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AGRAMATICA

TRADICIONAL
Histoia critica

Francisco Edluardo Vieira

Tb o
2toPArre
Rey

FONTE
CIP BRASIL. CATALOGAÇÃO NA
DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
SINDICATO NACIONAL

V715g
Vieira Francisco Eduardo
Eduardo Vielrd.
A gramatica tradicional história critica/Francisco

ed. Sao Paulo: Parábola, 2018.


256 p. 23 cm. (Lingualgem) ; 80)
Inclui bibliograha e indice
ISBN 978-85-7934-139-7
Brasil.
1. Lingua portuguesa Gramática. 2. Linguistica História
Titulo. Il. Série.
CDD:469.7981
18-47513
CDU: 821.134.3 36

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por escrito da Parábola Editorial Ltda.
ISBN: 978-85-7934-139-7
do texto: Francisco
G da
Eduardo Vieira, 2018
edição: Parábola Editorial, São Paulo, abril de
2018
arrOs
rr (2011), recorre em
Cunha & Cintra a
portuguës de Portugal (praticamente sem equivalência
menções desimplista
enre
variação) e o
ortuguès culto formal do Brasil, sendo as diferenças linguísticas entre os
dois resultantes da existencia no
paises Brasil de um portugus informal,
popular, vulgar.
Alguns autores, como Leite (2006), reconhecem em Cunha & Cintra,
sobretudo nas ediçoes a partir de 2007, o abrandamento de certas caracte-
risticas da tradiçao gramatical luso-brasileira em proveito de compromissos
com outras vertentes teórico-metodológicas dos estudos linguístico-grama-
ticais ocidentais. Por exemplo, ainda que a gramática tradicional continue
sendo o sustentaculo epistemológico e terminológico de Cunha & Cintra, o
desenvolvimento da obra é apoiado também em teorias 1linguísticas moder-
nas, como a sociolinguistica, a fonética acústica ea fonologia estruturalista
Além disso, embora o foco da gramática seja o português escrito padrão,
há alguns comentários marginais sobre o português falado (muitas vezes
considerado sinónimo de portugu s coloquial, familiar, vulgar), quando
parece ser relevante tratar de valores afetivos e expressões idiomáticas.
Nesse sentido, os autores também reservam um capítulo para a colocaçao
das
dos pronomes átonos no Brasil, sem a comum interdição prescritiva
regularidades que nos caracterizam.
da lin-
Em suma, Cunha & Cintra registram alguns traços gramaticais
ainda que não operem no âmbito das variedades geográ
gua dos brasileiros,
nem se afastem do PTG
ficas e sociais (apenas no de modalidade e registro),
constitutivos. continuam construindo um modelo ar-
Afinal,
em seus traços
correta, centrados na
tificial e ideal de língua portuguesa escrita, literária e
lusófona, em que a frase destitu-
ideia homogeneizante de unidade linguística
unidade máxima de análiseea NGB, a despeito
ída de qualquer contexto é a
estrutural e terminológico da
de quaisquer contraevidências, é o arcabouço
sintáticos.
descrição gramatical em termos fonológicos, morfológicos e

Evanildo Bechara
8.3.7.Moderna gramática portuguesa, de
atualmente entre as gramáticas tradicio
Outra obra que se destaca
portuguesa, do gramáico filólogo
e
nais pós-NGB é a Moderna gramática
Bechara (1928-). A gramática de
Bechara
recifense Evanildo Cavalcante

Capitulo 8: PANORAMA DA GRAMATIZAÇÃO


DO PORTUGUES NO
SECULO XX
215
ano em que surgu a Lei de
te 1961, no mesmo
primeira edicão em

dois anos depols da


publicação
Dretrizes e Bases da Educacão n° 4.024 e

dessa novas necessidade


a NGB. Diante
OTarla que regulamentava instrumento linguístico
esse novo
Onclais, o mercado acolheu muito bem
reeditado por várias décadas.
autores (ct. Orlandi, 2002; Costa
g o r , conforme registram alguns
na reescrita da Gramma-
, a Moderna gramática portuguesa consiste
destrutava de ampla circu-
TicaExpositiva, de Eduardo Carlos Pereira, que
ensino gramatical e, desde o início
do século XA, havia atingido
no entrou em vigëncia, em
inúmeras ediçöes". Entretanto, quando a NGB
que precisa
1959, a Grammatica Expositiva foi uma das muitas gramaticas
num pais
garantir sua circulaçao agora
passar por reformulações para
de Pereira,
terminologia gramatical. Assim, gramática
a
eguslado por uma
falecido desde 1923, foi convertida em um novo texto por Bechara, que

passou a ser considerado autor de uma nova gramatica.


