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EDUCAÇÃO E CULTURA NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA GREGA

AUTOR:
LUCIANO LACERDA DE MOURA RU:1514573

RESUMO: O Ensino através da História vem passando por diversas reflexões no Brasil.
Ao buscar repensar a sua forma de ensino aprendizagem, mais ainda seu sentido.
Consideramos a História Antiga um recorte temporal da Antiguidade Clássica inserido
nestas reflexões que podem, no seio das políticas públicas enfatizar a preocupação
com os tempos e espaços mais próximos ao estudante/cidadão brasileiro. Acreditamos
que as discussões entre passado/presente/futuro, usados do passado, problematização
Antiguidade/Modernidade e a discussão da relação entre o conhecimento acadêmico e
vida prática podem servir como importantes ferramentas a complementar a formação de
futuros professores para atuarem na Educação Básica. Entendemos que existe uma
Antiguidade que se obriga a ensinar pelo presente na lei, mas também deve ser
construída uma forma de ensiná-la. Nos diferentes níveis de ensino nos quais estamos
inseridos, que são: primeiramente, a ideia da importância de estudar a Antiguidade
Clássica no Brasil, em seguida a perspectiva dos legados dessas civilizações clássicas
à contemporaneidade e, em terceiro lugar, a percepção dos usos do passado, todas
evocando uma problematização entre passado e presente.

Palavras-chaves: antiguidade clássica; usos do passado; ensino de história e cultura


clássica

INTRODUÇÃO

O ensino de História vem passando por diversas reflexões no Brasil. Consideramos


o ensino da História Antiga no recorte temporal da Antiguidade Clássica de muita
importância e inserido nessas reflexões que podem correr o risco de, no centro das
políticas públicas e discursos, foi diminuída a importância dessa área diante da
perspectiva de enfatizar a preocupação com tempos e espaços mais próximos do
estudante/cidadão brasileiro. Ao levar a muitos a refletir sobre o que está diferente no
sistema de ensino e como ele está distorcido em sua visão atual, e de forma temática
levar o aluno a refletir sobre os conhecimentos e virtudes relacionados a forma de
encarar o aprendizado. Busco com isso levar uma nova visão ao trazer aos estudantes
a reflexão e a argumentação e os caminhos que percorreu a educação, artes e
costumes gregos até os dias atuais. Ao levar o aluno a refletir de diferente forma de
como era as artes costumes e o aprendizado na antiguidade clássica, estrutura social e
econômica do período da antiguidade clássica. Assim como disse Aristóteles ¨ Todos os
homens tendem ao saber¨ (ARISTÓTELES-Metafisica 2002 p2) todo o trabalho do
conhecimento pode ser construído e trabalhado para o desenvolvimento do saber
coletivo. A educação seria um meio para a compreensão da história, em oposição à
visão

Destaco a compreensão crítica do oprimido consistia na condição de luta política


pela superação de condições concretas que causam a opressão. Segundo Freire (1994,
p.63) “o homem e somente o homem é capaz de transcender, de discernir, de separar
órbitas existências diferentes, de distinguir ‘ser’ do ‘não ser’, de travar relações
incorpóreas. Na capacidade de discernir estará a raiz da consciência de sua
temporariedade”.

Nessa perspectiva de análise, a escola apresenta conhecimentos interessados e


desinteressados que estariam a buscar a libertação do homem a partir da visão da
classe dominada. Assim, compreende as relações educacionais na escola, como um
dos instrumentos de opressão.

Com isso venho trazer a importância da cultura e civilização grega e seu legado
para a educação ocidental até os dias atuais.

DIVISÃO DO TEMPO

Historicamente, divide-se a civilização grega antiga nos períodos:

a) Pré-Homérico (2.500 – 1.100 a.C) – formação da civilização;


b) Homérico (1.100 – 800 a.C) – resgate histórico realizado com base
nos poemas Ilíada e Odisseia, de Homero, que davam conta do
estabelecimento e queda da estrutura socioeconômica igualitária dos
Genos, com início de formação das cidades-estados chamadas de
polis;
c) Arcaico (800 – 510 a.C) – espantoso desenvolvimento cultural,
econômico e social, com consolidação das polis e surgimento da
escrita, da moeda, da lei e da Paideia;
d) Clássico (510 – 323 a.C) – continua o desenvolvimento, porém
entremeado a inúmeros conflitos, inclusive com os espartanos
derrotando os persas na batalha dos 300;
e) Helenístico (323 – 146 a.C) – após morte de Alexandre, há a
decadência da Grécia Antiga e domínio pelos romanos.

