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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ


CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO – BLOCO  01
CARGA HORÁRIA: 60 h/a
                            PROFESSOR Me. JOSÉ ADERSINO ALVES DE MOURA

         GRUPO 03 - FICHAMENTO DE TÓPICOS/ QUESTÕES ORIENTADORAS/


(UNIDADE02)

 FICHAMENTO DE TÓPICOS
TÓPICOS: Pedagogia (tópicos 1. /2.)

 QUESTÕES ORIENTADORAS (Responder um mínimo de 50%)

1. Relacione surgimento da burguesia, economia capitalista, renascimento


científico e mudanças na educação.

Durante esse período persistiam as contradições no que diz respeito ao processo de


divisão da ordem feudal e da ascensão da burguesia com a consequência do
desenvolvimento do capitalismo houve e intensificação do comércio, que agregou
características empresarias a colonização, o renascimento cientifico por sua vez foi
compreendido como expressão da ordem burguesa, marcado pelas invenções e as
descobertas tornaram essa nova concepção de ciência inseparável ao crescimento da
indústria, a burguesia necessitava de ciência que investigasse.
Educação religiosa: marcada pelos jesuítas representavam o ensino tradicional mais
conservador, desprezavam o ensino da ciência e filosofo modernos.
Educação pública: em 1619 o Ducado de Weimar regulamentou a obrigatoriedade
escolar para as crianças de 6 a 12 anos, sobre influência e direções foram fundadas
diversas escolas gratuitas para as crianças pobres e um seminário para a formação de
mestre. Acadêmicos: as academias do século XVI não eram escolas institucionalizadas
porém visam a atender aos interesses da nobreza da formação cavalheiresca de seus
filhos.
2. Comente: o interesse pelas questões do método, no século XVII, relaciona-se
com a busca do realismo na pedagogia.

Este século foi caracterizado pelo cuidado com o método na filosofia, na ciência e na
educação, na pedagogia realista contrariava a educação antiga, excessivamente formal
e retorica. Preferiu o rigor das ciências da natureza buscando superar a tendência
literária e estética próprio do humanismo renascentista.

3. A educação religiosa ainda era muito forte no séc. XVII. Além da Companhia
de Jesus, surgiram outras congregações, como a do Oratório e Jansenistas. Qual o
principal ponto de avanço e/ ou divergência dessas congregações, em relação à
Companhia de Jesus? Argumente.

Congregação do Oratório, fundada em 1614. Opositores constantes do sistema


jesuítico, seriam seus substitutos quando a Companhia de Jesus foi dissolvida, no
século XVIII. Acolheram as novas ciências e a filosofia cartesiana (do filósofo
Descartes); ensinavam o francês e outras línguas modernas, além do latim; estudavam
história e geografia com o uso de mapas; encorajavam a curiosidade científica e
utilizavam um sistema disciplinar brando.
Os jansenistas constituíram outro grupo religioso que também se opôs ferrenhamente
aos jesuítas. Organizaram as famosas “pequenas escolas”, que em breve tempo
desempenharam importante papel na formação de líderes para a Igreja e o Estado.
Inspirados por Jansênio, consideravam a natureza humana intrinsecamente má e
retomaram os temas agostinianos da graça e do pecado. Desejosos de promover a
reforma moral e espiritual na Igreja Católica, julgavam que a finalidade da educação
era impedir o desenvolvimento da natureza corruptível. Por isso, o número de alunos
em cada classe deveria ser pequeno, para que a vigilância fosse constante e segura.
Apreciavam a filosofia de Descartes e escreveram manuais de lógica (conhecida por
lógica de Port-Royal). A racionalidade, valorizada como exigência de rigor e de
clareza de ideias, seria capaz de auxiliar no combate às paixões. É bem verdade que,
para eles, também a razão nada era sem a fé, sem a graça divina. Dentre seus
seguidores, destacou-se o filósofo Blaise Pascal.

4. A filosofia moderna no século XVII surge retomando a discussão sobre o


problema do conhecimento, com duas correntes filosóficas opostas, a partir de
Descartes e Bacon/Locke, impactando a pedagogia até os dias atuais. Cite essas
correntes e explique sua argumentação principal.