Por todo o século XX, a gramática de Bechara muito contribuiu para

Suprir necessidades normativas e metalinguísticas de professores, alunos


as

e estudiosOS da lingua portuguesa, consolidando-se como obra de referên


Cia. Ainda é uma das gramáticas mais vendidas no Brasil no século XXI,
sendo 2015 o ano de sua 38 e mais recente edição. Bechara não teve a
intenção de romper com a exposição tradicional de Pereira e, nesse senti-
do, dispôs o conteúdo da gramática de acordo com seus predecessores e,
necessariamente, com a NGB; todavia, adicionou elementos dos estudos
modernos da linguagem, primeiramente na edição de 1961 e posteriormen-
te na 37a edição, de 1999, "revista, ampliada e atualizada', em decorrência
tanto de seu amadurecimento teórico quanto das criticas recebidas, como
esclarece o próprio autor no prefácio da obra.
Segundo Fávero & Molina (2007/2008), a edição de 1961 de Bechara
apresenta unm estudo bipartido da morfologia, na esteira dos mais renoma-
dos gramáticos: na primeira parte, destinada às classes de palavras, traz as
dez sugeridas pela NGB; na segunda parte, dedicada à estrutura dos vo-
cábulos, já se ouve a voz de dois grandes linguistas, o brasileiro Joaquim
Mattoso Câmara Jr. e o americano Eugene Nida,
especialmente em questões
23
Sobre a obra de Eduardo Carlos Pereira, remetoo leitor ao
capítulo 7 deste livro.

216 A GRAMATICA TRADICIONAL: Histórica critica


l e s polca co discutidas no ånmbito hlológico e
nealiatos, tralizaçdoe acumulaçdo.
pedagógico, como constitu
Dolos elenmentos pre-textuais da
Moderna gramática
agradecimentos etc.), se percebe a instalação de um portuguesa
c10, agrade
(pre
lugar de contlito
entre
velha tradic
a tradiçao gramatical e as novas perspectivas linguisticas. De
velha

com Moralis (2008), em Bechara (1961) já havia a figura de um


acordocom
to/autor que enunCa, siimultaneamente, de dois lugares distintos: o es
sujeie

Jcodo discurso da modernidade e o espaço da tradição gramatical. Ao


s1o tempo em que pretendia levar os resultados das pesquisas moder
as sobre a linguagem, incava-se no modelo de gramática entendido pela
adição clássica. Além disso, considerava a gramática simultaneamente
ciência, Visto que é organizada num determinado campo do saber a
ma
artir da especilicaçao de investimentos e de procedimentos cientificos, e
uma arte, pols se reporta a estetica do bem falar e escrever.

Costa (2012) esclarece que Bechara (1961) apresenta uma concepçao


de lingua como um objeto apartado do sujeito, razão pela qual ele pode
intervir sobre a ingua. Essa concepção sustenta um imaginário de lingua

homogènea e possibilita a ideia da unidade linguística luso-brasileira. Por

sua vez, as designações "lingua falada', "lingua escrita" e "lingua literária"


mas para umma
presentes na obra nao apontariam para a heterogeneidade,
considera-
estratificação da "lingua-geral, sobreposta à "língua regional" e
aque-
da a "lingua padrào, a lingua oficial, num patamar inatingível para
cultura escrita. Ao falante que não sabe a escrita
les que não dominam a

nem a norma imposta pela gramática é negado o direito à própria língua.


com uma lingua inatingivel
Também atesta esse compromisso de Bechara
escritores mais cita-
o levantamento das citações literárias da obra: os cinco
Alexandre Herculano, Macha-
dos são o Marquês de Maricá (1773-1848)4,
Branco e Luís de Camões, reflexo de um
ideal
do de Assis, Camilo Castelo
E iss0 se repetiria também na ediço
de língua, no máximo, oitocentista.
revista e ampliada de 1999.

Com os mesmos propósitos de Bechara (1961), a 37a edição revista e


Moderna gramática portuguesa
-

citada aqui como Bechara


ampliada da
Máximas, Pensamentos Reflexões, Mariano José
e
Autor de um único livro,póstumo, intitulado
nobre Marquês de Maricá
-

se presta com justeza tradição didática, pois


à
Pereira da Fonseca -o
incidência desse
de ideia e ensinamento moral. E curiosa a

apresenta frases corretas, com completude


gramáticas tradicionais, ele sempre inexpressivo.
é
em outras
escritor nas obras de Bechara, visto que,