AS INFLUÊNCIAS DO PERÍODO CLÁSSICO GREGO NO ENSINO APRENDIZAGEM

Temos muitas referências nos livros e artes visuais sobre o período grego, filmes,
peças teatrais e literatura mais paramos pouco tempo para pensar o que essa
civilização influenciou ou ainda influência nos dias atuais, no meio de ensino tanto no
que diz respeito as escolas do ensino básico como nos cursos acadêmicos e
superiores. A educação clássica é uma complexa tradição com uma história de mais
de 2000 anos; é uma abordagem tradicional da educação que combina os currículos
históricos com a pedagogia das sete artes liberais. A metodologia da educação clássica
é evidente na Paidéia (“educação” ou “aprendizado”) dos antigos gregos, cujo sistema
incluía a educação e o treinamento nas culturas gregas e helenísticas, e, assim, era um
processo muito sistemático o desenvolvimento de uma mente liberal e madura. A
Paideia incluía matérias tais como geografia, gramática, ginástica, matemática, música,
história natural, filosofia e retórica.

COMO A EDUCAÇÃO COSTUMA SER

Se cerca de cem anos atrás se fôssemos visitar uma boa escola americana ou
inglesa, nós encontraríamos ela focada exclusivamente em uma coisa: ler a literatura
clássica nas línguas originais. Isto é o que chamamos de a antiga “educação clássica”.
Ela ensinava os estudantes a como pensar e o que fazer. Era uma educação em
sabedoria e virtude, e por meio disto, aprendiam um grande conjunto de vocabulário
que sustenta toda a linguagem acadêmica; e eles aprendiam a estrutura inerente da
gramática comum a todas as línguas, incluindo a sua própria.
Eles também aprendiam habilidades mentais necessárias para fazer as boas
distinções gramaticais . Tendo dominado o grego e o latim, eles então liam, refletiam e
discutiam as ações de grandes homens. Como sempre, as principais perguntas feitas
eram sobre as ações de cada grande homem ou mulher — a pergunta que toda criança
faz quando lê pela primeira vez sobre um personagem — eram: “Ele era bom ou mau?
Por que ele agiu como agiu? Quem foi afetado por suas ações? Quais eram as
circunstâncias? O que ele deveria ter feito diferentemente? O que você teria feito
diferentemente?” Esta era uma verdadeira educação em sabedoria e virtude.

No primeiro livro-didático da educação, a Ilíada de Homero, Fênix, o professor de


Aquiles (modelado segundo o lendário Chiron, o sábio centauro que, dizia-se, ensinou
muitos dos heróis gregos) o fez lembrar, num momento de crise da sua vida, do que o
pai do herói ordenara que o velho professor fizeste. Ele foi encarregado, diz Fênix, de
ensinar a Aquiles como “ser orador de discursos e fazedor de façanhas”.

Este ideal — (o homem que pensaria de verdade e agiria acertadamente — era a


finalidade da educação grega). Esta era a educação dos romanos e dos gregos (e de
qualquer um que vivesse no mundo helênico, incluindo os judeus). Era a educação da
Idade Média cristã, dos Pais Fundadores americanos, e de seus predecessores
puritanos. Era predominante essa educação no início do século 20, antes que fosse
gradualmente descartada por um período de aproximadamente 40 anos.

A EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS

Atualmente, uma nova filosofia controla nossas escolas. Seu propósito é


diferente do propósito da educação clássica. As escolas de hoje estão preocupadas
com duas coisas: progressismo e pragmatismo. O progressismo é um programa político
que pode ser visto numa ênfase no politicamente correto e no multiculturalismo. O
pragmatismo é um programa vocacional que pode ser visto numa ênfase no
treinamento profissional e nas habilidades ocupacionais.

A educação de hoje é praticamente uma inversão direta da antiga ênfase


clássica em como pensar e no que fazer; as ênfases política e vocacional da educação
de hoje ensinam os alunos, não como pensar e o que fazer, mas a que pensar e como
fazer. Seu objetivo político é usar escolas para mudar a cultura, e seu objetivo prático é
mudar os alunos para se encaixarem na cultura.

