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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ

Curso: Pedagogia (EAD)


Disciplina: História da Educação
Discente: Manoela da Silva Vieira
Matricula: 201909232513

Novembro
2019
Revisitando a História da Educação e projetando Perspectivas futuras

INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo entender a História da Educação, visando projetar
suas perspectivas futuras. Pois para entendermos melhor o conceito histórico atual do
Brasil, deveremos nos aprofundar em conhecer relevantes fatos do nosso passado, para
que assim, possamos projetar as perspectivas futuras de nossa sociedade.
O processo educativo passa por constantes mudanças ao longo do tempo, através da
história das civilizações. No decorrer deste trabalho, poderá se evidenciar fragmentos da
cultura antiga greco-romana em nossa educação atual.
Os movimentos revolucionários, que ocorreram a partir do século XVIII, tiveram a
necessidade de uma reorganização da economia e sociedade, sendo assim, se observou
que de um lado havia a educação técnico-fabril e do outro a educação iluminista, com a
fundamentação de uma economia cada vez mais liberal, e tendo como resultado um
processo de educação mais inovador.

DESENVOLVIMENTO
Nas aulas desta disciplina, observa-se diversos pontos que fazem a junção da nossa
história com a educação propriamente, e é por meio dela que podemos compreender e
desenvolver a capacidade de analisar a situação educacional do presente.
Inicialmente, devemos ignorar o “pré-conceito” de que a pessoa “educada” é aquela
que teve melhores oportunidades de ensino; frequentou escolas bem-conceituadas; que
foi bem instruída. A educação está ligada somente a isso, pois ela ocorre de maneira
espontânea e está presente na vida de qualquer um. Por meio de vivencias, experiências,
naturalidades e cotidianos, por exemplo. Portanto, não se resume apenas ao estudo
sistemático.

 EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE

No Egito, os jovens iniciavam seus estudos por volta dos 7 anos de idade, aprendiam
a contar histórias, ler, escrever entre outras coisas. Com o passar dos anos, aprendiam
também sobre música, matemática, astronomia e poesia.
Entre os hebreus, a educação era realizada no período de 10 anos (entre 8 e 18 anos),
nessa fase, já haviam muitas civilizações em que os pais eram responsáveis pela educação
dos seus filhos.
Na Grécia Antiga, as mulheres eram educadas até os 7 anos e os meninos eram
educados até os 14 anos. Porém, o acesso ao estudo não era direito de todas as crianças, o
acesso dependia do poder financeiro dos pais, ou seja era desigual e privilegiada.
Podemos destacar três grandes filósofos do cenário descrito acima: Sócrates, Platão e
Aristóteles.

Sócrates ( 469 a.c – 399 a.c)


Em busca de verdades universais – o caminho para a pratica do bem e da virtude,
este filosofo ateniense ficou conhecido com a frase “Conhece a ti mesmo”.
No século IV a.C, Sócrates criou a Maiêutica: método der ensino investigativo que se
baseava nas interrogações para dar luz ao conhecimento. Este método tinha duas etapas;
de início, a dúvida, de modo que o saber adquirido fosse questionado para mostrar as
contradições e fraquezas no modo de pensar; depois havia o estimulo de buscar novos
conceitos, opiniões, a fim de descobrir a verdade, excluindo o falso conhecimento.

Platão (428 a.C – 347 a. C)

Para Platão, a realidade está além das coisas aparentes que precisam ser descobertas,
sua metodologia se divide em sensível e inteligível, pois, os fenômenos estão em
constantes mudanças, mas nunca se modifica. Levanta então a tese da reminiscência, que
conduz o homem até a verdade. Sendo assim, meio de harmonização humana: música e
matemática; equilíbrio e ginastica; o exercício de dialética para com a verdade.
Para comprovar suas concepções, Platão criou a alegoria da caverna, onde
prisioneiros acorrentados de frente para a parede viam somente as sobras. Quando um
deles se libertou, encontrou uma realidade diferente. Impressionado, o preso voltou para
contar aos demais sobre o mundo que existia fora da caverna e livrá-los, mas eles se
recusaram a acreditar no homem e o mataram.
Moral da história: a educação liberta, ilumina quem está nas sobras e enaltece a verdade.

