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Língua Brasileira

de Sinais I

www.esab.edu.br
Língua Brasileira
de Sinais I

Vila Velha (ES)


2015
Escola Superior Aberta do Brasil

Diretor Geral
Nildo Ferreira
Diretora Acadêmica
Ignêz Martins Pimenta
Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância
Ignêz Martins Pimenta
Coordenadora do Curso de Administração EAD
Giuliana Bronzoni Liberato
Coordenador do Curso de Pedagogia EAD
Custodio Jovencio
Coordenador do Curso de Sistemas de Informação EAD
David Gomes Barboza

Produção do Material Didático-Pedagógico


Escola Superior Aberta do Brasil

Design Educacional
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Design Gráfico
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Diagramação
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Coordenadores dos Cursos
Docentes dos Cursos

Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil.
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Av. Santa Leopoldina, nº 840
Coqueiral de Itaparica - Vila Velha, ES
CEP 29102-040
Apresentação

Caro estudante,

Seja bem vindo à disciplina de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.

Esta disciplina buscará compreender dentre as principais discussões sobre o estudo da


LIBRAS sua importância para a formação de futuros docentes e condições de adquirir
um vocabulário básico de LIBRAS para desenvolvimento de competência linguística e
de comunicação com os surdos.

Este módulo foi organizado em 15 Unidades no intuito de contemplar as principais


bases teóricas sobre o tema e os aspectos básicos para o iniciante em LIBRAS. Sendo
assim, esperamos que esta disciplina permita ao estudante uma aproximação entre
as questões teóricas com a prática do trabalho nos diversos espaços de produção da
vida.

Boa leitura e ótimo estudo!


Objetivo
O objetivo geral da disciplina é de compreender a importância do estudo da LIBRAS
no processo formativo de futuros profissionais de educação.

Habilidades e competências
• Refletir sobre a contribuição do estudo da LIBRAS no processo de formação do
futuro profissional de educação;
• Conhecer a trajetória da educação de surdos no cenário mundial, e as suas
consequências para a comunidade surda;
• Identificar as diferenças entre as três principais teorias que são conhecidas como
metodologias de educação de surdos;
• Conhecer a estrutura da língua de sinais e desenvolver alguns conhecimentos
básicos para aquisição e compreensão do vocabulário em LIBRAS.
• Conhecer os documentos legais que orientam a Língua Brasileira de Sinais LIBRAS;
• Conseguir, de forma básica, se comunicar com alunos surdos;
• A avaliação da disciplina segue a metodologia que a ESAB tem praticado que
é composta de avaliação online (tarefas dissertativas e prova online) e prova
presencial.
• Para contribuir neste processo há a disposição de um Tutor Online de LIBRAS que
você pode consultá-lo no sentido de buscar os esclarecimentos necessários para te
auxiliar em qualquer dúvida sobre o conteúdo das disciplinas e na elaboração das
atividades.

Ementa
Fundamentos da educação de surdos no Brasil e no mundo. Políticas Públicas
de educação de surdos: Legislação e decreto Educação bilíngue para surdos.
Perspectivas metodológicas da educação de surdos. Profissionais da Educação de
surdos. Noções básicas de Libras. Metodologia e recursos didáticos no ensino escolar.
Sumário
1. POR QUE ESTUDAR A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS?.......................................................7
2. UM BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO DE SURDOS NO MUNDO........................................10
3. A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS NO BRASIL..........................................................15
4. CORRENTES TEÓRICO- METODOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO DOS SURDOS.............................20
5. SURDOS: CULTURA, COMUNIDADE E IDENTIDADE............................................................24
6. A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS....................................................................................31
7. INTRODUÇÃO A GRAMÁTICA DE LIBRAS..........................................................................38
8. AS PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO BILÍNGUE............................................................................41
9. O TRADUTOR INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS.............................................................44
10. PROCESSO DE APRENDIZAGEM DAS PESSOAS SURDAS....................................................49
11. ALFABETO MANUAL E NÚMEROS EM LIBRAS...................................................................56
12. VOCABULÁRIO DE LIBRAS: CUMPRIMENTOS E PRONOMES.............................................59
13. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – FAMÍLIA.............................................................................62
14. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – FAMÍLIA.............................................................................65
15. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – MESES DO ANO E DIAS DA SEMANA....................................68
16. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – CORES E MATERIAIS ESCOLARES.........................................74
17. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – ALIMENTOS E BEBIDAS......................................................77
18. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – ADJETIVOS........................................................................80
19. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – VIAGENS............................................................................83
20. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – VIAGENS............................................................................86
21. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – SINAIS QUE INCORPORAM EXPRESSÃO FACIAL....................90
22. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – MEIOS DE TRANSPORTE......................................................94
23. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – MEIOS DE COMUNICAÇÃO...................................................97
24. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – EDUCAÇÃO.......................................................................100
25. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – EDUCAÇÃO.......................................................................104
26. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – EDUCAÇÃO.......................................................................109
27. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – DIVERSOS........................................................................113
28. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – SINAIS E VERBOS COM CLASSIFICADORES.........................116
29. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – ANIMAIS..........................................................................120
30. VOCABULÁRIO EM LIBRAS – VERBOS E SINAIS USUAIS.................................................124
Glossário.............................................................................................................................128
Referências.........................................................................................................................131
Por que estudar a língua Brasileira
1 de Sinais?
Objetivo
Compreender a importância do estudo da LIBRA, e a necessidade da
mesma para a formação de futuros docentes.

Atualmente existe um respaldo legal para a implementação de LIBRAS


como componente curricular nos cursos de formação de professores,
isso se trata de uma conquista da comunidade surda, que luta pelo
reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais como língua natural dos
surdos.

Historicamente, a educação de pessoas surdas está pautada num discurso


em que os surdos são considerados “deficientes”, esse discurso fez com
que as práticas pedagógicas desenvolvidas para educação de surdos
fossem voltadas para a área clínica ao invés de apontarem para uma ação
educativa de fato.

As correntes teórico – metodológicas tradicionais que orientam os


trabalhos e ações educativas para com o aluno surdo: o Oralismo; a
Comunicação Total e o Bilinguismo (veremos melhor cada uma delas
em uma unidade a frente), apesar de terem focos diferentes com relação
a educação de surdos, tem o mesmo ponto de partida uma atitude
positiva em relação à comunicação. Toda a discussão referente à inclusão
dos surdos é pautada nos problemas de comunicação e da língua. Até
bem pouco tem atrás, as discussões não eram abertas para as questões
pedagógicas de fato.

Atualmente a abordagem defendida pelo Ministério da Educação e


Cultura (MEC) é o bilinguismo, essa abordagem garante aos surdos
o uso da LIBRAS no seu processo de escolarização. Essa abordagem é
relativamente nova e traz uma série de discussões, muitos professores e
pesquisadores têm se identificado com essa área de atuação e pesquisa.

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Nesse momento, os Estudos Surdos em educação são um novo campo
teórico, no qual novas narrativas estão sendo desenvolvidas para
desconstruir narrativas antigas e estereotipadas sobre práticas pedagógicas
para estudantes surdos.

[...] a criação de um novo espaço acadêmico e de uma nova territorialidade


educacional à qual denominamos: Estudos Surdos, que se constituem enquanto um
programa de pesquisas em educação, onde as identidades, as línguas, a história e as
comunidades surdas são focalizadas e entendidas a partir da diferença, a partir de um
reconhecimento político. (SKLIAR, 1998, p.5).

A partir dessa perspectiva visasse construir fundamentação teórica


desenvolvida junto às comunidades surdas, as escolas, aos intérpretes
de língua de sinais, o objetivo é construir pontos em comuns com as
identidades surdas, práticas e dispositivos pedagógicos, para a construção
de uma política de educação educacional voltada para os surdos.

A construção de uma nova prática pedagógica na área de educação de


surdos nos faz repensar em inúmeros conceitos que a sociedade construiu
ao longo dos anos sobre os surdos. Entre esses conceitos vale ressaltar o
ouvintismo muito bem abordado por SKILIAR (1998):

Trata – se de um conjunto de representações dos ouvintes, a partir da qual o surdo


está obrigado a olhar – se a narrar – se como se fosse ouvinte. Além disso, é nesse
olhar – se, e nesse narrar – se que acontecem as percepções do ser deficiente, do não
ser ouvinte; percepções terapêuticas habituais” (SKILIAR, 1998, p.15).

Quando refletimos sobre os fundamentos que orientam a educação


de surdos entendemos a importância da LIBRAS para a inclusão de
indivíduos surdos. Entendemos a importância da disciplina de LIBRAS
para os cursos de formação de professores.

É importante saber que os conhecimentos de LIBRAS são pautados em


dois caminhos: o caminho teórico e o caminho da prática. Dominar ou
conhecer uma língua, como a língua de sinais, não se restringe apenas
ao vocabulário, exige aquisição de sua totalidade. A língua de sinais é

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utilizada pela comunidade de surdos, e junto a LIBRAS, você conhecerá
características de cultura e identidade surda que veremos mais a frente.

A LIBRAS é uma língua de modalidade visual, por isso será importante


que durante o estudo da disciplina, você se dedique a treinar e memorizar
alguns sinais. Para garantir melhor aproveitamento da parte prática,
poderá consultar um dicionário de Língua Brasileira de Sinais.

Dica
Você poderá encontrar um dicionário em formato
digital, disponível no site:
www. acessobrasil.org.br

Ao refletir sobre a importância das Libras, percebe - se que a utilização


da mesma é um meio de garantir a preservação da identidade surda,
bem como contribui para a valorização e reconhecimento da cultura
surda que, por tanto tempo, foi o alvo da hegemonia da cultura ouvinte.
Usando a língua de sinais, garante-se ao surdo a possibilidade de
reconhecimento e legitimação dessa forma de comunicação, acabando
com a padronização, de comportamento ou tentativa de normalização do
sujeito surdo.

Vale lembrar que o uso da LIBRAS facilita a comunicação entre os


surdos, que passam a se compreender como uma comunidade com
características comuns e devem ser reconhecidas como tal. Além de
propiciar a facilidade de comunicação entre os surdos, a LIBRAS
também propicia uma melhor compreensão entre surdos e ouvintes, uma
vez que, já está previsto em lei a presença de intérpretes de LIBRAS em
diferentes espaços, como, por exemplo, escolas e universidades.

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Um breve histórico da educação de
2 surdos no mundo
Objetivo
Conhecer a trajetória da educação de surdos no cenário mundial, e as
suas consequências para a comunidade surda.

Quando começamos a conhecer algo, é fundamental que conheçamos


a história, pois somente conhecendo-a entenderemos o que vivemos e o
que existe hoje. O que não será diferente nos nossos estudos sobre língua
de sinais.

Há mais de 120 anos, os surdos vêm sendo educados e cobrados por uma
vertente que chamamos de oralismo, são submetidos à ideia de ser como
os ouvintes. Os surdos são obrigados a se igualar as pessoas ouvintes.
Falar sobre a história dos surdos é fundamental para se compreender o
momento em que a educação de surdos está vivendo.

Pensar a surdez e as pessoas surdas é essencial para refletirmos sobre o que


constitui esse grupo e a importância da LIBRAS para o mesmo. Durante
muito tempo essas pessoas eram vistas como diferentes ou incompletas,
por serem surdos não eram aceitos, se quisessem ser aceitos teriam que
ser iguais à maioria da sociedade, teriam que ser como ouvintes.

A história mostra que as pessoas representavam os surdos com conceitos


negativos. Na antiguidade, os surdos, assim como outros portadores de
deficiência, eram vistos como diferentes, como algo que não era normal e
que não devia ser aceito.

Em Esparta, por exemplo, as crianças com algum tipo de deficiência,


eram sacrificadas. Os surdos, que não ouviam e não conseguiam se
comunicar ou se expressar oralmente, estavam entre essas pessoas os quais
a sociedade julgava como não merecedores do direito de viver. Outros

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acreditavam que os surdos eram imperfeitos, portanto não tinham o
direito de pertencer à sociedade.

“A linguagem era o que dava condição de humano para o indivíduo. Portanto sem
linguagem, o surdo era considerado como não humano e também, o surdo não tinha
possibilidade de desenvolver faculdades intelectuais.” (MOURA, 2000, p.16).

Na Idade Média, a sociedade passa a avaliar a surdez pelo prisma


religioso, como tudo o que acontecia na época, a igreja tinha voz e
orientava o que a sociedade acreditava. Os filhos surdos representavam
o castigo de pecados cometidos pela família. Ainda sobre o prisma
religioso, os surdos que conseguissem desenvolver uma forma de se
comunicar similar a da maior parte da sociedade era visto como passível
de salvação. Isso fez com que muitas famílias pensassem em meios de
ensinar seus filhos a falar, a tentar ser iguais aos outros. Muitas famílias
passam a rejeitar seus filhos surdos, por medo de serem encarados
pecadores, os surdos são abandonados ou escondidos em casa.

No final da Idade Média caminhando para o renascimento, a perspectiva


religiosa deu lugar à razão, assim as deficiências e também a surdez
passam a ser olhadas do ponto de vista cientifico.

É nesse momento da história que surge a educação de surdos, o ponta pé


é dado pelo monge beneditino Pedro Ponce de Leon (1520 – 1584). Ele
é considerado o primeiro professor de surdos, e dedicou grande parte do
seu tempo na educação de surdos oriundos de famílias nobres. Conforme
abordado por Moura (2000, p.17):

O mudo não era uma pessoa frente à lei. Ele educava surdos, filhos de nobres e de
família de grande fortuna, os quais se fossem os filhos primogênitos, não recebiam
o título e a herança. Desta forma, era colocada em risco toda a família, se não
aprendesse a falar. A possibilidade de o surdo falar implicava no seu reconhecimento
como cidadão e consequentemente no seu direito de receber a fortuna e o título
familiar.

Ponce de Leon traz contribuições importantes ao dizer que os surdos


podem receber educação, indo de encontro aos que diziam que os

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surdos eram incapazes intelectualmente. Ele se mostrou contrário às
representações que a sociedade construiu sobre os surdos. As famílias
ricas passam a buscar uma forma de educar seus filhos surdos, tendo em
vista que só se desenvolvesse uma forma de comunicação o surdo seria
reconhecido pela sociedade.