O objetivo da educação clássica era diferente. Ela não estava interessada em


mudar a cultura ou em encaixar crianças na cultura. Seu objetivo era passar uma
cultura adiante — e uma cultura em particular: a cultura do ocidente cristão.

O HOMEM É A MEDIDA

A educação é o meio pelo qual os valores espirituais e físicos do homem são


conservadores e passados. Ao comparar a educação da Antiguidade grega com as
grandes civilizações do oriente, é muito fácil observar um grande salto da primeira em
relação as outras. Não é à toa que a Grécia Antiga é apontada como o berço da
civilização ocidental. Os grandes sábios da Grécia diferente dos do oriente, não eram
considerados enviados dos deuses, profetas ou homens que eram sagrados, e sim
mestres independentes e formadores de seus ideais. Era um ambiente onde a liberdade
de pensamento predominava, como diz: (JAEGER, Werner., 2011 p1).

No diálogo Protágoras (séc. IV a. C., / de Platão 1999 p3), vemos que a


educação era uma espécie de modeladora do corpo e da alma. A educação física, a
musical e a literária eram as três bases que sustentavam a formação do homem grego.
A ginástica era estimulada não apenas para dar vigor físico ao praticante como também
– e principalmente – para incutir-lhe coragem. Todavia, se exercida em excesso,
tornaria o homem muito duro. A música e a literatura tinham uma missão de educar a
alma do homem, mas também deveriam ser ensinadas sem exagero para evitar que o
indivíduo tornasse sensível demais.

Heróis como exemplo: A educação grega era voltada para a formação da


individualidade perfeita e independente. A palavra Paideia significa “criação de
meninos”; antes dela, porém, apareceu um termo ainda mais essencial à formação
grega: a 1(arrete), que pode ser traduzido por virtude.

As principais obras do helenismo vêm desde a idade heroica de Homero até o


Estado dominado pelos filósofos, idealizado por Platão. Como representantes da
Paideia grega estão os poetas, músicos, filósofos, retóricos, isto é, todos aqueles que
mexem com as palavras. Mas foram os textos homéricos, Ilíada e Odisseia, as grandes
fontes inspiradoras do desenvolvimento da educação grega baseada no modo de vida
virtuoso.

Atualmente existem muitas dúvidas sobre a autoria dessas obras, se foram


escritas por um só autor, e se são pertencentes à mesma época. Isso se dá porque as
características históricas da Ilíada a colocam como um poema muito mais antigo que a
Odisseia. Na prática, porém, continuamos agrupando-as sob o nome de Homero. Além
de haverem tido grande influência na educação do homem grego, tais poemas são
considerados testemunhos mais remotos daquela cultura, em que estética e ética
andavam juntas. Talvez por isso essas obras de arte se prestem ao papel de mestres
da juventude.

Se por um lado Platão criticava a falta de verdade existente nos poemas épicos,
por outro é inegável que nesses textos estejam manifestos a riqueza humana e o
espírito do homem superior. Tanto a Ilíada como a Odisseia nos remetem através de
mitos, a muitos grandes feitos do passado. As recordações dessas ações exemplares
representadas nos mitos já têm em si um conteúdo educativo. Os mitos, não devem ser
vistos como uma forma de comparação com a vida do homem comum, e sim
analisados pela sua própria natureza.

Na Ilíada está presente o ideal heroico do homem corajoso, guerreiro, combativo,


enquanto na Odisseia é valorizada a cultura e a moral aristocrática, a moral dos
maiores. Os heróis homéricos lutam para obter a honra no decorrer da vida e não
apenas para serem considerados honrados depois de suas mortes.

O homem vulgar não tem areté, que é um atributo da excelência humana que
orienta a práxis, a ação cotidiana do homem para o Bem. O texto épico busca narrar um
mundo ideal; portanto, tudo aquilo que é baixo, insignificante e falho é simplesmente
varrido dele. Apesar disso, na épica homérica deparamos com situações semelhantes
às vividas pelo homem comum, como, por exemplo, uma pessoa recebendo conselhos
de outra. Em um trecho da Ilíada, Fênix, o educador do jovem Aquiles, herói-protótipo
dos gregos, recorda-lhe a finalidade para a qual ele foi educado: “proferir palavras e
realizar ações”. Passagens como essa tinham caráter normativo, eram passos a serem
seguidos.

