação e onomatopéia.
Hibridismo é a formação de palavras a partir da junção de elementos de
idiomas diferentes.
Ex.: automóvel (auto – grego + móvel – latim);

burocracia (buro – francês + cracia – grego).

Abreviação ou Redução é a forma reduzida apresentada por algumas


palavras.
Ex.: auto (automóvel), quilo (quilograma), moto (motocicleta).

Onomatopéia consiste na criação de palavras através da tentativa de


imitar vozes ou sons da natureza.

Exemplos:

fonfom
cocoricó
tique-taque
boom!.

TEMA II
CONCEITUANDO SEMÂNTICA

A Semântica, área da Linguística que estuda o significado das línguas


Naturais, subdivide-se em vários tipos, de acordo com as variadas
visões dos especialistas nessa área.
Desta forma, há a semântica textual,
formal, lexical, discursiva, cognitiva, dentre outras, ligadas por um ponto
comum: em todas elas o objeto de estudo é o significado.

SEMÂNTICA – é o estudo da significação das palavras.

Aqui vamos fazer o estudo da significação: significado, significante,


denotação, conotação, monossemia e polissemia; relações semânticas: de
semelhança/oposição, de hierarquia, departe-todo; estruturas lexicais.

Significação

Significado é o conceito que se tem da palavra, ou seja, a realidade que


a palavra representa.
Ex.: Gato  o significado da palavra remete para o referente da realidade:
animal doméstico, mamífero da família dos felídeos.

Significante é entendida como a imagem acústica de uma palavra, a


representação sonora de uma palavra.

Ex.: Gato  Ao ouvir a palavra gato, você pensará nas letras que a compõem
(grafia: g/a/t/o) e na pronúncia (fonologia: g/a/t/u).
De forma mais simples, podemos dizer que significante é a forma, o
corpo que se vê ou que se ouve – da palavra -, e o significado é o conteúdo,
ao que o conjunto de sons/letras que constituem essa palavra representa.

Denotação é o sentido real, dicionarizado, ou seja, é o valor constante


associado ao significado de uma palavra, remetendo para aspeto da realidade
imediata que referencia.

Ex.: A rosa é uma bela flor.

Conotação – sentido figurado, corresponde aos sentidos que uma


palavra pode assumir em contextos ou situações distintas entre si.

Ex.: A Rosa é uma flor.

Monossemia— quando uma palavra admite um único significado,


permitindo uma leitura única. De notar, que esta propriedade se verifica em
palavras de carácter predominantemente técnico.

Ex.: Ornitologia independentemente do contexto ou situação, esta palavra


remete sempre para a área da Zoologia que estuda as aves.

Polissemia— quando a mesma palavra pode adquirir vários


significados, existindo entre eles traços de sentido comuns, ou seja, pode
assumir vários significados.

Ex.: Vela pode significar vela de um barco, a vela feita de cera que
serve para iluminar ou pode ser a conjugação do verbo velar, que significa
estar vigilante.

Atenção: Não podemos confundir a polissemia com homonímia. A


homonímia é a relação semântica que ocorre quando duas palavras distintas,
apesar de escritas de forma idêntica, têm significados diversos.

RELAÇÔES SEMÂNTICAS

Relação de semelhança/oposição

Sinonímia – semelhança entre vocábulos, sendo possível empregar


uma palavra por outra em determinados contextos ou em todos os contextos.
Podemos verificar diferentes relações entre sinónimos:

Totais ou Absolutos
Ex.: Ontem fui ao dentista.
Ex.: Ontem fui ao estomatologista.

Relativos

Ex.: Esta rosa é linda


Ex.: Esta rosa é bonita
Parciais
Ex.: Vou iniciar a minha formação como estagiário.
Ex.: Vou começar a minha formação como aprendiz.

Antonímia -- é a seleção de expressões linguísticas com traços


semânticos opostos, ou seja, relação semântica de palavras que assumem um
significado oposto.

Ex.: A Teresa sentiu-se feliz quando terminou os exames.


Ex.: A Lurdes sentiu-se infeliz por ter reprovado o ano.

Os antónimos podem assumir tipologias diferentes:

Binários ou Complementares
Ex: parímpar;
Ex.: mortovivo
Ex.: positivonegativo

Polares ou Graduais
Ex.: quentefrio
Ex.: altobaixo
Ex.: gordomagro

Conversos
Ex.: esposa marido
Ex.: mãefilho
Ex.: professor  aluno

Direcionais
Ex.: descersubir
Ex.: irvir
Ex.: chegarpartir

Não Binários
Ex.: janeirofevereiro
Ex.: terça-feiraquarta-feira
Outonoinverno

Relação de hierarquia

Hiperonímia – é representada por aquelas palavras que dão ideia de


um todo, isto é, de significado mais abrangente.

Ex.: Flor  rosa, cravo, hortênsia; estes partilham o traço de sentido de flor.
Ex.: Benguela  Cubal., Ganda, Lobito, Catumbela…
Ex.: Ver  observar, examinar, olhar, enxergar
Hiponímia --relação que se estabelece entre as palavras que possuem
um hiperónimo comum.

Ex.: vermelho, azul, amarelo  Cores primitivas.


EX.: Benguela, Luanda, Bié, K.Sul  Angola

O hiperónimo é uma palavra hierarquicamente superior porque


apresenta um sentido mais abrangente que engloba o hipónimo, uma palavra
hierarquicamente inferior, com significado mais restrito.

Ex.: cachorro é um hipónimo de animal;


Ex.: vira-lata é um hipónimo de cachorro;
Ex.: animal é o hiperónimo de cachorro, de boi, de cavalo, e assim por diante.

Relação de Parte-todo

Holonímia – holónimo -- diz-se de palavra que tem o significado de um


todo, em relação a outra com significado de uma parte.

Ex.: Flor é holónimo de pétala.


Ex.: Corpo  braço, tronco, perna…
Ex.: Livro  capa, contracapa…

Meronímia – merónimo -- diz-se de palavra que tem o significado de


uma parte, em relação a outra com significado de um todo.

Ex.: Pétala é merónimo de flor


Ex.: antebraço, cotovelo, mão  Braço.
Ex.: porta, janela, tecto  Casa.

ESTRUTAS LEXICAIS

Para introduzir a semântica lexical, é preciso, antes de tudo,


entendermos os termos “léxico” e “campo lexical”.

Entende-se por léxico, grosso modo, o conjunto de palavras que


pertencem a uma determinada língua.

Campo lexical, por sua vez, é o conjunto de palavras ou expressões


que se referem ao mesmo domínio da realidade, estando dentro do léxico
de alguma língua.

Se quisermos construir o campo lexical de vestuário, poderemos usar


palavras como calcas, camisa, meias, sapatos, saia, vestido, etc. Campo
lexical de futebol incluiria palavras como estádio, jogador, bola, juiz, penalti
etc.
Campo léxica consiste num conjunto de palavras ou expressões
(léxicos) que se referem a uma mesma realidade.

Ex.: Campo Lexical de Saúde  estetoscópio, cirurgia, esterilização.


Ex.: Campo Lexical da escola  livro, disciplinas, professor, carteira.
Ex.: Campo Lexical da informática  software, hardware, programas, sites,
internet, etc.

Campo semântico diz respeito ao conjunto de palavras que têm uma


mesma significação, ou seja, é um conjunto de inferências representadas por
vocábulos cuja placa giratória remete à compreensão ao mesmo significado.

Ex.:Levar  transportar, carregar, guiar, etc.


Ex.: Bêbedo  chupado, queimado, nhanhado, grosso, canecado, etc.