Figura 1 - Monge Beneditino Pedro P. de Leon


Fonte: <teamhearing.org>

Figura 2 - Charles Michel de L`Épée


Fonte: <ensaiosababelados.com. br>

Outro nome que pode ser citado na história dos surdos é Charles Michel
de L`Epée, ele começou a ensinar devido às questões religiosas, seguindo
o contexto que vivia. Porém ao ter contato com jovens surdos se esforçou
em aprender a forma com que os mesmos se comunicavam. Ele foi
considerado o inventor da linguagem gestual, mas ele próprio admitiu
que a linguagem gestual existia antes mesmo de seus trabalhos. L`Epée,
após trabalhar com surdos utilizando linguagem gestual, entendeu que

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o método de comunicação oral, atrasava e prejudicava o processo de
aprendizagem do surdo.

Entre as contribuições de L`Epée estão a criação do Instituto Nacional


de Surdos – Mudos, em Paris, a primeira escola pública para surdos do
mundo. Também começa nessa época a se reconhecer as línguas de sinais
e o surdo passa a ser visto como um ser humano.

No século XIX, surge à invenção dos aparelhos auditivos, a ideia era


que usando aparelhos, os surdos aprenderiam a ouvir e abandonariam
a linguagem gestual. Nesse contexto, surgiram pessoas que novamente
defendiam a ideia de que os surdos deveriam ser normalizados, que a
surdez era uma doença e que a área clínica devia aprimorar os meios de
acabar ou curar a surdez.

Entre esses, podemos destacar Alexander Graham Bell, cientista dos


EUA, trabalhou com objetivo de oralizar surdos e foi um grande defensor
do oralismo. Convicto de normalizar os surdos ele criou o primeiro
aparelho de amplificação sonora para ser usado pelos surdos.

Figura 3 - Alexander Graham Bell


Fonte: <wikipedia.org>

Surgem então, duas tendências distintas na educação de surdos. Aqueles


que defendem o método oral como meio único e exclusivo de inclusão
dos surdos e o gestualismo, isto é, aqueles que defendem que os gestos
manuais são os métodos de comunicação mais eficiente para as pessoas
surdas.

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Com todas essas discussões no cenário, surge o congresso de Milão. Um
debate entre oralistas e gestualistas. Harlan Lane, psicólogo americano e
especialista na cultura surda e línguas gestuais, descreve sobre o evento do
congresso de Milão:

O encontro de Milão foi apenas uma breve reunião conduzida por opositores ouvintes
à linguagem gestual. O congresso durou apenas horas, durante as quais três ou
quatro audistas reasseguraram a conveniência das suas ações perante as dificuldades
embaraçosas. (LANE, 1992, p. 109).

Desse modo em 1880, no congresso de Milão, decidiu que a vertente


usada para educação dos surdos seria o oralismo, no congresso de Milão,
ficou definido que: o meio humano para comunicação do pensamento é a
linguagem oral, já que se forem bem orientados os surdos podem ler lábios
e falar a língua oral podendo se desenvolver moral e intelectualmente.

Após o congresso de Milão os surdos não puderam mais usar a linguagem


gestual como forma de comunicação. As práticas pedagógicas direcionadas
aos surdos foram todas embasadas na área da clínica médica, os surdos
foram proibidos de aprender por métodos gestuais. A decisão do congresso
de Milão repercutiu em vários países. Assim começou o período do
oralismo, no qual os surdos foram submetidos a terapias e tratamentos para
se aproximarem em igualdade dos ouvintes.

Estudo complementar
Quando falamos sobre oralismo e a proibição da
língua de sinais, talvez não consigamos imaginar
como isso aconteceu para os surdos. Para entender
como isso acontece, e as implicações do oralismo
para os surdos e suas famílias. Assista ao filme
“E SEU NOME É JONAS”, ao assistir observe
como eram feitas as intervenções e como eram
encaradas as pessoas surdas. Acesse o filme
completo clicando aqui

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A história da educação de surdos
3 no Brasil
Objetivo
Conhecer a trajetória da educação de surdos, no contexto brasileiro,
compreendendo a luta da comunidade surda brasileira até o
momento atual.

A educação de surdos começa a acontecer aqui no Brasil durante o


período do Segundo Império, o início se deu com a chegada do professor
francês Hernest Huet. Em 1857 Dom Pedro II e Huet fundaram o
Instituto Nacional de Surdos – Mudos, atualmente, Instituto Nacional
de Educação de Surdos (INES), no Rio de Janeiro.

Na época, o Instituto era um asilo, eram aceitos somente homens surdos.


Eles vinham de vários lugares do país e muitos eram abandonados pelas
famílias. O Instituto funcionou em vários endereços, até se consolidar no
atual.

Em 1931 o Instituto cria um internato feminino, agora meninas surdas


também poderiam estudar no instituto e participar de oficinais de
trabalhos manuais como costura e bordado. Assim, o INES se caracteriza
como estabelecimento de educação profissionalizante para surdos.

Nos anos 50, o INES alcançou objetivos muito significativos para toda
a comunidade surda, como por exemplo, o primeiro curso normal para
professores na área da surdez. Nesse ano o Instituto recebeu a visita de
Helen Keller, que tem uma trajetória de vida que inspira muitas pessoas
até hoje. Em 1952, foi fundado o Jardim de Infância e logo após foi
criado um curso de Artes Plásticas. No ano de 1957, o nome deixa de ser
Instituto Nacional de Surdos – Mudos e passa a ser chamado de Instituto
Nacional de Educação de Surdos, nome que utiliza até os dias de hoje.

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Figura 4 - Foto antiga do INES
Fonte: <memorialdainclusao>

Figura 5 - Foto atual do INES


Fonte: <odia.ig.com.br/portal/cienciaesaude>

Já nos anos 80, o INES começa a ofertar Curso de especialização para


professores na área da Surdez, com a finalidade de que os professores
formados nesses cursos multiplicassem seus conhecimentos em suas
cidades de origem. Ainda nos anos 80, mais precisamente em 1985,
o INES recebe um laboratório de fonética, atualmente Divisão de
Audiologia e conquista cada vez mais espaço, como referência para os
surdos em todo o país.

Em 1990 o INES passa a ser o Centro Nacional de referência na área da


surdez, com essa responsabilidade o INES passa a subsidiar todo o Brasil,
dando o suporte e a orientação necessária para os outros estados.

No século XX, o Brasil ganha várias outras escolas de surdos, não com
o caráter de internato como funcionava o INES, mas com o caráter
de escola especial. Aqui no nosso estado encontramos nesse formato a
escola, “Oral e Auditiva” em Vitoria – ES (1957).

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Figura 6 - Escola Oral e Auditiva de Vitória. (CAS - Vitória)
Fonte: <casvitoriaes.blogspot>

Resgatando o que vimos na Unidade 02, os surdos não podiam utilizar


a língua gestual, essas novas escolas atuavam todas em uma perspectiva
oralista. Durante esse período as escolas eram espaços de “normalização”
dos surdos.

[...] na educação de pessoas surdas foram feitos inúmeros investimentos para equipar
escolas especiais, com aparelhos de amplificação sonora para treino dos restos
auditivos que possibilitassem os surdos a viver na oralidade. (THOMA, 2006, p. 13)

Concomitante com todo o trabalho desenvolvido pelo INES, nos anos


80 começa a se fortalecer e a ganhar espaço no Brasil, Movimentos e
Associações de surdos, tendo como marco a fundação da FENEIS em
1987, espaço onde os próprios surdos faziam suas reinvindicações e se
organizaram como grupo em prol daquilo que acreditavam. Paralelo
a esse movimento dos surdos, surgem professores e pesquisadores que
iniciam pesquisas sobre a surdez e a língua de sinais. Esses estudos e o
movimento surdo possibilitaram a luta pelo reconhecimento da língua de
sinais e pelo fim das práticas oralistas nas escolas.

[...] lutavam para que a comunidade surda não se submetessem as imposições


ouvintes de representações sobre os surdos e a surdez (...). Ser surdo passou a
representar, a partir dos anos oitentas do século passado, ser integrante de um grupo
étnico minoritário (LOPES, 2007, p.25).

Após anos de luta e militância a comunidade surda consegue uma grande


conquista, em 24 de Abril de 2002 a lei 10.436 foi aprovada. Essa lei
reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como meio legal de

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comunicação da comunidade surda do Brasil. Em 22 de Dezembro de
2005, foi sancionado o decreto 5.626 que regulamenta a lei de LIBRAS.
O decreto tem implicações importantíssimas com respeito ao uso e
difusão da língua de sinais nos mais diferentes setores e principalmente
no campo educacional. A partir do decreto 5.626, o Brasil inicia seu
processo de políticas linguísticas e educacionais no que diz respeito a
LIBRAS e aos surdos.

Assim são criados os cursos de graduação em Letras – LIBRAS, com


duração de 04 anos, formando professores surdos e ouvintes aptos para
uso e ensino de LIBRAS. Os cursos de licenciatura passam a ter uma
disciplina de LIBRAS com carga horária mínima de 80 horas.

O MEC passa a organizar uma política de educação especial em que


os estudantes surdos são atendidos numa perspectiva de Atendimento
Educacional Especializado (AEE), no qual alunos estudam em
tempo integral, com intérpretes de LIBRAS em sala de aula regular
e atendimento em horário contrário ao turno de matrícula para
complementação e suplementação dos conteúdos curriculares e
aprendizado do português escrito como segunda língua.

O que vale ressaltar é que a partir do movimento surdo e da militância


surda, a comunidade surda tem conquistado muitas vitórias e a atuação
dos próprios surdos tem permitido discussões muito amplas para
construção de políticas e praticas pedagógicas mais eficientes para os
surdos.

Saiba mais
sobre o INES, sua história e os trabalhos que tem
desenvolvido em prol dos surdos e da difusão da
LIBRAS. Acesse a página oficial clicando aqui:

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Dica
Você também pode conhecer sobre a fantástica
história de Helen Keller, uma surda cega, que
emocionou a muitas pessoas com sua história
de sucesso e superação. Assista a um filme que
retrata a sua história de vida, e o papel de uma
boa professora. Clique aqui:

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Correntes teórico- metodológicas
4 na educação dos surdos.
Objetivo
Identificar as diferenças entre as três principais teorias que são
conhecidas como metodologias de educação de surdos.

Nesta unidade, vamos discutir as três principais correntes teórico –


metodológicas na educação de surdos e as suas relações com a língua de
sinais.

Quando a sociedade começa a tratar os surdos como sujeitos educáveis,


no século XIX, os surdos voltam a ter a possibilidade de serem cidadãos
participantes da sociedade. Assim instituições são criadas e os surdos
começam a estudar e aprender gestualmente, mas como já vimos,
acontece uma ruptura nesse processo com o congresso de Milão e o
oralismo. Nesse momento a educação de surdos passa a ser discutida
muito mais pela área clínica do que por vertentes pedagógicas.

Ao considerar isso, perpassaremos brevemente alguns conceitos dessas


três concepções:

Oralismo
Com os avanços da tecnologia e ciência, particularmente no campo da
surdez, o oralismo começou a ganhar cada vez mais força. A maioria das
pessoas passou a ver a surdez como algo passível a concerto e algo que
podia ser clinicamente corrigido. A concepção do oralismo é constituída
na perspectiva da reabilitação, defendendo a língua oral como melhor
forma de comunicação para os surdos. É uma abordagem que encara a
surdez como uma deficiência a ser corrigida, para que o surdo passe a se
integrar a sociedade. Com essa finalidade, a maior parte do tempo gasto
com os alunos surdos é com atividades de ORALIZAÇÃO e estímulo da
audição.

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Nessa corrente, quanto mais precoce e sem interferências de comunicação
por gestos, melhor seria o resultado. De acordo, com Couto: “A criança
deve receber um atendimento precoce antes que a língua gestual venha
suprir as dificuldades da comunicação oral”. (COUTO, 2004, p.18)

Eram utilizados recursos pedagógicos e humanos com o principal


objetivo de estimular os surdos a falar, o estimulo à fala era mais
importante que os conteúdos escolares. As consequências desse processo
foi um atraso nos aspectos educacionais de alguns surdos, que não
dominavam os conteúdos escolares e também não aprendiam a língua de
sinais. Essa corrente fez com que durante muito tempo a língua de sinais
fosse marginalizada ou encarada como uma coisa ruim.

Comunicação Total
Essa abordagem vem reforçar o descontentamento com o oralismo. Nasce
junto com as pesquisas de língua de sinais. A comunicação total foi uma
tendência que ganhou impulsos nos anos 70. E tem como prática o
uso de sinais, leitura labial, amplificação sonora e alfabeto manual para
fornecer aos surdos subsídios linguísticos para melhor inclusão escolar.
O objetivo era fornecer ao surdo a possibilidades de se desenvolver uma
comunicação real.

Goldfeld (2002) descreve a comunicação total:

Uma das grandes diferenças entre a comunicação total e as outras filosofias


educacionais é o fato de a comunicação total defender a utilização de qualquer
recurso linguístico, seja a língua de sinais, a linguagem oral ou códigos manuais, para
facilitar a comunicação com as pessoas surdas. A comunicação total, como o próprio
nome diz, privilegia a comunicação e a interação e não apenas a língua (ou línguas).
(2002, p.40)

Essa corrente defende a importância dos processos comunicativos dos


surdos, e por essa razão utiliza a língua de sinais, a oralidade e gestos, ou
seja, valoriza todas as formas de se expressar. Nesse contexto, a LIBRAS é
uma proposta de comunicação, mas não se descarta o oralismo.

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A comunicação total defende o bimodalismo, uma recomendação ao uso
das duas línguas, o uso simultâneo de sinais e de língua oral, tentando
assim suavizar o bloqueio de comunicação na vida escolar e também na
vida social.

Outra característica dessa abordagem é que a família do surdo tem direito


a decidir qual a metodologia que vai ser utilizada com seu filho, nesse
caso não é a escola ou os profissionais que fazem essa escolha. A família
passa a ter voz ativa no processo de escolarização dos surdos.

Bilinguismo
O bilinguismo na verdade não é um método de educação. É o fato
de uma pessoa ser usuária de duas línguas. Essa ideia se torna uma
proposta de educação bilíngue quando cuida para que os surdos tenham
acessos a duas línguas, em especifico a LIBRAS, tornando o ensino mais
significativo no que se difere das outras abordagens que estudamos.

Trata-se de uma abordagem nova de trabalho para os surdos no Brasil,


atualmente muito tem sido pesquisado e discutido sobre a perspectiva de
educação bilíngue. Essa vertente aponta a LIBRAS como primeira língua
para os surdos. Os resultados dessa abordagem, embora recentes, têm
sido mais eficientes que as outras vertentes.