Aristóteles ( 384 a. C – 322 a. C)

Os “peripatéticos” eram alunos nativos da escola fundada em 336 a. C, cerca de 50


anos depois da Academia de Platão, quando Aristóteles abriu sua escola filosófica no
Liceu em Atenas.
“Peripatético” do grego ambulante ou itinerante”, eram os discípulos de Aristóteles,
devido ao hábito filosofo de ensinar ao ar livre, caminhando enquanto lia e dava
ensinamentos por sob os portais do Liceu, conhecidos como “peropatoi”, ou sob arvores
que o cercavam.
A escola foi estabelecida em várias casas, construídas num grande parque cheio de
árvores que Aristóteles alugou para o desenvolvimento da escola.

Podemos resumir a educação aristotélica da seguinte forma:


 A principal função da educação era conduzir o homem à felicidade.
 A educação deveria guiar o homem ao longo da vida com o ensino de conceitos
uteis e necessários para a vida prática.
 Ensino de virtude moral e bom caráter – segundo Aristóteles, não inato ao ser
humano.

A rotina de ensino de Aristóteles era dividida em dois momentos: pela manhã, ele
passeava com seus alunos ao longo do peripatos discutindo questões filosóficas mais
profundas. Era um grupo menor, mais desenvolvidos e abordavam temas que
necessitavam de um estudo mais intensivo – lógica, física e metafisica. À tarde,
evidenciava questões de menor dificuldade, mais populares, destinados ao público geral –
politica, retórica ou literária.
O método e caminhar pelos ambientes ficou conhecido como experiência empírica,
pois nestas caminhadas, Aristóteles objetivava desenvolver a observação, comparação e
percepção do mundo a sua volta, trazendo a reflexão e tornado seus alunos “seres
pensantes”.

 EDUCAÇÃO NA IDADE MEDIA

Na Idade Média, somente os filhos dos nobres estudavam. Ficou marcada pela
grande influência da Igreja, lecionavam o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras.
A maior parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso a literatura.
O processo de educação era responsabilidade da Igreja. Neste período, as escolas
eram anexas às catedrais ou a escolas monásticas, que ficavam em monsteiros, ou seja, a
Igreja tinha a função de disseminar a educação e a cultura no medievo e o seu papel foi
dominante para o nosso legado educacional contemporâneo.
A escola era dirigida por um cônego, se denominava scolariuns ou scholasticus. Os
professores eram clérigos de ordens menores e lecionavam as conhecidas sete artes
liberais: gramatica, logica, retorica, aritmética, geografia, astronomia e música, que
futuramente fizeram parte do currículo de muitas universidades.
O ensino precisava de uma autorização dada pelos bispos e diretores das escolas
eclesiásticas, que por serem submissas à Igreja, dificultavam ao máximo a autorização.
Devido à essa limitações, professores e alunos se organizam em associações denominadas
universitas como forma de reação, que mais tarde originou a palavra universidades. Eram
compostas por quatro divisões ou faculdades. A faculdade de Artes era onde a educação
acontecia de forma geral, as faculdades de Direito, medicina e Teologia abordavam o
conhecimento de forma mais especifica. Os diretores eram chamados de decanos e
escolhidos pelos professores.
Os cursos oferecidos eram em latim, exigia que os estudantes se empenhassm e
fossem muito dedicados. O estudo das sete artes liberais era dividido em dois ciclos: o
trivium (grámatica, retórica e a lógica), o quadrivium(aritmética, geografia, astronomia e
música). De acordo com o grau de afinidade, os estudantes eram distribuídos pelos
cursos de direito, medicina e teologia e viviam em calorosas discussões com a população
rotineiramente. De um modo geral, os estudantes eram humildes e viviam internos em
colégios com rígidas formas disciplinadoras. Com o tempo, esses colégios formaram os
campos de estudos autônomos, alguns deles ainda existem e são renomados
mundialmente, como por exemplo os de Oxford, Cambridge e o de Sorbonne.
Com a reforma protestante e o renascimento, houve um resgate dos valores
atenienses nos discursos sobre os objetivos da educação. Com a formação dos Estados
Nacionais, o conhecimento passa a ser transmitido pela escola, tendo o professor como
autoridade e detentora do saber, visando a ordem e a disciplina.
Esse modelo de educação se transmitiu pelos séculos XVIII E XIX, influenciados
pela revolução industrial e por regimes democráticos que se propagaram até então. O
acesso à educação, passa a ser uma reivindicação enquanto direito do cidadão. Tornou-se
então um modelo de educação conteudista, que acompanhou os ideais da industrialização.

 EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA


Esse modelo de educação centrado no professor como transmissão de conhecimento
se expandiu ao longo dos séculos XVIII E XIX, influenciado pela Revolução Industrial e
a urbanização e aumento demográfico; fortalecimento e expansão de regimes
democráticos; influenciou a reivindicação do acesso a escola como direito do cidadão e à
educação passa a ter a função de formar cidadãos cientes de direitos e deveres, capazes de
exercer perante a sociedade.
Em meados do século XIXI, as instituições de ensino foram caracterizados por sua
hierarquia e autoritarismo, sendo questionado por educadores como Montessori, na
Europa e John Dewey nos Estados Unidos, que foram motivados pelo desenvolvimento
dos estudos de psicologia sobre aprendizagem e desenvolvimento humano, criticavam a
forma como os conteúdos curriculares eram impostos em sala de aula, esses e outros
educadores passaram a reivindicar a participação ativa dos alunos no processo de
aprendizagem. Essas propostas tinham o intuito de resgatar princípios atenienses de
educação ao valorizar a vivencia anterior do aluno e seus prévios conhecimentos à
aprendizagem.

Vamos ressaltar alguns conhecimentos deste período:


 Reforma protestante de Lutero e educação (Século XVI) – Foi fundamentada
na escolástica medieval, possuía bases teóricas solidas, criticando severamente
ao ensino universitário e nos conventos, sugeriu novos métodos no processo
educativo.
 Contrarreforma, companhia de Jesus e educação – A Igreja Católica
confrontando aos ataques de Lutero, implantou a contrarreforma. O Papa João
III, convocou o Concilio de Trento. Então, a Companhia de Jesus ou Ordem
dos Jesuítas foi reconhecida definitivamente reconhecida pela Igreja.
 Revolução Cientifica (Século XVII) – Muitos cientistas eram padres que se
formavam em escolas católicas, sendo assim, a Igreja teve uma imensa
contribuição para os avanços da ciência.
 Didática Moderna ( Século XVIII) – Entre os séculos XVI e XVIII, Comenius
definiu a didática como “arte de ensinar”, retomando os clássicos para
construir a própria didática.
 Iluminismo (Século XVIII) – Este século ficou marcado como século das
luzes, pois os iluministas tinham como principal objetivo “iluminar as trevas”,
pois consideravam todo pensamento anterior equivocado pelo obscurantismo
das Igrejas. Foi o auge da razão, que combatia o Teocentrismo da Idade
Média, considerando o homem centro de tudo, o Antropocentrismo.
 Século XIX- Nesse período começa a ressignificação da figura do aluno e por
consequência a relação professor – aluno.