FAMÍLIA DE PALAVRAS

Conjunto de palavras formadas por derivação ou composição, portanto


partilhando um radical comum.

Ex.: Sol  solar, solarengo, chapéu-de-sol, etc.


Ex.: água  aguar, aguado, aguardente, etc.

TEMA III
FONÉTICA E SONOLOGIA

FONÉTICA

No acto da fala, produz-se um contínuo sonoro que está associado às


propriedades físicas dos sons à sua própria produção, sua propagação e à sua
perceção. Então, a Fonética subdivide-se em: articulatória, acústica e
percetiva.

Fonética Articulatória estuda os movimentos do aparelho fonador,


aquando da produção dos sons, ou seja, da emissão da mensagem. Para que
haja produção dos sons característicos da fala humana é necessário estarem
reunidas três condições: corrente de ar, obstáculo à corrente e caixa-de-
ressonância.

Estas condições são reunidas pelo aparelho fonador humano,


constituído pelas seguintes partes:
 Os pulmões, os brônquios e a traqueia: órgãos respiratórios
que permitem a formação da corrente de ar, matéria-prima na
produção de sons;
 A laringe, onde se situam as cordas vocais: determinam a
sonoridade dos sons, produzindo a energia sonora;
 As estruturas supralaríngeas (faringe, boca e fossas nasais):
formam caixa-de-ressonância.
Fonética Acústica estuda a transmissão da mensagem, a sua natureza
física, sendo o som estudado como um fenómeno vibratório que possui certas
características: amplitude, duração e frequência.
Para que o som seja possível, são necessários três requisitos:
 Fonte de energia: proporciona uma vibração que, nela,
corresponde à formação de um fluxo de ar, necessário á
produção da fala;
 Fonte sonora: movimentação vibratória do(s) corpo(s) originada
pela fonte de energia;
 Caixa de ressonância: elemento que irão moldar o som (faringe,
boca, fossas nasais).

A partir do momento em que o som é formado, este propaga-se através


do ar como uma onda sonora que pode ser medida pela sua:
 Frequência, número de oscilações completas que ocorrem por
segundo, sendo a sua unidade o Hertz (Hz).
 Amplitude, força da vibração responsável pela onda sonora a
qual é medida em decibéis (dB)

No entanto, o ouvido humano não é capaz de identificar todos os tipos


de sons. Os únicos sons audíveis têm uma frequência entre 20Hz e 20 000 Hz
(20kHz). Os sons acima desta faixa são chamados de ultrassons, e os que
estão abaixo são chamados de infrassons.

Fonética percetiva estuda a perceção dos sons, desde o aparelho


auditivo à receção da fala.

O aparelho auditivo, responsável pela transformação do som em


impulsos nervosos que são transmitidos como mensagens para o cérebro que
as descodifica e interpreta, torna possível a compreensão do enunciado.

O aparelho auditivo humano está dividido em três partes, cada com


funções distintas e indispensáveis para o bom funcionamento da audição:
ouvido externo, ouvido médio () e ouvido interno.

 Ouvido externo: pavilhão auditivo ou orelha; canal auditivo


externo;
 Ouvido médio: tímpano, ossículos (martelo, bigorna e estribo);
 Ouvido interno: cóclea, órgão de corti, aparelho vestibular.
FONOLOGIA

A fonética está intimamente relacionada com a Fonologia, que tem como


objeto de estudo a variedade dos sons e forma como se organizam num
sistema de contraste.

O trabalho da fonologia reside no interior de uma dada língua, estudando


o papel de som e o seu valor distintivo. Além disso, a fonologia estuda tópicos
como estrutura silábica, o acento e a entoação.

O fonema é a menor unidade fônica distintiva da palavra, ou seja, é


através de um fonema que podemos modificar uma palavra inteira.

Fonema x Letra

•SOFÁ –[so‘fa]
4 letras -4 fonemas

•NEXO –[‘nεksu]
4 letras –5 fonemas

•TERRA –[‘tεRa]
5 letras –4 fonemas
Classificação dos fonemas

•Vogal – fonemas pronunciados sem obstáculo à passagem de ar, chegando


livremente ao exterior.

Exemplo: pato, bota, pipa, tatu

•Semivogal – fonemas que juntam a uma vogal, formando com esta uma só
sílaba:

Exemplos: Couro, baile.


Somente os fonemas /i/ e /u/ átonos funcionam como semivogais.
Representados por /y/ e /w/. As letras e e o, nas mesmas circunstâncias,
também serão chamadas de semivogais (mãe, rádio).

Consoante – fonemas produzidos mediante a resistência que os órgãos


bucais (língua, dentes e lábios) opõem à passagem de ar.

Ex.: caderno, lâmpada

Ex: Lâmpada
lã –pa –da

O fonema a está nasalizado.

SÍLABA

Sílaba é a unidade fônica centrada numa vogal e emitida num só impulso


respiratório.

Exemplos: A-ZEI-TO-NA; E-GÍP-CIO; SUBS-TAN-TI-VO

Classificação das palavras quanto ao NÚMERO DE SÍLABAS

•Monossílabas – apresentando uma só sílaba – Ex.: pé, pá, me

•Dissílabas – apresentando duas sílabas – Ex.: ca-fé, so-fá

•Trissílaba – apresentando três sílabas – Ex.: ca-dei-ra, ca-der-no

•Polissílabas – apresentando quatro ou mais sílabas – Ex.: te-le-fo-ne, re-fri-


ge-ran-te

ACENTO TÔNICO E ACENTO GRÁFICO

Sílaba tônica – A sílaba proferida com mais intensidade que as outras.


Esta possui o acento tônico, também chamado de acento tônico ou prosódico.
Nem sempre a sílaba tônica recebe acento gráfico.

Ex.: CA-JÁ -CA-DER-NO -LÂM-PA-DA

Classificação das palavras quanto a SÍLABA TÔNICA

a) Oxítonas – a sílaba tônica é a última da palavra.


Ex: ma-ra-cu-já, ca-fé, re-com-por

b) Paroxítona – a sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra.


Ex: ca-dei-ra, ca-rá-ter
c) Proparoxítonas – a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra.
Ex: sí-la-ba, me-ta-fí-si-ca, lâm-pa-da

ENCONTROS VOCÁLICOS

Sequências de sons vocálicos (vogais e/ou semivogais) que pode


ocorrer em uma mesma sílaba ou em sílabas separadas. As vogais serão as
pronunciadas mais fortes, enquanto as semivogais serão mais fracas na
emissão e sempre átonas. São três tipos de encontros vocálicos: hiatos,
ditongos e tritongos

Hiato Sequências de duas vogais que pertencem em sílabas diferentes.

Sa-ú-de
Co-o-pe-rar
Ru-im
Cre-em
Pi-a-no

Ditongo Vogal e semivogal pronunciada em uma só sílaba, independentes da


ordem.

Os ditongos podem ser classificados em decrescentes ou crescentes e


nasais ou orais.

-Ditongo crescente – SV + V (gló-ria)


-Ditongo decrescente – V + SV (Cha-péu)

A(V)
i (SV)
É (V)
U (SV)

-Ditongo nasal – com índices claros de nasalidade: a presença do (~) e as


letras m e n em fim de sílaba (mão, amam [ãw], tam-bém

-Ditongo oral – os ditongos não nasais são orais (mau).

Tritongo É a sequência SEMIVOGAL + VOGAL + SEMIVOGAL em uma só


sílaba.
Ex: U-ru-guai , sa-guões, en-xa-guou, qual-quer [uaw]

Também podem ser classificados em nasais e orais como os ditongos.


