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Morfologia

A Morfologia trata do estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras da Língua Portuguesa.

A Morfologia é o estudo a respeito da estrutura, formação e classificação das palavras.


Estudar Morfologia significa estudar, isoladamente, as classes das palavras; diferentemente da Sintaxe, que
trata do estudo das funções das palavras na oração.

-Sintaxe: Sintaxe é o conjunto das regras que determinam as diferentes possibilidades de associação das palavras
da língua para a formação de enunciados.

-Oração: o conjunto das relações que as palavras estabelecem entre si, é necessário, antes de tudo, estudarmos a
respeito dos enunciados e suas unidades, os quais apresentam características estruturais próprias: a Frase,
a Oração e o Período

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Podemos dividir o estudo das classes morfológicas da seguinte forma:

1) Processos de estrutura e formação das palavras:

Processos de derivação e composição das palavras.


Maneira como os morfemas se organizam para formar as palavras.

Neologismo

Beijo pouco, falo menos ainda.


Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, a verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.

(BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1970)

Derivação: Processo de formar palavras no qual a nova palavra é derivada de outra, chamada de primitiva. Os
processos de derivação são:

Derivação Prefixal

A derivação prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo ou mais são acrescentados à palavra
primitiva.

Ex.: re/com/por (dois prefixos), desfazer, impaciente.

Derivação Sufixal

A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais são acrescentados à palavra
primitiva.

Ex.: realmente, folhagem.

Derivação Prefixal e Sufixal

A derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de
forma independente, ou seja, mesmo sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado.

Ex.: deslealmente (des- prefixo e -mente sufixo). Você pode observar que os dois afixos são independentes:
existem as palavras, desleal e lealmente.
Derivação Parassintética

A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma
dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devendo ser usados ao mesmo tempo, pois sem um
deles a palavra não se reveste de nenhum significado.

Ex.: anoitecer (a- prefixo e -ecer - sufixo), neste caso, não existem as palavras anoite e noitecer, pois os afixos não
podem se separar.

Derivação Regressiva

A derivação regressiva existe quando morfemas da palavra primitiva desaparecem.

Ex.: mengo (flamengo), dança (dançar), portuga (português).

Derivação Imprópria

A derivação imprópria, mudança de classe ou conversão ocorre quando a palavra, pertencente a uma classe, é
usada como fazendo parte de outra.

Exemplos:

coelho - substantivo comum, usado como substantivo próprio - Daniel Coelho da Silva.

verde, geralmente usado como adjetivo - Comprei uma camisa verde-, é usado como substantivo: O verde do
parque comoveu a todos.

Composição: caracterizada pelo processo em que novas palavras são formadas a partir da junção de palavras ou
radicais já existentes na língua

Justaposição – ocorre quando os elementos da combinação não sofrem alteração fonética ou gráfica. São exemplos:

Bem-me-quer

Pontapé

Pé-de-moleque

Roda-viva

Girassol...

Aglutinação – ocorre quando um dos elementos da combinação sofre alteração fonética ou gráfica. Vejamos, pois,
os exemplos:

Pernalta
Planalto
Aguardente
Embora

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2) Substantivo

• Classificação dos substantivos; Substantivo e seus Coletivos; Formação dos Substantivos; Flexão dos
Substantivos; Número de Substantivo; Grau do Substantivo.

Substantivo e seus Coletivos:


-Os substantivos coletivos são substantivos comuns.
-Os coletivos indicam um conjunto de seres da mesma espécie.
--Podem ser específicos, indeterminados ou numéricos.
-Os coletivos podem se referir a um conjunto de pessoas, animais, plantas ou objetos.
Número de Substantivo:

Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral ou nasal (representados pela terminação “-ãe”) têm
seu plural formado apenas pelo acréscimo da desinência “-s”.
Exemplos:

rua – ruas
livro – livros
herói – heróis
chapéu – chapéus
mãe – mães

b) Aqueles terminados em “-m” troca-se esta por “n”, acrescentando o “s”.


