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3o Bloco – Morfologia lexical e Morfologia flexional

Morfologia – “estuda a estrutura interna das palavras e suas relaçõ es com outras
palavras dentro do paradigma”( Matthews, 1974: 154)

Morfologia Lexical Morfologia Flexional


Derivatio voluntaria Derivatio naturalis
Forma palavras novas Adapta um item a um contexto de uso
Derivaçã o Flexã o
Altera a categoria gramatical ou Nã o altera categorias.
novo traço de significado é Estabelece ligaçã o entre palavras.
adicionado Acena para a sintaxe.
Produtividade variá vel (muitas Alta produtividade
restriçõ es e exceçõ es) Exceçõ es sã o raras.

I. Derivação:

- afixos apresentam funçõ es sintá tico-semâ nticas definidas


a) alta produtividade: nominalizaçã o de verbo: V > N; des-; -ista.
Derivação regressiva Abreviação ou redução
Supressã o Supressã o
Nã o tem o significado da derivante Sinô nimo da derivante
Ocorre quando a palavra é Uso de estilo mais coloquial
interpretada inadequadamente
Base + afixo  nã o é afixo boteco, Sampa, granfa, delega, mina

b) baixa produtividade: -ada (indica preparado à base de); -udo (Subst>Adj)

Menor produtividade Maior produtividade


Funçõ es mais particulares Funçõ es mais gerais

Derivaçã o regressiva: uma nova palavra é formada pela supressã o de um


elemento.
Seria a derivaçã o regressiva equivalente à abreviaçã o?

Derivação regressiva deverbal – menos frequente? Fá cil determinar a direçã o


do processo de formaçã o? Luta, demora, espera, enfoque

Derivação parassintética – ao retirar um dos afixos, resta uma porçã o


inexistente na língua. Nesse caso, é parassíntese.
Analise os casos a seguir: engavetar, desalmado.

Segundo Evanildo Bechara, os sufixos revestem-se de mú ltiplas acepçõ es e


empregá -los com exatidã o revela completo conhecimento do idioma

Exemplo: aumentativo pode gerar valor pejorativo e diminutivo pode gerar


valor afetivo. Reflita sobre: florã o e camisinha.
Vamos refletir sobre:
1. Formaçã o de agentes a partir dos seguintes verbos: trabalhar, lavrar, carregar,
vender, ensinar, estudar.
2. formaçã o de substantivos em –çã o a partir de verbos em –izar: estigmatizar,
exorcizar, realizar, capitalizar, catequizar)
3. formaçã o de substantivos ou adjetivos a partir de outros nomes (verifique se
nomes pró prios também) Veja estes: czar, Salazar, Jâ nio Quadros, Lula, Dilma,
Fernando Henrique, Collor, Saussure, Chomsky, Labov)
4. Formaçã o em –aço produz sentido de “manifestaçã o ruidosa”. Veja os
exemplos: apito, buzina, janela, filme e cansar

Tarefa a ser resolvida e desenvolvida no moodle: (base Bechara)


Vamos proceder a uma descriçã o mais detida desses casos por meio da busca de
palavras em uso.
Agente, instrumento, lugar -tor, -dor, -sor, -or, -nte, -ista, -eria, á ria
Açã o, resultado de açã o, estado, -ame, -çã o, -sã o, -mento, - ura, -dura, -tura
qualidade, semelhança, composiçã o,
instrumento, lugar
Açã o, resultado de açã o, estado, -ança, -ença, -ata, -ida, -ada, - agem, -á rio
qualidade, semelhança, composiçã o,
instrumento, lugar
Açã o, resultado de açã o, estado, -ada, -ura, -astro, -estre, -ato, -aço, -cínio
qualidade, semelhança, composiçã o,
instrumento, lugar
Açã o, resultado de açã o, estado, -ismo, -tude, -dã o, -ura, -dade, -mô nia
qualidade, semelhança, composiçã o,
instrumento, lugar
Lugar, meio, instrumento -douro, -tério, -tó rio, -á ria, -edo, -sulo, -or, -il,
-anco
Abundâ ncia, coleçã o -á ria, -á rio, -eria, -al, -edo, -eira, -ama, -agem,
-aço, -ada
Nomes brasileiros de naturalidade ???
Maneiras de pensar, doutrinas ???
Nomes técnicos - ite, ...

Forma adjetivos -vel, -ude, -az, -onho, -acho


Forma verbos causativos -ant, -it, -iz + AR [Ex.: quebrantar, debilitar,
civilizar)
Forma verbos iterativos -aç, -iz [Ex.: adelgaçar]
Forma verbos de açõ es pouco intensa -it [Ex.: saltitar]
Forma verbos com açã o em início ou -ec(er), -esc(er) [Ex. Alvorecer, florescer]
passagem para um novo estado ou
qualidade (incoativos)
Forma advérbios de qualidade, -mente
quantidade/medida, relaçã o entre dois
seres ou ideias
Critérios para analisar cada caso:
a. mudança de classe (léxico)
b. mudança de acepçã o (semâ ntica)
c. aplicaçã o a mais de uma classe
d. explicaçã o convergente para os dados
e. mudança na transitividade

II. Flexão
“Flexã o é o processo de expressã o de categorias gramaticais no corpo do
vocá bulo mó rfico flexioná vel, mais especificamente, do nome e do
verbo.”(Rodrigues & Campos, 2016: 145)

Flexã o é “um recurso para uma série de operaçõ es semâ nticas que se efetuam
sobre a significaçã o lexical bá sica, modificando-a de vá rias maneiras possíveis
(Castilho, 1991).

De acordo com Rodrigues e Campos, ainda, uma categoria flexional:


- é obrigató ria e marcada junto a uma raiz;
- é previsível dentro de uma língua;
- é forma presa e, por isso mesmo, insepará vel de sua raiz;
- ocorre em ordem fixa contíguo à raiz.

Avalie: adiçã o de flexã o de nú mero plural nos seguintes substantivos: férias,


pires, vinho, caneta, laptop

“Pluralia tantum” – parabéns, afazeres


Contá veis/nã o contá veis – arroz, café, feijã o (plural pode ligar-se a espécie, tipo)

Formas perifrásticas = locuções = construções

Categorias expressas por perífrases:


1. tempo: expressa relaçõ es de anterioridade, simultaneidade ou
posterioridade entre três momentos, o da fala, o do evento e o da
referência;
2. aspecto: categoria nã o dêitica que quantifica o evento expresso pelo verbo
ou expressa a constituiçã o interna de fases, momentos ou intervalos de
tempo do evento;
3. voz: categoria que expressa a orientaçã o da relaçã o entre verbo e seus
argumentos; e
4. Modo: categoria que indica a apreciaçã o qualitativa em relaçã o ao
enunciado.

Revisão da prova da aula anterior

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