ENCONTRO CONSONANTAL

É o encontro de duas ou mais consoantes na mesma sílaba (perfeito ou


próprio) ou em sílabas diferentes (imperfeito ou impróprio), porém, cada
consoante representa um fonema específico e separado.
•Exemplo: pra-to, rit-mo

Dígrafo Duas letras para apenas um fonema.

Ex: du-cha [du∫a]

Os dígrafos representados por consoantes são:

CH-chover
RR -carroça
LH –ilha
SS -pássaro
NH –ninho
SC –piscina
GU –guerra
SÇ -cresça
QU –queijo
XC –exceção

Outros dígrafos são formados por vogais seguidos de – Me – N, na


mesma sílaba.

AM –cam-po
AN –can-to
EM –sem-preEN –pen-te
IM –lim-poIN –pin-to
OM –com-proON –con-to
UM –bum-boUN –pre-sun-to

Dífono Quando uma letra representa dois fonemas ao mesmo tempo. É o caso
da letra x quando pronunciada como /ks/.

Ex.: táxi, tóxico, anexo, fixo

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA LÍNGUA FALADA

O alfabeto da lingua portuguesa é formado por vinte e seis letras, cada


uma delas com uma forma minúscula e outra maiúscula:

a A (a)
b B (be)
c C (ce)
d D (de)
e E (e)
f F (efe)
g G (ge ou gue)
h H (aga)
i I (i)
j J (jota)
k K (capa ou ca)
l L (ele)
m M (eme)
n N (ene)
o O (o)
p P (pe)
q Q (que)
r R (erre)
s S (esse)
t T (te)
u U (u)
v V (ve)
w W (dablio)
x X (xis)
y Y (ipsilon)
z Z (ze)

Obs.: Além destas letras, usam-se o c (ce cedilhado) e os seguintes digrafos:


rr (erre duplo), ss (esse duplo), ch (ce-aga), lh (ele-aga), nh (ene-aga), gu
(gue-u) e qu (que-u).
Os nomes das letras acima sugeridos não excluem outras formas
de as designar.

Regras para a divisão silábica e translineação

A divisão silábica e a translineação fazem-se de acordo com a


soletração da palavra, lendo sílaba por sílaba; por conseguinte, não atendem à
origem etimológica da palavra.

Assim, podemos estabelecer:

Regra geral: a partição das palavras de uma linha para a outra


(translineação) faz-se de acordo com a soletração e não pela separação dos
elementos que compõem a palavra:

ca- / ma- / da es- / tar per- / cur- / so

Mas atenção a palavras como de- / sa- / tar (que deriva de ‘des-atar’) su-
/bem- / pre- / go (de ‘sub-emprego’)
Além desta regra geral, consideram-se as seguintes normas:

1º Consoante inicial – a consoante inicial da palavra nunca se separa


sozinha a formar sílaba, mesmo que esteja seguida por outra consoante: cn... /
ps... / tm...

Ex.: cné- / mida


gno- / mo
mne- / mónica
pneu- / mático
pseu- / dónimo
tme- / se

Mas é preciso de ter em atenção que, no interior das palavras, há grupos


de consonates que podem separar-se:

Ex.: indem- / nizar


amíg- / dala
colap- / so

2º Grupos indivisíveis – há grupos de consoantes que a pronúncia


torna indivisíveis, mesmo quando se encontram no interior das palavras; esses
grupos são formados por uma consoante oclusiva (p, b, t, d, c, g) ou fricativa (f,
v) seguida por ‘l’ ou ‘r’: pl bl tl dl cl gl fl vl pr br tr dr cr gr fr vr.

Ex.: com- / pli- / ca- / ção;


pro- / ble- / ma;
a- / tle- / ta;
de- / cla- / rar;
de- / glu- / ti- / ção;
in- / fla- / mar;
re- / pro- / var;
co- / bran- / ça;
con- / trá- / rio;
me- / dro- / so;
re- / fres- / co;
ne- / vro- / se.

3º Grupos ch, lh e nh – também não podem separar-se as letras destes


grupos, pois na realidade são suas letras (dígrafo) a representar um único som:

Ex.: mo- / cho


co- / lher
ca- / cha-lo-te
mo- / lha-do
me-si- / nha
4º Consoantes iguais – os grupos formados por duas consoantes
iguais separam-se sempre:

Ex.: ac- / cio-nar


Co-mum- / men-te
tor- / re
tos- / se
ac- / ção
com- / nos-co
ar- / ru-mar
vís- / se-mos

5º Grupo sc – este grupo parte-se ao mudar-se de linha, ficando o ‘s’


numa sílaba e o ‘c’ na seguinte:

Ex.: as- / cen-der


Flo-res- / ci-men-to
nas- / cen-ça

Nota: O ‘s’ que precede outra consoante forma sempre sílaba com o elemento
que está antes:

Ex.: Ca-bis- / bai-xo


res- / ma
cons- / tru-ir
pers- / pec-ti-va
subs- / tân-cia

6º O ‘s’ e o ‘x’ de prefixos – o ‘s’ dos prefixos bis, cis, des, dis, tras,
trans, tres, tris, e o ‘x’ do prefixo ou do grupo ex não se separam quando a
sílaba seguinte começa por consoante; mas se principia por vogal separam-se,
porque passam a formar sílaba com essa vogal:

Ex.: bis- / neto bi- / savô


cis- / jordânico ci- / salpino
des- / travar de- / sencontro
trans- / plante tran- / satlântico
ex- / comungar e- / xaltar

7º Ditongos – as vogais que formam ditongo nunca se separam:

Ex.: mosai- / co
incau- / to
farmacêu- / tico
jei- / to
dezoi- / to
pou- / co
Mas as vogais que não formam ditongo e os ditongos consecutivos
podem separar-se:

Não ditongos: a- / i
i- / e
e- / e
o- / o ...

Ditongos seguidos: ai- / ai ...

Ex.: sa- / ída


ca- / ir
re- / encontro
sa- / úde
contagi- / ar
co- / operar
perí- / odo
ensai- / eis
cai- / ais

8º Grupos gu e qu – estes grupos nunca se separam da vogal ou


ditongo que vem a seguir, quer o ‘u’ se pronuncie ou não:

gu + vogal ou ditongo -/...

qu + vogal ou ditongo -/...

Ex.: lin- / guis- / ta


delin- / quiu
se- / ques- / tro
averi- / gue- / mos
mei- / gui- / ce
delin- / quen- / te
quais- / quer

9º Grupos de mais de duas consoantes – se duas consoantes são


indivisíveis ligam-se só estas à sílaba seguinte:

Ex.: ex- / plicação


con- / trariar
inter- / pretar
in- / glaterra
pres- / crever
circuns- / crito
Se não existe grupo de duas consoantes indivisíveis, apenas uma
consoante se liga à sílaba seguinte:

Ex.: abs- / ter


sols- / tício
pers- / picácia
circuns- / tantes
trans- / mitir
cons- / purcar

10º Repetição do hífen – quando se parte uma palavra composta ou


uma combinação de palavras que tenham hífen e este coincide com o fim da
linha, o hífen pode repetir-se no início da linha seguinte. A sua repetição é
facultativa, porém recomendável, por uma questão de clareza:
compostos ou derivados:

Ex.: boas- / - festas


além- / - fronteiras
constou- / -lhe
saca- / - rolhas
ex- / - director
levaram- / - na

Nota 1: Em português, é de uso corrente repetir-se o hífen, quando


coincide com o fim da linha. As línguas estrangeiras não costumam fazê-lo.

