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Alfredo Carlos Massuanganhe

Resumo da história da pedagogia na Grécia

Licenciatura em Ensino de Português

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo
2023

Alfredo Carlos Massuanganhe


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Resumo da história da pedagogia na Grécia

Trabalho de pesquisa da cadeira de


Fundamentos de Pedagogia a ser entregue a
Faculdade de línguas, para efeitos de avaliação
sob orientação do docente: Dr. Amilcar Jotamo

Licenciatura em Ensino de Português

Universidade Pedagógica de Maputo


Maputo
2023

Educação pela poesia (Grécia)

Antes a falta de fontes, restou, aos estudiosos da cultura grega, recorrer aos poemas de
Homero como chave para entender a formação da Grécia antiga. Quase todos os estudiosos
valeram-se da Odisséia e da Ilíada, para compor versões de como os gregos se constituíram.
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Era consenso entre estudiosos que a poesia serviu como o recurso central para educar o
povo grego, porque ajudou a plasmar o “espírito” desse na evolução de seu ethos = sua
identidade. Logo, a educação embasada em Homero concebia um ideal duplo na formação
humana: o homem de acção personificado em Aquiles e o de sabedoria – cuja personificação
era o herói Ulisses. Esses ideais deveriam ser alcançados por quem gozasse do status de
“homem livre”.

”Nesse sentido, Ilíada e Odisséia figuraram na cultura e na educação como textos


didácticos por excelência”.

Dada a importância de Homero, muitos eram capazes de recitar de cor os poemas. Além
disso, seus versos compunham textos-base da instrução educacional do mundo grego que os
conquistadores romanos adoptaram em seu império. Ainda, segundo MANACORDA (2000),
mesmo Platão, apesar de crítico de Homero, o reconhece como o educador de toda a Grécia.

Polis: consciência da educação

A polis traduz “uma actividade educativa total e permanente”, daí ser cabível chamá-la de
“comunidade pedagógica” (VEGETTI 1979 apud CAMBI, 1999, p. 79). Talvez por isso,
CAMBI (1999) afirme ‒ à luz de Tucídides ‒ que a cidade grega era concebida como uma
possibilidade educativa, pois supostamente todas as actividades citadinas na polis possuíam
fins educativos. Se assim o for, mais que possibilitar esse processo educacional, a polis o
resguarda.

Contudo, na história da educação, Esparta se sobressaiu com inovação, porque, ao criar o


Estado, o fez pela primeira vez de modo original, representando uma verdadeira fonte e força
educadora, no mais vasto sentido da palavra, conforme pontua JAEGER (2003). O legislador
Licurgo foi quem organizou a educação espartana, responsabilidade do Estado, ao qual
pertencia o indivíduo espartano. Assim, a orientação militarista regeu a educação. A vida
educacional começava aos sete anos de idade. Mas nem todas as crianças chegavam a essa
idade, pois a primazia do corpo, na sociedade espartana, resultou em uma política de eugenia.

A educação era usada, segundo SOUZA (1995), para formar cidadãos que respeitassem os
deuses, dedicados à polis, que demonstrassem bravura e fossem fortes.

Virada na Educação em Atenas


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Se há quem veja como negativa essa educação vinculada ao corpo e à força (bélica), cabe
salientar que a educação espartana fomentava a prática de bons costumes, a busca do
autodomínio ante as adversidades, o estilo simples de viver e o incentivo à vida comunitária.
Igualmente, a educação em Atenas não descuidava da educação física, mas enfatizava o
aspecto intelectual, visando uma melhor participação nos interesses referentes à cidade,
segundo afirma Aranha (2006). Nesse ponto, a educação espartana distinguia-se da educação
de Atenas, de feição mais democrática: o ateniense era formado para participar da vida social
e pública da polis. Como esclarece Aranha (2006), subjacente a essa postura estava uma
concepção de indivíduo e Estado na qual o primeiro era cidadão da polis na relação com o
segundo. Em Esparta, diferentemente, a educação não mudava a condição do espartano de
propriedade do Estado, do qual era defensor. É provável que essa concepção de educação
ateniense, que enfatizava a autonomia do indivíduo relativa ao Estado, traduza os primórdios
de um sistema educacional de que a

Se a educação ateniense preparava o cidadão para participar da vida pública e se relacionar


autonomamente com o Estado ateniense, convém dizer que, este, apesar de ser o
titular da vida do cidadão, jamais assumiu o monopólio da educação, ressalta LARROYO
(1982).

Do pedagogo ao gramático, a educação das crianças supunha memorização, silabação,


repetição e declamação; também tinham contacto com os poemas de Homero, assim como
com os poemas e as fábulas de Hesíodo. Nesse estágio educacional, que pode ser chamado
de primário, isto é, elementar, os alunos já escreviam e calculavam. Após 13 anos de idade,
iam para o ginásio estudar música, literatura e artes liberais ‒ essa etapa pode ser chamada de
educação secundária. A faixa etária 16 a 18 anos submetia-se à formação cívica e militar pela
efebia. Segundo ARANHA (2000), a educação que se poderia chamar superior
apareceria no século V a. C., iniciada pelos sofistas e continuada por Sócrates, Platão e
Aristóteles.

 Educação na Reflexão Filosófica: Os sofistas embora tenham sido alvo de críticos


que os viam como mercenários do saber porque cobravam para ensinar e
incentivadores do individualismo, eles ajudaram a consolidar uma nova concepção de
educação e prática educacional. Para JAEGER (2003), do ponto de vista histórico, a
sofística teria importância equivalente à que tiveram Sócrates (469–399 a. C.) e Platão
(429–347 a. C.): seria quase impossível concebê-los sem considerá-la.
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 A pedagogia de Sócrates: Diferentemente da concepção tradicional do processo


educativo em que um professor detentor de conhecimentos deve repassá-los aos
alunos, depositários passivos de tal conhecimento, Sócrates defendia um processo que
suponha a auto-educação.
 As ideias educacionais de Platão: Tal qual Sócrates, Platão concebe a educação
como “autoactividade, isto é, um processo do próprio educando, mediante o qual são
dadas à luz as ideias que fecundam sua alma” (LARROYO, 1982, p. 167).
 Aristóteles e a educação pela imitação: Nessa lógica, também a educação seria um
constructo processual, perceptível de formas distintas de tempos em tempos,
conforme avançasse o domínio do homem sobre a realidade.

Helenismo um período histórico que sse iniciou com a morte de Alexandre Magno
323 a.C e se estendeu ate conquista do Egipto pelos romanos, 30 a ,C. A Política__
com a criação de vários reionos desdobrados do império alexandrino e a Cultura__
oportunidade de disseminar a civilização grega no território vasto de seu império, são
factores importante desse período. Cambi (1999) defende que o movimento
Helenístico construiu a verdadeira e própria língua comum. Por outro lado , houve
uma preocupação com a constituição mais científica de cultura que levou ao
crescimento de vários ramos do saber ( filosofia, ciência física, história, geometria,
astronomia, matemática, botânica e zoologia). O helenismo é o momento de
maturidade da cultura antiga. No nível superior a educação orientou- se pela
investigação científica. MARROU 1982, entende que o humanismo clássico
transcendeu-se , quando a educação clássica foi colocada a serviço do Estado em
Roma e depois , de Deus o Imperio Cristão.
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