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2023
Antes a falta de fontes, restou, aos estudiosos da cultura grega, recorrer aos poemas de
Homero como chave para entender a formação da Grécia antiga. Quase todos os estudiosos
valeram-se da Odisséia e da Ilíada, para compor versões de como os gregos se constituíram.
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Era consenso entre estudiosos que a poesia serviu como o recurso central para educar o
povo grego, porque ajudou a plasmar o “espírito” desse na evolução de seu ethos = sua
identidade. Logo, a educação embasada em Homero concebia um ideal duplo na formação
humana: o homem de acção personificado em Aquiles e o de sabedoria – cuja personificação
era o herói Ulisses. Esses ideais deveriam ser alcançados por quem gozasse do status de
“homem livre”.
Dada a importância de Homero, muitos eram capazes de recitar de cor os poemas. Além
disso, seus versos compunham textos-base da instrução educacional do mundo grego que os
conquistadores romanos adoptaram em seu império. Ainda, segundo MANACORDA (2000),
mesmo Platão, apesar de crítico de Homero, o reconhece como o educador de toda a Grécia.
A polis traduz “uma actividade educativa total e permanente”, daí ser cabível chamá-la de
“comunidade pedagógica” (VEGETTI 1979 apud CAMBI, 1999, p. 79). Talvez por isso,
CAMBI (1999) afirme ‒ à luz de Tucídides ‒ que a cidade grega era concebida como uma
possibilidade educativa, pois supostamente todas as actividades citadinas na polis possuíam
fins educativos. Se assim o for, mais que possibilitar esse processo educacional, a polis o
resguarda.
A educação era usada, segundo SOUZA (1995), para formar cidadãos que respeitassem os
deuses, dedicados à polis, que demonstrassem bravura e fossem fortes.
Se há quem veja como negativa essa educação vinculada ao corpo e à força (bélica), cabe
salientar que a educação espartana fomentava a prática de bons costumes, a busca do
autodomínio ante as adversidades, o estilo simples de viver e o incentivo à vida comunitária.
Igualmente, a educação em Atenas não descuidava da educação física, mas enfatizava o
aspecto intelectual, visando uma melhor participação nos interesses referentes à cidade,
segundo afirma Aranha (2006). Nesse ponto, a educação espartana distinguia-se da educação
de Atenas, de feição mais democrática: o ateniense era formado para participar da vida social
e pública da polis. Como esclarece Aranha (2006), subjacente a essa postura estava uma
concepção de indivíduo e Estado na qual o primeiro era cidadão da polis na relação com o
segundo. Em Esparta, diferentemente, a educação não mudava a condição do espartano de
propriedade do Estado, do qual era defensor. É provável que essa concepção de educação
ateniense, que enfatizava a autonomia do indivíduo relativa ao Estado, traduza os primórdios
de um sistema educacional de que a
Helenismo um período histórico que sse iniciou com a morte de Alexandre Magno
323 a.C e se estendeu ate conquista do Egipto pelos romanos, 30 a ,C. A Política__
com a criação de vários reionos desdobrados do império alexandrino e a Cultura__
oportunidade de disseminar a civilização grega no território vasto de seu império, são
factores importante desse período. Cambi (1999) defende que o movimento
Helenístico construiu a verdadeira e própria língua comum. Por outro lado , houve
uma preocupação com a constituição mais científica de cultura que levou ao
crescimento de vários ramos do saber ( filosofia, ciência física, história, geometria,
astronomia, matemática, botânica e zoologia). O helenismo é o momento de
maturidade da cultura antiga. No nível superior a educação orientou- se pela
investigação científica. MARROU 1982, entende que o humanismo clássico
transcendeu-se , quando a educação clássica foi colocada a serviço do Estado em
Roma e depois , de Deus o Imperio Cristão.
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