Nota 2: Não é aconselhável, como se compreende, passar para a linha


seguinte uma única letra (embora seja tecnicamente correcto) porque não
ficaria um arranjo visual agradável e até porque onde cabe o hífen poderá
caber a letra em questão.

Ex.: po- / voo e não povo- /o


Tema IV:
Morfologia

Sumario:
 Noções de Morfologia
 PALAVRAS VARIÁVEIS:
 Artigos, 1
 Substantivos, 2
 Pronomes, 3
 Adjectivos, 4
 Numerais, 5
 Verbos, 6
 PALAVRAS INVARIÁVEIS:
 Advérbios, 7
 Preposições, 8
 Conjunções, 9
 Interjeições, 10
Noções de morfologia

Em linguística, “Morfologia” é o estudo da estrutura, da forma e da


classificação para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase
ou período.

A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas CLASSES


DE PALAVRAS ou PALAVRAS GRAMATICAIS, sendo seis (6) variáveis e
quatro (4) invariáveis:

VARIÁVEIS: os artigos, adjectivos, numerais, pronomes, substantivos e


verbos,
INVARIÁVEIS: os advérbios, as conjunções, as interjeições e as
preposições.

PALAVRAS VARIÁVEIS.

Artigos – são as palavras que precedem os nomes/substantivos,


determinando-os com maior ou menor exatidão. Dividem-se em:

 Artigos Definidos: referem-se a seres ou apresentados como


conhecidos (a, as, o, os).

Ex.: Já comi a sopa; o pai contemplou os filhos e sorriu.

 Artigos Indefinidos: referem-se a seres ou objectos apresentados como


desconhecidos (um, uns, uma, umas).

Ex.: Comi um bife enorme; encontrei uns livros excelentes.

Substantivos – ou nomes, são palavras variáveis que designam os seres


em gera- pessoas, animais e plantas, também instituições, lugares, objectos,
ideias, sentimentos e estados. Ex.: Jairo, Angola, parlamento, liberdade, amor,
doença, cão e jardim. Eles podem ser:

 Substantivos próprios: individualizam um determinadoser,


distinguindo-o de todos os outros da sue espécie. Escrevem-se sempre
com letra inicial maiúscula.

Ex.: Angola, Benguela, Lobito, Santa Cruz, Leossara Siku, Salatiel, etc.

 Substantivos comuns: designam qualquer ser de uma espécie.

Ex.: rádio, barco, gente, cadeira, etc. Estes, por sua vez, podem subdividir-se
em:

 Substantivos concretos: designam pessoas, animais, plantas ou


coisas relativas ao mundo físico.
Ex.: rapaz, plantas, água pão, areia, palmeira, etc.

 Substantivos abstratos: designam sentimentos, acções, estados ou


conceitos.

Ex.: coragem, beleza, felicidade, amor, ódio, etc.

 Substantivos colectivos: são nomes que, tendo a forma do singular,


designam um conjunto de seres vivos ou de coisas de mesma espécie.

Ex.: manada (gados); boiada (bois); matilha (cães); cardume (peixes);


arquipélogo (ilhas); molho (chaves); pomar (árvores de fruta); frota (navios);
bando (aves);etc.

Pronomes – são as palavras variáveis que dão a conhecer os objectos,


simplesmente indicando-os. Também podem substituir ou remeter para um
nome, adjetivo, grupo ou frase. O emprego dos pronomes evita a repetição de
uma palavra ou até de uma frase. Com efeito, o pronome pode substituir:

Um grupo nominal: A tua amiga passou aqui com o irmão. Ela estava com
muita pressa (ela = a tua amiga).

Uma frase: A Helena está muito zangada. O João sabe-o bem (o = a


Helena está miuto zangada).

Um adjetivo: O Manuel era simpático, mas já não o é (o = simpático)

Um grupo preposicional: Deu a chave à vizinha = Deu-lhe ( lhe = à vizinha).

Os pronomes não servem apenas para substituir as palavras ou os grupos


já expressos. Podemos considerar as seguintes espécies de pronomes:

 Representantes: quando substituem palavra ou frase já expressa. Ex.:


Vou devolver o disco que me emprestaram (que = o disco).

 Antecipantes: quando anunciam o que vai seguir-se. Ex.: Quem


telefonou? = Foi a mãe. (quem = a mãe).

 Designativos: quando apresentam alguém. Ex.: Ele estava contente


(ele = pronome pessoal).

Os pronomes dividem-se em: pessoais, possessivos, demostrativos,


relativos, interrogativos e indefinidos.
Adjectivos - são palavras variáveis que atribuem qualidade ou
caracterizam os nomes/substantivos.

Ex.: são coisas antigas; belo jardim; telhado frágil.

Eles flexionam quanto ao: Género, Número e Grau.

GRAU DOS ADJECTIVOS

O grau dos adjectivos varia entre Normal, Comparativo e Superlativo.


Grau Normal – o adjectivo modifica o nome sem gradação:

Ex.: O José é alto.

Grau Comparativo – compara duas entidades e atribui a uma a qualidade, que


podem ser apresentados em três formas: de superioridade, de igualdade, de
inferioridade.

De superioridade: mais Adj. Que ou do que.


Ex.: O José é mais alto que o Rafael.

De igualdade: tão Adj. Como ou quanto.


Ex.: O Rui é tão alto como a Teresa.

De inferioridade: menos Adj. Que ou do que.


Ex.: O Rafael é menos alto do que o José.

Grau Superlativo – apresenta um elevado grau de uma determinada qualidade


(Absoluto), ou salienta uma qualidade em relação a um todo (relativo).

Absoluto, podem ser:

Sintético: Adj. + sufixo íssimo/a/os/as.


Ex.: O Wilson é altíssimo.

Analítico: muito/imensamente/excesivamente + Adj.


Ex.: A Leossara é muito alta.

Relativo, podem ser:

Superioridade: o/a/os/as mais Adj.


Ex.: A Rosa é a mais alta da turma.

Inferioridade: o/a/os/as menos Adj.


Ex.: O Mauro é o menos alto da turma.

REGRAS DE FORMAÇÃO DOS GRAUS DOS ADJECTIVOS


O grau superlativo absoluto sintético é expresso por meio de uma só
palavra, que será formada pelo adjectivo acrescido de um sufixo. Ao receber o
sufixo intensivo (-íssimo; -imo; -ílimo; -érrimo), o adjectivo pode modificar em
sua forma, o que dificulta a flexão do nome e provocsa desvios gramaticais na
modalidade escrita.