Exemplos:

álbum – álbuns
jovem - jovens
som - sons

c) Quanto àqueles terminados em “-r” ou “-z”, acrescenta-se “-es” .


Exemplos:

catéter – catéteres
açúcar – açúcares
algoz – algozes
raiz – raízes

Observação importante:
Os vocábulos representados por “júnior e sênior” têm sua forma pluralizada por intermédio do
deslocamento da sílaba tônica.

Exemplos:
juniores
seniores

d) Quando pluralizados, os substantivos terminados em “-s” são acrescidos da terminação “-es”. No


caso de paroxítonos ou proparoxítonos, apresentam-se invariáveis, demarcados somente por um
determinante (um artigo, pronome, etc.).
Exemplos:

gás – gases
mês – meses
o ônibus – vários ônibus
um lápis – alguns lápis

e) Os substantivos terminados em “-al”, “-el”, “-ol” e “-ul”, recebem o acréscimo da terminação “is”
em detrimento à original.
Exemplos:

varal –varais
anel – anéis
anzol – anzóis

f) Os terminados em “-il” têm seu plural formado pela troca do “l” pelo “s”. No caso dos paroxítonos, a
formação se dá pelo acréscimo da terminação “-eis”.
Exemplos:

frágil – frágeis
réptil – répteis
fuzil – fuzis
barril – barris

g) Aqueles terminados em “-n” pluralizam-se pelo acréscimo de “-s” ou “-es”.


Exemplos:

hífen – hifens ou hífenes


h) Os substantivos terminados em “-x” são invariáveis, sendo, portanto, demarcados por algum
determinante.
Exemplos:

um clímax – vários clímax


o tórax – os tórax

Particularidades dignas de nota:

* Os substantivos diminutivos formam seu plural da seguinte maneira: retira-se o “s” e acrescenta-se o
sufixo “-zinhos(as)”.
Exemplos:

corações – coracõezinhos
pastéis – pasteizinhos

* Para os terminados em “r”, o plural se dá de duas maneiras: acrescenta-se um “s” ao diminutivo ou


opta-se pelo mesmo processo referente à regra anterior.
Exemplo:

colheres – colherzinhas ou colherezinhas

* Há alguns substantivos que somente se caracterizam pela sua forma pluralizada.


Exemplos:

óculos – férias – núpcias – parabéns...

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O plural de alguns substantivos - Interaja-se com algumas particularidades relacionadas a este assunto.

Metafonia - Um fenômeno linguístico voltado para a oralidade.

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3) Adjetivo

• Classificação dos Adjetivos; Adjetivos Pátrios; Locuções Adjetivas; Flexão dos Adjetivos.

Adjetivo é a classe gramatical cuja função é classificar e qualificar o(s) substantivo(s) que o acompanha(m) na
sentença. Os adjetivos variam em gênero e número de acordo com o(s) substantivo(s) que qualificam, além disso,
podem variar em grau.

Tipos de adjetivos

Adjetivos simples: têm apenas um radical.

Exemplos: verde, gordo, rico, real.

Adjetivos compostos: têm mais de um radical.

Exemplos: verde-água, socioeconômico, sul-americano, ultravioleta.

Adjetivos primitivos: não derivam de nenhuma outra palavra.

Exemplos: azul, bom, belo, vil.

Adjetivos derivados: originaram-se de outras palavras.

Exemplos: azulado, desajeitado, linguarudo, grandioso.


Adjetivos pátrios: indicam a origem de um ser ou coisa, podendo tratar-se do continente, país, região, estado,
cidade.

Exemplos: americano, estadunidense, sudestino, potiguar, paulistano."

Gênero dos adjetivos

Os adjetivos podem variar em gênero, usualmente assumindo uma forma no feminino ou masculino de acordo com o
gênero do(s) substantivo(s) que classificam.

