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A proposta dos PCNs para o ensino de língua materna e o programa Alfa e Beto
É válido ressaltar que apesar da maioria ter adquirido a graduação por volta
de 2003 e 2004, todos os profissionais atuam como professores há mais de vinte anos,
ou seja, a graduação se deu porque a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB – de
1996 preconiza que a formação de professor para o Ensino Básico deve ser feita em
Nível Superior, em curso de licenciatura ou de graduação plena. Tais professores
possuíam apenas o ―curso normal‖, isto é, os alunos que concluíam o Ensino Médio
eram habilitados para lecionar nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Como fator
impulsionador para os professores obterem a graduação foi concedido um aumento
salarial. A seguir prosseguimos com as análises dos dados.
1. O que você acha do Programa Alfa e Beto, quais são os pontos positivos e
negativos do Programa Alfa e Beto?
2. Para você, o programa Alfa e Beto atende às necessidades dos alunos?
3. Você acredita que, com programa, você tem mais autonomia em sala de aula ou
o programa te restringe?
4. Você acredita que as habilidades de leitura e escrita são melhores
desenvolvidas pelo Alfa e Beto se comparado a outros programas?
adjetivo, verbo tudo misturado, uma coisa que eles não sabem nem o que é isso. (Prof.
F)
Em partes. Assim como em todos os programas deixam a desejar. Então ele não vem
completo, a gente tem que tá sempre complementando em alguns aspectos. (Prof. C)
Não. [...] no início não era admito utilizar caderno de jeito nenhum, nem copiar nada
do quadro para o caderno [...] Existe uma diferença muito grande do material do Alfa e
Beto do 1º e do 2º ano, aí quando a gente vem pra esse do 3º ano que eles chamam de
Projeto Integrado é muito diferente. Matemática mesmo no 1º e 2º ano é uma
pincelada, é soma ainda com bichinhos, assim 3 + 2. Quando a gente vem praqui o
material é muito complexo sabe... É uma discrepância muito grande. E assim também a
gente vê e ouve entrevistas de pedagogos que o material de alfabetização ele tem que
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ser mais lúdico. [...] Aí você traz um material desse, eles não tem o menor interesse,
entendeu? (Prof. D)
Tenho autonomia, todo professor tem autonomia em sala de aula, você não precisa,
você segue, você faz a programação, mas pode acrescentar o que achar necessário
para a turma. Eu sigo as atividades, o roteiro do programa, mas eu acrescento. (Prof.
A)
Elas dizem que a gente tem autonomia, só que é uma autonomia entre aspas,
mascarada. É assim, a gente tem que seguir o programa, não pode, tem que seguir
sempre. E se você não seguir o programa eles não acompanham que é muito extenso.
(Prof. E)
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Como o programa prima muito pela leitura, aí então assim eles leem, mas na hora de
passar para a escrita têm dificuldade. (Prof. D)
A parte da escrita não, mas na leitura, sim. Porque como já te disse eles visam mais a
leitura. (Prof. C)
Ambos [...]. Então, tem alunos que tão lendo muito bem, mas na hora de escrever meu
amigo. Não, mas é passado muito ditado, tem isso trabalha o ditado pra eles
escreverem muito bem. (Prof. F)
[desenvolve] A leitura e a escrita [...]. Porque ele cobra um ditado todos os dias e uma
leitura todos os dias. E a partir do momento que o professor cobra do aluno a leitura e
o ditado eles vão aprendendo mais (Prof. E)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
acostumados com o método tradicional. Dessa maneira, vale ressaltar que esse conflito
também é causado pela maneira como esse programa chega às mãos destes professores,
já que segundo eles, foi um programa imposto. E como estes professores, em sua
maioria, são tradicionais, seria de extrema valia que os suportes apresentados pelo
Instituto Alfa e Beto fossem postos em prática, já que este diz que ―oferece capacitação
e assistência gerencial e pedagógica.‖ (INSTITUTO ALFA E BETO, 2010) e não foi
que ouvimos dos profissionais entrevistados. Assim, para encontrar o melhor caminho
para se alfabetizar é de extrema valia que os professores entrem em acordo com o
Programa e vice-versa, ou seja, é necessário que cada um, programa e professor, veja a
realidade de cada turma e a partir das vantagens que cada um apresenta se descubra a
melhor maneira de alfabetizar.
REFERÊNCIAS