Com o tempo, a educação grega foi modificando e deixou para trás o sentido
inicial. A busca pela areté decorrente de uma formação mais ética acabou dando lugar a
um tipo de educação de uma forma mais utilitarista, que preparasse o aluno para uma
vida privada e pública. Uma espécie de adestramento infantil. segundo (JAEGER,
Werner., 2011 p.3).
(1¨s¨.Aretê (do grego ἀρετή aretê,ês, "adaptação perfeita, excelência, virtude") é
uma palavra de origem grega que expressa o conceito grego de excelência,
ligado à noção de cumprimento do propósito ou da função a que o indivíduo se
destina.[1] No sentido grego, a virtude coincide com a realização da própria
essência, e portanto a noção se estende a todos os seres vivos. Segundo
Sócrates, a virtude é fazer aquilo que a que cada um se destina.( Aquilo que no
plano objetivo é a realização da própria essência, no plano subjetivo coincide
com a própria felicidade.Na Grécia Antiga, aretê significava também a coragem
e a força de enfrentar todas as adversidades, e era uma virtude a que todos
aspiravam. A raiz da palavra é a mesma de aristos, que originou aristocracia,
que significa habilidade ou superioridade, e era constantemente usada para
denotar nobreza.) O termo era aplicado para qualquer coisa, desde a descrição
da boa fatura de um objeto utilitário até para indicar o cidadão exemplar e o
herói, mas em todos os casos a aretê de cada um envolvia valores diferente).
(JAEGER, W. 2011, p.3)

LIBERDADE E CIDADANIA NO CONCEITO GREGO

Sócrates, nasceu entre 470/469 a.C época em que os gregos enfrentam as


Guerras Médicas onde o Mar Egeu passa a ser um mar “helênico”. Atenas assume
nesse período a hegemonia da Grécia onde já está instituído o governo democrático
além da forte influência dos chamados “sofistas” que utilizavam o jogo da linguagem
para difundirem seus pensamentos acerca de temas como justo, belo, bom mediante
pagamento, passando assim a seculariza a filosofia buscando-a por seu valor utilitário,
negando assim, o absolutismo da verdade, pois concebem a verdade como uma
criação do homem, uma construção histórica, uma convenção social, e atribuem essas
características aos conceitos sobre Direito, Liberdade, Bem-estar, etc.

A partir daí surge a figura de Sócrates que vem para romper e quebrar esses
paradigmas existentes, reposicionando a atividade lógica (constituindo uma crítica aos
sofistas) em que a verdade só pode ser alcançada senão por uma certeza e opinião,
conceito e preconceito. Fundando assim a ontologia da “descoberta do ser”
concentrando sua filosofia no “conhecer-se a si mesmo” tentando assim instigar o
indivíduo a pensar por si mesmo. Deste ponto começa nossa pesquisa de como esse
indivíduo relaciona-se com essa “liberdade de expressão”, mediante o pensamento da
liberdade para Sócrates, fazendo uma breve análise entre o julgamento de Sócrates e a
formação dos Estados Democráticos e por fim fazer uma análise sobre a necessidade e
objetivo da fortificação da liberdade de expressão na atualidade.

Para começar nosso estudo de antemão torna-se necessário analisar as várias


concepções que tem no mundo antigo de liberdade e mesmo de indivíduo. Partindo
deste ponto chegamos a três concepções principais expostos por Gigon a seguir: A
primeira é a concepção em que se tem a liberdade como forma de vida do Estado e do
indivíduo no Estado e na sociedade. Já a segunda é a que concebe a liberdade como
pressuposto de toda ação eticamente responsável e, por isso, serão consideradas
sobretudo as limitações que, justamente, de muitos lados, restringem essa liberdade. E
na terceira, perguntar-se-á como, na perspectiva cosmológica e teológica, pode-se
afirmar a liberdade da ação humana. Tanto na antiguidade e quanto na atualidade, a
concepção de “liberdade” é considerada um fim intrínseco a realidade, tanto do
indivíduo como da sociedade em que ele vive, e por consequência também influência a
história mundial no âmbito de seu conjunto.