A jogadora forte venceu o jogo.

O jogador forte venceu o jogo.

Número dos adjetivos

Além de variarem em gênero, os adjetivos podem variar em número, o que significa que podem assumir uma forma
no singular ou plural de acordo com o(s) substantivo(s).

O enxadrista astuto venceu o jogo.

Os enxadristas astutos venceram o jogo.

Grau dos adjetivos

Outra característica dos adjetivos é sua flexão em grau, que pode ser comparativo ou superlativo. A flexão em grau
indica a intensidade da característica representada pelo adjetivo.

O grau comparativo confronta qualidades entre dois ou mais seres, podendo ser de igualdade, de superioridade e
de inferioridade:

-Igualdade: Pedro era tão rápido quanto Bárbara.

-Superioridade: Pedro era mais rápido do que Bárbara.

-Inferioridade: Pedro era menos rápido do que Bárbara.

O grau superlativo pode ser relativo ou absoluto.

O grau superlativo relativo destaca a qualidade de um ser em relação aos demais de um grupo, podendo ser de
superioridade ou inferioridade assim como no grau comparativo:

-Superioridade: Pedro era o mais rápido dos alunos.

-Inferioridade: Pedro era o menos rápido dos alunos.

O grau superlativo absoluto indica uma qualidade tão superior ou inferior, que ultrapassa a média que se espera,
podendo ser analítico ou sintético.

O superlativo absoluto sintético ocorre quando se acrescenta um sufixo ao adjetivo para intensificá-lo (-íssimo, -
érrimo, entre outros de acordo com a regra que se aplica à palavra).

O superlativo absoluto analítico ocorre quando se acrescenta uma palavra junto ao adjetivo para intensificá-lo (muito,
demais, imensamente, intensamente etc.).

Superlativo absoluto sintético: Pedro era rapidíssimo.

Superlativo absoluto analítico: Pedro era muito rápido.


Locução adjetiva

Chamamos de locução adjetiva o conjunto de duas ou mais palavras que, juntas, assumem função de adjetivo na
sentença, qualificando outro termo. A locução adjetiva é comumente formada por preposição e substantivo, que se
juntam no contexto para qualificar outro termo, assumindo função de adjetivo e formando a locução adjetiva. Observe:

Ele se acha muito crescido e diz que não gosta mais de livros de criança.

-O substantivo “livros” é especificado pelo termo “de criança”, que ganha função de adjetivo no enunciado, sendo
uma locução adjetiva.

Substantivação de adjetivos

Em certos contextos, os adjetivos podem ser substantivados, ou seja, podem aparecer como termos independentes no
enunciado, representando o substantivo omitido que qualificariam. São casos em que o substantivo não aparece no
enunciado, cabendo ao adjetivo que o qualifica assumir esse papel. Veja no exemplo:

O homem alto se chama Jorge.

O alto se chama Jorge.

-No primeiro enunciado, “alto” é um adjetivo para o substantivo “homem”. No segundo, porém, “alto” passa a
assumir a função de substantivo, sendo um adjetivo substantivado.

Adjetivos adverbializados

De modo semelhante, os adjetivos adverbializados são aqueles que seriam, comumente, adjetivos, mas passam a
assumir função de advérbio no enunciado. Observe:

As crianças falam de um jeito divertido.

As crianças falam divertidamente.

As crianças falam divertido.

A palavra “divertido” tende a assumir função de adjetivo, como em “jeito divertido” no primeiro enunciado.

No segundo enunciado, o advérbio de modo “divertidamente” caracteriza o verbo “falar”, como em “falam
divertidamente”.

No terceiro enunciado, ao ser utilizado o adjetivo “divertido”, temos um adjetivo adverbializado, isto é, um adjetivo
com função de advérbio."

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4) Artigo

• Classificação dos artigos.

Conceituam-se como sendo o termo que antecede o substantivo com a finalidade de determiná-lo ou indeterminá-
lo.

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