BRASIL

A educação no Brasil nasceu em 1549, quando os primeiros jesuítas


desembarcaram na Bahia. A educação era focada apenas na catequização, pois a
Igreja Católica mantinha uma relação estreita com o governo de Portugal. Tinham
como objetivo convencer o índio brasileiro à fé cristã. As aulas direcionadas para
os índios, eram ministradas em escolas improvisadas, construídas pelos próprios
índios, as chamadas missões; para os filhos dos colonos as aulas eram dadas em
locais mais estruturados com investimento mais pesados. Estes recebiam o
conhecimento em colégios.
“Os índios são papel em branco” – Padre Manuel de Nóbrega, A educação
dos índios, principalmente da tribo curumim, era uma tarefa encampada pelo
padre José de Anchieta, um dos pedagogos mais atuantes da Companhia de Jesus.
Para educar os índios, ele utilizava muitos recursos que ainda são atuais em
algumas escolas como o teatro, a música e a poesia. Podemos considerar Anchieta
como um dos nomes de maior destaque da educação brasileira.
De outro lado, com um atendimento diferenciado, estavam os filhos dos
portugueses. Eles também frequentavam as aulas dos jesuítas, porém com um
ensino mais aprofundado, inclusive com acesso a outras matérias. Esta diferença
de ensino para reste público era um pedido feito pela própria elite colonial que
residia no Brasil.
A hierarquia dos portugueses dava o direito sobre todas as propriedades da
família para o primogênito; o segundo filho era enviado os colégios e completaria
seus estudos superiores na Europa; o terceiro seria entregue à Igreja para construir
uma vida religiosa. A educação letrada no Brasil colonial era direcionada somente
aos homens. As mulheres não tinham acesso aos colégios, eram educadas somente
para a vida doméstica e religiosa.
Por mais que houvesse um ensino diferenciado entre os índios e os filhos dos
colonos, a educação tentava seguir um documento curricular: o Ratio Studiorum,
que foi elaborado em 1599, a diretriz curricular tinha como base o conteúdo
pensado na Igreja. No Ratio, constava o ensino da gramatica media e superior; das
humanidades, da retórica, da filosofia e da teologia. Do ensino das letras,
começava a se formar uma organização da sociedade hierarquizada pelo acesso à
alfabetização. Ou seja, teria maior oportunidade de prosperar na colônia aquele
que aprendesse a ler e escrever. Na
Companhia de Jesus, os comportamentos exemplares eram cobrados pelos padres,
os alunos que faltasse com respeito aos princípios morais cristãos eram punidos.
Até ser expulsa do Brasil, a Companhia de Jesus fundou 25 residências, 36
missões e 17 colégio e seminários.
Marquês de Pombal, primeiro – ministro de Portugal, expulsou os jesuítas
remodelando totalmente o sistema de ensino brasileiro. Por ordem do Estado, os
jesuítas tiveram seus livros e manuscritos destruídos pelos portugueses, e a
religião foi deixada de lado nos currículos escolares.
Trava-se de uma tentativa de introduzir matérias mais praticas no dia a dia
escolar. Entre a expulsão dos jesuítas e a organização de um novo modelo no
Brasil, no entanto, o país amargou um hiato de cerca de dez anos sem uma escola
estruturada.
Pombal tinha convicções de que precisava mudar a educação no Brasil, com
ideais iluministas. Isso acontece formalmente em 1772, a reforma pombalina.
Após estas mudanças, o Brasil dá seus primeiros passos na criação de um ensino
público. A desestruturação da escola jesuíta, mas, fez com que os índios
perdessem espaço no sistema de ensino. Por outro lado, essa reorganização
transformou o professor em uma figura central do processo de ensino.
Foram criadas as aulas régias, ministradas por docentes concursados que
eram funcionários do Estado. Essas aulas eram ministradas nas casas dos próprios
professores.
Uma das principais dificuldades enfrentadas pelo governo português foi a
pulverização dos locais de ensino, pois além de não dar conta da formação de
professores, deixou vários jovens sem acesso às aulas. Não havia sistema de idade
escolar. Eram atendidas crianças a partir dos sete anos, mas não havia limite para
o tempo de estudo. O ensino após as reformas pombalinas foi menor que as
práticas estruturadas pela Companha de Jesus.
Em 1808, com a chegada da família real ao Brasil fugida da Europa devida a
invasão de Napoleão a Portugal, foi um dos marcos mais importantes para a
educação no Brasil, pois desembarcaram no Rio de Janeiro cerca de 60 mil livros,
que deram origem à Biblioteca Nacional. Com a presença da coroa portuguesa,
houve também alguns investimentos educacionais, que culminaram a criação das
primeiras escolas de ensino superior, que tinham como foco preparar
exclusivamente, os filhos da nobreza portuguesa e da aristocracia brasileira.
Segundo a historiadora Maria de Lourdes Fávaro, estes locais tiveram duas
características marcantes: o ensino profissionalizante e a preparação para o
trabalho no serviço público. Na Bahia, os primeiros cursos criados foram nas
áreas de medicina e economia. Em 1818, em Salvador foi criado o curso de
Desenho Industrial. No Rio de Janeiro, além do curso de medicina, foram abertos
locais para ensinar práticas de agricultura e química. Apenas nesses dois estados
as escolas de ensino superior foram instaladas.
Durante o período Imperial, a educação não obteve muitos avanços, apesar do
pais ter se tornado independente em 1822. A corte portuguesa determinou a
gratuidade do ensino, porém não representou de fato investimentos em
construções de escolas com espaços físicos adequados e nem contratação de
professores bem qualificados e uso de método e materiais didáticos específicos. A
falta de prioridade de investimento prejudicou as classes mais populares do pais.
Os filhos de famílias mais nobres tinham fácil acesso ao colégio e cursavam
universidades em Portugal.
Em 1827 foi sancionada a primeira lei brasileira que tratava exclusivamente
da educação. Em seu 1º artigo diz que “Em todas as cidades, vilas e lugares mais
populosos, haverão as escolas de primeiras letras que forem necessárias”. Essa
nova regra também passou a incluir meninas às escolas de letras do Estado, onde
só haviam meninos. Ainda não tinha sido definida uma duração de tempo para o
ensino primário, mas a lei foi o início de uma nova forma de organização.