No mundo antigo “cidadão era aquele que tinha o direito e a competência para
emitir opiniões sobre todos os assuntos da cidade, de ouvir todas as opiniões diferentes
e de discutir todas elas para poder decidir e votar” (CHAUI, 2002, p.203) O Conceito de
Liberdade segundo a Filosofia)

Vale ressaltar, nem todos eram considerados cidadãos, e por essa consequência
nem todos tinham o direito a chamada “liberdade” aqui está era para aquele grupo de
indivíduos que conseguiram superar o domínio da Zoe e se encontravam no chamado
domínio da Bios, que seria uma forma de vida idealizada, no qual o âmbito principal
seria a questão da política do bem viver que poderia ser discutida.

A ARTE NA GRÉCIA ANTIGA


A arte ocupava um lugar de destaque na sociedade e foram muitas as formas de
representar as ações humanas por meio de formas e expressões. Os gregos
acreditavam que a beleza estava na proporção e na simetria e por isso suas obras
estavam norteadas por este princípio. A arquitetura grega, por exemplo, era baseada
em linhas retas e essas até hoje servem como inspiração para as cidades modernas.
Além disso, a utilização de materiais como mármores e tijolos é bastante característica.

Uma das formas de se estudar a arte grega é por meio dos formatos das
colunas, que definiam o estilo de cada uma delas. As colunas dóricas eram colunas
sem base e com a extremidade superior – mais conhecida como capitel – curva. Já as
colunas jônicas tinham as extremidades inferiores e superiores adornadas por duas
voltas. E as colunas coríntias eram uma mistura dos estilos dórico e jônico. As colunas
são as primeiras formas que marcaram o valor da proporção e dos estilos para a
sociedade grega. Para que elas fossem construídas foi necessário utilizar o
conhecimento matemático que já vinha se desenvolvendo muito na Grécia como em
outras sociedades do mundo antigo. Os principais materiais utilizados na arquitetura
grega eram o tijolo, a madeira e posteriormente a pedra.

Na sociedade grega os templos tinham uma grande importância. Por isso eram
os principais edifícios das pólis. O Partenon construído em Atenas no século V a.C., é
hoje uma das edificações mais conhecidas da Grécia Antiga e que perdura até os dias
atuais, atraindo turistas do mundo todo. Ele foi projetado por arquitetos, decorado e
adornado com esculturas e mostra em seus traços aspectos da arte grega à época.
Outros espaços também ganharam destaque nas cidades estados gregas, como os
teatros e os ginásios.

Assim, é importante destacar que a arquitetura grega se desenvolveu,


especialmente, para a construção de espaços públicos. Eles envolviam boa parte da
comunidade em sua construção e os templos são os principais exemplos de espaços
públicos da Grécia Antiga. A arquitetura em pedra já era conhecida no ocidente, os
cálculos matemáticos no Egito e na Mesopotâmia. Por isso é possível afirmar que a arte
grega não haveria se desenvolvido sem conhecer outras culturas e o conhecimento de
muitos outros povos. A arquitetura grega estava baseada no que entendiam por belo e a
simetria ocupava um lugar de destaque. A harmonia das formas e a proporcionalidade
eram centrais e por isso as colunas – e seus diferentes estilos – tinham grande
importância no desenvolvimento da arquitetura grega.

O TEATRO

Em um formato semicircular e de arena, o teatro grego era construído de uma


forma que o público – em qualquer lugar que fosse – tivesse acesso à encenação que
ocorria no palco que era localizado ao centro. O teatro não nasceu na forma de
representação de textos e peças teatrais. Ele era um local de homenagem e oferendas
a Dionísio, deus do Vinho e da Fertilidade, que ocorriam durante as colheitas de uva em
uma forma de agradecimento. Eram ritos com as canções e com as danças em
homenagem ao deus. Havia um coro de pessoas que se dispunham de forma circular
na região. O desenvolvimento do teatro grego se deu entre 550 a.C. e 220 a.C.,
especialmente em Atenas. Atenas foi uma importante pólis do mundo grego e é
conhecida pelo desenvolvimento urbano, pelo início da Democracia e pelo
desenvolvimento intelectual e artístico. Muito do que conhecemos da Grécia Antiga teve
origem em Atenas, pois era um dos grandes centros irradiadores culturais da
antiguidade. O teatro, ainda que tenha se iniciado em Atenas, espalhou-se por muitas
partes da Grécia. Paulatinamente na forma de dançar e de cantar foi ganhando novos
contornos, e as representações foram ficando mais encenadas e mais dramáticas,
começando aí o que conhecemos por dramatização. Para que as cenas fossem bem
desenvolvidas, criou-se recursos, como as máscaras, que auxiliavam na atividade
cênica. As máscaras além de compor os personagens, também projetavam a voz
daquele que encenava.

