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Resumo de “A FILOSOFIA DE WITTGENSTEIN”

Aluna: Gabrielle Bonfim Lima

1 A origem da filosofia analítica


A Filosofia Analítica é um movimento filosófico, originado no século XX, que se baseia no
conceito de que a Filosofia deve utilizar técnicas lógicas para obter clareza conceitual e que
deve ser consistente com o sucesso da Ciência Moderna. Para muitos filósofos analíticos, a
linguagem é a ferramenta principal e a Filosofia consiste no esclarecimento de como se deve
utilizá-la.
Durante os anos 1910-1930, filósofos analíticos, como Russell e Wittgenstein, se empenharam
em criar uma linguagem ideal para a análise filosófica, que seria destituída das ambiguidades
da linguagem comum. Os filósofos analíticos acreditavam que tais ambiguidades
frequentemente prejudicavam a Filosofia.

2 A teoria das descrições


É amplamente reconhecido que a teoria do sentido proposicional desenvolvida por
Wittgenstein no Tractatus é herdeira da teoria das descrições de Russell. Igualmente
reconhecido é o fato de que a teoria tractariana do sentido proposicional vem acompanhada
de uma versão de atomismo lógico segundo a qual a análise de toda proposição deve poder
chegar a nomes que se referem a objetos simples que subsistem independentemente do que
seja o caso no mundo
Uma das principais motivações da teoria das descrições é explicar o sentido de sentenças nas
quais ocorrem sinais que, aparentemente, se referem a entidades inexistentes. Um exemplo já
clássico é o da sentença -O atual rei da França é calvo-. Para Russell, assim como para o
Tractatus, os significados dos sinais estão assentados em sua relação com o mundo. Uma vez
que não há no mundo um atual rei da França, surge então o problema de se explicar o
conteúdo significativo do sinal que, aparentemente, o designa e das sentenças nas quais ele
ocorre. A teoria das descrições dirá que tais sentenças devem poder receber uma análise na
qual um sinal como -O atual rei da França- seja substituído por outras expressões as quais
possuem, elas sim, um referente, e cuja combinação equivale à afirmação da ocorrência do
complexo supostamente referido pelo sinal original.

3 O atomismo lógico e o Tractatus


Atomismo Lógico é uma crença filosófica desenvolvida da Filosofia Analítica. Seus principais
influenciadores foram Russell e  Wittgenstein. A teoria defende que o mundo consiste em
"fatos" lógicos definitivos (ou "átomos") que não podem ser quebrados além disso. Tendo
proposto originalmente essa posição em seu Tractatus Logico-Philosophicus, Wittgenstein a
rejeitou em suas Investigações filosóficas mais tarde.
De acordo com tractatus tudo o que pode ser pensado também pode ser dito, os limites da
linguagem são o pensamento. Todos os problemas metafísicos decorrem da tentativa de dizer
o que não pode ser dito.
Wittgenstein dividiu todas as sentenças complexas e atômicas, afirmando que as primeiras
eram construídas a partir das segundas mediante regras de formação, que podiam ser
integradas detalhadamente pela lógica de Russell. As sentenças atômicas são aquelas que
empregam os primitivos de linguagem. O constituinte mais básico do mundo é o que
corresponde a sentença atômica.
Os fatos complexos correspondem a proposições complexas e, para compreendê-los é
necessário compreender a complexibilidade da linguagem. Essa complexidade é
proporcionada pela lógica. Muitas vezes algumas se sentenças parecem básicas mas, de fato
são complexas, muitas vezes são coisas que nos referimos, são construções lógicas (ou ficção).
Wittgenstein foi menos específico que Russell e certamente menos que os positivistas lógicos,
o Tractatus proporcionou todo um sistema de argumentação filosófica, no que se refere a que
fatos são atômicos e que fatos não o são. Ele pretendia anunciar claramente a estrutura lógica
do mundo, não se preocupando com seu conteúdo real.

4 Wittgenstein e a análise de linguística

Em suma, Wittgenstein quiz dizer na análise linguística que a nossa língua é bastante complexa
e aberta, assim, ela acaba obscurecendo o fato de que ela serve para designar os fatos, as
coisas desse mundo. A análise linguística entra nesse momento, para que possamos encontrar
uma estrutura lógica, através de uma análise lógica da linguagem cotidiana, só que precisamos
entender a sua estrutura de funcionamento com a ajuda da filosofia (mais precisamente da
filosofia analítica; ela que faz a análise da linguagem para clarear essa estrutura de
funcionamento, pois nossas proposições tem que designar os fatos e as coisas desse mundo.
Onde, pegamos proposições complexas e decompomos até chegar aos seus menores
elementos que são os nomes, que veremos se designam coisas.

5 O segundo Wittgenstein

Wittgenstein diz que o problema maior não é saber o que a linguagem é, mas sim como ela
funciona. Este concepção da linguagem no segundo Wittgenstein tem por base alguns
conceitos que se relacionam, dando significado à linguagem, a saber, o uso, regras e os jogos
de linguagem, o que caracteriza a linguagem como relação entre indivíduos que fazem uso dos
mesmos jogos de linguagem, ou seja, indivíduos que compartilhem das mesmas “formas de
vida”, onde a linguagem flui naturalmente, onde o significado das palavras não é dado
ostensivamente, em uma relação direta com os objetos ao qual se refere como assim queria
no Tractatus, mas encontra-se no acento a qual o significado se torna evidente dentro dos
infindos modos de vida.

6.O argumento da linguagem privada

O argumento desenvolvido pela posição Wittgensteiniana é o que veio a ser mais mais
conhecido como o “argumento da linguagem privada”. Ocorre em diversas versões das
investigações filosóficas.

Ele afirma que se pode inventar um nome completamente distinto para as coisas de modo que
somente eu compreendesse aquilo, como uma linguagem privada que não pudesse
compartilhar com o mundo. Um vocabulário e uma gramática desconhecida dos demais, um
código próprio que somente quem o criou pudesse compreender.
O argumento da linguagem privada de Wittgenstein nega que tal coisa seja possível.
Basicamente, faz isso por rejeitar a noção de que as palavras tenham como referentes diretos
as sensações, que elas representariam.

7.A prioridade da terceira pessoa

Wittgenstein argumentou que percebemos e compreendemos o comportamento humano de


maneira diferente daquela pela qual percebemos e compreendemos o mundo natural.
Explicamos o comportamento humano apresentando razões e não causas. Dirigimo-nos ao
nosso futuro tomando decisões e não fazendo predições. Compreendemos o passado e o
presente da humanidade por meio de nossos objetivos, emoções e atividade, e não mediante
teorias preditivas.

Assim, é de se anotar que a prioridade dada à terceira pessoa traz duas conseqüências diretas,
sendo a primeira o fato de que considerada isoladamente, a investigação iniciada pela primeira
pessoa não leva a lugar algum. A segunda é que não há diferença entre ser e parecer quando
se contempla as próprias sensações.

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