No artigo 6º, constava no texto o ensino da leitura, escrita e matemática, além
dos princípios de moral cristã da religião católica e da história do Brasil. No
mesmo texto, havia a previsão de que os professores deveriam complementar sua
formação de forma individual (o Estado não arcaria financeiramente a capacitação
do docente).. O. Ainda predominavam os professores régios no país, devido a
reforma pombalina do século 18.
Apenas após alguns anos a preocupação com a formação do professou se
tornou uma prioridade. Os concursos para contratação dos professores avaliavam
como mais importante que a formação, o nível de conhecimento sobre os assuntos
de sala de aula. Em 1834, foi inaugurado pelo governo monárquico a primeira
escola de formação de professores, a Escola Normal de Niterói. Durante os
primeis 50 anos de funcionamento, as escolas eram quase que exclusiva para
homens.
No período regencial, ocorreu uma reforma na Constituição que prevalece até
os dias de hoje. No chamado Ato Adicional instituído pelo governo, ficou
definido que o ensino elementar, o secundário e a formação de professores seriam
de responsabilidade das províncias, e o ensino superior ficaria sob
responsabilidade do poder central. Foi fortalecida a descentralização do ensino,
como consequências negativas para a organização da educação no país.
Após a proclamação da República, aconteceram algumas reformas. A
primeira foi do ministro da Instrução, Benjamin Constant, em 1890 com foco no
ensino superior. As escolas bases, não eram prioridade nos primeiros governos.
Uma das heranças do período imperial brasileiro na Constituição Republicana
de 1891 foi a dualidade do sistema escolar: as escolas mantidas pelo governo
federal eram destinadas aos mais ricos, as camadas mais pobres ficavam com os
colégios do sistema estadual, que apesar do investimento maior após a lei
republicana, eram locais com estrutura carente e professores com baixa
qualificação.
A partir da década de 1920 o movimento da Escola Nova ganhou força no
ambiente educacional, que teve reformas estaduais inspiradas nas ideias
escolanovistas. O educador Anísio Teixeira era uma grande liderança do
movimento. A Escola Nova no Brasil, ficou marcada pela tentativa de tornar a
educação mais inclusiva e moderna, com uma educação prática de vida, tendo
como base as ideias do filosofo americano John Dewey.
Apesar de ter fracassado, o modelo de escolas parque na Bahia e no Distrito
Federal foi um produto da Escola Nova. “ Alguns estados conseguem se
desenvolver mais, como Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande
do Sul, mas em toda parte vemos esse esforço”, diz Rosa Fátima. Nesse período,
mesmo na rede privada, inicia-se uma preocupação com a educação infantil.
Em 1920 foi fundada a Associação Brasileira de Educação (ABE), criada por
Heitor Lira. Tinha a função de promover os primeiros grandes debates sobre a
educação em nosso país. Mesmo com as tentativas de avançar com uma
implantação de um sistema educacional consistente, o analfabetismo entre jovens
e adultos continua assolando a sociedade, sendo um problema de âmbito nacional.
Segundo o IBGE, A taxa de analfabetismo na década de 1920 para pessoas a
partir dos 15 anos era de 65%. Esse percentual só foi baixar da metade da
população na década de 1940, quando reduziu para 40%, o que representava
aproximadamente 15 milhões de pessoas.
Com o golpe de 1930, alguns nomes de projeção na educação da década
anterior ocuparam posições de destaque no cenário educacional. No governo de
Getúlio Vargas, mesmo com o controle de ideologias que haviam em salas de
aula, inicia-se um movimento para a criação de um sistema organizado de ensino.
Uma das primeiras iniciativas foi a criação do Ministério da Educação que foi
primeiramente ocupado por Francisco Campos.
A Constituição de 1934 foi a primeira a incluir em seu texto um capítulo
inteiro sobre a educação, devido à forte centralização nacional do período de
Vargas, o sistema educacional seguia as orientações e determinações do governo
federal. A autonomia dos Estados era bastante limitada e regulada. Em 1942 foi
regulamentado o ensino industrial. No mesmo ano surgem as escolas do SENAI,
direcionadas às camadas mais humildes da população.
A educação como “ um direito de todos” só apareceu na Constituição após o
governo de Vargas. No fim da década de 1940 as escolas secundárias têm forte
expansão e perderam aos poucos, seu caráter elitista, por mais que o acesso ainda
não fosse para todos. Segundo o Ministério da Educação e Cultura, em 1940,
eram 155 mil frequentadores dessa fase escolar. Dez anos depois, o número sobe
para 365 mil. No ensino profissionalizante, a quantidade de alunos mais que
dobrou. Nesta época, as ideias do pedagogo Paulo Freire ganham repercussão
nacional, principalmente seus métodos de alfabetização e educação da população
carente.
A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) foi promulgada em
1961. Este documento institui um, núcleo de disciplinas comum a todos os ramos.
Porém na segunda atualização da LDB, mas, que se torna possível enxergar um
sistema de ensino mais parecido com o atual, mostra que neste período cresce a
participação das mulheres no ensino público.
Neste documento, de 1971, fica obrigatória a conclusão do primário, fixado
em oito anos, e passam a utilizar os termos 1º e 2º grau. Nesta segunda fase
escolar, procura-se definir um caráter mais técnico, por preferencias dos militares
que comandavam o pais. Isto prevalece até 1982.
Essa estruturação permanece até a LDB de 1996, onde passa a valar a
denominação de Ensino Fundamental e Ensino Médio, incluindo esses períodos
como etapas da educação básica. Integrando oficialmente a Educação Infantil, que
passou a ganhar mais relevância no cenário nacional.
Por mais que a construção da educação brasileira tenha quase 500 anos, o país
ainda enfrenta sérios problemas na área. O analfabetismo é o principal deles. O
Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que o problema deva ser extinto
até 2025. Porém, os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), são desanimadores. Em 2017, por exemplo, foram computados 12
milhões de analfabetos, o que representa cerca de 7,2% da população adulta. O
mesmo PNE, estabeleceu uma meta de 6,5% até 2015.