Essa abordagem tem como característica entender, estudar e trabalhar as


particularidades surdas, sua cultura, sua língua de sinais e sua identidade.
Reconhecendo a comunidade surda com um grupo de singularidade
específicas. Que experimentam o mundo por uma perspectiva visual e
que os recursos visuais são fundamentais para o processo de escolarização
dos surdos.

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A LIBRAS por ser uma língua, precisa ser adquirida preferencialmente
o mais cedo e o mais rápido possível na infância e pelo convívio com
outros surdos, assim a aquisição da LIBRAS acontece de forma bem
natural. Um desafio nesse contexto é que a maioria dos surdos nasce em
família ouvinte e a maioria deles chega à escola sem conhecimento de
língua de sinais, fazendo com que o processo de escolarização dos surdos
comece tardiamente.

Quanto ao bilinguismo Goldfeld (2002, p. 45): “A língua de sinais seria


a única língua que o surdo poderia dominar plenamente e que serviria
para todas as suas necessidades de comunicação e cognitivas”.

Essa filosofia resgata a participação da comunidade surda no processo de


escolarização do surdo. Os surdos atuam pontualmente na elaboração
de políticas bilíngues. Assim, o sujeito surdo passa a ser agente nesse
processo, no qual é importante respeitar a LIBRAS na sua integridade.
Dessa maneira:

O modelo de educação bilíngue contrapõe – se ao modelo oralista, porque considera


o canal visual – gestual de fundamental importância para a aquisição de linguagem
da pessoa surda. E contrapõe – se a Comunicação Total porque defende um espaço
efetivo para a língua de sinais no trabalho educacional; por isso advoga que cada uma
das línguas apresentadas aos surdos mantenha suas características próprias e que não
se misture uma com a outra. (LACERDA, 1998, p. 77)
Para os pesquisadores e profissionais adeptos ao bilinguismo, a língua de
sinais é a única forma eficaz de interação dos surdos com a sociedade.
Somente com domínio da língua de sinais os surdos terão acesso de
forma igualitária à sociedade.

Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a
tarefa dissertativa.

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Surdos: cultura, comunidade e
5 identidade
Objetivo
Identificar quem são os surdos, e quais as características e
particularidades desse grupo.

A audição é o sentido com o qual os seres humanos entram em contato


com o mundo sonoro, a compreensão da comunicação oral e até
mesmo o desenvolvimento da linguagem são dependentes da audição.
A língua oral é identificada como principal meio de comunicação
humana, a partir desse prisma a audição é componente básico para que a
comunicação aconteça.

A surdez é uma deficiência sensorial não evidente. Ao olhar para uma


pessoa parada, não temos como identificá-la como surda ou ouvinte.
A surdez é imperceptível aos olhos humanos. A surdez fará com que o
indivíduo tenha dificuldades ou impossibilidade em detectar e perceber
os sons. Isso pode dificultar o desenvolvimento de cognição, linguagem e
social de uma pessoa.

Os fatores que podem levar a surdez podem surgir durante o período de


gravidez ou após o nascimento de uma pessoa. Os que acontecem durante
o período de gravidez são doenças como rubéola, toxoplasmose, sífilis;
problemas de incompatibilidade sanguínea ou uso de drogas por parte da
mãe durante o período da gravidez. Os fatores que podem causar surdez
depois do nascimento do bebê são: doenças virais ou bacterianas, como
meningite, caxumba, sarampo. Além disso, a surdez também pode ser
causada por lesões traumáticas. Desses casos, vale ressaltar que um grande
número de surdos em idade adulta no Brasil tem a surdez como sequela
da meningite. Ainda há casos de surdez hereditária, é comum encontrar
famílias com irmãos e primos surdos.

As perdas auditivas podem ser condutivas, isto é, as que são passiveis a


tratamento medicamentoso. Durante um período de alguns dias a pessoa

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pode ficar impossibilitada de ouvir, mas volta a ouvir com tratamento
médico correto. E também existem as perdas auditivas neurossensoriais,
essas acontecem na cóclea ou no nervo auditivo, esse tipo de lesão é
irreversível.

Quanto à intensidade da perda auditiva, ela pode ser medida em graus.


Perda auditiva leve (de 26 dB – 40 dB), essa pessoa tem capacidade de
perceber qualquer som que seja apresentado com uma entonação um
pouco maior. Normalmente consegue desenvolver a comunicação oral,
sua audição é bem próxima da considerada normal. Muitas pessoas
têm leves perdas auditivas, mas nem as percebem. Existem as perdas
auditivas em grau moderado (de 41 dB – 70 dB), nesse caso já existe
uma dificuldade maior de compreensão dos sons e o indivíduo apresenta
maior dificuldade de desenvolver a linguagem oral, trocando fonemas e
confundindo letras. Acabam apresentando dificuldade de aprendizado,
não por problemas cognitivos, mas por não compreender claramente o
que escuta. Também existe a perda auditiva de grau severo (71 dB – 90
dB). Nesse caso, o indivíduo apresenta um atraso maior e dificuldade
no desenvolvimento da fala, não consegue perceber a voz e alguns sons
do dia a dia sem a intervenção de um aparelho auditivo, é necessário
acompanhamento fonoaudiológico. Além desses graus, há também a
perda de grau profundo (acima de 91 dB) nesse caso a pessoa apresenta
maior dificuldade de desenvolver a fala, existem alguns tratamentos e
terapias que desenvolvem a leitura labial, além de outras alternativas. No
caso de pessoas com nível severo e profundo é muito comum a opção por
língua de sinais.

Figura 7 - Representação de perda auditiva em diferentes níveis. - Fonte: <audiobem.com.br>

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Depois de entender um pouco sobre os aspectos clínicos da surdez,
conversaremos sobre as questões de identidade e cultura que permeiam o
grupo de pessoas surdas.

Quem são os surdos? São pessoas que nascem com surdez ou a


adquiriram logo nos primeiros anos de vida, essas pessoas crescem e
observam o mundo de uma forma diferenciada, suas experiências e
sua leitura de mundo acontecem pelo canal visual, são pessoas que
se identificam com seus pares surdos e desenvolvem características
particulares, que são oriundas de sua forma visual de pertencer e perceber
o mundo. O que é conhecido como cultura visual. São usuários de língua
de sinais, uma marca do povo surdo é o uso de uma língua visual –
gestual.

Dica
DICA: Assista ao filme “Sou surda e não sabia”.
Assim poderá compreender como é ser surdo e
qual a implicação de ser surdo na sociedade e em
comunidades ouvintes. Clique aqui

Quando surdos passam a conviver juntos, se identificam em suas


características e forma de perceber o mundo. Assim, acabam por
desenvolver o que conhecemos como cultura surda. A cultura surda é o
conjunto de hábitos, costumes e vivências dos surdos, passa pela forma
que o surdo vê e interage com o mundo. A cultura surda permite que
as pessoas com surdez desenvolvam sua identidade, é uma forma de
se inserir e marcar seu espaço na sociedade. A identidade que o surdo
desenvolve lhe permite pertencer à sociedade.

Quando se fala em identidade surda, podemos afirmar que não existe só


uma identidade, que a forma que o surdo se posiciona na sociedade nos
dirá que identidade esse surdo possui. Essa identidade será influenciada
pelo meio que o surdo está inserido e as suas experiências.

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A pesquisadora Gladis Perlin ajuda a entender sobre as diferentes
identidades surdas. Assim, ela classifica:

• Identidade Surda ou Política: pessoas com identidade surda


plena podem ser filhos de pais surdos, pessoas que nasceram surdas
e tiveram contato com a língua de sinais bem cedo, na primeira
infância, utilizam a língua de sinais de forma natural, sendo a
LIBRAS sua primeira língua. Identificam-se como surdos, não se
escondem da sociedade, se expõem de forma natural, e lutam por
um espaço na sociedade.
• Identidade Híbrida: são pessoas que nascem ouvintes e aprendem
a se comunicar oralmente, mas posteriormente ficam surdos. Essas
pessoas aprendem a LIBRAS e se inserem na comunidade surda, mas
não perdem totalmente os traços da cultura ouvinte.
• Identidade Flutuante: são surdos que não se identificam com um
grupo especifico, quando estão com ouvintes buscam se comportar
de forma que se assemelhem aos ouvintes, tentam disfarçar a surdez
e quando estão com os surdos buscam se comportar como os surdos.
• Identidade Embaçada:Normalmente não conhecem nem a LIBRAS
nem o português, normalmente tem poucas informações e acabam
desenvolvendo dificuldade de comunicação tanto na cultura surda
como na cultura ouvinte, em alguns casos acabam por se isolarem e
viver somente com a família.
• Identidade Incompleta: Nega a identidade surda, luta para
se inserir no ambiente ouvinte, tentando levar uma vida como
ouvintes. Esforça-se em ser oralizado, não aceita a língua de sinais
e normalmente usa aparelho auditivo. Busca meios de viver como
os ouvintes e demonstra interesse por coisas particulares que os
ouvintes gostam, como a música. Não se identifica como surdo e
costuma se identificar como deficiente auditivo.

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A identidade que o surdo assume na sociedade é uma escolha, essa
escolha passa pelas influências que o surdo é exposto, ao meio que o
mesmo vive. As famílias têm um papel importante nesse processo, visto
que muitos surdos vivem em famílias ouvintes que podem não aceitar
ou só permitem o aprendizado da LIBRAS e contato com outros surdos
tardiamente.

Observamos também que os surdos que desenvolvem uma identidade


e interagem com seus pares são mais seguros e não estão à parte da
sociedade. Vivem, trabalham e lutam por igualdade de direitos. Não
são inferiores a ninguém, têm a mesma condição na sociedade. Podem
ainda ser considerados minoria, minoria linguística, pois ainda são
relativamente poucas as pessoas que conhecem a língua de sinais, mas
caminhamos para que isso também deixe de acontecer.

E por último, abordaremos o conceito de comunidade surda. A


comunidade surda é um grupo de uma localidade especifica composto
por surdos que possuem cultura e identidade surda, são usuários de
língua de sinais. A esse grupo são inseridos ouvintes que têm a cultura
ouvinte, mas compartilham suas vidas com os surdos, aprendem língua
de sinais e se juntam aos surdos para lutar por seus direitos. Podem
ser filhos, pais e familiares de surdos, também podem pertencer às
associações religiosas ou ONG`s. Os ouvintes que aprendem língua de
sinais passam a entender a cultura surda e respeitá-la.

Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a
tarefa dissertativa.

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Resumo

Com as cinco primeiras unidades, podemos compreender que a língua de


sinais é de fundamental importância para pessoas surdas. Que hoje em
dia, o conhecimento de LIBRAS permite maior inclusão dos surdos na
sociedade. O começo desse processo de aquisição de Libras por pessoas
ouvintes acontece com o Decreto 5626/2005 no qual os cursos de
licenciatura são obrigados a ofertar a disciplina de LIBRAS.

Para conhecer a língua de sinais não podemos esquecer que ela pertence
a um grupo especifico de pessoas. No nosso caso, pertence ao povo
surdo brasileiro. Mas para chegar a esse momento da história precisamos
compreender tudo que os surdos viveram até a conquista da língua de
sinais.

Inicialmente não podemos esquecer que os surdos não tinham direito


e acesso à educação, eram tidos como pessoas incompletas e não
pertencentes à sociedade. Isso fez com que durante muitos anos os surdos
não tivessem acesso a informação ou frequentassem as escolas. Quando
finalmente o Monge Beneditino Pedro Ponce de Leon começou a ensinar
surdos eles passaram a ser vistos de outra forma dela sociedade.

Em relação ao uso de língua de sinais, historicamente não podemos


deixar de citar L`eepé, pessoa que aprendeu a língua gestual com surdos e
começou a utilizar a mesma como meio de ensiná-los. Quando começou
a trabalhar com surdos usando os sinais, que os próprios surdos lhe
ensinaram, ele compreendeu que esse era o método mais eficiente e
proveitoso de educação dos mesmos.

Quando trazemos o nosso olhar para a história dos surdos aqui no


Brasil, nos deparamos com um professor francês Huet, que veio ao país
a convite de Dom Pedro II. Com sua vinda, é criado o INES (Instituto

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Nacional de Educação de Surdos), que funciona até os dias atuais e um
elemento histórico e cultural para os surdos brasileiros.

Nesse momento, acontece o Congresso de Milão, mais precisamente em


1880, em que os surdos são proibidos de usar a língua de sinais e que essa
metodologia de ensino através de tratamentos clínicos para reabilitação
da fala, passa a ser usada e defendida em todo mundo.

Os surdos não aceitam e sofrem com a proibição da língua de sinais,


se organizam em movimentos em todo o mundo e passam a lutar pelo
uso da língua de sinais. Professores e pesquisadores passam a ver a essa
língua como uma opção e entendem que, para o surdo, deve existir uma
metodologia educacional que lhes permita acesso a tudo. Surge com
isso a comunicação total, uma metodologia em que surdos são expostos
a gestos, sinais, português, leitura labial, cujo objetivo é que existam
maiores subsídios para inclusão dos surdos.

Ainda não satisfeitos com essa perspectiva, os surdos continuam a


lutar e assim em muitos países a língua de sinais começa a ser aceita,
em nosso país, em 2002, o governo Federal oficializa a LIBRAS como
primeira língua dos surdos brasileiros, afirmando que ela não substituirá
o português escrito. Assim fica claro que os surdos serão usuários de
língua de sinais, terão direito à LIBRAS como primeira língua, mas
precisaram aprender o português em sua modalidade escrita. Surge assim,
o bilinguismo, a tendência atual na educação de surdos.

O bilinguismo tem se mostrado eficiente e tem permitido a inclusão


dos surdos nas escolas e na sociedade de uma forma mais igualitária. A
luta da comunidade surda, grupo de pessoas surdas usuárias de língua de
sinais, ainda não acabou, ainda há o que ser feito e conquistado em prol
do reconhecimento e respeito à cultura e identidade e principalmente a
língua dos surdos.

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6 A língua brasileira de sinais
Objetivo
Conhecer a estrutura da língua de sinais e desenvolver alguns
conhecimentos básicos para aquisição e compreensão do vocabulário
em LIBRAS.