O teatro grego era composto por dois gêneros: a tragédia e a comédia. A


Tragédia foi o primeiro gênero a desenvolver e se tratava de temas místicos e
religiosos, buscando contar a vida e a trajetória de heróis. Já as comédias utilizavam de
recursos como a ironia para promover muitas críticas aos governantes e mesmo para
abordar questões mais sensíveis como as relações de amor e família. Até hoje algumas
peças gregas são remontadas, reformuladas e adaptadas. Já estiveram em peças no
mundo todo e foram base para novelas brasileiras ou séries de televisão. Há muitas
peças teatrais até hoje conhecidas, que datam do período antigo. Édipo, de Sófocles e
Prometeu Acorrentado, atribuída a Esquilo são exemplos disso.

Prometeu Acorrentado, por exemplo, conta a história de Prometeu, que foi


acorrentado por Zeus pois teria sido acusado de diversos crimes. Dentre seus crimes o
roubo do fogo foi um dos mais graves. Já Édipo aborda a família de Édipo. Uma
profecia alertava que ele estaria condenado a matar o próprio pai e a se casar com a
própria mãe. A tragédia é tão impactante que serviu de base para o desenvolvimento da
psicanálise moderna. Usando Édipo como exemplo ele estabeleceu o que seria o
Complexo de Édipo

ESCULTURAS

As esculturas gregas são muito admiradas até hoje. Elas representavam o


homem como o centro do universo e buscavam, em sua forma, representar não apenas
os seres humanos em si mas também o movimento do corpo humano. Muito do que
estudamos e conhecemos da Grécia Antiga pode ser observado por meio de suas
estátuas. Elas representam o homem e os deuses e, com o decorrer do tempo, elas
ficam mais realistas e mais próximas da anatomia humana, expressando padrões de
beleza e a idealização das formas humanas. Cabe aqui ressaltar que os gregos
atribuíam aos deuses características próximas às humanas, ou seja, eles eram
antropomórficos.

Os gregos tiveram influência de outras culturas, como a síria e a egípcia, que já


produziam esculturas. Portanto, inicialmente, as esculturas gregas carregavam muitas
das características próximas dos sírios e egípcios, representando o corpo humano de
forma simples e pouco próxima da anatomia real. Mas, com o passar do tempo, foram
desenvolvendo diferentes técnicas e dominando outros materiais até chegarem ha um
modelo de representação do corpo humano mais próximo da anatomia, e trazendo os
movimentos do corpo para a escultura em pedra. Por isso, a arte grega e em especial
as esculturas podem ser divididas em três períodos: o dedálico, o arcaico e o clássico.
O período dedálico foi de 650 a.C. até 600 a.C., e foi assim chamado em
homenagem à Dédalo, um herói que teria sido o inventor da arte e da escultura. As
obras deste período foram bem marcadas pela anatomia simplificada, a representação
achatada e frontal do corpo humano e pelas formas dos olhos e narizes aumentados.
Neste período as estátuas de mulheres eram cobertas por algumas vestimentas
enquanto as estátuas masculinas já apresentavam o nu.

O período arcaico durou aproximadamente cem anos, entre 600 a.C. e 500 a.C.
Neste período houve um intenso processo de urbanização na Grécia, com grandes
avanços comerciais, culturais e sociais. A arquitetura se desenvolveu por conta das
novas demandas do processo de urbanização e ganhou novos contornos com o
domínio do mármore. Neste período as representações do corpo humano ganham mais
detalhes e a anatomia passa a ser representada de forma um pouco mais próxima ao
do corpo humano real idealizado. No final deste período as representações em
escultura já demonstravam o movimento dos corpos.

O período clássico durou de 450 a.C. a 323 a.C. e a anatomia humana passou a
ser representada com mais detalhes e mais semelhante. O nu feminino também
começou a ser representado, algo até então exclusivo do corpo masculino.