Observe agora algumas regras que poderão facilitar a formação do grau


superlativo absoluto sintético:

1. Adjectivos terminados em -a, -e, -o perdem essas vogais:


Cuidadosa – Cuidadosíssimo
Doce – Dulcíssimo ou Docíssimo
Sério – Seriíssimo

2. Adjectivos terminados em -vel, mudam esse final para -bil:


Agradável – Agradabilíssimo
Horrível – Horribilíssimo
Amável – Amabilíssimo

3. Adjectivos terminados em –m, -ão, passam respectivamente a –n, -


an:
Comum – Comuníssimo
Vão – Vaníssimo

4. Adjectivos terminados em –z, passam essa consoante a –c:


Atroz – Atrocíssimo
Capaz – Capacíssimo

Há ainda adjectivos que não têm sua forma alterada, como é o caso
daqueles terminados em –u, -l (com excepção da termnação –vel) e –r:

Cru – Cruíssimo
Difícil – Dificílimo
Regular – Regularíssimo

Além desses casos, existem ainda os adjectivos que se prendem às


formas latinas, também conhecidas como formas eruditas:

Livre – Libérrimo (do latim liber)


Inimigo – Inimicíssimo (do latim inimicus)
Humilde – Humílimo (do latim humilis)
Magnífico – Magnificentíssimo (do latim magnifficus/magnificente)
Fiel – Fidelíssimo (do latim fidelis)
Sábio – Sapientíssimo (do latim sapiente)
Míosero – Misérrimo (do latim miser)
Pobre – Paupérrimo (do latim pauper)
Soberbo – Superbíssimo (do latim superbus)
Pessoal – Personalíssimo (do latim personalis)
Amargo – Amaríssimo (do latim amaricus)
Atenção:
As palavras terminadas em –io apresentam, na forma sintética, dois is, e
essa regra, embora nem sempre seja respeitada na modalidade escrita, deve
ser preservada:

Cheio – Cheiíssimo
Feio – Feiíssimo
Vário – Variíssimo
Sério – Seriíssimo

Numerais – são aquelas palavras que exprimem os seres em termos


numéricos, isto é, que atribuem quantidades aos seres ou os situa em
determinada sequência. Elas podem ser cardinais, quando exprimem número
dos seres (Ex.: um, dois, vinte, cem); ordinais, quando exprimem ordem em
que os seres se situam relativamente às outras (Ex.: primeiro, segundo,
vigésimo terceiro).

Verbos – são palavras variáveis que exprimem uma acção, qualidade ou


um estado de uma pessoa ou coisa situando-o no tempo. Ex.: A Leossara foi á
rua; A árvore é alta; O Salatiel anda adoentado.

O verbo constitui, só por si, ou conjuntamente com mos outros constituintes,


o predicado de frase. É a palavra mais flexionável da Língua Portuguesa,
podendo variar em núnero, pessoa, modo, tempo aspecto e voz. Os verbos
classificam-se em transitivos, intransitivos, regulares, irregulares, auxiliares e
defectivos.

 Verbos transitivos: são aqueles que exprimem uma acção que passa
imediatamente a um objecto em que ela se exercita. Ex.: estudei a
gramática; li a história; etc.

 Verbos intransitivos: aqueles que exprimem uma acção que não passa
imediatamente a um objecto em que se exercita. Ex.: As plantas
nascem, vivem e morrem; o sol brilha; o menino salta; etc.

 Verbos regulares: são aqueles que seguem o paradigma, isto é, o


modelo da sua conjugação. Ex.: conjugação dos verbos amar, dever,
partir, etc.

 Verbos irregulares: aqueles que não seguem o paradigma ou o modelo


da sua conjugação. Ex.: conjugação dos verbos ligar, leger, pôr, etc.

 Verbos auxiliares: são aqueles que se empregam para formar a voz da


passiva, a conjugação perifrástica e os tempos compostos da voz activa.
Ex.: tenho amado; hei-de oferecer; tivesse atingido; etc.

 Verbos defectivos: são os que só se usam em algumas formas ou


flexões. Eles dividem-se em pessoais, impessoais e unipessoais.
Verbos defectivos pessoais: são os que não se conjugam em todas as
pessoas. Ex.: a conjugação dos verbos adequar, precaver, falir, etc.

Verbos defectivos impessoais: são os que exprimem uma acção que


não pode atribuir-se a nenhuma pessoa. Ex.: os verbos chover,
anoitecer, nevar, etc.

Verbos defectivos unipessoais: são os que só se empregam na


terceira pessoa (singular e plural). Ex.: os verbos ladrar, miar, uivar, piar,
grunhir, etc.

Flexão ou variação dos verbos

Os verbos variam em vozes, modos, tempos, números, pessoas e


conjugações. Mas antes, convém analisar sempre o infinitivo do verbo (cantar)
que é constituido da seguinte forma:

Cant + a + R
radica Vogal temática Desinência do infinitivo
l

O tema é constituido pelo radical + vogal temática. (cant + a = canta)


Ao tema podem juntar-se os morfemas/ formas de tempo-modo e pessoa-
número da seguinte forma:
Canta + Va + Mos
Tema Tempo-modo Pessoa-número
Ex.: pret. Imperf.- Ex.: 1ª do plural
indicativo

Vozes verbais
A voz verbal é a relação expressa entre (verbo + acção consequente
ou consequência da acção + verbo). Os verbos podem aparecer em três
vozes, sendo elas: voz activa, voz passiva e reflexa.
Voz activa: é aquela que indica que o sujeito praticou a ação. Ex.:
Salatiel comprou um livro; o gato matou o rato; etc.
Voz passiva: é aquela que indica que o sujeito recebeu a acção
praticada por outro. Ex.: O livro foi comprado por Salatiel; o rato foi morto pelo
gato; etc.
Voz reflexiva: é aquela que indica que o sujeito sofre a acção praticada
por ele mesmo. Ex.: Osvaldo castigou-se, para exemplo dos companheiros;
Chilanda feriu-se esta manhã; etc.

Números verbais

Expressam a quantidade de sujeito ou coisa designado pelo verbo. Eles


são: Singular e Plural.
canto cantamos
Singula cantas Plural Cantais
r
canta Cantam

Pessoas verbais
As pessoas verbais são os sujeitos em ordem a que, quem ou de quem
o verbo expressa acção. O verbo tem três pessoas gramaticais, sendo elas:

1ª Pessoa A que fala Canto, cantamos


2ª Pessoa A quem se fala Cantas, cantais
3ª Pessoa De quem se fala Canta, cantam

Modos verbais

Os modos verbais apresentam as diferentes atitudes das pessoas que


se falam em relação àquilo que está a dizer. Essa atitude pode serde certeza
(indicativo), de dúvida (conjuntivo), de suposição (infinitivo e condicional), de
ordem (imperativo), etc
.
Modo Indicativo: apresenta como positivas e reais a acção, estado ou
qualidade expressas pelo verbo.

Ex.: Eu canto hoje; a Muhepe tem cantado.

Modo Condicional: apresenta como dependentes de condições a


acção, estado ou qualidade expressas pelo verbo.

Ex.: O preparando teria reprovado ao exâme se não tivesse estudado; a


Elsa tficaria contigo se, se a elogiasses; etc.

Modo Conjuntivo: apresenta, sob forma de desejo, eventualidade,


dúvida ou concepção, a acção, estado ou qualidade expressas pelo verbo.
Ex.: Eu talvez cante hoje;

Modo Imperativo: exprime pedido, ordem, exortação, conselho, desejo


ou covite.
Ex.: Por favor! Canta hoje! (Ou: canta!).

Modo Infinitivo: apresenta em abstrato a ideia expressa, não determina


o número nem a pessoa.
Ex.: É indispensável cantarmos hoje. (infinitivo pessoal – tem
conjugação em todas as pessoas: cantar eu, cantar tu, etc.).
Tempos verbais principais ou naturais

São as formas que servem para exprimir a época ou, o momento em que
se situa a acção expressa pelo verbo.

Existem três tempos naturais ou principais que são: presente, pretérito


ou passado e futuro.

Estes, por sua vez podem ser:

 Presente do indicativo;

 Pretérito imperfeito do indicativo;

 Pretérito perfeito símples do indicativo;

 Pretérito perfeito composto do indicativo;

 Pretérito mais-que-perfeito do indicativo;

 Futuro imperfeito do Indicativo;

 Condicional simples;

 Presente do conjuntivo;

 pretérito imperfeito do conjuntivo;

 Futuro simples do conjuntivo


PALAVRAS INVARIÁVEIS

Advérbios – é uma palavra invariável que modifica o sentido do verbo,


do adjetivo e do próprio advérbio. Existem várias subclasses de advérbios,
sendo que estes se classificem de acordo às circunstâncias ou ideias que
expressam.