Observando a história da educação de surdos no mundo e no Brasil,


percebemos que a Língua de Sinais é de fundamental importância para
a comunidade surda. E que assim como qualquer outra língua, LIBRAS
surge dos movimentos e dos contatos entre os pares surdos. E também
que assim como as línguas orais e auditivas, a LIBRAS tem uma estrutura
e características próprias.

A Língua Brasileira de Sinais é reconhecida como meio legal de


comunicação e expressão dos surdos brasileiros. É a primeira língua, ou a
língua materna dessa comunidade. E como qualquer outra língua poderá
ser aprendida por qualquer pessoa interessada na comunicação com os
surdos.

A Língua Brasileira de Sinais como o nome mesmo aponta, é língua,


pois já foi estudada em todos os níveis gramaticais possíveis: sintaxe,
semântica, pragmática, fonológica e morfológica. Ela pode expressar
qualquer ideia. Qualquer conceito abstrato. Os aspectos icônicos existem,
mas não são a base necessária da língua. Tornou-se uma língua oficial
com a Lei 10.436/2002.

A LIBRAS é uma língua com estrutura gramatical própria, compostas


por vários níveis linguísticos. Da mesma forma que nas línguas auditivas
existem as palavras, nas línguas de sinais também existem itens lexicais,
que recebem o nome de sinais. A única diferença é que sua modalidade
ao invés de oral e auditiva é visual – motora.

A Língua de Sinais não é Universal. Essa concepção faz parte do senso


comum pelo fato de algumas pessoas deduzirem que a língua de sinais é
composta somente de gestos icônicos e pictográficos. Cada país tem a sua

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própria língua de sinais, com vocabulário próprio de cada país. Por isso
a Língua Brasileira de Sinais é representada por LIBRAS. Atendendo a
comunidade surda que vive no Brasil.

Segundo Quadros & Karnopp (2004, p. 33), “sabe – se, todavia, que as
línguas de sinais são distintas e que há dialetos em tais línguas como os
há nas línguas orais.”.

Algumas pessoas aprendem o “Alfabeto Manual”, a representação


manual das letras do alfabeto e pensam que a língua de sinais é
composta somente do “Alfabeto Manual”, mas essa ideia é equivocada.
A língua de sinais é composta de sinais característicos que dependem de
unidades mínimas para formação dos sinais. Essas unidades mínimas são
Configuração de Mão (a posição que as mãos estão na hora de fazer um
sinal), o ponto de articulação (a parte do corpo que colocamos a mão
para realizar os sinais), orientação (direção que as mãos seguem para
realizar os sinais) movimento e expressão facial e/ou corporal.

A ideia que o surdo pode se comunicar por meio da leitura labial e


compreender tudo não é real, estudos mostram que os surdos com boa
leitura labial só conseguem compreender 20% do que lhe é dito. A
aquisição da língua de sinais é fundamental para a construção do sujeito
surdo, da linguagem e da comunicação, pois os signos possibilitam
o desenvolvimento da relação com o mundo. A aprendizagem do
português escrito e de qualquer outro assunto acontece para os surdos
por meio da língua de sinais. Aprender a LIBRAS não prejudica aos
surdos como erroneamente algumas pessoas pensam.

Concluímos assim que a LIBRAS é uma língua de natureza diferente


das línguas faladas. É uma língua de natureza visual – motora. Toda
sua gramática é construída no espaço, utilizando como marcadores
gramaticais as configurações de mão, os pontos de articulação, o
movimento, as expressões não-manuais e orientação das mãos.

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A LIBRAS como qualquer outra língua é composta de uma gramática e
de itens lexicais específicos. Como vimos na unidade anterior, a língua de
sinais se apresenta de uma forma diferente das línguas orais. Isso acontece
porque a língua de sinais tem uma estrutura diferente das línguas orais.
Ela se apresenta em uma forma visual–gestual. A emissão é feita com as
mãos e outros componentes corporais, não por meio de sons, nesse caso
é uma emissão gestual. E a recepção acontece com os olhos, ou seja, de
uma forma visual, e não de forma auditiva como nas línguas orais. Por
isso dizemos que a estrutura da língua de sinais é visual-gestual.

Também é uma língua de uma comunidade surda específica. A Língua


Brasileira de Sinais (LIBRAS) é uma língua das comunidades surdas do
Brasil, dos centros urbanos e há diferenças regionais no uso da LIBRAS
pelos surdos nas diferentes regiões do Brasil. A marca cultural de um
determinado lugar influencia na composição da língua utilizada ali.

Assim, podemos definir que a Língua de Sinais se constitui como a


primeira língua do surdo, principalmente porque sua forma de aquisição
acontece naturalmente. Muito diferente do português, que não pode ser
substituído pela LIBRAS, mesmo que a legislação seja bem especifica
quanto a isso, o português faz parte da constituição do sujeito surdo
bilíngue. Isto é, sua aprendizagem acontece mediante muito treinamento,
práticas muitas vezes artificiais. O aprendizado do português por pessoas
surdas não acontece de forma natural como no caso da LIBRAS. Vale
ressaltar que a Lei 10.436/2002 faz uma escolha pelo português escrito.

Fórum
Diante de tudo que estamos estudando sobre
a educação de surdos especialmente no Brasil,
desde a sua história até o momento atual, com
a oficialização da LIBRAS como segunda língua
do país. Interaja com seus colegas, sobre a
importância e as consequências dessa conquista
da comunidade surda. Aponte sobre a importância
de pessoas ouvintes também aprenderem LIBRAS.

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Mesmo se apresentando de uma forma diferente das línguas orais, a
LIBRAS também possui uma gramática. Essa gramática é própria da nossa
língua de sinais e também apresenta os aspectos fonológicos, morfológicos,
semânticos e sintáticos. Esses itens aos serem analisados em línguas de
sinais têm especificidades diferentes das línguas orais, mas seguem os
princípios básicos e gerais da linguística. Esses itens permitem a construção
de estruturas produtivas e significativas em língua de sinais. Não existe
nada que não possa ser dito em LIBRAS.

A LIBRAS possui componentes pragmáticos convencionais que pertencem


a estrutura da língua de sinais, são itens que permitem a construção de
ideias metafóricas ou icônicas. Nesse sentido, podemos afirmar que a
língua de sinais pode ser estudada em diferentes níveis e ao contrário do
que muitos pensam, não são sinais ou gestos soltos. A LIBRAS tem uma
estrutura rica e só conhecendo essa estrutura, uma pessoa pode usar a
língua de sinais corretamente. Podemos destacar, por exemplo, Lucinda
Ferreira – Brito como uma das pesquisadoras da gramática da LIBRAS,
em 1995, a mesma publicou um livro “Por uma gramática das línguas
de sinais”. E a partir de então cada vez mais pessoas têm pesquisado a
linguística da LIBRAS.

Um fato interessante sobre a LIBRAS, é que assim como outras línguas de


sinais ela não tem um sistema de escrita largamente adotado e reconhecido.
Alguns estudos apontam para a ideia de Escrita de Sinais, o SingWriting,
que está sendo usada em alguns livros e publicações. Como ainda não está
amplamente divulgada, a LIBRAS possui um método de transcrição, esse
método permite a escrita e leitura de alguns sinais. O sistema de transcrição
é o uso de palavras do português para corresponder o significado dos sinais.
Observe agora algumas formas em que acontece o sistema de transcrição:

• As palavras para representar os sinais, serão sempre escritas em


letras maiúsculas. Por exemplo, quando escrevemos o sinal que
representará a palavra casa, utilizamos a seguinte grafia: CASA.
• Quando utilizamos a datilologia, ou seja, soletramos palavras
utilizando o alfabeto manual. Normalmente utilizamos a datilologia
para escrever nome de pessoas e lugares, ou escrever palavras que não
sabemos os sinais. Para representar a datilologia utilizamos a grafia:
M-A-R-I-A, B-R-A-S-I- L.

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• Os verbos serão sempre escritos no infinitivo. As concordâncias são
feitas manualmente. Exemplo de grafia de verbos: IR – COMER –
ANDAR.
• As frases têm uma estrutura própria, estrutura diferente da língua
portuguesa. Por exemplo: VOCÊ GOSTAR PRAIA? (estrutura em
LIBRAS para a frase: Você gosta de praia?).

É importante ressaltar que os pronomes pessoais e demonstrativos na


língua de sinais, são produzidos por meio de apontamento. Assim, caso
se aponte para aquilo que se fala ou apresenta. O apontamento na língua
de sinais é comum, visto que estamos nos referindo a uma língua visual.
Outra característica da língua de sinais é a ausência de alguns elementos
comuns ao português como artigos, preposições e conjunções.

As línguas de sinais, assim como as línguas orais, possuem um sistema


de formação de palavras, no caso da LIBRAS, formação de sinais. Para
a língua de sinais a morfologia é o estudo da estrutura interna dos
sinais, assim como das regras que determinam a formação dos sinais.
Os morfemas são unidades mínimas de significado (QUADROS;
KARNOPP, 2004. p.86).

Os morfemas, tanto nas línguas orais como na língua de sinais,


determinam o significado das palavras e também a ideia de gênero
(masculino ou feminino), de número (singular ou plural), de grau
(aumentativo ou diminutivo), de tempo (passado, presente ou futuro).
Na LIBRAS, diferentemente do português, as marcas de tempo vêm
expressas nas formas verbais, dessa maneira, quando o verbo em
LIBRAS refere-se a um tempo passado, futuro ou presente, o que
vai marcar o tempo da ação serão sinais adverbiais como ONTEM,
AMANHÃ, HOJE, PASSADO ou FUTURO. Com isso, não há risco
de ambiguidade, porque se sabe que se o que está sendo dito iniciou-se
com uma marca no passado, enquanto não aparecer outro item ou sinal
para marcar outro tempo, tudo será interpretado como tendo ocorrido
no passado.

No caso das marcas de gênero: para a indicação do sexo, acrescenta-se


o sinal de mulher ou de homem, quer a referência seja a pessoas ou a

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animais. O sinal de GATO será o mesmo, mas antes do sinal GATO
acrescenta-se o sinal de HOMEM ou MULHER, assim para marcar
o gênero, caso falemos de uma gata ou um gato. Substantivos flexíveis
em gênero quando escritos no sistema de transcrição, são escritos com a
seguinte grafia: PRIM@, TI@, AMIG@. Assim subentende-se que antes
do sinal é necessário acrescentar o sinal de HOMEM ou MULHER.

Além disso, os sinais podem ser simples (apenas um sinal) ou compostos


(dois ou mais sinais), também podem ser sinais arbitrários, esses são
sinais convencionados por surdos de um país ou região. Os sinais
arbitrários não são uma representação do que se fala. Normalmente uma
pessoa que não conhece a língua de sinais ao ver alguém expressando um
sinal arbitrário não entenderá o que está sendo dito. Os sinais também
podem ser icônicos, esses são sinais que representam manualmente aquilo
a que representam, qualquer pessoa que não conhece língua de sinais
pode compreender o que é dito por um sinal icônico.

Como dito na unidade 06, existem cinco estruturas que compõem


os sinais: as configurações de mão, ponto de articulação, movimento,
orientação, e expressões faciais e corporais. Essas estruturas são
conhecidas como Parâmetros para Formação de Sinais. Vamos
conhecer e exemplificar um pouco desses parâmetros.

• Configuração das mãos (CM): é a forma que a mão assume na hora


de produzir os sinais, elas podem ser letras do alfabeto manual, ou
outra representação. Os sinais de IDADE, EVITAR, DESCULPA,
BOI, ANIVERSÁRIO, são feitos com a mesma configuração de
mão, mas são feitos em locais diferentes do corpo. As configurações
de mãos conhecidas até hoje chegam a 64.
• Ponto de articulação (PA): é o lugar onde a mão configurada se
encontra para a reprodução do sinal. Na verdade, é o lugar onde o
sinal é feito. Alguns pontos de articulação são produzidos em nosso
próprio corpo, mas alguns são feitos em um espaço neutro, espaço a
frente do nosso corpo, sem um ponto de contato.

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• Movimento (M): os sinais podem ter ou não movimento. Alguns
sinais são produzidos por uma mão parada, outros são produzidos
com um movimento de mão. Quanto ao movimento, alguns sinais
são produzidos por movimentos únicos, outros são produzidos por
movimentos contínuos.
• Orientação ou Direção: os sinais têm uma direção ao serem
produzidos, os movimentos são direcionados para lugares específicos
como para cima, para baixo, um lado ou outro. A orientação ainda é
fundamental ao reproduzir os sinais de verbos com concordância.
• Expressão facial ou corporal: são expressões que usamos com o
rosto ou o corpo para acrescentar sentido, emoção e entonação ao
que sinalizamos. A expressão facial é um item importantíssimo para
a língua de sinais. Somente com boa expressão facial o que dizemos
em sinais poderá ser plenamente compreendido.

Figura 8 - Parâmetros básicos para a reprodução de um sinal: HOMEM


Fonte: <rebecanemer.com.br>

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7 Introducão a gramática de Libras
Objetivo
Conhecer a estrutura da língua de sinais e desenvolver alguns
conhecimentos básicos para aquisição e compreensão do vocabulário
em LIBRAS.

Mesmo se apresentando de uma forma diferente das línguas orais, a


LIBRAS também possui uma gramática. Essa gramática é própria da
nossa língua de sinais e também apresenta os aspectos fonológicos,
morfológicos, semânticos e sintáticos. Esses itens aos serem analisados
em línguas de sinais têm especificidades diferentes das línguas orais, mas
seguem os princípios básicos e gerais da linguística. Esses itens permitem
a construção de estruturas produtivas e significativas em língua de sinais.
Não existe nada que não possa ser dito em LIBRAS.

A LIBRAS possui componentes pragmáticos convencionais que


pertencem a estrutura da língua de sinais, são itens que permitem a
construção de ideias metafóricas ou icônicas. Nesse sentido, podemos
afirmar que a língua de sinais pode ser estudada em diferentes níveis e
ao contrário do que muitos pensam, não são sinais ou gestos soltos. A
LIBRAS tem uma estrutura rica e só conhecendo essa estrutura, uma
pessoa pode usar a língua de sinais corretamente. Podemos destacar,
por exemplo, Lucinda Ferreira – Brito como uma das pesquisadoras da
gramática da LIBRAS, em 1995, a mesma publicou um livro “Por uma
gramática das línguas de sinais”. E a partir de então cada vez mais pessoas
têm pesquisado a linguística da LIBRAS.