As expressões artísticas gregas serviram muito de inspiração para o mundo


ocidental, especialmente a partir do renascimento. Até hoje as formas de expressão
gregas – seja na arquitetura, na escultura ou mesmo no teatro – fascinam e atraem
pessoas interessadas em arte e serviram como base para o desenvolvimento artístico
no restante do mundo ocidental. Os adornos em colunas, os templos, as peças teatrais
e o próprio formato dos teatros bem como as representações do corpo humano nas
esculturas até hoje fazem parte das bases da cultura ocidental e fizeram a Grécia ser
conhecida como expoente artístico do mundo antigo.

A EDUCAÇÃO HELÊNICA ERA UMA EDUCAÇÃO DE BASE PROFUNDAMENTE


HUMANISTA E ÉTICA

Cientes de que a cultura é tudo o que enforma a identidade de um povo, a soma


total dos seus valores e formas de conduta, as suas estruturas de conhecimento e
pensamento, a sua linguagem e modos de comunicação; convencidos também da
superioridade da cultura helênica, os Gregos entenderam a educação como um esforço
deliberado de a encarnar, viver e ensinar, internacionalizando-a e passando-a às
gerações seguintes. Outro tanto fizeram os Romanos, que traduziram o termo por
humanistas, por ser este o melhor que encontraram para expressar o ideal da educação
helenística como um humanismo de aspiração e eleição: isto é, o de uma formação
holística da pessoa-humana, o da sua formação global e integral. Como mais tarde diria
Seneca, (Henri-Iréné Marrou, 2002), «são educativas aquelas artes. que os gregos
chamam ¨enciclopédicas¨, e os romanos chamam igualmente ¨ liberais¨», por serem
elas dignam de um homem livre e lhe prepararem o espírito para a virtude. Em
nenhuma circunstância o estudo das matemáticas, das ciências ou das tecnologias
obscurecia o das humanidades. Antes as validava e delas permanentemente se
alimentava.

A EDUCAÇÃO HELENÍSTICA ERA UMA EDUCAÇÃO INTEGRAL E


COMPLETAMENTE INTEGRADA NUM PROJETO GLOBAL

O ideal da educação helenística era a formação de um homem total, visando


o equilíbrio e a total harmonia do corpo e da alma, do carácter e do espírito, da
sensibilidade e da razão. O recurso a essas formas éticas de educação, inspiradas nas
palavras de sábios e educadores que a memória selecionou e a história consagrou,
tinha de facto uma função social bem mais importante do que a puramente escolar.
Esses sugestivos modelos de articulação linguística e literária não só faziam germinar
na alma dos alunos as primeiras sementes de sua sensibilidade artística, como também
os ajudavam a inculcar no seu espírito as tão celebradas virtudes da justiça, da
coragem, da prudência e da temperança. Ajudavam-nos a ensaiar os seus primeiros
passos no mundo complexo das convenções retóricas, mas ensinavam-lhes simultânea
e mimeticamente as normas que governam a vida de um bom cidadão, não como vago
ideal de realizações estéreis, mas como uma obrigação moral e espiritual que aponta
para a prática do bem comum.
Com a sua forma, esses exercícios prescreviam normas que graduavam as
composições do aluno e o adestravam na arte de bem servir e comunicar pela palavra;
com o seu conteúdo, eles iam sensibilizando o mesmo aluno para todo um código de
princípios e valores morais que, com o tempo, lhe haveriam de formar o seu carácter e
temperar a conduta.28 Ora estes exemplos têm para nós hoje um grande valor
paradigmático, pois são aspectos que o nosso sistema de educação, progressivamente
secularizada, acabou desvalorizando e quase perdeu de vista.29 Na sua ânsia
incontida de se concentrar em formar especialistas e técnicos, ela pode vir até a correr
o risco de deixar desumanizado o homem, e transformá-lo em uma simples peça
anônima de uma máquina. Ignorando afinal, que o mais importante é alimentar-lhe o
seu espírito e investir na sua formação global, pois uma vez formado, o espírito é uma
força admirável, perfeitamente livre e totalmente disponível.