TIPOS DE ADVÉRBIOS

Advérbios de lugar abaixo, acima, acolá, adiante, aí, além, algures, ali,
antes, aquem, aqui, atrás, através, cá, debaixo,
defrente, dentro, detrás, fora, junto, lá, longe, nenhum,
onde, perto,
Advérbios de tempo agora, ainda, amanhã, anteontem, antes,
antigamente, breve, cedo, dantes, depois, doravante,
enfim, então, entretanto, hoje, já, jamais, logo, nunca,
ontem, outrora, sempre, tarde.
Advérbios de modo assim, aliás, bem, como, debalde, depressa, devagar,
mal, melhor, pior, quase, sobremaneira, sobretudo…
- outros advérbios terminados em «mente», tais como:
felizmente, bruscamente, principalmente, geralmente,
simplesmente.
Advérbios de quantidade assaz, bastante, bem demasiado, demasiadamente,
mais, menos, muito, pouco, quão, quanto, quase, tanto,
tão.

Advérbios de negação não, nunca, nem, negativamente, jamais.

Advérbios de inclusão ainda, até, inclusivimente, salvo, senão,


simplesmente, só, somente, unicamente.
Advérbios de designação eis.

Advérbios de afirmação sim, já, também, decerto, certamente,


efectivamente, realmente.
Advérbios de dúvida talvez,acaso,porventura, quiça,
possivelmente, provavelmente.
Advérbios interrogativos Onde? – Onde está o carro? Quando? – Quando viu ele
o bicho? Como? – Como foi a cerimónia?
Porquê? – Porquê que não chegou?
PREPOSIÇÕES
As preposições são as palavras invariáveis que estabelessem uma
relação entre os elementos da frase. Essa relação pode ser de tempo, lugar,
modo, companhia, causa, fim, oposição, privação, carência, falta, conteúdo ou
de existência.
Ex.: Venho de Luanda.
Moro perto de Viana.

• Nestas frases, as palavras «de e perto de» ligam, respectivamente,


“venho a Luanda” e “moro a Viana”, se estabelecem entre estas
palavras uma relação de dependência (lugar de onde no primeiro
exemplo e proximidade no segundo).

Preposições simples:

A De Perante
Ante Desde Por
Após Durante Sem
Até Em Sob
Com Entre Sobre
Contr Para Trás
a
Tipos de preposições

Contracção das preposições


preposiçõe Artigos e Pronomes Resultados
s
A + A = à
A + Os = aos
De + O = do
Em + A = na
Em + Os = nos
Por + O = pelo
Por + As = pelas
A + Aquela = àquela
A + Aqueles = àqueles
De + Aquilo = daquilo
De + Aquele = daquele
De + Ela = Naquele
Em + Estes = Neste
Em + Eles = Neles

CONJUNÇÕES
As conjunções e as locuções conjuncionais, são palavras invariáveis que
ligam orações (ou elementos com a mesma função dentro da mesma oração),
coordenando-as ou subordinando-as.

Assim, chaman-se conjunções coordenativas as que ligam as palavras


que na oração desempenham a mesma função (nenhuma depende da outra
para que o seu sentido esteje completo), sendo:

Conjunções Coordenativas

Copulativas: e, nem, também. Ex.: Não serviram nem o


estabelecem uma chá, nem o café.
ligação.
Adversativas: indicam mas, porém, Ex.: Quero tomar banho,
uma oposição. todavia, contudo. mas não tenho água.
Disjuntivas: Ou Ex.: Decide-te. Ou entras ou
estabelecem uma sais.
alteração ou distinção.
Conclusivas: exprimem Logo, pois, Ex.: Sei que estudaste
uma conclusão. portanto bastante, portanto deves
passar.

Conjunções subordinativas

Chamam-se conjunções subordinativas as que ligam a oração


subordinante à subordinada (quando uma depende da outra para lhe completar
o seu sentido), sendo:

Causais: estabelecem porque... Ex.:


uma relação de causa. pois... -Não pude sair porque
porquanto... chovia;
como... -Passeavam no jardim,
que... já que fazia sol.
Temporais: estabelecem quando... -Quando voltares para
uma relação de tempo. enquanto... casa, já será tarde.
mal... -Estudei enquanto
apenas. dormias.
Condicionais: se... -Não terias falhado, se
estabelecem uma relação caso... ouvisses os meus
de condição. conselhos.
Finais: estabelecem uma que... -Arranja-me um ramo
relação de fim. de flores, para que o
ofereça à mãe.
Comparativas: como... -Toca tão bem piano
estabelecem uma relação segundo... como a irmã;
de comparação. corfome... -Mais do que ouvir
consoante... música, gosto de ler.
Concessivas: indicam embora... -Vou entregar-te esta
uma oração subordinada enquanto... prenda, embora não a
que admite um valor que... mereças.
contrário à acção da -Ainda que quisesse,
oração principal, não a não conseguiria ir agora
impedindo. de férias.
Consecutivas: indica a que... -Ele comeu tanto que
consequência da oração ficou incomodado;
principal(surge -Está de tal forma frio,
combinada com as que nem vou sair da
palavras: tal, tanto, tão, cama.
presentes na oração
anterior).
Completiva: inicia a que... -A Jussara disse que
oração que é sujeito ou se... vai sair.
complemento de um -Perguntei se alguém
nome, verbo ou adjetivo. queria ir com ela.

FRASES COMPLEXAS
Coordenação: as orações cordenadas são autónomas, não dependem
uma das outras, isto é, cada uma tem sentido próprio. As orações
coordenadas recebem o nome da conjunção ou locução conjuncional
coordenativa que as liga, de acordo com o sentido expresso.
Podem ser:

– copulativas,
– adversativas,
– disjuntivas,
– Conclusivas,
– Explicativas,

Orações coordenadas em frases complexas

Orações coordenadas copulativas:


- O Ricardo pinta e a Maria faz teatro.
- O mecánico não veio, nem telefonou.

Oração coordenada adversativa:


- Avisei-o várias vezes, mas não me ouviu.
- Prometeu pontualidade, no entanto, atrasou- se.

Orações coordenadas disjuntivas:


- Vais ao cinema, ou ficas em casa.
- Vou sair, quer chova quer faça sol.

Orações coordenadas conclusivas


- Tiraste fracas notas, portanto não vais à festa.
- Aquele rapaz deita-se tardíssimo, por isso, anda sempre ensonado.
Orações cordenadas explicativas:
- Despacha-te que estou com pressa.
- Estiveste a chorar, Rui, pois os teus olhos estão vermelhos.

Observação: na frase podem ocorrer orações coordenadas sindéticas de


vários tipos. Ex:
• O rapaz sentiu medo, mas não fugiu, nem procurou esconder-se.

1ª Oração: coordenativa / 2ª Oração: coord. Adversativa / 3ª Oração: coord.
copulativa

INTERJEIÇÕES
As interjeições são as palavras invariáveis que exprimem impressões,
sentimentos, emoções de forma espontâneas e vivas da alma. A
representação ortográfica das mais importantes é a seguinte:

Algumas interjeições: O que exprime:


ah! exprime admiração, dor, alegria, etc.
ai! dor, surpresa.
ui! dor, surpresa.
bem! aplauso.
bravo! aplauso.
oh! espanto, alegria, dor, aversão.
oh! oxalá! desejo.
ó! chamamento.
olá! chamamento.
pst! chamamento.
psch! silêncio.
pxiu! silêncio.
caluda! silêncio.
apre! indignação.
irra! indignação.
mau! descontentamento.
upa! um apelo no sentido de fazer levantar.
eia! encorajamento.
sus! encorajamento.
força! encorajamento.