Um fato interessante sobre a LIBRAS, é que assim como outras línguas


de sinais ela não tem um sistema de escrita largamente adotado e
reconhecido. Alguns estudos apontam para a ideia de Escrita de Sinais,
o SingWriting , que está sendo usada em alguns livros e publicações.
Como ainda não está amplamente divulgada, a LIBRAS possui um
método de transcrição, esse método permite a escrita e leitura de alguns
sinais. O sistema de transcrição é o uso de palavras do português para

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corresponder o significado dos sinais. Observe agora algumas formas em
que acontece o sistema de transcrição:

• As palavras para representar os sinais, serão sempre escritas em


letras maiúsculas. Por exemplo, quando escrevemos o sinal que
representará a palavra casa , utilizamos a seguinte grafia: CASA.
• Quando utilizamos a datilologia, ou seja, soletramos palavras
utilizando o alfabeto manual. Normalmente utilizamos a datilologia
para escrever nome de pessoas e lugares, ou escrever palavras que não
sabemos os sinais. Para representar a datilologia utilizamos a grafia:
M-A-R-I-A, B-R-A-S-I- L.
• Os verbos serão sempre escritos no infinitivo. As concordâncias são
feitas manualmente. Exemplo de grafia de verbos: IR – COMER –
ANDAR.
• As frases têm uma estrutura própria, estrutura diferente da língua
portuguesa. Por exemplo: VOCÊ GOSTAR PRAIA? (estrutura em
LIBRAS para a frase: Você gosta de praia?).

É importante ressaltar que os pronomes pessoais e demonstrativos na


língua de sinais, são produzidos por meio de apontamento. Assim, caso
se aponte para aquilo que se fala ou apresenta. O apontamento na língua
de sinais é comum, visto que estamos nos referindo a uma língua visual.
Outra característica da língua de sinais é a ausência de alguns elementos
comuns ao português como artigos, preposições e conjunções.

As línguas de sinais, assim como as línguas orais, possuem um sistema


de formação de palavras, no caso da LIBRAS, formação de sinais. Para
a língua de sinais a morfologia é o estudo da estrutura interna dos
sinais, assim como das regras que determinam a formação dos sinais.
Os morfemas são unidades mínimas de significado (QUADROS;
KARNOPP, 2004. p.86).

Os morfemas, tanto nas línguas orais como na língua de sinais,


determinam o significado das palavras e também a ideia de gênero
(masculino ou feminino), de número (singular ou plural), de grau
(aumentativo ou diminutivo), de tempo (passado, presente ou futuro).
Na LIBRAS, diferentemente do português, as marcas de tempo vêm

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expressas nas formas verbais, dessa maneira, quando o verbo em
LIBRAS refere-se a um tempo passado, futuro ou presente, o que
vai marcar o tempo da ação serão sinais adverbiais como ONTEM,
AMANHÃ, HOJE, PASSADO ou FUTURO. Com isso, não há risco
de ambiguidade, porque se sabe que se o que está sendo dito iniciou-se
com uma marca no passado, enquanto não aparecer outro item ou sinal
para marcar outro tempo, tudo será interpretado como tendo ocorrido
no passado.

No caso das marcas de gênero: para a indicação do sexo, acrescenta-se


o sinal de mulher ou de homem, quer a referência seja a pessoas ou a
animais. O sinal de GATO será o mesmo, mas antes do sinal GATO
acrescenta-se o sinal de HOMEM ou MULHER, assim para marcar
o gênero, caso falemos de uma gata ou um gato. Substantivos flexíveis
em gênero quando escritos no sistema de transcrição, são escritos com a
seguinte grafia: PRIM@, TI@, AMIG@. Assim subentende-se que antes
do sinal é necessário acrescentar o sinal de HOMEM ou MULHER.

Além disso, os sinais podem ser simples (apenas um sinal) ou compostos


(dois ou mais sinais), também podem ser sinais arbitrários, esses são
sinais convencionados por surdos de um país ou região. Os sinais
arbitrários não são uma representação do que se fala. Normalmente uma
pessoa que não conhece a língua de sinais ao ver alguém expressando um
sinal arbitrário não entenderá o que está sendo dito. Os sinais também
podem ser icônicos, esses são sinais que representam manualmente aquilo
a que representam, qualquer pessoa que não conhece língua de sinais
pode compreender o que é dito por um sinal icônico.

Como dito na unidade 06, existem cinco estruturas que compõem


os sinais: as configurações de mão, ponto de articulação, movimento,
orientação, e expressões faciais e corporais. Essas estruturas são
conhecidas como Parâmetros para Formação de Sinais. Vamos
conhecer e exemplificar um pouco desses parâmetros.

• Configuração das mãos (CM): é a forma que a mão assume na hora


de produzir os sinais, elas podem ser letras do alfabeto manual, ou
outra representação. Os sinais de IDADE, EVITAR, DESCULPA,
BOI, ANIVERSÁRIO, são feitos com a mesma configuração de
mão, mas são feitos em locais diferentes do corpo. As configurações
de mãos conhecidas até hoje chegam a 64.
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08 As práticas de educação bilíngue
Objetivo
Identificar o que é educação bilíngue, quais os desafios para que ela
aconteça, e qual a sua importância para os surdos.

A ideia de uma educação bilíngue desafia muitas pessoas, esses desafios


são baseados na ideia de monolinguismo, das ideias de maioria linguística
que tornam uma língua mais importante e de maior peso que as línguas
consideradas minoritárias. Como já visto anteriormente, a LIBRAS é
considerada uma língua minoritária em relação ao português. A maioria
das pessoas não conhece e não demonstra interesse imediato nessa língua,
que se caracteriza de forma diferente da língua majoritária, por ser uma
língua visual – espacial.

Diante dessas questões, como não pensar na realidade bilíngue do surdo


no Brasil?

Com respeito às políticas educacionais, o MEC já produziu uma política


que atende aos dispositivos legais para inclusão do sujeito surdo. Os
desafios são lançados, as políticas educacionais são construídas, uma vez
que a inclusão bilíngue é o passo indicado por lei e decreto federal.

O decreto 5.626/2005 apresenta algumas condições para que a escola se


organize e para que se adeque a educação bilíngue.

Artigo 14:
§1 Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no
caput, as instituições de ensino federais devem:
II – ofertar, obrigatoriamente, desde a educação infantil, o ensino da LIBRAS e
também da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos;
III – prover as escolas com:
a)Professor de LIBRAS ou instrutor de LIBRAS;
b)Tradutor e intérprete de LIBRAS – Língua Portuguesa;

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c)Professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas
surdas; e
d)Professor regente de classe com conhecimento acerca da singularidade linguística
manifestada pelos alunos surdos;
Art. 15. Para complementar o currículo da base nacional comum, o ensino de LIBRAS
e o ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para
alunos surdos, devem ser ministrados em uma perspectiva dialógica, funcional e
instrumental, como:
I – atividades ou complementação curricular específica na educação infantil e nos
anos iniciais do ensino fundamental; e
II – áreas de conhecimento, como disciplinas curriculares, nos anos finais do ensino
fundamental, no ensino médio e na educação superior.

Na verdade esses são apenas alguns aspectos para que exista uma
educação bilíngue em que os surdos sejam verdadeiramente incluídos.
Mas na verdade, ainda há muitos desafios a serem vencidos, a simples
inserção de profissionais usuários ou conhecedores de LIBRAS não
resolve todos os problemas de efetiva inclusão de surdos.

Uma política de educação bilíngue deve pensar a língua de sinais como


peça primordial no processo. A língua de sinais não pode ser submetida
às práticas oralistas, pois quando isso acontece o resultado não é positivo.
Nesse contexto, existe o grande risco de a língua de sinais ficar à revelia
da língua portuguesa ou ainda como afirma Skliar (1998) a língua de
sinais ser usada para alcançar a língua portuguesa e depois ser descartada.

Os profissionais ouvintes que atuarão diretamente com o aluno surdo


devem saber língua de sinais com fluência, e principalmente, pela própria
condição das leis, devem ser contratados professores surdos ou instrutores
surdos. Assim esses professores atuarão diretamente com alunos surdos
para um processo natural de aquisição da LIBRAS.

Os cursos de língua de sinais devem ser abertos e acessíveis a todos


os professores e comunidade escolar, vale destacar que apenas cursos
avulsos e básicos de LIBRAS não serão suficientes para que os surdos
sejam incluídos e que a língua de sinais ganhe o espaço necessário e
transformador para mudar a realidade de uma escola e torna- lá uma
escola bilíngue.

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Muitos defendem e discutem as adaptações de conteúdos e currículos,
ou simplificação de conteúdos para que se tornem acessíveis aos
alunos surdos. Essas ideias devem ser bem avaliadas e discutidas, visto
que, algumas pessoas entendem que a adequação curricular significa
infantilizar as atividades e conteúdos. O reflexo disso está em alunos
surdos adultos ou adolescentes que não conseguem acompanhar
conteúdos específicos de sua idade e, ao olhar de alguns, estão sempre em
desigualdade com os ouvintes.

Quanto ao que diz respeito à língua de sinais, a cultura e identidade


surda, os surdos precisam estar juntos uns com os outros para estabelecer
uma relação cultural necessária. Com os surdos juntos, existe a
possibilidade de construção de políticas educacionais mais interessantes e
o fortalecimento dos marcadores culturais dos surdos na escola.

A pedagogia visual e bilíngue traz novas concepções sobre os surdos,


acreditando que esses alunos têm potencialidades e que essas
potencialidades devem ser a base dessa pedagogia. Os próprios surdos
sugerem práticas em suas narrativas. Práticas simples e comuns que
requerem de nós sensibilidade em perceber os movimentos, as buscas, as
necessidades e as possibilidades do surdo.

Tarefa dissertativa
Caro estudante, convidamos você a acessar o
Ambiente Virtual de Aprendizagem e realizar a
tarefa dissertativa.

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O tradutor intérprete de língua de
09 sinais
Objetivo
Conhecer o perfil e a atuação dos tradutores intérpretes de LIBRAS, e
sua importância no cenário atual.

Com esse cenário de educação bilíngue, surge um personagem muito


importante, ele compõe os espaços em que usuários de língua de sinais e
não usuários de língua de sinais convivem.

Os intérpretes de LIBRAS são profissionais com muita responsabilidade


na comunidade surda. Esses profissionais têm a responsabilidade de
conduzir, traspor e versar informações que são passadas em LIBRAS para
a língua portuguesa e vice e versa.

Para realizar essa função, os intérpretes devem conhecer profundamente


as duas línguas envolvidas nos processos tradutórios. Fazendo com que
as informações dadas na língua fonte cheguem o mais apropriadamente
possível à língua alvo, preservando a estrutura gramatical das duas línguas
envolvidas.

É muito importante destacar que a atuação do tradutor/ intérprete não


pode ser considerada como algo automático ou natural, no qual palavras,
frases e sentença são traduzidas ou substituídas por correspondentes
diretos em outra língua. Esse processo acontece por negociações de
sentidos, esses sentidos são aplicados e circunscritos culturalmente. Perlin
(2006, p. 136), fala sobre o trabalho e atuação dos intérpretes:

[...] não se pode reduzir o intérprete de língua de sinais somente ao ato de tradução.
Os intérpretes são também intérpretes de cultura, da língua, da história, dos
movimentos, das políticas da identidade e da subjetividade surda, e apresenta suas
particularidades, sua identidade, sua trajetória.

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Não é fácil datar onde e quando os primeiros trabalhos tradutórios
foram desenvolvidos, alguns relatos apontam para o início do século
XIX, trabalhos de cunho religiosos. Nos Estados Unidos, alguns registros
apontam Thomas Gallaudet atuando com intérprete de Laurent Clerc,
surdo francês que estava nos EUA auxiliando na promoção da educação
de surdos.

No Brasil, são raros os registros de atuação de intérpretes de LIBRAS,


mas observamos, que assim como na maioria dos países, essa atuação
começa a acontecer e ser organizada no âmbito religioso. Até hoje, as
igrejas ainda ocupam o primeiro lugar no ranking de recrutamento de
potenciais intérpretes de LIBRAS.

Diversas denominações religiosas criaram ministérios de surdos em seus templos, a


fim de levar a palavra de Deus às pessoas surdas. Esse fato é um marco na história dos
ILS, pois a maioria dos profissionais, que hoje atuam, mantiveram relações estreitas
com as questões religiosas. (AGUIAR, 2006, p.47).

Em 1988, acontece o I Encontro Nacional de Intérpretes de Língua


de Sinais, foi o primeiro movimento nacional, que possibilitou uma
interlocução entre intérpretes em todas as partes do Brasil. Em 1992,
aconteceu o segundo evento, onde surgiu o Código de Ética dos
Intérpretes do Brasil, e após esse, outros encontros foram acontecendo
em ocasiões posteriores, organizando e padronizando a atuação de
intérpretes em âmbito nacional. Aqui no estado contamos com uma
associação dos Profissionais Intérpretes de LIBRAS do Espírito Santo,
APILES, fundada em 2007.

Atualmente, o que podemos observar é uma crescente valorização e uma


grande demanda desse profissional. O ponta-pé para esse crescimento
foi a sanção da lei de LIBRAS em 2002 e do decreto de LIBRAS em
2005. A partir de então notamos inúmeros fatores que impulsionaram a
profissionalização dos intérpretes.

Os campos de atuação são muitos, os locais variam de hospitais, escolas,


delegacias, fóruns e outros espaços de serviços públicos. Atualmente o
setor que mais exige esse profissional, que comporta a maior parte dos
profissionais intérpretes, é a área de educação.

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Pelo fato da profissão de tradutores e intérpretes não ser regulamentada,
a atuação dos intérpretes sempre foi delicada e muito discutida. O que
fez com que algumas leis e dispositivos fossem criados para suavizar esses
equívocos e contribuir para boa atuação dos intérpretes.

Podemos citar a lei 10.098 de 19 de Dezembro de 2000 que estabelece


critérios de acessibilidade, a primeira lei para discutir as necessidades de
atuação dos intérpretes para com os surdos. E também a lei 12.319 de
1° de Setembro de 2010, essa lei normatiza e regulamenta atuação dos
tradutores/ intérpretes no Brasil.