Descartes (1596-1650), considerado o Pai da Filosofia Moderna. Ao analisar o


processo pelo qual a razão atinge a verdade, usou o recurso da dúvida metódica. A
partir da capacidade ordenadora do conhecimento pelo sujeito que conhece, Descartes
introduz uma grande modificação no pensamento moderno: “O pensamento,
metodicamente conduzido, encontra primeiramente em si os critérios que permitirão
estabelecer algo como verdadeiro”. Ou seja, trata-se da “crença na autonomia do
pensamento, a ideia de que a razão, bem dirigida, basta para encontrar a verdade, sem
que precisemos confiar na tradição livresca e na autoridade dos dogmas. O espírito
humano tem em si os meios de alcançar a verdade, se souber cultivar sua
independência e conduzir-se com método”. A certeza é possível porque o espírito
humano já possui ideias gerais claras e distintas, que não derivam do particular, mas
são inatas (porque inerentes à capacidade de pensar) e, portanto, não estão sujeitas ao
erro. A primeira ideia inata é o cogito, pelo qual nós descobrimos como seres
pensantes; depois, são inatas também as ideias de infinitude e da perfeição (por isso
podemos ter a ideia de Deus), e as ideias de extensão e de movimento, constitutivas do
mundo físico. Enquanto o racionalismo de Descartes prioriza a razão, na consciência,
como ponto de partida de todo conhecimento, Bacon e Locke desenvolvem a
concepção empirista.
O filósofo inglês Francis Bacon valoriza a indução e insiste na necessidade da
experiência, criticando o caráter estéril da lógica aristotélica, predominantemente
dedutivista.
Na mesma linha, Locke afirma que nada está no espírito que não tenha passado
primeiro pelos sentidos. Portanto, ao contrário do racionalismo, o empirismo enfatiza o
papel da experiência sensível no processo do conhecimento. O que não significa
depreciar o trabalho da razão, mas privilegiar a experiência, subordinando a ela o
trabalho posterior da razão. Locke critica a teoria das ideias inatas de Descartes,
afirmando que a alma é como uma tábula rasa (tábua sem inscrições), por isso o
conhecimento só começa após a experiência sensível.

5. Compare as semelhanças e diferenças que existem entre a pedagogia do


Renascimento e a do século XVII.

No século XVII, essas ideias, associadas ao renascimento científico, influenciaram os


pedagogos, cada vez mais interessados pelo método e pelo realismo em educação. A
ênfase maior estava na busca de métodos diferentes, a fim de tornar a educação mais
agradável e ao mesmo tempo eficaz na vida prática. Ser realista (do latim res, “coisa”)
significa privilegiar a experiência, as coisas do mundo e dar atenção aos problemas da
época. Por isso, cada vez mais os autores usavam o vernáculo: nas escolas, apesar de
persistir o ideal enciclopédico do período anterior, a língua materna se sobrepunha ao
latim e a educação física era também valorizada. A pedagogia realista contrariava a
educação antiga, excessivamente formal e retórica. Ao contrário, preferia o rigor das
ciências da natureza, buscando superar a tendência literária e estética própria do
humanismo renascentista. Por considerar que a educação devia estar voltada para a
compreensão das coisas e não das palavras, a pedagogia moderna exigia outro tipo de
didática. No trabalho de instauração dessa escola se empenharam educadores leigos e
religiosos.

6. Como se caracteriza o realismo na pedagógico? Analise.

Esta pedagogia valoriza o rigor das ciências naturais em detrimento das ciências
literárias e estética do humanismo renascentista. Neste período onde a técnica começou
a ser valorizada e o método escolástico perdeu espaço a pedagogia Realista ganha
força, influenciada pelas ideias do renascimento científico. Com maior interesse do
método e realismo na educação, busca metodologias que tonem mais agradáveis
(componente humano) e eficaz (componente técnico).

7. Trace as principais características da pedagogia de Comênio e identifique os


aspectos que ainda a tornam bastante atual.
A obra mais importante de Comênio, Didactica Magna, marca o início da sistematização da
pedagogia e da didática no Ocidente. Foi um pastor protestante e produziu uma obra bastante
extensa defendendo a otimização do ensino e a escola democrática para a vida (“ensinar tudo
a todos”). Para Comênio, o ponto de partida da aprendizagem é sempre o conhecido, indo do
simples para o complexo, do concreto para o abstrato. Em seus trabalhos, ele denota especial
atenção ao método, à organização do conhecimento, ao emprego racional do tempo de estudo,
à noção de programa, ao cuidado com o material didático e à valorização do mestre como guia
do processo de aprendizagem. A pedagogia de Comênio prescrevia que o ensino levasse em
conta a evolução mental do aluno. Para atender a essa exigência, dever ia a escola desenvolver
primeiramente a intuição sensível depois a memória, as ideias abstratas, e, por último, a
capacidade de julgar. Um das principais heranças deixada por ele foi a do ideia de
universalização do ensino e suas didáticas.

8. Relacione a filosofia política de Locke com a sua pedagogia liberal. Explique


por que a pedagogia de Locke pode ser considerada elitista.

9. Qual é a importância e a novidade da pedagogia de Fénelon?

Fénelon viveu na França e foi preceptor de um dos netos do absolutista Luís XIV,
conhecido como Rei Sol. Vivendo na corte, observava com atenção a superficialidade
e frivolidade das mulheres, geralmente muito dadas a mexericos e ações tolas. A
maioria era semianalfabeta, e algumas, precariamente instruídas, tinham a intolerável
afetação que resulta da cultura mal digerida. A importância e a novidade: Para
Fénelon, esses defeitos das mulheres vinham da falsa educação, então foi daí que veio
o seu empenho em estabelecer novas diretrizes da educação feminina.
Pedagogia de Fénelon: recomendava uma educação alegre, com base mais no prazer
que no esforço, para que as moças adquirissem instrução geral: gramática, poesia,
história e leitura selecionada de obras clássicas e religiosas.

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