Há também interjeições formadas por mais de uma palavra, que se chamam


locuções interjectivas, como: -ai de mim! -infeliz dele! -ai jesus! -valha-me
Deus! etc.

TEMA V
Sintaxe

Sintaxe – é a parte da gramática que ensina a combinar as palavras na


oração e as orações no discurso.

Oração gramatical ou proposião – é uma palavra ou agregados de


palavras formando um sentido e contendo um verbo em modo finito. “A oração:
é a afirmação feita por um predicado – a forma verbal é o predicado, que é o
centro da afirmção”.

Período gramatical – é uma oração ou agregado de orações formando


um sentido completo. Num período pode haver tantas orações correspondentes
aos verbos em modo finito. O príodo chama-se simples – quando contém
apenas uma oração; considera-se composto – quando tem duas ou mais
orações.

Resumo:
Divide- Estas Estas Estas
se em em em em
Texto Parte Parágrafos Períodos Orações

Frase

A frase- é um conjunto de palavras que exprimem uma ideia completa.


Também, excepcionalmente uma só palavra pode constituir uma frase
completa. Ex.:

– O pai deu um livro ao filho.


– A águia e o avião voam.
– Lê.
– Atenção!

As frases podem ser: declarativas, interrogativas, imperativas ou


exclamativas, consoante a intensão de comunicação do seu emissor.

Tipos de frases:
O emissor declara o seu - Gosto imenso do mar.
Declarativa pensamento, exprime - A Fernanda perdeu a
uma ideia, relata um prova.
acontecimento.
Interrogativa O emissor formula uma - Queres sair comigo?
pergunta.
- Não podes sair.
Imperativa O emissor exprime uma - Ajude-me neste
ordem. trabalho.
- Pensa bem nisso.
- Olha, a porta está
aberta.
- Que chuva!
O emissor exprime - Que paisagem!
Exclamativa ou neutra surpresa, admiração, - Mas que rico almoço!
entusiasmo, indignação - Partiste a jarra!
ou ironia. - Que grande
pensamento o teu!

Formas de
frases:
Afirmativa ou O emissor afirma ou - Estou do teu lado.
negativa nega um algo. - Não estou do teu lado.
O sujeito da frase, na
voz activa, passa para - Ela come os doce da
Activa ou passiva complemento directo avó.
directo na voz passiva,
passando o verbo a ser - Os doces da avó são
auxiliado pelo verbo ser. comidos por ela
A frase ganha - Eu cá, gosto mais do
Enfática expressividade ou sumo que da gasosa.
vivacidade com a
introdução de expreções - Ela é que vai ler a
de realce, tais como: é declaração.
que; foi que; cá; etc.

FUNÇÃO SINTÁTICA DOS ELEMENTOS DA ORAÇÃO


Agora vamos estudar os elementos principais e secundários de uma
oração e as classificações das orações.

Elementos principais da oração


Os elementos principais e indispensáveis da oração são: o sujeito e o
predicado.

Sujeito

A nível da frase. O grupo nominal (que tem como núcleo um nome ou


pronome) desempenha a função de sujeito. O sujeito controla a concordância
verbal

Sujeito designa o ser ou objecto sobre o qual se afirma ou nega alguma


coisa. Eles podem ser: simples, composto e nulo (subentendido, indeterminado
e expletivo ou inexistente).

Sujeito simples – é formado por um único grupo nominal ou oração,


isto é, por um só nome ou um pronome.

Exemplos:
- O Jairo pediu-me um presente
- Quem sabe tira daí proveito.
Sujeito composto – é formado pela coordenação de grupos
nominais, orações ou pronomes, isto é, por mais mais de uma pessoa ou
termo.

Exemplos:
- O Salatiel e a Leossara pediram-me um presente.
- Quem sabe e quem pode tira daí proveito.
- Eu e tu vamos estudar.

Sujeito nulo – corresponde à ausência de realização lexical do sujeito,


podendo verificar-se as seguintes ocorrências:

- Sujeito subentendido – ocorre quando o sujeito seleccionado pelo sentido


do verbo está omisso, podendo ser reconstituido através da flexão verbal.
Exemplos: Exolicações:
- Fui ao cinema. Na pessoa e número da flexão verbal, identificam-
- Pensaram ir de se os sujeitos: 1ª pessoa do singular (eu) e a 3ª pessoa
férias. do plural (eles/elas).

- Sujeito indeterminado – ocorre quando o sujeito não tem referência


definida, manifestando-se na 3ª pessoa do plural com o sujeito omisso ou na
3ª pessoa do singular acompanhada do pronome átono « se».

Exemplos:
Ocorreram erros graves.
Prestou-se um serviço deficiente.

- Sujeito expletivo – verifica-se com os verbos impessoais, uma cez que não
seleccionam, no seu sentido, a existência de um sujeito.

Exemplos:
Chove.
Troveja
Anoitece.

Predicado

Predicado – é a função sintática desempenhada pelo grupo verbal. Ele


designa aquilo que sedeclarado sujeito. Desta feita, podem ser: predicados
verbais e predicados nominais.

Exemplos:
- O homem trabalha.
- O livro é grande.

- Predicado verbal (verbo instransitivo) – é constituido apenas pela forma


verbal, com toda a afirmação ou sentido que o verbo atribui ao sujeito.

Exemplos:
- Acordei.
- O homem trabalha.
- Vendi o carro.
- As inscrições começaram.
- O pai comprou um aparelho de televisão

- Predicado nominal (verbo com complemento) – é constituido por um verbo,


acompanhado ou ligado à um nome (substantivo ou adjectivo), para expressar
o sentido completo do verbo. Ocorre nos casos de verbos de ligação
«auxiliares» (ser, estar, parecer, continuar, ficar, etc.)

Exemplos:
- O livri é grande.
- O professor continua doente.
- A fruta parece boa.

Elementos secundários da oração

Elementos secundários da oração – são elementos que


complementam a oração, para além dos elementos principais. Fazem parte
deles as palavras que completam a significação do verbo ou de nome que
entram na oração. Estes são:

- Complemento directo – é seleccionado pelo verbo, isto é, a acção do verbo


transmite directamente a um elemento que lhe completa o sentido e é de
natureza nominal ou frásica.

Exemplos: Explicação:
- O Luís adorou a tua prenda. O complemento directo
- A N´zambi ofereceu um bilhete de cinema é constituido por :
ao Jairo. - expressões nominais
- O Willian deixou a mochila em casa. Ou:
- A Maria perguntou se teriam visto a - orações
mochila. subordinadas
- A Graça pediu que guardassem os substantivas.
bilhetes.

- Complemento indirecto – é o que determina a pessoa gramatical em que se


exerce a acção do verbo transitivo, ou a quem se refere a acção expressa pelo
verbo intransitivo.

Exemplos:
- Meu pai ofereceu um relógio a meu irmão.
- A Fernanda obedece aos regulamentos do texte.