Em 2008, iniciou-se o primeiro curso de graduação em Letras –


LIBRAS, bacharelado, na modalidade à distância, oferecida pela
Universidade Federal de Santa Catarina, com 19 polos distribuídos por
todo o Brasil. Esses cursos formaram em nível superior profissionais
para atuarem como tradutores e intérpretes. Nos últimos anos esse curso
vem sendo oferecido em muitas universidades federais em modalidade
presencial.

O decreto 5.626/2005 aponta também uma prova de exame de


proficiência chamada PROLIBRAS, que vem sendo realizada
periodicamente em vários estados do Brasil. Esse exame proporciona
certificação às pessoas que utilizavam a língua de sinais em âmbito
religioso e familiar, mas não tinham nenhum certificado. Como
dito acima, a atuação dos intérpretes acontecia em igrejas e meios
familiares, muitas pessoas aprenderam língua de sinais, mas não fizeram
cursos específicos que até então não eram tão acessíveis. Assim, com
o PROLIBRAS, muitos filhos e familiares de surdos e membros de
denominações religiosas conseguiram se certificar para entrar no mercado
de trabalho, atendendo as exigências e pré-requisitos para atuar como
intérpretes.

A inserção dos intérpretes no âmbito educacional fez surgir os intérpretes


educacionais. São profissionais que estão em sala de aula acompanhando
os alunos surdos, trabalham diretamente com os alunos surdos e
professores regentes. A presença do intérprete faz com que alguns
professores não entendam os alunos surdos como sua responsabilidade,
delegando toda a responsabilidade aos intérpretes.

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É necessário que exista uma mediação pedagógica bem planejada, voltada
para as pessoas surdas, respeitando suas singularidades linguísticas e
sua forma de compreender e ler o mundo visualmente. O professor
deve adotar estratégias e recursos para que o aluno surdo participe
regularmente na sala de aula. Nesse contexto, os intérpretes atuam como
ferramenta humana, atuando assim lado a lado com os professores.

Assim o trabalho do IE (intérprete educacional) vai além de fazer escolhas ativas sobre
o que deve traduzir, envolvendo também modos de tornar conteúdos acessíveis para
o aluno surdo, ainda que implique solicitar ao professor que reformule sua aula, pois
uma tradução correta do ponto de vista linguístico nem sempre é a melhor opção
educacional para proporcionar o conhecimento, principalmente quando os alunos são
crianças ainda em fase de aquisição da LIBRAS. (LACERDA, 2009, p.35)

A inserção do intérprete tem uma grande responsabilidade na inclusão


dos surdos e do que é proposto pela educação bilíngue. Mas gera
muitos questionamentos sobre sua efetiva atuação, como por exemplo,
se professores estão capacitados, se eles planejam suas aulas pensando
nos alunos surdos. E se as condições de sala de aula garantem um real
aprendizado para os alunos surdos.

O IE tem uma tarefa importante no espaço escolar, seu papel e modos de atuação
merecem ser bem mais bem compreendidos e refletidos. A inclusão de intérprete
não soluciona todos os problemas educacionais dos surdos, sendo necessário
pensar a educação inclusiva, em qualquer grau de ensino, de maneira mais ampla e
consequente. (LACERDA, 2009, p.35)

Os intérpretes de língua de sinais que atuam no ambiente escolar são


peças chaves para a inclusão dos surdos. É importante o reconhecimento
e valorização desse profissional. A formação constante por parte do
mesmo também é necessária para que se atualize com relação à língua
e as suas práticas de atuação. Podemos afirmar com certeza que quanto
maior for à inserção dos surdos na sociedade, maiores serão as demandas
de atuação dos profissionais tradutores intérpretes de LIBRAS.

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Fórum
Imagina como seria professor atuar com um
intérprete de LIBRAS em sua sala de aula. Imagine
como aconteceriam as aulas e como seriam
os momentos de planejamento. Os conteúdos
ministrados para o aluno surdo seriam os mesmo
dos demais alunos. Algum material de apoio seria
necessário. Como seria a relação do professor e
do intérprete. Discuta com seus colegas, não se
esqueça de ponderar sobre o que já estudamos até
o momento..

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Processo de aprendizagem das
10 pessoas surdas
Objetivo
Entender como acontece o processo de ensino aprendizagem das
pessoas surdas, e qual o papel dos professores de alunos surdos nesse
processo.

Diante de tudo que já estudamos até agora, podemos entender que na


perspectiva do bilinguismo, a língua de sinais é o canal de comunicação
fundamental para o desenvolvimento do processo de ensino
aprendizagem das pessoas surdas. Para que esse processo aconteça de
forma eficiente é necessário que o surdo tenha acesso à língua de sinais o
mais cedo possível.

É importante que a família e a escola criem ambientes que favoreçam


o desenvolvimento e a inclusão dos surdos. Devem propor condições
linguísticas especificas para os surdos. As famílias devem se empenhar
em aprender a língua sinais e entender que seu filho surdo tem
potencialidades e deve ter direito e acesso a uma educação de qualidade.

As escolas devem buscar meios de cumprir as exigências dos dispositivos


legais, desenvolver um ambiente inclusivo e que respeite a língua de
sinais e a cultura surda. A língua de sinais deve ser um elemento vivo
dentro de uma escola que se propõe a desenvolver uma política de
educação bilíngue. É importante que as escolas deem condição de
comunicabilidade e interação entre surdos e ouvintes.

Nenhuma das escolas de surdos, em época alguma, houve uma língua compartilhada
entre os estudantes surdos e professores ouvintes. Ocasionalmente, havia uso de
sinais por alguns professores. Essa situação comunicativa influencia diretamente as
práticas de leitura e escrita. (BOTELHO, 2002, p.68).

Em o processo de escolarização do surdo, acontece assim como acontece


o de crianças ouvintes. No mesmo ritmo e com os mesmos objetivos,

www.esab.edu.br 49
mas no caso dos surdos a sua primeira língua será a língua de sinais. Os
surdos têm a LIBRAS como sua primeira língua, sua língua natural, e nas
escolas ela deve ser o instrumento comunicativo para o desenvolvimento
educativo.

Sendo assim, a língua de sinais é a língua que o surdo pode dominar


com fluência e naturalidade. Ela deve ser prioridade na escolarização dos
surdos, quanto mais cedo a escola ofertar a língua de sinais e desenvolver
processos e metodologias de ensino e aprendizagem que usem a língua de
sinais, mais cedo os alunos surdos se desenvolverão. A língua de base é o
fundamento para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional. Para
que isso aconteça todos os profissionais que atuam diretamente com os
surdos precisam conhecer e utilizar bem a língua de sinais.

Mas no que se refere à escrita do português por pessoas surdas vamos


encontrar uma forte diferença no processo de apropriação em si. O
processo de apropriação da língua escrita é bem diferente entre os surdos
e ouvintes. Isso acontece porque a língua que os surdos conhecem e
utilizam é uma língua diferente da que serve como base para o sistema de
escrita que usamos no Brasil.

Nesse contexto, a apropriação da língua escrita pelos surdos, acontece


como a aprendizagem de uma segunda língua. Uma língua de estrutura
e gramática diferente da sua primeira língua. Nesse sentido, surdos e
ouvintes passam por um processo distinto de aprendizagem, as hipóteses
e estágios de aprendizagem são bem diferentes. Um exemplo disso está
nas hipóteses de escrita que podem ser atribuídas às crianças ouvintes,
essas hipóteses são a avaliação entre a relação de som e grafia. No caso das
crianças surdas a questão sonora não faz parte do processo, por isso seu
processo é diferenciado.

Para que o surdo aprenda o português escrito ele precisa compreender os


aspectos que a língua portuguesa possui: funcional, lexical e gramatical,
mas o surdo só compreenderá esses aspectos se tiver compreensão
da língua de sinais e ela precisa fazer parte de todo processo de
aprendizagem dos surdos para que o mesmo tenha real apropriação dos
conceitos do português.

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Diante de toda a diferença que identificamos no processo de apropriação
da escrita, podemos entender que os surdos precisam de tempo, espaço
e metodologias diferenciadas. Para o surdo, esse processo passa por
três momentos a pré-escrita, as hipóteses e elaborações que o surdo
faz para tentar escrever, é como uma preparação para escrita ou um
planejamento. Esse processo se baseia nas experiências e no que o surdo
está aprendendo.

O segundo é o processo de escrita, nesse momento o surdo excuta aquilo


que planejou, são as transposições de ideias para o papel. O surdo escreve
a estrutura de seu pensamento, nesse sentido escreverá na estrutura da
língua de sinais e não do português. Observe o exemplo de uma escrita
de surdo sem intervenção de um professor:

Figura 9 - Exemplo de escrita por surdo usuário de LIBRAS.


Fonte: <scielo.br/scielo.php>
E depois acontece o processo de reescrita, esse processo ocorre com a
intervenção de um professor, os surdos reelaboram o que escreveram.
Assim, nesse momento identificam semelhanças e diferenças entre as
línguas. Assim desenvolvem seus processos de assimilação e significação
do português.

A educação de surdos não tem oferecido condições favoráveis de acesso


as complexibilidades cognitivas. Além de professores e alunos surdos não

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compartilharem a mesma língua, e muitos surdos não serem fluentes na língua de
sinais, a preocupação central de muitas escolas é ainda o ensino das palavras. E as
palavras por sua vez não fazem sentido como pertinentes a uma categoria comum,
tão pouco se relacionam a um tema significativo. (BOTELHO, 2002, p.58).

Esse processo deve respeitar a língua e a cultura do surdo, os alunos


precisam ser expostos a um ambiente no qual o português escrito exista e
atue com naturalidade. Os recursos imagéticos e visuais são fundamentais
nesse processo, os exercícios de memória e significação do vocabulário
devem ser bem explorados.

Vale ressaltar que muitos surdos dizem não gostar de português e achar
o aprendizado da língua escrita algo difícil. Isso normalmente acontece
porque surdos são apresentados ao português com metodologias não
interessantes e sem os recursos visuais, tornando o processo enfadonho e
cansativo. Fazendo com que os alunos acabem por ficar desinteressados.

A todos os professores que atuam e atuarão futuramente com alunos


surdos, não se pode esquecer a fundamental importância da língua de
sinais em todo o processo de escolarização dos seus alunos, que aulas
devem ser planejadas respeitando sua língua e cultura. Que o processo
de aprendizado do português para os surdos acontece como o de uma
segunda língua. O surdo tem muitas potencialidades e devem ser
estimuladas e respeitadas.

Fórum
Diante do que já aprendeu. Faça uma reflexão
com seus colegas sobre o uso de LIBRAS e a
metodologia do bilinguismo, destacando a
importância de uma educação pensada nos alunos
surdos.

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Estudo complementar
Nem sempre o processo de inserção de um
surdo em uma escola e a permanência desse
aluno, a continuidade dos processos de ensino
aprendizagem são fáceis. Assista ao Filme Indiano
Black, e conheça a história de Michele, sua família
e seu professor. Observe com a relação entre a
família e a escola é fundamental no processo de
ensino aprendizagem de qualquer ser humano.
Acesse clicando aqui.

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Resumo

Nas unidades 06 a 10 dialogamos um pouco mais sobre a língua


de sinais, aprendemos sobre a estrutura dessa língua e algumas
particularidades da mesma. Identificamos a LIBRAS como segunda
língua oficial do Brasil, a língua pertencente à comunidade surda
brasileira. Essa língua foi oficializada no Brasil no ano de 2002, pela lei
Federal 10.436/02. É uma língua com estrutura e gramática própria
e sua estrutura é visual-gestual. Ou seja, como meio de comunicação
utilizamos as mãos e os olhos. Além disso, aprendemos que a LIBRAS
é composta por algumas unidades mínimas, que são denominadas
parâmetros de libras, ao todo são cinco: Configuração de mãos, Ponto de
Articulação, Movimento, Direção, e Expressões faciais e corporais.

Começamos a pensar a educação de surdos, numa perspectiva de


educação bilíngue, identificamos que para trabalhar com os surdos na
perspectiva do bilinguismo é necessário muito mais do que só aprender
a língua de sinais. Os profissionais que passam a trabalhar com surdos
mergulham em uma comunidade com cultura, identidade e língua
específica. Que o respeito à língua e a cultura dos surdos é fundamental.
Além disso, conhecemos três profissionais envolvidos nesse processo: os
professores/instrutores de LIBRAS (profissional surdo que participará
do processo de aquisição de língua de sinais por crianças surdas), os
professores bilíngues que atuaram no ensino do português escrito
como segunda língua e os tradutores intérpretes de LIBRAS, que são os
mediadores de comunicação entre surdos e ouvintes, sendo assim, peça
chave num processo de inclusão em que os professores regentes não
dominem a língua de sinais.

Analisamos também que o processo de escolarização do surdo,


principalmente no que diz respeito ao aprendizado do português escrito,
acontece de forma bem diferenciada dos ouvintes. Esse processo deve
ser mediado pela língua de sinais. Por isso, é muito importante que os

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surdos conheçam e dominem a língua de sinais. A escola e os professores
devem desenvolver atividades diversificadas que respeitem o tempo e
o desenvolvimento do aluno surdo. Trabalhando numa perspectiva de
inclusão e potencialização dos surdos.

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Alfabeto manual e números em
11 libras
Objetivo
Conhecer a base da comunicação com os surdos, aprender o alfabeto
manual e os números em LIBRAS.

A datilologia é o sistema de representação das letras dos alfabetos das


línguas orais escritas por meio das mãos. Usamos a datilologia quando
escrevemos com o uso do alfabeto manual, nome de pessoas, lugares, ou
de alguma palavra que não tem um sinal especifico. Aprender o alfabeto
manual é o primeiro passo para se aprender a língua de sinais.

A partir de agora aprenderemos a parte prática da LIBRAS. Então mãos a


obra...

Figura 10 - ALFABETO MANUAL EM LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS


Fonte: <juramalholibras.blogspot>
www.esab.edu.br 56
Caso tenha dúvidas sobre a forma correta de configurar você pode acessar
ao vídeo em: < https://www.youtube.com/watch?v=fYaXJXf60gU >

Quanto à sinalização dos números em LIBRAS, ela pode acontecer de


três formas, isso vai depender do significado atribuído aos números.

• Os números cardinais – são usados para representar os números de


uma forma geral. Você utilizará para sinalizar números de telefone,
números de casa ou de contas bancárias entre outros.

Figura 11 – NÚMEROS CARDINAIS EM LIBRAS


FONTE: <juramalholibras.blogspot>

• Números cardinais – quando os números são usados para


representar quantidades, eles se apresentam de forma diferente
dos números cardinais comuns. A diferença acontece do número 1
(um) ao 4 (quatro). Nesse caso as mãos representam as quantidades
especificas, depois do número quatro, volta - se a usar os números
normalmente.