A IMPORTÂNCIA DE SE ESTUDAR A ANTIGUIDADE CLÁSSICA NO BRASIL

Pode parecer redundante ter que argumentar acerca da importância de abordar


temas de Grécia e Roma antigas na formação de um professor de História ou mesmo
ser até desnecessário perder tempo em frisar os motivos pelos quais estudamos tais
civilizações. Porém, as discussões que ocorreram sobre o Ensino de História ao se
pensar a BNCC , nos mostram que essa é uma reflexão que sempre deverá fazer parte
de nosso ofício diante da sociedade em que atuamos como profissionais, do ambiente
aonde as políticas públicas de Educação são pensadas junto aos políticos e também,
obviamente, dos meios acadêmicos. Assim sendo o estudante assim como o professor
podem atingir um aprendizado mais amplo e cada vez mais reflexivo com um novo
método que realmente funcione na abordagem didática, assim como se referia o próprio
Patão ao abordar o mito da caverna. (PLATÃO, 1956, p.291)
Pois agora, meu caro Glauco, é só aplicar com toda a exatidão está imagem da
caverna a tudo o que antes havíamos dito. O antro subterrâneo é o mundo
visível. O fogo que o ilumina é a luz do sol. O cativo que sobe à região superior
e a contempla é a alma que se eleva ao mundo inteligível. Ou, antes, já que o
queres saber, é este, pelo menos, o meu modo de pensar, que só Deus sabe se
é verdadeiro. Quanto à mim, a coisa é como passo a dizer-te. Nos extremos
limites do mundo inteligível está a ideia do bem, a qual só com muito esforço se
pode conhecer, mas que, conhecida, se impõe à razão como causa universal de
tudo o que é belo e bom, criadora da luz e do sol no mundo visível, autora da
inteligência e da verdade no mundo invisível, e sobre a qual, por isso mesmo,
cumpre ter os olhos fixos para agir com sabedoria nos negócios particulares e
públicos¨. (PLATÃO, 1956, p.291).

Autor: Rafael
Data:15
09-1511

Locallização: Palácio Apostólico, Vaticano


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A antiguidade Clássica foi um período muito longo na história da humanidade, foi


dentro deste contexto que, consoante às ideias expostas anteriormente, estudar os
gregos e os romanos nos faz perceber algumas questões que continuam em nosso
cotidiano já eram discutidas nessas sociedades, ao descobrirmos mais sobre esses
povos conseguimos nos identificar com pessoas que viveram há mais de dois milênios
e conseguir reconhecer coisas que continua nos inspirando até hoje, percebemos que
os desejos e interesses deles eram privados e por eles se sacrificavam e torciam.
Sentimos a necessidade de construir uma História Antiga problematizada, já que
a ênfase sempre recai sobre a História do Brasil e os regionalismos próprios do estado.
Assim, o trabalho especializado junto a Antiguidade Clássica requer atenção junto ao
público atendido. Nesta ordem a própria construção dos Planos de Ensino deve ser
bem trabalhada ao levar o pensar por si que é o grande objetivo do estudo e
metodologia clássicos em um mundo aonde a reflexão individual está cada vez mais
voltada apenas a conceitos ditos ¨práticos¨ para a sociedade. A influência do mundo
clássico continua em nosso cotidiano, por meio de detalhes arquitetônicos e muitas
referências literárias ou por meio do estudo político e das sociedades antigas as,
civilizações ocidentais ao longo do tempo tentaram se comparar com esse mundo
clássico é muito necessário reconhecermos que esse passado clássico está muito
presente na nossa época e isso nos afeta de diversas maneiras e reconhecer que o
mundo greco-romano não é apenas um passado distante e sim que está presente na
nossa vida, esse período foi estudado amplamente e mesmo assim continuamos a
encontrar temática nessa área de estudo. Cabe a nós usar essa época para nosso
benefício no presente. Tem muitas razões para se estudar o Grego clássico muitas
dessas grandes razões são de caráter, ou seja conhecer o grego permite possuir
habilidades que o ajuda a desenvolver atividades intelectuais dentre elas o interesse
profissional a habilidade linguística e o conhecimento de etimologia.

Com isso chegamos a conclusão da grande importância de estudar antiguidade


clássica e seus pensadores e seus métodos de ensino visando uma melhora do
aprendizado das futuras gerações.

REFERÊNCIAS:

ARISTÓTELES. Metafisica. Editora loyola, São Paulo, Brasil 2002, 2013.

HERÓDOTO. Histórias. Livro I – Clio. Tradução, Introdução e Notas de Maria


Aparecida de Oliveira Silva. São Paulo: Edipro, 2015.

fevereiro de 2018 Gabriel Sérgio22 de fevereiro de

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2001.

GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2013.

SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Contexto,


2010.

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