EDUCAÇÃO NOS DIAS ATUAIS


Nos dias atuais, ainda enfrentamos os desafios do passado, como a
universalização da educação, que é um direito de todos presente na nossa atual
constituição. Porém nos vemos diante de um desafio ainda maior: as transformações
que aconteceram nos últimos 30 anos revolucionaram todos os setores da nossa
sociedade, mas nosso modelo educacional continua o mesmo.
Atualmente a EAD (educação a distância) tem grande crescimento no Brasil,
tornando o ensino superior mais acessível, mas ainda há muito preconceito em cima
deste modelo de educação.
Outro grande desafio é conscientizar o aluno dos ensinos fundamentais e médio da
sua importância no processo de ensino – aprendizagem. A educação ainda é centrada
no professor e na transmissão vertical de conhecimentos, impondo toda a
responsabilidade do sucesso ou fracasso escolar sobre o professor.
Creio que o pais caminha a passos lentos em rumo de uma educação de qualidade
para todos, aqui no Brasil existe todo um “pré – conceito” onde só ouvimos falar que “as
escolas são ruins”, “os professores mal formados”, “os alunos desinteressado, “os
gestores não se importam com a educação”, “o sistema é arcaico e não funciona” e
outras coisas do tipo. Estes dizeres, que informam e até tentam justificar, mas que não
mostram diretamente e desta forma não explica absolutamente nada sobre o fato da
educação brasileira ser muito precária e está sempre colocada na rabeira nos rankings
internacionais, mesmo em competições com a presença de países infinitamente
inferiores ao Brasil em outros aspectos.
Podemos o concluir então que antes de mais nada devemos nos preocupar com a
imagem que transmitimos para com nós mesmos. Como profissionais, devemos sempre
buscar maneiras e não desculpas para “aliviar” os problemas enfrentados diariamente
em sala de aula, pois se cada um de nós tiver como principal objetivo a melhoria em
nossa Educação, aos poucos conseguiremos alcançar as mudanças e melhorias
necessárias.

REFERÊNCIAS

https://www.infoescola.com/pedagogia/historia-da-educacao/
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/educacao-na-idade-media.htm
https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/a-historia-da-educacao-no-brasil-uma-
longa-jornada-rumo-a-universalizacao-84npcihyra8yzs2j8nnqn8d91/

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