Figura 12 – NÚMEROS CARDINAIS EM LIBRAS – QUANTIDADE


Fonte: juramalholibras.blogspot

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Atenção: Essa mudança acontece quando estamos falando de quantidade.
Poderá usar quantidade para dizer, por exemplo, quantas colheres têm sobre
a mesa ou a quantidade de pessoas dentro de um carro.

• Os números ordinais - são sinalizados com um movimento trêmulo


da mão, com a mesma configuração dos números cardinais. A
diferença acontece com o movimento que se atribui a configuração
de mão. Será usado para expressar a ideia de ordem, lugares e
posições. Como primeiros, segundos e terceiros lugares.

Figura 13 – NÚMEROS ORDINAIS EM LIBRAS


Fonte: <juramalholibras.blogspot>

Observe a diferença entre a sinalização dos números cardinais e ordinais:


Acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=J_Orp51ahq0 >

Quando começamos a estudar a parte prática da língua de sinais,


precisamos de exercícios e treinos constantes. Estamos aprendendo uma
segunda língua, que se apresenta de uma forma diferente da língua oral,
os sinais precisam ser memorizados. Tente aprender a datilologia do seu
nome e seu número de telefone.

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Vocabulário de libras:
12 cumprimentos e pronomes
Objetivo
Adquirir as primeiras expressões do vocabulário básico em LIBRAS.

Quando nos encontramos como uma pessoa, as primeiras palavras que


utilizamos para começar uma comunicação são os cumprimentos básicos
na comunidade surda não é diferente. Por isso vamos aprender alguns
sinais específicos para cumprimentar e saudar os surdos.

Figura 14 – ALGUNS CUMPRIMENTOS EM LIBRAS


Fonte: <surdo2011.blogspot>

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Figura 15 - ALGUNS CUMPRIMENTOS EM LIBRAS
Fonte: <surdo2011.blogspot>

Agora vamos conhecer alguns pronomes que existem em língua de


sinais, em uma das unidades anteriores, ponderamos que esses pronomes
acontecem por apontamento. E nesse caso usasse a seguinte configuração
de mãos.

Figura 16 – PRONOME EU - EM LIBRAS


Fonte: <NEPES, Caderno Pedagógico I>

No singular, todos os pronomes têm a mesma configuração do pronome


eu, a mudança acontece no apontamento. A direção da configuração
quando quero dizer EU, aponto para mim. Quando quero dizer você,
aponto para a pessoa com quem falo e assim por diante.

No plural, a configuração de mão pode mudar ou não, de acordo


com o número de pessoas com quem se fala ou de quem se fala. Uma

www.esab.edu.br 60
característica dos surdos é que são extremamente visuais. Por isso as
conversas em LIBRAS em muitas ocasiões serão uma representação visual
do que se fala.

Figura 17 – PRONOMES EM LIBRAS


Fonte: <NEPES, Caderno Pedagógico I>

Quanto aos pronomes possessivos de LIBRAS, eles vão estabelecer uma


relação direta entre a pessoa do discurso e o objeto de posse. A sinalização
dos pronomes possessivos é expressa por direcionalidade. No caso do
pronome MEU/MINHA a mão aberta toca no peito de quem fala. Já os
pronomes TEU/SEU/DELE a configuração de mão em “P” direcionada
para a pessoa a quem se fala.

Figura 18 – PRONOMES POSSESSIVOS EM LIBRAS


Fonte: <NEPES, Caderno Pedagógico I>

Estamos só começando e é muito importante que você exercite muito,


pratique diariamente os sinais que está aprendendo. Estamos começando
com poucos sinais e à medida que formos avançando nas unidades
ampliaremos o nosso vocabulário de LIBRAS.

www.esab.edu.br 61
13 Vocabulário em libras: família.
Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS referente aos sinais que representem
pessoas e membros da família.

Figura 19 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – FAMÍLIA 01


FONTE: <anacarolinafrank.blogspot>

www.esab.edu.br 62
Continuação:

Figura 20 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – FAMÍLIA 02


FONTE: <anacarolinafrank.blogspot>

Figura 21 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – FAMÍLIA 03


FONTE: <anacarolinafrank.blogspot>

www.esab.edu.br 63
Figura 22 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – FAMÍLIA 04
FONTE: <anacarolinafrank.blogspot>

Figura 23 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – FAMÍLIA 05


FONTE: <anacarolinafrank.blogspot>

Exercite os sinais que você aprendeu nesta unidade, uma sugestão é


treinar a datilologia fazendo os nomes dos membros de sua família que
você aprendeu nessa unidade. Mãos a obra...!

www.esab.edu.br 64
14 Vocabulário em libras: família
Objetivo
Ampliar o vocabulário em LIBRAS referente a sinais que representem
pessoas e membros da família.

Observe que muitos sinais são antecedidos por uma mão fechada com
o polegar passando ao lado do rosto. Esse é o sinal de mulher, assim
fazemos a marcação de gênero de alguns sinais. Já o sinal de homem
é feito com a mão segurando o queixo e fazendo um movimento para
baixo.

Figura 24 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – FAMÍLIA 06


FONTE: <anacarolinafrank.blogspot>

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Figura 25 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – FAMÍLIA 07
FONTE: <anacarolinafrank.blogspot>

Figura 26 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – FAMÍLIA 08


FONTE: anacarolinafrank.blogspot

www.esab.edu.br 66
Figura 27 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – FAMÍLIA 09
FONTE: <anacarolinafrank.blogspot>

Figura 28 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – FAMÍLIA 10


FONTE: <anacarolinafrank.blogspot>

Assista a apresentação dos sinais em LIBRAS, acesse no link:


<https://www.youtube.com/watch?v=b6pmLU9mJTM >
www.esab.edu.br 67
Vocabulário em libras: meses do
15 ano e dias da semana
Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS relacionado aos meses do ano e aos
dias da semana e desenvolver noção temporal em língua de sinais.

Meses do ano: Quando nos referimos a um mês do ano especifico em


LIBRAS, costumamos sempre utilizar o sinal de mês. Esse sinal está
apresentado no primeiro quadro abaixo. Os meses de Março e MAIO
são representados por datilologia, ou seja, seus nomes são escritos com o
alfabeto manual.

Figura 29 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – MESES DO ANO 01


FONTE: <lulibras.wordpress.com>

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Figura 30 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – MESES DO ANO 02
FONTE: <lulibras.wordpress.com>

Estudo complementar
alguns meses do ano poderão ser sinalizados de
forma diferente em alguns estados brasileiros,
conforme vimos na unidade 06, à língua de
sinais sofre influência do espaço em que é
utilizado, o regionalismo linguístico em LIBRAS
faz com que alguns sinais sejam reproduzidos
de forma diferente de um estado para o
outro. Acesse: < https://www.youtube.com/
watch?v=2Qwbcg4_5Fc >.

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Dias da Semana:

Figura 31 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – DOMINGO


FONTE: <aprendendo2009.blogspot.com.br>

Figura 32 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – SEGUNDA


FONTE: < http://aprendendo2009.blogspot.com.br/>

Figura 33 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – TERÇA


FONTE: <http://aprendendo2009.blogspot.com.br/>

www.esab.edu.br 70
Figura 34 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – QUARTA
FONTE: <http://aprendendo2009.blogspot.com.br/>

Figura 35 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – QUINTA


FONTE: <http://aprendendo2009.blogspot.com.br/>

Figura 36 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – SEXTA


FONTE: < http://aprendendo2009.blogspot.com.br/>

www.esab.edu.br 71
Figura 37 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS - SÁBADO
FONTE: <http://aprendendo2009.blogspot.com.br/>

Agora vamos assistir a um vídeo, em que os dias da semana são


sinalizados, acesse: <https://www.youtube.com/watch?v=UIC6I7Vtol8>.
Não se esqueça de praticar, o segredo de aprender uma língua é a prática.

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Resumo

Nas unidades 11 a 15 iniciamos os nossos estudos referentes a


vocabulário prático em LIBRAS. O primeiro conteúdo que praticamos
é o Alfabeto Manual, componente básico da Língua Brasileira de Sinais.
Com o alfabeto podemos nos apresentar e aprender sinais básicos da
língua. Aprendemos também sobre os números em LIBRAS e que
existem diferentes formas de apresentar os números que diferem em
algarismos, quantidades e ordem. Aprendemos também a importância
dos cumprimentos e como realizar os sinais referentes às saudações.
Identificamos uma característica da Língua de Sinais que é o uso de
recurso visual e apontamento, os pronomes em LIBRAS são sempre
sinalizados com uso do dedo indicador, apontado para pessoa a quem se
refere. Ampliamos o vocabulário com sinais referente à família e pessoas
de convívio mais próximo, assim como os sinais referentes aos meses do
ano e dias da semana. Essas unidades são compostas por muitas imagens
e devem ser consideradas como unidades práticas. O estudante deve se
dedicar a exercitar manualmente os sinais expostos e utilizá-los sempre
que possível.

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Vocabulário em libras: cores e
16 materiais escolares
Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS para uso em possíveis situações de
escolarização de surdos.

Materiais Escolares

Figura 38 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – MATERIAS 01


FONTE: <lulibras.wordpress.com>

Figura 39 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – MATERIAS 02


FONTE: <lulibras.wordpress.com>
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Figura 40 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – MATERIAS 03
FONTE: <lulibras.wordpress.com>

Cores

Figura 41 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – CORES 01


FONTE: <lulibras.wordpress.com>

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Figura 42 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – CORES 02
FONTE: <lulibras.wordpress.com>

Você pode conferir os sinais dessas e de outras cores em:


<https://www.youtube.com/watch?v=-XxCA9jMhls >.

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Vocabulário em libras: alimentos e
17 bebidas
Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS referente à alimentação, para
ampliação de vocabulário comunicativo com os surdos.

Figura 43 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – ALIMENTOS 01


FONTE: <slideshare.net/LiseteLima/apostila-libras-reformulada-completa>

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Figura 44 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – ALIMENTOS 02
FONTE: <slideshare.net/LiseteLima/apostila-libras-reformulada-completa>

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Figura 45 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – BEBIDAS
FONTE: <slideshare.net/LiseteLima/apostila-libras-reformulada-completa>

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18 Vocabulário em libras: adjetivos
Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS referente a adjetivos.
Compreendendo que na LIBRAS, uma língua visual, os adjetivos são
fundamentais.

Os adjetivos são sinais que formam uma classe especifica na LIBRAS,


estão sempre escritos na forma neutra, não são escritos com a marca
de gênero masculino e feminino, mas ao ser transcrito utiliza-se o @.
Muitos adjetivos em língua de sinais são descritivos, ou seja, são usados
para apresentar detalhes de alguém ou alguma coisa. Por esse motivo,
muitos adjetivos são expressos iconicamente, você utilizará suas mãos
para descreve o que fala.

Figura 46 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – ADJETIVOS 01


FONTE: <LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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Figura 47 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – ADJETIVOS 02
FONTE: <LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Figura 48 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – ADJETIVOS 03


FONTE: <LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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Figura 49 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – ADJETIVOS 04
FONTE: <LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Agora para praticar faça sua autodescrição, já em frente a um espelho e


exercite os adjetivos que você aprendeu e que podem ser usados para te
descrever. O treino de sinais em frente ao espelho é uma ótima técnica
para desenvolver o uso de expressões faciais.

Estudo complementar
A LIBRAS é uma língua visual, além de adjetivos
em LIBRAS, existem os Classificadores. Assista ao
vídeo sobre Classificadores e tente estabelecer a
diferença entre Adjetivos e Classificadores.
Acesse:
https://www.youtube.com/
watch?v=Dan6witxdiw

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19 Vocabulário em libras – dinheiro

Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS referente a dinheiro.

Com a inclusão dos surdos no mercado de trabalho, os mesmos passam


a ter uma vida financeira. Fazem parte da economia de um lugar por
comprar e vender. Produz mão de obra e precisa ser pago por isso, ao
receber utiliza dinheiro como qualquer um de nós. Vamos conhecer
alguns sinais que podem ser utilizados nessas situações pela comunidade
surda.

Figura 50 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – DINHEIRO 1


FONTE: <LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Figura 51 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – DINHEIRO 2


FONTE: <LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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Figura 52 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – DINHEIRO 3
FONTE: <LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Figura 53 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – DINHEIRO 4


FONTE: <LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Figura 54 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – MEDIDAS 01


FONTE: <LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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Figura 55 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – DINHEIRO 05
FONTE: <LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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20 Vocabulário em libras – viagens

Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS referente a viagens, regiões e países.

Figura 56 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – PAÍSES


FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Figura 57 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – PAÍSES


FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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Figura 58 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – LOCAIS
FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Figura 59 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – LOCAIS


FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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Figura 60 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – REGIÕES
FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Acesse o link < https://www.youtube.com/watch?v=BYSL3MwJQvk > e


conheça os sinais de alguns estados do Brasil, exercite junto com o vídeo
e tente memorizar os sinais de estados que você já visitou.

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Resumo

As unidades 16 a 20 estudamos mais sinais para a ampliação do


vocabulário em LIBRAS, como vimos em unidades anteriores um
campo de atuação de muitos profissionais que atuam com Língua
de Sinais são as escolas. Por esse motivo é importante conhecer os
sinais referente ao ambiente escolar conforme abordado na unidade
16. Quando aprendemos um novo idioma é importante aprender a
comunicar as necessidades básicas e entre elas está a alimentação, na
unidade 17 desenvolvemos conhecimento de alguns sinais relacionados
à alimentação. A Língua de Sinais é uma língua visual e por isso os
adjetivos são parte fundamental da língua, a unidade 18 é destinada
a desenvolver conhecimento básico no que diz respeito a essa classe
de sinais. As unidades 19 e 20 são referentes a conceitos de viagens e
espaços físicos. Com esses sinais já temos um vocabulário significativo
de LIBRAS, assim não deixe de exercitar e utilize os sinais que você
aprendeu para formar pequenas frases e se exercitar.

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Vocabulário em libras – sinais que
21 incorporam expressão facial
Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS e desenvolver o uso de expressão
facial.