Complementos circunstanciais

O complemento circunstancial exprime a circunstância de uma acção,


qualidade ou estado. E os mais importantes são:

Complementos: Exemplos:
Onde? - Fiquei em casa.
Aonde? - Fui à U.K.B.
De lugar: Donde? - Vim do Multiforma.
Por onde? - Saltei pele janela.
Até onde? - Estudei até à página 20.
De causa: - Morreu de frio.
De companhia: - Fui passear com o meu
namorado.
De comparação: - O filho parece com o pai.
De concessão: - Apesar do mau tempo, ele
saíu.
De fim: - Gosto de estudar para saber.
De instrumento: - Cortou o dedo com a faca.
De matéria: - Tenho um bonito copo de
vidro.
De medida: - vendeu trigo aos alqueires
De meio: - Foi pela mão de seu pai.
De modo: - Estudei com todo o cuidado.
De mudança: - Passou de sólido a líquido.
De preço: - Comprei um fato por 720.
De quantidade: - O meu tio é um homem de
muito valor
De tempo: - O meu vestido durou 5 anos.

Além dos complementos já estudados, outros complementos


importantes há a mencionar.
Complemento determinativo – é o complemento pedido por um
substantivo comum e regido da preposição «de».

Exemplos:
- Carlos tem um óculo de grande alcance;
- Tenho um fato de Verão.

Complemento possessivo – este complemento conhece-se por


exprimir posse.

Exemplos:
- Este caderno é do meu irmão;
- Minha mãe faz as compras na tua loja.
Aposto ou continuado – é um substantivo que se liga a outro para o
determinar ou caracterizar com maior individualização.

Exemplos:
- Isa Daniel, estudante de Enfermagem;
- D. Afonso Henriques, o conquistador.

Atributo ou acessório – é um adjectivo que se liga imediatamente a um


substantivo.

Exemplos:
- Comprei uma bota nova;
- Os meninos estudiosos são muito estimados.

Vocativo – é a palavra ou expressão de que nos servimos quando


queremows dirigir-nos a qualquer pessoa, quer seja falando, quer seja
escrevendo.

Exemplos:
- Mário, estuda bem as lições;
- William, não brinca de estudar.

Complemento agente da passiva – é pedido pelo particípio passivo de


um verbo e regido da preposição «por» ou «de».

Exemplos:
- A imprensa foi inventada por Gutenberg;
- Meu irmão foi favorecido da sorte.

Mudança duma oração da voz activa para a passiva

- Complemento directo da voz activa passa para sujeito da voz passiva;

- O verbo da voz activa passa para a voz passiva no mesmo modo e no


mesmo tempo, mas a concordar com o novo sujeito;

- O sujeito da voz activa passa para a voz passiva, regido da preposição


«por» ou «de», servindo de complemento agente da passiva.

Voz activa
Sujeito Verbo Complemento directo
O gato Matou O rato
Voz passiva
Sujeito Verbo Complemento agente da
passiva
O rato Foi morto Pelo gato
Classificação da orações ou proposições

As orações classificam-se em principais e subordinadas. Quando num


período há duas ou mais orações principais, diz-se que são orações principais
coordenadas.

Oração principal – é a que se apresenta sob uma forma independente.

Exemplos:
- Eu gosto muito de ti;
- João e o irmão foram brincar.

As orações principais coordenadas são, em geral, introduzidas por


conjunções coordenativas.

Estes classificam-se:

Copulativas - Vi e conheci.
Disjuntivas - Irei eu ou irás tu.
Adversativas - A rosa é linda, mas tem espinhos.
- Os filhos são sempre bem tratados pelos pais;
Conclusivas logo estes têm o direito de serem bem tratados
por aqueles.

Oração subordinada – é aquela que se apresenta como dependente da outra.


As Orações subordinadas conhecem-se por serem introduzidas por conjunções
subordinadas, ou por pronomes relativos ou interrogativos.

Estes classificam-se

Causais: -Não pude sair porque chovia;


-Passeavam no jardim, já que fazia sol.
Temporais: -Quando voltares para casa, já será tarde.
-Estudei enquanto dormias.
Condicionais: -Não terias falhado, se ouvisses os meus
conselhos.
Finais: -Arranja-me um ramo de flores, para que o
ofereça à mãe.
Comparativas: -Toca tão bem piano como a irmã;
-Mais do que ouvir música, gosto de ler.
Concessivas: -Vou entregar-te esta prenda, embora não a
mereças.
-Ainda que quisesse, não conseguiria ir agora
de férias.
Consecutivas: -Ele comeu tanto que ficou incomodado;
-Está de tal forma frio, que nem vou sair da
cama.
Completiva: -A Jussara disse que vai sair.
-Perguntei se alguém queria ir com ela.
Chama-se subordinante à oração da qual depende a subordinada. Por
outras palavras: a cada oração subordinada corresponde uma oração
subordinante.

Exemplos:
Subordinante Subordinada
Não vou a casa dele Porque tenho medo.
O teu pai queria Que não saísses.

Discurso – é um agregado de períodos com que exprimimos as nossas


ideias sobre qualquer assunto. Ele pode ser directo ou indirecto.

- Discurso directo – apresenta as palavras exactamente como foram ditas


pela pessoa que está falando (1ª pessoa).

Ex.: Tenho dito imensas vezes: nada se consegue sem trabalho.

Uma carta que se escreve, também é discurso directo.

- Discurso indirecto – apresentaas palavras ditas por outra pessoa (3ª


pessoa).

Ex.: Ele disse imensas vezes que nada se conseguiria sem trabalho.

Mais exemplos de discursos directos e indirectos

Discurso directo Discurso indirecto


Eu sei o que digo. Ele sabia o que dizia.
Satisfarei o que que devo. Ele satisfaria o que devia.
Eu disse-vos o mês passado... Ele tinha-nos dito o mês passado...
Jamais me esquecerei desta hora Ele jamais se esquecereia dessa
aborrecida hora aborrecida.

Empregue de algumas figuras

Chamam-se figuras aos modos de falar aparentemente contrários às


regras da síntaxe e dagramática.

Anástrofe – é a figura pela qual se inverte a ordem das palavras


.
Ex.: Eu, porém (em vez de porém, eu); tu também (em vez de também tu); etc.

Crase – a figura pela qual se contraem dois sons em um só.

Ex.: Ir à caça (em vez de ir a a caça); àquela hora (em vez de a aquela hora);
etc.

Enáloge – é a figura pela qual se emprega um tempo, um modo, um


número, um género, em vez de outro.
Ex.: Se partires, eu vou contigo (em vez de se partires, eu irei contigo).

Síncope – é a figura pela qual se suprimem sons no meio da palavra.

Ex.: Mer´cer (em vez de merecer); esp´rança (em vez de esperança); etc.

Sinalefa - é a figura pela qual se suprime a vogal final duma palavra,


quando a palavra seguinte também começa por vogal.

Ex.: Deste (em vez de este); desse (em vez de esse); lho (em vez de lhe o); mo
(em vez de me o); etc.

Tmese - é a figura pela qual se divide com um pronome o radical do


verbo da terminação.

Ex.: Contar-me-ás (em vez de contarás-me); dir-te-ia (em vez de diria-te); etc.

Elipse – é a figura pela qual se subentendem palavras na oração para


lhe completar o sentido.

Ex.: Compraste o chapéu? (isto é, tu compraste o chapéu?); comprei (isto é, eu


comprei); antes em silêncio que dizer disparates (isto é, antes o homem esteja
em silêncio do que a dizer disparates); etc.

Zeugma - é a figura pela qual se subentendem na oração, palavras já


mencionadas noutras.
Ex.: A Leossara é mimosa, o Salatiel chato (isto é, A Leossara é mimosa, o
Salatiel é chato); etc.

Pleonasmo - é a figura pela qual se aumentam palavras desnecessárias


na oração, para melhor clareza do pensamento e para dar mais força e graça á
frase.

Ex.: Ver com os teus próprios olhos; pisar com os meus próprios pés; descer
com as próprias pernas; subir pela escada acima; etc.

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