Capitulo 8: PANORAMA DA GRAMATIZAÇÃO DO PORTUGUES NO


SECULO XX
217
dentro das vert
de
l i n g u i s t i c o s ,

Fnie.e

re
entes
estudos

linguistica
tual. Fntretanto,
lextual

(1999) incorpora alguns da


dda
p r a g m ä t i c a
e
da bra sua necessida
obr
fa teoria da enunciaçåo.
d e s c r i l i v o

ial
Bechara contimma a s s o c i a n d o a0
olene

sentido,
se
man
tém com0 uma.
esentar os latos tipicog
disciplina
11esse

de normativa. Agramática. objetVO apr

pedagogica e nåo cientifica. qie de


tem por
uso
em
situaçóes sociolinguística
siluações

exemplaridade idiomática
passiveis
escritores
corretos
edos gramáticos
dos
peihcas, pautadas na
"autoridade
uma
disciplina dagógica, cabe
pedagógica
52). F.sendo também lidar co
lidar com
e dicionaristas esclarecide (p. como s
exemplar.
a gramätica ensinar nào
só a lingua
apesar
de Bechara (1999) propor
Portanto,
normativos.

padroes de correçãoi prescrição


normativa.

uma descrição cientifica,


não foge à dicional e da
do tradi
um pouco
afasta
(1999) se
A estrutura de Bechara

edição de 1961. Divide-se em cinco partes

(i) fonética e fonologia;


descritiva e
normativa (formas e funçoes
gramática

i ) pontuação,
estilistica,
(iv) noções elementares de
(v) noçoes elementares de versificação. na segunda parte,
onde tam
e sintaxe
Ve-se a junção de morfologia
semânticas. Palma
& Mendes (2008) desta
bém são trabalhadas questões
submetidos todos os tópicos
cam o aprofundamento
teórico a que foram
base linguistica que ela
tratados nessa
indicando a consistente
gramática,
cada momento histórico da linguistica brasileira
apresenta. Coerente com

Bechara revelam ideias linguísticas típicas


as edições anteriores da obra de
a versão atual mostra, al m de princípios es
do estruturalismo, enquanto
truturalistas e gerativistas, influência das concepções funcionais da lingua-
necessidade de caminhar
gem e da linguistica de texto, o que aponta para a
frase, fazendo interagir interlocutor e contexto
para além dos limites da
(Fávero & Molina, 2007/2008). Além disso, Bechara (1999) se destaca por
considerar a mudança linguistica como aspecto constitutivo da lingua, por
valorizar a língua em uso e sua funcionalidade, por relacionar o nivel gra-
matical e o textual, pontos que fazem a obra, de certo modo, se distancar
do PTG. Não por acaso, essa gramática de 1999 é a única escrita por um

gramático de formação filológica comentada em Faraco & Vieira (2016a),


livro dedicado à análise das gramáticas brasileiras contemporâneas produ

218 A GRAMATICA TRADICIONAL: Histórica cifeu


z u h a sp o r linguistas. Entretanlo, deve se
ler
"instauradora de cautela ao querer
(1999) é obra
.

kechara
um novo afirmar que
como fazem Palma
& Mendes (2008: paradignna hos estudos
nmaticais,

algumas as razöes. 176). A


Emp rimeiro lugar, Bechara (1999)
parcimónónia se
ciunha &Cintra
(1985), como sistematizamapresenta fortes
semelhanças com
Silva & Nogucira
duas granaticas:

(2008). AS
procuram
apresentar a lingua exemplar, isto
trés
r principios tundlamentais: 0 usO é, aquela que obedece a
ulta e expresso padrão, assentado numa nornia
preterencialmente pela modalidade
áo teórica assumidamente
inspirada nas ideias de
escritaconcep
acreditam que e papel da escola conferir ao Eugenio Coseriu;
apropriaçao da norma de prestigio, sem que seu educando condiçóes de
falar mais pessoal e
intimo seja, contudo, destruido ou
violentado;
defendemo que chamam de "norma objetiva',
Coseriu, a fim de salientar que não existem também com base
em

normas superiores e fe
riores, mas diferentes, e que a
lingua exemplar seria um ato de inspl
ração cultural, ou
seja, intencionalmente eleita por uma deternminada
comunidade de usuários como norma a ser seguida.
Em segundo lugar,
entrevista à revista Investigações, à época do
em

lançamento de sua Gramática escolar da língua portuguesa (2001), Bechara


deixa clara sua adesäo a algumas concepções fulcrais do PTG, entrando
em contradição, inclusive, com o fato
de a Moderna Gramática Portuguesa
de 1999 teoricamente valorizar a língua em uso e suas dimensões textuais.
Por exemplo, justiica o posicionamento da sintaxe na frente da fonética/
fonologia na Gramática escolar afirmando: "Se a atividade linguistica é para
construir frases, então a gramática do aluno deve começar pela sintaxe"
(Bechara, 2002: 2). Iso sugere a ancoragem do gramático numa concepção
de frase como unidade máxima da lingua e portadora de sentido pleno.
Em outro momento, defende a possibilidade de trabalhar com dados de
introspecção na prescrição da norma culta (ideal) da língua, que estaria, na
visão desse filólogo, apartada da lingua espontânea e mesmo da linguagem
jornalística ou literária:

Eu usei muitos exemplos meus. Isto porque o Jespersen dizia que cada
falante culto é um clássico na sua lingua. Então, se eu conheço a lingua

Capítulo 8: PANORAMA DA GRAMATIZAÇÃO DO PORTUGUES NO SECULO XX 219


vOcés
tambén ém, nós podemos
como

portuguesa, eu
formular
frases,
que
eu quero
1 quero exemplificar. Eu
formular frases
pOsso

que sejam
exemplos
daquilo

clássicos,
Os
bons escritor
.. Hoje, o
as exceçOCs, estão
não preciso ine omodar
os
autores

com
algumas
engi
atividade
redig
brasileira,

toda essa e faz r


Jornal e a própria literatura à
medida que espontânea
Então, entre a lngua
dos na lingua
gua
espontânea.
fosso
vai-se
criando u m
deve s e
servir quand ndo precisar da
lingua Cspontanea,

realidade
culta de que
ele
alunos e essa
2002: 5-6).
norma culta (Bechara,
temente a teo-
(1999) agregar Tortemente a
Bechara
de da obra já se perceb a
Em terceiro lugar, apesar sumário
Coseriu, pelo
ria funcionalista de Eugenio uística modern
de linguís enxertos

com
estrutura da gramática greco-romana de do que.aa linguistica
linguística is
escolhidoé o
descarte já
2006). O método endo o que
(Leite,
teoria
tradicional,
mantend
o que ainda nao
não
desmitificou em relação à Bechara
exemplo, bechara (1999)
(199
do verbo, por
fora desconstruído. Na abordagem
nos seguintes pontos
expoe a classe com base
e relacionas;
(i) distinção de verbos nocionais
Jakobson;
11) categorias verbais, segundo
Coseriu.
segundo
11) noções de tempo e aspecto, inerentes ao verho
série de subcategorias
Em seguida, descreve uma

nas línguas românicas:


(i) nível de tempo;
(11) perspectiva primária;
(ii) perspectiva secundária;

(iv) duração;
(v repetição etc.
tradicional para as de-
Daí diante, passa a usar a metalinguagem
em

mais categorias (pessoa, tempo, modo, voz) e é completamente tradicionale


tábuas de conjugação.
purista na apresentação das
O linguista italiano Roberto Mulinacci (2016), em análise apurada de
Bechara (1999), reconhece que essa gramática é um emblemático divisor
de águas da tradição gramatical brasileira, por se abrir para um tratamento
mais cientifico dos assuntos linguísticos, procurando aproveitar as aquisi-
ções teórieas e metodológicas advindas da ciência da linguagem, na espe-
rança de que a tradiço gramatical, apresentada nos moldes da linguística,
se torne algo substancialmente novo. Por outro lado, Mulinacci (2016) tam-

220 A GRAMATICA TRADICIONAL: Histórica ciice


ortina incongruencias, insuficièncias
as
lescortina as
he'ni
e limitações dessaa gramá-
grama-
tica, muitas delas provenientes menos de
itas delas
ideológicas do gramático. Por exemplo, desatualização
a ótima teóricae
reflexão mais
das
que esse
o afaz sobre a questão do "se apassivador em Bechara
lingu
ailidade da. (1999)
das pretensões cientificas e descritivas da obra,
fragilidade
eviden-
bem como
cia a
cncia tradicionale normativa. Mulinacci defende não haver em Be-
stua esséncia

(1999) uma correspondéncia perfeita entre, de um lado, conjunto


chara (19g
o
formações sobre lingua e linguagem armazenado na parte introdutória
e
amática e, de outro, a posterior lida
da grama com os conteúdos gramaticais.
se sentido,
Nesse sentido, as
as premissas teôrico-metodológicas costumam destoar dos
procedimentos analiticos na obra.
Em suma, embora a 37* edição da Moderna Gramática Portuguesa,
de Evanildo Bechara (1999), em certa medida, renove o modelo de gra-
mática
tradicional a partir de contribuições de correntes da linguística do

século XX,
séct
é uma vista teórico e
gramática incongruente do ponto de
rático, não atendendo adequadamente nem ao linguista nem ao leitor
prá

comum, ainda que esteja firme em seu papel de gramática normativa de


referência na contemporaneidade. Apresenta, sim, traços de vanguarada,
que a distinguem das outras gramáticas do PTG, mas continua sendo uma
gramática do portugues (e não do portugués do Brasil ou do português brasi
leiro), filiada à tradição gramatical greco-romana, à tradição luso-brasileira
de gramatização e, em ultima instáncia, à NGB, como qualquer outra gra-

mática tradicional no Brasil contemporàneo.

apitulo 8: PANORAMA DA GRAMATIZAÇAO DO


PORTUGUES NO SECULO XX
221

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