Figura 61 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – EXPRESSÕES 01


FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Figura 62 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – ESTAÇÕES DO ANO


FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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Figura 63 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – EXPRESSÕES 03
FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Figura 64 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – EXPRESSÕES 04


FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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Exemplos de Algumas Expressões

Figura 65 – TIPOS DE EXPRESSÒES


FONTE: < imap.curitiba.pr.gov.br>

Figura 66 – EXPRESSÕES E SINAIS INTERROGATIVOS


FONTE: < imap.curitiba.pr.gov.br>

Figura 67 – TIPOS DE EXPRESSÒES 02


FONTE: < imap.curitiba.pr.gov.br>

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Exemplo de estrutura de uma frase em LIBRAS com uso de expressão
facial:

Figura 68 – FRASE COM EXPRESSÃO


FONTE: < imap.curitiba.pr.gov.br>

Agora você já conhece muitos sinais de LIBRAS, tente montar pequenas


frases com os sinais que você está aprendendo. Memorizar a língua em
situações de uso comum é mais fácil.

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Vocabulário em libras: meios de
22 transporte
Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS referente a meios de transporte.

Figura 69 – MEIOS DE TRANSPORTE - 01


FONTE: <slideshare.net/BrbaraFranceschin>

Figura 70 – MEIOS DE TRANSPORTE - 02


FONTE: <slideshare.net/BrbaraFranceschin>

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Figura 71 – MEIOS DE TRANSPORTE - 03
FONTE: <slideshare.net/BrbaraFranceschin>

Figura 72 – MEIOS DE TRANSPORTE - 04


FONTE: <slideshare.net/BrbaraFranceschin>

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Figura 73 – MEIOS DE TRANSPORTE - 05
FONTE: <slideshare.net/BrbaraFranceschin>

Se ainda tiver duvidas sobre a forma correta de reproduzir os sinais,


pode acessar o site: Legenda LIIBRAS. Lá você encontrará um menu
interativo que auxiliará na memorização dos sinais relacionados a meios
de transporte.

Acesse:

< http://www.legendalibras.com.br/sinais/meios-de-transporte.html >

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Vocabulário em libras: meios de
23 comunicação.
Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS referente a meios de comunicação.

Figura 74 – MEIOS DE COMUNICACÃO - 01


FONTE: <pt.scribd.com/doc/94606519>

Figura 75 – MEIOS DE COMUNICACÃO - 02


FONTE: <pt.scribd.com/doc/94606519>

www.esab.edu.br 97
Figura 76 – MEIOS DE COMUNICACÃO - 03
FONTE: <pt.scribd.com/doc/94606519>

Figura 77 – MEIOS DE COMUNICACÃO - 04


FONTE: <pt.scribd.com/doc/94606519>

www.esab.edu.br 98
Figura 78 – MEIOS DE COMUNICACÃO - 05
FONTE: <pt.scribd.com/doc/94606519>

Figura 80 – MEIOS DE COMUNICACÃO - 07


FONTE: <pt.scribd.com/doc/94606519>

Continue treinando os sinais. Use o espelho e tente criar pequenas


frases em língua de sinais. Se você encontrasse um surdo hoje, já poderia
conversar e perguntar algumas coisas, mas pra isso você precisa se
exercitar.

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24 Vocabulário em libras – educação
Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS próprio da área educacional, com a
perspectiva de utilizar em conversas ou trabalhar com aluno surdo.

Figura 81 – EDUCACÃO - 01
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

Figura 82 – EDUCACÃO - 02
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

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Figura 83– EDUCACÃO - 03
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

Figura 84 – EDUCACÃO - 04
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

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Figura 85 – EDUCACÃO - 05
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

Figura 86 – EDUCACÃO - 06
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

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Figura 87 – EDUCACÃO - 07
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

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25 Vocabulário em libras – educação
Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS próprio da área educacional, com a
perspectiva de utilizar em conversas ou trabalhar com aluno surdo.

Figura 88 – EDUCACÃO - 08
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

Figura 89 – EDUCACÃO - 09
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

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Figura 90 – EDUCACÃO - 10
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

Figura 91 – EDUCACÃO - 11
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

www.esab.edu.br 105
Figura 92 – EDUCACÃO - 12
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

Figura 93 – EDUCACÃO - 13
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

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Figura 94 – EDUCACÃO - 14
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

Figura 95 – EDUCACÃO - 15
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

Figura 96 – EDUCACÃO - 16
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

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Resumo

Na unidade 21 abordamos a necessidade do uso de expressão facial,


exemplificando a importância das mesmas para marcas de intensidade,
expressar sentimentos e diferenciar tipos de frases em LIBRAS.
Identificamos que as expressões faciais são muito importante em frases
interrogativas. E que atribuem sentido aquilo que é dito. Ampliamos
o vocabulário ainda mais por aprender os sinais de alguns meios de
transporte e meios de comunicação e alguns sinais específicos da área de
educação, como sinais de cursos e profissões.

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26 Vocabulário em libras – educação
Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS próprio da área educacional, com a
perspectiva de utilizar em conversas ou trabalhar com aluno surdo.

Figura 97 – EDUCACÃO - 17
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

Figura 98 – EDUCACÃO - 18
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

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Figura 99– EDUCACÃO - 19
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

Figura 100 – EDUCACÃO - 20


FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

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Figura 101 – EDUCACÃO - 21
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

Figura 102 – EDUCACÃO - 22


FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

www.esab.edu.br 111
Figura 103 – EDUCACÃO - 22
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila-Educacao>

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27 Vocabulário em libras – diversos
Objetivo
Adquirir vocabulário em LIBRAS, com sinais para incorporar a
estrutura das frases. Possibilitar a construção de frases mais
elaboradas em língua de sinais.

Figura 104– VOCABULÁRIO EM LIBRAS – DIVERSOS 01


FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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Figura 105– VOCABULÁRIO EM LIBRAS – DIVERSOS 02
FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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Figura 106 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – DIVERSOS 03
FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Agora você aprendeu alguns sinais que podem tornar suas frases mais
elaboradas, continue praticando, se possível diariamente. Quando
encontrar com um surdo se apresente como alguém que está aprendendo
LIBRAS.

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Vocabulário em libras – sinais e
28 verbos com classificadores
Objetivo
Compreender como podemos usar as mãos para classificar alguns
sinais. Aprender marcar números de pessoas e flexionar alguns verbos
em LIBRAS.

Figura 107 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – VERBOS CLASSIFICADORES - 01


FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Figura 108 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – VERBOS CLASSIFICADORES - 02


FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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Figura 109– VOCABULÁRIO EM LIBRAS – VERBOS CLASSIFICADORES - 03
FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Figura 110 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – VERBOS CLASSIFICADORES - 04


FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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Figura 111 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – VERBOS CLASSIFICADORES – 05
FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

Figura 112 – VOCABULÁRIO EM LIBRAS – VERBOS CLASSIFICADORES - 06


FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

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Figura 113– VOCABULÁRIO EM LIBRAS – VERBOS CLASSIFICADORES - 07
FONTE: < LIBRAS EM CONTEXTO, FENEIS – MEC, 2007>

www.esab.edu.br 119
29 Vocabulário em libras – animais

Objetivo
Adquirir vocabulário básico em LIBRAS referente a animais

Figura 114 – ANIMAIS - 01


FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila>

Figura 115 – ANIMAIS - 02


FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila>

www.esab.edu.br 120
Figura 116 – ANIMAIS - 03
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila>

Figura 117 – ANIMAIS - 04


FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila>

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Figura 118 – ANIMAIS - 05
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila>

Figura 119 – ANIMAIS - 06


FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila>

www.esab.edu.br 122
Figura 120 – ANIMAIS - 07
FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila>

Figura 121 – ANIMAIS - 08


FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila>

Figura 122 – ANIMAIS - 09


FONTE: <scribd.com/doc/94606490/Apostila>

www.esab.edu.br 123
Vocabulário em libras – verbos e
30 sinais usuais
Objetivo
Adquirir vocabulário básico em LIBRAS para desenvolver competência
linguística e de comunicação em LIBRAS.

Figura 123 – VERBOS - 01


FONTE: <slideshare.net/martanepomucena/2-sobre-a-libras-e-a-lingustica>

www.esab.edu.br 124
Figura 124 – SINAIS - 01
FONTE: <slideshare.net/martanepomucena/2-sobre-a-libras-e-a-lingustica>

Figura 125 – VERBOS - 02


FONTE: <slideshare.net/martanepomucena/2-sobre-a-libras-e-a-lingustica>
www.esab.edu.br 125
Figura 127 – VERBOS - 03
FONTE: <slideshare.net/martanepomucena/2-sobre-a-libras-e-a-lingustica>

Figura 128 – SINAIS - 04


FONTE: <slideshare.net/martanepomucena/2-sobre-a-libras-e-a-lingustica>

Figura 128 – VERBOS - 04


FONTE: <slideshare.net/martanepomucena/2-sobre-a-libras-e-a-lingustica>

www.esab.edu.br 126
Resumo

Terminamos a nossa disciplina, e nas últimas 05 unidades, aprendemos


mais alguns sinais de contexto escolar, são sinais que usaremos em sala de
aula, e que são muito comuns a comunidade surda. Também aprendemos
alguns sinais usuais, sinais que utilizamos diariamente, sinais de animais
e alguns verbos em LIBRAS. Com esses sinais podemos conversar
com surdos em diferentes situações, desenvolvemos capacidade de
comunicação em LIBRAS. Esse é só um conhecimento básico, podemos
nos aprofundar mais por procurar outros cursos de Língua de Sinais. E
existe a possibilidade de atuar profissionalmente nessa área profissional
que vem crescendo cada dia mais.
Chegamos ao final da disciplina, diante de todo o conteúdo teórico
e a parte pratica, aprendemos muitas coisas. Esse é só o começo, o
conhecimento que temos de LIBRAS com a essa disciplina é o básico. A
partir de agora cabe a cada um buscar meios de ampliar seu vocabulário e
desenvolver fluência na língua de sinais.
Pode ser uma excelente experiência e uma boa oportunidade de trabalho
no futuro. A parte mais difícil em se aprender uma nova língua é
começar, você já começou então é só não parar. Você pode encontrar
muitos vídeos com vocabulários, músicas e poesias em língua de sinais.
Quanto mais contato você tiver com a língua de sinais maior será seu
envolvimento e sua vontade de se desenvolver nessa língua.

Parabéns e Sucesso!

Dica
Para finalizar assista mais um vídeo que nos faz
entender e refletir sobre a surdez, e a importância
da LIBRAS:
Acesse: <https://www.youtube.com/
watch?v=GlUEIqkl1tc >

www.esab.edu.br 127
Glossário

Bilinguismo
Falar duas línguas ou falar uma oral e outra sinalizada. R

Datilologia
Forma de soletrar palavras com as mãos. Muito utilizado para nomes
próprios, nomes de pessoas, geográficos e palavras estrangeiras. Não é
universal. Países diferentes possuem sinais datilológicos diferentes. R

LIBRAS
Língua Brasileira de Sinais - É a língua de sinais dos surdos brasileiros. R

Língua de Sinais
São sinais gestuais que podem expressar letras, palavras ou frases
inteiras e nos quais deve-se considerar cinco parâmetros: a localização,
a configuração de mão, a orientação, os movimentos e a expressão
facial. O correto é língua de sinais. Não se diz linguagem portuguesa ou
linguagem alemã, mas sim língua portuguesa e língua alemã, portanto, se
diz língua de sinais. R

Oralismo
Abordagem que busca a integração da pessoa surda com a comunidade
ouvinte do país, enfatizando a língua oral. R

Comunicação total
Abordagem que utiliza todas as opções de estímulos seja gestual e
sinalizada, ou estímulos orais. Como o próprio nome diz, tudo é feito
para estimular a comunicação dos surdos. R

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Estudos Surdos
Pesquisas desenvolvidas pelo movimento surdo, na área dos estudos
culturais. Enfatizando as questões das culturas, das práticas discursivas,
das diferenças e das lutas por poderes e saberes da comunidade surda.
R

Ouvintismo
Conjunto de práticas e discursos normalizadores que pregam a surdez
como algo que precisa ser concertado. Discursos que afirmam que a
audição é algo fundamental. R

Surdos
Chama-se surdo a pessoa portadora de surdez e que possui uma
identidade, uma cultura, uma história e uma língua próprios. R

Gestualismo
Método de ensino, para surdos, no qual se defende que a maneira mais
eficaz de ensinar o surdo é através de uma língua gestual. R

Cultura surda
É o jeito de o surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de se
torná-lo acessível e habitável ajustando-os com as suas percepções visuais,
que contribuem para a definição das identidades surdas, abrangendo a
língua, as ideias, as crenças, os costumes e os hábitos de povo surdo. R

INES
Instituto Nacional de Educação de Surdos, primeira escola de surdos
no Brasil. Funciona no estado do Rio de Janeiro, como referência na
educação de surdos. R

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FENEIS
Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos é uma entidade
filantrópica, sem fins lucrativos com finalidade sociocultural, assistencial
e educacional que tem por objetivo a defesa e a luta dos direitos da
Comunidade Surda Brasileira. R

Intérprete de LIBRAS
É o profissional que tem competência e proficiência para interpretar da
LIBRAS para a Língua Portuguesa, ou vice-versa (de forma simultânea
ou consecutiva). A Lei nº 12.319, de 1º/09/2010, regulamentou a
profissão do Tradutor e Intérprete da LIBRAS. Na prática, o intérprete
serve de ponte entre os surdos usuários da LIBRAS e os ouvintes. R

Bimodalismo
O bimodalismo ou português sinalizado é o uso simultâneo de fala e de
sinais, como se sabe. Entretanto, é concebido erroneamente por muitos
educadores como o uso de fala e de língua de sinais. R

Sinais Arbitrários
São representações que não mantêm nenhuma semelhança do objeto
tomado como referente. R

Icônicos
Consiste na representação “figurativa ou pictoriamente” do objeto
tomado como referente. R

www.esab.edu.br 130
Referências

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as identidades. 2006. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-
Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina.

BRASIL. Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira


de Sinais – Libras e dá outras providências.

BRASIL. Decreto nº 5626 de 22 de dezembro de 2005. Brasília: Presidência da


República, Casa Civil, Subchefia para Assuntos Jurídicos.

COUTO, Alpia. Cinquenta anos: uma parte da história da educação de surdos.


Vitoria: AIPEDA, 2004.

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sócio – interacionista. São Paulo: Plexus, 1997.

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ensino fundamental. Porto Alegre: Mediação: 2009.

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